As opiniões expressas nos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por Corte e Conformação de Metais , podendo mesmo ser contrárias a estas.
Capa Operação de corte a laser. Foto: Parilov / Shutterstock
Arte final: Vanessa C. Silva
Carta ao leitor
Empresas investem em inteligência artificial e otimização da produção
Acriação de uma rede global para o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial (IA), composta por indústrias e instituições de pesquisa em tecnologia, é um dos tópicos de um relatório lançado pela ONU – Organização das Nações Unidas –, denominado “Governança da inteligência artificial para a humanidade”.
O relatório foi elaborado a partir de estudos sobre a demanda de sistemas de IA e traz recomendações que podem servir como guia para companhias do setor metal mecânico que compõem a base de leitores da Corte e Conformação de Metais e que têm interesse em trazer esse tipo de tecnologia para o seu chão de fábrica.
Em se tratando de inserir a inteligência artificial na rotina de trabalhos realizados em parques fabris, um projeto desenvolvido em parceria por um instituto de pesquisa ligado ao setor de conformação de metais e empresas dessa área tem como objetivo a otimização do tratamento de dados provenientes de processos de conformação e o seu encaminhamento para modelos de IA e aprendizagem de máquina.
Você pode saber mais sobre este projeto na seção “Notícias” desta edição, na página 6, onde também há uma matéria sobre um sistema de controle de robôs manipuladores e colaborativos que conta com inteligência artificial, que chegará ao mercado brasileiro em 2025, além de outras novidades do setor metal mecânico.
Na coluna “Tudo sobre prensas” desta edição, na página 14, o leitor vai encontrar recomendações úteis no que se refere à distribuição de carga na mesa de prensas usadas para estampagem. Entre os tópicos abordados na seção, elaborada em parceria com Natal Pasqualetti Neto, há informações sobre como evitar a ocorrência de deformações maiores do que a especificada no projeto da máquina.
Boa leitura.
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Corte e Conformação de Metais, revista brasileira que aborda o projeto e a produção de peças a partir de chapas e tubos metálicos, é uma publicação mensal de Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda.
ISSN 1808-351X
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Na vanguarda global da transição energética, o Brasil utiliza seus vastos recursos de energia renovável com soluções avançadas de armazenamento de energia, tecnologias inovadoras de rede e um crescente setor de eletromobilidade. A abundância de seus recursos solares, eólicos e hidrelétricos permite que o país expanda expressivamente sua capacidade de energia renovável, de modo a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as emissões de carbono, ao passo que a incorporação de sistemas avançados de armazenamento de energia aprimora a estabilidade da rede, resultando em um aumento na confiabilidade do fornecimento de energia a par tir de fontes renováveis intermitentes O aproveitamento desse potencial permitirá que o Brasil alcance a sustentabilidade energética, estimulando o crescimento econômico e criando um poderoso exemplo para outros países. The smar ter E South America – a maior plataforma latino-americana para a nova realidade energética e de mobilidade – se dedica a explorar toda questão da nova realidade energética,
abrangendo energia renovável, armazenamento de energia, redes inteligentes e eletromobilidade. Nossa missão é inspirar e facilitar a troca de ideias, tecnologias e práticas que definirão o futuro da energia Realizamos evento mais abrangente para o setor latino-americano de energia renovável, reunindo inovadores, especialistas e líderes do mundo todo para fazer avançar a pauta da energia sustentável Os quatro congressos deste ano prometem ser um evento marcante, tendo como pano de fundo o dinamismo de um setor energético em rápida evolução:
Intersolar South America – O congresso para o setor solar latino-americano ees South America – O congresso para baterias, sistemas de armazenamento de energia e hidrogênio verde Power2Drive South America – O congresso para eletromobilidade e infraestrutura de recarga Eletrotec+EM-Power – O congresso para infraestrutura de eletricidade e gestão de energia
DE INOVAÇÕES PARA O NOVO MUNDO DA ENERGIA
Notícias
Eficiência
energética movida a dados
Um novo projeto do Instituto Fraunhofer para Máquinasferramenta e Tecnologia de Conformação (IWU) tem ênfase no uso intensivo dos dados obtidos no chão de fábrica. Intitulado EmulDan, que significa “eficiência energética na produção por meio do uso multivalente de dados”, o projeto é uma realização conjunta entre o IWU e parceiros da indústria, os quais demonstraram que rotas de processo com consumo significativamente mais baixo e menos tempo de processo são alcançáveis, mantendo-se a qualidade das peças produzidas.O EmulDan se concentra em como coletar dados e trabalhá-los de modo a fornecer insights valiosos para modelos baseados em inteligência artificial (IA) e opções de controle manual aprimoradas.Os sensores que monitoram processos produtivos geram grandes quantidades de novos dados particularmente interessantes para aplicações de IA e aprendizagem de máquina (machine learning), podendo ser agregados, transformados em um modelo de dados unificado e analisados em profundidade, com potencial de criar valor e promover a melhoria contínua na produção.
Uso na conformação a quente
A conformação a quente combina as vantagens da conformação e do tratamento térmico em uma única etapa, permitindo a produção de peças de carroceria leves e de alta resistência, tais como colunas B em automóveis. No escopo do projeto EmulDan, uma chapa de boro-manganês foi aquecida a mais de 900°C e então conformada e
Projeto de pesquisa aborda o tratamento de dados de processos de conformação e o seu encaminhamento para modelos de IA e aprendizagem de máquina. Imagem: Fraunhofer IWU
resfriada em uma matriz (imagem acima). O resfriamento rápido durante e após a conformação faz com que a estrutura do material se torne martensítica, resultando em alta dureza e resistência, mas o processo consome muita energia. Para o controle de processo orientado por dados, os parceiros do projeto coletaram todos os dados de fabricação relevantes e criaram modelos de processo para prever as necessidades de energia e a qualidade dos componentes em vários cenários de otimização. Modelos de processo híbridos baseados em gêmeos digitais provaram ser particularmente benéficos, resultando em economia potencial de energia de até 20 por cento pelo ajuste dos parâmetros. Os modelos de IA desenvolvidos no EmulDan representam um passo significativo em direção a gêmeos digitais abrangentes. Em áreas de fabricação com baixos níveis de automação, esses aplicativos de aprendizagem de máquina podem dar suporte ao planejamento da produção. Pontos em que a fabricação de um componente se aproxima dos limites de tolerância, por exemplo, podem ser detectados mais cedo.Os parceiros
do projeto se concentraram ainda na eficiência energética, garantindo que métricas tradicionais como tempo de fabricação, custo e qualidade do produto não fossem prejudicadas.
Fraunhofer IWU –www.iwu.fraunhofer.de/en.html
Ibero Group amplia a capacidade de produção de implementos rodoviários
O Ibero Group, com sede em Itaquaquecetuba (SP), fornecedor de eixos e suspensões para implementos rodoviários, anunciou a aquisição da Sthall Master, fabricante de peças e acessórios com fábrica em Orleans (SC).
A iniciativa faz parte do plano de oferecer ao mercado conjuntos mais completos de componentes para os implementos, assim como do fortalecimento da atuação do Grupo Ibero no setor de reposição e aftermarket e do impulso ao crescimento das exportações. Após a aquisição, a fábrica da Sthall Master recebeu recentemente investimentos de R$ 5 milhões para modernização do seu parque fabril, o que inclui a instalação de equipamentos como máquinas de corte a laser e dobradeiras CNC, que serão utilizados para dobrar chapas metálicas com alta precisão e repetibilidade.
A modernização permitirá ao Ibero Group dobrar a sua capacidade de produção nos próximos dois anos, atendendo à crescente
demanda por peças de reposição e implementos rodoviários de alta tecnologia. Atualmente, a planta da Sthall Master conta com 144 colaboradores, e a expectativa é que esse número cresça à medida que a operação se expanda. “Com a aquisição da Sthall Master, passamos a oferecer um portfólio completo que reforça nossa proposta de valor. Prevemos que os produtos da Sthall Master possam representar até 25% da receita do Grupo, contribuindo para a meta de R$ 5 bilhões em faturamento do Ibero Group até 2028. Esta aquisição estratégica consolida nossa posição como uma das principais fornecedoras do setor de implementos rodoviários no Brasil”, afirmou Ronaldo Linero, CEO do Ibero Group.
Ao assumir a Sthall Master, o grupo amplia seu portfólio, hoje composto por eixos, suspensões pneumáticas e mecânicas, 4ºs eixos, quintas rodas e peças de reposição, mas também se prepara para aproveitar as oportunidades que tendem a surgir nos próximos anos. O executivo projeta ainda expandir a atuação das marcas do grupo, hoje representadas pela Ibero System, Fontaine e Ibero Parts, principalmente para os mercados da América do Sul e África. “O objetivo é que as exportações representem 10% do faturamento total da empresa até 2030”, afirmou Ronaldo. A Ibero também planeja homologar eixos para o mercado dos Estados Unidos, ampliando ainda mais sua atuação global. Ibero Group – Tel. (11) 4648-1313
Puncionamento e corte a laser em uma
só máquina
A japonesa Muratec desenvolveu uma máquina multitarefa que executa operações de corte a laser, puncionamento e rosqueamento. A proposta consiste em oferecer diferentes opções de processos em
um espaço reduzido e com menor movimentação de materiais no chão de fábrica.
Com área de corte de 1.250 x 2.500 mm ou 1.500 x 3.000 mm, o modelo MF3048HL foi desenvolvido em resposta a solicitações de clientes por um modelo flexível e capaz de processar peças de grandes dimensões.
A unidade permite o processamento de chapas de aço carbono de até 6 mm, com precisão de corte de 0,1 mm e velocidade de deslocamento da mesa de trabalho de 125 m/min. Desenvolvido este ano, o modelo foi apresentado na feira norteamericana Fabtech, que aconteceu em Orlando (Flórida).
Muratec – Tel. (11) 4648-6222
Equipamento da Muratec combina recursos de corte a laser, puncionamento e rosqueamento. Imagem: Muratec
Sistema para conformação por rolos recebe novos recursos
A data M Sheet Metal Solutions (Alemanha) anunciou a nova versão do software COPRA RF, dedicado ao desenvolvimento, projeto e simulação de ferramental cilíndrico para processamento de chapas metálicas, tais como perfilamento e conformação de tubos. A empresa apresentou os novos recursos do sistema na última edição da feira Euroblech, que aconteceu em outubro. Dentre
as melhorias implementadas na versão 2025 do sistema está a integração com o BricsCAD, da Bricsys NV, como um sistema CAD adicional a ser usado juntamente com o AutoCAD, da Autodesk. A empresa também promete melhorias no módulo dedicado à análise de deformação (Deformation Technology Module, DTM).
O módulo é responsável pelo cálculo dos valores máximos de ocorrência de tensões longitudinais no metal em processamento. Isso permite que a viabilidade dos projetos seja avaliada rapidamente, mesmo sem detalhamento do ferramental ou simulações por análise de elementos finitos (FEA).
Um novo recurso de monitoramento “em tempo real” das tensões longitudinais permite que o projetista rastreie diretamente as influências de uma alteração, em uma janela separada ou em um segundo monitor. Alguns tipos de mudanças envolvendo a matriz de conformação, exibidas em tempo real, não exigem mais recálculo, o que proporciona um fluxo de trabalho ininterrupto.
A empresa trabalhou também na melhoria da interface com o usuário, tornando-a mais intuitiva. Assim, podem ser alternadas diferentes visualizações e tipos de gráficos, com a possibilidade de analisar parâmetros de conformação como deformação de borda ou distribuição da deformação, assim como escolher estações ou passagens a serem exibidas nos gráficos DTM.
Integração com o sistema BricsCAD
Desde sua criação, há cerca de 40 anos, o software de projeto COPRA possui interface amigável ao AutoCAD, da Autodesk, um dos sistemas de projeto com uso mais difundido mundialmente. Já a nova versão passa a oferecer também a possibilidade de integração com o BricsCAD 24, desenvolvido pela
Notícias
Monitoramento de tensões em tempo real e compatibilidade com mais um sistema CAD são as novidades que a data M implementou em seu software COPRA, para conformação de metais por rolos. Imagens: data M
empresa belga Bricsys NV, braço da Hexagon AB, com funcionalidade para a criação e edição de projetos 2D e modelos 3D, utilizando o formato de arquivo DWG, nativo do AutoCAD.
A data M também desenvolve os sistemas de medição óptica COPRA ProfileScan Desktop e COPRA RollScanner para controle da qualidade de produtos e ferramentas de laminação, além de prestar serviços de projeto, simulação e análise da conformação por rolos.
Data M Sheet Metal Solutions –www.datam.de/en
IA é recurso principal em novo sistema de controle de robôs industriais
Um sistema de controle de robôs manipuladores e colaborativos que conta com inteligência artificial (IA) para desenvolver estratégias de processos industriais como corte e soldagem de chapas, por exemplo, foi lançado pela Yaskawa Motoman, com matriz no Japão e
filial brasileira em Diadema (SP). O nome do novo sistema é “Motoman Next”, o qual faz parte de uma geração de controladores que deve ser lançada no mercado brasileiro em 2025. Atualmente, o sistema está sendo utilizado em testes que envolvem operações fabris no Japão e nos Estados Unidos. Icaru Rocco Sakuyoshi, diretor-presidente da Yaskawa Motoman, em entrevista concedida à Corte e Conformação de Metais, explicou como a tecnologia funciona e deu exemplos de como os profissionais do setor metal mecânico podem usá-la.
A série de controladores conta com processador da Nvidia, empresa especializada em tecnologias digitais. O processador de alta capacidade atua na simulação de processos industriais a partir de recursos da tecnologia de inteligência artificial, o que faz com que o sistema de controle se torne capacitado para aprender conforme novas informações sejam adicionadas pelo operador do robô, por exemplo. “Isso significa, na prática, que o programador vai inserir novos dados e informar ao sistema Motoman Next quais são as ações que devem ser executadas diante dos possíveis cenários, que serão analisados pela tecnologia. O primeiro passo é realizar a entrada dos dados e depois o robô poderá avaliar a situação, por meio de um sistema de câmeras, por exemplo. Tudo é baseado nas premissas estipuladas pelo programador”, comentou Icaru.
Em se tratando de processos de corte e soldagem, o sistema pode ser usado para simular e definir a melhor estratégia para o robô executar o carregamento de chapas em células robóticas, e também para a retirada de peças cortadas e/ou conformadas em prensas. Também foi comentado por Icaru que o sistema recémlançado proporciona uma redução significativa do tempo necessário para a implementação de programação de robôs feita de maneira tradicional, o que também reduz os custos desse
processo. O executivo sugeriu que o sistema pode ser usado, em um primeiro momento, por exemplo, para a criação de estratégias para a produção de peças sob encomenda. Os clientes poderão contar com assistência técnica e treinamento fornecidos pela Yaskawa Motoman.
Yaskawa Motoman –
Tel. (11) 3563-5500
Sistema para controle de robôs industriais que usa inteligência artificial para simular estratégias de processos produtivos pode ser usado em operações de corte e soldagem de metais. Imagem: Yaskawa Motoman/Divulgação
Programação automática para robôs de soldagem
A ArcNC (Bélgica) desenvolveu um sistema de programação para robôs de soldagem que dispensa algumas etapas que tornam esse processo demorado nas programações on-line e off-line
Enquanto a programação on-line que exige o uso de dispositivos in loco para estabelecer as trajetórias, ou o uso de robôs colaborativos, a programação off-line trouxe praticidade ao processo, ao permitir a criação de trajetórias em um computador, e não necessariamente no chão de fábrica. Tornou possível também o uso de simuladores e software. Nas tarefas menos complexas, porém, há espaço para a programação automatizada, que é objeto do desenvolvimento da ArcNC. A empresa afirma ter introduzido um novo paradigma na programação de robôs,
especialmente adaptada para aplicações de soldagem, pois o seu sistema automatiza a maior parte do trabalho de programação a partir do arquivo de projeto (CAD) da peça a ser soldada. O sistema foi desenvolvido por soldadores e identifica automaticamente, a partir do arquivo CAD, os potenciais pontos de solda nos locais que exigirão montagem. A sequência de soldagem, no entanto, pode ser otimizada automaticamente e ajustada manualmente.
Os movimentos do robô são então calculados automaticamente para a execução da soldagem e realização de movimentos de detecção e transições, de modo a evitar colisões e estabelecer as melhores trajetórias. De acordo com informações da empresa, posicionadores de peças e eixos de robô adicionais podem ser controlados de forma síncrona.
A ArcNC foi uma das empresas expositoras da última edição da EuroBLECH, que aconteceu em Hanover (Alemanha).
ArcNC – www.arcnc.com
Técnica de programação para robôs de soldagem tem como proposta substituir métodos mais demorados. Imagem: ArcNC
Indústria concentra 4 milhões de robôs em operação
A Federação Internacional de Robótica (IFR) divulgou a edição 2024 do Relatório Mundial da World Robotics, registrando um total de 4.281.585 de unidades
operando em fábricas no mundo todo, um aumento de 10% em relação ao levantamento anterior, de 2023. As instalações anuais ultrapassaram meio milhão de unidades pelo terceiro ano consecutivo. Por região, 70% de todos os robôs recémimplantados em 2023 foram instalados na Ásia, 17% na Europa e 10% nas Américas. “O número anual de instalação de 541.302 unidades em 2023 é o segundo maior da história, apenas 2% menor do que o recorde de 552.946 unidades instaladas em 2022”, avaliou Marina Bill, presidente da Federação Internacional de Robótica. As cinco tendências mais fortes para o segmento que foram apontadas no relatório são IA e aprendizagem de máquina; robôs colaborativos; manipuladores móveis (MoMa), gêmeos digitais e humanóides. Integram o levantamento também os robôs autônomos.
Mercado asiático é líder no consumo de robôs
A China é, de longe, o maior mercado do mundo para os robôs. Foram instalados lá 51% do volume global, ou seja, 276.288 robôs industriais. O estoque operacional ficou um pouco abaixo da marca de 1,8 milhão de unidades em 2023, tornando a China o primeiro e único país do mundo com um estoque de robôs tão grande. O setor metal mecânico e de máquinas é o terceiro maior usuário de robôs naquele país, atrás apenas da indústria de eletroeletrônicos e da automobilística.
O Japão manteve a segunda posição, com as instalações de robôs atingindo 46.106 unidades em 2023, uma queda de 9% após dois anos fortes, com pico de 50.435 unidades em 2022.
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Espera-se que a demanda por robôs permaneça estagnada em 2024, mas se recupere em 2025 e nos anos seguintes para taxas médias e superiores a um dígito. Já na Coreia o mercado parece estável, com as instalações atingindo 31.444 unidades em 2023, uma queda de 1% ano a ano. O país foi o quarto maior mercado de robôs do mundo em termos de instalações anuais, depois dos Estados Unidos, Japão e China. Já a Índia é uma das economias emergentes asiáticas de crescimento mais rápido. As instalações de robôs aumentaram em 59% para 8.510 unidades em 2023, um novo recorde puxado principalmente pela demanda da indústria automotiva.
Nearshoring na Europa
As instalações de robôs industriais na Europa aumentaram 9%, totalizando 92.393 unidades. No total, 80% das instalações em 2023 tiveram como destino a União Europeia (73.534 unidades, um aumento de 2%). Projetos atrasados foram concluídos e a demanda por robôs na região também se beneficiou da tendência de nearshoring, ou seja, a estratégia de trazer a produção para o mercado doméstico ou para países vizinhos, que ganhou força especialmente após o período de pandemia. Em 2023, o crescimento foi fortemente impulsionado pela indústria automotiva de países como a Espanha (5.053 unidades +31%), mas também de mercados menores, como a Eslováquia (2.174 unidades, +48%) ou a Hungria (1.657 unidades, +31%). As instalações na Alemanha, o maior mercado europeu e o único europeu entre os cinco maiores do mundo, aumentaram 7%, para 28.355 unidades. As instalações no segundo maior mercado europeu, a Itália, caíram 9%, para 10.412 unidades. E o terceiro maior mercado europeu, a França, caiu 13%, instalando 6.386 unidades.
No Reino Unido, as instalações de robôs industriais aumentaram 51%, para 3.830 unidades em 2023. O investimento foi impulsionado por instalações na indústria automotiva, principalmente para tarefas de montagem.
Indústria automobilística define a demanda nas Américas
As instalações de robôs nas Américas ultrapassaram 50.000 unidades pelo terceiro ano consecutivo: 55.389 unidades foram instaladas em 2023, apenas 1% abaixo do nível recorde alcançado em 2022. Os Estados Unidos, o maior mercado regional, foram o destino de 68% das instalações nas Américas em 2023. As instalações de robôs caíram 5%, para 37.587, mas ainda assim foi registrado o terceiro maior número recorde depois de 2022 e 2018. A demanda da indústria automotiva caiu 15%, para 12.421 unidades, enquanto as instalações na indústria de metais e máquinas aumentaram 8%, para 4.171 unidades. As instalações na indústria elétrica/ eletrônica dos EUA permaneceram estáveis, em 3.900 unidades (+1%). No Canadá, as instalações de robôs aumentaram 37%, para 4.311 unidades, com a demanda condicionada aos ciclos de investimento do setor automotivo. A participação da indústria automobilística foi de 58% em 2023. Também no México a demanda é impulsionada pela indústria automotiva, que responde por 70% do mercado: as instalações desse setor caíram 5% para 4.087 unidades, em um padrão de demanda cíclica. As instalações totais atingiram 5.832 unidades em 2023, uma queda de 3%. Os relatórios completos da IFR podem ser solicitados pelo endereço eletrônico mostrado a seguir. IFR – https://ifr.org/worldrobotics
O Relatório Mundial de Robótica 2024, divulgado pela Federação Internacional de Robótica, mostra um aumento significativo na instalação de robôs em diversas regiões. O setor metal mecânico é o terceiro maior usuário. Imagem: IFR
Transição energética. Uma nova era para os materiais metálicos.
A indústria global de metais e mineração está entrando em uma nova era. Historicamente impulsionada pelo crescimento econômico e pelo desenvolvimento da classe média, essa indústria registrou períodos de forte demanda por carvão, aço e alumínio, a ponto de atualmente 80% da atividade do setor estar relacionada a cinco materiais principais: aço, carvão, ouro, cobre e alumínio.
Este cenário, no entanto, está mudando rapidamente como resultado da transição energética, uma transformação que implica a disponibilidade de materiais necessários ao funcionamento das tecnologias de baixo carbono, a exemplo dos metais especiais e terras raras. Por exemplo, os veículos elétricos a bateria são normalmente de 15 a 20 por cento mais pesados do que veículos com motor de combustão interna similares, e isso desencadeia uma mudança de longo prazo no perfil de demanda de materiais, forçando o uso de materiais mais leves.
Esta questão é o assunto do relatório “Global Materials Perspective 2024“, elaborado pela consultoria norte-americana McKinsey, que visa construir uma base de fatos e perspectivas sobre a necessidade de dimensionar a oferta sustentável e acessível desses materiais. Ao longo de 27 páginas em que são apresentados muitos dados, a pesquisa propõe cenários de transição energética diferenciados pela velocidade da transição, e sugere ainda cenários de fornecimento modelados pela equipe da McKinsey Metal&MineSpans. Os desafios à frente incluem como acelerar a capacidade de fornecimento para atender a novos padrões de demanda, como manter os materiais acessíveis para que eles possam continuar a dar suporte à transição energética e alimentar o crescimento econômico, e como melhorar a sustentabilidade da indústria, levando em conta o contexto político global em evolução, que aumenta ainda mais a incerteza para os investidores.
A concentração da oferta de minério para obtenção de metais como cobre, platina, lítio, manganês, níquel e titânio, entre outros, é um dado importante levantado pela pesquisa, que aponta ainda o protagonismo da China no processamento desses metais. A projeção de aumento de demanda para o lítio, por exemplo, é de 475% entre 2023 e 2035, enquanto a procura por terras raras deve subir 125% no mesmo período. O inevitável aumento dos preços é tido como uma forma de forçar a demanda para baixo, em um patamar mais realista.
O levantamento é um alerta para a indústria ligada ao processamento desses materiais, mas sinaliza também oportunidades de negócios substanciais para a indústria, por meio de mudanças conscientes de portfólio, inovação disruptiva ou novos modelos de negócios. O
estudo completo está disponível para download no endereço eletrônico mostrado a seguir.
McKinsey – www.mckinsey.com
Tsunami de produtos chineses ameaça a indústria no Brasil
“A indústria brasileira está sob ataque”. Assim foi descrita a ameaça que o alto índice de importação de produtos chineses representa hoje para o setor produtivo brasileiro. A declaração foi feita por Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, grupo que reúne 14 instituições representativas de 13 setores da indústria de transformação, construção civil e comércio exterior, em coletiva de imprensa realizada no final de setembro.
A possibilidade de fechamento do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a China agrava essa perspectiva e poderá colocar em risco a projeção de investimentos de R$ 826 bilhões que o grupo traçou para o período de 2023 a 2027. A efetivação do acordo provocará a redução de 57% dos investimentos previstos.
Da siderurgia aos telefones celulares
O tom das declarações se justifica pelos dados de importações que cada um dos setores representados apresentou na ocasião, chamando a atenção para o volume preocupante de itens vindos da China. Foi verificado entre 2022 e 2023 um aumento de mais de 100% da entrada de produtos siderúrgicos pelo Porto de Manaus, e entre os meses de janeiro e agosto deste ano já foi registrado um índice 24,8% maior de importações do que no mesmo período do ano passado, contra 0,7% de aumento da produção interna.
No setor automotivo a situação é igualmente preocupante, com um aumento de 70% dos importados e de 35% dos emplacamentos desses veículos. Se considerado apenas o volume proveniente da China, chega-se a um aumento de 800% no período de janeiro a agosto de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado, com 339% mais emplacamentos. Dentre eles predominam os elétricos e híbridos, conforme destacou Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O setor de brinquedos sofre impacto semelhante, com uma queda da produção física de 14,7% no período de janeiro a agosto deste ano, contra um aumento de 18% nas importações, de acordo com Sinésio Batista, presidente da Abrinq, que projeta para este ano um índice de crescimento de apenas 1% em razão desse cenário. Para o setor de eletroeletrônicos, enquanto as exportações cresceram 1%, as importações aumentaram 5,1%, uma situação agravada pelo mercado de telefones celulares, que amargou no primeiro semestre deste ano a cifra de 5,7 milhões de aparelhos comercializados de forma não oficial, vindos predominantemente do Paraguai, onde são praticados preços 40% inferiores aos do mercado oficial
Estudo da McKinsey relaciona a transição energética à mudança do perfil da demanda por materiais metálicos. Imagem: McKinsey
Notícias
brasileiro. “Isso representa menos emprego no Brasil, menos pesquisa e desenvolvimento e também o risco para os consumidores, tendo em vista possíveis irregularidades relacionadas à frequência de operação, por exemplo”, avaliou Humberto Barbato, da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Balança comercial ruim
Um dado avaliado pelo grupo foi o perfil e a qualidade da balança comercial Brasil-China, que é favorável ao Brasil em termos financeiros, mas é totalmente desfavorável para a indústria, em razão da histórica e recorrente exportação de produtos primários e importação de itens de alto valor agregado. As medidas para a solução desse entrave, de acordo com a Coalizão, dependerão da vontade política que leve à tomada de decisões favoráveis à indústria nacional, como tem ocorrido em países que estão se blindando contra a agressiva política comercial chinesa. Como agenda para o crescimento das atividades industriais, o grupo que representa a Coalizão Indústria defende a retomada do crescimento econômico pelo ajuste fiscal, a recuperação da competitividade sistêmica com o aumento do índice de formação bruta de capital (investimentos em produtividade) e ações que favoreçam a transição energética e a descarbonização das atividades industriais. Integram a Coalizão Indústria as seguintes instituições: Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos ( Abrinq), Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira
da Indústria do Plástico (Abiplast), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Grupo FarmaBrasil, Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) e Instituto Aço Brasil.
Setor
de hidrogênio verde vai demandar quase 3 mil profissionais por ano no Brasil
Cerca de 3 mil profissionais precisarão ser contratados por ano para a realização de trabalhos no setor de hidrogênio verde (H2V) no País. Essa é uma estimativa que tem origem em um estudo realizado a partir de uma parceria entre o SENAI e o projeto H2Brasil – que integra a Cooperação BrasilAlemanha para o Desenvolvimento Sustentável –, implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
O levantamento foi elaborado e conduzido por Marc Bovenschulte, diretor do Instituto de Inovação e Tecnologia de Berlim. De acordo com informações divulgadas à imprensa, para a realização da pesquisa foram entrevistados 128 especialistas brasileiros em hidrogênio verde, dos quais 42% se encontram na região Nordeste e 39% na região Sudeste. O estudo mostrou, com base nas respostas dos entrevistados, que a demanda média anual por profissionais do ramo de hidrogênio verde se dividirá da seguinte maneira:
• Aproximadamente 2.863 novos profissionais de nível médio – técnicos e trabalhadores qualificados, por exemplo;
• 2.248 profissionais
semiqualificados e não qualificados;
• Demanda por profissionais de nível alto – cientistas e engenheiros altamente qualificados. No que se refere aos profissionais de nível técnico, a demanda terá forte inclinação para a contratação de equipes necessárias para a implementação de parques industriais voltados para o processamento de hidrogênio verde. Neste sentido, 50% dos especialistas que colaboraram com o levantamento disseram que haverá alta demanda por técnicos especializados em, por exemplo, instalação, manutenção e renovação de sistemas e processos produtivos. Em se tratando da demanda por profissionais com alta qualificação, 44% dos entrevistados disseram que os candidatos considerados de nível alto serão contratados para a produção de hidrogênio por eletrólise (processo que quebra a molécula de água, resultando em H2 e O2), enquanto 36% dos respondentes afirmaram que esses profissionais vão atuar na produção de biomassa.
O superintendente de educação profissional e superior do SENAI, Felipe Morgado, comentou mais sobre este assunto: “Teremos um primeiro movimento de especialização, para quem possui nível superior, nas áreas voltadas à pesquisa, desenvolvimento tecnológico e regulação. O segundo movimento será direcionado à instalação e operação das plantas, que vai requerer profissionais de nível técnico”. Mais informações sobre o projeto H2Brasil podem ser obtidas pelo link: https://www.gov.br/mme/pt-br/
Guia I
Levantadores magnéticos
O uso de levantadores magnéticos na manipulação de chapas, bobinas, tubos e perfis metálicos já é bem conhecido do meio metal mecânico, mas o desenvolvimento de dispositivos com mais força e maior capacidade de carga permite hoje a movimentação segura de itens com até 30 toneladas, conforme informaram algumas empresas constantes deste guia. O emprego de ímãs de “terras-raras” – denominação dada aos que contam com neodímio e samário-cobalto em sua composição, e que apresentam maior potência –, bem como acionamento por motor elétrico com controle sem fio e sistemas de segurança nos levantadores, são fatores que sinalizam a evolução constante desse setor.
Tipo Capacidade nominal máxima (Kg)
Empresa Telefone E-mail
Fabricante País
Força mangética (daN) Temperatura máxima de operação (⁰C)
Dimensões (mm) Peso do levantador (Kg)
Indicado para movimentação de
Brasil Magnets (11) 99380-2094 vendas@brasilmagnets.com.br
Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 44 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Corte e Conformação de Metais, outubro/novembro de 2024
Tudo sobre prensas
Distribuição de carga na mesa da prensa
A deformação máxima na mesa e no martelo da prensa, e a aplicação da força nominal, são alguns dos fatores a serem considerados na estampagem de chapas.
De forma geral, o dimensionamento da estrutura de uma máquina é feito a fim de que ela suporte a carga que está sendo aplicada. Porém, nas prensas para estampagem, a mesa da máquina é dimensionada considerando que:
• A carga está distribuída em 2/3 da área da mesa, ou seja, a ferramenta deve ocupar pelo menos 2/3 da área da mesa;
• A deformação máxima na mesa e no martelo, com a aplicação da força nominal da prensa, é de no máximo 0,125 mm/m ou 1/8000.
Isso significa que no dimensionamento da mesa/martelo de uma prensa a deformação prevalece, pois na prensa será instalada uma ferramenta de precisão, e uma deformação maior do que a especificada não permitirá estampar a peça com qualidade.
NOTA: Nas prensas rápidas que contam com ferramenta de alta precisão a rigidez deverá ser maior ainda. Ou seja, a deformação admissível mesa/martelo da prensa a ser utilizada depende da precisão da ferramenta.
Natal Pasqualetti Neto*
Essas informações da distribuição de carga e deformação devem constar do manual de serviço da máquina. Infelizmente, alguns manuais de máquinas não contêm essas informações.
Exemplo de informações constantes do manual: Fonte: Manual de uma prensa Seyi.
Uma vez não obedecida a limitação especificada, haverá deformação além do necessário para garantir a qualidade da estampagem da peça e, dependendo da deformação causada, isso pode levar ao empenamento da placa da mesa, e consequentemente, à sua inutilização.
É importante notar que no caso de uma ferramenta ocupar menos de 2/3 da área da mesa, se a força aplicada for proporcionalmente menor que a força nominal da máquina, não haverá danos.
Alguns manuais de fabricantes trazem informações mais detalhadas. Eles fornecem um diagrama para orientação do
usuário no caso do uso de ferramentas “pequenas”, ou seja, que ocupem uma área menor que 2/3 da área da mesa. Neste diagrama é também levado em conta o formato da ferramenta.
Exemplo:
Em se tratando da utilização de ferramenta pequena, podemos minimizar um pouco a concentração de carga pelo uso de uma placa intermediária de grande espessura. Neste caso, a carga se propaga em 45°, e aumenta um pouco a distribuição dessa carga.
Finalizando, o mais importante é saber das limitações e utilizar o bom senso para evitar danos à prensa.
*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria –www.natal.eng.br.
Saiba mais sobre prensas na coluna “Tudo sobre prensas”, no site da Corte e Conformação de Metais:
Os elementos consumíveis em máquinas a laser no setor metal mecânico desempenham papéis cruciais na manutenção e eficiência do processo de corte ou gravação. Eles incluem peças como bicos que permitem obter feixes com bom foco, lentes e espelhos que garantem a qualidade desse feixe. Manter esses consumíveis em boas condições é essencial para o desempenho ideal dos equipamentos.
Oxipira (19) 99837-1573 vendas@oxipira.com.br Leapion, China
Empresa Telefone E-mail
Pattaro (11) 93283-6473 vendas@pattaro.com.br
Raytools (11) 94137-6563 vendas@raytools.com.br
Richardson (11) 5186-9652 brazil@rell.com
Rolleri (54) 98143-8922 vendas02@rolleri.com.br
Trumpf (11) 4133-3595 cleber.veronese@trumpf.com
Koike Sanso, Japão
Raytools, China
Thales, França
(*) A empresa procura representante para o Brasil. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 84 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Corte e Conformação de Metais, outubro/novembro de 2024.
Produtos
Prensas
dobradeiras hidráulicas
A Rico, com sede em Portugal, representada no Brasil pela Rico Máquinas (São Paulo, SP), fabrica máquinas para corte e conformação de chapas metálicas como, por exemplo, prensas dobradeiras hidráulicas da linha PRCB. Esta linha é composta por máquinas que têm força de até 1.500 toneladas (foto acima), as quais possuem área de trabalho de 8 metros.
As características dos equipamentos dessa série também consistem em sistema automático para cálculo de ângulo de dobra e sistema de segurança a laser, na parte frontal da máquina, além de sistema de proteção traseira, que pode ser configurado com persianas.
As prensas dobradeiras podem operar em conjunto com robôs colaborativos (cobots), bem como podem ser integrados a elas sistemas industriais automatizados. Os clientes podem contar com assistência técnica e treinamento local. Tel. (11) 96188-4049.
Recursos digitais para corte de metais
A Dassault Systèmes (França), com subsidiária em São Paulo (SP), desenvolve softwares para simulação de processos e conta com plataformas digitais que possuem recursos para empresas que realizam operações de corte de metais. Entre os recursos oferecidos está a plataforma Delmia Metals Solution (ou Delmia para metais, em tradução livre para o português), que está integrada à plataforma Delmia Manufacturing Operations Management (MOM).
A partir dela, os profissionais do setor metal mecânico podem simular operações usando recursos de gêmeos digitais (digital twins) e também gerenciar processos realizados em linhas de produção, por exemplo. Isso pode incluir o controle da qualidade, gestão de prazos e programação para a manutenção de equipamentos industriais. A empresa também oferece um e-book que traz informações sobre os recursos provenientes da plataforma, que pode ser baixado gratuitamente pelo link : https://kub.sh/7943c0.
Limpador para metais amarelos
A Quimatic Tapmatic (São Paulo, SP) lançou a Quimatic Limpa Latão, uma formulação destinada a desoxidar e limpar os chamados metais amarelos (cobre, latão e bronze). O produto está disponível em versão à base d’água. É fabricado com potentes ácidos de origem orgânica, sendo isento de substâncias corrosivas como cromo e seus derivados, e também de compostos orgânicos voláteis (VOCs).
Devido a essas características, conserva as propriedades e o brilho originais do metal, ao mesmo tempo em que não oferece riscos à saúde do usuário ou ao meio ambiente. O Quimatic Limpa Latão é notificado na ANVISA e também é adequado para empresas que possuem sistemas de gestão SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança), atendendo às exigências ambientais e de saúde e segurança. Tel. (11) 3312-9999.
Serra copo para metais
A Lenox (Estados Unidos), com subsidiária em São Paulo (SP), passou a comercializar no Brasil uma linha de serras do tipo copo que é recomendada para corte de metais. Chamada Speed slot, a série é composta por serras em versões com diâmetro de 14,3 mm até 152,4 mm e que contam com uma abertura em sua lateral. A abertura tem como função facilitar a remoção do material cortado
Os modelos de serra copo possuem furo para rosca de 12,7 mm até 108,0 mm, e também furo passante de 9,5 mm até 95,3 mm. A vida útil das serras é 50% maior do que a das suas equivalentes que integram outras linhas de produtos da companhia. Tel. 0800-703-4644.
Máquinas
para soldagem de pinos e porcas
Os equipamentos para soldagem de pinos e porcas apresentam diversas vantagens, especialmente quando se necessita de fixações rápidas, pois o processo pode levar menos de um segundo por solda. Além disso, por fundiir elementos diretamente na superfície metálica, a junção é extremamente forte. Este processo pode ser aplicado em uma variedade de materiais, tais como aço, aço inoxidável, alumínio e ligas, e em diferentes superfícies, desde chapas finas até estruturas grossas. Outra vantagem está na simplificação das operações, pois elimina a necessidade de furos ou o uso de parafusos, porcas e arruelas. Ele é indicado para fixações em painéis, chapas metálicas, revestimentos e componentes estruturais.
Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 27 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Corte e Conformação de Metais, outubro/novembro de 2024
Materiais que podem ser soldados Aço-carbono Aço inoxidável Alumínio Outros
Livros e informativos
Siderurgia é tema de novo livro
Está disponível para comercialização o livro “Siderurgia: Uma visão geral”, lançado pela ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração – e pela Editora Blucher. A obra tem como autores Antonio Augusto Gorni, Antonio Malynowskyj, Eduardo Emery Cunha Quites, Marcelo Carboneri Carboni, Marcos Alexandre Stuart Nogueira, Rubens José Faco e Valdir Anderson Silvério, e foi desenvolvida com a coordenação de José Roberto Bolota, sócio-diretor da ABM. O livro é escrito em português e possui 570 páginas, tendo o conteúdo distribuído em 11 capítulos nos quais são abordados temas que vão desde os tipos de matérias-primas usadas para a produção de aços, e em que formato os aços são comercializados, até as características de processos produtivos. Em alguns capítulos o leitor vai encontrar informações sobre a produção de aço verde e o uso de hidrogênio no setor siderúrgico.
A obra foi configurada de uma maneira que permite ao leitor fazer consultas rápidas sobre assuntos específicos que se encontram em capítulos diferentes.
A laminação de aços planos e longos, por exemplo, que faz parte da rotina e dos processos executados no setor de corte e conformação de metais, é o tema do capítulo 10. Aqui, as informações incluem dados sobre os tipos de equipamentos de laminação de aço e as fases envolvidas em cada processo, entre outros temas.
Nos capítulos 1 e 2 estão informações sobre os tipos de aços produzidos em parques fabris do ramo da siderurgia e os formatos que eles apresentam como, por exemplo, chapas, tubos, barras, blocos e tarugos, entre outros. O terceiro
capítulo é voltado para as matérias-primas siderúrgicas, no qual serão encontradas informações que abrangem as propriedades de materiais e os critérios envolvidos na seleção de cada material e nas aplicações em que serão utilizados. A redução de minério de ferro em altos fornos é abordada no capítulo 4, assim como no capítulo 5, que é intitulado “Redução de minérios de ferro por redução direta, processos emergentes e produção do aço verde”. Nessa parte, além de informações sobre as etapas dos processos mencionados acima, que são complementadas com ilustrações, a temática da produção de aço verde é abordada. Esse capítulo trata de temas relacionados à eficiência energética de parques fabris, otimização de processos e do uso de recursos, por exemplo. Nos capítulos 6, 7, 8, 9 e 11, a obra traz, respectivamente, informações sobre a fabricação de aço líquido em conversor a oxigênio, aciaria elétrica, refino secundário de aços, lingotamento contínuo do aço e processo TMCP – Thermo mechanical control process (ou “Processo de controle termomecânico”, em tradução livre para o português).
O livro possui versões com formato físico e digital. Pode ser adquirido pelo site da Editora Blucher pelo preço sugerido de R$ 200,00. Mais informações podem ser obtidas pelo link: https://www.blucher. com.br/siderurgia-9788521223290.
Produção mundial de veículos mapeada
O livro “The New Geography in the Global Automotive Industry” (“A nova geografia do setor automobilístico”, em tradução livre) foi publicado pela Editora Nova Science. A publicação lançada recentemente, escrita em inglês, foi elaborada por autores brasileiros – Marcelo José do Carmo, Mário Sacomano Neto e Júlio César Donadone, que são pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – e indianos – Aditya Kuthar e Shreya Gupta, que atuam no Indian Institute of Technology (Instituto Indiano de Tecnologia), situado na cidade de Kharagpur.
O leitor vai encontrar um mapeamento da atual estrutura global da indústria de veículos, bem como análises sobre os impactos causados pelas mudanças geográficas que envolvem o setor como, por exemplo, a reconfiguração de polos de produção, a instalação de fábricas em países emergentes e as condições socioeconômicas.
Além disso, os tópicos abordados no livro incluem temas relacionados às medidas tomadas por fabricantes de veículos para a modernização de plantas industriais, adoção de boas práticas quanto a otimização de processos produtivos e uso de recursos, entre outros assuntos como Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs)
e como eles influenciaram a transformação de linhas de produção.
A obra é resultado de um projeto apoiado pelo Núcleo de Estudos em Sociologia Econômica e Finanças (NESEFI), e do Núcleo de Estudos Organizacionais (NEO) da UFSCar. Mais informações podem ser obtidas pelo link: https://novapublishers. com/shop/the-new-geography-in-the-global-automotive-industry/.
Edifícios industriais de aço em foco
A 7ª edição do livro “Edifícios industriais em aço: projeto e cálculo”, de autoria de Ildony Hélio Bellei (em memória), foi publicada pela Ofitexto Livraria Técnica (São Paulo, SP). A obra tem formato físico e possui 224 páginas, nas quais o leitor vai encontrar informações sobre aços estruturais, ligações soldadas, ligações parafusadas, cargas e suas combinações, além de produção de galpões usando chapas de cobertura e tapamento, entre outros assuntos referentes à construção metálica.
O conteúdo abrange os fundamentos de projetos para construção de edifícios e galpões industriais de aço, tratando de fases como, por exemplo, fabricação e montagem de vigas para sustentação de coberturas, colunas para suporte de
pontes rolantes e estruturas de reforço que podem ser usadas conforme o tipo de construção, levando em consideração fatores externos como ação do vento e da chuva, por exemplo. Os processos de soldagem (SMAW, SAW, GMAW, FCAW) utilizados para unir chapas, vigas e tubos de descida também fazem parte dos temas abordados na obra, assim como a fadiga de juntas soldadas e os cuidados com a limpeza e preparo de superfícies que serão unidas por este processo – e, inclusive, os tipos de parafusos recomendados também são tratados em capítulos específicos. A nova edição do livro tem capítulos dedicados aos cálculos que podem ser usados para determinar os fatores de carga e resistência, em conformidade com as normas técnicas em voga. Esta parte trata também do fator médio de resistência e fator para ações agrupadas, entre outros tópicos que permeiam os estudos da área de engenharia. Voltando aos tipos de aços usados na construção de galpões e edifícios industriais, o livro traz conteúdo sobre as propriedades de aços estruturais. Neste sentido, são mencionados os tipos de chapas (fina, grossa, xadrez) recomendados para empreendimentos nesta área, e também os processos de conformação pelos quais elas são preparadas (laminação a frio e a quente, e também galvanização). Mais informações sobre a nova edição do livro, que é comercializado pelo preço sugerido de R$ 175,00, podem ser obtidas pelo link: https://www.ofitexto.com. br/edificios-industriais-aco/p.
Metalurgia do pó
O livro “Metalurgia do pó – Produtos sinterizados e manufatura aditiva”, de autoria de Daniel Rodrigues, foi publica-
do pela Editora Blucher. A obra, lançada pela ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração –possui 206 páginas e está disponível para comercialização em versão física e digital. A publicação traz uma introdução sobre a fabricação de pós metálicos, além de uma seção dedicada aos processos que envolvem o uso de materiais desse tipo, abrangendo ainda os parâmetros de operações e a caracterização de pós
metálicos. Estes últimos tópicos fazem parte do conteúdo dos capítulos 2 e 3, respectivamente.
A conformação de pós metálicos é o tema principal do quarto capítulo e o processo de sinterização tem destaque no capítulo 5. Os capítulos seguintes trazem informações sobre a manufatura aditiva de metais e exemplos de peças que podem ser produzidas por metalurgia do pó. Neste sentido, a obra mostra um panorama dos trabalhos realizados pelo setor de metalurgia do pó, trazendo, por exemplo, informações sobre os processos de atomização, os tipos de componentes e as etapas envolvidas em processos de sinterização a laser Processos de manufatura aditiva direta e indireta de metais também fazem parte do conteúdo do livro. A obra pode ser adquirida pelo site da Editora Blucher (www.blucher.com.br) pelo preço sugerido de R$ 80,00.