Com investidores mais cautelosos, os projetos de H2V no mundo passam por revisão, o que no entanto pode beneficiar o Brasil, dizem especialistas ouvidos na reportagem. Além de condições naturais favoráveis, o País conta com um marco regulatório e um programa de incentivos de R$ 18 bilhões.
Intersolar Summit Brasil Nordeste
Inovação e oportunidades para a energia solar fotovoltaica
Consolidado como evento estratégico para o setor de energia renovável, a edição 2025 do Intersolar Summit Brasil Nordeste terá programação abrangente de palestras, painéis, minicursos e a feira, que vai oferecer oportunidades de negócios e atualização sobre inovações tecnológicas, como mostra a reportagem.
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Eletrocalhas, bandejas, leitos, canaletas e eletrodutos
Para garantir que fios e cabos acompanhem a vida útil esperada dos módulos solares, é preciso que os condutores elétricos estejam protegidos contra intempéries e danos mecânicos. O guia apresenta a oferta de 21 empresas, com os meios de contato.
Sistema fotovoltaico off-grid como backup de energia na zona rural – Parte 1
Para resolver problema de interrupções do fornecimento em uma propriedade rural, o artigo dimensiona equipamentos para três cenários: rede + grupo motogerador (GMG); rede + sistema fotovoltaico off-grid e GMG; e rede + sistema FV off-grid e baterias. A análise financeira estará na segunda parte, na próxima edição de FotoVolt
Dispositivos de desligamento rápido
A função desses dispositivos é reduzir a tensão de sistemas fotovoltaicos a valores compatíveis com os requisitos das normas técnicas aplicáveis. Trata-se de um recurso para proteção contra choque em caso de intervenções no SFV para combate a incêndio, manutenção ou descomissionamento.
Normas de proteção contra descargas atmosféricas para sistemas fotovoltaicos
O artigo aborda a elaboração da futura norma de brasileira de proteção contra raios para sistemas fotovoltaicos, mas principalmente descreve o conteúdo das normas internacionais e nacionais que baseiam esse trabalho de normalização.
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Projeto & Instalação
Veículos elétricos
Ponto de vista
Solar FV em foco
Capa Helio Bettega (imagem: Audio und werbung/Shutterstock)
O f u t u ro d o H 2V a i n d a é b ra s i l e i ro,
m a s p r e c i sam o s c o r re r
Carta ao leitor
Mauro Sérgio Crestani, Editor
Ohidrogênio verde tem sido um dos primeiros itens da pauta de toda discussão sobre transição energética. Suas vantagens como vetor da transformação para uma economia de baixo carbono entusiasmam o mundo todo, que não por acaso voltou desde cedo os olhos para países mais bem adaptados à sua produção: com bons recursos naturais de sol, vento e água. O Brasil tem sido desde o início o principal concorrente entre os candidatos a produzir hidrogênio verde para vender à necessitada Europa (a despeito de desvantagens em termos de transporte em comparação com países do norte da África, principalmente). Isso decorre das virtudes naturais do País, claro, mas principalmente porque ao longo das décadas viemos transformando essas virtudes em eletricidade, obtendo uma matriz elétrica hoje 85% renovável. Daí decorre o chiste, ouvido amiúde, de que por aqui basta plugar um eletrolisador em qualquer tomada à beira de qualquer lagoa para produzir hidrogênio verde (bem, pelo menos para 85% dele isto seria verdade).
Estudos de consultorias internacionais indicam o Brasil como o país que produzirá o H2V mais barato (ou o segundo mais barato, dependendo do estudo) do mundo. Assim é que, nos últimos anos, uma quantidade considerável de empresas transnacionais e nacionais assinaram memorandos de entendimento (os chamados MOUsMemorandums of Understanding) com governos de vários estados brasileiros, principalmente do Nordeste, para projetos de hidrogênio e amônia verdes.
O ritmo de implementação dos projetos tem sido lento, porém. Até o momento não se iniciaram aqueles chamados de “estruturantes”, com peso de escala suficiente para estabelecer cadeias de suprimento. Como se lê no texto do repórter Marcelo Furtado sobre o assunto, aqui publicado, isso decorre de fatores como a crise na Europa, agora com ímpeto e orçamento mais limitados para sua estratégia de transição energética, custos ainda muito elevados para a mudança da matriz e falta de “infraestrutura para o recebimento e a movimentação do vetor energético nos principais mercados, Europa e Ásia, principalmente”.
Por outro lado, especialistas ouvidos consideram esses percalços temporários ou parte de um processo natural de consolidação. Além disso o Brasil continua um competidor fortíssimo aos olhos dos investidores, porque mantém sua atratividade natural, tem feito a lição de casa em termos regulamentares, promulgando em 2024 seu marco regulatório do H2 de baixo carbono, e prepara um programa de incentivos de R$ 18,3 bilhões para financiar os projetos. Mas...
Ainda teremos de solucionar, e com urgência, a questão do déficit da infraestrutura de transmissão elétrica, principalmente no Nordeste. A maior parte dos projetos está concentrada na região e alguns já têm sido afetados com negativas de acesso às redes pelo ONS. O Ministério de Minas e Energia promete um leilão de transmissão em 2027 para que os reforços à rede estejam operando em 2032 o que no entanto seria muito tarde, na opinião de investidores.
Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam )
Japan: Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina – Grande Maison Room 303; 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073; tel: +81-(0)3-3263-5065; fax: +81-(0)3-3234-2064; aso@echo-japan.co.jp
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FotoVolt é uma publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP Brasil. Tel.: +55 (11) 3824-5300; Fax: +55 (11) 3666-9585 em@arandaeditora.com.br – www.arandaeditora.com.br
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MTR-Volts vai produzir eletrocentros para solares
AMTR-Volts, divisão do grupo MTR Solar especializada em equipamentos para a parte elétrica de usinas solares, vai começar a produzir eletrocentros em julho próximo. A nova produção contará com sistema de gestão de qualidade atestado por certificação da norma ISO 9001 da TÜV Áustria, obtida pela empresa em fevereiro e específica para esses equipamentos e também para painéis elétricos.
A produção será no novo complexo fabril da MTR Solar, inaugurado em novembro de 2024, em Juiz de Fora, MG, com 38 mil metros quadrados. No local já são produzidos rastreadores solares (trackers) e estruturas fixas. Segundo o diretor da MTR-Volts, Claudemiro Amaral, a expectativa é aumentar em 25% a produção dos equipamentos e estruturas na nova fábrica. Para isso, haverá mais espaço físico na área de produção, passando de 8 mil m2 para 12 mil m2, e também investimento em automação industrial.
“Queremos ultrapassar a marca de 840 MW de eletrocentros comercializados em 12 meses”, disse. O crescimento de 25%, em relação ao fabricado anteriormente, reflete média, informou a empresa, de 70 MW mês.
O eletrocentro da MTR-Volts é solução customizada plug&play, podendo ser transportado e entregue em diversas regiões do País através da empresa de logística do grupo MTR, a CTBotelho. Os equipamentos são fabricados em contêineres novos de 20 ou 40 pés, o que segundo a empresa reduz o custo da usina por não precisar de construção em alvenaria. Os módulos dos sistemas são disponíveis com potências de 1000 até 5000 kVA, com três tipos de transformadores.
O primeiro transformador, de média tensão, é fabricado pela Tamura com potência de 500 a 3000 kVA nas tensões
de 13/25/36 kV para 600 e 800 V. O segundo é de comando de baixa tensão, com potência de 10 a 50 kVA, para alimentação de circuitos de serviços auxiliares, e o terceiro é transformador auxiliar com potência de 30 a 50 kVA e tensão de 800 para 220 V, que alimenta a estrutura da usina.
TTS Energia entra no mercado de geração centralizada
ATTS Energia, empresa de engenharia e construção de usinas solares fotovoltaicas para geração distribuída, passou a atuar em projetos de grandes empreendimentos de geração centralizada, conectadas e despachadas no SIN - Sistema Interligado Nacional. A estreia no segmento se deu por meio da entrada da empresa em consórcio responsável por parte da construção de um complexo solar no estado do Piauí.
já instalamos em nossos projetos de geração distribuída ao longo dos anos, o que configura um grande desafio”, disse o diretor da TTS, Jacques Hulshof. Segundo ele, a empresa já instalou em toda a sua trajetória em GD cerca de 140 mil módulos, e no projeto do Piauí a expectativa é instalar mais de 150 mil unidades.
A intenção da empresa depois do primeiro projeto é se consolidar como EPCista de usinas centralizadas, com a ampliação de serviços gerais de engenharia na área, como implantação de sistemas de cabeamento, conexões entre os módulos solares e montagens dos skids, inversores, cabines e transformadores. “Vamos entrar para competir em todas as áreas referentes à parte elétrica e sistemas mecânicos de fixação dos painéis”, disse Hulshof.
Segundo comunicado, para participar da construção, a TTS assinou acordo com o grupo Enersolar. O projeto de 600 MW, cujo nome a empresa não revela, está previsto para ser entregue em 2026. O consórcio será responsável pelo escopo mecânico, que inclui a cravação das estacas e a montagem dos rastreadores solares e dos módulos fotovoltaicos.
“Somente neste projeto vamos instalar uma quantidade de módulos fotovoltaicos maior do que o total que
Para atender a nova demanda, a TTS Energia prevê a contratação de 400 novos profissionais, entre engenheiros para a gestão do projeto, montadores e eletricistas. Ainda segundo o diretor, a empresa estuda a participação em um outro grande projeto de geração centralizada, de 380 MW, no Mato Grosso do Sul, dentro de um consórcio com uma grande construtora nacional.
Afonte solar fotovoltaica chegou a 55 GW de potência instalada ope-
Fonte solar chega a 55 GW no Brasil
Fabricação começa em julho em novo complexo industrial em Juiz de Fora
Empresa faz parte de consórcio para construir complexo solar de 600 MW no Piauí
Ao se juntar a geração distribuída com centralizada, fonte passa a representar 22,2% da
Geração solar fotovoltaica bate recorde no SIN
F oi batido novo recorde de geração solar fotovoltaica em base horária no SIN - Sistema Interligado Nacional, no dia 14 de março, às 11h. Segundo o monitoramento do Operador Nacional do Sistema Elétrico, o ONS, com 37.869 MW registrados no horário, a fonte solar representou 39% da carga atendida pelo SIN.
toda a capacidade instalada da matriz elétrica, sendo a segunda maior fonte. Desde 2012, ainda segundo projeção da associação, o setor fotovoltaico trouxe ao Brasil mais de R$ 251,1 bilhões em novos investimentos, gerou mais de 1,6 milhão de empregos
A nova marca superou o último recorde registrado no dia 26 de fevereiro, também às 11h, quando a geração solar chegou a 37.228 MW, o equivalente a 36% da carga do SIN. Segundo a análise do operador, as marcas refletem os crescentes investimentos das duas modalidades de geração solar no País, tanto a centralizada como a distribuída.
Os picos horários de geração solar são maiores no subsistema do Sudeste/Centro-Oeste, cujo recorde ocorreu no dia 10 de março, às 11h, com 19.521 MW. Na sequência, o Nordeste aparece com pico máximo no dia 13 de março, na mesma hora do dia, com 12.467 MW. Por fim, também às 11h, o subsistema Norte teve pico de 2.057 MW no dia 15 de março.
racional no Brasil, segundo balanço da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, que somou os dados da geração centralizada e distribuída acompanhados pela Aneel. Colaboram com a marca as mais de 5 milhões de unidades consumidoras beneficiadas pelos créditos e excedentes de energia gerados pelas instalações de GD, patamar também alcançado recentemente.
No acumulado, são cerca de 37,4 GW de potência instalada em GD e aproximadamente 17,6 GW de capacidade operacional nas grandes usinas centralizadas e conectadas no SINSistema Interligado Nacional. Pelos cálculos da Absolar, a fonte solar já evitou a emissão de cerca de 66,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade e representa 22,2% de
verdes e contribuiu com mais de R$ 78 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. A GD solar está em mais de 5,5 mil municípios do País e em todos os estados brasileiros, assim como a centralizada. Entre as unidades consumidoras da geração distribuída, as residências lideram, com 69,2% do total de imóveis, seguidas pelos comércios (18,4%) e propriedades rurais (9,9%).
The Smarter E Award 2025 divulga finalistas
Foram anunciados os projetos finalistas da premiação The Smarter E Award 2025, que avalia inovações nas categorias energia fotovoltaica, armazenamento de energia, mobilidade elétrica, energia integrada inteligente
e projetos de destaque. Os vencedores serão anunciados na véspera do The smarter E Europe, no dia 6 de maio, evento em Munique, na Alemanha, que reúne quatro exposições (Intersolar Europe, ees Europe, Power2Drive Europe e EM-Power Europe) e acontecerá na Messe München de Munique de 7 a 9 de maio.
Na categoria fotovoltaica, segundo comunicado do The Smarter E Award, os finalistas refletiram a tendência de melhor aproveitamento da superfície dos módulos, para atender espaços menores para implantação das usinas, com módulos leves ou com bifacialidade muito alta, adequados para instalações verticais, que são opções interessantes também para o contexto agrícola e para infraestrutura (como barreiras acústicas).
Em inversores, os desenvolvimentos reconhecidos visam integrar mais recursos de suporte e segurança à rede, particularmente nos setores de comércio e indústria, e para sistemas fotovoltaicos montados no solo. Exemplos disso incluem uma fonte de alimentação com precisão de fase, opção de conexão a redes fracas, funcionalidade de formação de redes e sistema de monitoramento aprimorado de resfriamento e da resistência ou isolamento. Entre os finalistas, há projetos de sistemas de gerenciamento de plantas fotovoltaicas da África do Sul e da Noruega, de módulos da China (Longi Solar), de inversores da Sungrow, também da China, entre outros. Vale destacar também os desenvolvimentos em armazenamento de energia. No caso de sistemas para residências, os finalistas demonstram tendência para sistemas que podem ser empilhados de forma modular e que podem se conectar automaticamente. Também foi notado, entre os finalistas, a maior parte da China, principal fornecedor global da área, que os fabricantes estão comissionando sistemas de armazenamento industriais e de grande escala prontos para instalação.
matriz elétrica
Pico de geração ocorreu no dia 14 de março, com 37,9 GW às 11h, o equivalente a 39% da carga
Na categoria fotovoltaica, projetos apresentados destacam melhor aproveitamento da superfície dos módulos, adequados para instalações verticais
Já a tendência na química celular, segundo a avaliação dos organizadores, se mostra direcionada para o fosfato de ferro.
Demanda por equipamentos solares supera 22 GWp
Ademanda por equipamentos fotovoltaicos no Brasil superou os 22 GWp em 2024, apontou o novo “Estudo Estratégico de Geração Distribuída” da consultoria Greener. Trata-se de recorde nacional, que resultou em investimentos de cerca de R$ 60 bilhões, um crescimento de 27% em cima do registrado pela consultoria no ano anterior.
A geração distribuída representou 77% desses investimentos, principalmente em razão de novos projetos de miniusinas de geração compartilhada. Os projetos de usinas para geração centralizada respondem pelos restantes 23% dos aportes feitos no ano. Para chegar aos números, o estudo da Greener ouviu quase 6 mil integradores de todo o País.
Ainda segundo o levantamento, a microgeração solar distribuída foi estimulada no ano com a queda de 9% no preço da energia solar para o consumidor final, movimento que ocorreu apesar do aumento
nos preços dos equipamentos registrado no segundo semestre. Para 2025, porém, a Greener alerta que o câmbio desfavorável e a carga tributária elevada para importação de equipamentos solares, em específico dos módulos fotovoltaicos, podem provocar elevação dos preços.
Os preços dos sistemas fotovoltaicos para consumidores residenciais e comerciais também tiveram queda de 9% entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, o que foi motivado pela redução de 13% nos preços dos equipamentos fotovoltaicos no período, principalmente dos módulos, que passam por momento de sobreoferta global.
A variação para baixo no preço dos equipamentos, por outro lado, foi parcialmente amenizada pelo aumento de 3% também no mesmo período. “A tendência é que a elevação do imposto de importação no Brasil, somada à redução dos incentivos fiscais na China, sejam sentidas pelo mercado ao longo deste ano”, disse o CEO da Greener, Marcio Takata.
Outra conclusão do estudo foi a manutenção do papel do financiamento para a expansão do setor de geração distribuída, que respondeu por 46% das vendas de sistemas em 2024. Apesar disso, a participação das financiadoras sofreu queda de 7 pontos percentuais
Esse volume representa investimento de cerca de R$ 60 bilhões
em comparação com 2023. A redução teria sido influenciada, na análise da Greener, pelo aumento das taxas de juros e pela maior restrição de crédito por parte dos bancos, em resposta à alta inadimplência e a casos de fraude.
O novo “Estudo Estratégico GD” está disponível para download gratuito em https://estudo-gd-2025.greener. com.br.
Ourolux Solar fecha parceria com SolaX Power
AOurolux Solar, divisão de distribuição de equipamentos solares do grupo especializado em iluminação Ourolux, firmou acordo com a fabricante chinesa SolaX Power para passar a distribuir toda sua linha de inversores e baterias. Segundo comunicado, a parceria marca a entrada da distribuidora na comercialização de sistemas híbridos de energia solar.
Empresa vai comercializar linhas de inversores e baterias da fabricante chinesa
Na avaliação da Ourolux, a expectativa é de crescimento da participação dos negócios em energia solar com a nova parceria. Segundo seu gerente de marketing, Bruno Felipe, a Ourolux Solar hoje representa cerca de 40% das vendas do grupo e a projeção é essa participação passar para 70% até 2026.
“A parceria com a SolaX agregará benefícios significativos, como a diversificação do portfólio de soluções fotovoltaicas de alta qualidade, incluindo o sistema híbrido de inversor e bateria. Isso permitirá à Ourolux oferecer soluções mais completas e adaptadas às
necessidades variadas de seus clientes”, disse Felipe.
O portfólio da SolaX Power inclui inversores fotovoltaicos, soluções de armazenamento de energia, carregadores veiculares e sistemas de gerenciamento de energia. A empresa, fundada em 2012 em Hangzhou, na China, e com filiais na Holanda, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Japão e Estados Unidos, tem mais de 100 patentes internacionais e 500 certificações de mercado.
MMGD entra no cálculo da energia requerida
AAneel decidiu alterar o cálculo da tarifa de energia elétrica em razão da crescente participação da micro e minigeração distribuída (MMGD) na rede. Resultado da consulta pública 9/2024, a decisão apresentada em reunião da diretoria da agência no dia 12 de março passou a considerar a energia injetada excedente gerada pela MMGD, que permite o acúmulo de créditos, no cálculo da quantidade de energia a ser comprada pelas distribuidoras para suprir as necessidades
dos consumidores de suas áreas de concessão.
A nova forma de cálculo será a partir do consumo medido pelas distribuidoras, e não pelo cobrado nas faturas de energia (faturados nas contas de luz), o que passou a ser considerado mais vantajoso pela Aneel. A mudança já valerá nas próximas revisões e reajustes deste ano e será aplicada em 2026 para as empresas que já passaram pelo processo tarifário este ano. Com a alteração, a agência espera aperfeiçoar o cálculo do balanço energético.
Nova forma de cálculo da quantidade de energia a ser comprada pelas distribuidoras levará em conta o consumo medido e não o faturado
Os efeitos da MMGD no cálculo da energia requerida, aquele considerado necessário para atender a demanda de consumo, já tinham sido considerados
Mais de 5 milhões de consumidores se beneficiam com a MMGD
OBrasil ultrapassou a marca de 5 milhões de unidades consumidoras que se beneficiam dos excedentes e créditos de energia dos sistemas de micro e da minigeração distribuída (MMGD), segundo acompanhamento da AneelAgência Nacional de Energia Elétrica feito com base nos dados das distribuidoras de energia. O setor solar representa cerca de 99% do total.
Em usinas, são 3,34 milhões de instalações em todo o país, com potência total instalada de 37,7 GW. Os consumidores residenciais respondem por 80% das usinas em operação (2,7 milhões), o comércio representa 10% (333,42 mil) e a classe rural responde por 9% das plantas em operação (287,44 mil).
Número representa unidades que recebem créditos e excedentes de energia de 3,34 milhões de micro e miniusinas
Apenas no primeiro bimestre deste ano, entraram em operação 128 mil unidades consumidoras com geração de energia no sistema de compensação de excedente de energia (SCEE), o que resultou em um crescimento de 1,4 GW de potência instalada na MMGD. Com isso, a energia gerada pelas unidades consumidoras e os créditos do excedente beneficiaram mais de 197 mil consumidores.
O estado de São Paulo tem a maior quantidade de usinas de MMGD em operação, com 554 mil unidades consumidoras (5,4 GW), seguido por Rio Grande do Sul, com 349,4 mil (3,3 GW), Minas Gerais, com 348 mil (4,6 GW), Paraná, com 253,9 mil (3,39 GW), Rio de Janeiro, com 148,9 mil (1,4 GW), e Santa Catarina, com 113 mil (1,4 GW).
nas perdas técnicas (energia perdida devido à condição dos cabos e equipamentos de transporte da energia). Com a decisão, os efeitos passam a ser considerados também nas perdas não-técnicas, provocadas por furtos e fraudes, o que será calculado com base no mercado de baixa tensão medido em vez do faturado, considerando a energia injetada de MMGD nas redes.
UCB assina MoU com Powin para BESS
Abrasileira UCB Power, fornecedora de sistemas de armazenamento de energia por baterias, assinou um memorando de entendimento (MoU, em inglês) com a Powin, integradora norteamericana também especializada no
segmento. O acordo visa atender o mercado brasileiro em demandas em escala de utilities, com sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS) com potências acima de 30 MW. Segundo comunicado das empresas, a ideia é combinar os pontos fortes complementares de ambas para fornecer BESS comprovados, escaláveis e otimizados localmente para grandes projetos. O texto se refere especificamente à oportunidade criada no Brasil por meio do leilão de reserva de capacidade em forma de potência, o LRCAP Armazenamento, prometido para ocorrer este ano.
Sinergia entre a empresa brasileira e a norte-americana visará demandas em escala de utilities no Brasil, entre elas a do LRCAP Armazenamento
Entre os pontos fortes, a UCB, com fábricas em Manaus, AM, e Extrema, MG, destaca o fato de já ter mais de 65 mil sistemas remotos fora da rede e mais de 120 milhões de baterias de lítio fabricadas até o momento. Já a Powin tem um histórico de entregas de mais de 17 GWh em projetos de BESS e conta com plataforma de hardware e software proprietário (StackOS) para a tecnologia.
EUA somam 50 GW de solar
Os Estados Unidos instalaram 50 GW de nova capacidade solar fotovoltaica em 2024, um acréscimo de 21% sobre o ano anterior, segundo relatório da associação da indústria solar do país, a SEIA, e da consultoria Wood Mackenzie. Trata-se de recorde de nova adição anual entre todas as fontes de energia nas últimas duas décadas nos Estados Unidos. A fonte respondeu por 66% de toda a eletricidade adicionada à rede norte-americana.
Marca recorde, correspondente a 66% de toda a energia adicionada no ano, fez o país atingir 235,7 GW de capacidade total da fonte
Ao se juntar às instalações solares os sistemas de armazenamento de energia por baterias, segundo o relatório US Solar Market Insight 2024 Year in Review, as soluções representaram 84% de toda a nova capacidade de geração elétrica adicionada à rede do
país no ano passado. A fonte solar já soma 235,7 GW nos Estados Unidos, o segundo no ranking global, atrás da China (887 GW).
O acréscimo na potência instalada tem sido acompanhado pelo movimento de nacionalização da cadeia produtiva, incentivada nos últimos anos pela política da Lei da Redução da Inflação (IRA, em inglês). A capacidade doméstica de fabricação de módulos fotovoltaicos cresceu 190%, passando de apenas 14,5 GW no final de 2023 para 42,1 GW no final de 2024 e ultrapassando os 50 GW no início de 2025, o que torna o país autossuficiente em módulos para a demanda interna.
A fabricação de células solares também foi retomada em 2024, com a empresa Suniva reiniciando a produção em sua fábrica de 1 GW na Geórgia, na região sul do país, onde se concentra a nova produção de módulos e também a capacidade instalada de geração. No Texas, por exemplo, há 8,6 GW em fábricas de módulos e, em 2024, o estado foi pelo segundo ano consecutivo o líder em novas instalações, com 11,6 GW implementados.
Mesmo com as mudanças nos créditos fiscais do IRA para as energias renováveis, que foram suspensos pela nova administração federal, a expectativa da SEIA é a de que a capacidade solar total dos EUA atinja 739 GW até 2035. Apesar disso, em um ambiente considerando efeitos da nova política federal, o estudo projeta um declínio de 130 GW sobre o cenário base, com cerca de US$ 250 bilhões em investimentos perdidos em dez anos. Em 2024, aliás, a indústria solar representava um mercado de US$ 70,4 bilhões nos Estados Unidos.
Eternit encerra linha de produtos FV
AEternit S.A., em comunicado aos acionistas e ao mercado, informou o encerramento de
sua linha de produtos fotovoltaicos. A empresa, que atua principalmente no setor de materiais de construção e no segmento de coberturas, afirma que a decisão “teve influência da concorrência com as placas fotovoltaicas do mercado chinês”.
A Eternit ingressou na área de energia solar em agosto de 2021, com o lançamento de uma telha de concreto incorporando células solares, após quase três anos de desenvolvimento e testes. Seguiram-se mais modelos, como telhas de fibrocimento solares e outros, sendo que o lançamento mais recente foi em agosto passado na Intersolar South America, em São Paulo, quando apresentou um módulo solar leve (foto) voltado para o segmento BIPV (building integrated photovoltaics, ou elementos fotovoltaicos integrados à construção), para aplicação sobre telhados e/ou fachadas.
Companhia comunicou que concorrência dos produtos chineses inviabiliza continuidade
A empresa afirma ter buscado alternativas nos últimos anos para tornar mais competitiva a linha de produtos fotovoltaicos, mas que esta não se mostrou viável mesmo com os esforços desprendidos. “Os impactos financeiros decorrentes dessa decisão já estão refletidos nos resultados de 31 de dezembro de 2024, na linha de outras receitas e despesas, totalizando R$ 17,1 milhões, com reflexos nos grupos de ativo imobilizado, estoques, provisão para garantias e indenizações”, diz o comunicado.
Mercado de baterias supera
1 TWh
Em 2024 a demanda anual de baterias ultrapassou 1 TWh pela primeira vez, segundo análise da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O desempenho foi influenciado principalmente pela queda de preços e pelo aumento de 25% nas vendas de veículos de passeio elétricos, que passaram para 17 milhões em todo o mundo.
Segundo artigo publicado por técnicos da agência, o preço médio de uma bateria para carro elétrico caiu para menos de US$ 100 por quilowatt-hora, considerado o limite fundamental para competir em custo com os modelos convencionais a combustão. Nesse caso, minerais de bateria mais baratos têm sido o principal fator. Os preços do lítio caíram mais de 85% em relação ao pico em 2022.
Desempenho recorde foi impulsionado por queda de preços e aumento de 25% nas vendas de carros elétricos, analisa IEA
Além da baixa no preço dos minerais críticos, avanços na indústria de baterias também apoiaram o cenário. Após anos de investimentos, a capacidade global de fabricação de baterias atingiu 3 TWh em 2024. A se guiar por projetos anunciados, nos próximos cinco anos a expectativa é de a capacidade ser triplicada.
A análise também prevê movimento de consolidação no mercado, com competidores que tendem a atuar de forma mais globalizada. Para isso, estão previstas parcerias ao longo da cadeia de suprimentos, com busca por economias de escala e eficiência de pesquisa e fabricação para aumento
da inovação dos sistemas. Na China, maior produtor global e onde hoje há mais de 100 fabricantes, por exemplo, a forte concorrência e as margens menores devem estimular a concentração.
Apesar disso, o papel da China, que produz mais de três quartos das baterias vendidas globalmente, continuará a ser dominante. Em 2024, com queda recorde nos preços médios das baterias de quase 30%, o país registrou alta competitividade em relação a concorrentes na Europa e na América do Norte, com baterias mais baratas 30% e 20%, respectivamente, em comparação às duas regiões.
Além de concentrar a produção global, o que lhe garantiu know-how para desenvolvimento de inovações na área, a China tem a seu favor o fato de os produtores terem priorizado a tecnologia de lítio-fosfato de ferro (LFP), química mais barata para as baterias.
Apesar de inicialmente a solução ter sido considerada inadequada para carros elétricos, por conta da baixa densidade energética, na atualidade, com melhorias tecnológicas, as baterias LFP cobrem quase metade do mercado global, depois de mais do que triplicar sua participação nos últimos cinco anos, com preços 30% menores do que a tecnologia de níquel-cobalto-manganês (NMC).
Avião elétrico vai cruzar os EUA
Aempresa suíça H55, spin-off do projeto pioneiro Solar Impulse (um avião elétrico a energia solar fotovoltaica que deu a volta ao mundo em 2016), está lançando sua iniciativa mais ambiciosa até agora: a excursão H55 Across America, que destacará a Bristell B23 Energic, primeira aeronave totalmente elétrica de dois lugares a ser certificada sob os regulamentos da Parte 23 nos principais centros de aviação dos Esta-
dos Unidos. De abril a agosto, a H55 fará demonstrações de voo elétrico no mundo real com convidados VIP, fazendo paradas nos principais centros de aviação e eventos do país, incluindo Califórnia, Flórida (SUN ‘n FUN), Texas, Colorado e Wisconsin (EAA AirVenture), entre outros.
“Fomos pioneiros na aviação elétrica com o Solar Impulse, cruzando os EUA em 2016 durante nosso voo ao redor do mundo”, diz André Borschberg, cofundador e presidente executivo da H55. “Agora estamos de volta — não com um protótipo, mas com uma aeronave pronta a ser comercializada, com entregas começando no ano que vem. O B23 Energic está trazendo o voo elétrico ao treinamento de pilotos e à aviação geral.”
Destinado a escolas de voo, aeroclubes, academias militares e pilotos particulares, o B23 Energic, equipado com tecnologia de propulsão elétrica e bateria certificada da H55 e fabricado pela Bristell, oferece benefícios em relação às aeronaves convencionais, informa a H55: menores custos operacionais, mais eficiência e silêncio em comparação com aeronaves a combustão semelhantes.
“O B23 Energic representa uma mudança fundamental na forma como pensamos a aviação”, diz Martin Larose, CEO da H55. “O voo elétrico não é mais um conceito futuro; é uma solução operacional certificada pronta para entregar valor real hoje. O que diferencia a H55 é nossa abordagem
O B23 Energic transportará passageiros em diversas paradas para demonstrar vantagens da aviação elétrica
integrada: não apenas construímos sistemas de propulsão, entregamos um ecossistema completo de aviação elétrica — desde armazenamento de energia e otimização de desempenho até suporte de certificação. Embora tenhamos começado com a aviação geral, o H55 agora está expandindo seu alcance com aplicações de clientes em mobilidade aérea regional e aviação comercial”.
A H55 está avançando no que se refere às certificações necessárias: os requisitos para a bateria serão concluídos em meados de 2025, seguidos pelos do sistema de propulsão totalmente elétrico, com aprovações dos EUA e depois Canadá.
A iniciativa H55 Across America é um convite aberto a escolas de voo, aeroclubes, agências governamentais, academias militares, universidades, investidores e profissionais da aviação “para vivenciar a realidade comercial do voo elétrico — de perto e no ar”, finaliza a empresa.
Metrô de SP assina contrato de autoprodução
ACGN Brasil Energia anunciou ter assinado contrato com o Metrô de São Paulo e a Pontoon Energia para autoprodução de energia renovável. O contrato de longo prazo, com duração de 15 anos e início previsto para 2027, garantirá o abastecimento de parte da demanda energética do metrô com fontes solar e eólica provenientes do Complexo Lagoa do Barro, no Piauí. Com essa iniciativa, os trens das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata passarão a operar com energia de Lagoa do Barro, o que deve fazer o Metrô de São Paulo economizar mais de R$ 12 milhões por ano, otimizando custos operacionais e reforçando sua sustentabilidade financeira.
Além da economia, o acordo também traz benefícios ambientais: a energia limpa reduzirá significativamente
a pegada de carbono da operação, afirma a CGN. A expectativa é evitar a emissão de mais de 200 mil toneladas de CO₂ ao longo dos 15 anos de contrato.
A CGN Brasil Energia é subsidiária do grupo chinês CGN, que tem capacidade instalada superior a 100 GW e é a maior empresa geradora de energia nuclear da China e a terceira maior do mundo. A CGN Brasil Energia, criada em 2019, é dedicada ao desenvolvimento de projetos greenfield e geração e comercialização de energia renovável. Atualmente opera sete complexos eólicos e três solares em cinco regiões do País, totalizando mais de 1,5 GW de capacidade instalada.
Distribuidoras ignoram metas do Luz Para Todos
As metas do Luz Para Todos, programa federal de universalização de serviços de energia em áreas rurais e comunidades remotas da Amazônia Legal, principalmente por meio de sistemas de geração solar distribuída, não têm sido atendidas pelas distribuidoras de energia responsáveis pelas áreas de concessão reguladas pelo programa. As concessionárias têm metas anuais de universalização.
A conclusão é de levantamento do Idec - Instituto de Defesa de Consumidores, que se baseou em dados do próprio MME - Ministério de Minas e Energia. Nos estados do Acre e Tocantins, segundo o instituto, não foram conta-
bilizados atendimentos a metas e, em outros estados, eles ficaram abaixo do previsto, com índices muito baixos, como Amazonas (6%), Roraima (2%) e Mato Grosso (7%). Já Rondônia está em posição um pouco melhor, mas atingiu apenas 67% da meta estipulada. A média baixa é vista com preocupação pelo Idec, já que o prazo máximo para universalização do programa, atualmente, é 31 de dezembro de 2028. Além do mais, o estudo alerta que há ausência de um mapeamento atualizado sobre o número de pessoas sem acesso à eletricidade na Amazônia Legal, especialmente em regiões remotas, o que dificulta avaliação precisa da capacidade do programa em assegurar a universalização do acesso ao serviço. Apenas dois estados com atendimentos previstos Amapá e Pará superaram a meta estipulada. Nas regiões remotas dessas áreas, a quantidade de atendimentos excedeu em 470% e 27%, respectivamente, os valores inicialmente estabelecidos. No Maranhão, embora não tenham sido definidas metas, foram realizados 501 atendimentos.
Também órgãos públicos das regiões remotas estão ainda sem acesso ao serviço: há pelo menos 993 escolas e 217 unidades de saúde sem energia. Para o Idec, esses números podem indicar que os atendimentos previstos para 2024 de fato não foram realizados ou que as distribuidoras não estão enviando com a devida celeri-
Levantamento do Idec identi ca não cumprimento de metas de universalização por concessionárias responsáveis
Acordo signi ca redução de R$ 12 milhões por ano na conta de energia da empresa de transporte de passageiros
dade as informações atualizadas dos atendimentos ao MME.
Autoprodução domina PPAs de renováveis
Amaior parte dos contratos de longo prazo de compra de energia renovável no mercado livre em 2024 envolve projetos na modalidade de autoprodução, pelo qual grandes consumidores entram como sócios minoritários de empreendimentos de renováveis para se beneficiar da redução de encargos de consumo. Segundo levantamento da consultoria CELA, dos 31 acordos celebrados no ano, 30 optaram pelo modelo.
Do total dos PPAs, equivalentes a 1,7 GW de usinas fotovoltaicas e 600 MW de eólicas, 18 foram de energia
solar e 11 de eólica e, de forma inédita, mais dois envolveram projetos híbridos com as duas fontes. Segundo a consultoria, com a maior abertura do ACL para os consumidores do perfil varejo, de menor porte, a quantidade de contratos cresceu em comparação com 2023, quando 23 acordos foram mapeados.
Já o volume de energia comercializada caiu de 969 MWmédios para 659 MWm entre os dois períodos. A queda, de acordo com a análise da CELA, é explicada pela mudança de perfil do consumidor livre, com demandas abaixo de 500 kW e, principalmente, por entraves recentes enfrentados pelo setor, como dificuldades de aprovar e conectar projetos na rede, recrudescimento das políticas de incentivos e maior acirramento na venda de energia no ACL.
Ainda segundo o estudo, em sua nona edição, no último ano o volume financiado dos PPAs assinados foi de R$ 3,9 bilhões, ante os R$ 5,4 bilhões de 2023. Para a CEO da CELA, Camila Ramos, muitos dos novos contratos envolvem demandas de datacenters
Dos 31 contratos rastreados pela CELA, 30 eram da modalidade que proporciona redução de encargos aos consumidores
“Esses projetos ganharam uma grande participação dos datacenters no País e são hoje a mola propulsora do mercado livre, com grande
aderência, inclusive, dos novos entrantes pela maior abertura do ACL no último ano”, disse.
Aliás, segundo análise de outra consultoria especializada no setor, a Thymos Energia, em 2025 a tendência é de que a demanda de datacenters continue a incentivar novos contratos de autoprodução, já que o setor é “ultraeletrointensivo” em energia e necessita de fontes renováveis baratas para seus projetos. A consultoria estima que os PPAs de autoprodução, muitos com demandas de até 10 MWm, deverão movimentar cerca de 1 GWm de energia em 2025 no Brasil.
ISA Energia Brasil tem nova solar
Acompanhia transmissora ISA Energia Brasil energizou sua segunda instalação solar para autoconsumo,
passa a contar com duas plantas solares que geram energia para 44 de suas unidades consumidoras
Empresa
instalada na Subestação Assis, em São Paulo. A planta tem 214 kWp e atende nove unidades consumidoras da empresa na região. O investimento foi de R$ 1,4 milhão na implantação de 310 módulos fotovoltaicos em uma área de 34 mil m2.
A empresa já contava desde outubro passado com outra usina solar para autoconsumo remoto, com 500 kW de potência, na Subestação Mogi Mirim III, também em São Paulo. Essa planta abastece 35 unidades consumidoras da empresa. A ISA Energia Brasil planeja a construção de mais duas usinas solares até o fim de 2025, expandindo sua potência instalada para 1,3 MW na sua área de concessão, com aproximadamente 2.500 módulos fotovoltaicos.
A empresa é detentora de 35 concessões de transmissão em 18 estados brasileiros, sendo responsável por cerca de 30% da energia elétrica transmitida no País e aproximadamente 95% no Estado de São Paulo. Em Registro, SP, instalou há dois anos o primeiro sistema de armazenamento de energia em baterias em larga escala do sistema de transmissão brasileiro, com 30 MW de potência e 60 MWh de capacidade.
EDP atinge 15 GW de PPAs
AEDP atingiu 15 GW em contratos de longo prazo (power purchase agreements, ou PPAs) com clientes de todo o mundo, incluindo algumas das maiores empresas globais. Energia e serviços públicos, data centers, comércio e varejo, energia e gás e indústria de transformação são os cinco setores que lideram a contratação de PPAs com a EDP, informou a
empresa em comunicado. A energia renovável contratada por meio desses acordos representa aproximadamente 41,5 TWh, provenientes dos projetos de grande escala.
Somente em 2024, a EDP fechou PPAs com 15 clientes, registrando crescimento de 15% na capacidade contratada em relação a 2023. A maioria dos contratos se refere a ativos solares e eólicos da empresa, embora os sistemas de armazenamento de energia em baterias tenham assumido um papel relevante nos PPAs assinados em 2024, diz o comunicado.
Entre os principais contratos fechados no último ano destacam-se o PPA de até 200 MWp com a Microsoft, em Singapura, para a iniciativa SolarNova; o PPA de 44 MWp com a Amazon no Japão (no maior projeto solar da EDP naquele país), em Fukushima; PPAs de 184 MWp na Europa; e o acordo de 200 MW no Arizona, EUA, com o Salt River Project.
do total). “Garantir 15 GW de capacidade contratada em PPA é um marco relevante que reforça a posição da EDP como parceiro de confiança desse setor. Esses acordos aumentam a previsibilidade de nossa receita no longo prazo e desempenham papel crucial na aceleração da transição energética”, afirmou o CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade.
Pontal Energy cria nova empresa de renováveis
Fruto da aquisição da RZK Energia por pouco mais de RS 1 bilhão, a Pontal Energy criou empresa voltada
Segundo a EDP, o aumento da demanda energética das grandes empresas de tecnologia para seus data centers representou 45% dos contratos fechados pelo grupo em 2024.
A empresa já detém 3,2 GW em PPAs para data centers em nível global (22%
para geração e comercialização de energia renovável, batizada de Thopen. A operação reúne os negócios da RZK em geração distribuída, com capacidade total instalada de 163 MWp em 45 usinas ativas, sendo 39 solares e seis de biogás, e ainda a gestão de 250 mil unidades consumidoras.
A nova empresa vai receber investimentos de R$ 2,3 bilhões até 2027, segundo comunicado da Pontal, tanto em gestão de consumidores no mercado livre como de GD. Atualmente já estão em construção 40 novas usinas de GD, que aumentarão a capacidade total de geração de energia renovável para 300 MWp. Junto com a Pontal, a Thopen projeta a expansão de mais 500 MWp em GD até o final de 2027,
Batizada de Thopen, empresa vai receber investimentos de R$ 2,3 bilhões até 2027 e reúne geração renovável e gestão e comercialização de energia no mercado livre
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totalizando mais de 800 MWp, além de mais de 1 milhão de unidades consumidoras sob gestão (UCs).
A Pontal é controlada pela gestora americana de private equity Denham Capital e tem capacidade total instalada de 608 MW em solar e eólica e portfólio de projetos greenfield que somam mais de 1 GW. Segundo comunicado, em 2024 a empresa realizou investimentos de aproximadamente R$ 400 milhões.
Criador da topologia HERIC é premiado
Oprimeiro prêmio Adolf Goetzberger foi conferido a Heribert Schmidt, que atuou por décadas no Fraunhofer Institute for Solar Energy Systems (Fraunhofer ISE) e em 2002 inventou a topologia de inversor HERIC, a qual melhorou a eficiência e a confiabilidade dos sistemas solares em todo o mundo. A cerimônia de premiação ocorreu em 11 de março durante o 40º PV Simposium, em Bad Staffelstein, Alemanha.
A topologia HERIC (Highly Efficient & Reliable Inverter Concept), desenvolvida por Schmidt (foto), trouxe benefícios tanto para a indústria solar quanto para a sociedade. Ao cortar as perdas elétricas em mais da metade em comparação com a topologia de ponte completa anteriormente dominante a chamada topologia H4 , a HERIC não apenas aumentou o rendimento energético mas também a eficiência e a confiabilidade dos inversores.
A inovação lançou as bases para uma nova classe de inversores, as chamadas topologias H6, hoje implantadas em milhões de inversores no mundo todo, particularmente na faixa de menor potência. A patente do HERIC é considerada a mais bem-sucedida da Fraunhofer Society e um excelente exemplo de transferência de tecnologia da pesquisa para a aplicação industrial.
O prêmio Adolf Goetzberger foi instituído em homenagem a este pioneiro da energia solar na Alemanha, fundador do Instituto Fraunhofer ISE. O prêmio é realizado pela
Heribert Schmidt desenvolveu o circuito no Fraunhofer ISE em 2002
fundação de mesmo nome e se destina a promover ciência e pesquisa, proteção ambiental e ação climática, com foco particular na energia solar.
Notas
Aumento de financiamentos - Um levantamento da Solarprime apontou que 28,79% das vendas de projetos fotovoltaicos em 2024 foram realizadas por meio de financiamentos. O crescimento em relação a 2023, segundo a rede de franquias de energia solar, foi de 11,19%. Em 2024, a Solarprime comercializou, no total, 3089 projetos fotovoltaicos frente a 2.383 em 2023, o que representa um avanço de 30% de um ano para outro. A rede de franquias foi responsável por injetar 32,76 MWp na matriz energética nacional em 2024. O balanço de vendas de painéis mostra que o segmento residencial foi o que mais contemplou projetos, com 2592, seguida pela comercial com 288, pela rural com 184, a industrial com 24 e um destinado ao serviço público.
Crescimento de faturamento - A 77Sol registrou crescimento de 200% no faturamento em 2024, em comparação ao ano anterior. Impulsionada por um mercado fotovoltaico aquecido, a empresa ainda dobrou o volume de usinas vendidas, alcançando a marca de mais de 16 mil instalações, e somou mais de R$ 10 bilhões em projetos solares. De acordo com a companhia, o crescimento também se reflete no aumento de 70% da base de usuários em 2024 na plataforma disponibilizada pela empresa aos integradores, que atingiu 25 mil profissionais. Outro marco para a empresa foi o crescimento de 250% na linha de financiamento.
Preparação de terreno para usina - A Armac vai apoiar em Nova Alvorada do Sul, Mato Grosso do Sul, a construção de uma usina fotovoltaica que terá capacidade instalada de 687 MW. Os equipamentos da empresa serão utilizados para os serviços de supressão vegetal, terraplenagem, abertura de valas e instalação dos trackers e painéis. A operação conta também com uma equipe de manutenção dedicada exclusivamente ao projeto.
Hidrogênio
Revisão do mercado beneficia o Brasil?
Com investidores mais cautelosos, os projetos de H2 verde no mundo passam por revisão. Isso, no entanto, pode beneficiar o Brasil, dizem especialistas ouvidos nesta reportagem: além de condições naturais favoráveis, o País conta com um marco regulatório e um programa de incentivos de R$ 18 bilhões.
Mas os leilões para remover os gargalos da transmissão têm de ser realizados antes do anunciado pelo governo.
Embora ainda seja uma das princi pais apostas para a descarbonização global, a indústria do hidrogênio verde pas sa por momento de transição no ritmo do seu desenvolvimento em todo o mundo.
Da euforia inicial que motivou um sem fim de projetos e planos nacionais e regionais para criar a cadeia da oferta e da demanda, mudanças conjunturais em todo o mundo obrigaram mais recentemente a que investidores e países passassem a repensar estratégias e a adequar o ce nário a uma realidade mais cautelosa.
desistência foi feito em janeiro deste ano. Outros projetos na Noruega e Suécia também foram descontinuados, embora a Shell tenha anunciado que sua intenção, du rante essa fase de reava liação, é se concentrar em outros projetos em estágios mais avançados, como planta hidrogênio de 200 MW na Holanda, no porto de Roterdã, que deve entrar em operação ainda este ano.
O novo panorama começa pela crise energética na Europa, ainda afe tada pelos efeitos da Guerra na Ucrâ nia, que mudou em parte as priorida des do continente, agora com ímpeto e orçamento mais limitados para dar continuidade a sua estratégia de transição energética. Mas o cenário também envolve os custos ainda ele vados para a mudança da matriz, já que a tecnologia para a produção do H2 verde precisa ainda de escala para conseguir reduzi los o suficiente para
tirar muitos projetos estruturantes do papel. A falta de infraestrutura para o recebimento e a movimentação do ve tor energético nos principais mercados, Europa e Ásia, principalmente, é outro fator que atrasa os investimentos.
Com os percalços, considerados por analistas como temporários ou parte de processo natural de consolidação, de um ano para cá players importantes, como as petroleiras Shell, Equinor e BP, todas elas com projetos de hidrogê nio verde de grande porte, começaram a revisar seus planos no setor.
No caso da Shell, há projetos cance lados inclusive no Brasil, uma planta que seria piloto, de 10 MW, no Porto do Açu, Rio de Janeiro, cujo anúncio da
Já a BP, em fevereiro, justificou sua nova estratégia menos ambiciosa por conta de pressões de investidores preocupados com a baixa rentabili dade dos projetos, com a lentidão na implementação de políticas públicas dos países e em razão de atrasos nos desenvolvimentos tecnológicos do H2 verde. Os fatores, na análise do grupo britânico, dificultam no momento o convencimento de clientes a pagarem o prêmio verde pelo hidrogênio e as sim assinarem contratos de longo pra zo para tornar viáveis os projetos. Mesmo comprometida publicamente com a descarbonização, a BP anunciou também, como parte da nova postura, que vai aumentar em 30% os investi‑
Marcelo Furtado, especial para FotoVolt
Programa H2Global lançou licitação de € 2,5 a 3 bilhões para suprimento de H2V à Europa: projetos da América do Sul (Brasil incluso) vão concorrer entre si e também com os da Oceania (foto da Hintco, intermediária do programa)
mentos em com bustíveis fósseis, para US$ 10 bilhões anuais, o que sinaliza o atendimento mais imediato das ne cessidades ener géticas da Euro pa, com preços de energia dispa rados. Em con traste, a empresa promoverá corte de US$ 5 bilhões em renováveis, principalmente mudando no momento o foco nessa área para biogás, biocombustíveis e carregamento de veículos elétricos. Para se ter uma ideia dessa movi mentação do mercado, a consultoria Westwood identificou, em dezembro de 2024, 23 projetos de hidrogênio ver de no pipeline europeu cancelados ou paralisados em 11 países. A capacida de total impactada por esses projetos é de 29,2 GW, o equivalente a 20,3% do pipeline quando considerados todos os status dos projetos (atual, cancelado e parado).
Viga: tendência é investidores concentrarem-se em projetos mais viáveis, em locais onde há melhores recursos de energia renovável, boa localização logística, disponibilidade de água para a eletrólise e com política pública e incentivos caso do Brasil
Indústria do Hidrogênio Verde, a ABIHV, Luis Viga, representa uma consolida ção de mercado que tende até a ser favorável para os projetos brasileiros, a maior parte deles estruturados para exportação e de gran de porte. Caso, por exem plo, do projeto da empresa dirigida por ele no Brasil, a australiana Fortescue, cuja primeira fase terá 1,2 GW de eletrólise para produzir 168 mil t/ano de H2 verde no complexo portuário e industrial do Pecém, no Ceará, um dos mais adiantados em sua estruturação.
ABIHV, é a nova postura do governo norte americano de acabar com os sub sídios para a indústria verde local, por meio da suspensão da Lei da Redução da Inflação (IRA, em inglês). Até antes disso, os EUA eram considerados os grandes competidores do Brasil no ce‑ nário global, em virtude da oferta de crédito fiscal de até US$ 3 por kg da produção de hidrogênio verde. “A po lítica (dos Estados Unidos) era muito mais baseada em incentivo do que em energia renovável, comparando com o Brasil, que tem 90% da matriz reno vável, com energia eólica, solar e hi drelétrica mais baratas do que as deles. Por isso que eles precisaram dar quase 1 trilhão de dólares do IRA, o que aca bou agora com o Trump”, diz.
Na análise da Westwood, há três razões principais dadas para os can celamentos ou paralisações: altos custos e desafios econômicos, falha na obtenção de financiamento e falta de demanda. A primeira razão responde por 32% dos projetos (e 40% da capa cidade), sendo a Noruega o país mais impactado, com a perda de 10 GW de capacidade potencial. Neste caso, chama a atenção que os projetos no ruegueses demandariam a construção de gasoduto para a Alemanha, o que também foi por enquanto cancelado.
Consolidação
A revisão global de projetos, po rém, na análise do presidente do conselho da Associação Brasileira da
Para Viga, a tendência com o novo cenário é os investidores da área, a maior parte empresas globais, con‑ centrarem se em projetos mais viá‑ veis, em locais onde há melhores recur sos de energia renovável, boa localiza ção logística, disponibilidade de água para a eletrólise e com política pública e incentivos. O Brasil se encaixa nesse perfil, sendo que, neste último caso, desde o ano passado o País conta com marco regulatório, em processo de regulamentação e com programa de incentivos fiscais de R$ 18,3 bilhões para financiar os projetos.
“Há três ou quatro anos eram projetos anunciados no mundo intei ro, mas nem todos em lugares com recursos tão bons comparados aos do Brasil, onde vai ser possível produzir hidrogênio verde mais barato. Há me nos projetos agora, mas os que sobra‑ ram são os mais viáveis”, diz. O da Fortescue, por exemplo, se mantém confiante de ter decisão final de inves timento em julho de 2026.
Competição global
Além da consolidação, outro fator da conjuntura global que promete fa vorecer o Brasil, para o presidente da
O novo cenário com demanda menor, principalmente na Europa, que prioriza reduzir seus custos com a energia, também pode de certa for ma favorecer os projetos brasileiros, na opinião de Viga. Isso porque os volumes menores de compra, seja via leilões globais ou compras diretas de empresas, tende a se concentrar em projetos mais competitivos, que podem ofertar melhores preços.
Na comparação com o resto do mundo, Viga acredita que os investi dores optem, dentro do portfólio de projetos que a maioria deles já têm em vários lugares do mundo, pelos do Brasil. Além da vantagem sobre os norte americanos sem o IRA, há tam bém pontos a favor na disputa com os projetos no Norte da África.
Mesmo que esses países africanos, como Marrocos, Argélia e Tunísia, além de bons recursos de renováveis tenham a favor a logística mais próxi ma da Europa, podendo transportar por gasodutos o hidrogênio, sem pre cisar transformá lo em amônia para o transporte marítimo, como ocorrerá no Brasil, há ainda na região déficits de infraestrutura, regulatórios, de se gurança jurídica e de financiabilidade para serem superados.
Fortescue/Divulgação
Na comparação com a América Latina, também há vantagens, já que a Argentina tem desafios de desenvolvi mento e de estabilidade da economia e no Chile, país que tem estruturado projetos de hidrogênio e de energia solar, o problema é ainda não ter renováveis suficientes para suportar unidades de H2 verde estruturantes, de grande porte e voltadas para a ex portação.
“Agora, quando se olha o Brasil, aqui temos todos os fundamentos para liderar essa indústria. É uma vocação que a gente já tem, baseada em uma matriz elétrica limpa, sistema interligado nacional, junto com uma infraestrutura de portos, principal mente no Nordeste, que ainda não está utilizada 100%, com áreas indus triais”, diz.
Outro ponto a favor, segundo o executivo, é o Brasil tradicionalmente atrair muito a atenção de fundos de investimentos voltados para países de desenvolvimento e com foco em projetos de transição energética, o que garante bancabilidade aos projetos.
Não à toa, as vantagens nacionais fazem a Fortescue ter o projeto brasi leiro como prioritário entre os cinco que possui no mundo (os outros são na Noruega, Austrália, Es tados Unidos e Marrocos). O projeto no Pecém, aliás, já está com grau de maturidade elevado, com área arrendada de 120 hectares, onde já são feitas prospecções no terreno, além de projeto de engenha ria em elaboração até julho e financial advisor, responsável pela estruturação do finan ciamento (R$ 20 bilhões), contratado, no caso o Banco Santander. A água do projeto também está garantida por meio de parceria público privada no Ceará que fará reúso do esgoto para uso nas plantas de H2 verde.
Gargalo é transmissão
Apesar de o Brasil ter todos os fundamentos para se tornar líder do mercado de hidrogênio verde, mais do que o cenário global menos favorável, o principal “fantasma” do setor hoje é a transmissão de energia. Com a maior parte dos projetos concentrados no Nordeste, onde apesar da alta geração renovável da região há déficit na rede básica, o setor teme que o andamento dos projetos ultra eletrointensivos seja afetado.
O temor já é uma realidade para os investidores, tendo em vista que o Operador Nacional do Sistema Elétri co, o ONS, no começo deste ano, negou todos os pedidos de acesso à rede básica de transmissão de projetos de hidrogênio verde no Nordeste.
As negativas, que totalizaram entre 4 GW e 5 GW em projetos e envolveram aqueles com estágios mais adiantados, casos dos da Casa dos Ventos e da pró pria Fortescue, no Pecém, refletem a postura mais conservadora do operador para evitar problemas na rede, mesmo movimento que tem aumentado o nú mero de curtailments dos geradores.
Com planejamento de ajudar a fo mentar e atrair investimentos dos con sumidores ultra eletrointensivos
Projetos de H2
verde no Brasil (fonte: Aurora Research Energy)*
Subsistema
SE Port of Açu Yamna Green Hydrogen Plant 7500
NE Cactus ZPE Ceará 1120
SE White Martins Jacareí hydrogen plant 5
NE White Martins Pernambuco hydrogen plant 1,6
NE EDP Pilot Brazil 1,25
NE Unigel Bahia plant 240
NE AES Green Ammonia 2500
NE FFI Pecém Project (Fortescue) 1200
NE FRV-X Pecém industrial complex plant (H2 Cumbuco) 2000
NE Fuella 3000
NE Solatio 3000
SE Fuella, Prumo 520
NE Qair (Pernambuco) 1000
NE Qair (Ceará) 2525
NE Iracema Project (Pecém) Casa dos Ventos 2400
além do hidrogênio verde, os datacenters , o Ministério de Minas e Energia (MME), porém, demonstrou preocu pação com as negativas do ONS e pro meteu ao setor uma solução. Segundo o presidente do conselho da ABIHV, a proposta apresentada pelo MME é ampliar o sistema de transmissão no Nordeste em 4 GW até 2032.
Ocorre que, na avaliação dos asso ciados da ABIHV, que reúne os prin cipais grupos com projetos no Brasil para sair no Nordeste, o prazo para o reforço da rede, que seria encami nhado com leilão de transmissão em 2027, é muito distante e tem potencial de dificultar os planos de investimen tos no País.
Para Viga, o mais razoável seria o reforço estar disponível já em 2029, tendo em vista que muitos projetos têm no planejamento tomar a decisão final de investimento (FID, em inglês) no máximo em 2026. Isso significa que, com o tempo médio das obras das unidades de grande porte e com plexidade, a produção começaria em 2029. “O leilão precisa ser antecipado pelo menos para 2026”, diz Viga.
O horizonte muito distante para o reforço da transmissão, no enten dimento do executivo, tem potencial para fazer o Brasil perder projetos para outros países concorrentes. Isso principal mente porque a maior parte dos investidores com projetos no Nordeste também olham outras “praças”.
* A empresa monitora apenas projetos já com contratos envolvidos. Estão excluídos os MOUs, portanto.
E ao mudarem o destino dos primeiros projetos para outro país, por exemplo o Marrocos, o risco para o Brasil seria ainda maior. Como as unidades serão de grande por te, estruturantes, um primeiro grande projeto incentiva o país que recebe o investimen to a criar cadeia de supri‑ mento local. “Com a infraes trutura montada, fica mais
fácil os outros projetos também segui rem para o mesmo lugar e aí não voltam mais para o Brasil”, disse.
Compartilha da mesma preocupação com a transmissão Paulo Alvarenga, CEO do grupo alemão Thyssen‑Krupp, fabricante de eletrolisadores alcalinos utilizados na produção do H2 verde. “Como a rede é integrada, quando uma empresa quer conectar uma carga de 1 GW no Ceará, outra quer 3 GW no Piauí e uma outra mais 1,5 GW no Rio Grande do Norte, e por aí vai, isso ‘desbalanceia’ o sistema. Então é preci‑ so redesenhar, avaliar o impacto nas linhas de transmissão”, explica.
Para ele, aliás, a questão da infraes‑ trutura ainda deficiente para a expansão do setor não é exclusividade do Brasil, trata‑se de problema global. Alvarenga cita o próprio caso da ThyssenKrupp, grande produtora de aços, com plano de transformar sua produção hoje fóssil para a versão de aço verde na Alema nha e zerar suas emissões até 2045, mas que no momento enfrenta dificuldades para aquisição do hidrogênio verde.
Com quatro altos fornos na Alema nha, a empresa está executando um projeto para trocar o primeiro deles por outro que substitui o uso do coque de petróleo para a redução do minério de ferro por hidrogênio verde. “Mas hoje o grande desafio é onde e como conse guir o hidrogênio”, explica.
As dificuldades começam com a im possibilidade de produzi lo na Alema nha, sem recursos de energia renovável suficientes para a alta demanda, o que força a importação. Mas aí começam a aparecer outros obstáculos, já que não há infraestrutura para recebimento do H2 verde em forma de amônia líquida, que demanda infraestrutura de dutos e de craqueamento em complexos por tuários, nem gasodutos para receber o hidrogênio na forma natural na fábrica.
A solução para a falta de infraestru tura, para Alvarenga, é a indústria pro curar crescer junto, com investimentos estatais, oferta do H2 verde e criação
da demanda por parte dos grandes consumidores. Nesse sentido, projetos estruturantes são importantes, de ga sodutos e de plantas produtivas. No caso da infraestrutura, a expec tativa da Europa é com a construção de gasoduto HyTransport.RTM, no porto de Roterdã, na Holanda, pro metido para 2028, mas que pode so frer atrasos. Seu traçado visa escoar o H2 verde importado para o Noroeste da Europa, passando por áreas in‑ dustriais importantes na Alemanha, com previsão de alta demanda, como as siderúrgicas da ThyssenKrupp. O porto de Roterdã, aliás, tem 30% de participação no do Pecém, no Ceará, parceria que visa no futuro escoar na Europa o H2 verde produzido no hub em elaboração no estado cearense.
Leilão global
Já pelo lado do incentivo de proje tos de hidrogênio verde, a iniciativa europeia de promover leilões globais de contratação, para suprir a Alema‑ nha, mentora do projeto, mas também a União Europeia, segue seu planeja mento. Trata se do programa H2Glo bal, instrumento que funciona como leilão duplo, sendo um primeiro para firmar contratos de compra de longo prazo com produtores de todo o mundo e um segundo para fechar contratos de venda de curto prazo com consumidores europeus.
Em fevereiro, a empresa interme diária do programa, a Hintco, lançou a segunda licitação global, depois de ter realizado um piloto em 2024. A nova versão, considerada já para escala industrial, foi organizada em cinco lotes, sendo quatro regionais, totalizando 2,5 bilhões de euros, com potencial para chegar a 3 bilhões, se gundo a empresa.
Os regionais têm, cada um, valor mínimo de 484 milhões de euros e são direcionados para África, Ásia, Amé rica do Norte e um quarto para duas
regiões de forma conjunta: América do Sul e Oceania, onde os projetos brasileiros terão a oportunidade de participar. O global, aberto a todos os projetos, tem recurso um pouco maior, de 567 milhões de euros.
A expectativa de lançamento do edital definitivo é para o começo de 2026, tendo em vista que ele passará por consulta pública e por uma campanha de promoção e esclarecimento global por meio de roadshows em várias cidades. No Brasil, o roadshow será em São Paulo, no dia 25 de abril, em evento presencial e híbrido.
Para a CEO da ABIHV, Fernanda Delgado, o desenho regionalizado do leilão, que fará os projetos brasileiros concorrerem com sul-americanos e da Oceania, principalmente Austrália, é positivo.
Delgado: desenho regionalizado do leilão do H2 Global é positivo para o Brasil, pois coloca todos os projetos no mesmo patamar de maturidade
Isso porque, na sua análise, coloca todos os projetos no mesmo patamar de maturidade, ou seja, no mesmo nível de greenfield. Isso ao contrário da primeira versão piloto, que foi global, quando a concorrência, vencida por um lance de planta a ser construída no Egito, da empresa Fertiglobe, fez o Brasil competir contra projetos mais maduros, por exemplo com financiamento já consolidado.
“A maturidade (do projeto) é uma característica importante: quanto mais adiantado, mais pontos leva. Os projetos brasileiros no ano passado concorreram com outros mais adiantados, daí a importância agora de haver os lotes regionalizados”, disse Delgado. Na sua avaliação, o montante de 2,5 bilhões de euros é bastante significativo, gerando expectativa grande do
ABIHV/Divulgação
setor com a dissecação do edital duran te o roadshow da Hintco marcado para abril em São Paulo.
Já para Paulo Alvarenga, da Thys senKrupp, a leitura sobre o impacto para o mercado que a segunda licita ção do leilão da H2Global pode trazer é diferente. Segundo ele, como os 2,5 bilhões de euros valem para contratos de compra de longo prazo, portanto diluídos para um período de dez anos, o certame só criará oferta de plantas de pequeno porte, sem a característica estruturante suficiente para formação de cadeias de suprimento onde os projetos vencedores serão instalados. O volume de recursos disponibili zado, que reflete os cortes momentâ neos de orçamento na Europa para a transição energética, segundo Alva renga, deve criar vários projetos na escala de dezenas ou centenas de me gawatts e não na escala de gigawatts, aí sim com capacidade para fomentar a indústria.
Esse orçamento limitado contrasta com a meta original da Alemanha na época de criação do H2Global (que hoje também conta com recursos da Holanda), de que contrataria até 10 mi‑ lhões de toneladas de H2 verde até 2030, o que representaria cerca de 70 GW em eletrólise. “A iniciativa da
Hintco é inteligente, gosto do modelo, mas para gerar um movimento para al cançar o ponto de inflexão para fazer com que o mer cado ande sozinho, tem um efeito limitado”, diz.
A sistemática do leilão da H2Global faz a Hintco comprar ao lance menor o hidrogênio verde, que pode ser na forma de amô nia e de outros derivados, como o SAF (combustível sustentável de aviação), e o revender aos preços maiores con seguidos nos contratos de venda de curto prazo para os offtakers europeus. A diferença do custo, que nos primei ros anos será maior na compra (o H2 verde atualmente é pouco mais do que o dobro em comparação com o cinza, do gás natural), é compensada com as subvenções dos governos.
Alvarenga: incentivos fiscais de R$ 18,3 bilhões do programa brasileiro têm capacidade de viabilizar projetos estruturantes
são de Carbono (PHBC), do marco regulatório bra sileiro promulgado no fim do ano passado, têm esse potencial.
Com o processo de ela boração, no Ministério da Fazenda, do decreto que regulamenta a concessão dos subsídios, que será feita via processos con correnciais, a previsão é de que os créditos fiscais viabilizem projetos de grande porte, com o perfil para demandar no País uma cadeia produtiva local. “O leilão brasileiro pode tirar do papel alguma coisa na ordem de gigawatts”, diz.
Leilão brasileiro
Se o leilão global por enquanto não tem a capacidade de viabilizar projetos estruturantes, para Alvarenga os in centivos fiscais de R$ 18,3 bilhões que fazem parte do Programa de Desenvol vimento do Hidrogênio de Baixa Emis
Segundo informações divulgadas em seminário do MME em março pelo subsecretário de acompanhamento eco nômico e regulação do Ministério da Fazenda, Gustavo Henrique Ferreira, há a possibilidade de a regulamenta ção incluir processos concorrenciais específicos para grandes projetos de exportação. Devem ser feitos leilões dirigidos para produtores e ainda para compradores, para atender por exem plo demandas de descarbonização do setor de fertilizantes, de transportes ou da siderurgia. O decreto, porém, só vai
ThyssenKrupp/Divulgação
dar as bases para que os leilões depois sejam especificados em editais.
Um receio de parte dos investidores de hidrogênio verde, porém, é o de que a orientação do decreto seja para estimular o aceso aos créditos fiscais primeiramente para projetos voltados ao mercado doméstico, já que o Mi nistério da Fazenda tem indicado essa tendência, como estratégia para des carbonizar a indústria nacional, esti mulando o aço ou o fertilizante verdes, por exemplo.
Para Luis Viga, da ABIHV, o cami nho correto seria estimular primeiro os projetos de exportação, de grande porte, cujas implantações não só criam a cadeia de fornecimento local como provocam, com a economia de escala, a queda de preço do hidrogênio verde do País. Nesse ciclo, continua o exe cutivo, a indústria nacional poderia acessar na sequência um hidrogênio verde mais barato para incorporar em
seus produtos, seja minério de ferro ou fertilizantes. E não fazer o ciclo inverso, ou seja, começar estimulando projetos para o consumo interno.
Além disso, em razão de o País ter matriz limpa, a outra consequência do estímulo aos projetos de exporta ção seria superar, com o preço mais baixo que a economia de escala pode trazer, o atual desinteresse natural que a indústria nacional tem de pagar o prêmio pelo hidrogênio de baixo carbono para fazer o aço ou fertilizan te verdes. Isso porque a nossa indús tria, em comparação com a de outros países, é menos pressionada para re duzir emissões em virtude da matriz elétrica nacional predominantemente renovável.
“São dois momentos. O primeiro seria para estruturar a indústria, di minuir o custo do hidrogênio, e aí, depois disso, naturalmente ele vai ser aplicado aqui”, diz. Viga também
chama a atenção para as vantagens de estimular a exportação. “Exportar tam bém nos ajuda no câmbio, na inflação, em uma série de coisas”.
O valor total de créditos fiscais pre vistos no PHBC será concedido no pe ríodo de 2028 a 2032, totalizando os R$ 18,3 bilhões distribuídos de forma crescente ao longo dos anos. Em 2028, por exemplo, o limite será de R$ 1,7 bi lhão, até atingir R$ 5 bilhões em 2032.
O diretor da Fortescue também ava‑ lia que os incentivos fiscais vão viabi‑ lizar plantas grandes, na escala do gigawatt, porque reduz o custo “tem porário” da diferença entre os hidrogê nios verde e cinza. “Por isso são muito importantes (os incentivos) para iniciar a indústria. Tem mais investimentos, melhora os processos, a engenharia e os riscos, e aí vai reduzindo o preço até o momento em que não precisará mais de subsídio”, explica.
Intersolar
Inovação e oportunidades para a energia solar fotovoltaica
Consolidado como um evento estratégico para o setor de energia renovável, a edição 2025 do Intersolar Summit Brasil Nordeste terá uma programação abrangente, com palestras, painéis e minicursos, destacando a importância da região no segmento solar. A feira vai oferecer oportunidades de negócios e atualização sobre inovações tecnológicas. Esta reportagem traz uma mostra das soluções que serão apresentadas no evento.
De 23 a 24 de abril, Fortaleza, no Ceará, será palco do 5º Inter‑ solar Summit Brasil Nordeste, um dos maiores e mais importantes encontros voltados à energia solar da região. O evento reunirá especia listas, autoridades e mais de 5500 profissionais do setor para discutir os avanços e desafios relacionados à transição para uma economia de bai xo carbono. Considerado um marco para o setor de energias renováveis, o evento tem como objetivo promover a troca de conhecimentos, gerar novas oportunidades de negócios e impul sionar o desenvolvimento sustentável, especialmente na região Nordeste, que se destaca pela sua vocação solar. A fim de oferecer um ambiente pro pício para discussões sobre o potencial transformador da energia solar, serão debatidos no Intersolar Summit Brasil Nordeste temas como geração distri‑ buída e soluções para armazenamento de energia, que estão se tornando cada vez mais essenciais para garantir a estabilidade da rede elétrica. A gera ção centralizada também está na pauta do evento, haja vista que sete estados nordestinos – Bahia, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Sergipe – ocupam posições de des taque no ranking nacional de potência instalada, refletindo a importância estratégica da região. Além disso, esses estados concentram grande parte dos próximos projetos de energia solar a serem executados no Brasil.
O congresso também se aprofundará em assuntos como a fronteira do hidro gênio verde, que surge como uma solu ção inovadora para a descarbonização, e o mercado de créditos de carbono, que se apresenta como uma importante ferramenta para mitigar as emissões de gases de efeito estufa. O evento também discutirá os desafios que o setor elétrico enfrenta à medida que fontes inter
mitentes de energia, como a solar, ganham cada vez mais espaço no mix energético. Questões como o fluxo de energia reverso e o curtailment serão amplamente debatidas, buscando soluções para otimizar a produção e o consumo de energia renovável.
Organizado pela Aranda Eventos & Congressos, em parceria com a Solar Promotion International GmbH da Alemanha, a edição 2025 do Inter solar Summit Brasil Nordeste também conta com uma feira, que promete atrair mais de 100 empresas exposi toras e ocupar uma área de 7500 m². A seguir, um resumo de soluções e produtos que serão apresentados na exposição.
Redação de FotoVolt
Feira deve atrair mais de 100 empresas expositoras e ocupar uma área de 7500 m²
Disjuntor caixa aberta
O disjuntor Caixa Aberta Montê (CAM), destaque da Montê na feira, é voltado para a proteção de circuitos e equipamentos elétricos. Compatível com frequências de 50 Hz/60 Hz, opera em tensões de 800 V e 1140 V, com uma corrente nominal que varia entre 630 A e 4000 A. Desenvolvido para aplicações em distribuidoras de energia elétrica, usinas e indústrias, o CAM oferece proteção contra sobrecargas, subtensões, curtos-circuitos e fugas à terra. Conta com controlador inteligente de proteção, que aprimora, segundo a empresa, a confiabilidade da fonte de energia, reduzindo falhas desnecessárias e aumentando a segurança operacional. O equipamento segue as normas internacionais IEC 60947-2 e IEC 60947-4-1.
www.monte.rs
Módulo bifacial
Na Intersolar Summit Brasil Nordeste 2025, a Sirius vai apresentar o módulo Tongwei TW 600 W N-Type, que conta com células N-Type TOPCon, e fornece até 23% de eficiência — de acordo com a empresa, acima da média de 17–20% dos P-Type — e capta luz dos dois lados, gerando até 30% mais energia com sua estrutura bifacial. A degradação anual é de 0,4%. De acordo com a Sirius, isso garante estabilidade e geração eficiente por mais
de 30 anos. A empresa destaca ainda que a perda inicial por exposição à luz (LID) é quase zero. Possui proteção IP 68, adequado desempenho em baixa irradiação e resistência ao calor.
https://energiasirius.com
Inversores
Entre as soluções a serem apresentadas pela divisão de energia solar da Elgin, destaca-se a nova linha de inversores com dispositivos de segurança para sistemas de energia solar. Tratam-se dos inversores on-grid com AFCI, que possuem dispositivos de detecção e interrompem arcos elétricos indesejados em circuitos elétricos, tanto em software quanto em hardware, oferecendo uma camada adicional de segurança em sistemas fotovoltaicos, de acordo com a empresa. Os produtos atendem às atualizações das normas do Inmetro e do Corpo de Bombeiros, que exigem sistemas específicos contra curtos e incêndios. A Elgin Solar também vai expor um novo carregador veicular com tecnologia OCPP, que, de acordo com a companhia, garante mais conectividade, eficiência e controle inteligente do carregamento de veículos elétricos. https://shopsolar.elgin.com.br
Metrologia em monitoramento de UFV
A RoMiotto Instrumentos de Medição irá expor o BTD-200, um sistema de alerta de distúrbios atmosféricos, fabricado pela Biral, capaz de detectar raios (nuvem-solo, intranuvem e nuvem-nuvem) a até 35 km de distância. Com acionamento de alarme totalmente automático, emite alerta de risco antes mesmo da queda do primeiro raio. Além disso, está em conformidade com a norma EN50536:2011+/ A1:2012 para detectores Classe 1. Outra novidade será a estação de monitoramento solar MS-80SH Plus+
Voltada para aplicação em geração centralizada (GC), a solução não utiliza rastreadores e tem como base o piranômetro MS80SH (Classe A), com banda de sombra giratória para medir irradiação solar GHI, DHI e DNI.
https://www.romiotto.com.br/
Portal do integrador
A Serrana Solar vai destacar na feira aprimoramentos realizados no Portal do Integrador, como o lançamento de três novas funções que visam facilitar a venda dos integradores solares: Orçamento on-line, Calculadora Solar e Simulação de Análise de Crédito on-line. A empresa também vai expor o Fast Track para sistemas até 7,5 kW. www.serranasolar.com.br
Monitoramento meteorológico
A Sensorii Engenharia Meteorológica vai apresentar serviços de análise e acompanhamento da produção de usinas fotovoltaicas, com foco em garantir que a usina está gerando energia com máxima eficiência. A empresa analisa a geração teórica e a geração real, com detalhamento por inversor, para quantificar variações na geração
devidas a condições meteorológicas e à sujidade, manutenção, dentre outras fontes de perdas. Também presta serviços de análise de gestão de dados me-
+10 mil km
Já fornecemos materiais suficiente para construir mais de 10 mil quilômetros de redes, o que daria para ir de norte a sul do país duas vezes e meia.
teorológicos, previsão de tempo e clima, monitoramento de tempo severo, entre outros. Com foco na confiabilidade e otimização, a empresa busca mitigar riscos e melhorar o desempenho operacional das usinas fotovoltaicas. https://institucional.sensorii.com.br/
Gestão de créditos de energia
A Digital Grid, que atua na área de gestão de créditos de energia na geração distribuída, vai mostrar na exposição a plataforma SaaS, que permite
a gestão de usinas, independente do modelo de negócio, da geração de energia ao faturamento. O sistema conta com layout moderno, intuitivo e de fácil operação, destaca a empresa.
https://dg.energy
Liga metálica
A Modular Estruturas vai lançar na mostra a liga metálica Magnelis, que é incorporada às suas estruturas. A liga é fabricada com zinco, alumínio e magnésio, oferecendo, de acordo com a empresa, resistência até 10 vezes maior à corrosão em comparação ao aço galvanizado e garantindo maior durabilidade para estruturas fotovoltaicas, reduzindo custos de manutenção. A empresa acrescenta que esse tipo de proteção anticorrosiva é
ideal para lugares com alta corrosão atmosférica como ambientes marítimos, garantindo alto desempenho nos projetos fotovoltaicos até mesmo em ambientes extremos.
https://modularestruturas.com.br
Transformador MT
A Kraper vai apresentar o Transformador de Média Tensão a Seco Solar 500 kVA 13,8/0,8 kV IP00 Classe 15kV Fator K4, que também pode ser fabricado nas classes 24 kV e 36 kV, encapsulado em resina epóxi, garantindo, segundo a empresa, maior resistência elétrica e térmica. A companhia destaca ainda que o equipamento foi desenvolvido especialmente para usinas solares, oferece alta eficiência energética, baixo nível de perdas e operação segura sem necessidade de óleo isolante. Possui design compacto e fácil instalação, e construção a seco que reduz custos de manutenção e impactos ambientais. Um diferencial, segundo a Kraper, é o controlador de temperatura com IoT, com monitoramento remoto, que permite acompanhar a temperatura do transformador em tempo real, reduzindo a necessidade de inspeções presenciais.
www.kraper.com
Estrutura para painéis
A Mesa Dupla Pro – Modulada, destaque da Soloz na Intersolar, pode ser customizada de acordo com o layout do cliente, conciliando terças de 3 e 4 metros no mesmo projeto para acomodamento dos painéis. É fabricada
em aço carbono estrutural ZAR 345 e galvanização a fogo HDG Z27. Possui ângulo de inclinação ajustável e espaçamento entre pilares de 3 metros, com o objetivo de economizar mão de obra de instalação e alinhamento. Segundo a empresa, atende todas as isopletas.
https://soloz.com.br
Conversão de energia
O sistema de conversão de energia em string Hopewind 1500 V, que vai ser exposto pela empresa em seu estande da Intersolar, possui eficiência de até 99% e saída em onda senoidal pura. Funciona em temperaturas de até 45°C e altitudes de 3000 m sem redução de
potência. Conta com grau de proteção IP66 e soluções anticorrosivas para ambientes adversos. O fator de potência varia entre -1 e 1. Utiliza tecnologia grid-forming para suporte e estabilidade da rede elétrica. A comunicação ocorre via RS485, Ethernet e CAN. O design modular permite manutenção independente dos racks de baterias e reduz o tempo médio de reparo (MTTR), afirma a companhia. É compatível com baterias de diferentes ciclos de vida, otimizando a operação do sistema.
https://pt.hopewind.com
Sistemas de fixação
A Solar Group levará à Intersolar Summit Brasil Nordeste 2025 duas soluções: o sistema de fixação lateral e o prisio-
M. Fengel
neiro autobrocante para estruturas metálicas. De acordo com a empresa, a fixação permite ajuste mais precisos, facilita a instalação da estrutura e reduz o tempo de instalação. Já o parafuso autobrocante foi projetado para garantir melhor aderência em telhados metálicos sem a necessidade de pré-furo, aumentando a agilidade e a segurança da montagem. Ambos os produtos são compatíveis com diferentes modelos de painéis e seguem as normas técnicas de durabilidade e resistência mecânica, destaca a companhia. As soluções atendem principalmente projetos residenciais e comerciais.
https://solargroup.com.br
Inversores
A Livoltek apresentará na Intersolar Summit Brasil Nordeste 2025 seus primeiros inversores fabricados no Brasil, que incluem as linhas monofásicas GT1-5/6kW D2 e GT1-7.510kW T2, e a trifásica GT3-1525kW D1. Os inversores monofásicos contam com DPS Tipo II integrados, AFCI integrado e corrente máxima de entrada de 16A. Já os trifásicos, linha GT3-15/20/25K D1, oferece limitação de exportação (Zero-Grid), e corrente de entrada de 40A. A empresa também revelará durante o evento seu roadmap de expansão da produção nacional, antecipando futuros lançamentos, como produção das baterias e carregadores veiculares, previstos para o segundo semestre de 2025.
www.livoltek.com.br
Eletrocalhas, bandejas, leitos, canaletas e eletrodutos
Em toda instalação elétrica, é preciso cuidar que os condutores elétricos estejam protegidos contra intempéries e danos mecânicos, e os sistemas fotovoltaicos não são exceção até para garantir que os e cabos acompanhem a vida útil esperada dos módulos solares. Este guia apresenta a oferta de 21 empresas, com as características dos produtos e os meios de contato.
Proauto Electric (15) 98172-3233 proauto@proauto-electric.com
Rojan (11) 3858-4133 rojan@rojan.com.br
SR Trade (11) 2487-5500 vendas@marvitec.com.br
Stratus (12) 2139-6550 comercial@stratusfrp.com
Valemam (11) 99598-2222 vendas@valemam.com.br
Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 150 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, abril de 2025
Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/
VE NH A A MUN IQU E NOS VISITAR!
DATA: 7 A 9 DE MAIO DE 2025
PLANTA DO EVENT O TH E SMART ER E | EUROPE 2025
Entrada Nordeste
Entrada Norte Área externa
Entrada Congresso ICM
Entrada Oeste
Entrada Leste
Conhecimento de ener gia concentrado
Nos três dias da feira, os fóruns da feira oferecem aos v isitantes um programa de alto nível no qual tópicos, tecnologias e desafios atuais são e xa minados de forma abrangente e são apresentadas e di scutidas abordagens e soluções atuais.
ees Innovation Hub Stage
Pav ilhão B0, estande B0.310
Intersolar Forum
Pav ilhão A3, estande A3.150
Green Hydr ogen Forum
Pav ilhão B2, estande B2.550
The smarter E Forum
Pav ilhão B5, estande B5.550
ees Forum
Pav ilhão C2, estande C2.230
P ower2Drive Forum
Pav ilhão C6, estande C6.550
Start-up Stage
Pavilhão C5, estande C5.480
Exposição especial
Pavilhão C6, estande C6.450 8
Carregamento bidirecional
1 INGRESSO, 4 CONGRESSOS
Se você quer conhecer os participantes do setor de energia ou saber mais sobre os desenvolvimentos mais importantes nos mercados internacionais, o The smarter E Europe é o lugar certo para você. Aqui, os participantes podem assistir a quatro congressos com apenas um ingresso e aprender sobre todos os aspec to s do fornecimento de energia renovável, descentr alizada e digital
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THE SMARTER E AWARD
The smarter E AWARD coloca inovações e projetos em destaque. Em cinco categorias – Fotovoltaica, Armazenamento de Energia, Mobilidade Elétrica, Energia Integrada Inteligente e Projetos de Destaque – serão homenageadas empresas que estão moldando ativamente a tr ansição para um fornecimento de energia renovável 24 horas por dia, 7 dias por semana, com tecnologias e ideias pioneiras. O The smarter E AWARD será entregue na véspera do início da feira comercial The smarter E Europe, em 6 de maio de 2025, no ICM – Internat ional Congress Center Messe München. Todos serão bem-vindos a esta cerimônia de premiação (entrada gratuita).
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START-UPS
Criar visibilidade, ganhar confiança, moldar o futuro – a Start-up Area do The smarter E Europe oferece às empresas jovens exatamente o palco de que precisam para convencer investidores, inspirar visitantes e fazer contatos valiosos. Aqui, ideias inovadoras encontram um público especializado do mundo da energia. Em áreas empolgantes, as Startups apresentam seu potencial e se posicionam como forças motrizes da transição energética.
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Escaneie agora e garanta seu ingresso!
THE SMARTER E | EUROPE
Data
7 a 9 de maio de 2025
Local da feira Messe München
Horário de funcionamento
9:00–18:00 | Quarta-feira
9:00–18:00 | Quinta-feira
9:00–17:00 | Sexta-feira
Pavilhões A1–A6, B0–B6, C1–C6, área externa
Área de exposição 206.000 m²
Expositores3.000 (esperado)
Visitantes 110.000+ (esperado)
ASistema fotovoltaico off-grid como backup de energia na zona rural – Parte 1 *
Fernando Carvalho Assunção da Silva, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás
qui se investiga a aplicação de tecnologias de geração distribuída por meio de fontes alternativas em configuração off-grid, de forma a determinar a solução mais adequada economicamente para a redução dos impactos causados pela falta do fornecimento de energia elétrica. O objeto da investigação é uma propriedade rural que sofre com demasiadas interrupções no fornecimento de energia pela concessionária. Denominada “Ordenha e Laticínio do Dino”, a propriedade se localiza na zona rural do município de Cezarina, GO. Na figura 1 está representada a localização geográfica do local.
FotoVolt - Abril - 2025
Para solucionar o problema de interrupções do fornecimento em uma propriedade rural de Goiás, o artigo analisa três diferentes cenários: rede + grupo motogerador (GMG); rede + sistema fotovoltaico off-grid e GMG; e rede + sistema FV off-grid e baterias. Aqui se apresenta o dimensionamento dos equipamentos de cada cenário. A análise financeira e conclusões estarão na segunda parte, publicada na próxima edição de FotoVolt
Coletaram-se informações para o dimensionamento das tecnologias disponíveis e analisaram-se técnica e financeiramente três cenários: 1) rede elétrica + grupo motogerador (GMG); 2) rede elétrica + sistema fotovoltaico off-grid + GMG; e 3) rede elétrica + sistema fotovoltaico off-grid + baterias.
Através do contato direto com fabricantes e distribuidores, foram identificadas as tecnologias disponíveis e novas tendências em módulos fotovoltaicos, inversores off-grid e híbridos e sistemas de armazenamento de energia em baterias.
Coleta
de dados
Informações da instalação
Foi elaborado um formulário para a coleta das informações operacionais do local em estudo, por meio das quais foi
possível entender o comportamento das cargas operantes: potência e tempo de funcionamento, bem como a relação da instalação com as faltas de energia. O local é composto por uma estrutura de ordenha de vacas e uma residência, atendidas por um centro de medição monofásico a três condutores (duas fases + neutro), transformador monofásico particular de 10 kVA com tensão no secundário de 220 V/440 V, e disjuntor bipolar de 32 A, conforme mostrado na figura 2.
Na estrutura de ordenha encontra-se o tanque resfriador de leite de 500 litros (figura 3), principal equipamento do local, responsável pelo armazenamento e condicionamento tanto do leite ordenhado do local quanto do leite entregue por um vizinho. Segundo informações do proprietário, o tanque é com-
(*) Adaptado da dissertação “Aplicação de sistema fotovoltaico off-grid como backup de energia na zona rural – Estudo de caso” de Fernando Carvalho Assunção da Silva, apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás, para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Dr. Fernando Nunes Belchior; Coorientador: Prof. Dr. Marcelo Nunes Fonseca.
Fig. 1 – Localização da Ordenha e Laticínio do Dino: -17.146862°, -49.723271
Tab. I - Quadro de carga do estabelecimento
pletamente cheio em um período de 48 horas, após o qual o leite é entregue ao leiteiro para o transporte.
O estabelecimento possui potência total de 20,034 kW. Com os dados coletados com o formulário, montou-se o quadro de carga do estabelecimento, representado na tabela I, no qual se visualizam os equipamentos e seu período de funcionamento em horas.
O perfil de consumo do local é representado pela curva de carga (figura 4), por meio da qual é possível entender em quais períodos o sistema elétrico é mais exigido, quando ocorre o maior consumo de energia.
Duração média anual de interrupção (horas) 12
Frequência média semanal de interrupção (nº) 3
Período médio entre duas interrupções (dias) 2
Quanto às interrupções do fornecimento de energia, foi informado pelo proprietário que elas ocorrem três vezes por semana, em média, mais comumente no início da noite.
A duração média das interrupções informada é de 12 horas, até o retor-
no do fornecimento normal. O tempo médio entre interrupções (parâmetro importante para o dimensionamento do banco de baterias) é de dois dias. Estes parâmetros estão na tabela II.
Recurso solar
Utilizaram-se coordenadas geográficas para determinar o recurso solar disponível. Na base de dados do Cresesb [1] é encontrada a irradiação solar disponível no município de Cezarina,
Fig. 2 – Medição de energia
Fig. 3 – Tanque resfriador de leite 500L
Horário de funcionamento (h)
Fig. 4 – Curva de carga do estabelecimento
Tab. II – Parâmetros da qualidade da energia elétrica
Fig. 5 – Irradiação solar em Cezarina, GO (reprodução de tela Cresesb [1])
distante 5,8 quilômetros do local em estudo. Os valores estão na figura 5. Foi considerado ângulo igual à latitude do local (posição de fixação dos módulos fotovoltaicos), e assim os valores médio e mínimo de irradiação solar são de 5,49 kWh/m².dia e 5,06 kWh/m².dia, respectivamente.
Detalhamento dos cenários
Cenário 1 – Rede elétrica + grupo motogerador (GMG)
A potência máxima exigida do sistema é de 4.679,03 W (tabela I). Considerando fator de potência de 0,8 para GMGs, encontra-se a potência do GMG a diesel (Pgmg), em voltampere, para atender o estabelecimento inclusive nos momentos de maior consumo.
Para atender a potência calculada e a estrutura elétrica do local (duas fases + neutro) foi encontrado comercialmente o GMG a diesel 8000T Motor 13HP 4T Trifásico 380 V da marca Matsuyama (figura 6), cuja potência nominal de saída é 6,9 kVA. Os parâmetros desse GMG estão na tabela III.
vel. O tempo médio de operação em nossa análise é de 1798 horas/ano.
Nesta alternativa, o sistema fotovoltaico atende a demanda de energia durante o período ensolarado do dia, assim proporcionando economia da energia que seria utilizada da rede elétrica. Na ausência de sol é utilizada a rede elétrica como fonte principal, e quando esta apresenta falha no fornecimento, a alimentação é automaticamente comutada para o GMG a diesel, que assume como fonte principal.
Quantidade
Potência do motor (Hp) 13
Potência de partida (kVA) 7,5
Potência nominal (kVA) 6,9
Corrente nominal CA (A) 18 Nível de ruído (Db) 72
Capacidade do tanque de combustível (L) 14,5 Consumo de combustível (L/H) 1,8
Dimensões (mm) 910 × 530 × 740
Peso líquido (Kg) 165
Fonte: Matsuyama, 2022
O GMG tem o mesmo dimensionamento da configuração do cenário 1 (rede elétrica + GMG). Portanto procede-se aqui ao dimensionamento e seleção apenas dos equipamentos do sistema fotovoltaico (inversor e módulos), como descrito a seguir.
Para o presente estudo, os principais parâmetros a serem analisados são a potência nominal, o fator de potência e o consumo de combustí-
Inversor fotovoltaico – A potência do inversor (Pinv) a ser utilizado é obtida através do somatório das potências no período de maior demanda em cada fase (Pi).
O modelo encontrado comercialmente com potência mais próxima desse valor foi o inversor solar off grid SPF 5000 ESG da marca Growatt (figura 7). Serão utilizados dois inversores para atendimento da demanda total de energia, com cada inversor conectado a uma fase da instalação. Os dados técnicos do modelo adotado estão na tabela IV.
Tab. IV – Parâmetros do inversor
máxima de entrada (A)
Tensão da bateria (Vcc)
(mm)
Fonte: Aldo Solar, 2023
× 485 × 135
Módulos fotovoltaicos – Da plataforma do distribuidor de equipamentos Aldo Solar, selecionou-se, para fins de cálculo, o módulos Jinko JKM470N60HL4-V TIGER NEO 470 W, por ser o equipamento que apresentava o menor preço entre os com eficiência superior a 21% (valor considerado satisfatório em relação aos demais módulos). As características desse produto estão na tabela V.
Tab. V – Parâmetros técnicos do módulo Jinko JKM470N-60HL4-V TIGER NEO
Potência máxima (Wp) 470
Tensão de circuito aberto Voc (V) 42,38
Corrente de curto-circuito Isc (A) 14,15
Eficiência (%) 21,78
Peso (kg) 24,2
Dimensões (mm) 1903 × 1134 × 30
Fonte: Aldo Solar, 2023
Para o cálculo dos módulos, são considerados os parâmetros de entrada do inversor, como potência máxima c.c., tensão máxima por MPPT e corrente
Fig. 6 – GMG Matsuyama de 6,9 kVA
Fig. 7 – Inversor solar off grid SPF 5000 ESG (Fonte: Growatt, 2023)
Tab. III – Parâmetros técnicos do GMG Matsuyama de 6,9 kVA
máxima por MPPT. Assim, é possível determinar a quantidade e topologia dos arranjos fotovoltaicos.
O fator de dimensionamento má ximo do inversor (FDI) é obtido con siderando a potência de saída (Pinv) e máxima potência de entrada (Pfv).
Com a potência de entrada do inversor (Pfv) e a potência de cada mó dulo (Pm), encontra se a quantidade de módulos (Nm) para cada inversor:
Assim, tem se que 12 módulos de 470 W é a quantidade máxima supor tada pelo inversor em questão. A po tência total de módulos fotovoltaicos é de 5,64 kWp (12 x 470 W), e o novo FDI do sistema é de 0,89 (5000/5640), isto é, a potência c.c. dos módulos está sobredimensionada em 11% em rela ção à potência c.a. do inversor.
A energia total diária (Ep) gerada por este sistema, considerando o nú mero de módulos do sistema (Nm); a irradiação solar diária (Es) nas pro ximidades do local, em kWh/m².dia; a área da superfície de cada módulo fotovoltaico (Am), em m²; e a eficiência do módulo fotovoltaico (����), é: ���� = ���� × (���� × ���� × ����)
Para encontrar a topologia do sis tema, calculam se as quantidades má ximas de módulos em série (Ns) e em paralelo (Np) para cada inversor. Para tanto, utilizam se os valores de tensão de circuito aberto do MPPT (Voc_mppt), tensão de circuito aberto de um mó dulo (Voc_m), máxima corrente de entrada do MPPT (Imppt) e corrente de circuito aberto de um módulo (Isc_m):
Considerando a quantidade total de 12 módulos suportada pelo inversor,
Tab. VI – Equipamentos dimensionados para o cenário 2 Equipamento Quantidade Potência total
Módulos fotovoltaicos 24 11,28kWp
Inversores 2 10 kW GMG 1 6,9 kVA
adotou se Np = 2 e Ns = 6, ou seja, cada inversor com duas strings em paralelo, cada string com seis módulos em série.
Selecionados os equipamentos para o cenário “Rede Elétrica + Sistema fotovoltaico off-grid + GMG”, a tabela VI resume quantidades e potências e a figura 8 mostra sua configuração.
Nesta configuração, o GMC a die sel é substituído por banco de bate rias, responsável pelo backup de ener gia para os momentos de interrupção do fornecimento pela concessionária e ausência de recurso solar suficiente.
O inversor fotovoltaico off-grid neste cenário é o mesmo do cenário anterior, sendo também aqui utili zados dois inversores, um para cada fase da instalação. Para este cenário, foi dimen sionado o banco de baterias e também se recalculou a quantidade de módulos foto voltaicos, considerando que aqui eles têm não apenas de alimentar as cargas mas tam bém recarregar as baterias.
Banco de baterias – Para este di mensionamento, é considerada a du ração média de cada interrupção, que corresponde à autonomia que o ban co de baterias deve ter. Como vimos (tabela II), a duração média de interrupção é 12 horas.
A bateria conside‑ rada é a de lítio ferro fosfato (LiFePO4), por ser um tipo comercial de alta tecnologia e per mitir profundidade de descarga de 100%.
O cálculo da capaci dade do banco de bate rias (Cban) considera: a energia total consumida pelas cargas durante um dia (Ec), de 35 740 Wh neste caso; o tempo de autonomia do sistema (Ta) em dias, que neste caso é 0,5 dia (12 h); e a profundidade de descarga do banco de baterias (Pd), que neste caso é 1 (100%).
Assumindo uma tensão da bateria de 48 V, valor referente aos modelos de LiFePO4, a capacidade e amperes horas é:
Na plataforma do distribuidor Aldo Solar, como modelo mais ade quado foi selecionada a bateria solar Dyness A48100 48V LITIO LIFEPO4 4,8 kWh (figura 9), cujas principais características técnicas estão aqui na tabela VII.
Rede elétrica
6 × módulos Jinko JKM470N-60HL4-V Tiger Neo
6 × módulos Jinko JKM470N-60HL4-V Tiger Neo
Gerador a diesel Matsuyama 6,9 kVA
Equipamentos elétricos
Fig. 8 – Cenário 2
Fig. 9 - Bateria solar Dyness LiFePO4
A quantidade de baterias em paralelo (Nbp) do sistema é definida dividindo-se a capacidade do banco de baterias (que neste caso é 372,28 Ah, como vimos) pela capacidade unitária da bateria comercial (aqui, 100 Ah).
Temos, portanto, um total de quatro baterias. Como o sistema é formado por dois inversores, cada inversor estará conectado a duas baterias em paralelo.
Módulos fotovoltaicos – Neste cenário, os módulos devem ser dimensionados para gerar energia para o atendimento às cargas diariamente e também para o carregamento do banco de baterias. Para evitar um sobredimensionamento, porém, deve-se levar em conta o intervalo entre duas interrupções no local de estudo, distribuindo a energia total do banco de baterias nesse período.
Inicialmente é calculada a energia diária necessária para o carregamento das baterias (Ed), considerando a capacidade do banco em kWh (Cban) e o tempo médio entre interrupções (Tin) de 2 dias (tabela II).
A energia total (Etd) que precisa ser gerada pelos módulos fotovoltaicos é a soma da energia diária para atendimento às cargas (Ec) no período das 7h às 17h e a energia para o carregamento do banco de baterias em um dia de operação (Ed).
Etd = Ec + Ed = 35,74 + 9,6 = 45,34 kWh
Para calcular a quantidade mínima de módulos fotovoltaicos do sistema (Nm), é preciso primeiro calcular a energia gerada por um módulo (Ep1), utilizando a irradiação solar diária (Es), a área da superfície de 1 módulo (Am), e a eficiência do módulo (����):
����1 = 1 × (���� × ���� × ����)
Ep1 = 1 × (5,06 × 2,158 × 0,219) = 2,378 kWh e depois dividir a energia total necessária pela energia gerada por um módulo:
Nm = Etd/Ep1 = 45,34 / 2,378 = 20 módulos
Assim, com dois inversores, temos para cada um deles 10 módulos fotovoltaicos com potência total de 4700 Wp (10 x 470 Wp).
Como já vimos, considerando a potência de saída do inversor e a potência do arranjo fotovoltaico, é calculado o FDI do sistema.
FDI = Pinv / Pfv = 5000 / 4700 = 1,06
Uma vez que o FDI deve variar na faixa de 0,5 a 1 [2], neste caso, com FDI = 1,06, o inversor não é capaz de fornecer o valor máximo para atendimento às cargas no momento de maior demanda, sendo necessário aumentar a potência do arranjo para a quantidade máxima de 12 módulos suportada por cada inversor, como definido aqui para o cená-
Tab. VII – Dados técnicos da bateria solar DYNESS A48100 48V LIFEPO4 4,8 kWh
Tensão da bateria (V) 48
Capacidade nominal (Ah) 100
Quantidade de ciclos 6000
Peso líquido (kg) 45
Dimensão (mm) 504 × 597 × 155
Fonte: Aldo Solar, 2023
Tab. VIII – Equipamentos dimensionados para o cenário 3
Quantidade total de módulos fotovoltaicos 24
Potência total de módulos fotovoltaicos 11,28 kWp
Quantidade de inversores 2
Potência total de inversores 10 kW
Quantidade de Baterias 4
Capacidade total de armazenamento 400 Ah
rio 2. Com isso, a potência total de cada arranjo conectada a cada inversor passa a ser 5,64 kWp, e o novo FDI do sistema 0,89, valor considerado aceitável para atendimento ao momento de maior exigência do sistema elétrico. Também a quantidade de módulos em série e em paralelo passa a ser idêntica à do cenário 2, qual seja, cada inversor conectado a duas strings em paralelo, sendo cada string com 6 módulos em série. Na tabela VIII são mostrados os equipamentos dimensionados e na figura 10 está representado o esquema de ligação para a configuração do cenário rede elétrica + sistema fotovoltaico offgrid + baterias para cada inversor.
Fig. 10 – Cenário 3: esquema de ligação por inversor
Análise financeira
Conhecendo os principais custos anuais de cada configuração em um horizonte de 30 anos, são utilizados indicadores financeiros para uma análise mais aprofundada. Assim, é determinado o VLP, TIR, payback descontado e LCOE de cada solução, os quais são comparados para determinar a configuração que apresenta melhor retorno financeiro para o local em estudo. Esta análise será apresentada na continuação deste artigo, na próxima edição FotoVolt.
Referências
[1] Cresesb – Centro e referência para as energias solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito. https://cresesb.cepel.br
[2] Zilles, R.; et al.: Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. 1ª ed.
São Paulo: Oficina dos Textos, 2012.
Rede
O que esperar das microrredes para o futuro do setor energético
Fabio Castellini*
“ (Um) ponto de virada será o uso da IA na gestão das microrredes. Com algoritmos avançados, será possível identi car padrões de consumo, otimizar a distribuição energética e até negociar automaticamente compra e venda”
Nas últimas décadas, o modo como organizações e governos enfrentam a questão energética vem se redefinindo: algo que um dia foi visto apenas como um custo operacional hoje envolve segurança, sustentabilidade e novas oportunidades de negócio. As microrredes (ou microgrids) fazem parte dessa mudança, deixando de ser apenas um conceito técnico para se tornarem uma solução eficaz voltada a maximizar o uso da carga e reduzir riscos.
A evolução dessas redes descentralizadas já movimenta cifras bilionárias. Segundo projeções da consultoria Gartner, as empresas da Fortune 500 deverão destinar até US$ 500 bilhões de seus custos operacionais de energia para microrredes até 2027. O motivo? A necessidade crescente de mitigar riscos e, mais recentemente, a explosão da demanda por inteligência artificial (IA), que exige um fornecimento confiável.
O avanço dos sistemas de armazenamento de energia é um dos fatores que acentuam a atratividade das microgrids. O desenvolvimento de baterias cada vez mais eficientes, como as de sódio-íon, tem permitido uma integração mais inteligente de fontes renováveis. Isso significa que o recurso gerado por painéis solares e turbinas eólicas pode ser armazenado e utilizado nos momentos estratégicos, diminuindo a dependência da rede convencional.
Essa tecnologia também se reflete no bolso, uma vez que ajuda empresas e consumidores a evitar tarifas eleva-
das em horários de pico e até mesmo vender o excedente, convertendo a eletricidade em um ativo financeiro. Há, porém, um fator demasiado crítico: a resiliência. Em um mundo vulnerável a apagões e instabilidades de rede, as microrredes asseguram continuidade operacional em hospitais, data centers e indústrias essenciais.
Concessionárias e operadoras vêm aderindo a programas de flexibilidade da demanda para incorporar microgrids à sua operação. Neste ano, espera-se que a digitalização da rede avance ainda mais, tornando-a capaz de lidar de forma inteligente com a variabilidade das fontes renováveis e a integração de um número progressivo de recursos distribuídos.
Outro ponto de virada será o uso da IA na gestão das microrredes. Com algoritmos avançados, será possível identificar padrões de consumo, otimizar a distribuição energética e até negociar automaticamente a compra e a venda. Nesse sentido, o blockchain exerce o papel de facilitador, proporcionando transparência e segurança em transações diretas entre consumidores e produtores sem a participação de intermediários habituais.
Outro conceito que vem ganhando força é o das usinas virtuais de energia (VPPs). Essas redes conectam diferentes fontes de geração energética distribuída como painéis solares e baterias e as coordenam para atuar de forma integrada no fornecimento de eletricidade. A tendência é que, nos próximos
anos, essas usinas contribuam para reduzir picos de demanda, acelerem a descarbonização do setor e tragam mais eficiência ao sistema como um todo.
A propósito, um detalhe técnico pode fazer toda a diferença no futuro das microgrids: a adoção da corrente contínua (CC). Embora a rede elétrica tradicional opere com corrente alternada, a maioria dos dispositivos eletrônicos e fontes renováveis funciona com CC. Cada conversão entre um sistema e outro ocasiona perdas de energia. Apostar diretamente em arquiteturas baseadas em corrente contínua pode aumentar a eficiência e simplificar o design das microrredes, ainda que impasses regulatórios e técnicos precisem ser superados.
O futuro da energia está sendo desenhado a todo instante, incessantemente. A indústria não pode ficar desatualizada e as microgrids têm uma importante função nessa transformação. Estamos em 2025 e, hoje, é bastante evidente que empresas, governos e consumidores devem estar atentos a essas mudanças e investir na modernização do setor elétrico para garantir uma transição energética bem-sucedida. O investimento em inovação, regulamentação e infraestrutura é fundamental para se ter um sistema mais sustentável, resiliente e preparado para os desafios da nova era da energia.
Schneider Electric no Brasil
* Fabio Castellini é diretor da área de Power Systems da
Tensão máxima (V) Tensão máxima do sistema (V) Corrente máxima de entrada (A) Corrente máxima de saída (A) Potência máxima de saída (W) Tempo de desligamento rápido (s) Comunicações via PLC Conectores
Os dispositivos de desligamento rápido constantes deste guia destinam-se a reduzir a tensão de sistemas fotovoltaicos a valores compatíveis com os requisitos das normas técnicas aplicáveis. Trata-se de um recurso para proteção contra choque em caso de intervenções no SFV para combate a incêndio, manutenção ou descomissionamento.
Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 69 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, abril de 2025
Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/
Marcas de Excelência em Produtos Fotovoltaicos 2025- Fotovolt
HMS-1600/1800/2000DW-4T
MIT-4000/4500/5000-8T
Normas de proteção contra descargas atmosféricas para sistemas fotovoltaicos *
Hélio E. Sueta (IEE USP), Jobson Modena (Guismo Engenharia) e Roberto Zilles (IEE USP)
AComissão de Estudos CE 64.10 do CB-003 da ABNT (o COBEI), que trata da proteção de estruturas contra descargas atmosféricas, criou no início de 2024 o Grupo de Trabalho 11 (GT 11), com a finalidade de elaboração de uma norma de proteção de sistemas fotovoltaicos contra descargas atmosféricas. Esse grupo reúne profissionais da área de proteção contra descargas atmosféricas (PDA), conhecedores da ABNT NBR 5419, e profissionais que atuam na área de sistemas fotovoltaicos (SFV).
62305-4: 2024 – “Protection against lightning - Part 4: Electrical and electronic systems within structures”.
O grupo de trabalho, que se reúne regularmente desde março de 2024, adotou como base para a elaboração do projeto de norma uma tradução do relatório técnico IEC TR 63227 ed. 1: 2020-10 – “Lightning and surge protection for photovoltaic (PV) power supply systems”, com enxertos do Anexo F (“Lightning current sharing in photovoltaic installations”) da IEC
Aqui se aborda o trabalho de elaboração da futura norma de brasileira de proteção contra descargas atmosféricas para sistemas fotovoltaicos, a cargo de um grupo de trabalho da Comissão de Estudos 64.10 do CB-003 da ABNT. Principalmente, o artigo descreve o conteúdo das normas internacionais e nacionais que baseiam esse trabalho de normalização. * Artigo apresentado no congresso “Eletrotec+EM Power 2024”, realizado em São Paulo em agosto de 2024.
no lado corrente contínua das instalações fotovoltaicas – Princípios de seleção e aplicação”. A ABNT NBR 10899: 2022 – “Energia solar fotovoltaica – Terminologia” também será utilizada para as definições dos termos no projeto da norma.
As quatro partes da ABNT NBR 5419:2015“Proteção contra descargas atmosféricas”, que está atualmente em processo de revisão, descrevem os principais aspectos da PDA que devem ser utilizados para a proteção de SFV, e serão referidas no projeto. Apresentam-se aqui os principais tópicos abordados nos documentos mencionados, antecipando os assuntos que normalizarão no Brasil a proteção dos SFV em relação a PDA. O documento principal apresenta os princípios de projeto de proteção; os tipos de acoplamentos com as descargas atmosféricas (galvânico, campo magnético, campo elétrico); análise de risco; detalhes das proteções externa e interna; equipotencialização;
Outros documentos estão sendo estudados, citados e podem ter partes dos seus textos incluídos na futura norma por exemplo, a ABNT NBR IEC 62643- 31: 2022 – “Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão - Parte 31: DPS para utilização específica em corrente contínua – Requisitos e métodos de ensaio para os dispositivos de proteção contra surtos para instalações fotovoltaicas” e a ABNT NBR IEC 61643-32: 2022 – “Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão - Parte 32: DPS conectado FotoVolt - Abril - 2025
zonas de proteção; DPS específicos para SFV; medidas de proteção contra surtos (MPS) específicas (por exemplo, roteamento); distâncias de segurança; inspeção e documentação.
Questões de sombreamento, sistemas com rastreamento, diferenças em sistemas no solo e em telhados e divisão da corrente da descarga atmosférica no SFV serão também tratadas de forma resumida.
A terminologia deverá acompanhar as normas específicas (NBR 10899, NBR 5419 e NBR 61643) e as questões relativas aos DPS nas duas normas específicas NBR IEC 61643-31 e 61643-32.
Os documentos de referência
As figuras apresentadas adiante foram obtidas nas normas citadas. Essas imagens vão aqui com os textos originais, em inglês, por serem excertos de normas IEC.
Relatório Técnico IEC TR 63227
Os documentos TR (Technical Report) da IEC não possuem correspondentes na ABNT. O TR 63227 trata da proteção de sistemas de geração de energia fotovoltaica contra os efeitos prejudiciais de descargas atmosféricas e surtos de tensão em geral. Esse documento estabelece os critérios para determinação da necessidade de medidas de proteção e requisitos para a instalação de proteção contra descargas atmosféricas, de modo a manter a segurança, eficiência e confiabilidade dos SFV. O documento apresenta diversas referências normativas e uma seção de “termos e definições”. Em seguida, apresenta os princípios gerais para projeto, incluindo conceitos sobre as causas dos danos e os tipos de acoplamentos (galvânico, de campo magnético e de campo elétrico) que as descargas atmosféricas podem ter com os sistemas fotovoltaicos. O TR recomenda ainda como se deve fazer a
análise de risco referente à PDA para os SFV.
Em seguida o documento apresenta como deve ser o SPDA para SFV, tanto o SPDA externo (captação, descidas e aterramento) como o interno (ligação equipotencial e verificação das distâncias de segurança). E apresenta o conceito de Zonas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (ZPR).
A seleção de dispositivos de proteção contra surtos (DPS) específicos para SFV é tratada em conjunto com a IEC 62305-4 (correspondente à NBR 5419-4). A figura 1 mostra um exemplo em que a estrutura é protegida com um SPDA e as distâncias de segurança (s) são mantidas.
O documento traz ainda tabelas nas quais é possível verificar a capacidade mínima dos DPS ensaiados para Classe 1, em função do número de descidas do SPDA, do Nível de Proteção estabelecido para a estrutura e do tipo de DPS (limitador de tensão ou combinado limitador e comutador de tensão).
A figura 2 mostra um exemplo de estrutura com suas descidas e o encaminhamento das correntes quando a estrutura é atingida por uma descarga atmosférica.
A coordenação entre os DPS, o roteamento e a blindagem dos condutores (ver figura 3), além do funcionamento do aterramento e das ligações equipotenciais, são descritos no documento.
Fig. 1 - Estrutura com SFV e com SPDA onde a distância “s” é mantida.
Fig. 3 – Redução dos efeitos de indução por blindagem e roteamento de linha
Fig. 2 – Exemplo de distribuição da corrente
O funcionamento do aterramento e das ligações equipotenciais para descargas atmosféricas são também abordadas (ver figura 4).
O documento indica ainda como deve ser feita a inspeção e quais são as documentações que compõe o projeto e as inspeções.
O IEC TR 63227 é complementado com cinco anexos:
• Anexo A – sobre sombreamento (figura 5), que mostra como calcular a distância mínima entre a haste captora e o módulo, para evitar sombras;
• Anexo B – sobre os sistemas fotovoltaicos com rastreamento;
• Anexo C – contém um exemplo prático de PDA em um SFV em cobertura (figura 6);
• Anexo D – trata da PDA em SFV em campo aberto (usinas fotovoltaicas), apresentando detalhes de conexões, aterramento e captores (figura 7); e
• Anexo E – trata de sistemas fotovoltaicos instalados em telhados metálicos e fachadas metálicas.
A norma 62305-4
A IEC 623305-4 traz o Anexo F, que trata da divisão da corrente da descarga atmosférica em instalações fotovoltaicas. O anexo mostra como as correntes se distribuem em sistemas montados na cobertura (exemplo na figura 8), apre-
senta um cálculo simplificado das correntes da descarga atmosférica fluindo pelos cabos de corrente contínua para especificação dos DPS específicos para SFV, e traz exemplos de como a corrente se distribui em usinas fotovoltaicas em campo aberto.
Documentos complementares
Como documentos complementares, relacionando os assuntos PDA e SFV, podemos citar:
• ABNT NBR IEC 62643-31: 2022 – “Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão - Parte 31: DPS para utilização específica em corrente contínua — Requisitos e métodos de ensaio para os dispositivos de proteção contra surtos para instalações fotovoltaicas”;
Fig. 8 – Exemplo de distribuição da corrente
Fig. 4 – Exemplo de ligações equipotenciais dos suportes dos módulos
Fig. 5 - Distância mínima entre a haste captora e o módulo
Fig. 7 – Exemplo de PDA para usinas em campo aberto
Fig. 6 – Exemplo de PDA, cálculo de distância de segurança
comercial@tsunpower.com.br
• ABNT NBR IEC 61643-32: 2022 – “Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão - Parte 32: DPS conectado no lado corrente contínua das instalações fotovoltaicas — Princípios de seleção e aplicação”; e
•ABNT NBR 10899: 2022 – “Energia solar fotovoltaica – Terminologia”.
A menos da norma de terminologia, as demais referem-se aos dispositivos de proteção contra surtos específicos para SFV.
Estrutura da futura norma brasileira
Como dito, o grupo de trabalho adotou como texto-base uma tradução do IEC TR 63227 com enxertos principalmente do FDIS da IEC 62305- 4/5 4, anexo F. Mas, para seguir numeração das seções similar à da NBR 5419, o texto-base foi remodelado e a estrutura da nova norma será a seguinte:
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Termos e definições
4. Princípios gerais
4.1 Causas de danos
4.2 Acoplamento galvânico
4.3 Acoplamento de campo magnético
4.4 Acoplamento de campo elétrico
4.5 Divisão de corrente
4.6 Suportabilidade de equipamentos
5 Análise de Risco
6. Sistema de proteção contra descargas atmosférica
6.1 Geral
6.2 SFV integrado à estrutura
6.3 Usinas
7. Conceitos de Zona de Proteção contra Surtos (ZPR)
8. Seleção de dispositivos de proteção contra surtos
8.1 Geral
8.2 Medidas de proteção contra surtos para SFV integrado à estrutura
8.3 Usinas
9. Inspeção e documentação
Essas seções serão desmembradas em subseções e podem ser modificadas durante os trabalhos do GT.
A organização das seções foi necessária para separar os tipos de SFV (em coberturas e em solo) e introduzir o anexo F da IEC 62305-4 em conjunto com o texto do TR na futura subseção 4.5 da norma. Os anexos do TR serão inseridos no corpo do projeto.
Integrantes do grupo de trabalho
A seguir, os nomes dos membros ativos do GT-11, que doam seu tempo e conhecimento para a elaboração da norma brasileira de proteção de sistemas fotovoltaicos contra descargas atmosféricas: Hélio Eiji Sueta (relator), Jobson Modena, Sergio Roberto Santos, José Barbosa de Oliveira, Gabriel Almeida, Natanael José de Oliveira, João Souza, Maurício Souza, Wagner Costa, João Zancanela e Paulo Edmundo Freire.
O complexo trabalho do GT- 11 – uma atualização
O grupo de trabalho de elaboração da norma técnica “Proteção contra descargas atmosféricas e surtos de tensão para sistemas de geração de energia fotovoltaica” (GT-11) realizou, de março de 2024 até o momento em que se dá o fechamento desta edição de FotoVolt, 21 reuniões com resultados expressivos. Para dar ao leitor uma ideia do andamento do trabalho, aqui fazemos um resumo dos aspectos mais importantes (a nosso juízo) acordados no GT entre maio/2024 e março/2025 (a partir da subseção 4.5 – “Divisão de corrente em instalações fotovoltaicas”), porém sem prejuízo de futuras modificações e complementações.
Divisão de corrente
Nas disposições gerais da seção “Divisão de coerente em instalações fotovoltaicas”, o texto remete à NBR 5419 relativamente à análise de risco (medidas de proteção e níveis de proteção contra descargas atmosféricas, variando de I a IV). No que se refere à distribuição da corrente nos sistemas fotovoltaicos, o texto diz que esta dependerá dos tipos de arranjos, sendo que cada projeto deve ser minuciosamente analisado considerando as características dos subsistemas de captação e de aterramento.
Para SFVs instalados sobre estruturas (telhados), a divisão da corrente do
raio dependerá da disposição dos componentes do SFV, das instalações elétricas e da existência ou não de SPDA, determinada pela análise de risco. E, ainda, se existir SPDA, as medidas são diferentes dependendo de se a distância de segurança “s” (conforme NBR 5419-3) entre o SFV e o SPDA for ou não respeitada. Essas três situações (sem SPDA; com SPDA respeitando a distância mínima de segurança em relação aos componentes do SFV; e com SPDA sem respeitar essa distância mínima) são ilustradas no projeto com figuras que provêm da norma IEC 62305-4: 2024 a exemplo da figura 1 aqui publicada (pág. 61), que ilustra estrutura com SPDA e SFV onde se respeita a distância de separação “s”.
da Redação de FotoVolt
Já quanto às usinas FV instaladas no solo, como estas têm características bem diferentes das dos sistemas instalados sobre edificações, e além disso apresentam-se em variados tipos, seria difícil, segundo integrantes do GT-11, estabelecer prescrições gerais muito restritivas, de modo que as prescrições deverão ser de caráter mais geral. O texto do projeto, como está hoje, estabelece que cada tipo de arranjo de usina fotovoltaica deve ser analisado detalhadamente, e que, “em conformidade com as recomendações da norma ABNT NBR IEC 61643-32: 2022, é fundamental definir a distribuição da corrente de maneira adequada”.
Depois disso, o projeto trata da suportabilidade dos equipamentos à tensão suportável de impulso (seção 4.6), em que são dadas as definição de tensão suportável de impulso e, em seguida, os tipos de surtos (de manobra e de descargas atmosféricas). Para a suportabilidade a sobretensões transitórias nas instalações de baixa tensão, o projeto remete às prescrições da norma NBR 5410 – “Instalações elétricas de baixa tensão”.
Análise de risco
Da mesma forma, na seção 5 - “Análise de risco”, o texto evoca a NBR 54192:2015: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 2: Gerenciamento de risco. Nesse ponto, o projeto determina que, no caso de SFV em edificações, a análise deve ser feita considerando o todo (SFV + edificação). Já no que se refere à análise de risco para usinas fotovoltaicas, o projeto introduz uma novidade, a frequência de danos. Textualmente: “o parâmetro fundamental da análise de risco é a Frequência de danos (F) que pode ser feita por zonas de estudos, por exemplo, por arranjos fotovoltaicos por inversor.”
A frequência de danos está sendo introduzida na atual revisão da NBR 5419, parte 2 [Nota: A propósito, o novo texto da NBR 5419 está em vias de ser remetido pela comissão de revisão à ABNT já para a etapa de consulta nacional, de modo que a nova edição da norma deve ser publicada ainda
em 2025]. Hoje, a 5419-2 traz os componentes de risco R1, R2, R3 e R4, que designam os riscos, respectivamente, de perda de vida humana, perda de serviço ao público, perda de patrimônio cultural e perda de valor econômico. Na nova edição da norma serão mantidos apenas os componentes R1 e R3. O componente R4 será transformado em opcional e o R2 substituído pela frequência de danos (F) mais especificamente, trata-se da indicação da frequência dos danos que determinada instalação ou equipamento pode sofrer devido a raios por ano.
SPDA
A seção 6 do projeto trata dos Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, propriamente ditos, estabelecendo que estes devem ter sua necessidade determinada pela análise de risco segundo a NBR 5419-2 e ser dimensionados de acordo com a NBR 5419-3. Depois das disposições gerais, seguem-se prescrições específicas para o projeto de SFVs integrados à estrutura (na cobertura) de edificações, pelos métodos da esfera rolante (preferencial) e do ângulo de proteção. As figuras ilustrativas dos métodos destacam, mais uma vez, a distância de segurança “s” entre o SPDA e o SFV (ou qualquer outro elemento metálico), de modo a evitar centelhamentos perigosos e o texto prescreve medidas a serem adotadas quando essa distância não puder ser observada, com a instalação de DPS tipo 1 nos lados c.c. e c.a. do inversor.
Considerando os diferentes tipos possíveis de usinas em solo (estruturas fixas, com seguidores solares, em terrenos elevados, na cobertura de estacionamentos, e mesmo usinas flutuantes), o GT tende a estabelecer para essas instalações apenas requisitos gerais. Por exemplo, um sistema agrovoltaico tem características especiais, pois pode ter mais pessoas circulando entre as séries FV do que em uma usina cercada.
O texto segue então com o subsistema de aterramento, determinando: que as armaduras das fundações e outros elementos metálicos da estrutura da UFV podem servir como aterramento natural (desde que cumpram os critérios da NBR 54193); que deve haver pelo menos um anel externo circundando a área dos módulos e a usina; e conexões para garantir continuidade e equipotencialização.
Quando trata da aplicação do conceito de ZPRs - Zonas de Proteção contra Raios (seção 7), o projeto remete à norma NBR 5419-4.
Medidas de proteção contra surtos (MPS)
O GT discutiu e acordou ainda quanto às disposições sobre dispositivos de proteção contra sustos (seção 8), tratando da seleção dos DPS conforme a situação e dependendo da existência ou não de SPDA externo, etc. Mais recentemente, o grupo tratou das MPS para SFV integrado à estrutura (construções), com as prescrições para DPS instalados no lado de c.c dos sistemas (classes e características), incluindo tabela para seleção de tipo do DPS e seção transversal mínima da ligação equipotencial. E, por fim, tratou-se dos DPS para o lado de c.a , incluindo DPS para linhas de sinal, quando necessários.
A reunião seguinte a este apanhado, programada para o dia 7 de abril (depois, portanto, do fechamento desta edição de FotoVolt), se dedicaria ao exame das MPS para usinas de solo. Também estão agendadas reuniões para os dias 29 de abril e 12 de maio, via Google Meet.
O GT-11 comunicou à FotoVolt que os interessados em participar das reuniões devem enviar solicitação ao coordenador da CE 64.10, Jobson Modena, pelo e-mail jobson.modena@gmail.com.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Condutores 2,5mm2 a 6mm2
Diâmetro externo condutor 4,7 a 7mm
Faixa de Temperatura Ambiente -40°C a +85°C
Temperatura Máxima Limite 120°C
Grau de Proteção (IP) IP68
Classe de Proteção/Segurança II
Classe de Sobretensão III
Tipo de Conexão Crimpagem
Material de contato Cobre Estanhado
Material de isolamento PA
Tensão nominal (Vdc) 1500V
Corrente Nominal 2,5/4/6mm2 25A/35A/45A
Classe de chamas (flamabilidade) UL94: V-0
O conector KSE K4 é usado para conexão serial segura e simples de módulos solares fotovoltaicos, em uma única solução atende condutores de 2,5 a 6mm2. Por possuir moderna tecnologia de produção, sistema de conexão multicontato, componentes e matéria-prima de alta qualidade, oferta alta estabilidade e segurança nas conexões para todo o sistema.
No Brasil
Intersolar Summit NE – O Intersolar Summit Brasil Nordeste acontecerá no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, em 23 e 24 de abril. Constituído de congresso e feira, o evento enfocará energia solar, armazenamento de energia, H2V e outros assuntos. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www. intersolar-summit-brasil.com/nordeste
Geração centralizada – O congresso GC – Congresso Internacional de Geração Centralizada aborda assuntos sobre energia em geração centralizada com foco em fontes de energia renovável. A terceira edição do evento acontecerá em São Paulo, SP, em maio de 2025. O objetivo é reunir a cadeia produtiva do setor de energias renováveis a fim de incentivar discussões, novos negócios, parcerias e acordos. Informações em https:// congressogc.com/.
Hidrogênio – A 3ª edição da Hydrogen Expo South America, voltada ao debate sobre o mercado de hidrogênio no Brasil e no mundo, será realizada nos dias 11 e 12 de junho na Expo Mag, no Rio de Janeiro. O evento tem o objetivo de reunir líderes globais, apresentando novas tecnologias e inovações para impulsionar o setor. Os debates serão organizados em eixos principais: Indústria de Hidrogênio, com destaque para cinco grandes projetos previstos para decisão final de investimento em 2025; Combustíveis do Futuro, analisando os impactos das novas legislações sobre biocombustíveis; e Portos e Rotas Logísticas, abordando a infraestrutura para o transporte de hidrogênio. Paralelamente, vai acontecer a Carbon Capture Expo South America 2025, evento focado na captura e armazenamento de carbono, abordando desafios técnicos, aspectos regulatórios e econômicos. Para mais informações, acesse: https://hydrogenexpo.com.br.
Enase – Sob o macrotema “O setor elétrico na COP30: transição energética justa
e inclusiva”, será realizado o EnaseEncontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico nos dias 11 e 12 de junho, no Hotel Windsor Oceânico, Rio de Janeiro. O evento pretender ser epicentro das discussões sobre a transição energética, especialmente com o Brasil sediando a COP30. Além da plenária principal, o evento terá três trilhas de conteúdo especiais: política, para debater as diretrizes da COP30, regulações para descarbonização, financiamento da transição e modernização do licenciamento ambiental; mercado, para explorar a evolução do setor elétrico, mercado livre, matriz energética, hidrogênio verde e desafios na transmissão e distribuição; e inovação, para apresentar tendências como armazenamento de energia, mobilidade elétrica, digitalização e novas tecnologias para eficiência energética. Mais informações: www.enase.com.br.
Energy Summit – Organizado em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), a segunda edição do Energy Summit acontecerá de 24 a 26 de junho, no Rio de Janeiro. A conferência reuniu mais de 10 mil participantes em 2024 e mais de 180 palestrantes em 2024. Este ano, a programação abordará temas relacionados ao futuro da energia, como hidrogênio, tendências da energia solar e eólica, avanço da biomassa e dos biocombustíveis, inteligência artificial e IoT no setor energético, computação quântica e novas soluções para armazenamento de energia, entre outros. Para mais informações, acesse https://energysummit.global.
The smarter E – O The smarter E South America 2025 acontecerá de 26 a 28 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South America - Feira de produtos e serviços
para eletromobilidade. Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Congressos. Mais informações em www. thesmartere.com.br
FIEE – A 32a edição da FIEE - Feira Internacional da Industria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro, no São Paulo Expo. O evento, que apresenta equipamentos, produtos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a transformação digital da indústria, sustentabilidade, conectividade e tecnologia. Mais informações em https://www.fiee.com.br.
Cursos
Armazenamento de energia – A multinacional SolaX Power vai promover ao longo de 2025 roadshows por diversas regiões brasileiras. O intuito é oferecer aos integradores solares conhecimento acerca do mercado e das principais inovações tecnológicas de sistemas híbridos de energia solar. As próximas edições do evento serão realizadas nas seguintes datas e locais: Brasília (19/5); Goiânia (21/5); Palmas (23/5); Belo Horizonte (2/7); Uberlândia (4/7); Teresina (15/9); Belém (17/9); Manaus (19/9); Cuiabá (20/10); Campo Grande (22/10); São José do Rio Preto (24/10); Vitória (10/11); Rio de Janeiro (12/11); São Paulo (14/11); e Fortaleza (10/12). Informações: https://kb.solaxpower.com.
Comissionamento – O treinamento MiniGD - Comissionamento e O&M (1 MW a 5 MW), oferecido pela Sungrow, destaca a importância da operação e manutenção (O&M) eficiente das usinas fotovoltaicas para maximizar o desempenho e a durabilidade dos sistemas de energia solar. Conta com módulos teóricos e práticos e aborda assuntos desde a
instalação e comissionamento da usina, destacando as práticas e testes necessários além de documentações e questões normativas, até as atividades de O&M, passando por monitoramento, integrações do sistema Sungrow com medidores de energia e estações solarimétricas, e ainda manutenção preventiva e solução de problemas. Os cursos podem ser realizados tanto nas instalações do cliente quanto no Service Center da empresa, localizado em Osasco, SP. Informações: (11) 98821-9545.
Operação, manutenção, instalação –A Sungrow Academy oferece cursos, workshops e treinamentos que abordam temas como instalação, operação e manutenção de sistemas de energia solar, bem como aspectos técnicos e regulatórios do setor. Com uma abordagem prática e teórica, os participantes também podem se conectar com especialistas da indústria e obter certificações. São oferecidos tanto cursos
online quanto presenciais, dependendo da região e da demanda. Informações mais detalhadas sobre cursos específicos, datas e inscrições estão disponíveis no site https://sungrowdobrasil.com.
Projeto e dimensionamento – A Unicamp realiza diversos cursos voltados ao segmento solar fotovoltaico. O de Projeto e dimensionamento de usinas solares e sistemas fotovoltaicos de geração distribuída vai acontecer em formato presencial ou online ao vivo nos dias 18 e 19 de maio. O curso destina-se principalmente a profissionais de engenharia, técnicos ou profissionais de outras áreas que possuam conhecimentos básicos de eletricidade.
Informações e inscrições em https:// www.cursosolarunicamp.com/agenda.
No exterior
Intersolar Europe – A Intersolar Europe 2025, um dos principais eventos globais
da indústria solar, ocorrerá entre os dias 7 e 9 de maio, no Messe München, em Munique, Alemanha. O evento faz parte do hub de inovação The smarter E Europe, conglomerado de exposições dedicadas à indústria de energia na Europa. O foco da feira é conectar negócios solares, destacando tendências de mercado, inovações tecnológicas e modelos de negócios emergentes. A edição de 2025 contará com cerca de 1450 expositores. A expectativa é atrair mais de 110 mil visitantes. Os temas principais incluem tecnologias fotovoltaicas, usinas solares e sistemas térmicos solares, com oportunidades para networking, participação em conferências lideradas por especialistas e exposição de soluções. Mais informações no site oficial do evento: www.intersolar.de.
Comissionamento – Mais do que apenas usar aparelhos
Vinícius Ayrão*
“ Muitas empresas têm investido em equipamentos de medição mas não no conhecimento dos responsáveis por analisar os resultados”
Ocomissionamento é uma etapa fundamental em uma instalação elétrica. Com o crescimento das instalações de energia solar fotovoltaica, serviços de comissionamento estão sendo muito demandados e vemos um aumento do número de profissionais e empresas que ofertam esse tipo de serviço. Mas comissionar é só medir?
O comissionamento e as instalações elétricas
As normas ABNT NBR 5410 e a NBR 14039, de instalações elétricas, respectivamente, de baixa e de média tensão, não trazem em seu texto o termo “comissionamento”. O que há nessas normas são as exigências de ensaios e inspeções, que devem ser realizadas antes da energização das instalações ou dos circuitos. Esses ensaios visam garantir que não haja falhas na execução e que haja segurança para os operadores. Infelizmente é bastante comum que os ensaios não sejam realizados, e os defeitos acabam sendo descobertos na energização, através do desarme da proteção ou, pior, na formação de arcos voltaicos e princípios de incêndio. Quando falamos de instalações fotovoltaicas, temos uma norma, a ABNT NBR 16274 [1], que traz em seu título a palavra “comissionamento”.
Ensaios x análises
Limitando-nos apenas aos ensaios no arranjo fotovoltaico, é necessário um
investimento razoável em equipamentos como:
• medidor de resistência de isolamento (megger), compatível com as tensões CC existentes no arranjo;
• medidor de continuidade (não pode ser um multímetro);
• multímetro com capacidade de medir tensão CC (1000 V ou 1500 V) e corrente CC;
• chave de curto-circuito; e
• traçador de curva IV. Muitas empresas têm realizado o investimento nesses equipamentos, que é superior a R$ 200 000, mas não investem no conhecimento dos responsáveis por analisar os resultados. A seguir, abordo alguns exemplos de falhas e erros de análise que temos encontrado.
O básico
Independente do porte da empresa, o multímetro é um equipamento obrigatório e dos mais úteis, se aliado a um conjunto de conhecimentos. Em sistemas fotovoltaicos instalados em telhado, é relativamente comum que tenhamos strings com quantidade de módulos em série diferentes. E é de se imaginar que qualquer profissional, antes de fazer a conexão da string no inversor, irá medir a tensão Voc e comparar os valores medidos com os resultados esperados. Mas essa premissa não se tem mostrado verdadeira, de modo que vamos aqui explorar o que fazer e o porquê de estamos fazendo.
Conceitos básicos
A tensão de circuito aberto do módulo (Voc) é dependente das condições ambientais no momento da medição (temperatura e irradiância). A tensão varia muito pouco com a irradiância mas tem uma variação relevante com a temperatura de célula.
Quanto maior a temperatura da célula fotovoltaica, menor a tensão e vice-versa. Quando pegamos a folha de dados técnicos (datasheet) dos módulos, os valores de tensão e correntes ali indicados são para uma temperatura de 25 °C. Precisamos, ao realizar a medição, conhecer a temperatura de célula e fazer os cálculos para a temperatura esperada.
A variação da tensão pela temperatura é informada no datasheet, normalmente com valores próximos a -0,28%/°C, ou seja, a tensão cai 0,28% a cada °C de aumento da temperatura. E as temperaturas de células podem ultrapassar temperaturas de 65 °C.
Vamos ver um caso real, de um módulo com as seguintes características:
Potência STC: 650 W
Voc STC: 45,58 V
Isc STC:18,16 A
Vmp STC: 37,61 V
Imp STC 17,28 A
Coeficiente de temperatura Voc: -0,28%/°C. Vamos supor que temos um projeto cujo inversor possui dois MPPTs e duas entradas por MPPT. Nesse projeto, teremos quatro séries (strings), sendo duas com 17 módulos em série (strings 1 e 2) e duas com 18 módulos em série (strings 3 e 4).
Quando, ao fim da instalação, for preciso fazer a medição da tensão nas strings, um instalador com pouco conhecimento esperaria que as tensões medidas fossem:
String 1: 17 x 45,58 = 774,86 V
String 2: 17 x 45,58 = 774,86 V
String 3: 18 x 45,58 = 820,44 V
String 4: 18 x 45,58 = 820,44 V
No entanto, se a temperatura das células estiver na faixa de 50 °C, por exemplo, a Voc do módulo será 7% menor (o passo-a-passo do cálculo vimos aqui na edição anterior de FotoVolt), e o valor real será 42,39 V.
Na medição realizada em campo, os valores a serem encontrados seriam:
String 1: 17 x 42,39 = 720,63 V
String 2: 17 x 42,39 = 720,63 V
String 3: 18 x 42,39 = 763,02 V
String 4: 18 x 42,39 = 763,02 V
Se o instalador apenas realiza a medição sem os conhecimentos necessários, vai condenar a instalação entendendo que há erros. De forma semelhante, caso houvesse alguma string com 19 módulos, ele consideraria essa string correta e as demais com problemas.
O que temos visto no campo
Nas inspeções, temos visto:
a) Instalações de microgeração – Nesse tipo de instalação, muitas vezes a equipe de campo não dispõe de equipamentos de medição e de treinamento para usálos. Os defeitos/falhas apenas são percebidos quando o sistema não performa.
b) Instalações de minigeração – Por serem instalações de maior porte e complexidade, é esperado que haja uma melhor qualificação da mão de obra, mas isto não ocorre na medida do esperado. Muitas empresas aumentaram a oferta de serviços e as equipes, mas carecem de uma engenharia mais sênior a fim de criar procedimentos, treinar, capacitar e qualificar a mão de obra.
c) Empresas de comissionamento – Sempre foi relativamente comum no mercado de instalações a crença de que ter o equipamento de ensaio correto era o necessário e suficiente para serviços de
comissionamento e/ou manutenção. Fazendo uma analogia com a área de saúde, seria como comprar um equipamento de tomografia computadorizada de última geração e com isso resolver o problema do paciente. Só resolve se o resultado do exame não acusar nenhum problema. Quando há alguma anomalia identificada, precisamos do ser humano (o médico) para avaliar a imagem.
Em engenharia deveria ser da mesma forma, mas isso não tem ocorrido. Um exemplo recente em uma instalação em que realizamos o comissionamento de categoria 2, vimos que a entrada de uma string que deveria ter 22 módulos tinha uma tensão inferior à da string que deveria ter 17 módulos. No comissionamento categoria 1, realizada por outra empresa, havia o registro das tensões, mostrando a mesma anomalia que encontramos, mas o relatório dava OK!
Soluções
A solução inicia por capacitação da equipe, começando com o departamento de engenharia. Se quem projeta e fiscaliza não detém os conhecimentos necessários, identificação de falhas e defeitos, bem como esclarecimentos à equipe, tornam-se muito difíceis.
Após a obtenção do conhecimento, deve ser realizado um conjunto mínimo de procedimentos de verificação e treinamento exaustivo da equipe. Nessa etapa, não precisam necessariamente entender o porquê, mas devem saber que existe um problema.
Após isso, deve-se treinar parte da equipe para o diagnóstico e a solução para aquele tipo de falha.
Impactos no negócio
Na ótica do empresário, esse tipo de falha provoca retrabalho, pode causar danos ao patrimônio (caso de falhas que contribuam para incêndios) e perda de geração. Qualquer um desses problemas afeta a sustentabilidade e a imagem da marca.
Os modelos de negócios originais das empresas de energia solar precisam urgentemente ser revistos, não só em função das mudanças regulatórios mas em função do ambiente de negócios, com mais concorrência, obrigando a que as ineficiências (custos) sejam identificados e eliminados. Foram falhas desse tipo, básicas, que a meu ver contribuíram para o desenvolvimento de normas de diversos corpos de bombeiros e da norma de combate a incêndio em instalações fotovoltaicas [2].
Atentem que o uso de tecnologia de MLPE muitas vezes é “à prova de instalador”, ou seja, este não coloca em riscos as instalações por erro no lado em corrente contínua. O caso que relatei foi em 2025, o que mostra que o mercado pouco ou nada evoluiu no quesito técnico desde a publicação da NBR 16690 [3].
Conclusões
Copo meio cheio ou meio vazio? Em minha visão, meio cheio. Tem muita coisa errada acontecendo, então tem muita oportunidade para resolvermos. E você, o que acha?
Até a próxima.
Referências
[1] ABNT NBR 16274:2014: Sistemas fotovoltaicos conectados à rede – Requisitos mínimos para documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho.
[2] ABNT NBR 17193:2025: Segurança contra incêndios em instalações fotovoltaicas – Requisitos e especificações de projetos – Uso em edificações.
[3] ABNT NBR 16690:2019: Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos - Requisitos de projeto.
* Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv projetoinstalacao@ arandaeditora.com.br.
FO RTA L E Z A, B RA S I L, CENTRO DE EVENTOS DO C E A RÁ
O PRINCIPAL EVENTO DO SETOR SOLAR BRASILEIRO POTENCIALIZANDO OS NEGÓCIOS FV NO NORDESTE
BRAZIL'S MOST SUCCESSFUL SOLAR EVENT BOOSTING NORTHEAST'S PV BUSINESS
Conheça o potencial do Nordeste
O Nordeste é protagonista no cenário de energia solar fotovoltaica e o congresso Intersolar Summit Brasil Nordeste 2025 será o ponto de encontro dos maiores especialistas do setor. Serão dois dias de painéis e palestras com conteúdos exclusivos e debates estratégicos, trazendo informações consistentes sobre o mercado de energias renováveis. Esta é sua oportunidade para estar no centro das discussões do setor, expandir seus conhecimentos e conectar-se com profissionais líderes do mercado.
www.intersolar-summit-brasil.com
Participe e explore um mercado exuberante
O congresso do Intersolar Summit Brasil Nordeste 2025 receberá 500 congressistas de alto nível para ouvir mais de 30 palestrantes de primeira linha, discutindo políticas, desafios jurídicos e regulatórios e também financiamentos e soluções de transição energética. A exposição do evento contará com 100 expositores selecionados, que terão a oportunidade de interagir com os participantes do congresso e mais de 5.000 visitantes qualificados da região.
10h30 - 11h30 Cerimônia de abertura
11h30 - 12h30 Mercado de carbono: regulamentação e impacto na indústria solar Cerimônia de abertura com participação de autoridades e boas-vindas dos organizadores do evento.
Experiência e perspectivas do mercado de crédito de carbono.
12h30 - 14h00 Intervalo/Almoço
14h00 - 15h30 Geração solar centralizada: desafios e oportunidades
Experiências e desafios para implementação e operação de usinas fotovoltaicas, assim como o impacto do curtailment.
15h30 - 16h00 Intervalo/Coffee Break
16h00 - 17h30 Perspectivas de microrredes e geração distribuída no Nordeste
Visão geral do mercado de GD, com destaque para a questão da inversão de fluxo.
* Programação sujeita a alterações
10h30 - 12h00 Hidrogênio Verde: a nova fronteira energética do Nordeste
Mercados globais e o potencial da região NE como hub de hidrogênio renovável.
12h00 - 13h30 Intervalo/Almoço
13h30 - 15h30 Panorama do armazenamento de energia elétrica no Nordeste
Panorama do mercado brasileiro de armazenamento com foco especial em oportunidades nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Apresentaremos as principais oportunidades de negócio, projetos de referência, melhores práticas na implantação e operação de projetos, além de desafios técnicos e regulatórios.
15h00 - 15h30 Intervalo/Coffee Break
15h30 -16h30 Perspectivas do sistema elétrico e desafios da transmissão para cargas de grande porte Discussão do impacto de fontes não despacháveis sobre a operação do sistema elétrico. Avaliação da capacidade da rede de transmissão do NE para conexão de plantas de produção de hidrogênio.
16h30 - 17h30 Eletromobilidade: normalização e tecnologia
Atualização em normas técnicas para infraestrutura e visão geral da tecnologia.
www.intersolar-summit-brasil.com
Recarga ultrarrápida: tecnologias e seus impactos
Rafael Cunha*
“ É importante questionar a real necessidade de recargas tão rápidas. (...) Para uso urbano cotidiano, recargas noturnas em casa ou estacionamentos já atendem à maioria das necessidades”
Um dos principais dilemas na adoção dos veículos elétricos é o tempo de carregamento. Para muitos, especialmente os que desconhecem a tecnologia, o tempo prolongado de recarga ainda é visto como barreira, principalmente em comparação à rapidez do abastecimento dos veículos a combustão. No entanto, para o usuário urbano, é possível carregar o veículo no modo lento ou semirrápido em casa, tornando essa preocupação menos relevante. Ainda assim, o tempo de recarga rápida ganha importância em viagens rodoviárias. Nos últimos anos, observamos um crescimento constante na potência dos carregadores, reduzindo o tempo de espera. Tecnologias emergentes de fabricantes como BYD e Zeekr prometem revolucionar esse cenário, aproximando o tempo de recarga ao de abastecimento convencional.
Tecnologias
Avanços recentes buscam elevar a potência dos carregadores para reduzir o tempo de recarga. Para isso, é necessário aprimorar as baterias, permitindo maior fluxo energético sem comprometer sua integridade. Isso inclui melhorias nas células, materiais mais resistentes e sistemas avançados de controle térmico. A BYD, por exemplo, lançou uma estação de 1000 kW capaz de oferecer até 400 km de autonomia em cinco minutos, e desenvolve uma plataforma elétrica de 1000 V para aumentar a eficiência.
Já a Zeekr apresentou um carregador de 1,2 MW e planeja instalar esta-
ções com múltiplos plugues oferecendo essa potência elevada.
Essas velocidades só são possíveis graças a baterias com arquitetura otimizada para suportar altas correntes sem degradação. Também exigem complexos sistemas de resfriamento e gerenciamento para evitar danos durante a recarga.
Porém, muitos veículos atuais não poderão atingir essas potências, pois operam em plataformas de 400 V ou 800 V. Mesmo os modelos mais modernos, com 800 V, não poderão fazer uso dessas potências extremamente elevadas, pois a arquitetura das baterias de seus veículos será o limitante para esses níveis de carga.
Impactos
Apesar do avanço, essas tecnologias não são essenciais para todos. Quem faz trajetos curtos e tem carregamento residencial dificilmente precisa de recargas ultrarrápidas, salvo exceções. Elas são mais necessárias em viagens longas, uso comercial ou para veículos pesados, como ônibus e caminhões, que demandam maior capacidade e menor tempo fora de operação.
Além disso, existem implicações econômicas e técnicas. As estações ultrarrápidas exigem investimentos altos, tanto nos equipamentos quanto na adequação elétrica das unidades consumidoras, que precisam suportar picos elevados de demanda.
Também é importante questionar a real necessidade de recargas tão rápidas. Embora reduzam o tempo de espe-
ra em viagens ou operações comerciais, para o uso urbano cotidiano, recargas noturnas em casa ou estacionamentos já atendem à maioria das necessidades. Outro aspecto relevante é o aumento dos níveis de tensão das baterias. A tendência é elevar esse valor mas o limite técnico é de 1500 V, ainda considerado como baixa tensão para corrente contínua pela NR-10. Manter-se abaixo desse limite facilita a manutenção e evita exigências adicionais de segurança.
Conclusão
O avanço das tecnologias de recarga ultrarrápida nos mostra que a mobilidade elétrica está rompendo barreiras que antes eram vistas como limitantes. Entretanto, mais do que acelerar o tempo de recarga, esses avanços levantam reflexões sobre como queremos estruturar o futuro da mobilidade. A velocidade, por si só, não resolverá os desafios de massificação dos veículos elétricos. É necessário que essas soluções sejam acompanhadas de uma análise criteriosa dos impactos econômicos e técnicos. Além disso, é importante lembrar que os custos elevados desses equipamentos e das adaptações elétricas exigidas acabarão sendo repassados ao usuário final, resultando em tarifas de recarga mais altas. O verdadeiro valor das recargas ultrarrápidas não estará apenas na potência dos equipamentos, mas na capacidade do setor de integrá-las de forma inteligente e estratégica.
* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.
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A logística como aliada da transição energética solar
“ A integração e ciente entre fornecedor, transportador e cliente nal é um fator determinante para elevar a competitividade e garantir que projetos solares sejam entregues dentro dos custos planejados”
Ocrescimento exponencial do setor de energia solar no Brasil impõe desafios logísticos significativos. A cadeia de suprimentos precisa ser altamente eficiente para viabilizar a importação e distribuição de equipamentos como módulos fotovoltaicos, inversores e trackers, muitas vezes destinados a regiões remotas.
No cenário de importação, a escolha do parceiro para o despacho aduaneiro, assim como o Incoterm adequado é fundamental para mitigar riscos e garantir previsibilidade financeira. Os Incoterms são um conjunto de regras que padronizam os termos de transporte e entrega de mercadorias em contratos de compra e venda. Existem 11 tipos, sendo que nos projetos solares os mais utilizados são: CIF (Cost, Insurance and Freight), FOB (Free on Board) e DAP (Delivered at Place), cada um oferecendo vantagens estratégicas distintas, definindo obrigações e deveres do vendedor e comprador dos materiais importados.
A seleção de operadores logísticos capacitados é um dos principais fatores críticos para o sucesso de projetos solares. Empresas especializadas em transporte multimodal, desembaraço aduaneiro, armazém alfandegado, armazém geral, manuseio de equipamentos sensíveis e transporte rodoviário são essenciais para minimizar riscos e assegurar entregas dentro dos prazos estabelecidos. Além disso, conhecer as especificidades das rotas e infraestruturas regionais do Brasil, bem como o acesso eficiente a portos e rodovias, é um diferencial estratégico.
O uso de tecnologia na gestão logística, como torre de controle com rastreamento em tempo real e rotograma para otimização de rotas, também se tornou indispensável para garantir a transparência e eficiência na movimentação dos equipamentos. O valor de um contêiner de módulos solares varia de R$ 500 mil a R$ 580 mil. A depender do tamanho do parque, pode-se estar falando de 100, 400, 800 ou 1800 contêineres em curto espaço de tempo. Os módulos solares estão muito visados para roubo nas estradas e para mitigar os riscos se faz necessário utilizar transportadores com seguros (RCTRC/RCDC/RCV) e gerenciamento de risco profissional e homologado com o PGR – Plano de Gerenciamento de Risco da operação.
A meta é facilitar a vida do cliente e colaborar para que o parque solar comece a energizar o quanto antes. Uma logística bem estruturada não apenas assegura o cumprimento dos prazos mas também impacta diretamente a rentabilidade dos projetos fotovoltaicos. A implementação de soluções inovadoras, como hubs de distribuição temporários, tem otimizado estoques e reduzido desperdícios. A integração eficiente entre fornecedor, transportador e cliente final é um fator determinante para elevar a competitividade e garantir que projetos solares sejam entregues dentro dos custos planejados. Aí entra o operador logístico: o cliente faz contato com um único fornecedor ao invés de sair contatando diversos players da cadeia logística e juntar as
peças do “quebra-cabeça” para ter o status de sua operação.
Cada novo projeto traz aprendizados valiosos. Entre os desafios recorrentes estão a necessidade de maior previsibilidade na cadeia de suprimentos, omissões dos navios nos portos, dificuldades de devolução dos contêineres vazios nos depots, períodos de chuvas intensas que dificultam as descargas nos parques, mitigação de custos logísticos e adoção de soluções tecnológicas mais avançadas. A digitalização e automação dos processos, aliadas a estratégias colaborativas entre os elos da cadeia, são fundamentais para impulsionar a eficiência operacional.
Além disso, a capacitação contínua das equipes envolvidas na logística desses projetos é um diferencial competitivo. Profissionais bem treinados são capazes de antecipar problemas, reagir rapidamente a desafios operacionais e implementar soluções mais eficientes. Programas de treinamento sobre normas aduaneiras, manuseio de equipamentos sensíveis e otimização de processos logísticos devem ser parte integrante da estratégia de qualquer empresa que atua no setor. O investimento em qualificação e tecnologia, aliado a um planejamento estratégico detalhado, é o caminho para garantir a excelência operacional e o sucesso dos projetos solares no Brasil.
* Fábio Moreira de Souza é Gerente de Negócios da Multilog S.A.
Fábio Moreira de Souza*
Produtos
Painéis solares
A distribuidora de produtos para energia solar NeoSolar acrescentou ao seu portfólio a linha de painéis fotovoltaicos da Longi, produzidos com células fotovoltaicas monocristalinas e a tecnologia de baixa corrente interna (LIC), que minimiza as perdas de potência, segundo a empresa. Disponíveis nos modelos LONGi 225 W e LONGi 435 W, os painéis possuem a tecnologia HPBC (Hybrid Passivated Back Contact), na qual os contatos elétricos são posicionados na parte traseira das células para promover a maximização da superfície de captação de luz e a redução das perdas elétricas. Compatíveis com sistemas on grid, off grid e híbridos, os novos painéis solares oferecem alta resistência em função de sua estrutura reforçada em alumínio. São resistentes à água, possuem acabamento em vidro temperado antirreflexivo, que, conforme a companhia, melhora a absorção da luz solar e otimiza a eficiência energética. Conta ainda com pré-perfurações, a fim de permitir um encaixe rápido e seguro.
em 50% o tempo de instalação. Outro benefício do projeto, de acordo com a companhia, é a facilidade de movimentação das estruturas, de modo a permitir o uso temporário em alguns locais ou ainda a instalação dos painéis em áreas pouco utilizadas como solos rochosos ou aterros sanitários. Já em conjunto com a Rafitec, a Braskem fornece o recurso do tecido reflexivo, que tem o objetivo de garantir maior reflexão dos raios solares para a face inferior dos painéis bifaciais, gerando maior produção de energia no mesmo período de exposição, além de reduzir os custos com a capina por suprimir o crescimento vegetal e aumentar os intervalos de lavagem das placas.
www.braskem.com.br
Baterias
www.neosolar.com.br
Lastro solar
e tecido reflexivo
A Braskem, produtora de resinas termoplásticas, por meio de uma parceria com a Fortlev Solar, desenvolveu uma solução com estruturas de suporte em polietileno, chamadas de lastro solar, para painéis fotovoltaicos. O novo modelo pesa 15 kg e tem elevada resistência, de acordo com a empresa. Os novos lastros solares são preenchidos com terra, areia, brita, concreto ou similares e sustentam a estrutura dos painéis, de modo a gerar ganhos por meio da redução dos custos de mão de obra em até 40% além de diminuir
Entre as tecnologias desenvolvidas para o setor solar, a Powersafe, fabricante brasileira de baterias e sistemas de energia, destaca as baterias de armazenamento para sistemas fotovoltaicos, com baterias de íon-lítio, de chumbo puro e de chumbo ácido desenvolvidas para aplicações industriais, comerciais e residenciais. Com a marca Getpower Baterias Especiais, a solução possui, de acordo com a empresa, alta densidade energética, permitindo armazenamento eficiente em espaços compactos. Possui ainda vida útil longa, reduzindo custos operacionais no longo prazo, e integração com sistemas de gestão energética (EMS), que proporciona monitoramento em tempo real e otimização do uso. A empresa também oferece soluções de armazenamento modular, wall e BESS com sistemas de baterias escaláveis que podem ser adaptados conforme o crescimento da demanda energética. Possui design plug-and-play, a fim de simpli-
ficar a instalação e manutenção, sendo indicada para aplicações híbridas (rede elétrica e off-grid), e compatível com inversores de diferentes fabricantes.
www.powersafe.com.br
Módulo TopCon
A unidade de Energias Renováveis da Soprano lançou recentemente o módulo fotovoltaico Topcon 590 W, desenvolvido pela Helius Solar. Com tecnologia N-Type TopCon, o novo modelo oferece eficiência de até 22,5%, e é indicado para projetos comerciais e industriais. O equipamento conta com 144 células monocristalinas e estrutura reforçada. A empresa oferece garantia de 12 anos para o produto e 30 anos de garantia de desempenho linear. Outras características técnicas: tecnologia MBB (Multi-Busbar) e design Half-Cell, para reduzir perdas elétricas e melhorar a captação de corrente; coeficiente de temperatura (-0,30%/°C); estrutura com vidro temperado de 3,2 mm e moldura de alumínio anodizado; certificações IEC 61215, IEC 61730 e Inmetro. www.soprano.com.br
Estações de energia portáteis
A EcoFlow, em parceria com o Grupo Timber, fornece as estações de energia portáteis, que têm o objetivo de oferecer autonomia para manter dispositivos essenciais em operação, de eletrodomésticos a equipamentos profissionais. Os dispositivos são portáteis e recarregáveis, utilizando energia solar. Segundo a empresa, a solução atende às mais diversas necessidades energéticas, sendo uma aliada em apagões, acampamentos e operações fora da rede elétrica.
https://ecoflow-timber.com.br
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Fabricante Importador(a) Revendedor(a) Distribuidor(a) Outros (especificar)
2) Prestador(a) de serviços
Integrador(a) Instalador(a) Projetista(a) Consultor(ia) Manutenção Consultor(a) Escritório de arquitetura
Outros (especificar)
3) Usuário(a) final
Concessionária de energia elétrica ou cooperativa de eletrificação Indústrias em geral Comércio e serviços Órgãos governamentais e instituições
Telecomunicações Outros (especificar) ___________________________________________________
Gestão do sistema elétricoO ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico publicou em março o Relatório Anual 2024, que apresenta, de forma detalhada, os resultados conquistados no ano passado, desafios e avanços na gestão do Sistema Interligado Nacional (SIN). O documento, que destaca as estratégias adotadas pelo Operador para lidar com os diferentes cenários, foi desenvolvido tendo como parâmetro os indicadores da Global Reporting Initiative (GRI) – referência global para relatos de desempenho em sustentabilidade – e, pela primeira vez, seu conteúdo foi organizado de forma alinhada ao Planejamento Estratégico 2025-2027. Um dos principais desafios atuais do ONS é a coordenação de um sistema elétrico com elevada participação de fontes renováveis. Segundo o órgão, o ONS vem atuando junto aos agentes eólicos e solares para a atualização de seus modelos matemáticos, de modo que os sistemas de
monitoramento em tempo real do SIN reproduzam com fidelidade o comportamento real dessas usinas. O ONS ressalta ainda seu papel no desenvolvimento de mecanismos regulatórios e novas estratégias de integração dessas fontes. O documento mostra também as medidas tomadas, em parceria com o Ministério de Minas e Energia, agentes e outras instituições do setor elétrico, para a gestão de recursos hídricos e reservatórios diante de evento extremos como as enchentes no Rio Grande do Sul, registrada em maio de 2024, e a seca no Rio Madeira, entre outros temas relacionados à operação do sistema. O relatório aponta ainda para o lançamento do {onstec}, que congrega e define o caminho tecnológico que o Operador tem percorrido para promover a sincronização entre tecnologia e negócio. Em relação a sustentabilidade, destaca a definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU de maior impacto para o ONS: Água Potável e Saneamento (número 6), Energia Limpa e Acessível (7), Redução das Desigualdades (10), Ação Contra a Mudança Global
do Clima (13) e Parcerias e Meios de Implementação (17), além das ações relacionadas à diversidade e inclusão. O relatório pode ser conferido na íntegra em https:// proxyportais.ons.org.br/ons. portalempregado.proxy/api/ arquivosmonitorar?codigo= DL-6743518518-45735-X
Minerais para transição energética - A segunda edição do Guia para o Investidor Estrangeiro em Minerais Críticos, lançado pelo MME - Ministério de Minas e Energia, destaca o Serviço Geológico do Brasil (SGB) como uma das instituições de referência na geração do conhecimento geológico. O SGB realiza estudos e pesquisas sobre minerais críticos como lítio, níquel, cobre, grafita, terras raras e cobalto, essenciais para a transição energética global. Esses insumos são fundamentais para tecnologias como baterias de veículos elétricos e equipamentos de geração solar e eólica. O guia reforça o Brasil como destino estratégico para investimentos no setor mineral. O documento detalha processos de obtenção de direitos mine-
rários, licenciamento ambiental e novos instrumentos de financiamento, com o objetivo de garantir previsibilidade e transparência para o desenvolvimento sustentável da mineração no País. São abordados diversos temas, como visão econômica, ambiente de negócios, infraestrutura, planejamento para a promoção e facilitação de investimentos em projetos, projetos em andamento, sistema de informações geográficas para mineração, participação do Brasil nas reservas e produção global de minerais para a transição energética (2023/ 2024), matriz energética brasileira, considerações sobre a responsabilidade social, ambiental e de governança, marcos regulatórios do setor de mineração brasileiro, tributação e royalties, etc. O guia completo pode ser acessado em www.gov.br/mme/ pt-br/assuntos/secretarias/ geologia-mineracao-etransformacao-mineral/guiapara-o-investidor-estrangeiroem-minerais-estrategicos/ guia-para-o-investidorestrangeiro-em-mineraiscriticos-para-a-transicaoenergetica-no-brasil/view
A. Pedro
Arcellor
Ecco
ESW
GCL
GIR
Baterias e leilão de reserva de capacidade: o que esperar de 2025?
“ A inclusão de baterias no sistema elétrico brasileiro representa avanço signi cativo, tornando o armazenamento energético um pilar essencial na otimização da matriz elétrica”
Em 2025, o avanço dos sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS, de battery energy storage systems) e o primeiro Leilão de Reserva de Capacidade com sistemas de armazenamento de energia elétrica (LRCAP Armazenamento/2025) do Brasil sinalizam uma mudança de paradigma e cenário promissor para o desenvolvimento dessas soluções e tecnologias no País. A realização do leilão, prevista para junho próximo, está sintonizada com a recomendação defendida pela Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica junto ao Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica, Empresa de Pesquisa Energética e Congresso Nacional. Contribui para fortalecer a estabilidade do Sistema Interligado Nacional, permitindo maior e mais e ciente inserção de fontes renováveis, ampliando a exibilidade sistêmica e reduzindo restrições operativas.
A inclusão de baterias no sistema elétrico brasileiro representa avanço signi cativo, tornando o armazenamento energético um pilar essencial na otimização da matriz elétrica, como já ocorre em países como China, Estados Unidos e Austrália. Segundo o relatório “Batteries and Secure Energy Transitions”, da Agência Internacional de Energia (IEA, 2024), a capacidade global de armazenamento de energia elétrica em baterias mais do que dobrou em 2023, atingindo 85 GW. A China lidera esse mercado com 55% das adi-
ções globais, seguida pelos Estados Unidos e União Europeia, que adotam políticas e incentivos para impulsionar o armazenamento.
Caso emblemático, o Red Sea Project, na Arábia Saudita, exempli ca o potencial dessas soluções em larga escala. Trata-se da maior microrrede fotovoltaica com BESS do mundo, composta por um sistema solar de 400 MW e um sistema de armazenamento de 1,3 GWh. A iniciativa permite que uma cidade opere exclusivamente com energia limpa e renovável, recebendo até 1 milhão de visitantes por ano. O projeto demonstra como os sistemas de armazenamento garantem segurança elétrica e viabilizam cidades com pegada de carbono zero em relação à geração e ao consumo de eletricidade.
A Absolar e seus associados colaboram com o Governo Federal, órgãos reguladores, instituições de planejamento, demais autoridades do setor elétrico e com o Congresso Nacional, com o objetivo de viabilizar e acelerar a implementação segura e e ciente das baterias no País. O crescente interesse na reserva de eletricidade tem impulsionado parcerias estratégicas e novas soluções tecnológicas. Projetados para oferecer energia segura e sustentável, os sistemas de estoque elétrico possuem longa vida útil, estabilidade térmica e tolerância a condições extremas, oferecendo segurança operacional. Além do LRCAP Armazenamento/2025, outras oportunidades surgem
com a expansão de fontes renováveis, já que o crescimento da geração solar e eólica impulsiona a incorporação de soluções de armazenamento, para elevar ainda mais a e ciência dessas tecnologias. A IEA destaca que, para triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030, conforme os compromissos assumidos por mais de 100 países na COP28, o armazenamento precisará crescer ao menos seis vezes, com baterias respondendo por 90% desse aumento.
Com inovação, parcerias estratégicas e compromisso com a segurança, o setor está preparado para liderar essa transformação. O relatório da IEA ressalta que a queda contínua nos custos das baterias, com redução de 90% desde 2010, e a melhoria na densidade energética e vida útil das baterias de íons de lítio têm sido fundamentais para a adoção de sistemas de armazenamento em pequena, média e larga escalas. Além disso, a IEA projeta que os custos das baterias devem cair mais 40% até 2030, tornando-as ainda mais competitivas em relação a tecnologias de geração de energia elétrica como usinas térmicas a combustíveis fósseis. Esses avanços tecnológicos e a experiência internacional podem servir de base para o desenvolvimento e crescimento de soluções de armazenamento no Brasil, especialmente no contexto da transição energética sustentável e da expansão das energias renováveis no País.
* Roberto Valer é diretor técnico da Huawei Digital Power; Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar; e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Absolar.