FotoVolt Dezembro 2024

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Notícias

Requisitos profissionais

A s responsabilidades do instalador: aspec tos legais e norma tivos

As principais obrigações, legais e relativas à normalização, dos profissionais e das empresas de instalação de sistemas fotovoltaicos são descritas e analisadas no artigo, destacando-se os aspectos técnicos que envolvem a segurança, a responsabilidade civil e penal, e a conformidade com as regulamentações vigentes, o que é fundamental para garantir a integridade de pessoas e do sistema e a credibilidade do setor

Estações de recarga de veículos elé tricos

Veja no levantamento como entrar em contato com fornecedores de estações de recarga no mercado brasileiro e, também, com algumas empresas ainda sem representação por aqui mas que manifestam intenção nesse sentido São detalhadas as características dos sistemas de CA e CC oferecidos

Uma análise do envel hecimen to das ba terias de íons de lí tio

Num cenário de crescente demanda energética, é crucial o desempenho dos sistemas de armazenamento de energia elétrica e de seus componentes Baterias estão sujeitas a mecanismos de envelhecimento que restringem sua vida útil e podem ser atribuídos a múltiplas causas O artigo descreve e analisa tais mecanismos e sua prevenção

A longa luta da inversão do uxo de po tência

Resolução após resolução da Aneel, a polêmica em tor no das recusas de conexão sob justif icativa de inversão de f luxo de potência nas redes de distribuição parece não ter f im Dif iculdades reais? Erro de inter pretação? Meras desculpas? Esta reportagem ouviu entidades representativas dos geradores FV e de duas distribuidoras de energia sobre o assunto

Módulos fo tovol taicos

No guia se apresentam especificações de módulos oferecidos por quase duas dezenas de empresas, sendo a maioria importadoras, e ainda uma companhia sem presença formal e que por isso busca representante no País Os dados estão tal como foram fornecidos pelas próprias empresas, que também têm no guia seus meios de contato

Projeto Instalação

Veículos elétricos Solar FV em foco

C a p a

Helio Bettega Foto: Anatoliy Gleb/Shutterstock

M u i t o c o m q u e s e p r e o c u p a r

AAbsolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica já lançou, à altura em que se escrevia este texto, suas projeções para a capacidade solar FV no País ao f inal de 2025: 64,7 GW instalados no total, 43 GW em GD e 21,7 em GC O aumento assim seria de 66% em relação aos 51,5 GW do ano que se encerra, taxa apenas pouco menor que (mas em linha com) as dos anos anteriores É impactante contrapor esses números aos de apenas 10 anos atrás, quando tínhamos meros 23 MW

Esse crescimento exuberante (e quase desordenado) do setor de energia solar no Brasil não acontece livre de mazelas. Mercados muito vigorosos sempre atraem uma multidão de novos agentes, com diferentes níveis de capacitação, dos mais aos menos preparados, sem falar dos aventureiros e a qualidade das instalações acaba ref letindo essa heterogeneidade.

Também enquanto se escrevia este editorial, deu-se a notícia do encerramento do inquérito policial sobre o desabamento do teto da ig reja Santuário de Nossa Senhora da Conceição, ocorrido no dia 30 de agosto, em Recife, deixando dois mortos e 25 feridos (a ig reja estava cheia de pessoas aguardando a doação de cestas básicas). Para sur presa de pouca gente, o inquérito indiciou o dono da empresa que instalara o sistema fotovoltaico no telhado do templo menos de uma semana antes, além dos três funcionários instaladores São duas acusações de homicídio com dolo eventual e quatro de lesão cor poral.

Segundo noticiou a imprensa, ainda que a causa f inal tenha sido a oxidação de uma peça do apoio do telhado, o inquérito diz que a instaladora não identif icou previamente os riscos “A empresa não é legalmente obrigada a ter um engenheiro em seu quadro técnico, mas, por não ter um prof issional capaz de identif icar os riscos da estrutura, assumiu o risco pelo desabamento do teto, caracterizando o dolo eventual”, teria dito o delegado Já a empresa declarou-se sur presa porque a “ig reja tinha laudo estrutural autorizativo”, o que a eximiria

Independentemente de se haverá ou não condenação (há todo o caminho judicial a percorrer), esse evento demonstra como ainda há muita desinformação de g rande parcela das empresas e prof issionais do setor solar fotovoltaico sobre as responsabilidades civis e criminais que envolvem sua atividade Daí serem sempre bem-vindas iniciativas que jogam luz sobre o assunto, como o muito bem elaborado artigo que Ana Carolina Cunha Quélhas e João Gilberto Cunha assinam nesta edição de FotoVolt A questão da análise estrutural de edif icações pré-existentes, por exemplo, é competentemente abordada por ambos, apontando a necessidade de a empresa precaver-se recorrendo sempre a prof issionais habilitados para tal, sejam do quadro próprio ou contratados. A estrutura, tanto quanto as fundações, estas em usinas de solo, são importantes focos de problemas em usinas já instaladas, justamente pelo pouco caso que muitas vezes se lhes faz. Mas há muito mais com que se preocupar, como bem demonstra e orienta o referido artigo.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr , José Roberto Gonçalves e José Rubens A ves de Souza ( n memoriam )

REDAÇÃO

Ed tor: Mauro Sérgio Crestan ( ornal sta responsáve – Reg MTb 19225) Redatora: Juce e Menezes dos Reis

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FotoVolt é uma ed ção espec a da Revista Eletric dade Moderna publ cação mensa da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda Redação, publ cidade, administração e correspondênc a: Alameda Olga 315; 01155-900 São Pau o SP - Bras l

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Haste Energia Solar para Metal com Ponta Broca

Soluções completas para fixação de painéis solares

Produto inovador e exclusivo Ciser, a haste é fabricada em aço carbono galvanizado à fogo, para instalação de estruturas de painéis solares em telhados com estrutura de terças metálicas

A ponta broca permite efetuar a furação e o atarraxamento da haste na terça metálica em operação única. Já o alargador permite calibrar o furo na telha e garantir o correto acoplamento da arruela de EPDM, melhorando a vedação

Nextracker amplia centro de pesquisa em Sorocaba

Anorte-americana Nextracker, fornecedora de rastreadores solares, expandiu seu centro de pesquisa e desenvolvimento em Sorocaba, SP. Em parceria com o FIT - Instituto de Tecnologia, o chamado centro de excelência solar passou dos 30 mil m2 originais para 46 mil m2

Segundo a empresa, o centro é dedicado a pesquisas para melhoria de desempenho, geração de energia, tecnologias ag rifotovoltaicas, entre outras demandas de inovação do setor O local também oferece treinamento para prof issionais ligados à energia solar

Com três centros de P&D no mundo, nos Estados Unidos, Índia e Brasil, a unidade brasileira foi a primeira a ser montada pela Nextracker, em 2022 Até o momento o centro já capacitou mais de 300 prof issionais, somando mais de 5 600 horas de cursos e treinamentos Entre os cursos, os destaques são os que abordam práticas de instalação solar, de segurança e de O&M; comissionamento; e resolução de problemas em terrenos

De acordo com comunicado da empresa, em 2024 a Nextracker atingiu mais de 15 GW de projetos operacionais e em execução na América Latina e já entregou mais de 100 GW de projetos globalmente. A companhia conta com mais de 600 patentes registradas no mundo.

Imposto de importação deve aumentar capex de UFVs

Oaumento do imposto de importação de 9,6% para 25% sobre os módulos solares fotovoltaicos, por meio da recém-publicada Resolução Gecex 666, de 12 de novembro, vai elevar em mais de 8% o custo de implantação (capex) de projetos solares centralizados. A conclusão é de análise da consultoria Greener. Além disso, segundo a avaliação, o cenário tor nará os ativos centralizados com mais risco de baixa rentabilidade, principalmente diante dos preços atuais do mercado de energia A situação ainda f ica mais ag ravada por conta das incertezas trazidas pelos casos de curtailment e restrições de conexão das usinas solares centralizadas, continua a avaliação

Para a Greener, esses fatores, aliados ainda à revogação dos ex-tarifários para os módulos a partir do f im do 2023, vão elevar o custo de capital dos projetos, em razão do impacto que o cenário terá nos pedidos de obtenção de f inanciamento de bancos como Banco do Nordeste (BNB) e o Banco

Segundo cálculo da consultor ia Greener impacto deve ser super ior a 8%

Alíquota de impor tação de módulos solares vai para 25%

Depois da revogação de vários ex-tarifários para módulos solares fotovoltaicos no fim de 2023, o gover no federal tomou nova iniciativa para tentar estimular a cadeia produtiva nacional de equipamentos solares. No dia 11 de novembro, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara Exterior (Gecex-Camex), ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Ser viços (Mdic), decidiu, em reunião ordinária, pelo aumento do imposto de impor tação dos módulos dos atuais 9,6% para 25%

A decisão foi tomada em conjunto com várias outras deliberações na reunião do Gecex, entre elas reduções de impostos de impor tação de 13 produtos, incluindo insumos químicos empregados em pás eólicas, pneus e defensivos agrícolas, além de medicamentos Segundo a ata das deliberações no site do Mdic, o aumento das alíquotas para os equipamentos fotovoltaicos foi pleiteado pela chinesa BYD, que tem fábrica de módulos em Campinas, SP, e pela nacional Sengi Solar, também produtora de módulos fotovoltaicos em Cascavel, Paraná

De acordo com nota divulgada pelo ministério, o Gecex deliberou favoravelmente aos pedidos de elevação tarifária da impor tação para for talecer a produção local e a geração de empregos no Brasil Além dos módulos solares (que na deliberação são classificados como células fotovoltaicas montadas em módulos ou em painéis), também passaram a ser mais taxados insumos de vidro, bor rachas e outros polímeros para uso industrial As mudanças ainda não foram publicadas no Diário Oficial da União.

Já a Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica criticou o aumento do imposto de impor tação, qualificando-o em nota como “ um grande retrocesso na transição energética e uma afronta aos consumidores e ao mercado, com o risco eminente (sic) de aumento no preço da energia solar aos brasileiros, queda de investimento, fuga de capital, crescimento da inflação, perda de emprego e fechamento de empresas ” , diz o texto

Ainda na avaliação da Absolar, ao contrário do que alega o gover no federal, a medida não promove o adensamento da indústria nacional, uma vez que as companhias nacionais são montadoras de módulos, a par tir de insumos totalmente impor tados. Também ressalta que a indústria nacional não consegue suprir nem 5% da demanda de módulos, com uma capacidade de produção de 1 GW por ano, ao passo que a impor tação brasileira em 2023 foi de mais de 17 GW

O cent ro de excelência solar é voltado para pesquisa e desenvolvimento e para t

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

A consultoria chama a atenção para o fato de que até o f im de setembro o Brasil já havia importado mais de 16 GW de módulos fotovoltaicos em 2024, sendo que as compras exter nas são responsáveis por 95% do mercado A Resolução 666 vai permitir que importadoras de módulos sejam isentas das novas alíquotas por meio de uma cota da ordem de US$ 1 014 790 000 até o dia 30 junho de 2025 ou enquanto durar o saldo O valor remanescente, porém, gira em tor no de US$ 500 milhões

Prêmio The Smarter E Award abre inscrições

Foram abertas as inscrições para os prêmios inter nacionais do The Smarter E Award, que reconhece, em cinco categorias, as melhores ideias, produtos, ser viços e projetos inteligentes de empresas dos vários segmentos do mercado de energia cobertos pela The Smarter E Europe, marcada para 7 a 9 de maio de 2025 em Munique, na Alemanha

Os 15 vencedores serão anunciados e terão suas premiações em uma cerimônia of icial na véspera do evento, no dia 6 de maio, no centro de exposições Messe München As categorias da competição procuram atender a interconexão das quatro subexposições da The Smarter E: a Intersolar, de energia solar; a ees, de sistemas de armazenamento de energia; a Power2Drive, de mobilidade elétrica; e a EM-Power, de gestão integ rada de energia. No caso da premiação na categoria fotovoltaica, serão reconhecidas as chamadas inovações “clássicas”: de células e módulos solares a componentes fotovoltaicos, sistemas de montagem e rastreamento e tecnologias de produção Em armazenamento de energia, o foco será em inovações extraordiná-

rias, desde tecnologia e componentes de armazenamento de energia até tecnologias de produção de baterias

Além das premiações de eletromobilidade e de gestão de energia, haverá ainda a categoria de projetos de destaque, exclusiva para produtos e ser viços que foram integ rados em um projeto global de energias renováveis, em qualquer área do sistema de energia, desde energia fotovoltaica, hidrogênio, tecnologia de armazenamento, mobilidade até a operação da rede Como requisito, o projeto deve ter sido totalmente realizado entre 31 de janeiro de 2023 e 31 de janeiro de 2025

Podem concorrer aos prêmios expositores da série de eventos inter nacionais The Smarter E, realizados em Munique, São Paulo, Cidade do México, Gandhinagar (Índia) ou Dubai (Emirados Árabes Unidos), ou de exposições individuais associadas As inscrições vão até 31 de janeiro de 2025 Para obter mais informações acesse www t hesmartere-award com

CPFL inaugura microrrede na Unicamp

ACPFL Energia inaugurou em novembro no campus da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas, SP, uma microrrede que integra diferentes tecnologias de geração de energia, entre elas a

solar e sistemas de armazenamento com baterias de lítio Projeto de pesquisa e desenvolvimento (PEE Aneel), a CampusGrid faz parte de prog rama que ainda conta com outras duas microrredes implantadas em Campinas, com investimento total de R$ 45,3 milhões

A microrrede conta com sistema de armazenamento em baterias de 1MW/1,27 MWh, gerador a gás de 250 kVA, transformadores de aterramento e de força e cabines de baixa e média tensão, além dos módulos solares instalados do local que equivalem a uma potência de 565 kWp A operação da microrrede será feita por softwares de controle inteligente

A implantação da microrrede deve render economia anual de aproximadamente R$ 450 mil para a Unicamp, atendendo a demanda de duas bibliotecas, um ginásio multidisciplinar e a edif icação da Faculdade de Educação Física, com a geração solar fotovoltaica, baterias de íons de lítio e o gerador a gás natural Ela é projetada para operar conectada à rede da CPFL Paulista ou de forma autônoma, para assegurar o suprimento mesmo com interrupções

Além da CampusGrid, o projeto da CPFL Energia contempla mais duas iniciativas A primeira, também na Unicamp, é a NanoGrid, uma microrrede instalada no LabREI - Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes, voltada para testar aplicações do sistema em residências A segunda é a Cong rid, uma microrrede localizada em um

P remiação envolve cinco categor ias, ent re elas as do segmento solar fo tovoltaico, de bater ias e de elet romobilidade
B at i zada de CampusGr id, instalação para pesquisa em escala real tem energia solar, bater ias e gerador a gás

condomínio residencial no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, que benef icia 47 residências com geração solar e um sistema de armazenamento em baterias.

O desenvolvimento da microrrede é fruto de uma parceria entre a Unicamp, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a CPFL Energia, a Aneel, o Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI), as empresas Eletra Energy e Hexing, além do Instituto de Pesquisa em Engenharia Elétrica da China (Cepri) e a Universidade de Engenharia Elétrica do Norte da China

Neoenergia vai investir em solar e baterias em Noronha

ANeoenergia vai investir R$ 300 milhões em projetos de energia solar fotovoltaica e de armazenamento de baterias na ilha de Fer nando de Noronha, Per nambuco Para isso, a distribuidora de energia foi autorizada pelo MME - Ministério de Minas e Energia por meio de portaria

De acordo com a autorização, a distribuidora deve apresentar um plano de investimento para a Aneel

A publicação também autoriza o reforço imediato no provimento de energia da ilha até a nova solução, batizada de projeto Noronha Verde, entrar em operação no início de 2027

A ideia da Neoenergia Per nambuco é instalar módulos solares associados com baterias com potencial de reduzir 85% das emissões de gases do efeito

estufa da ilha, hoje majoritariamente suprida com energia a partir de geradores a diesel. Segundo comunicado, será a primeira localidade do tipo na América Latina a atingir essa marca.

A intenção da distribuidora é ainda que as novas aplicações garantam mais segurança energética, com ampliação da oferta de energia para os 4 mil moradores e os 140 mil turistas que visitam a ilha durante o ano A iniciativa também visa não criar custos adicionais para os consumidores

Depois da autorização do MME, o próximo passo para o projeto é a distribuidora dar prosseguimento ao licenciamento ambiental nos órgãos competentes federais e locais A iniciativa será licenciada pela CPRH - Agência Estadual de Meio Ambiente de Per nambuco, mediante anuência do ICMBio

Solar flutuante vai ultrapassar 6 GW até 2031

Omercado global de energia solar fotovoltaica f lutuante deve ultrapassar 6 GW até 2031, aponta estudo da consultoria Wood Mackenzie Segundo a análise, a tecnologia, ainda incipiente, deve manter participação de mercado estável em comparação com a demanda solar global geral, com taxa de crescimento anual composta (CAGR, na sigla em inglês) esperada para aumentar 15% nos próximos dez anos

A expectativa do estudo é que 15 países excedam os 500 MW de instalações cumulativas de solar f lutuante até 2031, com Indonésia, Índia e China representando quase 70% da demanda total No último dado disponível pelo estudo, o mercado da Ásia-Pacíf ico teve aproximadamente 3 GW de projetos solares f lutuantes em 2022, respondendo por mais de 90% do total Países como China, Indonésia, Índia, Coreia do Sul e Tailândia estão desenvolvendo vários projetos

Com quase 150 MW, a Europa é a segunda maior região em demanda de projetos solares f lutuantes, com a Holanda na liderança, seguida pela França A Holanda, inclusive, tem o maior projeto fora da região da Ásia-Pacíf ico, representando 32% do mercado da Europa em 2022

Já na China, o pipeline de projetos crescerá em ritmo constante, com capacidade solar f lutuante cumulativa para ultrapassar 13 GW até 2031 a um CAGR de 12% nos próximos dez anos Apesar dos custos de desenvolvimento variarem entre 20 e 50% acima dos projetos de montagem no solo, o aumento da competitividade dos desenvolvedores deve ajudar a reduzir os custos no setor, aposta a Wood Mackenzie “A indústria solar global, incluindo desenvolvedores fotovoltaicos, continua a lutar contra a disponibilidade limitada de terras e o aumento dos custos de terra para projetos solares montados no solo, o que está impulsionando a demanda por instalações f lutuantes”, disse o consultor da Wood Mackenzie, Ting Yu

CCEE lança plataforma de RECs

ACCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica lançou uma plataforma orientativa para a negociação de certificados de energia renovável rastreável, os chamados RECs Segundo a CCEE, o ser viço centraliza dados de todas as usinas geradoras e de emissoras de certif icações do país, com a meta de

assegurar a origem da energia utilizada para a criação dos ativos de certif icação e garantir a integ ralidade dos atributos ambientais.

De acordo com comunicado da câmara, um dos principais objetivos é evitar a dupla contagem, ou seja, o uso de um mesmo montante de energia para a emissão de mais de um certif icado “Ao resolver esse desaf io global e afastar a possibilidade de greenwashing, a CCEE vai garantir a rastreabilidade das certif icações e fortalecer o mercado de certif icados de energia renovável”, diz a nota Para ilustrar o potencial do segmento, a câmara estima que cerca de 93% da eletricidade produzida no Brasil venham de fontes como eólicas, solares, hidrelétricas e a biomassa Em 2021, menos de 2% dessa energia renovável era certif icada Em 2022 esse percentual avançou para 4% e, em 2023, saltou para 6,9% De acordo com projeções da CCEE, esse resultado poderia chegar até 50%

“Acreditamos que a plataforma brasileira para a certif icação de energia renovável será um fator de crescimento do mercado, um diferencial para o desenvolvimento da nossa economia e um impulso efetivo para que o Brasil exerça o papel de liderança na transição energética mundial”, disse o presidente do conselho de administração da CCEE, Alexandre Ramos.

O desenvolvimento da plataforma contou com o apoio do MME - Minis-

tério de Minas e Energia e da EPEEmpresa de Pesquisa Energética Por receber em tempo real as informações do setor elétrico, incluindo dados de geração, consumo e de contratos, a CCEE tem mais facilidade para assegurar a integ ridade e conf iabilidade ao processo de certif icação das fontes e garantir que os produtos certif icados são produzidos com energia renovável

Solar FV responde por mais de 20% da matriz

Afonte solar fotovoltaica atingiu a marca de 50 GW de potência instalada operacional no Brasil, segundo levantamento da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com base em dados da Aneel O balanço considera os 33,5 GW alcançados com a geração distribuída e os 16,5 GW de usinas centralizadas em operação

De acordo com cálculos da associação, o montante de investimentos para chegar ao total instalado envolve R$ 229,7 bilhões desde 2012, com arrecadação aproximada de R$ 71 bilhões aos cofres públicos e a criação de cerca de 1,5 milhão de empregos A capacidade instalada solar equivale a 20,7% do total da matriz elétrica nacional, o que a coloca em segundo lugar entre as fontes, atrás das hidrelétricas (103 GW)

Com a evolução registrada, o Brasil entra no g rupo de seis países com potência superior a 50 GW, atrás da China (817 GW), Estados Unidos (189,7 GW), Alemanha (94,36 GW), Índia (92,12 GW) e Japão (90,4 GW) As instalações solares no Brasil, segundo a Absolar, também evitaram a emissão de cerca de 60,6 milhões de toneladas de CO2 Apenas em telhados solares, segundo mapeamento da empresa Solfácil, também com base nos dados da Aneel, o País já conta com

Est udo da Wood Mackenz ie aponta ainda que a ta xa de crescimento anual composta será de 15% nos próximos dez anos
Meta é assegurar a or igem da energia ut ili zada nos REC s comerciali zados no Brasil e evi tar dupla contagem

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Desse to tal, 3 3,5 GW são de geração dist r ibuída, segmento que já soma mais de 3 mil hões de tel hados solares implantados no País

adicionou 7,1 GW. No acumulado, a geração distribuída atende atualmente 4,3 milhões de unidades consumidoras, com os 33,5 GW de capacidade instalada

Brasil ultrapassa 16 GW em usinas solares centralizadas

OBrasil ultrapassou a marca de 16 GW de potência operacional de grandes usinas solares centralizadas, aponta mapeamento da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com base em dados da Aneel Esse montante equivale, segundo a associação, a um total de investimentos de mais de R$ 68,4 bilhões desde 2012, a mais de 480,5 mil empregos acumulados no período e a cerca de R$ 22,6 bilhões em ar recadação aos cofres públicos

As UFVs de grande por te operam em todos os estados brasileiros De acordo com o levantamento da Absolar, porém, o Nordeste concentra o maior volume de potência instalada, com 55,5% de representatividade, seguido pelo Sudeste, com 43,4%; o Sul, com 0,48%; Centro-Oeste (incluindo o DF), com 0,3%; e, por fim, a região Nor te, com 0,29%

Apesar do aumento na potência, a Absolar chama a atenção em comunicado para os crescentes cor tes de geração, o chamado cur tailment, feitos pelo ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico, que utiliza o procedimento para evitar problemas na operação decor rentes do excesso de geração simultânea principalmente no Nordeste Ao somar as usinas fotovoltaicas com os parques eólicos, o cenário representa desperdício acumulado de energia de cerca de R$ 1,7 bilhão nos últimos dois anos

No mesmo comunicado, a Absolar destaca que os cor tes acendem aler ta para a necessidade de moder nizar o planejamento e acelerar os investimentos na infraestr utura do setor elétrico, sobretudo em linhas de transmissão e novas for mas de ar mazenar a energia

3 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados Com isso, a geração solar distribuída já está presente em 99,75% dos municípios brasileiros, abrangendo 5 556 dos 5 570 municípios

O segmento residencial lidera o mercado de GD, com 2,3 milhões de conexões, representando 79% das instalações de micro e minigeração distribuída Em seguida, despontam os setores comercial, com 307 mil instalações (10%), o rural, com 260 mil (9%) e o industrial, com 43 mil (1%) Há ainda mais de 8 mil sistemas implantados no poder público, que somam 0,27%

Em 2024, apurou a Solfácil, cerca de 650 mil sistemas foram instalados, o que benef iciou 844 mil consumidores e

Para atender essa demanda em crescimento de GD, é ainda estimado que o Brasil deve fechar o ano com o incremento de cerca de 3,7 mil novas empresas integ radoras de projetos solares, segundo estimativa da plataforma Meu Financiamento Solar, especializada em f inanciamento para projetos fotovoltaicos Segundo comunicado da empresa, atualmente a plataforma recebe cerca de 450 pedidos por mês de cadastros de empreendedores interessados em incluir a linha de f inanciamento em suas ofertas, sendo que 70% deles são provenientes de novos entrantes no mercado

Preço de energia solar cai no trimestre no Brasil

Opreço médio da energia solar no Brasil para residências caiu 5% no terceiro trimestre de 2024, passando de R$ 2,66 para R$ 2,53 por watt-pico, em comparação com o período anterior, segundo acompanhamento trimestral da empresa Solfácil Na análise, a redução foi principalmente motivada pela redução no custo dos equipamentos, ainda em tendência de queda

A redução foi mais importante em projetos com capacidade superior a 15 kWp, que registraram uma queda de 10% Sistemas instalados em empresas e indústrias, as usinas nessas faixas

de potência tiveram preço médio de R$ 2,28/Wp, o que para a Solfácil representa mudança expressiva para um segmento tradicionalmente com maior resistência à redução de preços. No ranking estadual, Minas Gerais se destacou com a maior queda de preços, com redução de 14%, o que levou o custo para R$ 2,70/Wp. Sergipe vem na sequência, com redução de 12%, seguido por Goiás (10%, para R$ 2,46/ Wp) Em São Paulo, o preço caiu 8%, alcançando R$ 2,43/Wp, e Alagoas acompanhou a mesma tendência, fechando o trimestre a R$ 2,35/Wp

Já o Rio Grande do Sul foi o único estado que não apresentou queda, mantendo seus preços estáveis após os impactos das enchentes do segundo trimestre A estabilidade nos custos na região Sul, mesmo com uma queda de 3% no trimestre, consolidou a região como uma das mais caras do país para energia solar, superada apenas pelo Norte, que registrou uma tímida redução de 3%

Por outro lado, o Centro-Oeste se consolida como a região mais barata para a instalação de energia solar no Brasil, com uma queda expressiva de 7% no preço entre os trimestres A região se distancia da média nacional, com o valor por Wp R$ 0,12 abaixo do resto do país. O Nordeste registrou a segunda maior queda de preços, com uma redução de 5% em relação ao segundo trimestre de 2024

O Sudeste foi a região com a maior redução de preços no trimestre, registrando uma queda de 8% Além do Sul, o Norte é a outra região mais cara para a instalação de energia solar, registrando queda de apenas 3% no trimestre, a menor entre as regiões brasileiras

Energia solar vai atender clientes com UTI domiciliar

Uma iniciativa da CPFL Piratininga, por meio do Prog rama de Ef iciência Energética Aneel, vai apoiar clien-

Além de bene ciar diretamente 300 pessoas, ação de e ciência energét ica subst i t uirá lâmpadas em residências

tes que dependem de equipamentos de suporte à vida (UTIs domiciliares) com a instalação de geradores fotovoltaicos (GFV) em 300 residências na sua área de concessão Equipamentos de suporte à vida muitas vezes precisam estar conectados 24 horas por dia, tor nando essencial a continuidade do for necimento de energia Os benef iciados têm de comprovar a dependência de uso dos aparelhos e serem cadastrados na tarifa social de energia elétrica Além da instalação dos GFVs, a ação inclui a troca de mais de 9 mil lâmpadas por modelos econômicos (LED) em 2,3 mil residências O investimento totaliza R$ 5,1 milhões.

“Além de caro, o cuidado intensivo pode exigir atenção integ ral de membro da família, reduzindo ainda mais a renda. Foi obser vando condições como essa que desenvolvemos ações específ icas para a redução no consumo de energia elétrica destes clientes”, detalha Walter Barbosa Júnior, gerente de Ef iciência Energética Com a iniciativa, a CPFL Piratininga estima gerar uma economia de 844,17 MWh/ano, o equivalente a mais de R$ 670 mil/ano, somados os clientes benef iciados.

Dois tipos de sistemas serão utilizados na instalação dos geradores fotovoltaicos. O tradicional, com os módulos instalados no telhado das residências, ou com os módulos sobre poste metálico, estrutura que f ica no terreno da residência para atender às

moradias que não possuem condições para receber a estrutura no telhado

Na área da CPFL Piratininga, 200 casas terão sistemas em telhados e 100 em estrutura de poste.

Integ rante do Grupo CPFL (pertencente à chinesa State Grid), a CPFL Piratininga distribui eletricidade para cerca de 1,9 milhão de consumidores de 27 municípios do interior e litoral do estado de São Paulo Sua área de concessão tem cerca 6 954 km2 e inclui cidades como Santos, Sorocaba, Jundiaí e Indaiatuba

Laboratório móvel testa módulos nas usinas

AEnertis Applus+, empresa espanhola de consultoria, engenharia e controle de qualidade com foco em energia renovável e armazenamento de energia, lançou um laboratório fotovoltaico móvel no Brasil cujo objetivo central é realizar testes em módulos solares Além do País, a empresa conta com unidades do tipo no Chile, México, na Europa e na Austrália

Segundo comunicado da empresa, o laboratório permite testes especializados de módulos solares fotovoltaicos bifaciais de g rande porte na própria usina fotovoltaica, com o propósito de minimizar o risco associado ao transporte do equipamento e de reduzir a necessidade de desconexão do módulo

A unidade móvel é equipada para realizar testes de deg radação de potência máxima (f lash test) sob condições

da Ener

Applus+

de teste padrão (STC), e ainda testes de eletroluminescência (EL), que permitem verif icar o estado dos módulos fotovoltaicos após a instalação e durante a operação, para detectar possíveis defeitos inter nos. O laboratório dispõe ainda de um simulador A+A+A+, para testes de acordo com os padrões da indústria

A Enertis Applus+ atua na prestação de ser viços especializados de testes e inspeção técnica para um total de 23 GW em projetos solares fotovoltaicos na América do Sul. No Brasil, segundo a empresa, há um histórico de ser viços de engenharia, consultoria, inspeção técnica e ser viços de controle de qualidade para 6 GW em projetos.

Baterias vão dar resiliência ao SIN, aponta CELA

Ainclusão de sistemas de armazenamento de energia no leilão de reser va de capacidade na forma de potência (LRCAP), previsto para junho de 2025 e que f icou em consulta pública pelo MME - Ministério de Minas e Energia até o f im de outubro, vai garantir segurança energética ao País, segundo análise sobre o LRCAP 2025 da consultoria CELA – Clean Energy Latin America.

Na avaliação da consultoria, ao contemplar as tecnologias de baterias no leilão, o SIN - Sistema Interligado Nacional vai ter mais estabilidade e robustez. “Ao permitir o armazenamento da energia renovável gerada em horários de menor demanda, teremos uma redução importante dos efeitos dos cortes recorrentes da geração solar e eólica, o chamado constrained-of f (ou curtailment), além de aumentar a f lexibilidade operativa do sistema”, disse a CEO da CELA, Camila Ramos. Para ela, a inclusão dos sistemas vai viabilizar o uso de mais fontes intermitentes no longo prazo “Ao mesmo tempo, acelera discussões técnico-regulatórias, impulsiona a inovação no setor e fomenta a digitalização do grid elétrico brasileiro”, disse O leilão prevê a contratação de projetos de armazenamento com disponibilidade de potência mínima de 30 MW pelo equivalente a quatro horas de despacho

contínuo por dia no sistema elétrico, com máximo de um ciclo de carga e descarga diárias, em horário def inido pelo ONS.

Embora o edital ainda esteja em elaboração, depois de ter f icado em consulta, segundo a avaliação da CELA é esperado que a metodologia de escolha dos vencedores seja uma combinação entre o menor preço f ixo ofertado e a capacidade remanescente do SIN para escoamento de geração no barramento do projeto

Já no modelo de remuneração a tendência é que deverá ser determinada uma receita f ixa mensal, corrigida pelo IPCA a cada 12 meses, com a possibilidade de receita adicional com ser viços ancilares, desde que mantidos requisitos do leilão. O balanço de energia será liquidado no mercado de curto prazo (MCP) e revertido para a Conta de Potência para Reser va de Capacidade (CONCAP). No volume do contrato, o vendedor não estará exposto ao risco de preços

“Na prática, o leilão oferece um modelo com risco-retor no atrativo”, explica Camila Segundo ela, além de um modelo de receita fixa indexada à inf lação

Análise da consultor ia chama a atenção para o po tencial de os sistemas de ar mazenamento de energia evi tar os cur tailments no sistema

e sem exposição ao risco de preços, o certame estabelece prazo de quatro anos para execução dos projetos. Dessa forma, os vencedores poderão optar por arbitrar o melhor momento para compra dos sistemas, especulando uma queda adicional nos preços das baterias ou acelerando a implantação e antecipando a receita f ixa, caso demonstrem benefícios técnicos e econômicos ao SIN com a antecipação. “Se mantida desta forma, essa combinação de fatores pode gerar retor nos acima da média”, complementa Segundo estudo da CELA, o mercado brasileiro de sistemas de armazenamento energético deve atingir um crescimento de 12,8% ao ano até 2040, com um incremento de até 7,2 GW de capacidade instalada no período Pelas projeções da consultoria, o uso de baterias na infraestrutura de geração, transmissão e distribuição de energia pode movimentar mais de US$ 12,5 bilhões anuais, considerando as regula-

mentações atuais do país. Com incentivos, porém, a expectativa da CELA é que a capacidade suba 18,2 GW até 2040

AXS Energia vai investir R$ 1,8 bilhão em solares

AAXS Energia está investindo R$ 1,8 bilhão para construir 112 usinas de geração solar distribuída no Brasil até 2027 As mais recentes foram inauguradas nas cidades de Açaí e Iporã, no Paraná, e em Artur Ber nardes, São Paulo Segundo comunicado da empresa, essas três usinas podem gerar 193,92 GWh por ano, o que será suf iciente para atender cerca de 60 980 consumidores Além de Paraná e São Paulo, a AXS também está alocando recursos na implantação de usinas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso Até o momento

foram instaladas 14 UFVs no Paraná e 13 em São Paulo apenas neste ano Segundo informado à agência Reuters, a empresa planeja dobrar sua atual

capacidade em usinas de geração distribuída para 350 MW até 2027, além de construir sua primeira usina de geração centralizada de 180 MW, em Minas Gerais

De acordo com o diretor comercial da empresa, Eduardo Coutinho, o modelo de geração de energia solar compartilhada adotado pela empresa permite que os consumidores obte-

Meta é const r uir 112 UF Vs de geração dist r ibuída até 202 7

nham uma economia direta nas suas contas de luz, com redução de até 10% nos valores pagos mensalmente “Dessa forma, os clientes não precisam instalar placas solares próprias nem arcar com taxas de adesão, o que gera uma economia signif icativa no orçamento doméstico ou empresarial”, explica

EDP financia projetos solares comunitários na África

Um fundo f inanceiro de apoio a projetos de acesso à energia em países africanos da portuguesa EDP, batizado de A2E, vai implantar instalações solares fotovoltaicas em cinco países do continente: Moçambique, Quênia, Maláui, Nigéria e Ruanda Em um total de nove projetos, selecionados entre 195 candidaturas, as iniciativas vão benef iciar mais de 150 unidades de saúde e cerca de 20 escolas

No total, a estimativa é a de que os projetos atendam 300 mil pessoas diretamente e mais de 5,5 milhões indiretamente Entre eles, três se voltam para melhoria de cuidados de saúde, quatro em instituições de ensino, um para o desenvolvimento comunitário e, por f im, outro visa o abastecimento de água

Em comum, todos se basearão em for necimento de energia elétrica a partir de usinas solares fotovoltaicas Os voltados à saúde terão eletricidade da fonte solar para suprir demandas de clínicas de saúde rurais. O projeto SAO Energy for necerá energia a 45 clínicas e 135 pequenos negócios. O Mesh Power vai eletrif icar 30 clínicas e ainda disponibilizará pontos de acesso à inter net, sendo que no mesmo local haverá três ambulâncias movidas a energia solar. Um terceiro projeto, o WeCareSolar, vai eletrif icar 100 mater nidades.

No setor da educação, um projeto da Riley Orton Foundation implementará sistemas de energia solar para fornecer energia a um centro de pesquisas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática e a um centro de forma-

ção prof issional para meninas não escolarizadas Ainda o projeto Edukans eletrif icará dez escolas primárias.

“Uma em cada onze pessoas no mundo ainda não tem acesso à eletricidade e dois bilhões vivem sem água potável Foi para ajudar a mitigar estes números que criamos o Fundo A2E”, disse a administradora executiva da EDP, Vera Pinto Pereira, também presidente da Fundação EDP.

Desde que foi lançado, em 2018, o Fundo A2E já f inanciou 38 projetos em sete países africanos, com um apoio que equivale a 3,5 milhões de euros, que beneficiaram 230 mil pessoas diretamente e 2,5 milhões de forma indireta

SP terá centro de pesquisa de hidrogênio

Ogover no paulista vai instalar um centro de pesquisa e desenvolvimento voltado à produção e uso do hidrogênio de baixo carbono Batizado de CCD-ERCF - Centro de Ciências para o Desenvolvimento de Energias Renováveis e Combustíveis do Futuro, a unidade f ica nas dependências do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas, dentro do campus da Universidade de São Paulo

Para o projeto, o gover no do estado de São Paulo aportou R$ 32 milhões, sendo R$ 9 milhões f inanciados pela FapespFundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo,

R$ 11 milhões do IPT e da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) e mais R$ 12 milhões de recursos f inanceiros da secretaria de ciência, tecnologia e inovação. A verba será usada em infraestrutura, equipamentos, pesquisa e treinamentos.

O CCD terá apoio técnico da Semil, que def iniu o local como estratégico junto à Fapesp, e atuará no seu desenvolvimento, sob coordenação do IPT O projeto avaliará diferentes aspectos da produção, armazenamento, transporte, distribuição, uso e regulamentação do hidrogênio de baixo carbono

Segundo comunicado, o investimento faz parte de estratégia de apoio a iniciativas que promovam o uso de energias renováveis e reduzam a emissão de gases do efeito estufa A intenção com o centro é fazer com que o hidrogênio seja essencial para atender às metas de sustentabilidade do estado

Sun Mobi quer dobrar cotas de GD compartilhada

Implementado desde o meio do ano passado, o plano de investimentos da Sun Mobi, empresa especializada em geração solar compartilhada, que inclui a implantação de usinas solares fotovoltaicas para geração de cotas de participação a seus clientes, vai fazer a enertech crescer quase seis vezes seu faturamento já neste ano Segundo comunicado, a expectativa é chegar a uma receita de R$ 20 milhões, revelou a empresa

Companhia por t uguesa tem f undo voltado ao apoio nanceiro a projetos no cont inente a f r icano, que ut ili zam a fonte solar para expandir acesso à energia
A ener tech já tem 30 MW em usinas solares em São Paulo e no Paraná, e mira chegar a uma negociação de 76 GW h por ano de co tas até 202 5, com 40 MW instalados

Com sete anos de operação no mercado de energia solar por cotas e com UFVs conectadas nas áreas de concessão da CPFL Piratininga, da CPFL Paulista, Enel e Elektro, em São Paulo, além de mais dois empreendimentos conectados na Copel, no Paraná, a companhia já soma 30 MW instalados, o que permite o atendimento a consumidores de 473 municípios no estado paulista e de 395 cidades no Paraná.

Ainda segundo informado pela empresa, em 2017 a Sun Mobi tinha 15 clientes e a primeira usina atendia 27 cidades do interior de SP e Baixada Santista Com a expansão nos dois estados, a companhia atende hoje cerca de 1,6 mil unidades consumidoras de 1,2 mil clientes

A energia solar por cotas de suas usinas atende pequenas e médias empresas de comércio e ser viços, como padarias, restaurantes, mercados, escritórios comerciais e até residências Até 2025, a companhia projeta mais do que dobrar as cotas, chegando a 76 GWh/ano A previsão é atingir no mesmo período uma capacidade instalada total de 40 MW, com a implantação de novas usinas compartilhadas, e um faturamento de R$ 60 milhões no período, incluindo uma base de cerca de 2 mil clientes

Notas

Contratos de 330 MW médios no ACL - Os contratos de longo prazo no mercado livre de energia renovável para suprimento de demanda em datacenters no Brasil totalizam 330 MWmédios nos últimos três anos, segundo mapeamento da consultoria CELA –Clean Energy Latin America Esse montante é equivalente a aproximadamente R$ 7,7 bilhões em negociações no Ambiente de Contratação Livre de Energia (ACL) Segundo o balanço feito a partir de análises dos negócios realizados entre geradores solares e

eólicos e datacenters entre 2021 e 2024, foram 11 contratos assinados, sendo sete alocados no modelo de autoprodução de energia e mais quatro como PPAs (do inglês power purchase agreement), celebrados entre consumidores e geradores dentro do ACL. No início de 2024, a CELA também estruturou um mapeamento do total de contratos de longo prazo no mercado livre de energia no último ano, revelando 23 negócios fechados As transações equivalem a 969 MWmédios contratados, um crescimento de 63% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 594 MW médios

Atlas fecha PPA solar - A Atlas Renewable Energy assinou contrato de for necimento de energia solar fotovoltaica com a empresa Rivelli, produtora avícola com matriz em Barbacena, Minas Gerais O acordo com duração de dez anos envolve 5,5 MW médios, suf icientes para atender integ ralmente a demanda das cinco unidades fabris da Rivelli no estado mineiro a partir de 2026 A energia será for necida pelo complexo solar Draco, em Arinos, MG, que terá capacidade instalada de 580 MWp e geração anual de 1,150 GWh A contratação será no modelo de consórcio, pelo qual diferentes empresas compartilham uma única infraestrutura, sem a necessidade de investimentos individuais Além da Rivelli, o complexo atenderá outras empresas, como a rede de hospitais e clínicas Primavera Saúde

TTS e Brasol investem em solarA TTS Energia, empresa de engenharia e construção de usinas solares, e a Brasol, empresa especializada em GD solar da Siemens e da BlackRock, fecharam contrato de R$ 25 milhões para construção de uma UFV na cidade de Miracema do Tocantins, no estado do Tocantins Com 5 MW de potência instalada, 10 mil módulos solares e 20 inversores, o empreendimento será construído em uma área de 72 mil me-

tros quadrados. A obra terá duração de sete meses e a previsão de entrada em operação da usina está prevista para março de 2025 A engenharia e a obra são de responsabilidade da TTS.

UFVs habilitadas para emissão de créditos - A Comerc Energia anunciou que teve os seus primeiros projetos habilitados no Global Carbon Council (GCC), primeiro certificador de projetos para compensação de carbono com programas de desenvolvimento sustentável baseado no Hemisfério Sul A Comerc Energia é a quinta empresa do Brasil e a sexta da América Latina habilitada no prog rama inter nacional para emitir créditos de carbono, neste caso a partir do complexo solar Bon Nome, que engloba as usinas de Brígida, Brígida 2 e Bon Nome, localizadas em Pernambuco A homologação tem validade de 10 anos e, anualmente, estima-se que os parques solares de Brígidas e Bon Nome evitem a emissão de mais de 110 mil toneladas de gases de efeito estufa Ou seja, gerarão créditos suf icientes para compensar a emissão de mais de 1,1 milhão de toneladas de CO2 ao longo do período creditício A Comerc Energia também emitirá créditos retroativos gerados desde o término da construção do complexo, em fevereiro de 2022

EDP comprará 16 novas usinas solares - A EDP anunciou a compra de 16 usinas de geração solar distribuída do Grupo Tangipar, com capacidade instalada total de 44,3 MWp, por R$ 218 milhões Cinco das usinas estão concluídas e 11 estão em construção, com previsão de conclusão em 2025 Em relação à capacidade instalada, 10,9 MWp estão na Bahia, 12,5 MWp no Mato Grosso, 12,9 MWp no Mato Grosso do Sul e 7,7 MWp no Paraná As usinas poderão atender a clientes de baixa tensão nas modalidades de geração distribuída compartilhada e dedicada A transação aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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R e q u i s i t o s p r o f i s s i o n a i s

A s r e s p o n s a b i l i da d e s d o i n st a l a d o r :

a s p e c t o s l e g a i s e n o r m a t i vo s

Acrescente adoção de sistemas fotovoltaicos no Brasil tem impulsionado uma transformação no setor de energia, trazendo benefícios ambientais e econômicos significativos No entanto, essa expansão também traz consigo uma série de responsabilidades técnicas, legais e normativas que os prof issionais envolvidos na instalação devem estar preparados para cumprir A instalação de painéis solares não se limita apenas ao conhecimento de tecnologias de geração de energia, mas envolve uma abordagem integ rada que abrange desde as exigências de segurança e qualidade, até o cumprimento das normas estabelecidas por órgãos reguladores como a ABNT, o Ministério do Trabalho e o Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Responsabilidades contratuais

As responsabilidades do instalador ou integrador de sistemas fotovoltaicos envolvem diversos aspectos técnicos e legais, considerando que esses sistemas exigem conhecimentos de várias áreas, como engenharia elétrica, civil

A instalação de sistemas fo tovoltaicos envolve atendimento às nor mas da ABNT e do Ministér io do Trabal ho, às regulamentações locais e or ientações do CRE A e da P re fei t ura, além do Código de De fesa do Consumidor e do Código Penal

e mecânica Em uma instalação no solo, por exemplo, além da parte elétrica, é fundamental garantir que a estrutura na qual os módulos serão instalados seja capaz de suportar adequadamente o peso e as cargas exigidas, incluindo a análise das fundações e da drenagem do terreno No caso de sistemas instalados em telhados, a responsabilidade do instalador vai além da parte elétrica, sendo necessário verificar se a estrutura da edificação é capaz de suportar a carga

A s pr incipais obr igações, legais e relat ivas à nor mali zação, dos pro ssionais e das empresas de instalação de sistemas fo tovoltaicos são descr i tas e analisadas aqui, destacando-se os aspectos técnicos que envolvem a segurança, a responsabilidade civil e penal, e a confor midade com as regulamentações vigentes, o que é f undamental para garant ir a integr idade de pessoas e do sistema e a credibilidade do setor.

adicional dos módulos solares, assegurando que o dimensionamento da edificação esteja adequado

O prof issional que, por exemplo, só conheça de eletricidade e negligencie a parte estrutural, instalando um sistema fotovoltaico no telhado de uma edif icação sem a devida verif icação se a estrutura existente suporta a carga adicional, é responsável pelos danos que venham a ser causados ao cliente em caso de sinistro

O Código de Defesa do Consumidor

Em seu artigo 12, parág rafo 1º, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) [1] estabelece que “o produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera ” , e ainda, no caput do referido artigo, que o construtor responde “pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem” O CDC é a lei que regula os contratos, formais ou verbais, entre um fornecedor de produtos ou ser viços e um consumidor. Outro ponto ao qual o instalador ou o integ rador deve estar atento está

Ana Carolina Cunha Quélhas e João Gilberto Cunha, da Mi Omega Engenharia

no artigo 39, inciso VIII do CDC, que veda “ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos of iciais competentes ou, se normas específ icas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro)” Portanto, todo o sistema f ica sob a responsabilidade primeira de quem vendeu o produto para o consumidor, f icando os demais subcontratados envolvidos, se houver, corresponsáveis com o integ rador, de acordo com o artigo 18 do CDC Ou seja, respondem pelo vício do produto todos aqueles que ajudaram a colocar o produto no mercado.

É importante destacar que muitos clientes f inais, especialmente em comércios, escolas, ig rejas e outras instituições, não possuem conhecimento técnico em engenharia ou construção Em alguns outros casos, como em fábricas e indústrias, o cliente pode ter uma compreensão mínima, mas na maioria das situações conf iará ao instalador a responsabilidade de assegurar que a instalação esteja em conformidade com todas as normas de segurança e regulamentações vigentes Nesse contexto, o instalador deve cumprir com as exigências do Código de Defesa do Consumidor, garantindo que os ser viços prestados ofereçam segurança, qualidade e atendam aos requisitos legais

Código penal

Além das responsabilidades civis previstas no CDC, é fundamental destacar que o instalador também pode ser responsabilizado criminalmente, caso sua negligência coloque em risco a integ ridade física ou a vida de ter-

ceiros. O artigo 132 do código penal [2] menciona: “Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente” Ou seja, a execução de ser viços que não atendem as normas ou que contêm vícios que colocam pessoas em risco é criminalizada pelo artigo 132, sem a necessidade de ocorrência de acidente

A simples exposição ao perigo já constitui crime

Por isso o instalador deve estar ciente de suas responsabilidades, que vão além da execução técnica. Como dito, ele é responsável por garantir que a estrutura sobre a qual os painéis solares serão instalados tenha capacidade para suportar adequadamente o peso e as cargas exigidas Caso o instalador não possua conhecimentos em cálculos estruturais, é imprescindível que ele consulte um prof issional qualif icado, como um engenheiro civil, para assegurar a estabilidade e segurança da instalação

Embora ainda não existam normas específ icas para todas as disciplinas envolvidas na instalação de sistemas fotovoltaicos, o instalador deve seguir as normas gerais aplicáveis, como as que regulam estruturas metálicas A ausência de regulamentações específ icas para a estrutura dos painéis solares não exime o instalador de adotar as normas técnicas pertinentes, garantindo que os requisitos de segurança sejam plenamente atendidos A omissão quanto ao uso de normas pode comprometer a qualidade e segurança da instalação,

além de colocar em risco a integ ridade do sistema e a segurança dos envolvidos Lembrando que, para a instalação elétrica, existe em vigor a norma NBR 16690 - Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos Requisitos de projeto O descumprimento das normas da ABNT e outras regulamentações pode gerar sérias consequências jurídicas para o instalador e a empresa contratante A responsabilidade do instalador é, portanto, tanto técnica quanto legal. A obser vância das normas não é apenas uma obrigação prof issional, mas uma medida essencial para garantir a segurança, a legalidade e o sucesso do projeto fotovoltaico.

Responsabilidade em relação aos trabalhadores

A empresa integ radora ou instaladora que tem colaboradores em regime CLT deve atender às normas regulamentadoras do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego (as NRs), para garantir a saúde e a segurança no trabalho A instalação de sistemas fotovoltaicos envolve atividades que implicam a necessidade de seguir normas de segurança do trabalho, como trabalhos em altura, manuseio de equipamentos elétricos e outras. Nesse contexto, o MTE tem papel fundamental na f iscalização e regulamentação das condições de trabalho

De acordo com a NR-10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, a instalação de sistemas fotovoltaicos exige cuidados específ icos para evitar riscos elétricos Além disso, a NR-35 - Trabalho em Altura deve ser obser vada quando os instaladores realizam montagens em locais elevados, como telhados, e necessitam de equipamentos de proteção adequados, como cintos de segurança e andaimes A NR-6 - Equipamento

Se o instalador não tem conhecimentos em cálculos est r ut urais, deve consultar pro ssional quali cado, como um engenheiro civil (na fo to, estádio do clube AZ Al kmaar, Holanda)

de Proteção Individual – EPI determina a obrigatoriedade do for necimento de EPIs adequados para os trabalhadores, conforme a natureza da atividade desempenhada No caso da instalação de sistemas fotovoltaicos, isso inclui luvas isolantes (para proteção contra riscos elétricos), capacetes (para proteção contra impactos), óculos de proteção, botas de segurança e cinturões de segurança

Para a par te elét r ica do sistema, a nor ma a ser obser vada é ABNT NBR 16690, de requisi tos de projeto de ar ranjos fo tovoltaicos

A empresa responsável pela instalação deve garantir que todos os aspectos relacionados à segurança do trabalho sejam seguidos, evitando acidentes e garantindo que os trabalhadores sejam treinados e capacitados para executar a instalação de maneira segura

F i s c a l i z a ç ã o d a s i n s t a l a ç õ e s

A f iscalização das instalações de sistemas fotovoltaicos envolve a supervisão de diversos aspectos legais e regulamentares, incluindo a responsabilidade da prefeitura local em situações que envolvem o uso do espaço público ou a necessidade de licenciamento de obras. Em muitos municípios, a instalação de sistemas fotovoltaicos, especialmente em edifícios de g rande porte ou em áreas com restrições urbanísticas, exige a obtenção de alvarás e licenças específ icos, assegurando que a obra esteja em conformidade com as normativas locais

O CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia é o órgão res-

ponsável pela regulamentação e f iscalização das atividades nessas áreas, incluindo as envolvidas na instalação de sistemas fotovoltaicos O instalador ou a empresa contratada para realizar o serviço deve ser registrada no CREA e cumprir as normas estabelecidas pelo órgão. Durante a execução do ser viço, o instalador emite a ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, um documento que formaliza a responsabilidade técnica do profissional ou da empresa pela execução da instalação

Esse registro garante que a instalação será realizada de acordo com o contrato e permite que o CREA fiscalize se o trabalho está sendo conduzido por prof issionais devidamente habilitados.

C o n c l u s ã o

seja segura, ef iciente e funcional para o consumidor O Código de Defesa do Consumidor exige que todos os ser viços prestados, incluindo a instalação de sistemas fotovoltaicos, atendam a padrões de qualidade, segurança e eficiência Caso ocorram falhas devido a erros na execução, o consumidor tem o direito de exigir reparos ou compensações, o que reforça a importância de um trabalho bem feito e conforme as normas

A instalação de sistemas fotovoltaicos envolve uma série de responsabilidades legais e regulamentares que garantem a segurança e a qualidade do ser viço. O instalador deve estar atento ao cumprimento das normas da ABNT e das exigências do Ministério do Trabalho, para garantir que o projeto seja executado de forma segura e ef iciente Além disso, o instalador deve seguir as regulamentações locais e as orientações do CREA e da Prefeitura, que super visionam o processo em termos técnicos e administrativos

Normas e regulamentos

Norma - Documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que for nece, para um uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto

Regulamento - Documento que contém regras de caráter obrigatório e que é estabelecido por uma autoridade

Regulamento técnico - Regulamento que estabelece requisitos técnicos, seja diretamente, seja pela referência ou incorporação do conteúdo de uma nor ma, de uma especificação técnica ou de um código de boas práticas

A responsabilidade do instalador de sistemas fotovoltaicos vai além da execução técnica da instalação Ela envolve o cumprimento das normas técnicas, a obser vância das exigências legais e a garantia de que a instalação

Cumprir essas normas e regulamentos é fundamental para garantir a integ ridade do sistema e a credibilidade do setor, assegurando que a instalação de sistemas fotovoltaicos seja realizada de forma segura, ef iciente e dentro dos padrões legais exigidos

R e f e r ê n c i a s

[1] Código de defesa do consumidor - Lei Nº 8 078, de 11 de setembro de 1990

[2] Código Penal – Decreto-Lei No 2 848, de 7 de dezembro de 1940

[3] ABNT ISO/IEC GUIA2 - Normalização e atividades relacionadas - Vocabulário geral

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Da Redação de FotoVolt

Veja neste levantamento como ent rar em contato com for necedores de estações de recarga no mercado brasileiro e, também, com algumas empresas ainda sem representação por aqui mas que mani festam intenção nesse sent ido São detal hadas as caracter íst icas dos sistemas de C A e CC o ferecidos

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Beny New Energy (11) 91919-0007 andre mattioli@beny com

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Eletrocentro (47) 3209-1709 comercial03@eletrocentro ind br

Enel X Way

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Intelbras (48) 99945-0405 gr upo cve pro@intelbras com

Kraper Eikon (47) 9720-0065 vendas@kraper com

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61851-21-2, 61008-2-1/1, 62196-1/2;

62423, 61000-6-1/2/3/ 4, 61000-3-11/12

NBR-5410, 17019; IEC 61851-1/2; Anatel Atos14448 e 6506, CoC IEx 21.xxxx, 12345-22-12345

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(*) A empresa procura por representante para o Brasil Obs.: Os dados constantes deste guia foram for necidos pelas próprias empresas que dele par ticipam, de um total de 59 empresas pesquisadas Fonte: Revista Fotovolt, dezembro de 2024

Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta Acesse www arandanet com br/revista/fv e confira Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias Basta preencher o for mulário em www arandanet com br/revista/fotovolt/guia/inserir/

A r m a z e n a m e n t o d e e n e r g i a

U m a a n á l i s e d o e n v e l h e c i m e n t o d a s b a t e r i a s d e ío n s d e l ít

i o

Baterias de íons de lítio experimentam processos de envelhecimento mais ou menos severos Um fator muito importante, entre outros, é a formação da Interface de Eletrólito Sólido (SEI, na sigla em inglês) – uma camada protetora dos eletrodos, originária da decomposição dos próprios eletrodos e do eletrólito Esta camada deve ser tão estável quanto possível, e ainda ser permeável aos íons de lítio A cada carga e descarga, a SEI pode crescer ou se retrair Conforme a f lexibilidade e a estabilidade desta camada, em função do material dos eletrodos e do eletrólito, a bateria envelhece mais rápida ou mais lentamente [1, 2]

Num cenár io de crescente demanda energét ica, é cr ucial o desempenho dos sistemas de ar mazenamento de energia elét r ica e de seus componentes B ater ias estão sujei tas a mecanismos de envel hecimento que rest r ingem sua vida út il e podem ser at r ibuídos a múlt iplas causas Este ar t igo descreve e analisa tais mecanismos e sua prevenção

F ig 1 – I lust ração de possíveis mecanismos de envel hecimento SEI Inter face de E let róli to Sólido [Fonte: TU-B erlim; Brehm (modi cação)]

ocorre na forma de dendr itos (cristais pontiagudos como agulhas), que perfuram o separador e podem causar (mini) curtos-circuitos Estes, por seu tur no, provocam intensa liberação de calor e rápido envelhecimento da célula da bateria [3, 4].

Outro fator de envelhecimento relevante é a deposição de lítio metálico (plating) Este processo pode ser desencadeado, por exemplo, por altos picos de corrente ou tensões de descarga muito baixas A deposição de lítio na superfície dos eletrodos

Além disso, durante a transferência de carga do lítio, podem ocorrer g randes variações de volume devido ao armazenamento reversível do lítio nos respectivos eletrodos Tal fato pode levar a f issuras nos materiais dos eletrodos e a sucessivas perdas de contato, que signif icam perda de material ativo e, em consequência, perda contínua de capacidade Os principais mecanismos

de envelhecimento estão representados no esquema da f igura 1 Basicamente, as causas do envelhecimento são divididas em envelhecimento cíclico e envelhecimento cronológico (ou calendário) O primeiro é um dos principais fatores que inf luenciam a vida útil por meio das sucessivas cargas e descargas das baterias A cada ciclo de carga e descarga ocorrem reações químicas que acarretam a deg radação dos materiais ativos nos eletrodos Com o tempo, este processo reduz a capacidade C e aumenta a resistência inter na R da bateria [5]

Enquanto as baterias perdem carga ao longo de sua utilização, elas também podem envelhecer em repouso – um fenômeno conhecido como envelhecimento cronológico Este artigo analisa os envelhecimentos cíclico e cronológico das baterias, examina suas causas e seus efeitos e apresenta soluções para prolongar sua vida útil

Julia Kowal, da Universidade Técnica de Berlim (Alemanha)

Envelhecimento cronológico

O envelhecimento cronológico é inf luenciado pelo armazenamento das baterias sob diferentes temperaturas e estados de carga Ele é causado por reações químicas que ocorrem com o tempo, mesmo que a bateria não esteja sendo usada. Estas reações químicas podem ser inf luenciadas por múltiplos fatores: um fator preponderante é a temperatura de armazenamento Altas temperaturas ativam reações químicas colaterais, que podem levar a um envelhecimento acelerado [6] Como reg ra geral, um incremento de 10 K na temperatura resulta numa duplicação da taxa de envelhecimento (f igura 2) Baixas temperaturas, por outro lado, limitam o desenvolvimento desses fenômenos, porém implicam menor difusão de material e podem alterar a química da bateria

Outro fator de inf luência é o estado de carga (SOC) (do inglês State of Charge) durante o armazenamento da bateria O SOC representa o conteúdo de íons de lítio nos respectivos eletrodos. Assim, baterias sob a mesma temperatura, mas com SOCs diferentes, não envelhecem da mesma forma

Em princípio, a maior deg radação da bateria pode ser obser vada com SOCs muito altos ou muito baixos (f igura 3) De fato, um SOC muito alto ou muito baixo produz um g rande desequilíbrio de potencial na interface en-

tre o eletrodo e o eletrólito e promove reações químicas indesejáveis, que aceleram o envelhecimento Um estado e carga médio é ideal para baterias de íons de lítio [7-9]. Portanto, a química da bateria também inf luencia o envelhecimento, já que diferentes materiais de eletrodos envelhecem de forma diversa com diferentes SOCs, devido às propriedades específ icas de seus materiais [5, 10, 11]

Redução do envelhecimento

As possibilidades para reduzir o envelhecimento cronológico são, de um lado, o desenvolvimento de materiais com baixa reatividade e melhor estabilidade [5]; de outro, o emprego de sistemas de refrigeração, por exemplo, que pode contribuir para regular a temperatura no interior da bateria, diminuindo deste modo o envelhecimento cronológico [6] Outra medida importante consiste em evitar elevados estados de carga, em particular para aparelhos que frequentemente operam conectados à rede, por exemplo, notebooks Atualmente, é possível ajustar um estado de carga máximo no gerenciamento de energia, o que favorece um prolongamento da vida útil

F ig 3 – Representação da ta xa de envel hecimento da célula da bater ia confor me o estado de carga SOC = Estado de Carga (Fonte: TU-B erlim)

Ciclos

Ciclos completos equivalentes

F ig 4 – O número má ximo de ciclos depende da var iação do estado de carga que ocor re por ciclo Pequenas var iações de carga per mi tem maior número de ciclos completos de carga e descarga DOD P ro f undidade de Descarga (Fonte: TU-B erlim)

Durante a carga e a descarga ocorrem reações eletroquímicas que levam à formação de ligações químicas Contudo, essas reações não são plenamente reversíveis e acarretam a formação g radual de compostos químicos, que reduzem a capacidade da bateria em função da perda de material dos eletrodos.

Envelhecimento cíclico

O envelhecimento cíclico refere-se ao fenômeno segundo o qual, ao longo do tempo e em razão de sucessivos processos de carga e descarga, a capacidade de carga da bateria declina. Tal fenômeno é inf luenciado por diversos fatores

A profundidade de descarga (DOD, do inglês Depth of Discharge) também exerce uma inf luência signif icativa sobre o envelhecimento da bateria DODs altas durante a operação causam a perda de capacidade da bateria Este fato é atribuído principalmente à deg radação do eletrodo positivo e à desestabilização da SEI, em função de estados de carga muito altos ou muito baixos [12] A inf luência da profundidade de descarga sobre o número máximo possível de ciclos está ilustrada na f igura 4

F ig 2 – Redução de capacidade em f unção do tempo, para 40 C , 45 C e 50 C (Fonte: TU-B erlim)

Mecanismos de degradação cracking

Mecanismos de degradação

For mação de Inter face de Ele trólito Sólido (SEI) interface de eletrólito sólido

F ig 5 – Representação esquemát ica de uma camada de passivação, designada Inter face de E let róli to Sólido (SEI), sobre um elet rodo de gra te (Fonte: TU-B erlim)

dendr itos plating plating

Deposição de lítio (Plating) plating

F ig 6 – O plat ing ocor re sob a inter face de elet róli to sólido e pode per f urá-la Dendri tos são cr istais pont iagudos que podem at ravessar o separador e provocar um cur to-circui to na bater ia (Fonte: TU-B erlim)

For mação de f issuras (cracking) cracking

F ig 7 – F issura de par t ículas (crack ing) num elet rodo de gra te (Fonte: TU-B erlim)

Redução do envelhecimento

Embora o envelhecimento cíclico seja um processo inevitável, há meios que possibilitam prolongar a vida das baterias. Um deles é a otimização do processo de carga Em particular, excesso de carga ou descarga profunda devem ser evitados, de modo a reduzir a formação de ligações químicas irreversíveis Assim também a aplicação de materiais avançados pode melhorar a reversibilidade das reações da célula, tor nando mais lento o processo de envelhecimento

Ver if icações (Check-up) – Para compreender e quantif icar o envelhecimento das baterias são realizadas verif icações e ensaios visando a identif icação e a medição de parâmetros importantes, tais como a capacidade, a resistência inter na, e demais indicadores de desempenho Os ensaios abrangem, por exemplo, a determinação da taxa de autodescarga, a duração do ciclo de vida e a geração de calor

Medição de capacidade – A capacidade de uma bateria é um parâmetro essencial que indica a quantidade de energia que ela pode armazenar. A medição de

capacidade é normalmente realizada carregando a bateria sob uma tensão def inida e descarregando-a com carga constante, enquanto a energia drenada é medida. Uma redução na capacidade ao longo do tempo pode sugerir deg radação do material e outros mecanismos de envelhecimento As medições de capacidade também podem ser usadas para avaliar a ef iciência e o desempenho do carregamento

Medição de resistência inter na – A resistência inter na de uma bateria é um importante indicador de desempenho e envelhecimento Uma resistência inter na mais elevada indica perdas aumentadas e capacidade de resposta reduzida A medição da resistência

inter na é efetuada aplicando uma corrente conhecida à bateria e medindo as quedas de tensão O aumento na resistência inter na ao longo do tempo pode ref letir alterações no sistema eletroquímico, perdas de materiais ativos ou outros mecanismos de envelhecimento

Difusão

Transferência de carga Re {Z} em Ω

F ig 8 – Grá co de Nysquist de uma célula de bater ia de íons de lí t io, indicando a classi cação dos processos da bater ia (Fonte: Brehm)

Espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS, na sigla em inglês) –A espectroscopia de impedância eletroquímica é um método para caracterizar baterias e determinar suas propriedades eletroquímicas Ao aplicar uma tensão ou corrente alter nada senoidal à bateria e medir a impedância resultante em função da frequência, podem ser obtidas informações sobre transferência de carga, reações eletroquímicas e efeitos do envelhecimento. O método EIS permite a determinação de parâmetros complexos da bateria, como resistência à transferência de carga, capacidades de camada dupla e processos de difusão [17-19] (f igura 8)

Identif icação de parâmetros adicionais – Além da capacidade e da resistência inter na, ensaios também podem ser vir para identif icar outros parâmetros importantes. Ao combinar essas

medições, podem ser obtidas informações detalhadas sobre a condição da bateria e seus mecanismos de envelhecimento

Baterias de íons de lítio: fuga térmica ou avalanche térmica?

Celso L P Mendes, LSM IEEE, VDE

Oter mo “fuga tér mica”, tradução literal de ther mal r unaway, costuma aparecer na literatura no contexto das baterias de íons de lítio. Contudo, como a ter minologia técnica deve procurar expressar com a máxima clareza e per tinência o evento a que se refere, cabe aqui uma reflexão

Resumidamente, ther mal r unaway descreve uma reação exotér mica na qual a temperatura da célula da bateria se eleva (por causas inter nas ou exter nas) e a energia tér mica liberada contribui para retroalimentar o processo Se a temperatura continua a aumentar e a taxa de aquecimento excede a de dissipação, o ther mal r unaway se instala podendo ejetar gás, fumaça, fogo e estilhaços O calor se propaga para outras células próximas, que desencadeiam processos exotér micos sucessivos, agravando a extensão do evento

Essa retroalimentação – seja pela energia tér mica gerada (selfheating ), seja pelo efeito dominó sobre outras células – deu origem ao ter mo “avalanche tér mica” [3]

De fato, uma avalanche é um movimento de massa que consiste em fluxos de materiais, cujo volume e velocidade aumentam à medida que eles deslizam por uma encosta íngreme Esta analogia descreve com propriedade o ther mal r unaway.

Meios para prevenir o início da avalanche tér mica e sua propagação para outras células são discutidos nas referências [2] e [5] Sobre aplicações em sistemas estacionários de armazenamento de energia, FotoVolt publicou o ar tigo: Incêndio em baterias de íons de lítio –um risco controlável, edição 5/2022, pp 58-61, disponível em https://www arandanet com br/revista/fotovolt

F o n t e s

[1] UL Electrochemical Safety Research Institute – What is a ther mal r unaway? Disponível em https:// lnkd in/dBzR8vTk Acesso em 11 11 2024

[2] Mitsubishi Electric – Ther mal r unaway: What is it and how to prevent it Disponível em https://lnkd in/ dcNni5UF Acesso em 11 11 2024

[3] Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações – Glossário de Ter mos Disponível em https://lnkd in/ d4RRn2HE Acesso em 11 11 2024

[4] Magalhães, R O - Estudo de avalanche tér mica em um sistema de carga e descarga de bateria em satélites ar tificiais Tese de Doutorado

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais São José dos Campos, 2012 Disponível em https:// lnkd in/d7HFUEky Acesso em 11 11 2024

[5] Siemens AG - Schutzkonzept für stationäre Lithium-Ionen-Batteriespeichersysteme Frankfur t am Main, 2023 Disponível em https://lnkd in/dTHGwiSi Acesso em 11 11 2024

R e f e r ê n c i a s

[1] Kabir, M. M.; Demirocak, D. E.: Degradation Mechanisms in Li-Ion Batteries: A State-of-the-Art Review. International Journal of Energy Research John Wiley and Sons Ltd November 1, 2017, pp 1963–1986

[2] Laresgoiti, I ; Käbitz, S ; Ecker, M ; Sauer, D U : Modeling Mechanical Degradation in Lithium Ion Batteries during Cycling: Solid Electrolyte Interphase Fracture J Power Sources 2015, 300, 112–122

[3] Lin, X ; Khosravinia, K ; Hu, X ; Li, J ; Lu, W : Lithium Plating Mechanism, Detection, and Mitigation in Lithium-Ion Batteries Progress in Energy and Combustion Science Elsevier Ltd November 1, 2021

Evento de origem
Avallanche Calor dissipado
© Mitsubish E ectric [2] térmica
Elevação

[4] Liu, Q ; Du, C ; Shen, B ; Zuo, P ; Cheng, X ; Ma, Y ; Yin, G ; Gao, Y : Understanding Undesirable Anode Lithium Plating Issues in Lithium-Ion Batteries RSC Adv 2016, 6 (91), 88683–88700

[5] Palacín, M. R.: Understanding Ageing in Li-Ion Batteries – a Chemical Issue

[6] Maures, M ; Zhang, Y ; Martin, C ; Delétage, J Y ; Vinassa, J M ; Briat, O : Impact of Temperature on Calendar Ageing of Lithium-Ion Battery Using Incremental Capacity Analysis Microelectronics Reliability 2019, 100–101

[7] Liu, K ; Ashwin, T R ; Hu, X ; Lucu, M ; Widanage, W D : An Evaluation Study of Different Modelling Techniques for Calendar Ageing Prediction of Lithium-Ion Batteries Renewable and Sustainable Energy Reviews 2020, 131

[8] Barré, A ; Deguilhem, B ; Grolleau, S ; Gérard, M ; Suard, F ; Riu, D : A Review on Lithium-Ion Battery Ageing Mechanisms and Estimations for Automotive Applications. Journal of Power Sources. 2013, pp 680–689

[9] Keil, P ; Schuster, S F ; Wilhelm, J ; Travi, J ; Hauser, A ; Karl, R C ; Jossen, A : Calendar Aging of Lithium-Ion Batteries J Electrochem SOC 2016, 163 (9), A1872–A1880

[10] Dubarry, M ; Qin, N ; Brooker, P : Calendar Aging of Commercial Li-Ion Cells of Different Chemistries – A Review Current Opinion in Electrochemistry Elsevier B V June 1, 2018, pp 106–113

[11] Eddahech, A ; Briat, O ; Vinassa, J M : Performance Comparison of Four Lithium-Ion Battery Technologies under Calendar Aging Energy 2015, 84, 542–550

[12] Wikner, E ; Björklund, E ; Fridner, J ; Brandell, D ; Thiringer, T : How the Utilised SOC Window in Commercial Li-Ion Pouch Cells Inf luence Battery Ageing Journal of Power Sources Advances 2021, 8

[13] Dudézert, C ; Reynier, Y ; Duffault, J M ; Franger, S : Fatigue Damage Approach Applied to Li-Ion Batteries Ageing Characterization Materials Science and Engineering: B 2016, 213, 177–189

[14] Yan, P ; Zheng, J ; Gu, M ; Xiao, J ; Zhang, J -G ; Wang, C -M : Intragranular cracking as a critical barrier for high-voltage usage of layer-structured cathode for lithiumion batteries; Nature Communications volume 8, Article number: 14101 (2017) Cite this article

[15] https://doi org/10 1016/j elecom 2023 107588

[16] Yan, P ; Zheng, J ; Gu, M ; Xiao, J ; Zhang, J G ; Wang, C M : Intragranular Cracking as a Critical Barrier for High-Voltage Usage of Layer-Structured Cathode for Lithium-Ion Batteries. Nat Commun 2017, 8

[17] Goldammer, M S E ; Kowal, J : Investigation of Degradation Mechanisms in Lithium-Ion Batteries by Incremental Open-Circuit-Voltage Characterization and Impedance Spectra In 2020 IEEE Vehicle Power and Propulsion Conference, VPPC 2020 – Proceedings; Institute of Electrical and Electronics Engineers Inc , 2020

[18] Franke-Lang, R ; Kowal, J : Analysis of Electrochemical Impedance Spectroscopy on Zinc-Air Batteries Using the Distribution of Relaxation Times Batteries 2021, 7 (3)

[19] Kowal, J ; Budde-Meiwes, H ; Sauer, D U : Interpretation of Processes at Positive and Negative Electrode by Measurement and Simulation of Impedance Spectra Part I: Inductive Semicircles J Power Sources 2012, 207, 10–18

Artigo publicado originalmente na revista alemã ep – Elektropraktiker, edição 03/2024 Copyright Huss Medien, Berlim Publicado por FotoVolt sob licença dos editores Tradução e adaptação de Celso Mendes

C o n e x ã o à s r e d e s

A l o n g a l u ta d a i nve rsã o d o f l uxo

d e p o t ê n c i a

Aimplantação da geração solar distribuída no País tem sido de tal maneira acelerada nos últimos anos que muitos de seus possíveis problemas para a rede de distribuição não tiveram tempo sequer de ser previstos de forma adequada antes da expansão da fonte

Muito por conta da novidade que a nova opção de geração própria de energia representa, várias dessas questões precisaram ser enfrentadas, de forma regulatória, em meio a grandes ondas de investimento, o que nem sempre ag radou a integ radores e desenvolvedores, que passaram a ver algumas das novas reg ras como obstáculos para seus projetos

O caso mais simbólico desse cenário é o que envolve a inversão de f luxo de potência, fenômeno que acontece quando a potência elétrica f lui no sentido contrário do que foi projetado no sistema de distribuição ou transmissão, ou seja, da carga para as redes ou para os geradores Isso acontece na GD solar, caso a geração de energia dos módulos seja maior do que a carga local, o que faz o excedente seguir o indesejado caminho contrário

Apesar de o problema representar uma verdade técnica já enfrentada antes por mercados mais maduros do

Resolução após resolução da Aneel, a polêmica em tor no das recusas de conexão sob just i cat iva de inversão de uxo de po tência nas redes de dist r ibuição parece não ter m D i culdades reais? Er ro de inter pretação? Meras desculpas? Esta repor tagem ouviu ent idades representat ivas dos geradores F V e de duas dist r ibuidoras de energia sobre o assunto

E fei tos indesejados na rede: sobretensão, circulação de grandes blocos de energia autônomos (sem despacho) e di culdade de recomposição do sistema quando de oscilações for tes da energia solar

que o brasileiro, no País ela passou a ser regulada apenas a partir de 2023, quando a resolução Aneel 1059 inseriu um novo artigo (73) na resolução 1000/2021, que disciplina os ser viços de distribuição A diretriz passou a permitir que as distribuidoras avaliassem a ocorrência da inversão de f luxo dos projetos de GD, autorizando reprovas daqueles em que fossem constatados os riscos à rede

Como consequência, várias concessionárias começaram a aplicar o artigo e, com isso, a vetar projetos Embora tenha atendido a preocupação técnica do regulador e das empresas, as reprovações provocaram, por outro lado, a reação do setor de geração distribuída,

que passou a ver na norma um instrumento utilizado pelas distribuidoras para diminuir a entrada de micro e miniusinas em suas redes.

Tr ê s e x c e ç õ e s

Com o crescimento dos vetos, inicialmente mais adotados pela distribuidora mineira Cemig e na sequência pelas demais, os representantes do setor solar fotovoltaico, com destaque a Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e o Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel), começaram a liderar campanhas contra a forma como a análise de f luxo estava sendo encaminhada

Marcelo Furtado, especial para FotoVolt

As manifestações contrárias se intensif icaram e incentivaram debates entre regulados e o regulador, chegando ao ponto de a Aneel criar uma solução para tentar conter os ânimos. Neste ano, a agência publicou em julho nova resolução normativa, a 1098, válida desde 1º de outubro, que criou limitações ao poder de veto dos projetos pelas distribuidoras com base na inversão de f luxo

A resolução estabeleceu que as distribuidoras devem isentar da necessidade de análise de inversão de f luxo projetos que se enquadrassem em três tipos de situações A primeira foi batizada como fast track (via rápida, em tradução livre) e libera para conexão à rede, independentemente de causar ou não a inversão, todas as microusinas com até 7,5 kW de potência e cujo propósito seja o autoconsumo local

A segunda exceção libera usinas de até 50 kW que sejam enquadradas na chamada compatibilidade de consumo, ou seja, cuja geração seja compatível com o consumo instantâneo na mesma unidade consumidora Por f im, foram liberadas da análise usinas de zero grid, aquelas que mesmo conectadas à rede não exportam energia, já que esse perf il de usina com inversor híbrido obviamente não tem como causar a inversão de f luxo

E f e i t o r e b o t e

As mudanças da resolução 1098 visaram facilitar o andamento dos projetos de GD junto à carga, para consumo próprio, perf il das exceções, o que no geral foi bem aceito. O novo ordenamento, mais claro, também fez com que o número de reprovas caísse em algumas regiões, caso de Minas Gerais.

Apesar disso, na análise da vice-presidente de geração

distribuída da Absolar, Bárbara Rubim, no primeiro mês da adoção da nova reg ra está sendo identif icado em algumas concessionárias o que ela chama de efeito rebote. Trata-se, em resumo, do efeito contrário do objetivo da mudança regulatória: depois das exceções, em alguns casos, as concessionárias passaram a reprovar mais projetos

Isso tem ocorrido, segundo Rubim, mais especif icamente nas distribuidoras do g rupo CPFL no estado de São Paulo e no Rio Grande do Sul (RGE).

Segundo ela, antes da mudança nessas áreas de concessão praticamente todos os projetos de microgeração (até 75 kW) estavam sendo aprovados Mas depois de 1º de outubro começaram a aumentar as reprovações.

“Percebemos que começaram a ser aprovados apenas os projetos que se enquadrassem em alguma das três hipóteses que dispensam análise de

inversão de f luxo. Com o restante começou a haver uma reprovação em massa e que muitas vezes acaba não seguindo as próprias indicações ou preceitos da Aneel”, disse.

Embora os dados de reprovas não sejam públicos, a Absolar fez consulta junto a integ radores e, entre março até 30 de outubro, há um total de 40 projetos reprovados (com 3887 kW de potência) em oito distribuidoras, sendo 24 de concessionárias do g rupo (CPFL Paulista, CPFL Piratininga e RGE) [O grupo CPFL foi procurado pela reportagem mas não atendeu aos pedidos de entrevista ]

Tem mesma análise a diretora jurídica do Inel, Marina Meyer, para quem a CPFL está interpretando a resolução de maneira errada Segundo ela, o correto depois da resolução 1098 seria ter mais projetos aprovados nessas concessionárias, o que não está acontecendo Essa constatação fez o Inel, junto com o Movimento Solar Livre, fazer atos com integradores na frente da CPFL Paulista em Campinas (SP) e da RGE em São Leopoldo (RS), no dia 1º de novembro.

De acordo com dados da Aliança Solar, que inclui o Inel e o Movimento Solar Livre, a quantidade anual de conexões no País caiu de 802 mil, em 2022, para 622 mil em 2024 Isso, na análise do movimento, signif ica que 180 mil projetos foram recusados, o que daria uma proporção de 1 recusado a cada 4 aprovados Para a vice-presidente da Absolar, além do efeito rebote, está sendo verif icado também que as distribuidoras não estão seguindo o manual de instru-

R ubim (Absolar): e fei to rebo te, com aprovação apenas de projetos enquadrados na RN 1098 e “reprovação em massa ” dos demais
A to de integradores em f rente à CPFL Paulista, em Campinas, mo t ivado pela inter pretação de “maneira er rada” da resolução 1098

ções da resolução 1098, que embasa a forma como precisam ser feitos os estudos de inversão de f luxo No manual, explica Rubim, há por exemplo a necessidade de a distribuidora fazer uma análise horária, em todos os dias da semana, para fundamentar a inversão de f luxo no ponto “Além disso, a distribuidora precisa informar o nome do prof issional responsável com sua assinatura em uma anotação de responsabilidade técnica (ART) do estudo de inversão de f luxo ” , disse

Segundo ela, neste último caso, a associação fez reclamações junto ao CREA (Conselho Regional de Engenharia e Ag ronomia) para apresentar denúncias em virtude da não apresentação da ART, o que descumpre a lei 5.194 de 1966, que regula as atividades de engenheiro e arquiteto “Estamos também em contato com as distribuidoras, mas sobretudo com a Aneel, sobre a ocorrência do efeito rebote nas distribuidoras”, disse

O Inel está da mesma forma fazendo reclamações junto ao CREA sobre a não inclusão de ART nas análises, segundo Marina Meyer, e ainda notif icou o Conselho Federal de Engenharia (Confea) sobre o não cumprimento da determinação do manual de instruções. Em sua avaliação, o documento assinado e seguindo as orientações da Aneel tor na os processos mais transparentes e seguros “É possível (a distribuidora) alegar inversão de f luxo, mas após isso o estudo precisa ser verif icado e aquele engenheiro que alegou a inversão naquele ponto, naquela subestação, tem que se identif icar para que verif iquemos a veracidade do estudo e possamos contestar”, diz

Na Cemig diminuiu

Apesar do alerta das entidades que representam o setor solar sobre o possível efeito rebote depois da resolução 1098, no caso da distribuidora Cemig, de Minas Gerais (estado onde há a segunda maior capacidade instalada de GD solar do País, com 4,2 GW, atrás de São Paulo, com 4,8 GW), acontece o oposto, segundo o superintendente de expansão da média e baixa tensão da distribuidora, Fabiano Mendonça Dias.

cluiu ser “bombardeada” por conta das reprovas e adotar postura pioneira para criar metodologias de análise que ser viram até de modelo para a Aneel em suas regulações (caso da liberação automática para projetos com compatibilidade de geração e consumo instantâneo)

Meyer (Inel): engenheiro que alegou inversão de uxo tem de se ident i car

De acordo com ele, o ambiente já melhorou antes mesmo da nova resolução, visto a Cemig contar com uma calculadora digital que permite aos acessantes da rede fazerem a conta sobre a potência que pode ser liberada ao projeto em virtude da simultaneidade de consumo no ponto pretendido Apenas com esses avanços, af irma Dias, 60% dos pedidos acumulados neste ano (90 500 solicitações de acesso até o f im de outubro) foram liberados sem nenhum tipo de impedimento Já ao se considerar o novo cenário após a validação da resolução Aneel 1098, em outubro, o percentual de aprovação aumentou para 80%. “E desse total aprovado mais de 95% são conexões liberadas sem obras, ou seja, com liberação automática”, completa Dias. As reprovadas, continua, são solicitações com erros ou muito acima do consumo local do cliente.

Mendonça D ias (Cemig): empresa passou por processo de aprendi zado, o que incluiu ser “ bombardeada” por causa das reprovas

Segundo Dias, a base para começar a disciplinar a ocupação da rede foi enfrentar a causa da inversão de f luxo, ou seja, restringir projetos que ag regam mais geração do que carga em um alimentador ou na subestação Essa característica, explica, tem como consequência nefasta mais imediata a sobretensão, que é muito difícil se ser controlada “No pico da GD, no pico da insolação, de cara, um dos g randes problemas é isso”, diz. Segundo ele, o fenômeno ocorria de início, com muita frequência, quando não havia controle, por exemplo, em alimentadores em área rural, com pouca carga, e que de uma hora para outra passavam a ter miniusinas de até 5 MW

Para chegar no atual nível da sistemática de análise de f luxo inverso das crescentes solicitações de conexão em Minas Gerais (há mais 3 GW contratados), segundo o superintendente, a Cemig precisou passar por um longo processo de aprendizado, o que in-

Além da sobretensão, o f luxo inverso também acarreta problemas de limitação de manobras de circuitos e oscilações “A partir do momento que você passa a ter g randes blocos não despacháveis na rede, isso é um caos para qualquer operador de sistema elétrico, com fontes f ixas sem autonomia sobre o despacho”, diz, referindo-se às micro e miniusinas solares conectadas.

“Passou uma nuvem no céu, vai lá embaixo a geração solar E aí como é que se absor ve, como é que se recompõe o sistema elétrico com esse nível de oscilação? Essa instabilidade é muito desaf iadora”, completa Dias

1 $ $ 3 / , &$ 2

S o b r e t e n s ã o n o P a r a n á

Aliás, as consequências do f luxo inverso de potência na rede, em destaque a sobretensão, começam a preocupar a distribuidora paranaense, a Copel, segundo o seu diretor de operação e manutenção, Júlio Omori Isso porque a empresa, que conta com sof isticado sistema inteligente de gestão da rede, o ADMS (do inglês Advanced Distribution Management System), está identif icando sinais de sobretensão em áreas do estado com excesso de microusinas conectadas na rede de média tensão

Para o diretor, o g rande problema é o sistema de distribuição não estar preparado para lidar com a sobretensão “Quando a tensão é para cima temos menos margem em comparação de quando é para baixo, a subtensão. A nossa ‘artilharia’ é para combater a subtensão, a preocupação sempre foi para evitar a queda”, explica Na situação contrária, de acordo com Omori, os efeitos são mais danosos, com a sobretensão podendo gerar avarias nos equipamentos, rompendo isolamentos e, por f im, gerando ressarcimentos g randes para o consumidor

“Estamos começando a obser var nas nossas simulações problemas de algum nível de sobretensão na média tensão”, disse Segundo ele, o sinal de alerta dado pela gestão inteligente (o estado já implementou mais de 1 milhão de smartmeters) fez a companhia começar a mapear todos os pedidos de microgeração vinculados a esses circuitos de média tensão. “E agora nós estamos iniciando estudos específ icos, detalhados, que a gente já faz para a minigeração, mas que agora também serão para a microgeração”, completa

Para Omori, esse cenário vai impactar, na sequência, em alguns pontos onde não vai ser possível transferir carga, tendo em vista que o problema está generalizado nas regiões mape-

adas em média tensão. A consequência, alerta o diretor, é que em breve o Paraná, que já tem 3 GW de potência instalada em geração solar distribuída, comece a reprovar projetos com mais frequência

“Obviamente vamos respeitar a nova regulamentação, abaixo de 7,5 kW não tem discussão, essas acabam entrando Mas tínhamos uma capacidade de hospedagem (host) para receber a GD que está chegando no limite”, diz o diretor. Conforme explica, o cenário de excesso de microusinas na média tensão, além das reprovas, pode demandar ainda altos investimentos na rede, com potencial de afetar o custo da tarifa no estado

Nas simulações feitas pelo sistema de gerenciamento, as obras de reforço, a depender da cur va de entrada de novas microusinas, envolveriam investimentos anuais entre R$ 50 milhões e R$ 200 milhões Esse dinheiro deve ser empregado para regulação de tensão, recondutoramento, novos transformadores de rede e abertura de novos circuitos

Segundo Omori, a limitação em 7,5 kW de projetos isentos das análises de inversão de f luxo também embutem o risco de provocar uma enxurrada de microusinas contíguas nessas potências que, somadas, teriam g rande impacto na rede, com a desvantagem de não poderem ser restringidas

C o n v i v ê n c i a p a c í f i c a

que até o momento a companhia conseguiu conviver com a expansão da GD sem precisar vetar muitos projetos “Temos pouca reclamação na Aneel e poucas reprovações”, diz.

A aparente “convivência pacíf ica” com os projetos se deve, para começar, à metodologia que a Copel adota para a liberação de miniusinas solares fotovoltaicas (potências de 75 kW até 5 MW) na rede de média tensão, empreendimentos com mais chances de causar problemas. De acordo com o diretor, há nesses casos processos criteriosos, com estudos de avaliação de inversão de f luxo específ icos para os acessantes que analisam as condições do sistema

“Nós normalmente não inviabilizamos a conexão desses projetos Mas (nas reprovas) vetamos a conexão no local com baixa carga e indicamos outro ponto que não vai gerar problema para o sistema”, diz Segundo o diretor, essa postura não tem gerado muitos problemas com os donos dos projetos O máximo que ocorre são reclamações por ter que mudar a obra para outro local.

A possibilidade de aumento de reprovas no Paraná será uma mudança de postura, de acordo com Omori, tendo em vista

Omor i (Copel): Capacidade de hospedagem da rede para receber a GD está chegando ao limi te

Já na microgeração, ajuda no bom convívio a postura específ ica adotada para uma das maiores demandas de projetos no estado, a de microusinas para produtores rurais Esse setor já responde por 33% do total das usinas nessa faixa de potência, em razão de contar com prog rama de incentivo do gover no estadual. Trata-se de projetos que, além de representarem um volume g rande de usinas e com potencial mais elevado de causar inversão de f luxo, têm potência alta, já no limite da baixa tensão

Segundo Omori, os projetos solares para propriedades rurais praticamente têm um transformador

para cada consumidor. “Compatibilizamos bem a potência, porque na área rural tem uma condição de baixa carga, baixa geração, por uma rede que é extensa”, explica. Em pontos críticos vinculados a aviários, piscicultura, produção de leite, por exemplo, há um transformador para cada ponto de rede. “Claro que pode acontecer inversão, e acontece de vez em quando do circuito mandar f luxo de potência para a subestação, mas é uma inversão ainda controlada”, diz Omori

Nos projetos de microgeração na baixa tensão nas cidades, também há uma particularidade que diminui possíveis impactos de f luxo inverso “Na cidade, os nossos transformadores são de pequena potência, a Copel trabalha com 220/127 volts, em vez de 380/220, como muitas das capitais Então temos poucos consumidores por transformador”, af irma Nesse cenário, continua o diretor, quando o consumidor vai instalar uma microgeração, pede um aumento de demanda e a Copel faz a infraestrutura necessária, com transformador para fazer a acomodação “Quando se faz isso, automaticamente a GD também tem menos impacto no f luxo inverso ali na baixa tensão. Posso dizer que temos pouco desse tipo de problema na microgeração na baixa tensão”, completa

Nota da Redação: assim como o grupo CPFL, a Aneel também foi contactada para esta reportagem e, da mesma forma, não respondeu até o fechamento da edição

Pa i n é i s d e M T e t ra n sf o r m a d o re s e m u s i n a s d e M M G D

Vinícius Ayrão*

“ Quando colocamos o trans formador a seco em invólucro, as condições de dissipação de calor se modi cam (...); painéis têm sido en tregues com i tens fal tan tes ou erros simples”

Caros leitores, havia previsto para essa edição continuar o assunto dimensionamento de condutores no arranjo fotovoltaico, mas nas últimas semanas tive uma quantidade razoável de eventos envolvendo conjuntos de média tensão e transformadores em usinas de clientes, de modo que me senti impelido a escrever sobre isso A continuação do tema do dimensionamento de cabos, portanto, f ica para a próxima edição

Os problemas que você não vê

Uma usina de energia solar fotovoltaica tem por objetivo principal gerar a máxima energia com a máxima confiabilidade possível Ao projetarmos, buscamos uma solução ótima, que alinhe custos de implantação, qualidade de equipamentos e layout Essa etapa é muitas vezes realizada por uma equipe especializada em geração de energia solar, sem conhecimentos profundos em equipamentos elétricos de CA e de operação e manutenção

E o que tem acontecido? Transformadores que queimam, relés que atuam indevidamente, atrasos na conexão por falha em painéis de média tensão Alguns desses problemas podem ser mitigados ou eliminados no processo de aquisição, no projeto ou no planejamento da construção e dos ensaios

Transformadores

Este é o item que mais me tem causado incômodo. Como prof issional especialista em instalações elétricas de média e baixa tensão, sempre dimensionei os

transformadores com folga Aliás, aprendi que o transformador deveria ter um carregamento inicial da faixa de 70%

Em usinas solares, é muito comum que a engenharia das empresas donas dos ativos queira transformadores com carregamento de 100% O objetivo é reduzir o custo e as perdas ao longo da vida útil da usina Faz sentido? Sim e não

Reduz o custo? Reduz As perdas serão menores? A princípio sim Mas o quanto isso é relevante no modelo econômico? Deixemos de lado isso por um momento e vamos analisar outros aspectos

Transformador a óleo (mineral ou vegetal) ou transfor mador a seco? Pressupondo uma usina remota no solo, a decisão sobre o meio de resfriamento é uma questão de projeto Particularmente, pref iro o tipo a seco pois evita a construção de uma caixa de contenção de óleo

Mas nosso problema está em decidir se os transformadores serão de uso ao tempo ou abrigado Os transformadores de instalação ao tempo, sejam a seco ou a óleo, são amplamente adotados em usinas de solo, principalmente com o uso de skids. Entre suas vantagens está a facilidade de instalação e a dispensa de construção de um recinto para o transformador Isso representa menos uma frente de obra, o que pode ser bastante relevante quando temos prazos de término da obra curtos ou há dif iculdade de contratação de mão de obra Os problemas dessa solução têm sido:

a) No transfor mador a óleo: As conexões dos condutos onde serão instalados os cabos de média tensão no primário do transformador e os cabos e baixa tensão no secundário precisam ser realizadas de forma a manter o g rau de proteção IP do transformador sem as conexões, e de maneira que permitam a retirada das tampas dos f langes para ser viços de manutenção sem que se tenha de desmontar parte dos condutos

As especificações desses detalhes de conexão não são tratadas entre quem irá executar a instalação e quem compra e aprova o projeto eletromecânico do transformador Com isso, ou o projetista responsável pelo projeto executivo propõe uma solução factível de ser realizada em campo, ou a equipe de campo “ se vira”, ou os cabos ficam expostos e sujeitos à entrada de roedores e outros animais pelas aberturas dos f langes

Quando esse tipo de transformador é instalado abrigado, as g rades de proteção entre o exterior e o interior protegem contra roedores e outros animais (pressupondo que a NBR 14039 tenha sido obser vada), mitigando esse problema

b) No transfor mador a seco –Transformador a seco em invólucro IP-54 é derrota Não temos normas ABNT ou IEC que tratem do projeto de transformador a seco em invólucro. Quando o fabricante projeta um transformador de 1000 kVA, por exemplo, ele o projeta como IP-00 e considerando que haverá condições de resfriamento mínimas, cujas exigências estão em normas O problema con siste em que, qua ndo

colocamos o transformador em um invólucro, as condições de dissipação de calor se modif icam

O que def ine a potência de um transformador nada mais é do que a potência que leva a temperatura de seu enrolamento ao limite aceitável Se temos restrição na troca de calor, essa temperatura será atingida com potências menores, ou seja, um transformador projetado como 1000 kVA em IP 00 não for necerá 1000 kVA em IP-54; ele precisará ser sobredimensionado ou ter um excelente sistema de ventilação e exaustão (que nunca poderá falhar)

É óbvio que o fabricante do transformador conhece essas características, mas como eles calculam o transformador nessa condição? Temos muitos fabricantes de transformadores a seco no Brasil, de indústrias multinacionais a pequenas indústrias e não temos uma norma específ ica para isso. Em tempos de disputa acirrada de preços, os fabricantes passam a correr mais riscos (ou seja, são mais arrojados no projeto)

Quando o transformador queima (e têm queimado), além do problema dos custos de troca, mesmo em garantia, temos o período em que a usina não gera

E temos ainda os casos em que o fabricante do invólucro não é o fabricante do transformador, ou seja, uma indústria eletromecânica que não fabrica transformador faz um invólucro, calcula um sistema de ventilação e exaustão, e não temos nenhum amparo técnico de que essa solução manterá o transformador dentro dos seus parâmetros técnicos Ah, e nesses casos o transformador pode não ser coberto pela garantia.

Painéis de média tensão

Os painéis de média tensão da entrada de energia precisam atender às prescrições das concessionárias. Para a maioria destas, os painéis podem ser de uso ao tempo ou abrigado, com exceção da Light, que apenas permite os de uso abrigado.

Na maioria das concessionárias os fabricantes são homologados previamen-

te, o que garante um requisito mínimo de qualidade entre fabricantes diversos. A escolha da compra, nesses casos, recai sobre condições comerciais Cabe obser var que condições comerciais não são apenas preço, mas também entrega, assistência técnica, garantia, controle de qualidade e pós vendas

É nesses itens que estão nossas dores Um painel de média tensão é um produto no qual o especialista é o fabricante Nós def inimos os requisitos, mas as especif icações e todo o projeto inter no são do fabricante, não nossos

Os fabricantes nos enviam os projetos eletromecânicos para aprovação, e eu sempre entendi que o objetivo disso era:

• Conhecer as dimensões exter nas e verif icar seus impactos nos projetos de arquitetura e outras disciplinas;

• Verif icar se os requisitos solicitados foram atendidos; e

• Verif icar se as informações são as necessárias e suf icientes para desenvolvimento do projeto executivo

Eu não olhava detalhadamente o desenho de comando e controle inter no porque, af inal, entendia que seria feito um teste pelo fabricante em fábrica, e que na obra tudo estaria funcionando De forma semelhante, não achava que o TAF (teste de aceitação em fábrica) fosse extremamente relevante, pois af inal os for necedores são sérios e têm um bom controle de qualidade

Ledo engano, que aprendi a duras penas

Seja por alta demanda, seja por falta de processos inter nos, muitos painéis têm sido entregues em obras com itens pequenos faltantes ou com erros simples. Algumas das falhas comuns que temos visto são:

• Relés com defeitos (contatos que não operam ou relés queimados);

• Carregadores de baterias com problemas;

• Comandos ligados errados (contatos NF ligados onde deveria ser NA, por exemplo);

• Intertravamentos mecânicos ou elétricos com problemas; e

• Bobinas de abertura ou fechamento com tensão incorreta

Esses problemas têm sido diagnosticados nas obras, muitas vezes no momento da conexão, o que tem impacto f inanceiro na mão de obra no campo e em atraso na geração

Assim, o TAF passa a ser uma forma de o cliente garantir que o fabricante está fazendo o controle de qualidade (eu sei que parece ridículo, mas acredite: vai te economizar dinheiro) Abaixo, uma lista de itens a serem obser vados no TAF:

• A montagem está em conformidade com o esquema unif ilar aprovado na concessionária?

• Os para-raios de distribuição são os especif icados?

• As chaves seccionadoras são as especif icadas?

• Os relés, TCs e TPs estão conforme os estudos de proteção aprovados?

E de ações a serem realizadas no teste pelo cliente:

• Faça o teste funcional dos intertravamentos;

• Ligue e desligue os disjuntores de MT e as chaves seccionadoras de 3 a 5 vezes; e

• Energize o relé e simule a abertura do disjuntor de MT (se não tiver uma mala de injeção de corrente para ensaio, nessa etapa, faça um jump no contato NA do relé para simular a falha).

Conclusão

Os problemas aqui relatados têm acontecido com uma frequência razoável e precisamos f icar atentos. Não há modelo econômico de GD que preveja problemas de engenharia.

Na próxima edição, retor no ao dimensionamento de cabos.

* Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ, Vinícius

Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv projetoinstalacao@arandaeditora com br

Conheça o potencial do Nordeste

O congresso de alto nível receberá 500 congressistas e 30+ palestrantes de primeira linha para discutir não só políticas, desafios jurídicos e marcos regulatórios, como também financiamento e soluções de integração com a rede A missão do Intersolar Summit Brasil Nordeste é trazer informações aprofundadas, facilitar oportunidades de contatos de alta qualidade, expandir o uso de tecnologias FV nos âmbitos regional e nacional

Inspirado em

ó d u l o s f ot ov o l ta i c o s

Da Redação de FotoVolt

Tipo de módulo

Película fina Outros

Empresa, telefone e e-mail Fabricante/ País

Axitec (71) 99295-2723 info-br@axitecsolar com

Balfar Solar (44) 99854-0616 contato@balfarsolar com br

Brasilsat (41) 98844-4723 edol@brasilsat com

BYD (11) 97484-6601 maria oliveira@byd com

Dmegc Solar (19) 98272-8250 gabriel cogo@dmegc com cn

Eternit Solar (11) 4414-1064 sac@eter nit com br

GCL (19) 98702-1273 cor rearenan@gclsi com

(51) 99346-6475

Intelbras (48) 3281-9500 sarah silva@intelbras com br

Aqui se apresentam especi cações de módulos o ferecidos por quase duas dezenas de empresas, sendo a maior ia impor tadoras, e ainda uma companhia sem presença for mal e que busca representante no País. Os dados estão tal como foram for necidos pelas própr ias empresas, que também têm aqui seus meios de contato.

Características elétricas (STC) Outras características

T e n s ã o d e c r c u i t o a b e r t o ( V o c )

C o r r e n t e d e c u r t oc i r c u t o ( I s c ) D m e n s õ e s ( m m ) P e s o (

S

Película fina Outros

Empresa, telefone e e-mail Fabricante/ País

Ourolux (11) 2172-1000 gsolar@ourolux com

Renesola (15) 99848-0302 felipe leme@renesola-energy com

Runda Solar (41) 99697-2888 r ui@r undapv com

Serrana Solar (54) 3039-9999 ser rana@ser ranaenergia

Sirius (81) 99150-0589 contato@energiasirius.com

Soprano (54) 2109-6029 energiasolar@soprano com br

Trina Solar (13) 98848-0711 harison franca@trinasolar

Tsun Power (19) 99409-7007 comercial@tsunpower com br

WEG (47) 3276-4000 automacao@weg net

Obs : Os dados constantes deste guia foram for necidos pelas próprias empresas que dele par ticipam, de um total de 143 empresas pesquisadas Fonte: Revista Fotovolt, dezembro de 2024

Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta Acesse www arandanet com br/revista/fv e confira Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias Basta preencher o for mulário em www arandanet com br/revista/fotovolt/guia/inserir/

Q u a n t o c u sta a s e g u ra n ça n a i n sta l a çã o e l é t r i ca d o S AV E ?

“ Investir em disposi tivos de pro teção é essencial para preser var vidas e garan tir segurança. A lém de evi tar aciden tes, re e te responsabilidade e compromisso com um f uturo mais seguro para todos”

Asegurança é como uma protagonista invisível. Sua ausência é percebida nos casos de acidentes e falhas, enquanto sua presença não recebe o devido mérito, já que é quase sempre imperceptível. Ainda assim, é essencial e insubstituível

Muitas vezes, as pessoas se expõem ao risco da insegurança, contando com a sorte sob a justif icativa de que “ sempre f iz assim e nunca aconteceu nada”

Os riscos geralmente são difíceis de perceber Por isso, muitas vezes as coisas são feitas e planejadas sem considerar as exceções, e é aí que aparecem as exposições ao perigo. Normas e estudos técnicos muitas vezes não são suf icientes para convencer as pessoas a eliminarem os riscos e usarem as técnicas corretas. É aí que entra o Estado, criando obrigatoriedades para proteger todo mundo.

O problema é que, quando algo vira obrigatório, muitas pessoas acabam resistindo Podem até admitir a maior segurança, mas não gostam da obrigação Isso já aconteceu com o uso do cinto de segurança, airbags, aterramento e, mais recentemente, com os dispositivos DR e o novo padrão de tomadas brasileiro Apesar de salvar vidas, essas mudanças sempre enfrentam resistência no começo

O meu primeiro curso sobre instalações elétricas para carregadores

de veículos elétricos foi realizado em São Paulo em 2019, quando ainda não havia sido publicada a NBR 17019. Porém, neste ano já havia a obrigatoriedade do DR Tipo A ou Tipo B, com a proibição do DR Tipo AC, pois, apesar de não haver uma norma nacional sobre o tema, existia uma inter nacional, a IEC 60364-7-722. Nesta época, a preocupação era menor, pois havia apenas duas ou três marcas de carregadores, as quais já for neciam as proteções inter nas ao equipamento –algo que achávamos que seria predominante no mercado e reduziria os riscos No entanto, em função da corrida por redução de custos, aumento de competitividade e redução de preços dos carregadores, muitos equipamentos chegam ao cliente final sem nenhuma proteção, sendo necessário provê-las na instalação elétrica f ixa, antes da conexão com o carregador. E é neste ponto que começam os problemas: diversas instalações com irregularidades, empresas que vendem

dispositivos de proteção inadequados à aplicação, omissão e/ou imperícia no dimensionamento de proteções.

A meu ver, um dos principais problemas é imaginar que o atendimento à uma parte da norma seja suf iciente para obter o g rau de proteção por ela previsto, ou ainda usar a livre inter pretação dos itens da norma, adequando a escrita objetiva conforme pensamentos e interesses Recentemente, um vídeo nas redes sociais mostrou um g rande empreendimento sendo entregue com dezenas de tomadas para carregadores de veículos elétricos, mencionando conformidade com as normas NBR 5410 e NBR 17019. Porém, em um dos takes, era visível que cada tomada tinha apenas um disjuntor monopolar como proteção Isso evidenciou o completo desacordo com as normas, além do risco potencial para os moradores Fazendo um mea culpa, o vídeo menciona que os futuros moradores poderiam colocar as demais proteções, o que não contesta o fato de a obra ter sido entregue em completo desacordo com ambas as normas E se o morador leigo pensar ser dispensável a proteção?

A informação e o conhecimento estão disponíveis, seja por meio da fonte primária, a norma técnica, ou textos

e artigos técnicos detalhando a especificação da proteção, como já realizado nesta coluna em edições anteriores. Empresas e profissionais que negligenciam a segurança em instalações colocam vidas em risco Qual é o preço dessa escolha?

O preço de mercado de proteções para um SAVE – Sistema de Alimentação de Veículo Elétrico não chega a R$ 1 mil, valor que não representa 1% do custo total do veículo e carregador juntos. Os custos das proteções são irrisórios perto dos benefícios gerados, como a integ ridade das pessoas Por outro lado, o custo de um acidente pode ser elevado, podendo envolver danos materiais e/ou à vida. Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2024 [1] da Abracopel, no ano de 2023 ocorreram 781 mortes em decorrências de acidentes de origem elétrica no Brasil, sendo 67 por incêndios, 674 por choques elétricos e 40 por descargas atmosféricas Das vítimas de choques elétricos, 210 das fatalidades ocorreram na própria residência Os principais motivos são apresentados na figura 1

F ig 1 - P r incipais causas de acidentes por choques elét r icos nas áreas residenciais em 202 3 [1]

Para concluir, a segurança nas instalações elétricas é muito mais do que apenas seguir normas É a base para garantir um mercado de mobilidade elétrica confiável e sustentável Quando é ignorada, seja por descuido ou falta de preparo, vidas são colocadas em risco, e a credibilidade de toda a indústria é abalada

A preocupação com a segurança das instalações dos SAVEs deve ser considerada, pois são cargas elevadas e que estarão ligadas por um período longo, expondo a instalação elétrica f ixa a um aumento de temperatura, que, caso não esteja bem dimensionada, pode gerar potenciais problemas

O preço de um acidente é inf initamente superior ao preço de dispositivos que garantirão a segurança da instalação Portanto, além da omissão ser um ato criminoso, é irracional do ponto de vista financeiro Os prof issionais e empresas que omitem as proteções não estão atentando somente contra seus próprios clientes e usuários, mas também contra o mercado de mobilidade elétrica. Se um incidente qualquer gera alta repercussão, imagine o impacto gerado por um acidente com consequências g raves

Investir em dispositivos de proteção é essencial para preser var vidas e garantir segurança. Além de evitar acidentes, essa escolha ref lete responsabilidade e compromisso com um futuro mais seguro para todos É uma decisão que protege as pessoas, assegura a integ ridade das instalações e promove a confiança no uso de novas tecnologias.

Garantir a segurança não é apenas uma exigência normativa; é um compromisso com a vida e com o futuro da mobilidade elétrica.

R e f e r ê n c i a s

[1] Martinho, Edson; de Souza, Danilo Ferreira; Martinho, Meire Biudes; Martins Jr Walter Aguiar; Morita, Lia Hanna Martins; Maionchi, Daniela de Oliveira (org) Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2024 – Ano base 2023 Salto-SP: Abracopel, 2023 DOI: 10 29327/5388685

* R afael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, af inidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos E-mail:

No Brasil

Inter solar Summit NE – O Intersolar Summit Brasil Nordeste acontecerá no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, em 23 e 24 de abril de 2025 Constituído de cong resso e feira, o evento enfocará energia solar, armazenamento de energia, H2V e outros assuntos Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www. intersolar-summit-brasil com/nordest

Geração centralizada – O cong resso GC aborda assuntos sobre energia em geração centralizada com foco em fontes de energia renovável A terceira edição do evento acontecerá em São Paulo, SP, em abril de 2025 O objetivo é reunir a cadeia produtiva do setor de energias renováveis a f im de incentivar discussões, novos negócios, parcerias e acordos Informações em https:// cong ressogc com

The smar ter E – O The smarter E South America 2025 acontecerá de 26 a 28 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, cong regando os eventos: Intersolar South America - A maior feira & cong resso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South America - Feira de produtos e ser viços para eletromobilidade Organização de Solar Promotion Inter national GmbH, Freiburg Management and Marketing Inter national e Aranda Eventos & Cong ressos Informações: www.t hesmartere.com.br.

FIEE – A 32a edição da FIEE - Feira Internacional da Industria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro de 2025, no São Paulo Expo O evento, que apresenta equipamentos, produtos,

soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a transfor mação digital da indústria, sustentabilidade, conectividade e tecnologia Mais infor mações em https://www.f iee.com.br.

Cursos

Instalador, PVSyst – A Unicamp vai realizar diversos cursos voltados ao segmento solar fotovoltaico O de Instalação e integração de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica será realizado em formato presencial de 7 a 9 de fevereiro de 2025 Com o objetivo de propiciar ao aluno um contato prático e profissionalizante com sistemas fotovoltaicos conectados à rede, o curso vai abordar a concepção, o projeto e a conf iguração de um sistema fotovoltaico ligado à rede, com 4 horas de teoria, e em seguida os alunos serão instruídos a realizar uma instalação fotovoltaica com pleta, incluindo a montagem de módulos solares em telhado e a construção da parte elétrica Pretende-se que ao f inal do curso o aluno esteja apto a montar quadros elétricos com dispositivos de proteção, definir e instalar o cabeamento fotovoltaico, instalar inversores e sistemas de monitoramento, instalar estruturas de fixação e painéis fotovoltaicos em telhados, implementar sistema de monitoramento de energia e realizar testes de funcionamento e detecção de defeitos em sistemas fotovoltaicos O curso destina-se principalmente a prof issionais de engenharia, técnicos ou prof issionais de outras áreas que possuam conhecimentos básicos de eletricidade Mais informações e inscrições em https:// www cursosolarunicamp com/agenda

Fundamentos de energia FV – O Canal Solar oferece o curso EAD Fundamentos de energia fotovoltaica, que aborda noções básicas sobre funcionamento dos painéis solares; conversão de luz solar em eletricidade; benefícios da energia solar e sua atuação na redução da conta de luz; dicas sobre identif icação do poten-

cial solar da região; dimensionamento de sistemas; tendências do mercado; e oportunidades de carreira na indústria fotovoltaica. O treinamento é ministrado por Bruno Kikumoto, engenheiro eletricista pela Udesc - Universidade Estadual de Santa Catarina, com mestrado em Engenharia Elétrica pela Unicamp - Universidade Estadual de Campinas A carga horária é de cerca de 17h Mais informações em https://cursos.canalsolar.com.br.

Senai-SP – O curso de aperfeiçoamento prof issional Energia Solar FotovoltaicaTecnologias e Aplicações, do Senai SP, com carga horária de 24 horas, visa desenvolver competências para a avaliação da viabilidade técnica e f inanceira da implementação de sistemas de energia solar fotovoltaicos, diagnosticando fatores de consumo de energia, identificando tecnologias e equipamentos, e propondo soluções de acordo com normas e determinações dos órgãos regulamentadores Inscrições em www.sp.senai.br/curso/ energia-solar-fotovoltaica-tecnologias-e aplicacoes/89542

No exterior

Inter solar Europe – A Intersolar Europe 2025, um dos principais eventos globais da indústria solar, ocorrerá entre os dias 7 e 9 de maio de 2025, no Messe München, em Munique, Alemanha. O evento faz parte do hub de inovação The smarter E Europe, conglomerado de exposições dedicadas à indústria de energia na Europa. O foco da feira é conectar negócios solares, destacando tendências de mercado, inovações tecnológicas e mode los de negócios emergentes. A edição de 2025 contará com cerca de 1450 expositores A expectativa é atrair mais de 110 mil visitantes Os temas principais incluem tecnologias fotovoltaicas, usinas solares e sistemas térmicos solares, com oportunidades para networking, participação em conferências lideradas por especialistas e exposição de soluções. Mais informações no site of icial do evento: www intersolar de

Pro d u to s

Estação de energia

A Neosolar, distribuidora de produtos para energia solar, for nece no mercado brasileiro a estação de energia da linha HPS-AHL, da Epever, indicada para ambientes residenciais e

aplicações prof issionais ou de lazer

A power station funciona como um gerador, equipada com bateria de lítio LiFePO4, inversor, carregador e controlador de carga MPPT Disponível em três modelos (HPS1022-AHL0210, HPS1522-AHL0310 e HP2522-AHL0610) e potência de saída de 1000 W, 1500 W e 2500 W, a solução conta com backup e nobreak, que mantêm os dispositivos funcionando mesmo durante as quedas de energia, e pode ser aplicada em sistemas of f grid e híbridos, de segurança e monitoramento, emergenciais, além de motorhomes e campings. Outras características: tecnologia plug and play; grande capacidade de carregar aparelhos eletrônicos; gerador silencioso; design projetado para facilitar transporte e instalação, etc

www.neosolar.com.br

Inversor com autolimpeza

dade na Operação e Manutenção (O&M), em função da autolimpeza dos dutos de ar, com a remoção automática de poeira, que minimiza a necessidade de manutenção manual; e a diminuição do tempo necessário para manutenção, que resulta em menos paradas do inversor, elevando a disponibilidade e a produtividade da sua operação.

https://br.sung rowpower.com

Módulos bifaciais

A Fotus oferece os módulos bifaciais com células N-Type 570 W, da Ronma Solar. Segundo a empresa, os equipamentos garantem alta ef iciência, de até 22,06%. Contam com células tamanho 182 × 91 mm, garantia de produto de 15 anos e garantia de energia linear de 30 anos, além de baixa deg radação anual de 0,40% https://fotus.com.br/modulos-ronma-solar

Tecnologia de comunicação

A Sung row for nece no mercado brasileiro o inversor SG250HX-20, equipado com a tecnologia de autolimpeza dos dutos de ar Segundo a empresa, isso permite potencializar a ef iciência e a conveniência das operações O equipamento visa atender a demandas específ icas de projetos de g rande escala, como usinas solares e empreendimentos de energia renovável. Entre as características do produto, destacam-se: a facili-

Com base na tecnologia de comunicação PLC, a GoodWe otimizou e atualizou suas soluções PLC de 1 0 para 2 0, chegando à atual HPLC, comunicação que adota um chip de modulação mais recente, tornando, segundo a empresa, a taxa de transmissão equivalente mais rápida, alcançando 200 kbps Além disso, possui a função CSMA, que pode prevenir a interferência cruzada; com a distância máxima teórica de comunicação podendo chegar a 1000 m Para garantir uma comunicação mais rápida e estável, todos os inversores da linha 1500 V (de 225 kW a 350 kW) da GoodWe

foram atualizados para HPLC. A GoodWe também fornece diversos dispositivos comunicadores para usinas centralizada e de g rande porte. A Unidade de Comunicação Inteligente SCU3000A, por exemplo, é equipada com 1 ou 2 (opcional) portas HPLC, 8 portas RS485, 2 portas LAN, 8DI, 4DO, 8AI e PT100/ PT1000. Também possui um switch Ethernet e de fibra com 2 portas de fibra e 6 portas Et her net, e há uma caixa de emenda de f ibra de 24 núcleos. A solução conta com diferentes meios de comunicação com o inversor, como HPLC e RS485 O RS485 também é compatível com equipamentos de terceiros, como estações meteorológicas, medidores e dispositivos de medição e controle de estação de MT Para equipamentos inversores e de terceiros, suporta Modbus RTU. Em aplicações SCADA, suporta padrões IEC 104, Modbus TCP e Goose com porta LAN

https://br.goodwe.com

Armazenamento de energia

A Elgin, fabricante e distribuidora de equipamentos fotovoltaicos, fornece tecnologias de armazenamento com baterias combinadas a sistemas inteligentes

de gestão energética para as novas instalações de sistemas fotovoltaicos

O portfólio de soluções de armazenamento da empresa agora inclui inversores híbridos trifásicos, sistemas all in one que combinam inversores e baterias acopladas, além de um novo modelo de bateria de lítio wall mounted Segundo a empresa, essas inovações permitem a capacidade de monitorar, controlar e otimizar o uso de energia em sistemas solares residenciais, comerciais e industriais, possibilitando gerenciamento da energia, resultando em uma significativa redução nos custos.

www.elgin.com.br

Proteção de inver sores solares - A Embrastec lançou o e-book g ratuito Proteção contra surtos dos inversores solares, de autoria de José Márcio Rosa, Bianca Almeida, Cleiton Busse, Felipe Viotto, Laís Pimentel e Sergio Roberto Santos. A publicação tem o objetivo de orientar os prof issionais do setor fotovoltaico sobre as melhores práticas para a proteção de inversores solares contra surtos O livro aborda os perigos dos surtos elétricos e explica como raios e outros distúrbios podem danificar os equipamentos. Também destaca a importância dos DPS para a proteção dos sistemas fotovoltaicos e apresenta dicas de instalação e manutenção dos DPS. É estruturado em cinco capítulos: Introdução, subdividido em inver-

sores solares, sobretensões transitórias e correntes de surto e Dispositivos de Proteção contra Surtos; Proteção contra surtos de inversores solares (incor porada ou através da instalação de DPS); Proteção contra sobrecorrentes, incluindo fusíveis; Qualidade dos DPS CC para SFV; e Conclusões O e-book está disponível no endereço https:// embrastec-1.rds.land/ebookprotecao-contra-surtos-doinversor-solar.

Geração, conver são e aplicações - O livro Energia Solar Fotovoltaica: Geração, Conversão e Aplicações foi escrito pelos professores do Instituto de Eletrônica de Potência (INEP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Roberto Coelho, Lenon Schmitz e Denizar Martins. A obra está dividida em cinco capítulos: Introdução ao Efeito

Fotovoltaico: Caracterização elétrica dos geradores fotovoltaicos e análise da inf luência das condições climáticas na geração de energia; Modelagem de Geradores Fotovoltai-

cos: Abordagem matemática para determinar parâmetros do circuito elétrico equivalente ao modelo de um diodo; Conversores CC-CC e Rastreamento de Ponto de Máxima Potência: Discussão sobre os principais algoritmos para otimização da ef iciência dos sistemas; Sistemas Fotovoltaicos Isolados: Ênfase em armazenamento de energia, controladores de carga e inversores autônomos; e Sistemas Conectados à Rede Elétrica: Cobertura de normas técnicas, topologias de inversores e filtros, modelagem, controle e algoritmos para anti-ilhamento. A publicação é voltada para estudantes, engenheiros e técnicos da área de energia solar, com foco em aplicações práticas e fundamentos teóricos. É recomendada como material de referência tanto para iniciantes quanto para prof issionais que buscam atualização O livro pode ser adquirido na página oficial do INEP/UFSC: https://inep.ufsc.br/livros.

Transações de usinas fotovoltaicas - O Boletim M&A, produzido pela Greener, empresa de inteligência de mercado especializada no setor fotovoltaico, mostra que, entre julho e setembro, foram

negociadas 20 usinas fotovoltaicas, somando 515 MWp de potência Em comparação com o mesmo período do ano passado, os números representam um aumento de 89% nas transações, entre aquisições de usinas e transações de empresas, divulgadas publicamente. Considerando todos os ativos transacionados até o f im do terceiro trimestre, houve um aumento de 21,4% nas operações mapeadas em relação a todo o ano de 2023. No acumulado, foram 85 transações mapeadas nos últimos três anos. O estudo completo está disponível em www g reener com br/wp-content/ uploads/2024/10/Boletim3o-trim -2024-3 pdf

A i m p o rtâ n c i a d a e n g e n h a r i a p a ra s u p e ra r d e s a f i o s n o s e t o r s o l a r

f o t ovo l ta i c o

“ Evoluções da engenharia a judam a reduzir custos operacionais, aumen tar a geração de ele tricidade do sistema fo tovol taico e ampliar a viabilidade econômica de proje tos da fon te solar”

Aenergia solar no Brasil está perto de encerrar o ano de 2024 com um misto de conquista e desa o do que pode vir pela frente. A boa notícia é que o País atingiu, no nal de novembro, a marca histórica 50 GW de potência instalada Isso representa mais de 1,5 milhão de empregos verdes acumulados desde 2012. Neste período, o setor trouxe ao País mais de R$ 229,7 bilhões em novos investimentos e gerou mais de R$ 71 bilhões de arrecadação aos cofres públicos. Com esta conquista, o Brasil entra para o seleto grupo dos seis países do mundo a já ultrapassar 50 GW da fonte solar, juntamente com China, Estados Unidos da América (EUA), Alemanha, Índia e Japão, que lideram, nesta ordem, o ranking global de potência instalada fotovoltaica.

Este avanço signi cativo é fruto de uma combinação de fatores, com destaque para a redução de preço da tecnologia, o aumento da e ciência com inovações tecnológicas e ganho de escala de produção Adicionalmente, no Brasil tem sido realizado um forte trabalho institucional, técnico e político pela Absolar, que contribuiu para o estabelecimento de boas políticas públicas e melhores condições de investimentos. Muitos destes investimentos, inclusive, são realizados pelos próprios consumidores. No entanto, na metade de novembro de 2024, o gover no federal anunciou novo aumento do imposto de importação sobre módulos fotovoltaicos, de 9,6% para 25% Essa medida prejudica o avanço da tecnologia no Brasil, pois encarece

a energia solar para os consumidores, di cultando o acesso pela população justamente em um momento em que o mundo trabalha para combater as mudanças climáticas

Outros desa os no horizonte do setor incluem a alta do dólar, a alta da taxa básica de juros e os riscos de alta da in ação no Brasil. Isso se combina, no cenário internacional, com as incertezas geradas pela instabilidade na política mundial de algumas das principais nações na geopolítica internacional, incluindo o aumento de con itos armados na Europa e Oriente Médio, tensões comerciais redobradas entre China e EUA e a pouca ambição para o nanciamento do combate às mudanças climáticas, resultado frustrante da COP29, no Azerbaijão.

Diante de todos estes fatores, o mercado tem buscado alternativas para que os investimentos em energia fotovoltaica sigam atrativos Empreendedores trabalham incansavelmente para identi car e atender as demandas cada vez mais presentes na vida dos consumidores e setores produtivos.

Tais desa os e oportunidades estão diretamente relacionadas às atividades de engenharia no setor elétrico, em geral, bem como no setor solar fotovoltaico, em especí co.

A cada ano, surgem novos modelos de módulos fotovoltaicos mais e cientes, com capacidade de gerar mais eletricidade em uma mesma área, inversores fotovoltaicos mais inteligentes e com novas funcionalidades, rastreadores

solares mais precisos e com maiores tolerâncias para inclinações dos terrenos, cravadoras para estacas com maiores produtividade e versatilidade, cabos elétricos com maiores performances e menores custos, entre inúmeras outras inovações.

Estas evoluções da engenharia ajudam a reduzir custos operacionais, aumentar a geração de eletricidade do sistema fotovoltaico e, ao m, ampliar a viabilidade econômica de projetos da fonte solar, nas suas mais variadas formas e tamanhos

Da mesma forma, a aplicação da engenharia no setor solar também abrange a parte fundamental de prestação de ser viços, incluindo as atividades de projeto, obras, super visão, operação, manutenção, avaliação de performance, auditorias técnicas, otimização de processos, entre outras Estas atividades passam igualmente por inovações e melhorias que contribuem de forma signi cativa para a e ciência e competitividade da tecnologia fotovoltaica.

A combinação dos aprimoramentos em produtos e ser viços na engenharia aproxima a tecnologia da sociedade, dos setores produtivos e da população, democratizando seu uso no Brasil.

A energia elétrica é um insumo cada vez mais imprescindível da sociedade moderna e digital. Os produtos e ser viços disponíveis em nosso tempo são lastreados e evoluem a partir do desenvolvimento da engenharia aplicada nas diversas áreas da cadeia de valor do setor e para a superação dos desa os enfrentados no dia a dia

* Guilherme Pimenta Lago é Diretor de Contratos da Gel Engenharia, Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar, e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica

Guilherme Pimenta Lago, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk*

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