FotoVolt Fevereiro 2025

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2025, ano zero da era dos sistemas de baterias no Brasil

O mercado nacional de armazenamento de energia está em expansão, impulsionado pela queda dos preços das células de bateria e as possibilidades dos novos leilões de capacidade. Além disso, a aguardada regulação deve estimular investimentos e acelerar a implantação de sistemas, tanto behind the meter quanto integrando as rede elétricas.

Microinversores para geradores fotovoltaicos

Empregando eletrônica de potência em nível de módulo (MLPE, na sigla em inglês), os microinversores atuam de maneira independente em cada módulo fotovoltaico, permitindo otimizar a produção, e oferecem vários outros recursos. O guia lista diversos fornecedores e as características dos produtos.

Baterias de íons de lítio: que solução as sucederá?

As baterias de íons de lítio são predominantes nas aplicações de armazenamento de energia desde sua introdução comercial, na década de 1990. No entanto, os pesquisadores já procuram alternativas para os métodos convencionais da tecnologia de íons de lítio. Que tecnologia virá a seguir?

Estruturas para montagem de sistemas fotovoltaicos em telhados

As estruturas que sustentam e fixam os módulos fotovoltaicos nas coberturas de construções têm requisitos rigorosos. Telhados de materiais diferentes têm requisitos distintos e a carga de vento é um fator importante. O guia traz a descrição de sistemas fornecidos por 23 empresas no mercado nacional.

Armazenamento da energia excedente: bateria ou hidrogênio verde?

Em usinas nas quais a potência dos módulos é sobredimensionada em relação à dos inversores, a curva de geração é cortada (clipping) em momentos de pico de irradiância. O artigo compara as soluções de baterias e de hidrogênio verde para o armazenamento da excedente resultante, para sua posterior injeção na rede.

Sensoriamento óptico para proteção perimetral de usinas fotovoltaicas

Com o avanço das usinas de geração fotovoltaica no País, surgem desafios críticos, como a segurança das instalações, em que desponta a segurança perimetral das usinas. O artigo aborda tecnologias modernas existentes para esse mercado.

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Projeto & Instalação Solar FV em foco

A r m a z en a m e n t o, e st e i o d a t ra n s i çã o e n e rg ét i ca

Carta ao leitor

m virtude de propriedades como alta densidade energética e longa vida, as baterias de íons de lítio têm sido largamente empregadas para armazenamentos de energia de todos os portes e finalidades. Sua popularização deu-se a partir dos anos 1990, equipando pequenos eletrônicos, automóveis elétricos e grandes equipamentos como data centers e sistemas dedicados ao suporte e à estabilidade das redes elétricas. A necessidade de armazenar a energia não imediatamente consumida em sistemas de geração distribuída e a energia não imediatamente transmitida das usinas centralizadas tem provocado uma nova corrida aos sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS, na sigla em inglês). Na Alemanha, por exemplo, foram instalados no ano passado quase 600 mil novos sistemas estacionários, aumentando a capacidade do país em 50% na comparação com o ano anterior, segundo dados da Associação Alemã da Indústria Solar (BSW Solar). O número total de sistemas em operação ao final do ano era de 1,8 milhão, com capacidade total de 19 GWh, sendo 15,4 GWh em armazenamento residencial e 2,3 GWh em sistemas de grande porte, assim considerados os com capacidade de pelo menos 1 MWh.

Como mostra a reportagem à página 22 desta edição, o Brasil se prepara para dar seu grande salto no que se refere ao armazenamento estacionário de energia em baterias, e isso tanto nas aplicações dentro das unidades consumidoras quanto em sistemas fornecendo energia e serviços ancilares diretamente às redes elétricas. Em ambos os segmentos, a expansão é favorecida pela queda acentuada de preços nos últimos anos. Segundo recente levantamento da Bloomberg NEF, os preços do “pack” de bateria caíram quase 80% desde 2013, chegando a US$ 115 por kWh no final do ano passado, em função do barateamento das matérias primas e da fortíssima expansão da capacidade de fabricação. Em 2024 “o segmento de armazenamento estacionário decolou, com forte competição entre os fornecedores de células e sistemas, especialmente na China”, diz a BNEF.

Além da citada reportagem, este número especial de FotoVolt dedicado ao armazenamento de energia traz também dois excelentes artigos. Um deles trata da evolução tecnológica, partindo do estado da arte da bem sucedida tecnologia de íons de lítio para as tecnologias candidatas à sua sucessão, detalhando o que já se logrou em cada desenvolvimento e os aspectos que os cientistas se esforçam para aprimorar. O outro artigo traz uma análise consistente de um aspecto pouco discutido mas muito relevante para a otimização da geração solar fotovoltaica: como aproveitar a energia desperdiçada pelo clipping, o “ceifamento” que ocorre, nos momentos de pico de  irradiância, na produção de painéis fotovoltaicos sobredimensionados em relação à potência dos inversores. O trabalho analisa e compara duas alternativas para o aproveitamento dessa energia: armazenamento em baterias e armazenamento na forma de hidrogênio verde, calculando eficiências e resultados dessas tecnologias que estão na pauta mundial da transição energética.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam )

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ISSN 2447-1615

Sai a norma de segurança

contra incêndios em sistemas FV

AABNT NBR 17193 - Segurança contra incêndios em instalações fotovoltaicas - Requisitos e especificações de projetos - Uso em edificações foi publicada pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas no início de fevereiro. O texto traz novidades importantes para os sistemas solares FV comissionados a partir de agora. Por exemplo, os painéis fotovoltaicos devem ser instalados nos telhados com espaçamento suficiente para que os bombeiros se movam entre eles durante o combate a um incêndio. Outra disposição é a obrigatoriedade de sistema rapid shutdown, o desligamento rápido, um ponto do texto que não foi fruto de consenso.

A norma resultou de uma solicitação do Conaci - Comitê Nacional de Combate a Incêndio, que refletiu uma preocupação dos corpos de bombeiros estaduais com o fato de os sistemas fotovoltaicos de telhado continuarem gerando energia mesmo com as chaves de entrada, de corrente alternada, desligadas. O projeto foi elaborado no prazo de apenas um ano (de janeiro a dezembro de 2023) pelo CB-024 da ABNT, o Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio, tendo como base o technical report IEC/TR 63226:2021Managing fire risk related to photovoltaic (PV) systems on buildings. Depois passou oito meses sendo averiguado pelos outros comitês da ABNT, como os de civil, elétrica e fotovoltaica, entre

outros, e a Consulta Nacional foi realizada do início de agosto ao início de setembro do ano passado. A análise dos votos tomou os meses finais de 2024.

O rapid shutdown baixa o nível de corrente contínua da instalação para níveis aceitáveis para o organismo, algo como o nível de extra baixa tensão prescrito pela norma de instalações de baixa tensão, a NBR 5410. “Isto é importante porque existem hoje sistemas que chegam até 1.000 volts c.c., e já se está falando em 1.500 V e até 3.000 V”, disse em agosto de 2024 o coordenador da comissão da norma, Marcos Rogério Chaves Silva, em palestra no congresso Eletrotec+EM Power, em São Paulo.

homologado pela Itaipu e a assinatura do contrato deve ocorrer até o início de março.

Este foi um ponto polêmico porque em geral a funcionalidade rapid shutdown está presente em microinversores ou otimizadores, que conectam um único ou poucos módulos, mas não em inversores de string, que conectam diversos módulos em série. De acordo com Marcos Rogério, o desligamento rápido foi uma solicitação expressa do Conaci e inclusive os corpos de bombeiros já o vinham incorporando às suas Instruções Técnicas mesmo antes da publicação da norma. Ou seja, a exigência já estava sendo imposta na prática.

A nova norma ABNT NBR 17193:2025 está disponível para consulta e para venda em formato eletrônico e impresso no Catálogo ABNT na internet.

Itaipu licita usina solar flutuante no lago da hidrelétrica

Um consórcio formado pela empresa brasileira Sunlution e a paraguaia Luxacril venceu licitação para instalar uma usina solar flutuante no reservatório da usina hidrelétrica de Itaipu, em caráter experimental, com capacidade de 1 MWp. O resultado já foi

No total, seis consórcios participaram da licitação, sendo que quatro foram inabilitados por problemas de documentação. O consórcio SunlutionLuxacril ofereceu o menor preço, de US$ 854,5 mil, representando deságio de 11,72% em relação ao valor previsto no edital.

Após a assinatura do contrato e a emissão da ordem de serviço, o prazo para a instalação da usina solar será de 150 dias, incluindo a entrega do projeto de engenharia, dos equipamentos elétricos, do sistema de controle e instrumentação, estrutura mecânica, obras civis e estruturais, construção, montagem e comissionamento. Outros 180 dias serão adicionados para assistência técnica, treinamento e aceitação final do produto, totalizando 330 dias para a execução do projeto.

Os módulos solares fotovoltaicos serão instalados no lado paraguaio do reservatório, em área inferior a 1 hectare. A energia gerada, estimada entre 1,8 mil MWh e 2 mil MWh, vai atender parcialmente o consumo interno da própria hidrelétrica. Além da instalação da usina solar, a Itaipu, em parceria com o Itaipu Parquetec e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI – margem paraguaia), vai desenvolver estudo para avaliar a operação do empreendimento flutuante.

O estudo visa fazer análises comparativas de geração entre a usina

Texto introduz rapid shutdown e várias outras medidas para proteção de bombeiros
Consórcio entre empresas brasileira e paraguaia implantará UFV experimental de 1 MWp

flutuante e outras usinas solares em solo, além de análises de modelos de negócio para as legislações brasileira e paraguaia, avaliação de impactos na rede interna de energia da Itaipu (se houver), simulações para eventual expansão da usina flutuante e inclusão de sistemas de bateria. O estudo também vai levantar possíveis impactos ambientais da planta fotovoltaica no reservatório.

Solares centralizadas respondem por 42% da capacidade adicionada em janeiro

Aenergia solar fotovoltaica respondeu pela maior parte da entrada em operação de usinas centralizadas no País em janeiro, com 42% do total adicionado no mês. Isso significa 567,21 MW em 13 UFVs, do total de 1350,54 MW das 26 usinas que passaram a operar em janeiro, segundo dados da Aneel. Com a nova capacidade, o Brasil soma 209,7 GW de potência total fiscalizada.

Na sequência de importância, o destaque ficou por conta de duas novas usinas termelétricas, com 459 MW no total, sendo a principal delas a UTE Central Geradora Suzano, em Mato Grosso do Sul, com 384 MW. Em terceiro lugar, figura a fonte eólica, com dez usinas novas e total de 315 MW. Por fim, uma pequena central hidrelétrica de 9,33 MW, completa a lista de nova capacidade na matriz.

a usina termoelétrica, e Minas Gerais, com sete usinas e 336,83 MW instalados. Depois aparecem na lista o Rio Grande do Norte (283,48 MW), Bahia (211,50 MW), São Paulo (75 MW), Rio Grande do Sul (50,40 MW) e Paraná (9,33 MW).

Armazenamento em baterias

complementa solar em hospital de Pernambuco

Adistribuidora Neoenergia Pernambuco instalou um sistema de armazenamento de energia por baterias (BESS, em inglês) no HCP - Hospital de Câncer de Pernambuco, em Recife, capital do estado. A instalação complementa projeto anterior de usina solar no prédio da unidade de saúde, também implementado pela concessionária em 2023 no âmbito do PEE – Programa de Eficiência Energética Aneel.

O armazenamento é capaz de atender cerca de 80% da demanda de energia da unidade no horário de pico, quando as tarifas são mais altas, o que deve proporcionar, além da redução de até 400 kW na demanda de energia no período, uma economia anual em torno de R$ 600 mil na conta de luz do hospital. As baterias serão carregadas nos horários fora da ponta e despachadas exclusivamente no período que marca o pico de consumo do SIN, entre o fim da tarde e o começo da noite dos dias úteis.

Além do projeto em Recife, a Neoenergia Coelba também investiu R$ 7 milhões do PEE Aneel para implantar, na forma de doação, uma usina solar fotovoltaica de 850 kWp no Hospital Santo Antônio, em Salvador, Bahia, onde também foi agregado um BESS com capacidade para armazenar 1800 kWh/dia. Com o projeto, a instituição hospitalar tem economia estimada de 1050 MWh por ano, além de uma redução de 600 kW na demanda durante o horário de pico, resultando em economia anual de R$ 1,4 milhão.

A agência tem expectativa de que 2025 se aproxime dos recordes de adição de capacidade registrados nos últimos dois anos, quando houve acréscimo de 10 792 MW em 2024 e de 10 316 MW em 2023. Para a Aneel, a previsão de expansão da oferta deve ser de 9950 MW de potência instalada.

No primeiro mês do ano, houve usinas liberadas para operação comercial em sete estados, sendo os destaques o Mato Grosso do Sul (384 MW), com

Segundo a empresa, além de aumentar a economia com gastos de energia do hospital, o conjunto de baterias amplia a utilização da geração solar. Somados, os investimentos com a usina e o BESS totalizam R$ 4,9 milhões, sendo R$ 1,4 milhão e R$ 3,5 milhões, respectivamente. O projeto ainda contou com a parceria da GIZ - Agência Alemã de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, responsável pelo projeto básico e comissionamento.

Kroma vai construir no Ceará complexo solar de 250 MWp

AKroma Energia anunciou investimento de R$ 800 milhões para construir o complexo fotovoltaico Arapuá, o maior parque solar desenvolvido pela empresa e que será localizado em Jaguaruana, no Vale do Jaguaribe, no interior do Ceará. O projeto deve gerar entre 800 e 1000 empregos diretos e indiretos, segundo comunicado da empresa pernambucana, que realizou cerimônia de lançamento da pedra fundamental do complexo no dia 7 de fevereiro.

Com previsão de início da operação comercial no primeiro trimestre de 2026, o complexo terá capacidade

Inaugurado em 6 de fevereiro, BESS vai atender 80% da demanda do Hospital do Câncer no horário de ponta
Neoenergia/Divulgação

instalada de 250 MWp e produção estimada em 537 GWh por ano, o que seria suficiente para abastecer mais de 290 mil residências. O parque contará com 388,8 mil módulos solares fotovoltaicos distribuídos em uma área de 460 hectares.

O projeto conta com parcerias da WEG (área de Solar, BESS & Building) e da Goener, empresa especializada no desenvolvimento de soluções em geração de energias renováveis. O BNBBanco Nacional do Nordeste entrará com 80% do financiamento do projeto, por meio de recursos do FNDE - Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste.

Congresso Eletrotec+EM Power recebe resumos até 14 de março

Está aberto até 14 de março próximo o prazo para submissão de resumos de trabalhos para apresentação no Eletrotec+EM Power 2025, congresso que acontecerá de 26 a 28 de agosto de 2025 no centro de convenções e exposições Expo Center Norte, em São Paulo. O congresso acompanhado de feira, dedicado a instalações elétricas e infraestrutura de eletricidade, integra o TSESAThe Smarter E South America, plataforma que reúne outros três congressos/exposições: Intersolar South America (energia fotovoltaica), ees (armazenamento de energia e

hidrogênio verde) e Power2Drive (eletromobilidade e carregamento). Para o Eletrotec, a resumo deve ter até 500 palavras e tratar de temas relativos a instalações elétricas de baixa tensão, instalações de alto desempenho e segurança (como datacenters), energia renovável e eletrificação da economia (incluindo sistemas fotovoltaicos), proteção contra raios e sobretensões, e instalações industriais e comerciais. Segundo o diretor técnico do Eletrotec, o engenheiro João Cunha, o congresso é uma ótima oportunidade para apresentar e discutir soluções de problemas práticos de engenharia elétrica, lições extraídas de casos reais, elementos para tomada de decisões e também para a realização de negócios.

O Eletrotec+EM Power é o sucessor do renomado ENIE - Encontro Nacional de Instalações Elétricas, promovido pela revista Eletricidade Moderna de 1988 a 2018. De acordo com a empresa organizadora, a Aranda Eventos, “o Eletrotec herdou o prestígio do ENIE e vem se fortalecendo como o novo ponto de encontro dos profissionais de instalações elétricas.”

A lista dos resumos aceitos pela comissão técnica será divulgada em 14 de abril, os trabalhos aceitos devem ser enviados até 26 de maio e a divulgação da programação e publicação do caderno de resumos será em 30 de junho.

Márcio Bottaro (IEE-USP) apresenta trabalho sobre arcos elétricos no Eletrotec+EM Power 2024

Os resumos devem ser enviados até 14 de maio para o e-mail: congressoele trotec@arandaeventos.com.br

Lançamento da pedra fundamental da usina, com presença de políticos e executivos da Kroma, WEG, Banco do Nordeste, Bradesco e FIEC
Izilda
França

Colibri celebra acordos de distribuição de robôs de limpeza, trackerse módulos

Entre o fim de janeiro e meados de fevereiro, a Colibri Capital anunciou acordos com três fabricantes chinesas de equipamentos para usinas fotovoltaicas. O primeiro foi para distribuir a linha de módulos da Tongwei, com exclusividade, nas regiões Norte e Nordeste, além de Minas Gerais. Segundo comunicado, a meta é atender tanto o mercado de geração distribuída quanto o de centralizada: a Tongwei vai disponibilizar ao mercado brasileiro módulos de 580-590 W para residências, módulos de 605-625 W para

nam a estrutura mais leve e resistente a ventos mais intensos. Além disso, o sistema incorpora um amortecedor com simetria axial, capaz de reduzir a amplitude das vibrações, aumentando a durabilidade do conjunto.

os projetos de autoconsumo remoto em geração distribuída, e módulos de 700-725W para os grandes projetos de geração. A empresa chinesa tem capacidade de produção anual de mais de 140 GW de células, 85 GW em módulos fotovoltaicos e 900 mil toneladas de silício cristalino de alta pureza.

O segundo acordo anunciado foi com a ESET MetaVast, para distribuição de rastreadores solares e estruturas metálicas em todas as regiões do Brasil. Os produtos desta empresa passam, com a parceria, a fazer parte do portfólio das distribuidoras de equipamentos do grupo Colibri e da construção de usinas próprias da empresa e de parceiros. O principal destaque da empresa chinesa para o mercado brasileiro será o rastreador ESEK II, com design otimizado em formato de diamante. Ainda de acordo com comunicado, os encaixes com autotravamento criam rótulas que tor-

O acordo mais recente, anunciado em 13 de fevereiro, foi com a empresa Solar-LIT, para distribuição no País de robôs de limpeza de painéis solares com inteligência artificial, além de sistemas voltados à manutenção e gestão de obras. Os robôs permitem limpeza a seco de forma totalmente automatizada, reduzindo o uso de água, tempo e esforço humano, declarou a Colibri. No primeiro semestre estão sendo realizados projetos-piloto em usinas de geração centralizada, adaptando a solução de limpeza para as condições locais. E no segundo semestre será lançado também um modelo para projetos residenciais, totalmente autônomo e equipado com inteligência artificial, que “trará uma nova opção para os grandes integradores regionais do mercado de O&M residencial”, disse Carlos Eduardo Barros, presidente do Grupo Colibri.

O grupo é também uma das três maiores empresas de geração distribuída no Brasil, com 240 MWp instalados em 100 usinas e com a expectativa de chegar a 400 MWp em dois anos.

Recorde de investimentos em transição energética em 2024

Os investimentos em tecnologias para a transição energética bateram recorde em 2024, de acordo com pesquisa da BloombergNEF. Segundo o relatório Energy Transition Investment Trends 2025, os aportes atingiram US$ 2,1 trilhões, 11% a mais do que no ano anterior.

Na análise da BNEF, o crescimento foi impulsionado pela difusão global

do transporte eletrificado, pelas energias renováveis, armazenamento de energia e por investimentos em redes elétricas. Embora o valor absoluto represente um novo recorde, o ritmo de crescimento foi mais lento do que nos três anos anteriores, quando o investimento teve saltos de 24% a 29% ao ano.

A maior impulsionadora da transição continua sendo a eletromobilidade, que alcançou US$ 757 bilhões em 2024, valor que inclui gastos com veículos elétricos de passageiros, de duas e três rodas e comerciais, além de investimentos em infraestrutura de carregamento público e em veículos com célula de combustível.

Os aportes em energia renovável vêm logo na sequência de importância, com US$ 728 bilhões registrados pela pesquisa. Nessa conta estão os investimentos em energia eólica onshore e offshore, energia solar, biocombustíveis, biomassa e resíduos, energia marinha, geotérmica e pequenas hidrelétricas. Por fim, o investimento em redes elétricas totalizou US$ 390 bilhões, representados por projetos em linhas de transmissão e distribuição, equipamentos de subestações e digitalização da rede.

O relatório da BNEF também revela uma diferença marcante entre os investimentos em setores maduros e emergentes. Tecnologias comprovadas, escaláveis e com modelos de negócios estabelecidos, como as energias renováveis, armazenamento de energia, veículos elétricos e redes elétricas, representaram a grande maioria dos investimentos. Esses setores atraíram US$ 1,93 trilhão, crescendo 14,7%.

E isso a despeito do cenário político global desfavorável, de taxas de juros mais altas e compras mais lentas. No contraponto, tecnologias emergentes como hidrogênio verde, calor eletrificado, captura e armazenamento de carbono (CCS), nuclear, indústria e transporte marítimo limpos, envolveram desembolsos de apenas US$ 155 bilhões, uma queda de 23% em relação

Robôs da Solar-LIT: limpeza automática com IA
Reprodução

ao ano anterior. A BNEF credita o resultado aquém do esperado a fatores como imaturidade tecnológica e falta de escalabilidade comercial.

Não surpreendentemente, o maior mercado de investimento foi a China, que sozinha respondeu por US$ 818 bilhões, um aumento de 20% em relação a 2023. A União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido, com bons resultados em 2023, tiveram crescimentos diferentes no ano passado. Houve estagnação nos EUA, com US$ 338 bilhões, e queda na Europa e Reino Unido, com US$ 381 bilhões e US$ 65,3 bilhões, respectivamente.

A BNEF ressalta que o investimento global em transição energética precisaria ser em média de US$ 5,6 trilhões por ano de 2025 a 2030, para manter o planeta no caminho para o net zero até 2050, de acordo com o Acordo de Paris. Os níveis atuais de investimento seriam apenas 37% do necessário.

Juntamente com o investimento na transição energética de baixo carbono, o estudo rastreou a cadeia de suprimentos de energia limpa, incluindo as fábricas de equipamentos e a produção de metais de baterias para tecnologias de energia. Em 2024, esse investimento caiu ligeiramente para US$ 140 bilhões, mas deve crescer para US$ 164 bilhões em 2025.

Itaipu vai implantar usinas FV em hospitais filantrópicos do Paraná

AItaipu Binacional e a Femipa - Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná anunciaram programa para instalação de usinas solares fotovoltaicas em Santas Casas e hospitais filantrópicos no estado paranaense. Batizado de Femipa Energia, o convênio prevê instalar, até fevereiro de 2027, 18 MW de potência em sistemas solares.

Segundo a Itaipu, a meta é atender, por meio dos recursos do programa Itaipu Mais que Energia, municípios com baixos IDHs (índice de desenvolvimento humano) e receitas públicas, investindo em políticas ambientais vinculadas à geração de emprego e renda.

O investimento, voltado apenas para associadas da Femipa, será superior a R$ 81 milhões e beneficiará as instituições de saúde que fazem parte dos grupos tarifários A e B. A estimativa de economia é de R$ 11,7 milhões ao ano, o que corresponde ao suprimento de 35% da energia consumida.

“As Santas Casas e os hospitais beneficentes não têm lucro nenhum e têm dificuldades financeiras por conta do serviço que prestam. E a conta de energia elétrica faz uma diferença muito grande”, disse o diretor geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri. O projeto será dividido em duas etapas. No lote 1, haverá a instalação de usinas fotovoltaicas em unidades hospitalares, com previsão de início de obras em abril de 2025. Já no lote 2, serão implementadas UFVs de solo em quatro municípios, com previsão de início das obras em junho de 2025.

Brasol instala usina fotovoltaica em edifícios da Siemens

Acompanhia Brasol, que pertence a Siemens e BlackRock, concluiu a instalação de um sistema de energia solar nos edifícios administrativos da

Enio Verri, diretor geral brasileiro da Itaipu, assina o convênio – 18 MW em usinas até 2027
Vanessa Wendler/Itaipu Binacional

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CHEGOU A HORA DE ATUALIZAR SEU CONHECIMENTO

Siemens em São Paulo. O sistema, que consiste em 476 módulos instalados nos telhados de dois prédios, cobre uma área total de 1200 m2 e vai gerar aproximadamente 300 MWh no primeiro ano de operação. Isso representa cerca de 10% do consumo energético total dos edifícios. A iniciativa reforça o projeto “Anhanguera Green & Digital” da Siemens, que inclui showroom de soluções sustentáveis e edifícios inteligentes.

O projeto foi desenvolvido sob o modelo as a service, no qual a Brasol assume todo o investimento inicial e os riscos operacionais. A Siemens, por sua vez, adquire o direito de uso da infraestrutura por meio de um contrato de locação de 20 anos, ao custo de pagamentos mensais. Este modelo elimina a necessidade de investimento inicial por parte da contratante e permite a esta concentrar-se em suas operações principais, enquanto a Brasol gerencia a implementação e a manutenção do sistema solar, com monitoramento contínuo. Segundo Luis Mosquera, executivo da Siemens, o sistema da Brasol foi integrado aos sistemas inteligentes já existentes da Siemens, permitindo o monitoramento em tempo real do consumo e da geração de energia. “Essa integração destaca a sinergia entre as duas empresas e contribui para a manutenção da certificação ISO 50.001 de eficiência energética”, disse em nota.

Localizado em área de 45 mil metros quadrados de Mata Atlântica, o complexo da Siemens na Rodovia Anhanguera, denominado “Anhanguera Green & Digital”, possui infraestrutura inteligente focada em eficiência energética, segurança e proteção. O local reúne várias soluções para edifícios sustentáveis da própria empresa, além de abrigar um centro de inovação e soluções tecnológicas para a indústria. Diversos sistemas monitoram o consumo de energia, o controle da temperatura do ar-condicionado e o fluxo de água. Tudo é gerido por uma plataforma inteligente, aberta, baseada em nuvem e interoperável, que controla cada detalhe da operação.

Complexo solar Arinos entra em operação plena

AEnel Green Power Brasil, braço de geração renovável do grupo Enel no Brasil, colocou em operação comercial plena o complexo solar Arinos, de 611 MW de potência instalada, localizado no município homônimo em Minas Gerais. O projeto demandou mais de R$ 2,8 bilhões em investimentos.

As obras, segundo a Enel, geraram mais de 3500 empregos, sendo 1030 postos de trabalho ocupados por mora-

Sistema instalado em dois edifícios contribui para a redução de custos com energia e evita a emissão de 25,5 toneladas de CO2 e por ano
Complexo tem 611 MW de potência instalada e demandou investimentos de mais de R$ 2,8 bilhões

dores da região e 335 vagas destinadas a mulheres. Arinos é o primeiro complexo de geração renovável construído pela empresa na região Sudeste. Com mais de 1 milhão de módulos solares fotovoltaicos, o complexo deve gerar aproximadamente 1,4 TWh por ano, o equivalente à energia necessária para abastecer cerca de 680 mil residências. A produção de energia da usina tem também potencial, de acordo com cálculos da empresa, para evitar a emissão de 790 mil toneladas de CO2 na atmosfera anualmente. A Enel Green Power Brasil tem cerca de 6,6 GW em operação, dos quais 3,5 GW são de fonte eólica, mais de 1,8 GW de fonte solar e 1,3 GW de fonte hídrica.

Axial e Solstício iniciam implantação de UFVs no Piauí

Aespanhola Axial, fabricante de rastreadores solares, e a Solstício Energia, empresa especializada em EPC e EPCM de usinas solares fotovoltaicas, deram início à construção das quatro UFVs de geração distribuída previstas para serem implantadas em parceria no Piauí, nos municípios de Barras, Esperantina, Valença e Palmeirais. Cada empreendimento terá 4,5 MWp de capacidade, totalizando 18 MWp. Segundo comunicado das empresas, a energia gerada pelas usinas será comercializada para o mercado livre. A formalização da parceria entre as empresas ocorreu na Intersolar South America 2024, em agosto do ano passado, feira organizada pela Aranda Eventos com parceiros internacionais.

A subsidiária brasileira da Axial está fornecendo para o projeto mais de 230 rastreadores solares do modelo Axial Tracker Twin, que prometem aumentar a geração de energia em uma média de 30%. A previsão é que as instalações das usinas, que ocuparão áreas entre 7,3 hectares a 8,7 hectares, sejam finalizadas até junho. Juntas, as quatro UFVs terão mais de 25,9 mil módulos solares.

Em 2024, fusões e aquisições em solar aumentam 76% no Brasil

As fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) do mercado solar fotovoltaico no Brasil cresceram 76% em 2024 em comparação com o ano anterior. O dado é de boletim da consultoria especializada Greener, que também revela que o ano foi marcado pelo maior número de transações mapeadas em um único trimestre. No quarto trimestre, foram registradas 17 aquisições, consolidando 102 transações nos últimos três anos, das quais 50% apenas em 2024.

Das 35 transações envolvendo usinas solares em 2024, 21 foram de geração centralizada, cerca de 41%.

Isso representa crescimento quatro vezes maior em relação a 2023. Já no segmento de geração distribuída houve duplicação do volume registrado no ano anterior, com 14 transações no total, com recorde de operações no segundo semestre de 2024. A capacidade total transacionada em 2024 foi de 3,6 GWp, sendo 2,9 GWp de centralizada e 0,7 GWp de GD.

Transações por categorias

Já as M&As com empresas da cadeia de valor mantiveram estabilidade em 2024, totalizando 16 aquisições. Desse total, 25% dos investimentos foram de empresas de geração de energia, enquanto 38% eram de gestão de energia. Foi ainda registrada uma predominância do capital nacional nas operações: 69% das investidoras são brasileiras.

O boletim completo está disponível para download no site da empresa:

https://greener.greener.com.br/boletimmna-mercado-solar-2024#rd-formjoq3m2m5.

Geração solar FV supera a de térmicas a carvão na Europa

Pela primeira vez, segundo relatório do think tank inglês Ember, a fonte solar fotovoltaica ultrapassou as termelétricas a carvão na geração de eletricidade na Europa. Em 2024, segundo o documento European Electricity Review, a solar gerou 11% da eletricidade da União Europeia, enquanto o carvão caiu para 10%, também pela primeira vez na história. Outra boa notícia para a transição energética europeia foi a constatação de que pelo quinto ano consecutivo a geração a gás diminuiu, com a produção fóssil total caindo para um mínimo histórico. “Os combustíveis fósseis estão perdendo o controle sobre a energia da UE”, disse o analista sênior e principal autor do relatório, Chris Rosslowe. Também pelo lado das renováveis, a fonte eólica já respondeu por 17% da geração em 2024, acima da termeletricidade a gás, que teve 16% de participação. Combinado com a recuperação da energia hidrelétrica, as renováveis elevaram a participação para quase metade da geração de energia da União Europeia, com 47% do total. Já as fontes fósseis geraram 29% da eletricidade em 2024.

Antes do chamado Pacto Ecológico Europeu, em 2019, as fontes de origem fóssil respondiam por 39% da eletricidade, enquanto as renováveis forneciam 34%. Nesse período, o carvão caiu de terceira maior fonte de energia da Europa para a sexta colocação. O gás em térmicas também diminuiu pelo quinto ano consecutivo (-6%).

Telhados solares têm payback entre 35% e 45% por ano

Oretorno sobre o investimento para quem investir em um sistema fotovol-

taico em telhados vai variar entre 35% e 45%/ano em 2025 no Brasil, a depender da região e dimensionamento do projeto. A conclusão é de levantamento da plataforma Meu Financiamento Solar, do banco BV, feito com base na comparação de preços de mais de 3 mil empresas instaladoras do País. De acordo com a avaliação, a projeção otimista tem a ver com a queda no preço dos módulos solares no mercado internacional e no Brasil, que superou as expectativas dos analistas. Segundo a empresa, de 2022 até 2025 o preço do módulo solar caiu, em média, 60% para o consumidor nal no Brasil.

No mercado internacional, os preços dos fabricantes chineses, por exemplo, saíram de USD 0,23/Wp para USD 0,08/Wp entre 2022 e 2025. Segundo a diretora-executiva da Meu Financiamento Solar, Carolina Reis, o retorno do investimento em módulos solares em 2022 no Brasil estava na casa dos 20% ao ano. “O payback praticamente dobrou nos últimos três anos”, diz. O mapeamento do Meu Financiamento Solar mostra ainda que o cenário de retorno muito competitivo ocorre mesmo com o aumento do dólar e a escalada da taxa de juros dos últimos meses. “A queda no preço (dos módulos) foi tão grande que agora investir em um sistema de energia solar fotovoltaica para uma casa ou comércio pode ser o melhor destino do dinheiro do proprietário”, a rma. Um outro levantamento, este da empresa de financiamento de GD Solfácil, registrou queda de 3% no custo de energia solar para residências no quarto trimestre de 2024. Mesmo identificando aumento nos preços de equipamentos no período, a fintech calculou queda de R$ 2,53 para R$ 2,46 por watt-pico (Wp), em comparação ao trimestre anterior. A principal razão teria sido a necessidade de adaptação dos integradores ao maior custo dos equipamentos, com muitas empresas reduzindo valores dos projetos

Greener

para atrair clientes. Além disso, negociações prolongadas teriam dificultado o repasse dos custos mais altos para os consumidores. Apenas projetos de até 4 kWp apresentaram uma menor queda de preços, de 2% em relação ao trimestre anterior.

Notas

Inovação em renováveis – A Casa dos Ventos e a ITAEx, associação de exalunos do ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica, firmaram parceria para oferecer bolsas de iniciação científica para alunos de graduação do ITA, com o objetivo de incentivar aprendizado, pesquisa e desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para o setor energético, com foco em fontes renováveis como solar e eólica, além de sistemas de armazenamento. Engenheiros da Casa dos Ventos atuarão como coorientadores nos projetos de iniciação científica.

Nova diretora na Absolar – Talita Porto assumiu em fevereiro a diretoria técnico-regulatória da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, “com a missão de intensificar a atuação da entidade em temas estratégicos do setor, como aumento do

imposto de importação sobre módulos fotovoltaicos, cortes de geração renovável e barreiras de conexão de pequenos sistemas de geração própria solar, entre outros”, diz comunicado da entidade. Talita possui passagens pela Eletrobrás, PSR Consultoria, EPEEmpresa Pesquisa Energética, AES Tietê e Renova Energia, entre outras, e integrou o Conselho da CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica durante oito anos, sendo quatro na vice-presidência.

Solar em prédios públicos – Em 2024 a Neoenergia Elektro investiu R$ 36,3 milhões do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Aneel para instalação de 14 usinas solares fotovoltaicas em instituições públicas e assistenciais do interior do estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. As usinas, que somam capacidade de geração de 1,1 MWp, foram instaladas no campus da Unesp de Rio Claro, em Santas Casas de Misericórdia, em unidades do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, unidades do Centro Paula Souza e unidades da APAE. A distribuidora também substituiu 76,6 mil lâmpadas por LEDs em 1030 prédios públicos, e outras 110 mil lâmpadas entre a população de baixa renda, em toda a sua área de concessão.

Quinta São Luiz – A Evolua Energia energizou por completo a usina solar fotovoltaica Quinta São Luiz, em Montes Claros, Minas Gerais, com potência de 1,98 MWp. Trata-se da última instalação solar a ser energizada dentro dos investimentos realizados por meio de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) que somaram R$ 225 milhões. No total, os investimentos para a construção de usinas próprias da empresa, que atua em geração distribuída compartilhada, alcançaram R$ 340 milhões, resultando em potência total instalada de 41,5 MW. A empresa administra mais de R$ 1 bilhão em ativos de energia, em Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí.

Captação BV – O banco BV, que controla a fintech Meu Financiamento Solar, concluiu captação de US$ 150 milhões junto à IFC - International Finance Corporation, membro do Banco Mundial. Os recursos, segundo comunicado, ampliarão a carteira de empréstimos de geração solar distribuída de energia para pessoas físicas. O prazo do financiamento é de cinco anos. A parceria prevê ainda consultoria técnica da IFC para a área de energia solar do BV, com meta de expansão do portfólio. Trata-se da segunda opera-

ção do BV apoiada pela IFC. Em 2022, o braço do banco mundial concedeu crédito de US$ 50 milhões para apoiar o financiamento de veículos sustentáveis do BV.

Ypê sócia da Casa dos Ventos – A Ypê, indústria nacional do segmento de higiene e limpeza, fez mais um contrato para se tornar sócia autoprodutora de energia com a empreendedora Casa dos Ventos. O contrato que inclui PPA com duração de 15 anos envolve energia solar fotovoltaica (o primeiro contrato entre as empresas era de energia eólica) e é avaliado em R$ 230 milhões. Prevê que a geração a ser equiparada ao consumo da indústria, a partir de 2026, será proveniente de usina solar fotovoltaica de 100 MW planejada para ser adicionada ao complexo eólico Babilônia Sul, de 49,9 MW, da Casa dos Ventos, na Bahia. Com a nova usina, o empreendimento será híbrido, dividindo o mesmo ponto de conexão à rede.

Recordes de solar – O ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico identificou no dia 21 de janeiro três recordes em geração fotovoltaica, sendo dois no Sistema Interligado Nacional (SIN), de produção média diária e de geração instantânea, e um no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, de produção média diária. A marca inédita registrada no SIN foi de 12 576 MWmed de produção da fonte solar diária, superando em 5,3% os 11 899 MWmed do último recorde, de 7 de outubro do ano passado. Além disso, a geração fotovoltaica instantânea atingiu 36 364 MW às 11h53 de 21 de janeiro, atendendo a 37,4% da demanda do SIN naquele momento. No mesmo dia, foi identificado o percentual inédito de produção solar diária no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, com 6621 MWmed, representando 13% da demanda da região. O recorde anterior era de 6511 MWmed, em 9 de dezembro.

R$ 4 bi – A Solfácil, fintech especializada no mercado solar, anunciou ter alcançado a marca de R$ 4 bilhões em financiamentos para projetos de geração distribuída, que permitiram a instalação de mais de 145 mil sistemas solares em telhados residenciais e comerciais em todo o Brasil. A empresa atua por meio de 20 mil integradores e, desde sua fundação em 2018, estruturou 11 veículos de investimento no mercado de capitais, entre debêntures securitizadas, fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). As operações foram realizadas em parceria com bancos do Brasil e dos Estados Unidos.

de energia

2025, ano zero da era dos sistemas de baterias no Brasil

O mercado nacional de armazenamento de energia está em expansão, impulsionado pela queda dos preços das células de bateria e as possibilidades dos novos leilões de capacidade. Além disso, a aguardada regulação deve estimular investimentos e acelerar a implantação de sistemas, tanto behind the meter quanto integrando as rede elétricas.

Há vários motivos para acreditar que o mercado de armazenamento de energia por baterias está prestes a deixar de ser apenas uma promessa da transição energética para começar a se consolidar de fato no Brasil. E isso tanto no universo das aplicações behind the meter, dentro das unidades consumidoras, como nas chamadas in front of the meter, ou seja, em sistemas na escala de utilities conectados diretamente à rede elétrica, com papel na oferta de energia e de serviços ancilares. Embora a expectativa positiva para as duas aplicações gerais das baterias tenha sua parcela de motivos específicos a cada uma, há alguns comuns a ambas. A queda de preços acentuada das células de bateria nos últimos anos, para começar, beneficia a tecnologia seja lá qual for o seu uso, se no mercado varejista, atendendo diretamente os consumidores finais, em residências ou empresas, ou no atacadista, em utilities, ajudando a estabilizar o sistema elétrico durante a alta demanda.

Da mesma forma, o desenvolvimento da regulação do setor de armazenamento (que inclui baterias

e usinas reversíveis), com promessa de ser finalizada ainda em maio, como foi informado pelo diretor da Aneel, Ricardo Tili, é outro drive importante para criar a segurança jurídica necessária aos investimentos e dar incentivos ao setor. Isso também beneficiará os dois universos de aplicações da tecnologia. Em paralelo ainda, o prazo anunciado para a conclusão dos trabalhos da regulamentação, cuja segunda fase da consulta pública (39/2023) terminou em 30 de janeiro, caso concretizado, colabora com um terceiro motivo que deve, na opinião de vários agentes, ter papel decisivo para impulsionar a tecnologia de baterias no Brasil. Trata-se do leilão de reserva de capacidade em

forma de potência, o LRCAP Armazenamento, que visa contratar apenas sistemas com baterias. A princípio marcado para ocorrer em junho, na sequência do primeiro LRCAP, que vai contratar térmicas e hidrelétricas para a reserva de potência, a expectativa é que a regulação estando pronta antes do certame torne as regras mais claras para estimular a participação de mais empresas.

8 GWh

A regulação, que no momento passa por análise das sugestões recebidas na consulta, é importante para o desenvolvimento dos negócios porque, entre outros pontos, definirá os modelos de negócio, as tarifas de CUST/D e as formas de conexão dos agentes de armazenamento nas redes de transmissão e distribuição. Além disso, ela estabelecerá as regras de outorga e a estruturação do chamado empilhamento de receitas, ou seja, os

Marcelo Furtado, especial para Fotovolt
Scharfsinn/Shutterstock

tipos possíveis de remuneração pelos vários serviços que as baterias podem ofertar.

Segundo a avaliação da AbsaeAssociação Brasileira de Soluções em Armazenamento de Energia, com o ambiente jurídico definido o certame pode viabilizar a implantação de cerca de 8 GWh em capacidade de armazenamento por baterias entre 2027 e 2029, o equivalente a 2 GW de potência nos chamados BESS (Battery Energy Storage System, sistemas de armazenamento de energia em baterias).

Apesar disso, de acordo com o conselheiro da Absae, Sergio Jacobsen, embora a maior parte das regras da minuta da portaria atenda às necessidades do setor, a expectativa é que se tornem mais claros os critérios de margem de escoamento, que precisariam levar em consideração o fator locacional das baterias. Isso porque as margens definem os locais para onde serão direcionadas as implantações dos sistemas dos agentes armazenadores autônomos de energia na rede.

Sergio Jacobsen (Absae): “Embora a maior parte das regras da minuta da portaria atenda às necessidades do setor, a expectativa é que se tornem mais claros os critérios de margem de escoamento”

Segundo ele, a regulação precisa entender, ao definir a localização, que a margem de escoamento deve ser considerada com suas variações. Isso, ao contrário do conceito tradicional, que leva em conta a disponibilidade de uso da energia 100% do tempo, o que é compreensível no caso da geração firme, com térmicas e hidrelétricas, mas não se aplica nas fontes intermitentes e nas baterias.

“A bateria será útil no período em que não houver margem de escoamento durante o dia, quando vai beneficiar o sistema se carregando; e, no outro momento, com mais margem de escoamento, vai auxiliar (o sistema) descarregando na rede”, diz.

Mercado atrativo

Independente dos detalhes da nova regulamentação, porém, já é muito positivo para o setor o fato de o governo ter incluído as baterias no planejamento para a reserva de potência, para enfrentar o problema que tende a se agravar nos próximos anos com a chamada rampa de carga, entre 19h e 21h, quando a produção solar, sobretudo da geração distribuída, não despachável pelo ONS, deixa de gerar. Apesar de haver a dúvida sobre o efeito de uma contratação da reserva de térmicas e hidrelétricas muito elevada no primeiro LRCAP, o que poderia inibir o de baterias, a expectativa maior é que ocorra boa contratação no certame.

Além do benefício direto para contratação dos sistemas de grande escala, o sucesso do leilão, ao atrair competidores novos para o mercado, ajudaria também na expansão de uso das baterias nas outras demandas em crescimento, no behind-the-meter, em sistemas de GD de vários segmentos. Seria um impulso a mais em um mercado que já começa a tornar mais importantes as vendas dos fornecedores estabelecidos no Brasil. Empresas da área ouvidas pela reportagem da FotoVolt confirmam esse movimento.

Empilhamento de receitas

A brasileira WEG é um exemplo importante, já que a empresa atende e mira ambos os mercados de baterias, atrás ou à frente do medidor, inclusive fora do País. Não à toa, a empresa catarinense constrói uma fábrica exclusiva para a solução no Brasil, com

previsão de entrar em operação no segundo semestre. Conforme afirma o gerente global de vendas de BESS, Ricardo Estefano, o mercado cresce a ritmo acelerado, na esteira da viabilidade identificada em várias aplicações, de forma especial em geração solar distribuída.

A viabilidade é diretamente proporcional à possibilidade de a aplicação empilhar o maior número de funções e receitas possíveis. A aplicação industrial é um destaque atual nesse sentido, revela Estefano, onde os fornecimentos da WEG já conseguem oferecer aos clientes entre quatro e cinco funcionalidades simultâneas com o uso das baterias. O portfólio de sistemas da empresa compreende desde potências de 5 kWh até as de escala de utilidades de centenas de MWh.

Para começar, explica o gerente, o uso crescente em indústrias permite o aumento do autoconsumo de plantas solares, diminuindo a injeção na rede para aproveitar melhor a energia gerada. Na sequência, outra receita é o deslocamento da ponta, o que gera economia em relação à tarifa, com o uso da energia armazenada nos horários mais caros.

“Mas também estamos conseguindo reduzir a demanda contratada, fazendo o que chamamos de peak shaving, postergando investimentos que precisariam ser feitos na ampliação de subestação”, diz. Além disso, somando as várias funcionalidades, as perdas na produção da indústria caem, já que a qualidade da energia entregue às máquinas melhora, com menos falhas decorrentes de quedas no suprimento. “É assim que o preço está se viabilizando na aplicação industrial, com o empilhamento de valor”.

A mesma lógica está valendo para outros segmentos, como hotéis, comércios de maior porte, supermercados, hospitais e agro. Também em alguns casos, segundo Estefano, até a aplicação residencial e comercial de alhas AZ Alkm es

menor porte começa a mostrar viabilidade. “Isso ocorre em locais onde o delta tarifário e da TUSD compensam, somados à economia de diesel ou para fugir dos horários da ponta”, diz.

Somadas essas aplicações com o setor industrial (mineração, alimentícia e outras de grande porte), o gerente afirma que 2024 foi o ano de mais vendas dos sistemas de armazenamento para a WEG. Embora não divulgue números exatos, a receita do ano passado foi mais que o dobro do que a de todo o período em que a empresa passou a atuar com baterias, desde 2016/2017.

Pesou muito a favor nesse cenário a queda de 40% no custo dos sistemas nos últimos dois anos, influenciada principalmente pela redução global de preços das células de bateria, componentes que a WEG precisa importar da China e que passam por sobreoferta global principalmente para atender a mobilidade elétrica.

vai trazer ainda mais valor agregado para a produção, diz o gerente.

A nova fábrica de packs de baterias de lítio, anunciada em 2024 com investimento de R$ 100 milhões, com capacidade inicial para 1 GWh por ano, vai atender as demandas de sistemas de armazenamento e de eletromobilidade. Com possibilidade de ser ampliada facilmente para 4 GWh, a ideia é torná-la um hub de produção para a América Latina, mas com atuação que se estende globalmente e voltada para projetos de todos os portes, de GD a projetos para a rede.

Ricardo Estefano (WEG):

“O mercado cresce a ritmo acelerado, na esteira da viabilidade identificada em várias aplicações, de forma especial em geração solar distribuída”.

Antes desse período, Estefano explica que muitos orçamentos não se convertiam em vendas. Mas com a queda nos preços, foi possível revisar muitos deles, com conclusões favoráveis ao investimento. Essa redução de preço dos sistemas, no caso da WEG, foi favorecida por conta da produção verticalizada, que envolve quase toda as etapas, com exceção das células de lítio, cuja parcela no preço final oscila entre 30% e 60%.

Segundo ele, a empresa fabrica toda a metalmecânica e ainda os controles dos sistemas: o BMS (Battery Management System), específico para as baterias, e o EMS (Energy Management System), que controlam todo o BESS. Neste último caso, a recente aprovação pelo Cade da aquisição da empresa Reivax, de Florianópolis (SC), especializada em controladores de plantas,

Com a produção concentrada no novo site, a expectativa é começar as vendas dos BESS de grande porte na casa das “centenas de MWh”, tanto para atender as demandas internas que devem surgir com o leilão de reserva de capacidade como para prováveis instalações na rede básica de transmissão.

No caso do uso por transmissoras, o gerente afirma que a WEG fez em 2024 um projeto de P&D com a Quantum, voltado para identificar pontos no sistema de transmissão onde o BESS seria uma solução viável para serviço na rede de alta tensão, despachado pelo ONS. Segundo ele, a expectativa é que as transmissoras comecem a fazer cotações para contratar via RAP (receita anual permitida) os sistemas em alguns pontos.

Além da demanda interna, no caso dos sistemas de grande porte, a empresa, cuja atuação é globalizada, com várias fábricas pelo mundo, já começa a se envolver em projetos internacionais, na Colômbia e na Austrália, a partir da produção no Brasil. O projeto australiano é de 10 MW, para um produtor independente de energia, que vai alimentar uma mina de ouro

em sistema híbrido junto com gás, eólica e solar.

Recorde de vendas

A Moura, conhecida por sua atuação no mercado automotivo, mas que nos últimos anos passou a atuar em baterias de lítio e chumbo para o mercado solar, também considerou 2024 um ano disruptivo em número de vendas para geração distribuída.

Com alto grau de nacionalização em sua unidade em Belo Jardim, em Pernambuco, a expectativa é o resultado ser melhor neste ano, dada não só a maior viabilidade dos projetos em GD, mas por conta do leilão de reserva, onde a empresa também planeja participar com estratégia específica para BESS de grande porte.

De acordo com a gerente comercial de baterias estacionárias da Moura, Natasha Lemos, a empresa bateu recorde de vendas dos sistemas de armazenamento para projetos de GD solar em 2024, que contemplam as linhas MS (Moura Solar), com base na tecnologia de chumbo, e na MSL, de lítio, disponíveis desde 2019.

Para ela, as compras privadas, por meio de canal de distribuição nacional, foram importantes para o resultado, por exemplo nos setores industriais, agro, hotéis e mesmo em algumas residências. Mas as demandas governamentais têm tido peso importante, em projetos para áreas isoladas da Amazônia, de entregas de SIGFIs (Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com Fontes Intermitentes), com baterias e solar, do programa Mais Luz para a Amazônia.

Segundo Lemos, a Moura já vendeu, nos últimos dois anos, cerca de 6 mil baterias nesses projetos, tanto no Mais Luz para a Amazônia como o Luz para Todos, de universalização, fornecendo para empresas que participam das licitações.

Além desses programas, há iniciativas com projetos fotovoltaicos para

BESS.

A solução para o futuro da energia.

Equilíbrio entre oferta e demanda, garantindo estabilidade.

Assim como você, a WEG sabe que a demanda por armazenamento de energia cresce a cada dia, por isso, desenvolveu a tecnologia BESS, que oferece estabilidade ao sistema elétrico e novas oportunidades para empresas e projetos.

Com fabricação nacional, o BESS atende projetos C&I e aplicações de grande escala conectadas ao grid incluindo leilões de reserva, com elevada eficiência e segurança.

Escalabilidade e flexibilidade, adaptando-se a cada necessidade.

O futuro da energia começa hoje com a WEG.

Driving efficiency and sustainability

Atendimento às normas brasileiras, com tecnologia confiável.

escolas, em várias localidades da região Norte, que estão integrando a rede de energia para utilização de computadores, com módulos solares que precisam do armazenamento para suprir as demandas isoladas.

Natasha Lemos (Moura): “Onde o cenário antes era mais favorável para as versões de chumbo, não é incomum neste ano ser vantajoso o uso da tecnologia de lítio”

Entre as duas tecnologias disponíveis pela empresa, a gerente afirma que ambas atendem as mesmas aplicações, com ciclagens para operação agregada com solar, mas com características diferentes de durabilidade e custo. A de chumbo, mais tradicional, tem um custo menor, mas densidade de energia também menor, o que faz com que ocupe mais espaço do que as de lítio.

Por outro lado, as de chumbo têm capacidade de lidar com temperaturas com mais flexibilidade. Junto com uma usina solar em uma fazenda, por exemplo, segundo Lemos, a bateria com esse metal pode facilitar a aplicação e o manuseio, em razão de sua simplicidade e menos riscos em comparação com a de lítio, mais sensível às condições ambientes.

No caso da de lítio, com densidade de energia mais alta, porém, a vantagem imediata é ocupar espaços menores, o que é importante em indústrias. “Mas aí essa bateria é um (equipamento) eletrônico. Então talvez para uma pessoa leiga instalar a bateria no meio do Amazonas, ou em uma fazenda, pode ser um pouco mais difícil e arriscado”.

Na questão da durabilidade, revela a gerente, a vantagem da tecnologia de lítio é grande, em média com vida útil de dez anos, contra cinco das de chumbo. Já o preço também é superior, mas segundo ela recentemente houve queda na diferença entre as duas tecnologias. De acordo com a gerente,

até meados de 2024 a de lítio tinha o dobro do preço, o que passou a ser revertido com a sobreoferta crescente dos produtores da China e outros países orientais. Isso fez a diferença oscilar hoje entre apenas 20% e 30%. Com isso, em comparativos onde o cenário antes era mais favorável para as versões de chumbo, não é incomum neste ano ser vantajoso o uso da tecnologia de lítio.

A Moura concentra sua produção em Belo Jardim, em Pernambuco, também onde fica a matriz do grupo. As de lítio são montadas em uma unidade exclusiva, com células e alguns componentes importados. Também é feita na unidade a chamada ciclagem, uma pré-operação para testar as células que é uma etapa importante para garantir as características necessárias a cada aplicação.

Segundo Natasha Lemos, a empresa começa a aumentar o nível de nacionalização, com a montagem também do sistema de controle das baterias, o BMS. Com isso, a gerente afirma que já foi possível conquistar o nível mínimo de manufatura nacional para se obter o benefício do PPB (Processo Produtivo Básico, que dá incentivos fiscais aos fabricantes).

No caso das de chumbo, onde a empresa tem tradição no setor automotivo, a produção é bastante verticalizada, sendo responsável desde a injeção da caixa de polipropileno, produção da tampa, equalização e as etapas processuais com o chumbo na metalúrgica própria. O metal, embora também seja um item de importação, tem parte de sua compra na forma virgem reduzida por conta da reciclagem que a empresa faz de baterias de

chumbo usadas e coletadas em todo o Brasil.

Carga tributária

o produt ICMS, cálculos da A a v M. Fengel indus

Apesar dos vários fatores que conspiram a favor do desenvolvimento do mercado, a carga tributária sobre o setor de baterias é considerada excessiva e ainda um obstáculo a ser superado. Com a soma de impostos de importação, PIS/Confins, IPI (imposto sobre produto industrializado) e ICMS, cálculos da Absae indicam que a carga pode chegar a 70% do valor total do BESS.

A associação, ao comparar a situação com outras tecnologias de transição energética, normalmente incentivadas, considera o tratamento desigual. Geradores fotovoltaicos e torres eólicas, por exemplo, têm cargas tributárias de 18%, segundo análise da Absae, em razão do IPI zero e do benefício do Convênio ICMS101/1997, que isenta parte dos tributos estaduais dos dois equipamentos. Nem mesmo a queda dos ex-tarifários para módulos solares, cujo imposto de importação foi elevado para 25%, modifica muito a carga tributária dos equipamentos solares na comparação com o cenário das baterias.

Os tributos são considerados um complicador para o crescimento do setor por Francine de Sá, supervisora de baterias da brasileira Intelbras. A empresa, com linha de baterias de lítio e chumbo para solar, precisa importar boa parte de seus componentes, em alguns modelos quase que integralmente.

Para a supervisora, embora a empresa esteja otimista com os negócios na área, a carga tributária em alguns casos pode atingir até 80% e precisa ser revista. “Com produção local (de alguns componentes), conseguimos reduzir esse impacto entre 15% e 20%, mas a carga continua a ser uma barreira para viabilizar o crescimento do mercado”, diz.

FORTALEZA, BRASIL, CENTRO DE EVENTOS DO CEARÁ

INTERSO LA R SUM MI T NOR DESTE O P RINCIPAL

EVENTO DO S ETOR SO LA R BRASILEIR O PO TE NCIALIZA OS NEGÓCI OS FV N O NOR DES TE

INTERSO LA R SU MIT NOR DESTE BRAZIL’S

MO ST S UC CESSFUL SOLAR EV EN T BO OS TING NOR TH EA ST’S PV BUSINESS

Conheça o potencial do Nordeste

O congresso de alto nível receberá 500 congressistas e 30+ palestrantes de primeira linha para discutir não só políticas, desafios jurídicos e marcos regulatórios, como também financiamento e soluções de integração com a rede. A missão do Intersolar Summit Brasil Nordeste é trazer informações aprofundadas, facilitar oportunidades de contatos de alta qualidade, expandir o uso de tecnologias FV nos âmbitos regional e nacional.

Inspirado em

Segundo Sá, as linhas de baterias de lítio e chumbo são voltadas principalmente para sistemas off-grid em residências, comércios, indústrias e rodovias. Nos últimos anos, porém, a empresa tem conseguido destaque em fornecimento a programas federais, principalmente o Mais Luz para Todos, para regiões remotas.

Francine de Sá (Intelbras): “Os tributos são um complicador para o crescimento do setor”

futuros. É caso, por exemplo, da Powersafe, fabricante nacional antes mais focada em baterias estacionárias (UPS) para segurança energética e backup em data centers, no mercado de telecom e de bancos, mas que resolveu entrar no mercado solar.

Para o responsável pela nova unidade de negócios, André Ribeiro, a motivação principal foi a queda identificada no tempo de retorno sobre o investimento de sistemas de armazenamento de baterias para instalações solares em residências, comércios e indústrias.

No final do segundo semestre de 2024, por exemplo, a Intelbras entregou 2.920 sistemas de energia solar com baterias (SIGFIs) para famílias no Acre e Mato Grosso, cada um deles com capacidade para 3 kWh/dia.

Além dos sistemas mais voltados para geradores off-grid, a empresa agora se concentra para desenvolver mercado para as soluções de armazenamento RESS (Residential Energy Storage System), voltada para instalações on-grid ou off-grid em residências e com capacidade de 5 kWh a 60 kWh, e as de BESS que atendem demandas maiores, em empresas, para 25 kWh a 180 kWh.

“Estamos otimistas e trabalhando no desenvolvimento de um portfólio de soluções alinhado às demandas atuais do mercado. Acreditamos que com uma regulamentação clara e incentivos fiscais adequados, o setor tem um grande potencial de crescimento”, disse.

Novo entrante

A despeito de carga tributária, a verdade é que o mercado já começa a atrair novos entrantes na disputa, interessados nos aspectos favoráveis em sua maioria para os negócios

“É possível hoje ter retorno em um projeto solar com baterias em até sete anos”, disse. Conforme ele, o custo do kW em armazenamento passou de 50 mil reais registrados há mais de cinco anos para algo em torno de 1500 reais, na média, na atualidade. O pay-back, dessa forma, caiu pela metade nesse mesmo período.

Na estratégia da empresa, que já começou a montar a nova linha a partir de alguns componentes e de células de íon-lítio, chumbo-ácido ou chumbo puro da China, em unidade em Santa Rita de Sapucaí (MG), as demandas devem ser crescentes principalmente em sistemas híbridos, on-grid, para empresas e residências interessadas em usar as baterias para armazenar o excedente para consumo na ponta ou para gerar créditos de compensação.

A marca da nova linha é Getpower Baterias Especiais e mira qualquer demanda de armazenamento, desde os sistemas pequenos para microgeração solar até os de grande porte, como os demandados no leilão de reserva de capacidade.

Como motivadores conjunturais para a entrada no mercado, Ribeiro aponta que o fim dos descontos do fio B vão estimular o aproveitamento da energia gerada nas unidades consumidoras, pelo armazenamento, já que a compensação pela energia exportada para a rede ficará menor. E ainda há a

questão da inversão de fluxo de potên cia, que tem feito distribuidoras nega rem o acesso para projetos por causa da injeção excessiva de energia na rede.

Ainda em fase inicial de qualificação de integradores para uso de suas ba terias, a expectativa é de muitos forne cimentos em 2025 e 2026. A demanda, para o executivo, dever vir tanto de sis temas off-grid em áreas rurais como para os sistemas híbridos on-grid em qualquer tipo de consumidor e região.

André Ribeiro (Powersafe): “É possível hoje ter retorno em um projeto solar com baterias em até sete anos”

Na opinião de Ribeiro, a solu ção híbrida é o “mundo ideal”.

Por meio de várias formas de confi guração, é possí vel, por exemplo, com a conexão na rede, programar o abastecimento das baterias até o limite para, somente após o total carregamen to, injetar o excedente na rede, gerando créditos. Mas há ainda a oportunidade de programar o carregamento para a usina funcionar em grid zero.

Parcerias

Se o cenário favorável anima novos competidores, da mesma forma em presas com presença forte no mercado global de armazenamento, e que difun dem a solução no Brasil há algum tem po, caso da chinesa Huawei, reforçam as expectativas otimistas.

Com linha que envolve todos os ti‑ pos de sistemas de armazenamento, dos residenciais de pequeno porte aos de utilities, além dos vários equipmen‑ tos complementares às unidades, como inversores híbridos e controles, o grupo tem confiança no desenvolvimento do mercado tanto na seara dos projetos que devem surgir com o leilão de reser va de capacidade, como para sistemas

isolados que terá também certame em maio e na geração distribuída. Para o diretor técnico da Huawei Digital Power, Roberto Valer, o leilão exclusivo para baterias dará visi bilidade ao País e tem potencial para impul‑ sionar o mercado. Além disso, ele também des taca que a substituição de geradores a diesel em várias aplicações industriais e no agro negócio está cada vez mais viável, tendo peso importante nas projeções da empresa. “A solução é muito com petitiva com o diesel quando se com para o custo operacional”, diz. O setor residencial também tem promessa de crescer, principalmente para oferecer segurança energética em regiões onde cada vez há mais inter rupções de fornecimento, com apa gões se espalhando por várias cidades, caso de São Paulo. Do mesmo modo, Valer também acredita que o cresci mento das restrições pela inversão de fluxo na rede de distribuição vai incentivar a adoção do armazenamen

to. “Em vez de injetar esse crédito, (o cliente) vai poder armazenar e ren tabilizar melhor o investimento”, diz. A despeito das projeções para o curto e médio prazo, porém, a Huawei já concretiza negócios por meio de uma par ceria comercial feita com a Matrix Energia. A comerciali zadora passou a oferecer a par tir de março de 2024, tanto para seus clientes do ACL (mercado livre) como para outras empre sas com demanda acima de 500 kW, a opção de implantar BESS da Huawei para fazer backup e arbitragem de preços.

Apenas nesse prazo, segundo o gerente comercial da Matrix Digital Power, Gledson Torquato, já foram comercializados 120 MWh de baterias da Huawei, em regime de serviço (battery as a service), em aproximada mente 40 clientes, com 25 MWh já em operação e o restante em fase de enge nharia ou implantação.

Behind the meter, algumas soluções

As expectativas de crescimento das aplicações internas às instalações consumidoras, chamadas de behind the meter, apoiam grande parte do atual otimismo do mercado de armazena mento em baterias no Brasil.

Ao tradicional emprego como energia de backup, principalmente na assistência a cargas críticas, os siste mas de armazenamento de energia em baterias agregaram nos últimos anos novidades de uso, como complemento à produção de energia local por fonte fotovoltaica, de modo a reduzir ou mesmo prescindir da energia da rede, ou como alimentação de estações de

Entre os clientes da Matrix que adotaram a solução, há frigoríficos, hospitais e mineradoras, além de uma garagem de ônibus em São Paulo, que implantou 2 MWh de BESS para nova carregamento de veículos internas às instalações consumidoras, entre outras.

A reportagem de FotoVolt solicitou às empresas en trevistadas nesta reportagem que fornecessem ca racterísticas de algumas de suas soluções para esse segmento. Abaixo seguem, resumi damente, as que nos foram forne cidas.

demanda de carregamento de frota elétrica. Ainda de acordo com Torquato, até o fim deste primeiro semestre a ex pectativa é chegar a cerca de 225 MWh comercializados, os quais estariam todos em operação até o fim do ano.

Além dessa parceria, a Huawei tam bém atua com outras empresas para difundir a solução de armazenamento para sistemas isolados (Sisol) da Ama zônia, que terá um leilão em setembro para contratação de soluções híbridas que incluam a geração térmica com ao menos 22% de energia renovável, que no caso pode ser solar com baterias.

Com esse escopo, desde 2024 a chi nesa tem assinado um memorando de entendimento com a Aggreko, famosa por seus sistemas de geração modular de energia, a diesel ou gás, e que atua em sistemas isolados na Amazônia.

Já com pesquisa em andamento para hibridizar uma das 26 usinas em operação da Aggreko na Amazônia, a Huawei poderá criar know-how local para fornecer o BESS aos participantes do Sisol. “Esse é um grande mercado, com mais de 1 milhão de unidades con sumidoras não atendidas pela rede e que precisa de fontes intermitentes ou geração a diesel”, disse Valer.

WEG

A empresa destaca o desenvolvi‑ mento e fabricação nacionais de todos os componentes de seus BESS: as ba‑ terias e suas prote ções (BMS), o con versor de potência e o sistema de ge‑ renciamento. As potências vão de 85 kW (para aplica ções de utiliy scale) a centenas de MW. As aplicações para instalações comer ciais e industriais

Roberto Valer (Huawei Digital Power): “O leilão exclusivo para baterias dará visibilidade ao País e tem potencial para impulsionar o mercado”

(atrás do medidor) incluem backup de energia, melhoria da qualidade da rede interna, deslocamento do consumo na ponta, redução da demanda contratada, descarbonização (substituição de geradores) e, ainda, como solução para situações onde há fluxo reverso, ao armazenar a energia excedente da geração fotovoltaica e evitar injeção na rede elétrica.

https://www.weg.net/

Huawei

Projetadas para diversos segmentos — residencial, comercial, industrial, minirredes —, as soluções de BESS da empresa integram hardware de ponta com software inteligente, destinando-se a aplicações como arbitragem de energia, backup, serviços ancilares e estações de carregamento de veículos elétricos. São equipadas com inversores bidirecionais inteligentes e sistemas de controle que garantem estabilidade energética e redução de custos, diz a Huawei, que também oferece soluções de BESS para grandes redes de energia.

https://digitalpower.huawei.com/br

Intelbras

Além de um amplo portifólio de baterias de chumbo-ácido seladas, com capacidades de 1,2Ah a 9Ah, estacionárias ventiladas, de 26 Ah a 220 Ah, e bateria de lítio de 48 V e 100 Ah, o roadmap da Intelbras para 2025 prevê o BESS Rack, em formato rack, e o BESS Air Cooling, em gabinete IP55 para ambientes externos, ambos de 25 kWh a 60 kWh e 256 V – 614,4 V sistemas com baterias de lítio, para backup de energia, gerenciamento de energia, arbitragem de tarifas e outras finalidades. Para as aplicações residenciais, a novidade é o RESS, de 5 a 20 kWh em 400V, que possui proteção IP65 para ambientes externos, é modular e tem facilidade de instalação.

https://www.intelbras.com/

Microinversores para geradores fotovoltaicos

Empregando eletrônica de potência em nível de módulo (MLPE, na sigla em inglês), os microinversores atuam de maneira independente em cada módulo fotovoltaico, permitindo otimizar a geração do arranjo, além de oferecerem outros recursos. O guia lista vários fornecedores, que aqui descrevem as características de entrada/saída e dados gerais como e ciência máxima, distorção harmônica e temperatura de operação.

Empresa/Telefone/E-mail Fabricante/País

APsystems (17) 99146-6149 info.brasil@apsystems.com

Ecori (17) 3228-1200 comercial.sjp@ecori.com.br

Enphase Energy comercial.br@enphaseenergy.com

Envertech contato@envertec.com

GoodWe (11) 97174-4009 andrea.cardoso@goodwe.com

Growatt 0800 400 3500 br.service@growatt.com

Hypontech (19) 99761-9016 ricardo.parolin@hypon.com

Intelbras (48) 9836-0547 atendimento.revendasolar@intelbras.com.br

Northern Electric kxwang@northernep.com.cn

Projoy (31) 98609-1048 marcelo@projoy-electric.com

SAJ (11) 91983-9004 brasil@saj-electric.com

Serrana (54) 3039-9999 serrana@serranaenergia.com.br

Soprano (54) 99106-1424 energiasolar@soprano.com.br

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 65 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, fevereiro de 2025 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/

Entrada
Saída
Dados gerais
Da Redação de FotoVolt

Tecnologia

Baterias de íons de lítio: que solução as sucederá ?

A expansão das energias renováveis aumenta a demanda por sistemas confiáveis de armazenamento de energia. Nestas aplicações, em virtude de suas propriedades, as baterias de íons de lítio são predominantes desde sua introdução comercial, na década de 1990. No entanto, os pesquisadores já procuram alternativas para os métodos convencionais da tecnologia de íons de lítio. Que tecnologia virá a seguir?

Características tais como alta densidade de energia, capacidades específicas de peso e volume, por um lado, e vida útil, por outro, são decisivas para sistemas de armazenamento de energia em aplicações práticas, como eletromobilidade ou eletrônica de consumo. Desde seu lançamento, as baterias de íons de lítio se destacam por essas propriedades, bem como pela impressionante reversibilidade das reações celulares, que possibilitam longa vida útil de até vários milhares de ciclos de carga e descarga.

Entretanto, devido à crescente escassez de matérias-primas, à toxicidade e a questões ambientais resultantes do uso de materiais como lítio, cobalto, níquel e manganês, os pesquisadores estão em busca de alternativas à tecnologia convencional de íons de lítio.

Uma alternativa promissora é o uso de sódio em lugar de lítio, embora as densidades de energia e as capacidades sejam um pouco inferiores. Devese observar que as reações celulares ao substituir o lítio por sódio geralmente não são análogas. Por exemplo, com o NaCoO2 ocorrem saltos adicionais de tensão durante os ciclos de carga e

descarga, que implicam processos adicionais de transformação de fase [1]. Ademais, tampouco é possível usar grafite nos eletrodos negativos, pois o sódio não se intercala entre as camadas de grafite [2]. Por isso, são usadas principalmente estruturas de carbono poroso em baterias de íons de sódio, a fim de permitir que o sódio seja intercalado na estrutura porosa. A desvantagem é uma curva de descarga fortemente inclinada, associada a uma maior perda de tensão e, portanto, perda na densidade de energia [1, 3]. Apesar dos desafios aqui apontados, o fabricante chinês CATL já conseguiu produzir baterias com densidades de energia de até 160 Wh/kg.

Funcionamento das baterias de íons de lítio

A estrutura típica de uma bateria de íons de lítio simples é mostrada na figura 1. A força motriz que impulsiona a reação da bateria é a diferença de potencial entre o eletrodo negativo e o positivo. A elevada diferença de potencial se deve ao alto potencial químico do lítio, associado à sua alta reatividade.

Em razão dessa alta reatividade do lítio como portador de carga, ao contrário de outras baterias recarregáveis testadas e comprovadas, como as de chumbo-ácido, de níquel-hidreto metálico, ou das

IBat RCarga

Fig. 1 – Estrutura típica de uma bateria de íons de lítio simples. (Fonte: Divulgação)

Julia Kowal e Wolfgang Brehm, da Universidade Técnica de Berlim (Alemanha)
BlackKira/Shutterstock

baterias não recarregáveis de óxido de zinco manganês, não pode ser usado um eletrólito aquoso. Em geral são empregadas soluções orgânicas, como eletrólitos de carbono ou éter, que oferecem uma ampla janela de tensão e, simultaneamente, permitem uma difusão bastante eficiente dos íons de lítio no eletrólito. Em contraste com as baterias convencionais chumboácidas ou de níquel-hidreto metálico, o eletrólito não participa da reação eletroquímica.

Por isso, durante a reação da célula, o eletrólito serve exclusivamente como condutor iônico e isolante eletrônico. Interposto entre os dois eletrodos há um separador permeável apenas aos íons de lítio, de modo a impedir um curto-circuito entre os eletrodos e assegurar a difusão dos íons nos dois sentidos durante o processo de carga e descarga. Os eletrodos típicos são estruturas em camadas e permitem o armazenamento e a recuperação contínuos (intercalação) dos íons de lítio nos respectivos eletrodos, sem alterar a estrutura cristalina destes, o que tem como consequência a alta reversibilidade das reações celulares. Para os eletrodos negativos é geralmente usado o grafite, enquanto para os positivos emprega-se uma camada de óxido, por exemplo, óxido de lítiocobalto (LiCoO2).

A transferência de carga ocorre simultaneamente com a liberação ou absorção de lítio no respectivo eletrodo (ou grade), sendo os elétrons liberados para o circuito externo do consumidor. Portanto, a corrente elétrica flui exclusivamente pelo circuito terminal externo.

Atualmente, é possível obter densidades de energia de até 270 Wh/ kg com baterias de íons de lítio adicionando manganês (Mn), níquel (Ni) e alumínio (Al). Eletrodos de conversão são uma opção promissora, pois podem conter mais de um átomo de lítio por unidade de fórmula. Todavia,

os desafios no uso de tais eletrodos não se limitam à grande alteração de volume durante os ciclos de carga e descarga, o que pode levar à pulverização e, portanto, à perda de contato do material ativo e, assim, a perdas irreversíveis de capacidade, mas também implicam uma histerese acentuada que reflete as perdas de energia durante o ciclo [7, 8].

Esses problemas são amplamente minimizados com o uso de aditivos condutores e a incorporação de estruturas de carbono, de modo que esta abordagem também pode ser dirigida para o futuro [7, 9, 10].

Intercalação

T ensão vs. Li + /Li/[V]

T ensão vs. Li + /Li/[V] a) b)

Conversão

Capacidade [mAh g –1]

Capacidade [mAh g –1]

Fig. 2 – Curvas de tensão de descarga para uma reação de a) intercalação, e b) conversão de dois estágios. (Fonte: W. Brehm; J. Kowal)

Além disso, desta forma o uso de outras matérias-primas caras e tóxicas também pode ser evitado em larga medida, já que resultados promissores foram obtidos com sistemas de conversão bem estudados, como baterias de lítio-enxofre ou baterias de lítio-oxigênio [11-13]. Sua utilização pode eliminar completamente a necessidade de metais de transição, como cobalto, níquel e manganês, que são problemáticos em termos de tecnologia de mineração e meio ambiente. Uma comparação entre a curva de tensão de descarga de célula com uma reação de intercalação, e outra de conversão, é mostrada na figura 2. Na reação de intercalação, apenas a concentração do lítio é alterada durante a carga e a descarga, mantendo a fase no respectivo eletrodo, de modo que a tensão diminui continuamente com o aumento da descarga (figura 2a). Nas reações de conversão, por seu turno, formam-se compostos estequiométricos definidos. Isto significa que o potencial químico permanece constante ao longo da reação da célu-

la, durante a conversão de uma fase, o que se torna visível no perfil de tensão resultante por meio de uma linha horizontal de carga ou descarga. Devido ao potencial constante durante o processo de carga/descarga, é possível obter capacidades e densidades de energia muito altas. No decorrer de uma reação de conversão, é comum serem observadas diversas conversões parciais, nas quais novas fases são formadas dependendo do estado de carga da célula da bateria. A formação de uma nova fase é caracterizada por um salto de tensão (figura 2b).

Baterias de lítio-enxofre

As baterias de lítio-enxofre apresentam diversas propriedades vantajosas em comparação com as de íons de lítio. A capacidade específica de peso de 1675 mAh/g, particularmente alta, é atraente se comparada com a atual tecnologia de íons de lítio, que exibe valores práticos aproximados de apenas 280 mAh/g. A estrutura de uma bateria de lítio-enxofre é ilustrada na figura 3a. Em contraste com as de íons de lítio, o eletrodo negativo é geralmente de lítio metálico e o positivo é um composto de enxofrecarbono. A razão para a alta capacidade do eletrodo de enxofre é a absorção de dois átomos de lítio por átomo de enxofre, com a formação de sulfeto de lítio (Li2S), enquanto os eletrodos de intercalação convencionais podem armazenar em geral menos de um

átomo de lítio por unidade de fórmula.

Corrente de descarga

O perfil de tensão para a descarga de uma bateria de lítio-enxofre é representado na figura 3b. O processo redox ocorre por meio da formação de várias fases intermediárias, como pode ser visto na parte inferior da figura. Baterias de íons de lítio apresentam outros desafios para permitir a comercialização pronta para a produção seriada. Para as de lítio-enxofre, o foco principal das pesquisas é a supressão do chamado “efeito shuttle”, no qual são formados polissulfetos solúveis em eletrólito. Os polissulfetos originam processos indesejáveis de oxidação e redução e, portanto, podem levar a uma perda contínua e irreversível de capacidade [14-19]. Por esta razão, são usados predominantemente eletrólitos de éter nas baterias de lítio-enxofre, pois têm uma solubilidade menor de polissulfeto. Desta forma, é possível reduzir as reações colaterais parasitas. Também é possível reduzir ainda mais o “efeito shuttle” incorporando o enxofre em carbono poroso, já que isso restringe bastante a liberdade de migração dos polissulfetos [14, 20-25].

Corrente de descarga

Perfil de tensão para litificação de enxofre

Profundidade de descarga [%]

Fig. 3 – a) Estrutura de uma bateria de lítio-enxofre; b) Perfil da tensão de descarga com a formação de fases intermediárias em função da profundidade de descarga. (Fonte: Divulgação)

no meio, no centro) como material para o eletrodo positivo. O material do eletrodo não participa ativamente da reação eletroquímica, mas serve para maximizar a área da superfície, a fim de simplificar o acúmulo de oxigênio e, portanto, a oxidação do lítio. O lítio metálico é normalmente usado como eletrodo negativo. O lítio que se difunde do eletrodo negativo forma o produto da descarga, o Li2O2, por meio de estágios intermediários complexos.

O2 [26-29]. Além das baterias de lítio-ar, estão sendo pesquisados sistemas de zinco-ar, sódioar, ferro-ar e alumínio-ar. Tais sistemas podem, por exemplo, propiciar vantagens teóricas em termos de custos mais baixos, robustez ou menores perdas de tensão.

Baterias de estado sólido

Baterias de metal-ar

Nas baterias de metal-ar, a energia elétrica é liberada pela reação redox de um metal com o oxigênio. O oxigênio pode ser adicionado ao ar ambiente ou mediante uma fonte externa (cápsula ou cilindro de oxigênio). Portanto, é possível obter densidades de energia teóricas mais altas com esta tecnologia do que com outras. As baterias de lítiooxigênio (Li-O2), cuja estrutura é exibida na figura 4, são o exemplo mais proeminente e promissor.

A característica particular das baterias de lítio-oxigênio é o emprego de carbono mesoporoso (meso, do grego:

O principal problema aqui é a deposição do produto de descarga na superfície do eletrodo, pois isso impede a difusão adicional do lítio na estrutura de carbono poroso. A reação reversa ocorre com a redução do oxigênio, que até agora tem sido difícil de ser realizada de forma reversível. Portanto, mediadores redox são adicionados ao eletrólito para aumentar a reversibilidade da reação da célula com reações colaterais específicas e, deste modo, a estabilidade do ciclo. Infelizmente, a estabilidade do ciclo da bateria de lítio-oxigênio ainda é limitada pela redução e liberação de oxigênio, que não é totalmente reversível. Devido a este problema, este tipo de bateria é usado apenas como bateria primária, ou seja, em sistemas de armazenamento de energia não recarregáveis.

Assim sendo, as pesquisas estão se concentrando em diversos mediadores redox, aditivos de eletrólitos e diferentes tipos de materiais hospedeiros baseados em carbono, a fim de aumentar a vida útil das baterias de Li-

Em relação à segurança, a tecnologia de íons de lítio continua sendo criticada, pois imagens de carros e ônibus em chamas não extinguíveis circulam repetidamente na mídia e assustam consumidores e usuários. A inflamabilidade se deve principalmente ao eletrólito orgânico líquido, que pode vazar soluções inflamáveis contendo éter ou carbonato, além do risco de incêndio relacionado a curtos-circuitos causados pelo crescimento de cristais denominados dendritos. Durante os ciclos de carga e descarga, o lítio é depositado na superfície do eletrodo negativo formando uma estrutura cristalina similar a uma agulha, que pode perfurar o separador e iniciar um curto-circuito na célula. A temperatura gerada pelas correntes de curto-circuito pode ser suficiente para inflamar a célula da bateria na presença do eletrólito.

Corrente de descarga

Fig. 4 – Estrutura de uma célula de lítio-oxigênio. (Fonte: W. Brehm; J. Kowal)

A D'Light completa mais um ano de história! Ao longo desta jornada, a empresa se consolidou como referência em materiais elétricos de média e alta tensão, proporcionando soluções inovadoras e conáveis para diferentes projetos.

Parabéns a todos os nossos colaboradores, clientes e fornecedores que escreveram e escrevem esta história de sucesso.

E que venham muitos mais anos de luz

São 16 anos iluminando o futuro.

A energia é o que nos move.

Outro problema é o uso de sais condutores tóxicos, como o hexafluo‑ reto de lítio, para possibilitar a con dução dos íons de lítio no eletrólito. Os sais condutores podem causar reações colaterais indesejáveis e rea‑ gir para formar substâncias altamen‑ te perigosas, como o ácido fluorí‑ drico, que pode danificar ou até mes‑ mo destruir os eletrodos. Para en frentar tais problemas, as pesquisas estão se voltando cada vez mais para os eletrólitos sólidos. Há muitos desafios neste caso, como a interface entre o eletrodo e o eletrólito, que exige um contato o mais contínuo possível entre o eletrodo e o eletróli to sólido durante os ciclos de carga e descarga.

Finalmente, o desafio está na condutividade iônica reduzida dos eletrólitos sólidos em comparação com os eletrólitos líquidos, já que a condução iônica é controlada pelo movimento dos íons de lítio por meio das lacunas na estrutura crista lina do eletrólito sólido. Atualmente, os pesquisadores investigam tanto os eletrólitos de cerâmica (principal mente os denominados tiofosfatos) quanto eletrólitos de polímero para aplicação em baterias de estado sóli do [30 34].

Referências

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Artigo publicado originalmente na revista alemã ep – Elektropraktiker, edição 07/2023. Copyright Huss Medien, Berlim. Publicado por FotoVolt sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.

Estruturas para montagem de sistemas fotovoltaicos em telhados

As estruturas que sustentam e xam os módulos fotovoltaicos nas coberturas de construções têm requisitos rigorosos. Telhados metálicos, de cerâmica, brocimento ou concreto têm exigências distintas, bem como as lajes. Outro ponto de atenção é a carga de vento a que o conjunto estará exposto. Veja aqui uma descrição básica de sistemas oferecidos por 23 empresas no mercado nacional.

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Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 64 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, fevereiro de 2025

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EArmazenamento da energia excedente: bateria ou hidrogênio verde?

Beatriz Souza Horn – ESTIG-Instituto Politécnico de Bragança (Portugal), ESTGD-Instituto Politécnico de Portalegre (Portugal), e Departamento de Engenharia Elétrica do CEFET/Rio de Janeiro; Orlando Soares – ESTIG-Instituto Politécnico de Bragança; Paulo Brito – ESTGD - Instituto Politécnico de Portalegre

m usinas fotovoltaicas é possível realizar um sobredimensionamento, com uma potência pico de módulos fotovoltaicos (c.c.) superior à potência nominal do inversor (c.a.). Com isso, os módulos fotovoltaicos adicionais minimizam o impacto dos momentos de baixa irradiância, maximizando a energia total produzida. Mas em momentos de alta irradiância, dado que os inversores não são capazes de transformar toda energia c.c. em c.a., por limitação da própria potência nominal, essa energia c.c. adicional é perdida. Esse fenômeno é chamado de clipping, pois há um corte na curva de geração. Para contornar essa questão, os agentes geradores e comercializadores de energia solar fotovoltaica buscam soluções de mercado para aproveitamento dessa energia excedente, sendo o seu armazenamento para injeção na rede em momentos de baixa irradiância uma das principais. Convencional-

No projeto de uma usina fotovoltaica, pode-se sobredimensionar a potência dos módulos para maior aproveitamento da curva de geração. Porém, em momentos de pico de irradiância a curva de geração é cortada (clipping), o que resulta em energia não aproveitada. Este artigo compara eficiências das soluções de baterias e de hidrogênio verde para o armazenamento desse excedente e sua posterior injeção na rede.

mente são utilizadas baterias, mas há outros métodos, como o do hidrogênio, em específico o hidrogênio verde, que é o produzido por eletrólise da água através de uma fonte renovável, em corrente contínua. Nesse sentido, o hidrogênio torna-se uma opção para análise do processo de carga e descarga em sua cadeia de produção e transformação até o armazenamento, pois apresenta características aplicáveis para usinas fotovoltaicas.

Portanto, o objetivo deste artigo é comparar as eficiências do sistema de armazenamento em baterias e do sistema de armazenamento em hidrogênio verde, ao longo de 25 anos de vida útil

de uma usina fotovoltaica, como opções para evitar perdas de energia excedente ocasionadas pelo clipping

Características dos sistemas de armazenamento

A tabela I demonstra as características principais das opções de armazenamento em bateria e em hidrogênio. Pode-se destacar três itens dessa tabela para maior desenvolvimento: densidade energética, tempo de vida útil e maturidade técnica.

A densidade energética demonstra a quantidade de energia que pode ser armazenada em um determinado volume. Quanto maior esse valor, mais

Fotos:

Tab. I – Atributos de sistemas de bateria e hidrogênio para armazenamento

Atributo Bateria Hidrogênio Referências

Tempo de resposta ms min [1]

Tempo de armazenamento minutos/dias horas/semanas [2]

Capacidade kWh–MWh MWh–GWh [3]

Densidade energética (Wh/kg) 1–100 100–1000 [4, 5]

Tempo de vida úitil (anos) 5 a 20 20 a 40 [6, 7]

Eficiência (%) 85 a 98 50 a 60 [1, 8]

Maturidade tecnológica

Manutenção

Mais madura Menos madura [9]

Maior frequência de substituição

Toxidade e risco Ambiental Prejudicial ao meio ambiente

Menor frequência de substituição [10]

Baixa emissão de gases do efeito estufa [9]

Custo de investimento estimado (€/kWh) 450 2800 [11]

energia é possível armazenar e mais tempo é possível fornecer energia a uma carga, antes de precisar recarregar. O hidrogênio possui esse aspecto como vantagem em relação à bateria. A vida útil corresponde ao período de uso em serviço de um ativo, enquanto gera benefícios econômicos. Nessa análise, a vida útil do sistema de armazenamento em hidrogênio verde é maior, de forma geral, mas deve-se também considerar o tempo indicado para substituição completa dos dois sistemas, para não comprometer a qualidade da operação.

O Nível de Maturidade Técnica ou Tecnológica (TRL) é um fator importante de análise que define em que estágio a tecnologia se encontra ao nível do progresso da atividade de pesquisa e desenvolvimento. Vale ressaltar que esse fator é mutável conforme o período de análise. Entre esses dois sistemas de armazenamento, o TRL da bateria é maior que o do hidrogênio verde.

Metodologia

Dimensionamentos

De modo a obter melhor mensuração de resultados, foram escolhidos valores médios de potência instalada, com base nas potências de recentes usinas instaladas ao redor do mundo [12–14]. Já para o clipping foi escolhida a relação média de 1,3 entre potência c.c. e potência c.a. [15]. Para a usina-

-exemplo, resultaria então uma potência máxima transformada pelos inversores de aproximadamente 230 MW.

A partir disso, estima-se um clipping ideal de 30%. Este, no entanto, é um valor baseado nas condições ideais da usina e não será o valor armazenado, uma vez que é preciso considerar descontos por perdas.

As perdas podem ser divididas em perdas por condições climáticas e perdas por condições operacionais. As primeiras relacionam-se com a variação meteorológica que a localidade da usina fotovoltaica pode sofrer, as segundas com qualquer interferência em equipamentos da usina fotovoltaica e a rotina de manutenções preventivas e corretivas. Para estimar a perda média, utilizou-se o Performance Ratio - PR médio aceitável de 75% [16]. O PR demonstra o desempenho da usina fotovoltaica através da relação de energia gerada e energia ideal com base na potência instalada e variações de condições climáticas. Com esse valor de referência, as perdas operacionais, considerando as influências de irradiância e temperatura, resultam em uma média de 25%. Nesse cenário, quando houver clipping, com o desconto das perdas, estima-se que somente 5% da potência instalada possa ser armazenada. Para este caso de estudo, isto resulta em 15 MW de potência média não aproveitada a cada hora, ou seja, 15 MWh. Considerando 6 Horas de Sol Pico (HSP) [17], obtêm-se 90 MWh por dia para armazenamento.

Com a finalidade de avaliar a performance anual de cada sistema de armazenamento, foram considerados 90 dias de possíveis clippings ao ano,

de maneira a contemplar pelo menos a estação de verão, que possibilita maior irradiância solar [18].

Armazenamento em bateria

Foram escolhidas baterias de íons de lítio por sua maior densidade energética, maior eficiência e ciclo de vida mais longo, em comparação com as de chumbo-ácido e demais tecnologias [19]. Atualmente, uma opção viável para usinas fotovoltaicas é o sistema de armazenamento BESS (Battery Energy Storage System), que se destaca pelas vantagens de balanceamento da rede elétrica, fornecimento de energia de backup durante interrupções e melhoria da estabilidade geral da rede. Contudo, neste trabalho esse sistema não foi dimensionado, tendo-se considerado apenas as características técnicas desse tipo de bateria. Quanto às perdas, serão consideradas perdas de eficiência ida e volta (DC roun trip efficiency) e taxa de autodescarga. O primeiro fator retrata a eficiência de carga e descarga (ida e volta) do sistema de bateria, e é representada por uma curva fornecida pelo fabricante, em linha com a taxa de operação (taxa C) do sistema de bateria ou por uma porcentagem de eficiência. A taxa C representa a taxa de carga e descarga de um elemento armazenador de energia relativamente à sua capacidade máxima. Em uma bateria de capacidade 30 Ah, se para uma taxa 1 C há descarga total em 1h, para uma taxa 2 C a bateria descarregará totalmente em meia hora, por exemplo. Para essa eficiência, foi considerado o valor de 90% [20].

O segundo fator considerado é a taxa de autodescarga as baterias se autodescarregam gradualmente até quando não estão conectadas, devido a reações químicas que acontecem dentro da célula, mesmo quando nenhuma carga é aplicada. As baterias de íon de lítio apresentam taxa de autodescarga inferior a 5% ao mês [21]. siderado o v AZ Alkm f

Foi aplicada eficiência de ida e volta na energia inicial diária a ser armazenada de 90 MWh, resultando em energia final, após carga e descarga pelo sistema de armazenamento em baterias, de 81 MWh ao dia.

Parque solar Eletrolisador Compressão Armazenamento

Água

Fig. 1 – Esquema de carga e descarga da energia armazenada por hidrogênio verde

Célula de combustível Eletricidade

Água

Contemplando a autodescarga gradual e alterações de eficiência por temperatura, foi considerada eficiência anual de 95% no primeiro ano de operação, de 97% ao ano até o vigésimo ano (que representa o final de vida útil indicado pelo fabricante) e de 94% ao ano até o vigésimo quinto ano, considerando a queda de eficiência de ida e volta [20].

Para análise dos resultados, consideraram-se dois cenários: 1) sem substituição completa das baterias, para analisar a eficiência até o vigésimo quinto ano de operação da usina, que é o final da vida útil do sistema fotovoltaico [22]; e 2) considerando pelo menos uma reposição de todos os equipamentos no décimo terceiro ano de operação da usina, retratando possíveis decisões de manutenção. Nesse último cenário, voltam a ser consideradas eficiências como as de início de operação do sistema.

Armazenamento em hidrogênio verde

Foi escolhida produção de hidrogênio verde através de eletrolisador instalado na usina fotovoltaica, por se tratar de produção de fonte renovável e no mesmo local, evitando custos de transporte, e em razão de o espaço de armazenamento não ter impacto muito grande, neste caso. Já para retorno da energia final, foi escolhido acoplamento de célula de combustível após a compressão e armazenamento do hidrogênio (figura 1) [23].

A opção se divide em momento de carga (eletrolisador), armazenamento (hidrogênio gasoso) e descarga (célula

de combustível). Para o momento de carga foi considerado um eletrolisador do modelo PEM (Proton Exchange Membrane ou Membrana de Troca de Prótons). Esse modelo se destaca para acoplamento a usinas fotovoltaicas por suas características de responder rapidamente às flutuações de potência, conseguindo operar sob regime de energia variável, ao contrário dos eletrolisadores alcalinos, nos quais o transporte dos íons apresenta maior inércia.

Considerou-se fator de 80% como eficiência do eletrolisador, maior que os dos modelos alcalino e de óxidos sólidos, por exemplo [24]. Logo, considerando a energia inicial em 15 MWh e aplicando a eficiência de 80%, resultam 12 MWh. Convertendo essa energia para quantidade de hidrogênio (Nm3/h), com 4,5 (kWh/Nm3) para esse eletrolisador [24], obtém-se a geração de 2667 Nm3/h, ou 240 kg/h de hidrogênio.

A partir disso, foi considerado um eletrolisador PEM de 4.000 Nm3/h de capacidade [25], que apresenta faixa de operação ideal de 400 (10%) a 4.000 (100%), contemplando uma boa faixa de oscilações de potência.

Para armazenamento, escolheu-se o método do hidrogênio gasoso por apresentar menores perdas que o de hidrogênio líquido, no qual haveria perdas por evaporação [26]. Para refletir esse cenário, foi estimada uma perda mínima de 2%, aplicada ao volume de hidrogênio antes da entrada na célula de combustível. Logo, o volume de hidrogênio de 240 kg/h no final da carga passa a ser de 235 kg/h no início da descarga.

Para o momento de descarga, foi considerada célula combustível de membrana de troca de prótons (PEMFCProton Exchange Membrane Fuel Cell), cuja função é transformar a energia química libertada durante a reação eletroquímica de hidrogênio e oxigênio em energia elétrica. Esse modelo destaca-se pela maior densidade de potência em relação aos demais [8].

Para a célula de combustível foi estimada eficiência de 55% e densidade de potência de 4,5 kW/m3 [8]. A partir disso, considerou-se um poder calorífico de 4,5 kWh/Nm3, ou seja, 50 kWh/kg. Utilizando esse valor de poder calorífico no volume de hidrogênio de 235 kg/h, obtêm-se 11,7 MWh/h no início da descarga. Aplicando a eficiência considerada de 55%, ao final da descarga obtêm-se 6,5 MWh/h, gerando 39 MWh/dia.

Após todas as transformações do processo de armazenamento em hidrogênio verde realizadas, comparando a energia final de 39 MWh/dia com a inicial de 90 MWh/dia, pode-se observar uma eficiência global de 43% nesse processo.

Para o ciclo do hidrogênio, considerando o sistema acoplado de eletrolisador, compressão, armazenamento e célula combustível, estima-se uma degradação de 2,64% após dois anos de operação [27]. A partir disso, realizando uma previsão linear, obtém-se uma degradação anual de 1,32%. Logo, o sistema apresenta 98,68% de eficiência ao ano.

De modo similar ao sistema de armazenamento em bateria, para análise e comparação dos resultados foram demonstrados os mesmos dois cenários, um considerando substituição dos equipamentos em 13 anos de operação e outro não.

As premissas acima descritas estão sumarizadas na tabela II.

Resultados

A partir das premissas definidas e aplicadas, foram gerados dois gráficos para comparar o perfil de armazenamento de ambas as opções ao longo de 25 anos, sendo o primeiro não considerando substituições nos sistemas (figura 2) e o segundo considerando reposição completa dos sistemas no décimo terceiro ano de operação (figura 3) .

No primeiro cenário, observa-se que a energia inicial do sistema de armazenamento de hidrogênio verde é aproximadamente metade da energia inicial do sistema de armazenamento em bateria. Isto resulta da baixa eficiência do sistema de hidrogênio em comparação com o de bateria após carga e descarga, de 43% e 90%, respectivamente. Essa baixa eficiência é consequência da quantidade de transformações envolvidas em todo processo de hidrogênio e, consequentemente, das maiores perdas até a energia ser descarregada.

Percebe-se que a taxa de autodescarga da bateria influencia diretamente na curva de energia desse sistema, apresentando queda significativa do valor de energia armazenada ao longo dos anos. Relacionando o ano 25 com o ano zero, o sistema de bateria apresenta eficiência de 39% e o de hidrogênio verde eficiência de 72%.

Logo, no caso de não haver reposição dos equipamentos dos sistemas, no sistema de armazenamento de hidrogênio verde a energia final, no ano 25, é mais próxima da energia inicial, no ano zero. Porém, por haver uma energia inicial

Tab. II – Premissas consideradas

Atributo Bateria Hidrogênio verde Referências

Energia Inicial armazenada dia (MWh) 90 90 [12–17]

Dias de clipping ao ano 90 90 [18]

Energia inicial armazenada ano (MWh) 8100 8100 [12–18]

Eficiência de carga e descarga (%) 90% 43% [20, 24–27]

Eficiência anual ano 1 (%)

Eficiência anual ano 2 ao 20 (%)

98,68% [20, 27]

98,68% [20, 27]

Eficiência anual ano 21 ao 25 (%) 94,00% 98,68% [20, 27]

maior para o sistema de bateria, este apresenta maior energia armazenada no ano 25. Contudo, o valor apresentado em ambos os sistemas no ano 25 é similar, mesmo com a grande diferença inicial. Os valores de energia tornam-se mais semelhantes com o passar dos anos e as curvas, mais aproximadas.

A reposição de sistemas é uma provável ação de manutenção a ser realizada ao longo de 25 anos, então analisou-se este cenário para avaliar a alteração na curva de energia armazenada. Observa-se que o aumento da eficiência e da consequente energia armazenada é maior para o sistema de

bateria. Já o sistema de hidrogênio verde apresenta um ganho de eficiência mais sutil. Esse fator pode ser determinante em uma análise de investimento com o intuito de melhorar a eficiência do sistema.

A partir do ano 13, com o desempenho dos equipamentos novos e eficiência similar à do ano zero, as curvas de energia se distanciam. Porém, continuando a considerar as quedas de eficiências anuais, as curvas tendem a se aproximar ao longo dos anos.

as de ener orém, consider iciências anuais, as cur M. Fengel cur

Bateria Hidrogênio verde

de operação da usina fotovoltaica

Fig. 2 – Comparação dos resultados sem reposição dos sistemas

da

Fig. 3 – Comparação dos resultados com reposição dos sistemas

Bateria Hidrogênio verde

Nesse cenário, relacionando o ano 25 com o ano zero, o sistema de armazenamento em bateria retorna uma eficiência de 68% e o sistema de armazenamento de hidrogênio verde, de 85%. Comparando esse cenário com o de não reposição, fica claro o ganho de eficiência para o sistema de bateria, de 39% para 68%. Já o sistema de hidrogênio verde não apresenta um ganho tão significativo, indo de 72% para 85%. A energia anual armazenada é superior no sistema de armazenamento em bateria, em ambos os cenários, para todos os anos. Já a queda de eficiência ao final de 25 anos é menor para o sistema de armazenamento de hidrogênio verde em ambos os cenários.

Mesmo que neste estudo tenham sido consideradas algumas características de um sistema BESS de baterias de íon de lítio, que contempla custos das baterias mais os do sistema de controle eletrônico e uma vida útil maior, conside-

rando um cenário mais conservador e variações de demais tecnologias presentes no mercado, encontram-se os tempos médios de substituição dos sistemas como 4 anos para bateria e 15 anos para hidrogênio [28]. No sistema de hidrogênio, nem todos os componentes precisam ser substituídos em 25 anos como os cilindros, que apresentam vida útil similar à da usina fotovoltaica [28]. Porém, em uma análise de substituição total dos dois sistemas, observa-se que em 25 anos o de bateria seria substituído 4 vezes e o de hidrogênio 1 vez. Considerando os custos de investimento inicial de ambos os sistemas, citados na tabela I, e mais o custo de reposição, o custo total do sistema de bateria seria 2.250 €/kWh e o do de hidrogênio 5.600 €/ kWh. Logo, o sistema de bateria apresenta custo total mais vantajoso até do que apenas o investimento inicial do sistema de hidrogênio.

A tabela III destaca os principais resultados de ambos os sistemas.

Conclusão

No momento, o armazenamento de energia em baterias é mais eficiente que o armazenamento em hidrogênio verde, devido ao menor número de transformações envolvidas no processo, resultando em menores perdas. As baterias se destacam pela sólida tecnologia e ampla aplicabilidade, enquanto o hidrogênio verde oferece vantagens como armazenamento prolongado, maior vida útil e potencial para exploração de subprodutos como oxigênio e hidrogênio para venda.

As figuras 2 e 3 sugerem que se o sistema de armazenamento em hidrogênio verde atingir um Nível de Maturidade Técnica (TRL) maior e o processo de transformações gerar menos perdas, pode ser possível que as linhas dos gráficos se cruzem antes do ano 25. Isso resultaria em uma eficiência maior para este sistema, compara-

do com o de bateria, a partir de determinado ano de operação. Para uma análise energética e sustentável mais completa, é importante considerar o consumo auxiliar dos equipamentos e o uso de água no processo de produção de hidrogênio verde. Embora o estudo se concentre na eficiência, seria necessária análise técnica e financeira futura para avaliar o retorno do investimento e a viabilidade a longo prazo de ambas as opções de armazenamento. Assim, a escolha entre baterias e hidrogênio verde dependerá dos objetivos específicos, da capacidade instalada da usina, da energia excedente, das tecnologias escolhidas, dos investimentos iniciais (CAPEX), das despesas operacionais (OPEX) e do tempo de operação esperado do sistema.

Tab. III – Resultados

Atributo Bateria Hidrogênio verde Energia inicial armazenada dia (MWh) 90 90

Energia final armazenada dia (MWh) 83,7 38,8

Eficiência de carga e descarga (%) 90% 43%

Energia inicial armazenada ano zero (MWh) 7290 3492

Eficiência em 25 anos sem reposição (%) 39%

Eficiência em 25 anos com reposição (%) 68% 85%

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FotoVolt - Fevereiro - 2025

science/article/pii/S0960148124003823? ref=pdf_download&fr=RR-2&rr= 89f178fb1b9903e2

[16] Bastos Plantickow, G.; Pianna Campostrini, B.; Leite Ferreira, A. (2021): Solar Energy: Study on the Economic Feasibility of the Implementation of a Photovoltaic System in a Singlefamily Residence in Colatina(ES). Obtido em http://revista.unesc.br/ojs/index.php/ revistaunesc/article/view/317/124

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[21] Campos Rosolem, M.F.N.; Beck, R.F.; Souza Aranha, J.C.M.; Chiachio do Nascimento, T.; Reis Marques, F.L.; Corso, V.; Melo Contin, G.; Figueredo, R.S.; Morari, H.B. (2020): Desenvolvimento de bateria de lítio-íon para serviços ancilares. Obtido em https://anaiscbens. emnuvens.com.br/cbens/article/view/ 910/910

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[24] Sebbahi, S.; Nabil, N.; Alaoui-Belghiti, A.; Laasri, S.; Rachidi, S.; Hajjaji, A. (2022): Assessment of the three most developed water electrolysis technologies: alkaline water elec-

trolysis, proton exchange membrane and solidoxide electrolysis. Obtido em https://www. sciencedirect.com/science/article/pii/ S2214785322024063

[25] Thyssenkrupp Nucera (2022): Large-scale water electrolysis for green hydrogen production Obtido em https://thyssenkrupp-nucera. com/wp-content/uploads/2022/11/thyssenkrupp-nucera-green-hydrogen-solutionsbrochure.pdf

[26] Teixeira Monteiro, J.M. (2023): Simulação numérica do abastecimento de um tanque a hidrogénio a caudal constante. Obtido em https:// recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/24242/1/ Tese_4854.pdf

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Sensoriamento óptico para proteção perimetral de usinas fotovoltaicas

As UFVs, sejam grandes ou pe quenas, enfrentam um proble ma crescente: a ameaça constan te de invasões, furtos e vandalismo. Componentes críticos, como cabos de cobre e módulos solares, são frequen temente visados pelo mercado ilegal. Em usinas localizadas em áreas remo tas, essa vulnerabilidade se intensifica ainda mais, tornando imprescindível o planejamento de segurança adequa do. Mas o problema não se restringe a locais isolados; até mesmo UFVs situadas em regiões mais acessíveis sofrem com a falta de planejamento de segurança adequado durante a fase de construção. E os impactos vão muito além da perda de ativos físicos.

Para os investidores que apostam em energia solar, qualquer inter rupção no fornecimento de energia significa uma perda direta de receita e compromete a rentabilidade do pro jeto, além de gerar possíveis multas e custos extras de manutenção. As mul tas por descumprimento de acordos de nível de serviço (SLA) são frequen tes quando ocorrem interrupções, sem mencionar os custos adicionais de manutenção para reparar equi pamentos danificados ou substituir componentes roubados. Esses fatores podem minar os retornos esperados, especialmente se a segurança não for planejada desde o início.

A cada ano, mais empresas e investidores apostam na geração fotovoltaica para aumentar a capacidade energética do País, consolidando o Brasil como um dos principais mercados de energia solar. Contudo, junto com esse avanço, surgem desafios críticos, como a segurança das instalações, em que desponta a segurança perimetral das usinas. Este artigo aborda tecnologias modernas existentes para esse mercado.

Soluções cobrindo perímetros de até de dezenas de quilômetros permitem intervenção ágil e direcionada, o que é essencial em grandes usinas

Além disso, EPCistas (engenharia, suprimento e construção), que são responsáveis pela implementação das UFVs, também enfrentam riscos sig‑ nificativos relacionados à falta de se gurança. Sem um plano de segurança robusto, os custos operacionais podem

subir drasticamente, afetando os pra zos de entrega e a qualidade do projeto como um todo. A instalação de uma infraestrutura sólida de segurança pe rimetral se tornou uma parte essencial do escopo para garantir a continuidade da operação e evitar prejuízos financei ros para todas as partes envolvidas. As consequências de uma violação perimetral para furtos ou vandalismo

Marcos Sanches, coordenador de inovação da Alfa Sense

podem ser devastadoras. As interrup‑ ções operacionais, os prejuízos finan ceiros e os danos aos ativos são ques tões reais enfrentadas por empresas do setor de energia. Nesse cenário, a busca por soluções de proteção robustas não é apenas uma necessidade, mas uma prioridade estratégica, e a escolha da tecnologia faz diferença para a prote ção eficaz dos ativos e a continuidade das operações.

Historicamente, barreiras físicas foram utilizadas para impedir o acesso não autorizado, como a Muralha de Jericó e a Grande Muralha da China. No entanto, essas soluções tradicio nais não são mais suficientes para proteger instalações modernas, espe cialmente em locais remotos. Dentro desse contexto, surgem inovações tecnológicas focadas em criar soluções avançadas para a segurança das usinas solares e atender às demandas do setor energético. A tecnologia de sensoria mento óptico, por exemplo, quando aplicada em campo é semelhante a um “sistema nervoso” que monitora o perímetro das instalações de forma contínua e inteligente. Assim como os nervos no corpo humano detectam es tímulos e enviam sinais ao cérebro, a tecnologia detecta com precisão ten‑ tativas de intrusão antes que elas ocor ram e diferencia ameaças reais de even tos indesejados, como ventos, chuvas e ruídos, garantindo uma resposta efi ciente e precisa. Esse “sistema nervoso tecnológico” proporciona uma camada de alta proteção dinâmica que se adap ta ao ambiente, garantindo a segurança das operações.

Através da adoção de soluções de monitoramento perimetral baseadas em sensoriamento óptico, diversas grandes empresas de geração solar fo tovoltaica têm conseguido não apenas proteger seus ativos de forma eficaz, mas também assegurar a continuidade do fornecimento de energia, minimizan do os riscos de invasões e reduzindo ao máximo as interrupções operacionais.

Um caso marcante de sucesso ocorreu em uma empresa que sofria com constantes furtos e danos a seus equipamentos críticos, resultando em custos elevados de reparo e reposição. Após a implementação de uma solução tecnológica baseada em sensoriamento óptico, a empresa obteve uma economia direta e indireta de 5 a 7% de seu faturamento anual, devido à redução dos incidentes de furto e ao menor gasto com manutenção. Esse case demonstra como a tecnologia de segurança adequada pode impactar positivamente as operações, preservando tanto o patrimônio quanto a rentabilidade.

Existem soluções projetadas para cobrir diferentes tipos de perímetros, garantindo monitoramento contínuo sem a necessidade de componentes eletrônicos expostos, o que reduz os riscos de falhas causadas por intempéries. Isso é particularmente vantajoso em termos de redução de custos de manutenção, já que a eliminação de eletrônicos expostos diminui a probabilidade de falhas relacionadas a intempéries ou condições adversas, como umidade e variações de temperatura. Além disso, a tecnologia de sensoriamento óptico permite a detecção precisa de intrusões, o que reduz a ocorrência de falsos alarmes, um dos maiores problemas em sistemas de segurança convencionais.

Estão disponíveis soluções escaláveis e adaptáveis, cobrindo desde perímetros menores até de dezenas de quilômetros, com precisão de detecção e localização de intrusões que permitem uma intervenção ágil e direcionada, característica essencial para usinas de grande porte onde a extensão do perímetro dificulta o monitoramento manual.

A implementação de modernas soluções de monitoramento perimetral traz uma série de vantagens operacionais e financeiras, incluindo:

Solução protegida em ambiente seguro, sem eletrônicos em campo

• Monitoramento contínuo e de alta precisão: Um planejamento estratégico adequado para segurança perimetral garante uma cobertura eficiente e ininterrupta ao longo do perímetro monitorado. Para áreas de extensão moderada ou grandes perímetros, a precisão dos sistemas de monitoramento permite uma resposta rápida e assertiva, assegurando que qualquer tentativa de intrusão seja detectada de forma instantânea. Esse nível de precisão aumenta a eficácia na proteção dos ativos e minimiza os riscos operacionais.

• Redução de custos operacionais: Soluções que eliminam componentes eletrônicos em campo minimizam a necessidade de manutenção frequente, resultando em uma redução significativa dos custos operacionais. Utilizam sensores ópticos em campo com longa vida útil (chegando a mais de 100 anos), imunes a descargas atmosféricas e a interferência eletromagnética. Além disso, a integração com sistemas de segurança já existentes, como câmeras de vigilância e drones, evita a implementação de infraestruturas adicionais, o que também contribui para a diminuição dos custos totais de instalação e manutenção. Essa abordagem otimiza o uso dos recursos tecnológicos já disponíveis, proporcio-

nando economia tanto em tempo quanto em investimento.

• Detecção precisa e localização exata: Uma das principais vantagens de um planejamento adequado é a capacidade de localizar com precisão o ponto exato de uma intrusão ao longo do perímetro. Essa funcionalidade é especialmente crítica em áreas de grande extensão, onde a rápida identificação do local da violação permite uma resposta ágil e direcionada, garantindo a integridade das operações e evitando interrupções prolongadas. A precisão na detecção aumenta a eficiência das equipes de segurança, permitindo que os riscos sejam mitigados rapidamente.

• Integração com tecnologias de segurança de mercado: Soluções modernas se destacam por sua capacidade de integrar-se a outras tecnologias de segurança, como drones e câmeras de vigilância, criando um ecossistema de monitoramento completo. Essa integração facilita inspeções visuais imediatas da área comprometida por meio de drones, enquanto as câmeras possibilitam o acompanhamento em tempo real dos eventos. A coordenação entre esses sistemas assegura que qualquer tentativa de invasão seja detectada e respondida de forma coordenada e eficiente, melhorando a resposta global às ameaças.

A segurança perimetral com sensoriamento óptico das usinas solares é grande aliada para garantir o futuro energético sustentável que todos desejamos. É importante desenvolver tecnologias inovadoras que protejam não apenas os ativos físicos, mas também o investimento e a confiança dos usuários, oferecendo soluções que combinam eficiência, precisão e integração tecnológica, garantindo que a energia limpa seja produzida e distribuída com segurança e confiabilidade, contribuindo assim para um futuro energético mais sustentável.

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E X P O C ENTE R NO RT E, SÃO PAU LO, B RASI L

Parte de 26–28

A M A IO R F E I R A & C ONGR E SS O D A A M É RIC A L AT I N A

PA R A O S E T O R SOL A R

L ATA M’ S L AR GE S T EX HIB ITIO N A N D C ONFERENC E

F O R TH E SOL A R I ND U ST RY

IN TE R S O LA R: CO N EC TAND O O SE TO R S O LA R

A Intersolar é a principal feira para o setor solar, com foco em fotovoltaica, tecnologias termossolares e usinas de energia solar. Desde sua fundação mais de 30 anos atrás, a Intersolar tornou-se a mais importante plataforma para fabricantes, fornecedoras, distribuidoras, instaladoras, prestadoras de serviços, desenvolvedoras de projetos, planejadoras, além de novas empresas no setor solar.

Usinas fotovoltaicas de MMGD são investimento certo?

“ Qualquer que seja o tipo de proprietário, bem como o uso da energia gerada, a operação de uma usina solar precisa de dados (informações) e inteligência na análise de dados”

Osetor de energia solar no Brasil vive de ciclos. Em MMGD, esses ciclos são determinados pelos argumentos de vendas. Nesta coluna, serão analisados os ciclos passados, atuais e os problemas/falhas observados. O intuito é permitir a você, leitor, identificar novas oportunidades. Aproveito para destacar que essa é uma visão pessoal.

Os sonhadores

O primeiro ciclo teve início com a publicação da Resolução 482 da Aneel. No Brasil, tínhamos uma tecnologia nova e cara, com retorno do investimento bastante elevado. Entretanto, os primeiros sistemas começaram a ser vendidos e instalados, a despeito de todas as dificuldades. E, para isso, todo um ecossistema foi criado. Fabricantes de módulos e inversores montaram escritórios no Brasil, distribuidores começaram a ofertar treinamento para os integradores, os quais precisavam esclarecer a seus clientes o que era a energia solar fotovoltaica.

Nesse momento, o mercado era basicamente de instalações em telhado, dominado por modelos string

A consolidação e a geração remota

Com a mudança na REN 482 em 2016, permitindo a geração remota, foi iniciado um novo ciclo. Na microgeração, tínhamos um mercado mais pulverizado, com muitas empresas de pe-

queno porte, algumas delas crescendo e se consolidando; já no segmento de usinas remotas, principalmente na faixa de 1 MW, exigia-se mais investimento de capital e maiores riscos.

Nesse momento, empresas começaram a elaborar modelos de negócios envolvendo captação de recursos de terceiros. Porém, o mercado financeiro não conhecia a energia solar e nem a modelagem de negócios, sendo necessário muito esforço para obter os capitais necessários.

Esse modelo ganhou força após as consultas públicas da Aneel, referentes a alterações na REN 482, o que gerou uma corrida para obtenção de Pareceres de Acesso (atualmente conhecido como orçamento de conexão) antes de possíveis mudanças nas regras de compensação. Com a publicação da Lei 14300, o desenvolvimento de projetos teve seu ápice em 2022, sendo essas usinas construídas nos anos de 2023, 2024 e em 2025 (com possibilidade de estender até meados de 2026).

Pós Lei 14.300

No primeiro semestre de 2023, a incerteza sobre o futuro do mercado solar de MMGD era grande, mas os sucessivos aumentos tarifários aliados à queda de preços nos equipamentos fotovoltaicos mantiveram o mercado viável e aquecido, mesmo com as mudanças nas regras de compensação, principalmente para geração junto à carga e em baixa tensão.

Outros desafios vêm surgindo, como a inversão de fluxo em várias regiões e a abertura do mercado livre de energia para todos os consumidores do grupo A. No entanto, não tratarei desses desafios agora, e sim do parque de MMGD solar instalado.

Usinas que não performam

Com raríssimas exceções, a decisão de instalar uma energia solar (ou seja, gerar sua própria energia) é financeira. O consumidor entende que investirá um valor X e terá uma economia Y ao longo de 25 anos que, na ótica financeira, gera riqueza.

O desafio é que essa análise é realizada a partir de uma série de premissas, tanto financeiras (custo de capital, reajuste energético, valor da tarifa, marco regulatório, custos de O&M) quanto técnicas (geração mensal, vida útil dos equipamentos, sujilidade, assistência técnica, garantia). Um problema grave é que essas premissas estão erradas!

Quando afirmo que estão erradas, não me refiro às teses financeiras adotadas, pois não tenho conhecimento para essa análise, mas sim às premissas técnicas.

Nas usinas de microgeração junto a carga, temos:

a) Usinas realizadas sem projetos e documentação

Um esquema unifilar e um memorial descritivo entregue à concessionária não são documentos suficientes de projeto. Sem esses documentos, não é possível fazer uma boa manutenção do ativo, a fim de maximizar sua performance.

b) Usinas cegas

As usinas precisam ter acompanhamento da geração e preferencialmente

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26–28

E X P O CENTE R NO RT E, SÃO PAU LO, B RA SI L

O EV EN T O ESSE NC IA L PA R A B AT ER I A S E S ISTEM A S D E

AR M AZE N A M E N T O D E E N ER G I A N A A M É RIC A L AT I N A

L ATA M’S KE Y EV EN T F O R B ATTE RI E S & E N ER G Y S

A ees é a feira internacional de baterias e sistemas de armazenamento de energia, e reúne fabricantes, distribuidoras, desenvolvedoras de projetos, integradoras de sistemas, usuários profissionais e fornecedoras de tecnologias inovadoras de baterias e soluções sustentáveis de armazenamento de energias renováveis, tais como hidrogênio verde e produção eletrolítica de gás.

Parte de

do consumo. O uso de aplicações que concentrem ambas as informações e permitam ao integrador identificar em tempo e hora anomalias na geração permitiria uma operação assistida, entregando valor para o cliente (mais energia gerada) e integrador (receita recorrente e possibilidades de outros upsell).

c) Projetos e instalações erradas

Falta de análises de sombreamento, erro de instalação e expectativa de geração irreal informada ao cliente são problemas comuns no mercado. Em muitos casos, ainda ocorre uma economia, mas o cliente não tem o retorno esperado ou prometido. Em casos extremos, esses problemas geram incêndios, quedas de telhado e curtos-circuitos, que, além de colocar todo o investimento em risco, trazem riscos ao patrimônio e às pessoas.

d) Ausência de manutenção

Por melhor que seja o projeto, a instalação e o equipamento, é necessário realizar manutenção. A falácia de que apenas a água da chuva é suficiente para manutenção do sistema causa, na melhor hipótese, piora na performance da usina, e, na pior das hipóteses, problemas como incêndio ou curtocircuito.

Em microgeração, o mercado é altamente pulverizado e a solução para a garantia da geração dessas usinas envolve empresas de engenharia que desenvolvam um modelo de negócios compreendendo inteligência de dados, ações preventivas e corretivas e respostas rápidas.

Quando falamos em minigeração (de onde surgiu a ideia desse texto), o cenário é um pouco diferente. Há basicamente três tipos de proprietários de usinas:

1) Grandes grupos com modelo de negócio de locação de usinas

Esses grandes grupos possuem mais de 50 MW de usinas cada, algo entre 10 e 50 usinas, pelo menos. Como estratégia, usam uma empresa terceirizada especializada ou internalizam a O&M.

2) Usinas de investimentos com poucos ativos

São proprietários que possuem uma ou duas usinas próprias para locação, e observaram no modelo de locação uma forma de diversificar investimentos e obter uma renda mensal. Para eles não faz sentido econômico ter a própria O&M. Nesse caso, terceirizam com empresa especializada ou simplesmente não realizam manutenção na usina.

3) Usinas junto à carga

O terceiro grupo são as usinas de minigeração em telhado, junto à carga, onde os donos dos ativos são os usuários da energia. Para esses proprietários também não faz sentido econômico ter a própria O&M. Nesse caso, terceirizam com empresa especializada ou simplesmente a usina não tem manutenção.

Dados, dados e mais dados

Qualquer que seja o tipo de proprietário, bem como o uso da energia gerada, a operação de uma usina solar precisa de duas coisas principais: • dados (informações); e • inteligência na análise de dados.

Não se enganem: o engenheiro mais importante de uma usina solar não é o projetista e nem o de implantação (de campo), mas sim o engenheiro de manutenção, que precisa ser o melhor.

Entendam: as usinas fornecem ou podem fornecer uma quantidade enorme de dados, que, correlacionados, criam uma quantidade absurda de conhecimento, permitindo antecipar ou resolver problemas mais rapidamente.

Empresas com muitas plantas possuem dados que permitem comparar diferentes inversores, módulos e fabricantes de equipamentos, e com isso tomar decisões.

Um cliente que possui cerca de 60 MW em operação, a partir da análise de falhas em transformadores, observou que o tempo parado do fa-

bricante A, mesmo sendo um equipamento mais caro, era uma decisão melhor em relação a outros fabricantes, pois possuía índice de falhas menor.

Usinas que não performam

Lembram da planilha? Então, agora, com as usinas funcionando, os problemas financeiros aparecem... Em alguns casos, em vez de uma rentabilidade de 22% a.a., obtém-se 15% a.a, inferior ao prometido mas que não configura prejuízo. Porém, em muitos casos, a obtenção de capital é realizada com dívida e, se a rentabilidade obtida for inferior a taxa de juros do endividamento, empresas poderão ter sérios problemas financeiros.

Oportunidades

O mercado de manutenção e operação de usinas fotovoltaicas carece de empresas e profissionais qualificados para dar conta de todas as oportunidades. Nichos como usinas de solo de até 75 kW (chamadas usinas de investimento) merecem um modelo de negócios próprio, ainda não explorado. Em outros nichos, empresas atuam, mas ainda existe espaço para mais.

Conclusão

Usinas solares são investimento certo se bem projetadas e executadas, e, sobretudo, com uma excelente O&M. Até a próxima edição.

* Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em instalações fotovoltaicas, instalações de MT e BT e entradas de energia, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv_projetoinstalacao@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” “Coluna Projeto e Instalação”.

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Usabilidade dos carregadores

“ No Brasil, a interoperabilidade está em desenvolvimento, e empresas especializadas em software para mobilidade elétrica já estão trabalhando para viabilizar essas integrações no curto e médio prazos”

Omercado de mobilidade elétrica fechou 2024 com crescimento acelerado. Segundo a ABVEAssociação Brasileira do Veículo Elétrico, os veículos elétricos plug-in registraram aumento de 140% em relação a 2023, totalizando 125.624 unidades emplacadas. Esse crescimento expressivo foi impulsionado por diversos fatores, como a maior divulgação da tecnologia, o aumento da variedade de modelos disponíveis e a maior acessibilidade dos veículos de entrada. Como resultado, a eletromobilidade deixou de ser um nicho exclusivo de entusiastas da tecnologia e passou a atrair um público muito mais amplo, incluindo motoristas com pouca familiaridade com soluções digitais. Essa expansão traz um novo desafio para o setor: como garantir uma experiência de recarga simples e intuitiva para todos os usuários? Diferente do abastecimento de combustíveis fósseis, que é padronizado e imediato, a recarga de um veículo elétrico funciona em um modelo de autoatendimento, onde o usuário precisa executar todas as etapas do processo. Desde a autenticação na estação de recarga, escolha do método de pagamento e conexão do veículo, até o acompanhamento do carregamento e finalização da sessão, tudo depende da interação do motorista com o sistema. Para muitos, especialmente aqueles menos acostumados com tecnologia, essa jornada pode ser confusa e até frustrante.

Ao mesmo tempo, novas tecnologias prometem revolucionar a forma como os motoristas interagem com a infraestrutura de recarga. O Plug & Charge (ISO 15118) e a identificação automática pelo VIN (Vehicle Identification Number) são exemplos de inovações que eliminam etapas e permitem ao usuário simplesmente conectar o veículo ao carregador sem burocracia. Além disso, iniciativas de interoperabilidade, como o OCPI (Open Charge Point Interface), buscam integrar diferentes redes de recarga, garantindo que um motorista possa utilizar qualquer carregador sem a necessidade de múltiplos cadastros e aplicativos.

Neste artigo, são exploradas as dificuldades e oportunidades da usabilidade dos carregadores, analisando como os aplicativos influenciam a experiência do usuário, os meios alternativos de autenticação e pagamento, e

as novas tecnologias que podem tornar a recarga mais acessível e prática. Afinal, o desejo do usuário é um só: carregar.

Aplicativos

e sua dualidade: facilidade x complexidade

Atualmente, os aplicativos são a principal interface entre o usuário e a infraestrutura de recarga. Eles oferecem um canal direto de relacionamento entre o motorista e a rede de carregamento, permitindo visualizar a disponibilidade dos carregadores, acompanhar o status da recarga em tempo real, acessar o histórico de consumo e até receber suporte técnico imediato. Para usuários que gostam de tecnologia e querem maior controle sobre sua experiência, os aplicativos são um recurso valioso.

Por outro lado, a obrigatoriedade do uso de aplicativos pode ser um obstáculo para motoristas que preferem processos mais diretos. Muitos aplicativos exigem cadastro prévio, conexão com a internet e configuração de métodos de pagamento, o que pode dificultar o acesso imediato à recarga, principalmente para aqueles que utilizam diferentes redes de carregamento. Isso pode gerar frustração para motoristas menos familiarizados com tecnologia ou para aqueles que precisam de uma solução rápida e sem burocracia.

Rafael Cunha*
Fonte: criação por IA

Esse desafio não significa que os aplicativos são ruins, mas sim que o mercado precisa oferecer opções flexíveis, permitindo ao usuário escolher a melhor forma de iniciar a recarga, seja por app, cartão RFID ou tecnologias como o Plug & Charge.

Alternativas para habilitar um carregador

Os aplicativos desempenham um papel essencial no ecossistema da mobilidade elétrica, oferecendo mais controle e informações ao usuário. No entanto, para quem busca uma experiência mais rápida e simples, outras opções podem facilitar o acesso à recarga sem necessidade de interação digital.

Entre as principais alternativas, destacam-se os cartões RFID, o uso de QR Codes para pagamento direto, a identificação automática pelo VIN e o Plug & Charge baseado na norma ISO 15118. Essas soluções eliminam a necessidade de interação com aplicativos e reduzem a complexidade do processo, tornando a experiência mais intuitiva e fluida.

RFID

Uma das formas mais utilizadas para evitar a dependência de aplicativos é o cartão RFID. Ele permite que o usuário inicie a recarga apenas aproximando o cartão do leitor do carregador, sem precisar de internet ou aplicativos. Essa solução é amplamente adotada em redes privadas e corporativas por sua praticidade e confiabilidade, porém pouco utilizada em redes públicas, já que pode dificultar o processamento de pagamentos digitais, dada a arquitetura destas requisições.

VIN

Uma evolução no processo de autenticação é o uso do VIN para reconhecer automaticamente o veículo e associá-lo a uma conta previamente cadastrada. Com essa tecnologia, o usuário não precisa apresentar cartões, escanear QR Codes ou acessar aplicativos. Ao conectar o car-

ro ao carregador, o sistema identifica o veículo e inicia a sessão de recarga automaticamente. Esse método reduz significativamente a fricção no processo de carregamento, tornando-o mais parecido com a experiência de abastecimento convencional. No entanto, sua adoção ainda é limitada a determinadas marcas de carregadores, o que dificulta a disseminação da funcionalidade.

Plug and Charge

A tecnologia Plug & Charge, baseada na norma ISO 15118, é considerada a solução definitiva para eliminar qualquer etapa manual no processo de recarga. Com ela, basta conectar o veículo ao carregador para que o sistema reconheça automaticamente o usuário, autentique a transação e inicie o carregamento sem qualquer interação adicional. Essa funcionalidade já está presente em alguns modelos de veículos e redes de recarga na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda sem ocorrência no Brasil, pois sua complexidade de implementação exige um esforço significativo. Sua adoção depende tanto da compatibilidade dos veículos quanto da atualização das redes de carregamento, tornando a expansão dessa tecnologia um desafio para o setor.

Interoperabilidade

A falta de integração entre as redes de carregamento ainda é um desafio para a mobilidade elétrica. Atualmente, cada operadora possui seu próprio sistema, exigindo que os motoristas utilizem diversos aplicativos, cadastrem-se em múltiplas plataformas e lidem com diferentes métodos de pagamento. A interoperabilidade surge como solução para simplificar esse processo, permitindo que um único meio de autenticação e pagamento seja aceito em diferentes redes.

Veículos elétricos

No Brasil, a interoperabilidade está em desenvolvimento, e empresas especializadas em software para mobilidade elétrica já estão trabalhando para viabilizar essas integrações no curto e médio prazos. Com a evolução das tecnologias e o crescimento da frota elétrica, a tendência é que essas soluções se consolidem, permitindo maior conectividade entre as redes de recarga.

Conclusão

A usabilidade dos carregadores deve equilibrar controle e praticidade, oferecendo ao usuário ferramentas que melhorem sua experiência sem impor barreiras desnecessárias. Os aplicativos são fundamentais nesse ecossistema, pois não apenas viabilizam a operação dos carregadores, mas também trazem informações valiosas, facilitam pagamentos e fortalecem o relacionamento entre o usuário e a rede de recarga. No entanto, sua obrigatoriedade pode representar um desafio para quem prefere um processo mais simples e direto.

O futuro da recarga deve permitir que cada motorista escolha a experiência que melhor lhe convém. Para alguns, aplicativos continuarão sendo a melhor opção, enquanto outros se beneficiarão de soluções como RFID, QR Codes, Plug & Charge e interoperabilidade entre redes. O caminho para a eletromobilidade passa por oferecer mais possibilidades ao usuário, garantindo que a recarga seja intuitiva para todos os perfis de motoristas. Afinal, a tecnologia deve estar a serviço do usuário, e não o contrário. Seja via app, cartão ou conexão direta, o que importa é que o motorista possa simplesmente chegar, conectar e carregar.

* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.

No Brasil

Eletrotec – Os interessados em apresentar trabalhos na edição 2025 do Eletrotec, que será realizado de 26 a 28 de agosto, em São Paulo, SP, podem submeter resumos até 14 de março. As versões finais deverão ser enviadas até 28 de abril, e os trabalhos completos para publicação nos anais, até 26 de maio. Os resumos devem detalhar os objetivos do trabalho, o problema proposto, as conclusões alcançadas e as soluções apresentadas. As áreas de interesse incluem instalações de baixa tensão, sistemas de carregamento de veículos elétricos, energia renovável, raios e sobretensões, além de soluções voltadas para a automação e eficiência energética em ambientes industriais e comerciais, entre outros temas. Os resumos podem ser enviados para o e-mail congressoeletrotec@ arandaeventos.com.br.

Feicon – A 29ª edição da Feicon - Feira Internacional da Construção Civil será realizada de 8 a 11 de abril, no SP Expo, em São Paulo, SP. Com organização e promoção da RX Brasil, o evento visa promover lançamentos de produtos e tecnologias, inovações, oportunidades de negócios e apresentação de conteúdos de relevância para o mercado. São esperados aproximadamente 100 mil visitantes compradores do Brasil e de 70 países. Mais informações em www. feicon.com.br.

Intersolar Summit NE – O Intersolar Summit Brasil Nordeste acontecerá no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, em 23 e 24 de abril. Constituído de congresso e feira, o evento enfocará energia solar, armazenamento de energia, H2V e outros assuntos. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www.intersolarsummit-brasil.com/nordeste

Geração centralizada – O congresso GC – Congresso Internacional de Geração Centralizada aborda assuntos sobre energia em geração centralizada com

foco em fontes de energia renovável. A terceira edição do evento acontecerá em São Paulo, SP, em maio de 2025. O objetivo é reunir a cadeia produtiva do setor de energias renováveis a fim de incentivar discussões, novos negócios, parcerias e acordos. Informações em https://congressogc.com/.

The smarter E – O The smarter E South America 2025 acontecerá de 26 a 28 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South America - Feira de produtos e serviços para eletromobilidade. Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Congressos. Informações: www.thesmartere. com.br

FIEE – A 32a edição da FIEE - Feira Internacional da Industria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a AbineeAssociação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro, no São Paulo Expo. O evento, que apresenta equipamentos, produtos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a transformação digital da indústria, sustentabilidade, conectividade e tecnologia. Mais informações em https://www.fiee.com.br.

Intersolar Summit Sul – Em 28 e 29 de outubro será realizado no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, RS, a segunda edição do Intersolar Summit Brasil Sul, em formato congresso & feira, abordando entre outros temas solar FV com armazenamento, agrivoltaicos, FV off grid, etc. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos.

Informações: https://www.intersolarsummit-brasil.com/sul

SWC – De 4 a 7 de novembro, a ISESInternational Solar Energy Society vai realizar o SWC 2025 - Solar World Congress, em Fortaleza, CE. O congresso será organizado em conjunto com a Abens - Associação Brasileira de Energia Solar, seção da ISES no Brasil. O programa abordará tecnologias e aplicações inovadoras de células fotovoltaicas; integração de rede; modelagem de sistemas, inteligência artificial, digitalização; teste, certificação e monitoramento; economia circular e reciclagem; eventos climáticos extremos e efeitos das mudanças climáticas; etc. Informações em https://www.abens. org.br/news-abens/ises-solar-worldcongress-2025/5.

Cursos

Projeto e dimensionamento – A Unicamp realiza diversos cursos voltados ao segmento solar fotovoltaico. O de Projeto e dimensionamento de usinas solares e sistemas fotovoltaicos de geração distribuída vai acontecer em formato presencial ou online ao vivo nos dias 18 e 19 de maio. O curso destina-se principalmente a profissionais de engenharia, técnicos ou profissionais de outras áreas que possuam conhecimentos básicos de eletricidade. Informações e inscrições em https://www.cursosolarunicamp. com/agenda.

Fundamentos de energia FV – O Canal Solar oferece o curso EAD Fundamentos de energia fotovoltaica, que aborda noções básicas sobre funcionamento dos painéis solares; conversão de luz solar em eletricidade; benefícios da energia solar e sua atuação na redução da conta de luz; dicas sobre identificação do potencial solar da região; dimensionamento de sistemas; tendências do mercado; e oportunidades de carreira na indústria fotovoltaica. O treinamento é ministrado por Bruno Kikumoto, engenheiro

eletricista pela Udesc - Universidade Estadual de Santa Catarina, com mestrado em Engenharia Elétrica pela UnicampUniversidade Estadual de Campinas. A carga horária é de cerca de 17h. Informações em https://cursos.canalsolar. com.br.

Senai-SP – O curso de aperfeiçoamento profissional Energia Solar FotovoltaicaTecnologias e Aplicações, do Senai SP, com carga horária de 24 horas, visa desenvolver competências para a avaliação da viabilidade técnica e financeira da implementação de sistemas de energia solar fotovoltaicos, diagnosticando fatores de consumo de energia, identificando tecnologias e equipamentos, e propondo soluções de acordo com normas e determinações dos órgãos regulamentadores. Inscrições em www.sp.senai.br/curso/ energia-solar-fotovoltaica-tecnologias-eaplicacoes/89542

Gratuitos - tecnologias, instalação –

A Elgin, fabricante e distribuidora de equipamentos fotovoltaicos, oferece uma série de treinamentos gratuitos online sobre energia solar, com temas como aplicação técnica e comercial para sistemas FV, tecnologias e boas práticas de instalação. Visite https://loja.elgin.com. br/energia-solar/cursos-e-treinamentosde-energia-solar

Projetos e instalação – A Sunhub oferece cursos voltados para o mercado de projetos e instalação de sistemas fotovoltaicos, por meio de uma plataforma educacional online. Segundo a empresa, a iniciativa tem o objetivo de ajudar no aprendizado para impulsionar vendas dos integradores e instaladores. Os cursos são desenvolvidos por especialistas de diversas áreas do conhecimento. Mais informações: https://www. sunhubeducacao.com.br/treinamentoonline

Eletricidade básica – A 77Sol, em parceria com a Oca Energia, lançou o curso Eletricidade Básica 2.0, gratuito e 100% EAD, destinado aos integradores

parceiros. Com mais de 20 horas de conteúdo, o treinamento visa aprimorar a capacitação dos profissionais, desenvolvendo habilidades técnicas para vendas consultivas. O curso está disponível a todos que fazem parte da plataforma de integradores da 77Sol, e aborda fundamentos de energia e eletricidade, intensidade de corrente e resistência elétrica, circuitos e práticas de instalação, proteção elétrica e ferramentas para o eletricista. A 77Sol também disponibiliza gratuitamente o curso Introdução à energia solar. Mais informações: https://ocaenergiaead. com.br/produtos/universidade77.

No exterior

Intersolar Europe – A Intersolar Europe 2025, um dos principais eventos globais da indústria solar, ocorrerá entre os dias 7 e 9 de maio, no Messe München, em Munique, Alemanha. O evento faz parte do hub de inovação The smarter E Europe, conglomerado de exposições dedicadas à indústria de energia na Europa. O foco da feira é conectar negócios solares, destacando tendências de mercado, inovações tecnológicas e modelos de negócios emergentes. A edição de 2025 contará com cerca de 1450 expositores. A expectativa é atrair mais de 110 mil visitantes. Os temas principais incluem tecnologias fotovoltaicas, usinas solares e sistemas térmicos solares, com oportunidades para networking, participação em conferências lideradas por especialistas e exposição de soluções. Mais informações no site oficial do evento: www.intersolar.de.

Infraestrutura de carregamento em CC com capacidade de megawatts

No futuro, estações de carregamento ao longo de rodovias, estacionamentos ou centros de logística terão de fornecer muito mais energia a intervalos de tempo mais curtos, e portanto não poderão mais ser simplesmente conectadas à rede de baixa tensão. No projeto MS-Tankstelle (algo como “Posto de abastecimento MT”), o Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar, o Fraunhofer ISE, da Alemanha, juntou-se às indústrias

A tecnologia de sistema de média tensão desenvolvida para estações de carregamento rápido promete cargas de pico de vários MW com baixo consumo de recursos e alta exibilidade

Sumida Components & Modules, Inneon Technologies e AEG Powersolutions para desenvolver um sistema de média tensão para estações de carregamento rápido que permitirão recargas com pico de vários megawatts. Apresentada na feira E-World, realizada neste fevereiro em Essen, Alemanha, a tecnologia usa semicondutores de carbeto de silício (SiC) e cientes e tensões mais altas, empregando menos material e, assim, baixando os custos das estações de carregamento rápido. “O sistema é muito e ciente e pode ser aplicado de forma exível a estações de diferentes portes e veículos de diferentes tipos”, a rmou o instituto em comunicado.

À medida que o número de veículos elétricos aumenta, também cresce

a necessidade de estações de carregamento rápido que atendam simultaneamente muitos veículos, da mesma forma que os atuais postos de combustíveis. Isto é particularmente relevante nas estradas, mas também em estacionamentos e garagens urbanas. A potência média de saída de um sistema de carregamento rápido é 150 kW para carros e 350 kW para ônibus, vans e caminhões pequenos. Como o carregamento elétrico é mais lento que o reabastecimento de combustível, no lugar das oito bombas típicas dos postos atuais serão necessários de 15 a 25 pontos de recarga em paralelo, consumindo juntos de 1,5 a 3,5 MW de energia. Isso signi ca que futuras estações de carregamento rápido não poderão mais ser alimentadas pelas redes de BT, e nem a distribuição de energia dentro do posto de carregamento ou estacionamento poderá ser em BT, por causa dos custos de cabos e das perdas de energia.

1,5 kVcc

175 kV 2 × 175 kV

N × 175 kV

Ponto de carregamento de veículos

Ponto de carregamento de veículos

Ponto de carregamento MCS

ções de carregamento com pontos de menor potência para carros e de maior potência para caminhões. Os requisitos de material para o sistema são signicativamente menores em comparação com outras soluções, a rma o Fraunhofer ISE.

Segundo Andreas Hensel, gerente do grupo de Eletrônica de Alta Potência e Tecnologia de Sistemas do Fraunhofer ISE, a topologia desenvolvida no projeto “encontra aplicações também para integração a usinas de energia híbridas renováveis e sistemas de armazenamento em baterias”.

A estação deve ser totalmente compatível com os padrões CCS1 e CCS2, amplamente estabelecidos na Europa para correntes de até 500 A e tensões até 1000 V, e um segundo módulo conversor está planejado para suportar o padrão Megawatt Charging System (MCS).

O sistema desenvolvido no projeto é alimentado por rede de 1500 Vcc, com reti cador central alimentado por rede de MT. Um conversor eletricamente isolado acopla a rede de distribuição de corrente contínua à bateria do veículo e controla o processo de carregamento rápido. Os conversores c.c./c.c., cada um com saída de 175 kW, são projetados para serem facilmente conectados em paralelo no sistema (veja gura). Essa abordagem modular torna possível construir esta-

Estações de ônibus urbanos como centrais elétricas

Ônibus elétricos a bateria são um dos instrumentos mais populares entre os adotados para combater as mudanças climáticas. Mas sua disseminação também apresenta desafios: as cidades podem implantar ônibus elétricos mais rapidamente do que as redes elétricas conseguem acompanhar o aumento da demanda. Para a professora de engenharia da Faculdade de Engenharia Price, da

Fraunhofer ISE
Fraunhofer ISE
Rede c.a. MT
Conceito do sistema

Universidade de Utah, EUA, Xiaoyue Cathy Liu, esse desafio é uma oportunidade — não apenas para resolver o problema imediato da estabilidade da rede, mas para repensar radicalmente como os sistemas de transporte de massa são integrados a outros sistemas da infraestrutura urbana. “Integrar geração de energia solar e armazenamento de energia a estações e garagens de ônibus introduz um novo modo de produção e gerenciamento de energia renovável, transformando uma instalação de transporte público em uma central de energia que produz mais eletricidade do que consome”, disse ela em um informativo da universidade.

A professora publicou um estudo no periódico “Nature Energy” que analisa o potencial dessa solução usando dados da frota de ônibus elétricos de Pequim. O estudo é uma colaboração internacional que inclui pesquisadores da Universidade Beihang da China, da Universidade de Tecnologia Chalmers da Suécia e do Instituto Fraunhofer de Pesquisa de Sistemas e Inovação (Fraunhofer ISI) da Alemanha.

Mais de 90% dos mais de 27 mil ônibus em serviço em Pequim (dados de 2022) são veículos de baixa ou nenhuma emissão. Os veículos movidos a bateria dessa frota recarregam por meio de uma rede de mais de 700 estações de ônibus espalhadas por cerca de 16,8 mil quilômetros quadrados. E, dadas as demandas de energia dos veículos, essas instalações se tornam uma carga pesada para a rede, aumentando o potencial de apagões localizados ou outras interrupções.

Usando técnicas avançadas de ciência de dados, Liu e seus colegas pesquisam se a energia solar gerada localmente seria suficiente para contrabalançar a demanda dos ônibus elétricos de Pequim. Além disso, também estudam os complicados fatores econômicos determinantes da viabilidade dessa abordagem.

“Mais do que atender à demanda, nossas simulações mostram que essas

Pesquisa & inovação

instalações podem se tornar produtoras de energia, estabilizando ainda mais a rede”, disse a professora. O estudo é baseado em um modelo de computador da rede de ônibus de Pequim, alimentado com mais de 200 milhões de registros de dados sobre temperatura do ar e irradiação solar em todos os locais de carregamento, ao longo de 2020. Combinado com a área de superfície do telhado de cada estação/garagem, os pesquisadores puderam prever a produção elétrica dos módulos solares que poderiam ser instalados nesses locais.

O estudo mostrou que a energia solar reduz a carga líquida de carregamento da rede em 23% durante os períodos de geração de eletricidade e corta a carga de pico líquida de carregamento em 8,6%. Com a integração de armazenamento de energia aos sistemas, essas reduções aumentam para 28% e 37,4%, respectivamente.

Mas apesar dos benefícios evidentes para a rede, adicionar armazenamento em baterias reduz os lucros de 64% para 31%, no caso de energia solar não subsidiada. “Descobrimos que o armazenamento de energia é o fator mais caro no modelo, então cronogramas de carregamento mais inteligentes e estratégicos precisariam ser implementados”, observa Liu. “Essa capacidade de resposta é crítica, pois esquemas de preços variáveis de energia têm um impacto muito grande na economia.”

Segundo o comunicado da universidade, os pesquisadores pretendem generalizar ainda mais o modelo, fornecendo um caminho para outros países estimarem o retorno sobre o investimento de transformar estações e garagens de ônibus, além de outros equipamentos de infraestrutura urbana, em centrais de energia.

Produtos

Módulo bifacial

A Helius Sunlink PV fornece o módulo bifacial Helius Hyperion 700 W, que possui tecnologia HJT (Heterojunction Technology). Segundo a empresa, o equipamento tem coeficiente de temperatura estável (- 0,24%/°C) e bifacialidade de até 95%, com baixa taxa de degradação e geração próxima a 88,27%, mesmo após 30 anos de uso. A empresa conta com produção automatizada e controle de qualidade através de monitoramento on-line, além de número serial cifrado e individual, com o objetivo de garantir a proteção contra falsificação e a qualidade dos módulos. Os equipamentos passam por testes de eletroluminescência e de Flash Test, a fim de assegurar que a potência do módulo está de acordo com a informação técnica do datasheet

www.he-solar.com

Microinversor

Traçador de curva I-V

compacto e resistente, adequado para instalações em ambientes exigentes, e tecnologia de controle de conversão de frequência, que melhora a eficiência energética e prolonga a vida útil do equipamento. Os drivers também contam com entrada para sensores de nível e são compatíveis com motores trifásicos CA, desde que respeitada a potência máxima de operação. É oferecida garantia de 18 meses.

www.soprano.com.br

Carregador veicular

O microinversor MIS, da GoodWe, conta com comunicação através de WiFi Mesh. Segundo a empresa, o equipamento amplia a área de abrangência do roteador WiFi, possibilitando que todos os microinversores instalados estejam sempre online. Possui 4 MPPTs individuais, permitindo o rastreamento de cada módulo fotovoltaico. Tem tensão CC máxima de 60 V, e o produto dispensa a necessidade de dataloggers, oferecendo comunicação mais eficiente e reduzindo custos, afirma a companhia. Conta com proteção IP67 e monitoramento em tempo real de cada painel. Indicado para ambientes residenciais e comerciais.

www.goodwe.com

A Fluke lançou recentemente no mercado brasileiro o traçador de curva I-V PVA-1500, equipamento da Solmetric. O modelo tem capacidade de atender módulos de alta eficiência que suporta até 30 A. É fornecido em duas versões: a T2 e a HE2, que é voltada para medições em módulos de alta eficiência. De acordo com a empresa, durante o comissionamento, o equipamento assegura que o sistema instalado esteja operando conforme esperado. Já na operação e manutenção, facilita a identificação de anomalias e defeitos nos módulos, documenta problemas para possíveis solicitações de garantia, além de auxiliar na avaliação da necessidade de limpeza dos módulos e na análise da degradação anual. Outro aspecto destacado pela empresa sobre o produto é a realização de uma varredura rápida, em 9 segundos, capaz de avaliar até 3,5 MW em menos de uma hora. Outras características: conectividade wireless, compatibilidade com a classificação de segurança CAT III 1500 V e capacidade de análise rápida de inconsistências em campo.

www.fluke.com

Driver bomba solar

A Soprano, por meio de sua unidade Energias Renováveis, oferece dois novos modelos de driver bomba solar, com potências de 5,5 kW e 11 kW, voltados a aplicações no agronegócio e no setor rural. De acordo com a empresa, os novos produtos têm o objetivo de otimizar a energia dos painéis solares, garantindo máxima eficiência no bombeamento de água em regiões com acesso limitado ou inexistente à rede elétrica. O equipamento pode operar com corrente alternada (CA), oferecendo flexibilidade para situações em que a energia solar não esteja disponível. A companhia destaca que o produto possui design

A SolaX Power trouxe ao Brasil um novo modelo de carregador veicular, o EV Inteligente G2. Um dos principais diferenciais desse produto é a integração direta com sistemas de energia renovável, solares ou eólicos. Possui conectividade com vários protocolos, balanceamento dinâmico de cargas, que ajusta automaticamente a distribuição de energia para otimizar o consumo e evitar sobrecargas na rede elétrica, controle e monitoramento inteligentes, compatíveis com o aplicativo SolaX, sendo possível o agendamento de horários de carregamento e monitoramento remoto do status do carregador. É equipado com proteções contra sobretensão, subtensão, sobrecarga, curto-circuito, fuga de corrente, aterramento inadequado, surtos e superaquecimento, além de design resistente com classificação IP65, o que garante proteção contra poeira e água, adequado para instalações internas e externas.

www.solaxpower.com

Descarbonização do setor elétrico - Um white paper, elaborado pela Thymos em parceria com a Abraceel, indica que a descarbonização completa do setor elétrico mundial vai demandar investimentos anuais de até US$ 2,2 trilhões. O montante é necessário para a modernização e digitalização dos sistemas elétricos para que se adaptem às novas tecnologias e formas de consumir energia. Segundo o estudo, além de uma transição energética para fontes renováveis, os países terão que ampliar a oferta de geração de energia para suportar o crescimento previsto do consumo. A demanda global por eletricidade, impulsionada pela expansão populacional e pela eletrificação de processos industriais e de transporte, deve aumentar mais de 150% até 2050. Dados do World Energy Outlook (IEA, 2023) mostram que as

emissões globais de CO2 do setor de energia, atualmente em 15 gigatoneladas, devem cair 45% até 2030 no cenário de emissões líquidas zero, sendo zeradas globalmente até 2045. O relatório aponta ainda que, até 2050, será preciso dobrar a extensão das redes de transmissão e distribuição no mundo, com mais de 80 milhões de quilômetros com a substituição ou implementação de nova infraestrutura. O estudo demonstra que os mercados de energia também deverão aumentar a flexibilidade dos seus sistemas para atender oscilações no consumo de energia no curto e médio prazo, além de lidar com a característica intermitente de algumas fontes renováveis. O levantamento mostra que os sistemas de armazenamento podem contribuir para a estabilidade do fornecimento de energia e que há outras tecnologias em estudo no mundo, como hidrogênio de baixo carbono e veículos elétricos, que podem dar suporte a uma

matriz energética mais sustentável. Porém, os avanços vão demandar esforços públicos e privados para que possam ser integradas, de fato, aos mercados de eletricidade e trazer benefícios à matriz global. https://thymosenergia.com.br

Preços de sistemas FVDados do Radar, indicador trimestral produzido pela Solfácil, mostram que o aumento nos preços de equipamentos fotovoltaicos não elevou os custos para os consumidores finais de energia solar no Brasil. Apesar da alta nos preços dos insumos, o custo da energia solar para residências ficou 3% mais barato no quarto trimestre de 2024, aponta o relatório. Ainda de acordo com o estudo, a redução foi motivada pela necessidade dos integradores de manterem-se competitivos em um mercado cada vez mais disputado, e, com o aumento dos preços dos equipamentos, muitas empresas se viram forçadas a reduzir seus preços para atrair clientes. Além disso, negociações prolongadas dificultaram o

repasse dos custos mais altos para os consumidores. A pesquisa indica que quase todos os estados do país registraram queda no preço da energia solar, com Paraná e Tocantins liderando o ranking, com uma redução de 7%, seguidos do Rio de Janeiro e Piauí, ambos com queda de 6%, enquanto São Paulo, Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul registraram quedas de 5%. O le-

vantamento mostra ainda que, entre as faixas de potência analisadas, apenas os projetos de até 4 kWp apresentaram uma desaceleração na queda dos preços, com retração de 2% em relação ao trimestre anterior. Para 2025, a pesquisa aponta que mudanças tributárias devem elevar significativamente o preço dos equipamentos, o que pode impactar os valores finais ao consumidor.

https://lp.solfacil.com.br/ radar-solfacil

Versatilidade e resiliência da energia solar

“ No dia 19 de março em Brasília serão discutidas as novas oportunidades de negócios e investimentos para o setor, tanto no âmbito nacional quanto no desenvolvimento regional”

Uma das principais características da energia solar e que a diferencia de muitas outras tecnologias é a aplicabilidade versátil e e ciente em quaisquer localidades, independente do clima, do relevo, da densidade demográ ca e urbana e do tamanho do local de instalação dos módulos fotovoltaicos.

Tal singularidade explica, em boa parte, a presença crescente da energia solar no território brasileiro, seja em grandes usinas centralizadas ou em pequenos e médios sistemas distribuídos. Os sistemas fotovoltaicos nos telhados e nos terrenos já fazem parte da paisagem urbana e rural em praticamente todos os municípios.

No Brasil, são mais de 4,7 milhões de unidades consumidoras atendidas atualmente pela tecnologia fotovoltaica na geração distribuída, com mais de 3,2 milhões de sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.563 municípios e em todos os estados brasileiros. Na geração centralizada, as usinas solares de grande porte operam em todos os estados brasileiros.

O Centro-Oeste brasileiro é um bom exemplo dessa expansão da fonte solar. Conhecida historicamente pelo

do País, Brasília. Na ocasião, serão discutidas as novas oportunidades de negócios e investimentos para o setor, tanto no âmbito nacional quanto no desenvolvimento regional.

agronegócio, a região tem se consolidado também como um importante polo de desenvolvimento e uso da tecnologia fotovoltaica.

Segundo dados da Absolar, a região possui aproximadamente 6 gigawatts de potência instalada operacional da fonte solar, tanto das grandes usinas quantos dos sistemas em telhados e pequenos terrenos. O avanço da tecnologia fotovoltaica representa geração de novos empregos verdes e renda, atração de investimentos e colaboração no combate às mudanças climáticas pela redução das emissões de gases de efeito estufa.

A fonte solar fortalece a sustentabilidade da região, reforça o protagonismo internacional do Brasil, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros, sendo uma alavanca para o desenvolvimento do País. Também alivia a pressão sobre recursos hídricos e economiza água nos reservatórios.

Tradicionalmente, a Absolar reúne autoridades públicas, empreendedores, consumidores e especialistas para uma série de debates sobre avanços e as perspectivas da energia solar na região Centro-Oeste e no País.

A próxima edição está marcada para o dia 19 de março na capital

Apesar do relevante crescimento ao longo da última década, o setor solar tem enfrentado grandes desa os que prejudicam a aceleração da transição energética sustentável no País. Entre os principais gargalos, estão o aumento do imposto de importação sobre módulos fotovoltaicos, os cortes de geração renovável sem o devido ressarcimento aos empreendedores prejudicados e os obstáculos de conexão de pequenos sistemas de geração própria solar. E a Absolar mantém-se rme e atuante no trabalho de resolução desses e outros desa os junto aos órgãos competentes.

Portanto, empreendedores e prossionais, tanto do Centro-Oeste quanto das demais regiões, seguirão com a mesma resiliência e adaptação diante dos desa os para manter o crescimento robusto da energia solar e torná-la cada vez mais acessível aos brasileiros.

* Camila Ramos é CEO da CELA e Vice-Presidente de Investimentos e Hidrogênio Verde da Absolar; Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.

Camila Ramos, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk*

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