O Brasil pode produzir módulos com 40% a 80% menos emissão de CO2 do que os fabricantes asiáticos, mas as cinco fábricas brasileiras exibem capacidade somada de apenas 1,6 GW, e com a maior parte ociosa. A demanda é alta, os produtos importados vêm com preço baixo e a qualidade nem sempre é adequada. Mas o fim de ex-tarifários e os programas do governo trazem alento e há pelo menos um plano de exportação para os EUA.
Dispositivos de proteção contra surtos
O dispositivo de proteção contra surtos tem a função de proteger os equipamentos e componentes do sistema fotovoltaico contra surtos de tensão, causados por descargas atmosféricas ou distúrbios elétricos. O guia lista fornecedores com as especificações técnicas dos DPS oferecidos: normas atendidas, corrente de impulso, nível de proteção e outras.
Fatores que podem transformar estruturas metálicas em perigosas armadilhas
Os fatores críticos que podem comprometer a segurança de estruturas metálicas em instalações de painéis solares são discutidos no artigo, que examina como falhas em cálculos estruturais, métodos de instalação inadequados e deficiências na manutenção e inspeção podem transformar essas estruturas em riscos.
Viabilidade da instalação de sistema de proteção contra raios em usina de GD
O artigo analisa a viabilidade econômica da instalação de sistema de proteção contra descargas atmosféricas em uma usina fotovoltaica típica da geração distribuída, frente aos potenciais prejuízos financeiros devido às descargas atmosféricas. Os resultados indicam a importância de investir na proteção para minimizar perdas econômicas.
Estruturas
fotovoltaicas utuantes
As estruturas fotovoltaicas flutuantes estão ganhando cada vez mais relevância em função do aproveitamento de superfícies de lagos e represas, e da maior eficiência energética devido ao resfriamento natural dos módulos pela água. O guia lista fornecedores e as características das soluções oferecidas.
Redução de assimetria na recarga de veículos elétricos
Com o método aqui descrito, a potência de cada condutor de fase é controlada independentemente durante a recarga. Assim se reduz o desequilíbrio do sistema trifásico, a sobrecarga de componentes e seu envelhecimento acelerado.
Veículos elétricos
Projeto & Instalação Solar FV em foco
E st ru t u ra s m etá l i c a s, c a d e i a
p ro d u t i va e p ro t e ç ão c o n t ra ra i o s
Mauro Sérgio Crestani, Editor
Arápida expansão da energia solar fotovoltaica no País às vezes faz sofrer a qualidade, com serviços descuidados, principalmente nas fases de instalação e manutenção, embora a de projetos também tenha suas mazelas. Uma boa parcela de falhas de sistemas FV é decorrente de falhas humanas, sendo os mais comentados os erros de instalação elétrica: trabalho descuidado, crimpagens malfeitas, uso de componentes inadequados à função, etc. Mas muitos sinistros que levam a prejuízos e lucros cessantes estão relacionados com as estruturas metálicas que sustentam os módulos, como nos mostra nesta edição a engenheira Ana Carolina Cunha Quélhas. Seu artigo aponta em detalhes os fatores que podem transformar essas estruturas em armadilhas perigosas, como cálculo estrutural inadequado, erros de execução, problemas de fundação e outros. É um trabalho de grande importância e para o qual a especialista já está preparando continuações, a serem publicadas em edições próximas de FotoVolt, sobre as responsabilidades dos diversos elos da cadeia, além de um roteiro para instalação de módulos solares em estruturas.
Um tema sempre presente nos fóruns sobre energia solar fotovoltaica é o desenvolvimento da cadeia de suprimentos local do setor. A reportagem de Marcelo Furtado que publicamos nesta edição traz elementos para uma análise desapaixonada da questão, mostrando que o ideal de erigir uma estrutura nacional para abastecer a indústria de energia fotovoltaica esbarra nas necessidades de preço e prazo exigidas por um mercado em forte expansão.
Essa é uma questão discutida no mundo todo. O excesso de oferta continuará pressionando os preços nos próximos anos, enfraquecendo a defesa da produção local. A solução, se houver, não virá sem interveniência de governos. Os americanos, com seu Inflation Reduction Act de 2022, adotaram política de subsídios que restringe importações da China (e pode beneficiar fábricas brasileiras, como consta da citada reportagem). E a Europa também vem lidando com a difícil tarefa de repatriar a produção que um dia teve, mas que voou em direção ao Oriente. No Brasil, medidas como a extinção de ex-tarifários de módulos e outros produtos, e programas de compras governamentais do Minha Casa Minha Vida e para projetos do PAC pretendem ampliar a participação de fabricantes nacionais.
Uma questão algo polêmica entre os meios técnicos tem sido sobre a necessidade, ou melhor, sobre a eficiência econômica de se instalar proteção contra descargas atmosféricas em usinas fotovoltaicas. Pelo menos para as usinas de geração distribuída de solo, um estudo publicado nesta edição, de autoria de profissionais das empresas Termotécnica e Empower, traz uma análise de custos de implantação de sistemas de proteção vis-à-vis os custos dos potenciais prejuízos causados por raios incidindo sobre a instalação, para demonstrar a viabilidade econômica e, mais que isso, a necessidade técnica da proteção.
Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam )
REDAÇÃO
Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis
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Diretor Administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr.
PROJETO VISUAL GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Helio Bettega Netto
DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO: Vanessa Cristina da Silva e Talita Silva
CIRCULAÇÃO: Clayton Santos Delfino
Tel.: (11) 3824-5300; csd@arandaeditora.com.br
SERVIÇOS
Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A.
Distribuição: ACF Ribeiro de Lima
TIRAGEM: 10.000 exemplares
FotoVolt é uma edição especial da Revista Eletricidade Moderna, publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. Tel.: +55 (11) 3824-5300; Fax: +55 (11) 3666-9585 em@arandaeditora.com.br – www.arandaeditora.com.br
ISSN 2447-1615
Capacidade nacional aumenta em 7,8 GW com solar e eólica
Amatriz elétrica brasileira já cresceu 7,8 GW de potência instalada entre janeiro e setembro de 2024, apontam dados de acompanhamento da Aneel. A marca foi atingida com o acréscimo de mais 711,33 MW em capacidade em setembro. Com a nova adição, o Brasil atinge a capacidade total de 205,7 GW de potência instalada, sendo 84,74% de fontes renováveis.
Consulta pública sobre
leilão para baterias está terminando
EDurante os nove primeiros meses do ano, ainda segundo a agência, entraram em operação 219 usinas, sendo aproximadamente 90% delas parques eólicos e solares fotovoltaicos. A expansão em setembro se deve ao início da operação comercial de 24 usinas, sendo 11 usinas solares fotovoltaicas (491,83 MW), 10 eólicas (117,20 MW) e três usinas termelétricas (102,30 MW).
As 219 usinas que entraram em operação em 2024 estão instaladas em 15 estados. Os destaques são a Bahia (1973,60 MW), Minas Gerais (1797,17 MW) e o Rio Grande do Norte (1746,35 MW). Em setembro, a ampliação mais significativa foi verificada em Minas Gerais, com 10 novas usinas e uma ampliação na oferta de 451,23 MW. A Bahia ficou em segundo lugar, com oito usinas e 70,80 MW adicionados à matriz elétrica.
m 28 de outubro, encerra-se a consulta pública 176/2024, aberta pelo MME - Ministério de Minas e Energia para discutir minuta de portaria com as diretrizes para o primeiro leilão de reserva de capacidade na forma de potência específico para a contratação de sistemas de armazenamento com baterias (LRCAP Armazenamento), cuja realização está proposta para junho de 2025. Na justificativa, o MME explica que a decisão pela proposta de criação de leilão para os sistemas tem a ver com o grande número de contribuições que pediram a inclusão das baterias no LRCAP 2024, dentro da consulta pública 160/2024, finalizada no fim de março, cuja minuta limita o escopo do leilão (que talvez ainda ocorra neste ano) a usinas térmicas a gás e hidrelétricas. Foram 124 contribuições, 16% do total, que pediram a participação das baterias no certame.
ciou na decisão um seminário realizado pelo MME em maio deste ano, que debateu a possibilidade de inserção dos sistemas no SIN. Como resultado das discussões, a conclusão principal foi a de que a capacidade de resposta instantânea e flexibilidade operativa e locacional dos sistemas de bateria poderiam atender diversas aplicações no setor elétrico brasileiro, incluindo o atendimento à ponta e complemento à contribuição de fontes como as termoelétricas.
Pela minuta, o compromisso de entrega da disponibilidade de potência máxima será igual a quatro horas diárias, conforme definição do ONS durante etapa de programação diária ou operação em tempo real, ficando garantido o tempo de recarga do empreendimento. Além disso, por conveniência operativa, o operador poderá despachar o recurso por mais de quatro horas diárias com potência em valores inferiores à disponibilidade máxima.
Baterias poderiam atender diversas aplicações no setor elétrico, incluindo atendimento à ponta (na foto, sistema de armazenamento de 30 MW/60 MWh da ISA CTEEP operando em Registro, SP) Divulgação
Além de o próprio ministro do MME, Alexandre Silveira, ter declarado várias vezes a intenção de criar o leilão para baterias, também influen-
Ainda consta na proposta que o ONS despachará o empreendimento sempre que necessário. A responsabilidade pela recarga das tecnologias de armazenamento será do empreendedor, sendo que o sistema de armazenamento precisará ser capaz de suportar no mínimo um ciclo completo por dia, ou 365 ciclos completos por ano. Além disso, o despacho do sistema de armazenamento na programação diária ou na operação em tempo real do ONS deverá ser atendido integralmente. No caso de inviabilidade de descarregamento, total ou parcial, do sistema de armazenamento, por restrições energéticas ou elétricas, não haverá compensação financeira por constrained-off.
A portaria contendo a minuta está em: https://www.in.gov.br/en/web/ dou/-/portaria-gm/mme-n-812-de26-de-setembro-de-2024-586969487
Apenas em setembro, 11 usinas solares acrescentaram 491,83 MW
Arquivo
Micropower
inaugura microrrede
com solar e armazenamento para agronegócio
AMicropower anunciou em outubro a inauguração da “maior microrrede de geração e armazenamento de energia solar para o agronegócio do Brasil”, na Fazenda Santa Paula, localizada no município de Barreiras, extremo Oeste da Bahia, isolada da rede da concessionária. Com 1,75 MWp de potência solar para o sistema de irrigação e 1184 MWh de armazenamento de energia, a planta tem o objetivo de suprir até 50% da demanda energética da fazenda, garantindo uma fonte mais econômica e segura para alimentar simultaneamente o equivalente a oito pivôs de irrigação, fornecidos pela Bauer do Brasil, parceira da Micropower em soluções para irrigação em fazendas remotas. O projeto foi viabilizado pela Irriga Cerrado, revenda da fabricante de pivôs e produtos para irrigação agrícola.
em termos de energia e eficiência e, com isso, tem potencial para triplicar a capacidade produtiva, disse a Micropower em comunicado.
Para garantir a otimização do despacho de potência e a estabilidade da operação energética, a integração entre a usina fotovoltaica (que ocupa área de 23 mil m2), a central de geração hidrelétrica e as baterias é feita com o software da Micropower EMS Smart Agro (EMS de energy management system). Segundo Sergio Jacobsen, CEO da Micropower, o software define a cada momento de qual fonte virá a energia. O sistema híbrido também eliminará o consumo de diesel como fonte de energia, evitando a emissão de mais de 970 toneladas de CO2 anuais na atmosfera.
Seguindo a Micropower e a Bauer, a solução possibilita às fazendas operarem em locais com acesso limitado à rede elétrica e, com energia armazenada em baterias, também garantir operação contínua, trazendo produtividade a partir de uma irrigação ininterrupta.
Newave anuncia construção da UFV Barro Alto, em Goiás
AA fazenda possui 50 km de rede elétrica própria espalhados por cerca de 12 mil hectares, e está localizada em uma região onde é necessário que enormes pivôs busquem água a uma grande profundidade no subsolo, com alto gasto energético. Antes da microrrede, essa demanda era atendida por uma pequena central hidrelétrica (PCH) construída na fazenda, limitando a instalação de pivôs e bombas. Agora, o sistema alia geração solar à PCH para se tornar autossustentável
Newave Energia, joint venture criada há um ano e meio entre a siderúrgica Gerdau e a gestora de investimentos Newave Capital, anunciou que vai iniciar a construção da usina solar fotovoltaica Barro Alto, na cidade de mesmo nome em Goiás, que terá capacidade instalada de 452 MWp. Do investimento total previsto de R$ 1,3 bilhão, parte será de capital próprio e a outra proveniente de financiamento da SudecoSuperintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste, por
meio de operação do Banco do Brasil. O planejamento é que a usina entre em operação comercial no início de 2026. O volume de energia a ser gerado pela UFV Barro Alto corresponde a aproximadamente 111 MWm, que em equivalência energética, segundo comunicado da empresa, pode suprir o consumo de uma cidade com cerca de 365 mil habitantes. “Será a maior [usina fotovoltaica] do estado de Goiás, representará um aumento de 22% da capacidade de geração de energia solar no estado, colocando a energia fotovoltaica como a segunda fonte de produção de energia de Goiás”, diz a nota. O empreendimento contará com 731 mil módulos solares fotovoltaicos, que serão instalados em área de aproximados 800 hectares. O anúncio da Newave ocorre em momento em que a empresa está prestes a energizar completamente sua usina solar na cidade de Arinos, MG, com potência de 420 MWp (foto).
Com expectativa de geração de 1500 empregos diretos durante a fase de construção, segundo o CEO da Newave Energia, Edgard Corrochano, o capital empregado no projeto é 100% brasileiro. “Captamos mais de R$ 900 milhões no FIP com mais de 15 mil investidores”, disse. Mesmo que a maior parte da geração seja voltada para as unidades consumidoras da Gerdau, a usina também comercializará parcela da energia gerada no mercado livre de energia.
1184 MWh de armazenamento de energia se aliam a 1,75 MWp de potência solar fotovoltaica para irrigação
Usina terá potência instalada de 452 MWp e deve entrar em operação no início de 2026 (na foto, a usina de Arinos, 420 MWp)
Micropower/divulgação
EDP multiplica abelhas nativas em usina solar de Roseira, SP
AEDP começou a produzir abelhas nativas da espécie Mandaçaia em sua usina solar fotovoltaica de Roseira, no interior de São Paulo, de 75 kW, dando início a um projeto batizado de BeeVolt. A criação das abelhas nativas acontece por meio da instalação de um meliponário, conjunto de caixas retangulares de madeira que abriga as abelhas e que funciona como um santuário para espécies nativas.
O projeto segue o conceito agrivoltaico, que une a agricultura com a geração de energia solar. Segundo a EDP, a meta é melhorar a biodiversidade da região, visto que as abelhas nativas, ameaçadas de extinção, são agentes polinizadores responsáveis pela reprodução de cerca de 80% das plantas.
no, promovendo a biodiversidade local. Além disso, o projeto gera benefícios sociais ao envolver e capacitar comunidades locais, criando oportunidades de renda e maior conscientização ambiental”, disse o fundador da Bee2Be, Vitor Costa.
Em 2025, quando a multiplicação dos enxames já estiver mais avançada, estão previstas ações por meio de parceria com uma instituição social da região, como a doação de meliponários e a capacitação da comunidade. A partir dos meliponários será possível gerar renda com a multiplicação e venda de enxames das abelhas nativas e com a produção de mel e própolis, entre outros produtos derivados.
A usina solar de Roseira é também a primeira chamada usina solar social da EDP. Inaugurada em fevereiro, a miniusina de geração distribuída tem gerado créditos de energia para serem
Projeto agrivoltaico usa meliponário para produzir abelhas ameaçadas que polinizam 90% das plantas e mira também gerar renda para comunidades locais
O projeto já conta com 20 enxames e deve se expandir nos próximos meses, segundo comunicado da EDP, chegando a um total de 100 enxames. A iniciativa é realizada em parceria com a Bee2Be, startup que se dedica a integrar a proteção das abelhas a estratégias de sustentabilidade empresarial.
“Esses polinizadores garantem a regeneração de plantas nativas e ajudam a restabelecer o equilíbrio dos ecossistemas. É por isso que o projeto com a EDP é tão importante: ao instalar meliponários nas usinas solares, cria-se um impacto positivo no entor-
compensados por 160 famílias residentes na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (SP). O projeto é realizado em parceria com a ONG Gerando Falcões e contou com investimento de mais de R$ 500 mil da EDP.
Fernando de Noronha tem mais uma usina solar para eletromobilidade
Adistribuidora Neoenergia concluiu a instalação de uma segunda usina solar fotovoltaica para ser utilizada no
projeto Trilha Verde, de mobilidade elétrica, implementado no arquipélago de Fernando de Noronha. Em parceria com o Lab Noronha, as duas usinas juntas têm potência instalada de 100 kWp.
Com a segunda planta solar, o projeto permitiu a ampliação de uso de mais 14 veículos elétricos em Fernando de Noronha. Como a potência instalada dos projetos atende a mais de três vezes a demanda necessária para o carregamento das baterias dos carros, o excedente será injetado na rede de distribuição.
Para permitir o uso da energia das usinas nos momentos em que não houver geração solar suficiente, o projeto contempla também um sistema de armazenamento de energia com capacidade de 100 kW/215 kWh. Com isso, as baterias serão as responsáveis pelo abastecimento dos veículos no período noturno.
Até o fim de 2024, os veículos elétricos e os recursos energéticos utilizados no projeto serão analisados por especialistas da distribuidora. Para esta análise, os carros foram incorporados às principais atividades econômicas da ilha, como negócios turísticos, administração distrital e à própria operação da Neoenergia. As informações coletadas serão submetidas a avaliações de viabilidade dos modelos de negócios e, posteriormente, confeccionado um mapa orientativo para futuras ações relacionadas à mobilidade elétrica em Fernando de Noronha.
Dez ecopostos já foram instalados e mais dois estão sendo concluídos na
ilha e disponibilizados para todos os carros elétricos do arquipélago. São oito pontos de recarga com potência de 22 kW, que possibilitam recarga mais rápida, e outros dois com potência de 7,4 kW. As duas últimas unidades têm suporte para V2G (vehicle-to-grid), com fluxo bidirecional, ou seja, o veículo pode utilizar a estação para recarga ou para devolver a energia não utilizada, como em eventuais períodos de alta demanda da rede.
As ações de sustentabilidade integram o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Neoenergia, regulado pela Aneel, com a parceria do governo de Pernambuco, Renault, WEG, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), IATI, do CPqD, eiON e Incharge.
BNDES financia expansão do maior complexo solar da AL
OBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social anunciou no início de outubro ter aprovado finan-
ciamento de R$ 600 milhões para o Complexo Solar Irapuru, que possui sete parques com capacidade de 422 MWp. O projeto vai complementar o já existente Complexo Solar Janaúba, localizado em Janaúba, Minas Gerais, elevando sua capacidade instalada para 1,6 GWp.
O financiamento, a ser celebrado com a Irapuru Holding S.A., controladora das sete SPEs, corresponde a aproximadamente 50% do total do investimento. R$ 400 milhões virão do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) e R$ 200 milhões do Finem - Fundo de Financiamento de Empreendimentos.
Com previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2025, Irapuru contará com 750 mil módulos solares bifaciais instalados em 800 hectares. O projeto contempla também a implantação de um transformador no sistema de transmissão de uso restrito e compartilhado do Complexo Solar Janaúba. O empreendimento está com aproximadamente 70% de avanço físico, envolvendo 1000 empregos diretos e 4000 indiretos.
O Complexo Solar Janaúba (foto) também foi financiado pelo BNDES com cerca de R$ 1,5 bilhão. Segundo comunicado do banco, seu presidente, Aloizio Mercadante, disse que “o Complexo Solar de Irapuru deve gerar R$ 5 milhões de incremento de renda na região e sua implantação reafirma o papel do BNDES como líder no financiamento de energias renováveis”.
Desde as usinas do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa), passando pelos leilões do mercado regulado e mais recentemente a expansão do mercado livre, o BNDES se tornou o líder global no financiamento de energias renováveis, afirma a nota do banco. “De acordo com a BloombergNEF, o BNDES ocupa a primeira
UFV vai atender projeto de mobilidade elétrica mas gerará excedentes, injetados na rede
O Complexo de Janaúba, com seus 1,2 GWp atuais, teve R$ 1.5 bilhão nanciados pelo BNDES Elera Renováveis
posição entre os financiadores de energia limpa nos últimos 20 anos (2004 a 2023), com US$ 36,4 bilhões.”
BNEF:
Brasil precisa de
US$ 500 bi em renováveis para net zero
em 2050
Para seguir o caminho do net zero, de emissões líquidas zero até 2050, segundo métrica da consultoria BloombergNEF, o Brasil precisaria investir mais de US$ 1,3 trilhão em seu fornecimento de energia de baixo carbono entre 2024 e 2050, incluindo US$ 500 bilhões em energias renováveis. O cálculo faz parte do relatório Brazil Transition Factbook, primeiro do tipo, lançado pela BNEF em outubro.
Cenário de transição econômica
5 GW de projetos eólicos onshore em 2023 e 16 GW de capacidade solar em operação no mesmo ano. Além disso, o País é um dos principais destinos globais para investimentos em energia renovável, com quase US$ 35 bilhões em 2023. Isso o coloca na sexta colocação global, sendo o primeiro entre os mercados emergentes fora da China.
$0,6
Cenário net zero
*
Armazenamento de energia
Renováveis
Redes elétricas
*captura e armazenamento de carbono
Investimentos em energia de baixo carbono no Brasil, 2024-2050 (em US$ de 2023)
Os investimentos corresponderiam, também segundo a consultoria, a seguir uma trajetória que resultaria na redução de 14% das emissões relacionadas à geração de energia do Brasil até 2030, em relação aos níveis de 2023, e de 70% até 2040. Dessa forma, aponta o relatório, as ações estariam alinhadas com o cenário de emissões líquidas zero da BloombergNEF, índice da consultoria que traça o caminho que países precisam seguir até 2050, mantendo o aquecimento global abaixo de 2°C.
Apesar do muito a se fazer, a consultoria ressalta que o País é o terceiro maior mercado eólico e solar do mundo, tendo comissionado recorde de
O volume de investimentos demandado para os próximos anos, na análise, representa oportunidade para o setor privado, incluindo nesse pacote a energia para a eletrificação de setores de uso final, como transporte, edifícios e indústria. A eletrificação teria papel central na descarbonização do País, com representação de 53% das emissões evitadas até 2050, em comparação com um cenário sem transição. Também outro ponto favorável apontado pelo relatório é o fato de o Brasil ocupar o terceiro lugar globalmente em reservas de metais de transição, com mais de 15% das reservas globais para cinco minerais estratégicos importantes (grafite, minério de ferro, terras raras, níquel e manganês). Além disso, a BNEF ressalta o mercado potencial do Brasil para a produção de hidrogênio verde, de biomassa para produção de aço verde e de biocombustíveis, que seriam essenciais para o curto prazo da transição energética.
MME diz que Luz Para Todos já atendeu 3,7 milhões de famílias
Em vigor desde 2003, o programa federal de universalização de energia Luz Para Todos atingiu recentemente a marca de 3,7 milhões de famílias e 17,5 milhões de pessoas beneficiadas em todo o País. No período de 2020 a 2024 foram atendidas 44 835 famílias, com aproximadamente 179 mil pessoas, principalmente em regiões mais remotas da Amazônia, que na maior
parte receberam sistemas solares com baterias.
Segundo informações do MMEMinistério de Minas e Energia, 330 mil famílias, cerca de 1,3 milhão de pessoas, que ainda vivem sem energia elétrica em áreas remotas do País continuam a ser foco do programa. De acordo com o secretário de energia elétrica do MME, Gentil Nogueira de Sá Junior, o ministério está em diálogo com organizações governamentais e não-governamentais para identificar as comunidades que necessitam do programa.
Ainda como parte das ações para estender a ação do Luz Para Todos, o MME se reuniu com o Ministério da Saúde para levar energia elétrica ao projeto Surucucu, no território indígena Yanomami, em Roraima. A medida deve beneficiar aproximadamente 10 mil indígenas de 60 comunidades. O sistema de fornecimento será baseado em módulos solares fotovoltaicos e vai suprir de energia um centro de saúde, que faz parte de um acordo de cooperação entre o Ministério da Saúde, a Central Única das Favelas (CUFA) e a ONG alemã Target Reudiger Nehberg, com investimento de R$ 23 milhões.
SolaX Power e Sou Energy vão vender armazenamento no Nordeste
Achinesa SolaX Power, especializada em sistemas de baterias para uso em energia solar, e a Sou Energy, fabricante de geradores fotovoltaicos, de
Programa ainda precisa atender 330 mil famílias em áreas remotas, principalmente com energia solar e baterias
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fortaleza, CE, fecharam parceria para atuar no mercado de armazenamento de energia. A ideia é ofertar a solução no Norte e Nordeste, onde a Sou Energy tem forte presença.
Para o diretor comercial e de marketing da Sou Energy, Mario Viana, a parceria com a SolaX visa atender a maior demanda por baterias que deve vir com a cobrança do uso da rede do fio B para GD solar, que será gradualmente aumentada até ser integral em 2029. ”Uma vez que você pode gerar sua própria energia e armazená-la dentro de casa ao mesmo custo que a produziu e depois utilizá-la, deixa de fazer sentido gerar essa energia e jogá-la na rede elétrica. Acreditamos que, quanto maior o custo da rede, maior será a oportunidade para o uso de baterias”, disse Viana.
Já para o diretor-executivo da SolaX Power no Brasil, Gilberto Camargos, o potencial de produção de energia solar do Nordeste permite que o excedente da energia seja armazenado para ser consumido em momentos como apagões ou interrupções no fornecimento pela concessionária. “Assim o consumidor não sofrerá os impactos da falta de fornecimento, terá sua independência energética e um estilo de vida mais sustentável”, afirma.
Em Botucatu, SP, Hospital das Clínicas tem usina de 1188 kWp no telhado
Em projeto de eficiência energética PEE Aneel da CPFL Paulista, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu –Unesp passou a contar com usina solar fotovoltaica de 1188 kWp de potência instalada em seu telhado. Segundo comunicado da CPFL, trata-se da maior do gênero do Brasil implantada em hospital.
A usina faz parte de projeto de eficiência energética de R$ 10 milhões que envolve outras ações de melhorias na instituição. A CPFL Paulista ainda substituiu 13 refrigeradores por equipamentos de tecnologia mais avançada e modernizou dois chillers, equipamentos também da infraestrutura de refrigeração. Além disso, houve troca de 2 mil lâmpadas antigas por luminárias LED, 80% mais econômicas.
O telhado solar deve promover economia de 2781,70 MWh por ano, quantidade suficiente para atender mensalmente cerca de 1160 residências do município. “A economia prevista irá evitar que mais de 886 toneladas de CO2 por ano sejam emitidos na atmosfera. O valor é equivalente ao plantio de 6200 novas árvores por ano”, disse o gerente de eficiência energética da CPFL Energia, Walter Barbosa Júnior.
O projeto faz parte do programa CPFL nos Hospitais. Na primeira fase do programa, foram investidos R$ 155 milhões para beneficiar 325 hospitais. Até 2025, serão mais R$ 140 milhões para apoiar, pelo menos, mais 175 instituições de saúde localizadas nas áreas de concessão das quatro distribuidoras do grupo (CPFL Paulista, CPFL Piratininga, CPFL Santa Cruz e RGE).
Parte de PEE Aneel de R$ 10 milhões da CPFL Paulista, usina FV é a maior do Brasil em telhado de hospitais
Energia solar com baterias viabiliza miniusinas de óleos amazônicos
U m sistema com energia solar e baterias vai viabilizar o funcionamento de duas miniusinas de beneficiamento
CPFL
Paulista
para a produção de óleos de andiroba, murumuru, buriti e açaí em comunidade de área remota da Amazônia. A iniciativa faz parte do projeto Sempre Luz, realizado entre a FAS - Fundação Amazônia Sustentável e a UCB Power, especializada em sistemas de armazenamento de energia.
A instalação com 80 módulos solares e 32 baterias de lítio, já em operação, atende 530 famílias da comunidade Bauana, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari, no município de Carauari, a 787 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas. O propósito, além da geração de energia ininterrupta para a comunidade, é estimular a economia da região com a produção dos óleos amazônicos. As miniusinas também vão ser instaladas pelo projeto.
Além de Bauana, o sistema beneficiará ainda outras dez comunidades, entre a reserva do Uacari e a reserva extrativista (Resex) Médio Juruá. São as comunidades Santo Antônio, Vila Ramalho, São Raimundo, Bom Jesus, Imperatriz, Roque, Nova Esperança, Novo Horizonte, Pupuaí e Gumo do Facão.
Em 2021, o projeto Sempre Luz já havia instalado sistema similar na comunidade ribeirinha Santa Helena do Inglês, da reserva Rio Negro, no município de Iranduba, a 64 quilômetros de Manaus, atendendo 130 pessoas. O local sofria com interrupções de energia e, após o projeto, passou a ter o fornecimento de eletricidade 24 horas.
Instalação foi implantada em comunidade a 787 km de Manaus, por projeto da FAS e da UCB Brasil
Bruna Martins/FAS
“Para a minha comunidade principalmente, que reside dentro da unidade de conservação, a instalação de uma usina de beneficiamento de óleos vegetais pode representar não apenas uma fonte de renda adicional, mas também uma oportunidade de promover a sustentabilidade socioeconômica e ambiental”, disse o extrativista Caio Gondim do Carmo, de Bauana.
Usina de 3,5 MWp no RS utiliza tokens para se financiar
O grupo HCC Energia Solar vai instalar em Canguçu, no Rio Grande do Sul, uma usina solar fotovoltaica que foi financiada em parte com recursos provenientes da comercialização de tokens, ativos que dão direito aos investidores de participação sobre o lucro da usina. A operação foi feita pela Liqi, empresa especializada em infraestrutura blockchain
A UFV de GD compartilhada, voltada para planos de assinatura de energia, ocupará 5 hectares de um sítio e vai ter 3,5 MWp de capacidade. Do investimento total de R$ 13 milhões, R$ 10 milhões são da HCC e o restante foi captado na comercialização por meio da plataforma da Liqi.
Telhado solar grid zero inaugurado em loja da Havan em Palmas
Arede de lojas de departamentos
Havan inaugurou uma usina solar fotovoltaica em Palmas, no estado do Tocantins. Instalada em área de 2811,8 m2 do telhado da loja da cidade, o sistema tem potência de 598,4 kWp, conta com 1088 módulos fotovoltaicos e capacidade aproximada de geração de 865 977 kWh por ano.
O investimento é na modalidade de grid zero, ou seja, apesar de conectada à rede de distribuição, a usina não injeta energia, consumindo o gerado na própria loja. O projeto foi desenvolvido pela empresa Ipper, de Palmas, enquanto os equipamentos foram fornecidos pela catarinense WEG.
Segundo comunicado da Havan, todas as suas lojas no País consomem energia renovável por meio de contratos no mercado livre. A empresa conta também com pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), por meio de sociedades de autoprodução e cuja energia gerada é utilizada em mais de 50 megalojas da rede.
carga sobre a infraestrutura de energia local, “o que traz um alívio em tempos de baixa nos reservatórios de água e reduzindo a dependência de usinas térmicas”, completou.
Notas
Solares flutuantes – A Cogerh – Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará está estudando formas de aproveitar o potencial de geração solar fotovoltaica flutuante em seus reservatórios no estado. Os conjuntos de manobra de duas estações elevatórias, em Pacatuba, já estão preparados para receber investimento na autoprodução, que podem tanto ser para consumo da própria companhia quanto para comercialização no mercado livre de energia. Mas o objetivo principal é reduzir o custo de energia elétrica, que é o segundo maior da Cogerh.
A usina vai utilizar 5,9 mil módulos solares bifaciais com tecnologia Topcon N-Type, de 585 W de potência, da chinesa DAH Solar, conectados com dez inversores de 250 kW da Chint. Segundo informa a empresa, o módulo bifacial de vidro duplo garante menos índice de degradação e otimiza a produção de energia.
“Com a implantação desse sistema fotovoltaico, damos mais um passo no caminho de soluções energéticas mais eficientes para nossas operações”, disse o empresário Luciano Hang, dono da Havan. Segundo ele, a implantação da usina em Palmas trouxe, entre seus principais benefícios, a redução da
Por ser de renda fixa, o investimento em carteira de tokens não tem taxa de intermediação e é livre de imposto de renda. A taxa de rendimento da carteira prometida pelo HCC é de cerca de 1,4% ao mês. Com obras iniciadas em março de 2024, a usina de Canguçu deve entrar em operação até o final deste ano.
G20 apoia renováveis – O grupo de trabalho de transições energéticas do G20 (ETWG, na sigla em inglês) aprovou no dia 4 de outubro, durante o encontro da entidade que representa as 20 maiores economias do mundo, em Foz do Iguaçu, PR, declaração conjunta que prevê o apoio à implementação de esforços para triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a taxa média global anual de melhorias na eficiência energética. O ETWG é presidido pelo ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira. Para triplicar a capacidade de renováveis, o grupo destacou a necessidade de adotar abordagens para aumentar a flexibilidade e a estabilidade do sistema, de acordo com as circunstâncias nacionais, incluindo gerenciamento de demanda, retrofit de flexibilidade e expansão e modernização da infraestrutura de rede, backup e capacidades de balanceamento.
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Horário de verão com solar – Os estudos do ONS que recentemente embasaram a recomendação ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de retorno do horário de verão concluíram que a medida tem o mérito de aproveitar melhor a energia solar fotovoltaica para os momentos de pico de demanda (rampa da carga) das 18h às 19h, o que amplia a capacidade de atendimento do Sistema Interligado Nacional. Segundo o operador, o adiantamento de uma hora dos relógios vai postergar o horário de demanda máxima em até duas horas, “permitindo que a compensação pela saída da micro e minigeração distribuída fotovoltaica, e toda a geração de fonte solar, possa ser feita de forma mais prolongada”.
Potência em São Paulo – O estado de São Paulo já possuía no final de setembro 4,5 GW de geração solar instalada em telhados, pequenos
negócios e terrenos, operando em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. O estado tinha mais de 474 mil conexões operacionais nos seus 645 municípios, compensando as contas de luz de mais de 559 mil consumidores, informou a Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Desde 2012, a geração distribuída já proporcionou ao estado R$ 21,3 bilhões em investimentos, 135 mil empregos e a arrecadação de R$ 6,4 bilhões em impostos, acrescenta a entidade.
UFV Alexânia – O fundo imobiliário CPV Energia, cogerido pela Armor Capital e a CPV Asset, adquiriu uma sociedade de propósito específico da empresa Yellot que controla a usina solar fotovoltaica de geração distribuída Alexânia 1, em Alexânia, GO, com potência instalada de 1 MW. A usina adquirida por R$ 5,9 milhões fica em região rural e, segundo comunicado da Armor
Capital, se encontra em localização privilegiada, a aproximadamente 100 metros da BR-060, rodovia que liga Goiânia, GO, a Brasília, no Distrito Federal.
Assinatura na construção – A construtora Dasart, de Fortaleza, CE, vai ofertar energia solar por assinatura para moradores e áreas comuns de seus empreendimentos. Para isso, a empresa firmou parceria com a Sunne, que fará a gestão dos créditos de compensação a partir da energia gerada por usinas solares da Nortis Energia, empresa do grupo Dasart. Antes da iniciativa, a Dasart instalava sistemas solares diretamente em seus empreendimentos imobiliários. A Nortis Energia opera usinas no Ceará com capacidade instalada prevista para atingir 15 MWp até o final do ano, e a Sunne tem mais de 400 usinas sob gestão.
Solar energy as a service – A Solarprime, rede de franquias de instalação
de sistemas solares, fechou parceria com a Revo Energia para ofertar ao mercado o modelo conhecido por energy as a service (EaaS), ou energia como serviço, em que o investimento e implantação das usinas é feito pelas empresas e os consumidores pagam pelo serviço de geração própria de energia em contratos mais alongados. A oferta é voltada para consumidores de baixa tensão.
Hukseflux na Intersolar 2024
Os lançamentos da Hukseflux, que não constaram da reportagem com destaques da Intersolar South America, que publicamos na edição passada, foram os Piranômetros Digitais Industriais modelos Classe A SR300-D1 e SR200-D1, e também Classe B SR100-D1, desenvolvidos em conformidade com a norma IEC 61326-1 para equipamentos industriais. A nova linha possui canal RS485 isolado galvanicamente, apresentando grau máximo de proteção do hardware contra surtos elétricos na rede RS485. Além disso, os sensores possuem dispositivos de proteção contra surtos internamente. O SR300-D1 é, segundo a Hukseflux, o primeiro piranômetro do mercado com LED de status integrado para diagnóstico visual no campo, fornecendo ao operador informações imediatas sobre a alimentação e o progresso de transferência de dados. www.huksefluxbrasil.com.br
Parceria – A Armor Energia, comercializadora de energia dedicada ao varejo, firmou parceria com a Lemon, especializada em serviços de energia solar por assinatura para pequenos e médios negócios, para destinação da energia solar gerada pela usina fotovoltaica Artur Nogueira, de 2 MWca, inaugurada recentemente no interior de São Paulo, aos clientes da Lemon
da área de concessão da distribuidora de energia Elektro. O negócio vai conectar os créditos gerados pela UFV aos novos clientes da Lemon, que já atende mais de 10 mil empresas em várias regiões do Brasil.
Parcerias e crescimento – Entre as empresas com as quais a Chint Power firmou acordos durante a Intersolar São
Paulo estão a OIW, a Fortlev, a Odex e a Helte, que se interessaram também por vários novos produtos exibidos pela empresa, como os novos inversores de 333 e 350 kW, com potência total a 45 °C e, para projetos menores, o inversor de 37,5 kW (220 V), desenvolvido especialmente para o mercado da América do Sul, além do inversor híbrido com banco de baterias, disponíveis para soluções monofásicas ou trifásicas. Ainda neste ano a Chint Power deve inaugurar um Service Center com investimento inicial de R$ 5 milhões, em Guarulhos, SP, para oferecer suporte ainda mais próximo e ágil para clientes, instaladores e integradores de todo o país.
Piranômetro com LED de status para diagnóstico visual
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Preços ainda dificultam expansão
O Brasil pode produzir módulos com 40% a 80% menos emissão de CO2 do que os fabricantes asiáticos, mas as cinco fábricas brasileiras exibem capacidade somada de apenas 1,6 GW, e com a maior parte ociosa. A demanda é alta, os produtos importados vêm com preço baixo e a qualidade nem sempre é adequada. Mas o fim de ex-tarifários e os programas do governo trazem alento e há pelo menos um plano de exportação para os EUA.
Em época de queda de ex tarifários para módulos fotovoltai cos importados e de discussão se o País precisa se con centrar em estimu lar a produção local de equipamentos para as renováveis, agentes do setor solar, aí envolvendo quase todos os elos do mercado, desde empresas de engenharia, donos de usinas, in tegradores ou EPCistas, têm optado por posição mais pragmática, ligada às demandas do dia a dia das muitas obras em andamento.
Fábricas de módulos da Sengi Solar (à esquerda) e da BYD, no Brasil: retirada de extarifários ainda não produziram efeito
“A nossa proposta de cadeia pro dutiva é que ela seja capaz de atender as demandas do setor. Ou seja, se você compra um produto hoje, ele não pode desaparecer no meio do cami nho. Ele tem que estar presente, seja através de um fabricante ou de repre sentantes”, disse o vice presidente de cadeia produtiva da Associação Bra sileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Nelson Falcão, que no fim de agosto liderou painel para discutir o tema durante a Intersolar 2024.
Para o dirigente, isso significa que a posição da Absolar não leva em con sideração a origem dos equipamentos para a fonte, se importado ou local. “Estamos do lado do que for mais efi‑ ciente e produtivo para o setor solar”, disse. Na sua visão, o impacto do desenvolvi mento da fonte sobre a econo mia brasileira precisa ser medi do por toda a ca deia, não apenas na possível pro dução de módu los ou de outros equipamentos ou sistemas.
“O mais importante são os 1,3 mi lhão de empregos e os RS 280 bilhões gerados no País desde 2012, em toda a cadeia, o que ocorreu em todas as ins‑ tâncias do setor”, afirma Falcão, tam bém executivo da Nextracker, fornece dora norte americana de rastreadores sola res com boa presença no Brasil.
Segundo Falcão, assim como a dispo nibilidade tem mesma importância a quali dade dos equipamen tos, o que para ele é também independente da origem dos produ tos. “Não queremos módulos com uma
Marcelo Furtado, especial para FotoVolt
Falcão (Absolar): “O mais importante são os 1,3 milhão de empregos e os RS 280 bilhões gerados no País desde 2012”
Fotos:
divulgação
Izilda
França
potência no rótulo, mas que na realidade não produz essa energia. Dessa forma certi‑ ficações e ensaios são super importantes para garantir a qualidade. Há um conjunto de normas internacionais que de vem ser atendidas, tanto por produtores locais como estrangeiros”, diz.
38 testes
Soares (JÁ Solar): “Por que há diferentes preços de módulos? Se todos fossem bons, fizessem os testes, teriam preços similares”
Compartilha de mesma preocupa ção com certificações o gerente técni co Latam da JA Solar, Victor Soares, que aconselha cautela ao mercado brasileiro na escolha de módulos, es pecialidade da JA, dadas a grande di versidade de fabricantes que passaram a ofertar opções no Brasil e as várias atenções técnicas que precisam ser consideradas principalmente em gran des projetos de usinas centralizadas.
“O mercado brasileiro aceita muito fácil a entrada de novos fabricantes. Fica difícil para quem é investidor, EPCista ou instalador final distinguir a diferença entre os módulos”, disse Soares também durante painel do congresso da Intersolar 2024. Mas o gerente dá uma primeira receita para evitar problemas futuros: “Para mó dulos, há mais de 38 testes específicos para que possam ser comercializados em nível global. Então é importante cumprir toda essa normativa para ga rantir a qualidade”, completou.
Outros pontos de atenção, para Soares, têm a ver ainda com o chama do track record, ou seja, saber quanto tempo o fornecedor dos módulos está no País, identificando seu histórico, por exemplo para descobrir para quais empreendedores já forneceu e em quais projetos atuou. Além disso, ele acredita que, mesmo com as certifica ções, é preciso procurar saber o que o fornecedor entrega de fato em potên
cia dos módu los, para evitar impacto na performance da usina. “En tre ter certifica ção e a produ ção em massa (do fabricante) tem um oceano de diferença”, acrescentou.
Para o ge‑ rente da JA Solar, a esco‑ lha errada de módulos impacta di retamente no desenvolvimento dos projetos, sendo que os problemas cada vez mais frequentes reclamados pelo mercado são a crescente quebra de vidros, microfissuras das células, além da frequente geração dos pontos quen tes (hot spots).
Segundo ele, esses fenômenos po dem ter relação com a diversidade de módulos ofertados no Brasil. “Por que há diferentes preços de módulos? Se todos fossem bons, se todos fizessem os testes de acordo com as normati‑ vas, teriam preços similares. Mas não é isso que se enxerga no mercado”, questiona Soares.
Entre os testes para módulos cuja não realização começa a colocar em risco o operacional das usinas está o que analisa em túnel de vento como o equipamento vai se comportar em diferentes localizações e velocidades. Essa análise mostra como as variáveis impactam o módulo a ponto de formar microfissuras de vidros e de células.
Há também outro teste importante que avalia o efeito do calor extremo e da umidade alta (damp heat). “Este é especialmente importante no Brasil e América Latina, onde há maior irra diância solar, temperatura e umidade relativa do ar, que causam as maiores perdas dos módulos”, disse.
Em segunda importância para evi‑ tar perdas durante a operação, Soares
ressalta a necessidade do teste de sequência dinâmica (dynamic load se‑ quence), pelo qual se sabe, pelo uso de vento, onde haverá carga dinâmica durante o dia sobre o módulo por todo o tempo de operação previsto para o projeto. “Como os projetos são para mais de 15 até 30 anos de opera ção, precisamos levar em consideração esse ponto”, diz.
Soares ainda aponta a importância de testes e análises para estudar a compatibilidade entre o módulo e o tracker, por serem os equipamentos que mais pesam no capex, e também análises de compatibilidade elétrica, para dimensionamento da string dos módulos. “Com o correto dimensio namento da string, vai ser possível ter compatibilidade entre o módulo e o inversor, com a correção da tensão de acordo com a temperatura”, comple menta o gerente.
Desafio para trackers
A preocupação com a disponibili dade de soluções resilientes da cadeia de fornecedores local deve ser ainda mais importante no Brasil ao se con siderar a demanda por rastreadores solares, os trackers, em projetos solares de maior porte, centralizados ou de miniusinas de geração distribuída. O motivo é a previsão de que as usinas, no médio e longo prazo, tendem a ser construídas em terrenos mais desafian tes em suas topografias, à medida em que as melhores áreas são ocupadas. “Quem está envolvido em desen volvimento de projetos solares de grande escala sabe que os lugares perfeitos não existem mais. Estamos trabalhando em lugares muito desa fiantes e vai ser ainda mais assim no futuro”, disse Alejo Lopez, o vice presidente de vendas para a América Latina da Nextracker, uma das princi pais fornecedoras de trackers. Segundo ele, essas dificuldades nos terrenos, aliadas a condições climá
Izilda França
ticas mais extremas, impõem desafio para a cadeia produtiva, que precisa encontrar soluções de software e hardware para atender o cenário. “No caso do segmento de trackers, o que tentamos fazer é, primeiro de tudo, ter um equipamento que funcione nessas condições na maior parte do tempo, que resista ao vento, seja confiável”, disse.
Lopez afirma que o modelo principal de tracker da empresa, o NX Horizon, tem sido e continuará sendo objeto de otimizações para lidar com terrenos extremos, não só por meio do software, que permite operação nessas condições, mas com a inteligência embarcada no rastreador, pela qual é possível “performar” melhor em lugares não ideais.
Cabos e logística
Como característica recomendável de cadeia produtiva, para atender bem às demandas dos projetos no Brasil, em específico os de grande porte, o gerente técnico da JA Solar, Victor Soares, ainda considera outros detalhes que se tornaram problema comum em muitos desenvolvimentos. O primeiro deles teria a ver com os conectores e cabos utilizados nas usinas.
“Encontramos bastante casos em campo, muitos problemas relacionados com a qualidade dos conectores e os tamanhos dos cabos. No final das contas, isso impacta principalmente os EPCistas”, explicou Soares. Para ele, não atentar para a qualidade desses produtos pode comprometer um projeto bom.
Uma segunda questão que o executivo tem como importante se relaciona com a logística dos projetos. Isso por-
que, segundo diz, muitos fabricantes de módulos, para otimizar a logística, têm fornecido módulos na vertical.
“Isso, na prática, resolve o problema do fabricante, mas tem um problema na hora de executar o seu projeto, desde o descarregamento em campo até a distribuição em toda a planta”, disse.
Para ele, essa questão na disposição dos módulos se torna uma variável importante na hora de escolher o fornecedor. “Temos escutado muitas queixas, porque quando se trabalha na vertical é bem complicado, com módulos grandes, de quase 40 kg”, diz. Por conta do risco de perdas durante o projeto, que podem ficar sem cobertura da garantia, Soares recomenda sempre considerar os módulos na horizontal. “É melhor para o seu projeto”, diz.
Opções locais
Mesmo que no curto prazo a produção local de equipamentos solares, com exceção do segmento de estruturas, não tenha condição de atender nem pequena parte da imensa demanda dos projetos, há a possibilidade de pelo menos sua participação crescer um pouco nos próximos anos. A principal razão seria a queda dos ex-tarifários para módulos importados e a proposta federal de neoindustrialização verde, de incentivo de fabricantes nacionais.
A despeito da sobreoferta global de módulos, que mesmo com tarifas de importação mantém os fabricantes asiáticos ainda dominantes, as medidas do governo federal devem incluir exigências de conteúdo nacional em
compras do programa Minha Casa Minha Vida e do CIIA-PAC [Comissão Interministerial de Inovações e Aquisições do Novo PAC] de compras governamentais.
A promessa com essas medidas é que haverá margem de preferência para a produção local, em compras no modelo Finame, do BNDES, para produtos homologados que aliás é a via que faz alguns produtores locais ainda conseguirem vender seus módulos, principalmente para o setor agro. No momento, há apenas 1,61 GW de capacidade instalada de produção de módulos no Brasil, com cinco empresas: a Sengi (500 MW/ ano), a BYD, também com a mesma capacidade, a Pure Energy (310 MW), Globo Brasil (180 MW) e a Balfar Solar (120 MW).
Ainda como possível motivação para estimular a fabricação local, na opinião do vice-presidente de cadeia produtiva da Absolar, Nelson Falcão, investidores da área, e os também os atuais produtores, poderiam se aproveitar da vantagem competitiva do País de ter uma matriz elétrica mais de 90% renovável. “O Brasil tem essa condição de fabricar e desenvolver produtos com baixa pegada de carbono”, disse Falcão. Segundo ele, com base em dados da Agência Internacional de Energia, os produtores brasileiros podem emitir de 40% a 80% menos CO2 do que os da Ásia, cujos competidores dominam a cadeia produtiva global do setor.
36 fábricas
De acordo com estimativa da fabricante nacional de módulos Sengi, de Cascavel, PR, se o Brasil tivesse produzido o total de módulos solares fotovoltaicos importados em 2022, seria possível ter 36 fábricas locais, com capacidade instalada de 500 MW/ano cada. Mas para o gerente de P&D e engenharia da empresa,
Lopez (Nextracker): Dificuldades de terrenos e condições climáticas extremas impõem desafios para a cadeia produtiva de trackers
Izilda França
Murilo Bonetto, um cenário perto dessa possibilidade está ainda muito distante, já que a empresa hoje opera com apenas 25% da capacidade instalada.
Segundo ele, para começar a própria extinção dos quase mil ex-tarifários para módulos ainda não surtiram efeito, pois muitos ainda estão vigentes, em razão de os processamentos das revogações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) serem demorados. Além disso, o governo criou regime de cotas de importados com tarifa zero até 2027, e apenas a primeira delas, entre janeiro e junho de 2024, permite a importação isenta de até US$ 1,13 bilhão. A segunda permitirá mais US$ 1,01 bilhão (julho de 24 a junho de 25), a terceira US$ 717 milhões (julho de 25 a junho de 26) e a quarta, US$ 403 milhões (até junho de 27).
Na sua análise, a cota só começa a ficar menor do que o volume importado em média pelo mercado em 2025.
A partir daí, projeta Bonetto, pode haver um pouco mais de espaço para produtos locais, com a ressalva de que os módulos chineses se mantêm competitivos, por conta da escala do país asiático, mesmo quando as cotas acabarem em 2027.
Apesar de as cotas e a alta produção chinesa ainda não deixarem o cenário propício para fabricantes nacionais, Bonetto encontra motivos para otimismo: no curto prazo há expectativa de estabilização de preços dos módulos ainda neste ano e no médio prazo os programas de compras governamentais do Minha Casa Minha Vida e do CIIA-PAC podem ajudar a ampliar os “nichos” para os fabricantes nacionais.
Exportação para os EUA
Enquanto essas possíveis mudanças de rumo não ocorrem, porém, a Sengi Solar encontrou uma alternativa para ocupar a fábrica: a exportação para os Estados Unidos, país que, além de ter adotado política de subsídios para desenvolver cadeia produtiva local de tecnologias verdes (por meio da lei chamada de IRA - Inflation Reduction Act), passou também a restringir a importação de equipamentos solares da China.
Esse cenário tem feito os EUA procurarem novas opções de parceiros comerciais para completar sua crescente deBonetto (Sengi): Em fase final de homologação de módulos para exportação para os EUA
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manda por módulos, inversores e outros equipamentos da área, que por enquanto não conseguem ser atendidas apenas com produtores locais. E isso apesar de os incentivos do IRA terem feito a capacidade de fabricação local ter quadruplicado desde que ele foi implementado em 2022, atingindo 31,3 GW no fim do primeiro semestre deste ano.
De acordo com Bonetto, a Sengi está em fase final de homologação de módulos para a exportação, o que inclui o atendimento a normas específicas, em laboratórios, em um processo um pouco demorado. A expectativa da empresa é começar a exportar para o país, em 2025, modelos de módulos que precisaram ser modificados, tanto esteticamente como pelo uso de matérias-primas de outras localidades para além da China.
No caso das matérias-primas, explica o gerente, foi necessário desenvolver fornecedores de células na Alemanha e outros países. Já na rastreabilidade do polissilício, o veto específico dos Estados Unidos é contra a província chinesa de Xinjiang, por conta de denúncias de trabalhos forçados, região responsável por cerca de 90% do polissilício consumido no mundo. Neste caso, porém, é possível utilizar outras opções chinesas, contanto que não sejam da província.
Essas mudanças para atender a demanda norte-americana deixam o módulo mais caro, já que apenas a célula tem na média o dobro do preço. “Mas fizemos modelagens e conseguimos preços competitivos, porque as alíquotas contra os produtos chineses chegam a até 250%, principalmente por causa da política antidumping”, diz. Com a exportação, a expectativa é aumentar a produção da Sengi em cerca de 33%, agregando mais um turno à produção da empresa.
A se concretizarem as melhoras nas vendas internas e as exportações para os Estados Unidos, onde além da homologação dos módulos a Sengi já desenvolveu clientes para as primeiras negociações, o plano de negócios é atingir capacidade produtiva de 1,5 GW até 2026. Segundo Bonetto, esse planejamento envolve, além da unidade em Cascavel, mais duas fábricas no Brasil, uma em Ipojuca, Pernambuco, em terreno já definido, e uma terceira no sul do país, em local ainda a ser escolhido.
Dispositivos de proteção contra surtos
O Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS) tem a função de proteger os equipamentos e componentes do sistema fotovoltaico contra surtos de tensão, causados por descargas atmosféricas ou distúrbios elétricos. Este guia lista a oferta e as especi cações técnicas desses equipamentos, como normas ABNT/ IEC atendidas, tensão nominal, corrente de impulso, grau de proteção IP e nível de proteção, entre outras. Da Redação de FotoVolt
Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 44 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, outubro de 2024
Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/
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R E N O VÁV E L E E L E T R OM O B I L I DA D E
Na vanguarda global da transição energética, o Brasil utiliza seus vastos recursos de energia renovável com soluções avançadas de armazenamento de energia, tecnologias inovadoras de rede e um crescente setor de eletromobilidade. A abundância de seus recursos solares, eólicos e hidrelétricos permite que o país expanda expressivamente sua capacidade de energia renovável, de modo a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as emissões de carbono, ao passo que a incorporação de sistemas avançados de armazenamento de energia aprimora a estabilidade da rede, resultando em um aumento na confiabilidade do fornecimento de energia a par tir de fontes renováveis intermitentes. O aproveitamento desse potencial permitirá que o Brasil alcance a sustentabilidade energética, estimulando o crescimento econômico e criando um poderoso exemplo para outros países The smar ter E South America – a maior plataforma latino-americana para a nova realidade energética e de mobilidade – se dedica a explorar toda questão da nova realidade energética,
abrangendo energia renovável, armazenamento de energia, redes inteligentes e eletromobilidade
Nossa missão é inspirar e facilitar a troca de ideias, tecnologias e práticas que definirão o futuro da energia. Realizamos evento mais abrangente para o setor latino-americano de energia renovável, reunindo inovadores, especialistas e líderes do mundo todo para fazer avançar a pauta da energia sustentável Os quatro congressos deste ano prometem ser um evento marcante, tendo como pano de fundo o dinamismo de um setor energético em rápida evolução:
Intersolar South America – O congresso para o setor solar latino-americano ees South America – O congresso para baterias, sistemas de armazenamento de energia e hidrogênio verde Power2Drive South America – O congresso para eletromobilidade e infraestrutura de recarga Eletrotec+EM-Power – O congresso para infraestrutura de eletricidade e gestão de energia
LATINO-AMERICANO DE INOVAÇÕES PARA O NOVO MUNDO DA ENERGIA
Fatores que podem transformar estruturas metálicas em perigosas armadilhas
Este artigo analisa os fatores críticos que podem comprometer a segurança de estruturas metálicas em instalações de painéis solares, examinando como falhas em cálculos estruturais, métodos de instalação inadequados e de ciências na manutenção e inspeção podem transformar essas estruturas em riscos.
Recentemente, no dia 30 de agosto, um trágico acidente em uma igreja no Recife resultou na queda de um teto de estrutura metálica que suportava módulos solares recém-instalados, levando a duas vítimas fatais. Embora ainda se aguarde (até o fechamento desta edição de FotoVolt) o laudo oficial para determinar as causas exatas, o evento serve como mote para uma reflexão sobre a necessidade de uma análise aprofundada dos fatores que podem contribuir para acidentes em estruturas metálicas com painéis solares. No Brasil, o setor de energia solar está experimentando um crescimento exponencial, com a instalação de milhares de novas usinas e sistemas residenciais a cada ano. Essa rápida expansão e a crescente demanda por soluções energéticas sustentáveis destacam uma preocupação crítica: a segurança das estruturas metálicas que suportam os painéis solares.
Estruturas metálicas são frequentemente escolhidas para suportar sistemas fotovoltaicos devido à sua
durabilidade, resistência mecânica, flexibilidade de design e facilidade de montagem. No entanto, essas estruturas enfrentam desafios complexos que podem comprometer sua integridade e a segurança da instalação solar, e se não forem cuidadosamente geridos, podem levar a falhas estruturais graves e acidentes.
Os principais riscos abordados neste artigo incluem o impacto do peso e comportamento dos painéis solares, problemas decorrentes de modificações e reformas, concepção inadequada, execução imperfeita, falhas nas ligações metálicas, patologias na fundação e corrosão.
O objetivo é identificar e compreender esses aspectos críticos para prevenir acidentes e assegurar a longevidade das instalações solares. O artigo fornece informações que visam garantir uma transição eficaz e segura para a energia solar a longo prazo.
Principais causas de falha nas estruturas metálicas
Um dos principais desafios em projetos de estruturas metálicas é a pressão constante para reduzir custos. Esse impulso por economia, combinado com a urgência de concluir rapidamente tanto o projeto quanto a execução, muitas vezes levam a decisões que afetam a qualidade técnica. Frequentemente, isso se reflete em projetos elaborados de forma superficial ou em análises técnicas inadequadas, comprometendo gravemente a integridade e a segurança da estrutura.
Ana Carolina Cunha Quélhas, da Mi Omega Engenharia
Bilanol (via Shutterstock)
As normas NBR 6120 [1], NBR 6123 [2] e NBR 8800 [3] são fundamentais para a correta avaliação das cargas e combinações de cargas, além das forças atuantes devido a ventos nas estruturas
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CHEGOU A HORA DE ATUALIZAR SEU CONHECIMENTO
Mesmo que, em certos projetos, a sobrecarga dos painéis solares não seja a principal causa de falhas, ela pode agravar problemas existentes, como falhas nas ligações metálicas e corrosão.
As falhas em estruturas metálicas podem ser agrupadas em três categorias principais: projeto, execução e manutenção. Vale ressaltar que muitas falhas podem ocorrer em mais de uma dessas fases e os problemas podem se manifestar de formas complexas que não se limitam a uma única etapa. A seguir, discutiremos oito possíveis falhas que podem ocorrer em qualquer uma dessas etapas e como elas podem levar a acidentes.
1. Cálculo estrutural inadequado: o risco de uma análise deficiente
A ausência de cálculos detalhados e rigorosos é um dos problemas mais graves e perigosos na construção de estruturas metálicas. Em alguns casos, especialmente quando profissionais se baseiam mais na experiência prática do que em métodos formalizados, a execução pode ocorrer sem um projeto técnico detalhado, confiando apenas na percepção visual e na intuição. Essa falta de planejamento e análise pode levar a problemas sérios e comprometer a segurança da estrutura. É essencial que exista um projeto executivo minucioso que não apenas detalhe o processo de montagem, mas também inclua cálculos precisos, realizados de acordo com as normas técnicas. As normas NBR 6120 [1], NBR 6123 [2] e NBR 8800 [3] são fundamentais para a correta avaliação das cargas e combinações de cargas, além das forças atuantes devido a ventos nas estruturas.
Além disso, é crucial entender o comportamento da estrutura no estado limite de serviço (ELS) e estado limite último (ELU), como apresenta a NBR 8800. O cálculo estrutural permite verificar se a estrutura está operan-
do dentro de seus limites máximos de capacidade ou se está sendo projetada com um fator de segurança adequado.
2. Impacto do peso e comportamento dos painéis solares: considerações críticas
A consideração detalhada do peso e do comportamento dos painéis solares é essencial para garantir a segurança e a estabilidade das estruturas metálicas que os suportam. As informações sobre o peso dos painéis solares são fornecidas pelo fabricante e devem ser incorporadas corretamente ao projeto estrutural. Aplicar o fator de segurança apropriado para as combinações de carga, conforme especificado pela NBR 8800, é fundamental para assegurar que as cargas adicionais impostas pelos painéis sejam devidamente contempladas, evitando sobrecargas e problemas estruturais.
Antes de calcular a estrutura metálica, é crucial realizar um dimensionamento energético para determinar o número de painéis necessários para atender às demandas do projeto. Esse dimensionamento deve ser seguido por um cálculo estrutural detalhado que leve em conta a carga adicional que será imposta pela instalação dos painéis.
Outro aspecto crítico é a análise do impacto do vento sobre os painéis solares. Em sistemas instalados em telhados, onde os painéis são montados horizontalmente, o efeito do vento pode ser comparado ao de telhados convencionais. No entanto, em instalações no solo, onde os painéis são inclinados, a angulação dos módulos deve ser cuidadosamente considerada. É necessário calcular a pressão do vento sobre a estrutura inclinada para garantir que a construção suporte adequadamente as forças aplicadas.
3. Desafios em modificações e reformas: riscos de alterações estruturais
As modificações e reformas em estruturas metálicas exigem uma atenção especial, especialmente quando envolvem a instalação de novos equipamentos, como módulos solares. Qualquer alteração na estrutura deve ser acompanhada por um laudo técnico detalhado, que avalie a capacidade da estrutura existente para suportar as novas cargas e condições impostas, e isso inclui uma análise das especificações dos módulos solares.
Reformas, por sua natureza, apresentam desafios e imprevistos, podendo resultar em custos superiores ao inicialmente previsto. No entanto, quando bem planejadas e executadas, reformas podem ser uma solução eficiente para adaptar e otimizar estruturas existentes. É essencial que qualquer reforma seja precedida de uma avaliação abrangente da estrutura, garantindo que as modificações não comprometam a integridade e a segurança da construção original.
4. Estruturas metálicas mal concebidas: como uma má concepção compromete a segurança Uma concepção inadequada de estruturas metálicas pode causar problemas sérios que afetam a segurança e a eficiência da construção. Projetos bem elaborados consideram detalhadamente os momentos de flexão, tração
Treliça mal concebida [4]
e compressão, garantindo uma distribuição adequada das cargas ao longo da estrutura.
Um exemplo desse problema é a definição incorreta da localização dos pilares. Estes devem ser estrategicamente posicionados para assegurar uma distribuição uniforme das cargas e momentos fletores. Conflitos entre as exigências estruturais e as necessidades arquitetônicas podem afetar essa distribuição e, consequentemente, a estabilidade da estrutura.
Além disso, até mesmo uma estrutura que seja calculada pode falhar se não levar em conta aspectos críticos ou se for mal elaborada. Projetos inadequados podem não aproveitar todo o potencial da estrutura, levando a problemas como fadiga ao longo do tempo. Falhas não detectadas no início podem se agravar, comprometendo a segurança e a durabilidade da construção.
5. Execução imperfeita: erros na construção comprometem a segurança
Durante a execução de projetos de estruturas metálicas, é comum que o projeto não seja seguido com precisão, resultando em problemas como o uso de perfis incorretos, posicionamento inadequado, fixação inadequada e utilização de materiais diferentes dos especificados.
Para evitar
o projeto e os cálculos sejam implementados corretamente, permitindo a correção de discrepâncias e prevenindo surpresas. Assim, garante-se que o projeto e as especificações técnicas sejam fielmente seguidos.
6. Deficiências nas ligações metálicas: consequências de conexões mal feitas
As ligações metálicas são essenciais para a integridade das estruturas e podem ser realizadas por soldagem ou parafusamento, conforme os critérios do projeto. No entanto, diversos problemas podem comprometer a eficácia dessas conexões e a segurança geral da estrutura.
Conexões mal executadas, como soldas mal feitas ou parafusos mal apertados, são comuns e podem levar a falhas estruturais e até colapsos. Além disso, a corrosão pode enfraquecer essas ligações, reduzindo sua capacidade de carga e afetando a estabilidade da estrutura.
Falhas de projeto também são um problema, especialmente se as conexões não atendem aos requisitos de carga ou não consideram adequadamente as forças e momentos aplicados.
essas falhas, é fundamental um monitoramento rigoroso da execução. Embora a fiscalização pós-obra e os desenhos “as built” sejam importantes, a supervisão contínua durante a construção é essencial. Esse acompanhamento em tempo real assegura que
7. Patologias na fundação: a importância de uma base sólida
Problemas de fundação podem comprometer gravemente a estabilidade e a segurança da estrutura metálica. Quando a base de sustentação é inadequada, podem ocorrer deslo-
camentos ou afundamentos, impactando negativamente a integridade da edificação. Para evitar tais problemas, é crucial que o cálculo estrutural seja preciso e detalhado.
As reações de apoio correspondem às forças e momentos transmitidos pela estrutura para seus suportes, como pilares ou sapatas, e são essenciais para o dimensionamento adequado da fundação. Essas reações devem ser especificadas com detalhes no projeto executivo e no memorial de cálculos, pois definem as cargas que a base precisa suportar para garantir a estabilidade da construção.
Além disso, o assentamento irregular da fundação pode provocar distorções na estrutura metálica, resultando em tensões indesejadas e possíveis falhas estruturais.
8. Corrosão: o perigo da falta de manutenção e proteção
A corrosão é uma falha comum em estruturas metálicas que frequentemente resulta de uma manutenção inadequada. Diversos fatores contribuem para a corrosão, incluindo a falta de proteção apropriada, como pintura ou galvanização, e a ausência de um projeto que considere adequadamente o escoamento da água que pode acelerar significativamente o processo de corrosão, entre outros.
À medida que a seção transversal do perfil metálico diminui devido à corrosão, sua capacidade de suportar cargas também é reduzida. Isso pode eventualmente levar a uma falha estrutural.
Embora a corrosão não resulte na perda total das propriedades mecânicas imediatamente, ela pode causar uma degradação significativa ao lon-
Exemplo de solda mal executada - Solda com porosidade [5]
Exemplo de problemas de peças parafusadas – Falta de furo no perfil [6]
go do tempo. Portanto, é fundamental adotar práticas de prevenção e manutenção eficazes, como a aplicação de revestimentos protetores e a realização de inspeções regulares, para mitigar os efeitos da corrosão e garantir a longevidade e a segurança da estrutura.
Conclusão
O aumento do uso de estruturas metálicas para suportar painéis solares destaca a necessidade de cuidados rigorosos na concepção, execução e manutenção dessas instalações. Embora ofereçam uma base robusta, essas estruturas exigem cálculos precisos, consideração do peso dos painéis e atenção a modificações e reformas para evitar falhas.
Para mitigar riscos como concepção inadequada, execução imperfeita, falhas nas ligações metálicas, patologias na fundação e corrosão, é crucial que engenheiros e profissionais da indústria adotem práticas rigorosas e realizem inspeções regulares. Este artigo visa destacar os riscos associados e promover medidas eficazes para uma transição segura e eficiente
para a energia solar, enfatizando que a segurança deve ser uma prioridade em todas as fases do projeto e manutenção.
Referências
[1] ABNT. NBR 6120: “Cargas para o cálculo de estruturas de edificações”. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2019.
[2] ABNT. NBR 6123: “ Forças devidas ao vento em edificações”. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2023.
[3] ABNT. NBR 8800: “ Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios”. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2008.
[4] Problemas em treliças - alguns dos erros mais comuns que ocorrem na execução de treliças em aço - Almeida Oliveira Engenharia
[6] Patologia em elementos de ligações em estruturas metálicas – Danielle de Souza Lelis Peixoto – 2012
Corrosão em peças metálicas
Viabilidade da instalação de sistema de proteção contra raios em usina de GD
Gabriel Luiz Silva Almeida, Luan Marcelino da Costa e João Marcos Belisário Dantas, da Termotécnica Para-raios; e Felipe Buzolin Reis, da Empower Engenharia
Estudos indicam que existe uma correlação entre a radiação solar, a umidade relativa do ar e a frequência de descargas atmosféricas. Ou seja, regiões com condições favoráveis para a implantação de uma usina fotovoltaica (UFV) também apresentam alta suscetibilidade a descargas atmosféricas [1]. A norma técnica brasileira que estabelece os requisitos para as instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos é a ABNT NBR 16690 [2]. No entanto, essa norma não aborda diretamente os requisitos para a proteção contra descargas atmosféricas (PDA), direcionando sempre o assunto para a norma ABNT NBR 5419, partes 1 a 4 [3-6]. Por outro lado, a série ABNT NBR 5419 é bastante generalista, uma vez que trata da PDA para qualquer tipo de estrutura. Até o momento, não há norma técnica brasileira que aborde a PDA no contexto específico dos sistemas fotovoltaicos (SFV).
Este artigo analisa a viabilidade econômica da instalação de sistema de proteção contra descargas atmosféricas em uma usina fotovoltaica típica da geração distribuída (GD), frente aos potenciais prejuízos financeiros devido às descargas atmosféricas. Os resultados indicam a importância de investir em uma proteção adequada para minimizar perdas econômicas.
Conforme demonstrado em trabalhos recentes [7 e 8], a aplicação do gerenciamento de risco (GR) proposto pela norma ABNT NBR 5419-2 [4] em um SFV pode resultar em falsa sensação de segurança. Isso ocorre porque a metodologia atual não contempla as especificidades de um SFV, principalmente no caso das usinas fotovoltaicas de solo. No entanto, ao se analisar com olhar crítico, percebe-se que essas estruturas são vulneráveis a receber diversas ocorrências de descargas diretas e de surtos ao longo de sua vida útil. Isso está relacionado principalmente com a densidade de descargas atmosféricas (Ng) no local e com a área de
ocupação da usina. Dessa forma, convém buscar orientações em documentos internacionais para o correto dimensionamento da PDA dos SFVs. A Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC) dispõe do relatório técnico IEC TR 63227 [9], que aborda diretamente a PDA no contexto dos SFVs. Os potenciais prejuízos causados pela incidência direta de descargas atmosféricas em uma UFV incluem a queima de equipamentos como inversores, módulos fotovoltaicos e cabeamento, além da perda de geração durante o período de atendimento e reparo. O foco deste estudo foi quantificar e analisar os danos causados por descargas atmosféricas diretas, que podem levar à perda total dos equipamentos atingidos e do serviço que prestam. Esses prejuízos são quantificados na seção de resultados deste trabalho. No entanto, a literatura aponta outros tipos de danos que, ao serem considerados de forma quanti-
Fig. 1 – Imagem aérea da UFV objeto do estudo
tativa, podem aumentar significativamente os prejuízos potenciais. Alguns dos efeitos conhecidos incluem a elevação de potencial na estrutura metálica de suporte e nos frames, que pode causar danos aos módulos e ao cabeamento [10]. Além disso, é necessário considerar outros danos que podem ocorrer em uma UFV atingida por uma descarga atmosférica, mesmo sem a interrupção total do funcionamento. Exemplos incluem trincas no vidro, deformação nas molduras metálicas e comprometimento de vedações, que causam degradação nos módulos e contribuem significativamente para a redução da vida útil desses componentes [11].
Estudo de caso
Um estudo de caso foi desenvolvido considerando a usina típica de geração distribuída, cujas principais características dimensionais e elétricas estão descritas abaixo. A metodologia utilizada para o estudo de caso também está descrita adiante.
Caracterização da usina
A usina fotovoltaica (UFV) mostrada na figura 1 dispõe de uma capacidade instalada de 1,48 MWp, dividida em quatro inversores de 250 kW cada. Cada inversor é alimentado por 18 strings e cada string é constituída por 31 módulos fotovoltaicos de 665 W conectados em série, totalizando 2232 módulos.
A infraestrutura inclui ainda uma cabine blindada (subestação de entrada) com capacidade de 1 MVA e um skid (eletrocentro) que abriga um transformador de força a seco de 1,075 MVA, além de um quadro geral de baixa tensão (QGBT) de 800 Vca e um qua-
dro de serviços auxiliares (QDSA). Há também uma sala de controle e um almoxarifado.
O sistema fotovoltaico está conectado à rede elétrica da concessionária em tensão de 13,8 kV, permitindo a comercialização da energia gerada.
Metodologia
O relatório técnico IEC TR 63227 [9] orienta a uma análise completa, incluindo a análise de risco para o dimensionamento do sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de uma UFV. Além disso, apresenta uma consideração prática de que um sistema projetado de acordo com o nível de proteção (NP) III cumpre os requisitos regulares para a maior parte das situações. Todos os desenvolvimentos apresentados neste
trabalho consideraram este NP recomendado.
A captação do SPDA pode ser projetada de duas formas: isolada (figura 2), quando é mantida a distância de segurança s, que representa a distância mínima entre os elementos da captação e as estruturas metálicas para garantir a isolação elétrica [5]; e não isolada (figura 3), quando essa distância de segurança não é mantida e as próprias massas metálicas das estruturas são utilizadas para a condução da descarga atmosférica. É importante considerar a instalação de captores desenvolvidos especialmente para a aplicação fotovoltaica, tendo em vista que esses produtos são otimizados para não provocar sombreamento relevante nos módulos.
A usina objeto deste estudo de caso foi projetada e construída sem SPDA para proteção dos módulos contra o impacto direto de descargas atmosféricas. No entanto, verificou-se a disponibilidade de espaço físico para a instalação de captores isolados adequados, visando minimizar os efeitos de sombreamento. Essas condições devem ser analisadas ao se replicar a metodologia do estudo de caso e, se necessário, considerar o custo envolvido na reserva de área para a implantação do SPDA.
A localização da usina é fundamental para possibilitar o estabelecimento da densidade de descargas atmosféricas Ng (descargas atmosféricas/km²/ ano), possibilitando calcular o intervalo de tempo T provável para que uma descarga atmosférica direta atinja o SFV, por meio da equação (1), conforme apresentado por [7]. A leitura da Ng pode ser feita diretamente nos mapas do Anexo F da NBR 5419-2 [4]. �� = (���� ∙ ����)−1 (1) onde:
Ng é a densidade de descargas atmosféricas, cujo valor pode ser obtido pelo Anexo F da NBR 5419-2 [4];
Captação não isolada
Fig. 2 – Exemplo de SPDA isolado utilizando um termocaptor engastável
Fig. 3 – Exemplo de instalação de SPDA não isolado utilizando minicaptor (adaptado de [1])
Descargas atmosféricas
AD é a área de exposição equivalente, em km². O valor pode ser calculado a partir da metodologia apresentada na seção A.2 da NBR 5419-2 [4]. Para o desenvolvimento do estudo de caso objeto deste trabalho, considerou-se uma usina fotovoltaica localizada na região oeste do estado de São Paulo, em uma localidade com Ng = 9 descargas atmosféricas/ km²/ano, conforme a leitura do mapa da figura 4 utilizando a sua escala de cores. Aplicando a metodologia estabelecida para o cálculo da AD na UFV considerada neste estudo de caso, obtém-se uma área de exposição equivalente de 18 720,88 m². Utilizando a equação (1) obtém-se um intervalo de tempo entre descargas atmosféricas de aproximadamente seis anos. Considerando que a vida útil estimada para uma usina deste tipo é de 25 anos, tem-se então a probabilidade de receber quatro descargas diretas ao longo deste tempo.
Análise de viabilidade
geração (R$ 960,00 por dia) dentro de prazos típicos para atendimento a esse tipo de solicitação.
Tempo de atendimento Potencial prejuízo por evento
3 dias
20 dias
R$ 78 455,00
R$ 94 775,00
45 dias R$ 118 775,00
Os valores dos potenciais prejuízos causados por uma descarga direta foram calculados a partir dos dados disponibilizados pela empresa que projetou e administra a UFV deste estudo de caso, e estão apresentados na tabela I. Foram consideradas a substituição de um inversor string danificado por corrente parcial de raio (R$ 74.500,00), a substituição de módulo atingido por descarga direta (R$ 1.075,00) e a perda de
Com base na metodologia apresentada aqui anteriormente, é evidente que a ausência de um SPDA associado às medidas de proteção contra surtos (MPS) pode resultar em prejuízos significativos para a usina fotovoltaica ao longo de sua vida útil. Estes prejuízos totais podem alcançar o valor de R$ 475 100,00.
Fig. 4 – Mapa de Ng da região Sudeste [4]
Fig. 5 – Arranjo esquemático da UFV demonstrando o posicionamento dos DPS
Tab. I – Potenciais prejuízos causados por descarga atmosférica direta na UFV
A análise de viabilidade da utilização de SPDA em uma UFV envolve a comparação de diversos cenários de projeto em relação aos danos potenciais causados por uma descarga direta em qualquer ponto da instalação. Alguns componentes da PDA são compartilhados entre os diferentes cenários, o que levou à organização em blocos que podem ser combinados para calcular o preço total de cada cenário. Os valores atribuídos a cada bloco são resultado de uma consulta ao mercado realizada no segundo semestre de 2024 e estão apresentados na tabela II.
Bloco Descrição Preço
1 Aterramento R$ 81 285,31
2
3
4
DPS (alto desempenho)
A: Classe I
B: Classe II
C: Classe II R$ 78 078,23
DPS (baixo custo)
A: Classe I
B: Classe II
C: Classe II R$ 27 433,75
DPS (alto desempenho)
A: Classe I
B: Classe I
C: Classe I+II
R$ 277 536,60
5 SPDA isolado R$ 51 131,77
A configuração apresentada no cenário A da tabela III é comumente encontrada em usinas brasileiras, os DPS considerados nesta configuração são de baixo custo (B.C.), bem como são todos da classe II, portanto, insuficientes para proteger contra os danos causados pela corrente parcial do raio. Já as configurações descritas nos cenários B e C da tabela III foram dimensionadas de acordo com as diretrizes estabelecidas na seção 5.6 da norma IEC TR 63227 [9], levando em consideração as posições dos DPS indicadas na figura 5.
Os cenários se diferenciam pela existência ou não do SPDA, e pelos DPS, neste caso variando entre uma solução de alto desempenho, identifi-
Tab. II – Preço dos componentes da PDA
cada como A.D., e outra solução de baixo custo, identificada como B.C. Cabe ressaltar que a utilização de DPS de alta qualidade é primordial para garantir a proteção adequada da UFV. As características técnicas dos DPS de alto desempenho utili zados no cenário B são:
• Posição A: garante coordenação de energia com DPS classe II inte grados ao inversor sem necessidade de comprimento de cabo adicional, possui construção com centelhador para maior eficiência na dissipação da corrente do raio e vida útil extrema mente maior [12].
• Posição B: possui mecanismo para desconexão térmica e sinalização re mota;
• Posição C: circuito pré montado em arranjo Y, projetado para sistemas fotovoltaicos, com mecanismo para desconexão térmica e sinalização re mota.
Para analisar a viabilidade econô mica da instalação de um SPDA em usinas fotovoltaicas, deve se conside rar que tipicamente as UFVs contarão minimamente com uma proteção similar àquela apresentada pelo cená rio A da tabela III. Portanto, a análise deve ser feita considerando as diferen ças entre os custos associados a estes cenários e os custos associados aos cenários que contemplam o SPDA.
Com base nos resultados obtidos, é possível identificar claramente os potenciais prejuízos causados pela incidência direta de descargas atmos féricas, bem como os custos associa dos à implementação de uma proteção eficaz. Estas análises podem guiar a decisão de investimento em proteção contra descargas atmosféricas. A sim ples inclusão do SPDA isolado no pro jeto resultaria em um acréscimo de R$ 51 131,77, o que justifica a instalação do SPDA logo no primeiro evento de descarga, visto que cada evento pode trazer um nível de prejuízo mostrado na tabela I.
Cenário
Isolado
Cenário
(R$)
A utilização de DPS de alto desem penho é primordial para garantir a proteção adequada da UFV. Seguindo a mesma metodologia anteriormente aplicada, a inclusão do SPDA isolado e a opção pela utilização de DPS de alto desempenho resultam em um acrésci mo de R$ 101 776,25. Assim, a insta lação do SPDA e a utilização de DPS tecnologicamente superiores são viabi lizadas no segundo evento envolvendo descargas atmosféricas diretas.
O cenário apresentado na linha D da tabela IV representa uma configu ração que negligencia a necessidade da captação (SPDA) em uma UFV, optando por instalar apenas os DPS classe I ade‑ quados para a condução da corrente parcial do raio, admitindo que os mó dulos fotovoltaicos sejam atingidos pela descarga em prováveis quatro eventos ao longo da sua vida útil e paralisando parcialmente sua operação.
Neste caso, a utilização de DPS de alto desempenho torna se ainda mais relevante, tendo em vista que a UFV receberá o impacto direto da descar ga atmosférica e seu sistema elétrico conduzirá correntes parciais do raio. Portanto, não foram considerados DPS de baixo custo nesta análise. Foram considerados os seguintes DPS:
• Posições A e B: DPS com as caracte rísticas técnicas já descritas acima;
• Posição C: DPS para sistemas foto voltaicos classe I+II com circuito em Y, dispensa uso do fusível de backup para sistemas com até 10 kA de corren‑ te de curto circuito, apresenta mesma tensão nominal para todos os modos de operação, com mecanismo para desconexão térmica e sinalização re mota.
Neste cenário, o custo de implanta ção dos DPS classe I, necessários para a proteção do inversor e dos demais sistemas elétricos, é significativamente superior ao custo de instalação de um SPDA combinado com DPS classe II (cenários B e C). Isso demonstra clara mente a viabilidade e a vantagem eco nômica da adoção do SPDA em usinas fotovoltaicas.
Conclusão
A análise dos dados apresentados destaca claramente a importância da instalação de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas em uma usina fotovoltaica típica de geração distribuída. A viabilidade econômica demonstrada revela que o investimen to em um SPDA é não apenas necessá‑ rio mas também vantajoso financeira mente, especialmente considerando os potenciais prejuízos associados aos múltiplos eventos de descarga atmos férica ao longo da vida útil da usina. Além disso, a escolha de dis positivos de proteção contra surtos tecnologicamente superiores oferece maior confiabilidade, desempenho, recursos adicionais de proteção e se mostra economicamente viável. Esta combinação de SPDA com DPS de alta qualidade maximiza a segurança e minimiza os riscos financeiros.
Este estudo de caso, embora es pecífico, apresenta uma metodologia que pode ser aplicada a outras confi gurações e localizações. A densidade de descargas atmosféricas (Ng) uti lizada no estudo reflete a mediana dos valores apresentados na figura 4.
Tab. III – Cenários de projetos que consideram o SPDA para a UFV
Tab. IV – Cenários de projetos sem SPDA instalado na UFV
Dependendo da localização e extensão territorial da usina, os potenciais prejuízos podem ser significativamente superiores aos aqui estimados.
A utilização de uma solução de SPDA não isolado pode ser considerada, porém é importante observar a necessidade de DPS classe I em todos os pontos da instalação fotovoltaica. A comparação entre essas diferentes técnicas é detalhada em [13].
Em conclusão, a implementação de medidas adequadas de proteção é essencial para garantir a segurança e a confiabilidade nas usinas fotovoltaicas, contribuindo para a sustentabilidade e rentabilidade desses empreendimentos.
ranjos fotovoltaicos - Requisitos de projeto. 2019.
[3] ABNT, NBR 5419-1: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 1: Princípios gerais. 2015.
[4] ABNT, NBR 5419-2: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 2: Gerenciamento de risco. 2015.
[5] ABNT, NBR 5419-3: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida. 2015.
[6] ABNT, NBR 5419-4: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura. 2015.
[7] Alves, N. V. B.; Matos, L. F. S.; Oliveira, N. L. B.: SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) em UFV (Usinas Fotovoltaicas) usando captores verticais, apresentado em “Eletrotec+EM Power South America”, São Paulo, ago. 2023.
[8] Almeida, G. L. S.; Alves, N. V. B.; Dantas, J. M. B.: Corrosão de estruturas em UFVs devido à aplicação de herbicidas, FotoVolt nº 62, p. 26–31, outubro de 2023.
[9] IEC, IEC TR 63227: Lightning and surge voltage protection for photovoltaic (PV) power supply systems. 2020.
[10] Karim, M. R.; e Ahmed, M.R: Lightning Effect on a Large-Scale Solar Power Plant with Protection System, in “2019 1st International Confe-
rence on Advances in Science, Engineering and Robotics Technology” (ICASERT), Dhaka, Bangladesh: IEEE, maio 2019, p. 1–5. doi: 10.1109/ICASERT.2019.8934473.
[11] Santos, S. R.: A utilização de captores em módulos fotovoltaicos, revista “Eletricidade Moderna” nº 576, p. 52–53, abril de 2024.
[12] Dehn + Söhne: Protection of 800 V AC String Inverters Against Lightning Damage on the AC Side. 2022. Acesso em: 10 de maio de 2024 [online]. Disponível em: https://www. dehn-international.com/en/lightning-and-surge-protection-free-field-systems-and-solar-parks
[13] Matos, L. F. S.; Dantas, J. M. B.; Alves, N. V. B.: Comparativo da Implementação de Proteção contra Descargas Atmosféricas em uma Usina Fotovoltaica de Geração Distribuída através de Sistema Isolado e Não Isolado, apresentado em “Eletrotec+EM Power South America”, São Paulo, ago. 2024.
Trabalho apresentado no congresso Eletrotec+EM Power South America, realizado em São Paulo de 27 a 29 de agosto de 2024, atualizado pelos autores para publicação nesta edição de FotoVolt.
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Redução de assimetria na recarga de veículos elétricos
Gian-Luca Di Modica e Bernd Engel, do Intituto elenia para Tecnologia de AT e Energia, Universidade Técnica de Braunschweig (Alemanha)
Aqualidade da energia em redes elétricas é um tópico muito abrangente. No nível de baixa tensão, o foco principal nos últimos anos tem sido a estabilidade de tensão em relação a variações lentas desta grandeza, decorrentes da crescente alimentação de energia solar fotovoltaica (FV). Além das variações lentas de tensão [também designadas variações de tensão em regime estacionário], há outros parâmetros relevantes a serem considerados na transição energética e na eletromobilidade, em razão da proliferação de veículos elétricos (VE) e de sistemas de geração distribuída (GD). Entre eles podem ser citados os harmônicos e a assimetria. A questão da assimetria é particularmente importante em baixa tensão, porque tanto do lado da carga quanto no da geração encontram-se inúmeros aparelhos monofásicos. A assimetria e, em especial, o desequilíbrio de tensão, é abordada em detalhes a seguir.
Definição de desequilíbrio de tensão
A simetria de tensão é, por definição, o estado em que as tensões das três fases têm a mesma amplitude e exibem uma defasagem de 120° entre
Com o método aqui descrito, a potência de cada condutor de fase é controlada independentemente durante a recarga. Assim se reduz o desequilíbrio do sistema trifásico, a sobrecarga de componentes e seu envelhecimento acelerado.
ideal L2 ideal L3 ideal
(Fase)
(Amplitude)
si. Assim que uma destas condições não for satisfeita, o desequilíbrio de tensão está presente. Definições análogas se aplicam à simetria ou assimetria de corrente. A figura 1 mostra exemplos de tensões simétricas (linhas cheias), bem como desequilíbrios de fase e de amplitude (linhas tracejadas) num sistema trifásico.
Para quantificar a assimetria, utiliza-se em geral o método das compo‑ nentes simétricas, segundo o qual, tensões ou correntes assimétricas são matematicamente decompostas em três componentes simétricas. Tais componentes são denominadas de sequência positiva, sequência negativa e sequência zero. A figura 2 ilustra qualitativamente essas componentes para tensões assimétricas. Os valores eficazes
das três fases são idênticos para as respectivas componentes, o que se caracteriza pelo comprimento idêntico dos fasores. A componente de sequência positiva representa um campo giratório no sentido horário e corresponde ao sistema desejado. Seu valor eficaz deve, portanto, ser o maior possível. Para tensões simétricas, somente a componente de sequência positiva está presente. As demais componentes, no caso simétrico, são iguais a zero. A componente de sequência negativa corresponde a um campo giratório à esquerda, em oposição ao campo giratório no sentido horário. Se um motor trifásico for conectado a uma rede onde está presente apenas a componente de sequência negativa, ele girará
Sistema de sequência zero
Sistema de sequência positiva
Sistema de sequência negativa
Fig. 1 – Exemplo de tensões simétricas e assimétricas num sistema trifásico. Fonte: Di Modica/ Engel (todas as figuras)
Fig.2 – Componentes simétricas de tensão num sistema trifásico
no sentido inverso. No sistema de sequência zero, as tensões estão em fase. Esta componente é responsável pelas correntes de neutro, porque tais correntes, devido à igualdade de fases, não se cancelam no ponto estrela, mas se somam. As tensões reais das três fases L1, L2 e L3 resultam da adição das respectivas tensões das componentes simétricas. Por exemplo, a tensão real L1 é igual à adição das tensões L1 das componentes de sequência positiva, negativa e zero.
Valor limite da assimetria
A norma DIN EN 50160 [1] define como valor característico da assimetria de tensão o fator de assimetria da componente de sequência negativa ku2 para a frequência fundamental de 50 Hz: ku2 = U2 / U1 ∙ 100%
Este valor característico corresponde ao valor eficaz da componente de sequência negativa U2 dividido pelo valor eficaz da componente de sequência positiva U1. A norma estabelece que, como valor limite para redes de baixa tensão, 95% dos valores médios de 10 min do fator de assimetria de tensão da componente de sequência negativa devem ser iguais ou inferiores a 3%. De acordo com a norma, as componentes de sequência negativa podem danificar aparelhos. Já a componente de sequência zero não é relevante neste caso, razão pela qual não foi definido nenhum valor limite [1].
A regra de aplicação VDE-AR-N 4100 [2] define valores limite para conexões assimétricas e a operação de instalações do cliente. Conforme esse documento, para aparelhos com potência nominal ≤ 4,6 kVA é permitida a conexão monofásica à rede, enquanto, por outro lado, aparelhos com potência superior àquele valor devem ter conexão trifásica.
Para aparelhos monofásicos deve haver uma distribuição uniforme nas três fases. O termo aparelho abrange
cargas elétricas, instalações de geração, sistemas de armazenamento e estações de recarga para veículos elétricos. No que se refere a estes três últimos tipos de equipamento, podem ser conectados na instalação do cliente no máximo três aparelhos monofásicos. A conexão desses aparelhos deve ser na mesma fase, para que, por exemplo, a energia gerada por um sistema fotovoltaico (SFV) ou sistema de armazenamento possa ser utilizada. Para aparelhos deste tipo, de acordo com a VDE-AR-N 4100 [2], o operador da rede pode definir a fase. Durante a operação, o total de aparelhos de uma instalação de consumidor do tipo instalação de geração, sistema de armazenamento e estação de recarga para VE não pode ultrapassar o limite de desequilíbrio de carga de 4,6 kVA. Com respeito a sistemas de armazenamento e estações de recarga, estão contemplados tanto os processos de recarga quanto os de descarga. Na recarga de VE deve ser observado que veículos monofásicos com potência superior a 4,6 kVA conectados, por exemplo, a estações de 22 kW c.a., podem ultrapassar o limite de desequilíbrio de carga. Neste caso, a referida VDE-AR [2] estabelece que as estações de recarga c.a. devem assegurar a observância do limite de desequilíbrio de carga por meio de comunicação com o veículo. Em caso de uma possível ultrapassagem desse limite, a estação deve comunicar uma redução da potência de recarga. Para recarga em c.c., o respeito ao limite de desequilíbrio de carga realiza-se independentemente do VE, uma vez que o carregador se encontra na estação de recarga. Ademais, a VDE-AR em questão [2] menciona a possibilidade de empregar um dispositivo de simetria. Caso haja tal dispositivo na instalação do cliente, aparelhos monofásicos podem ultrapassar o limite de potência de conexão de 4,6 kVA, desde que, durante a operação, todos os aparelhos considerados
pelo dispositivo de simetria respeitem o limite de desequilíbrio de carga. A soma da potência de conexão de aparelhos monofásicos ao dispositivo de simetria é limitada a 13,8 kVA por fase. Para estações de recarga que disponham de um ponto de conexão à rede próprio, é mandatório um dispositivo de simetria nesse ponto [2].
Causas do desequilíbrio de tensão
A principal causa do desequilíbrio de tensão em redes de baixa tensão é o desequilíbrio de carga devido a cargas e geradores monofásicos, bem como a operação assimétrica de aparelhos trifásicos. No nível de baixa tensão há inúmeros aparelhos monofásicos de pequena potência, tais como computadores, refrigeradores, etc. Além disso, no âmbito da transição energética e de mobilidade, é crescente o número de cargas e geradores assimétricos de potências mais altas, como os sistemas fotovoltaicos e de armazenamento de energia domésticos providos de inversores monofásicos, assim como veículos elétricos com recarga mono ou bifásica. Quanto aos VE, há aqueles cujo hardware é limitado à recarga mono ou bifásica. Trata-se geralmente dos híbridos plug-in. Além destes, parte dos VE trifásicos também é recarregada por via mono ou bifásica, por exemplo, por meio de tomadas Schuko, e wallboxes mono ou bifásicas.
No plano ideal, em redes de baixa tensão os aparelhos estão distribuídos uniformemente entre as três fases, de acordo com sua potência. Uma pesquisa [3] revela que este não é o caso típico na prática. Além disso, como os horários de operação dos aparelhos divergem e dependem do comportamento do usuário, resultam cargas desequilibradas nas fases. Outro estudo sobre assimetria em redes de baixa tensão [4] constata, por exemplo, que há redes nas quais mais de 70% do sistema
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fotovoltaico está conectado ao mesmo condu tor de fase. Em residências de ve se ainda ter em mente que muitos apare lhos domésticos, como aspirado res de pó e seca dores de cabelo, não possuem conexão fixa.
VE: Veículo elétrico
RES: Residência
BC: Bomba de calor
RAQ: Resistor de água quente
GFV: Gerador FV
RES 1.1
VE FV
Carga
BC RAQ
RES 1.9
VE FV
Carga
BC RAQ
Se as tomadas estiverem distri buídas entre as fases, conforme a tomada em que o aparelho estiver conectado será carregada uma fase diferente. A assimetria pode ainda ter origem em diferenças no dimen sionamento dos condutores de fase, resultando em impedâncias divergen tes [5].
Dentre os efeitos da assimetria fi guram: maiores perdas nos condutores da rede, aquecimento adicional de motores trifásicos devido ao aumento das perdas no motor, menor desempe nho dos transformadores, e correntes no condutor neutro [5]. Relatórios dos operadores de rede na referência [4] deixam claro que algumas redes de baixa tensão têm problemas em relação à assimetria, tais como: exceder o va lor limite da norma DIN EN 50160 [1],
Rede MT
400 kV
Transformador Rede BT
RES 8.1
VE FV
Carga
BC RAQ
RES 8.17
VE FV
Carga
BC RAQ
Soma:
101 residências em 11 séries FV
FV crítica
Série
sobrecarga de equipamentos, falha e colapso de dispositivos e sistemas, dis paro das proteções de geradores e de sistemas, e envelhecimento acelerado dos equipamentos [4].
Métodos para mitigar o desequilíbrio
a) Smax ≤ 4,6 kVA
b) Smax > 4,6 kVA
Fig. 4 – Característica cos φ consoante [9] (cos φ: fator de potência; P/Pmax: relação da potência ativa ou potência de recarga para a potência ativa máxima; Smax: potência nominal
Existem diversos métodos para reduzir o desequilíbrio. A distribuição uniforme de aparelhos entre as três fases oferece potencial para redes de baixa tensão em que a atual distribui ção é passível de ser otimizada. Con tudo, devido aos diferentes horários de operação dos aparelhos, conforme mencionado na seção anterior, o po tencial deste método é limitado. A distri buição dinâmica de fases mediante co mutação de fases de aparelhos monofási cos oferece poten‑ cial adicional para mitigar o desequilí brio [4]. Por exem plo, wallboxes c.a. poderiam comutar VEs em processo de
Fig. 3 – Representação qualitativa do modelo de simulação de rede urbana
recarga monofásica para a fase menos carregada. Além disso, em redes de baixa tensão poderiam ser instalados reguladores de assimetria, tais como o Distribution Static Synchronous Compen sators (DSTATCOMs) e o Dynamic Vol tage Restorers (DVRs) [6], [7]. Em razão do hardware necessário e da respectiva integração otimizada à rede, este método implica maior investimento e custos em comparação com outras soluções. Outro método é a recarga de VE com exatidão de fase [do alemão phasenge‑ nau], experimentado por meio de simulações numa rede urbana de baixa tensão [8]. A figura 3 mostra o modelo qualitativo dessa rede. Cada residência possui uma carga típica e opcionalmente um VE, um gerador fotovoltaico e uma bomba térmica. As referidas cargas adicionais são alocadas às residências dependendo dos cenários de penetração. A seguir é descrito o processo de recarga com exatidão de fase. A recarga com exatidão de fase para redução do desequilíbrio de tensão considera diversos métodos da VDE-AR-N 4100 e 4105 relativos ao equilíbrio de tensão mediante provisão de potência reativa e controle de potência ativa. Tais métodos, já utilizados em sistemas fotovoltaicos, por exemplo, são aqui aplicados separadamente por fase. A aplicação pode ser tanto para VE em processo de recarga monofásica, quanto bifásica ou trifásica. Os métodos para provisão de potência reativa são: fator de potência constante, ajuste de fator de potência em função da potência ativa cos φ (P), e ajuste de potência reativa em função da tensão Q (U). Na recarga com exatidão de fase, uma estação de recarga ou um VE podem aplicar um destes três métodos. No que tange ao controle de potência ativa, é considerado um ajuste de potência em função da tensão P (U), que pode ser aplicado em combinação com um dos três métodos de potência reativa. As figuras 4, 5 e 6 exibem as características examinadas na referência [8].
Subexcitado (indutivo)
Sobreexcitado (capacitivo)
Fig. 5 – Característica Q (U) consoante [9] (Q: potência reativa; U/Un: relação da tensão real para a tensão nominal)
A característica do cos φ (P) foi se‑ lecionada conforme a potência nominal Smax. Para fator de potência constante e potência nominal ≤ 4,6 kVA, o valor definido é 0,95; e para potências > 4,6 kVA, o valor é 0,90.
Os resultados em [8] mostram que a aplicação de um fator de potência constante e de uma característica cos φ (P) com exatidão de fase elevam o desequilíbrio de tensão. Uma das razões é que, durante o processo de recarga, independentemente de uma variação de tensão estar presente, há provisão de potência reativa. Adicio nalmente, a provisão desigual de po tência reativa nas três fases por meio de VEs em processo de recarga mono ou bifásica influencia o deslocamento entre as fases, porque apenas os ângu los de fase das fases usadas são alte rados. Conforme a situação da rede, a regulação Q (U) de exatidão de fase pode levar a um aumento ou a uma redução do desequilíbrio de tensão. A razão para tal é que, em redes de baixa tensão, a relação entre resistên cia e reatância (relação R/X) é tipi camente > 1, o que explica porque a potência reativa tem maior influência sobre o ângulo de fase do que sobre a amplitude da tensão.
Como a provisão de potência rea‑ tiva com exatidão de fase altera tan to a amplitude da tensão quanto o deslocamento de fase e, de acordo com a definição, ambos os parâmetros são relevantes para o desequilíbrio de
Fig. 6 – Característica U consoante [10] (Q: potência ativa ou potência de recarga; U/Un: relação da tensão real para a tensão nominal)
tensão, uma influência negativa no deslocamento de fase pode superar a influência positiva na amplitude da tensão. A amplitude da tensão é sem pre influenciada positivamente por Q (U) (alteração em direção à tensão nominal), enquanto o deslocamento de fase é influenciado positiva ou ne
gativamente, dependendo da situação da rede. Uma influência ne gativa no des locamento de fase significa que a defasa gem se afasta de 120°. A fi gura 7 mostra um exemplo de como o desequilíbrio de tensão é reduzido por Q (U) com exatidão de fase, porque as diferenças de fase se aproximam do valor ideal de 120°.
Em comparação, a figura 8 ilustra o caso em que a exatidão de fase Q (U) aumenta o desequilíbrio de tensão,
Método de regulação NenhumQ (U) com exatidão de fase
Fig. 7 – Resultados da simulação (assimetria da tensão, deslocamento de fase, tensão e potência reativa) numa estação de recarga doméstica, redução de desequilíbrio de tensão mediante exatidão de fase Q (U)
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Método de regulação
Nenhum Q (U) com exatidão de fase
Fig. 8 – Resultados da simulação (assimetria da tensão, deslocamento de fase, tensão e potência reativa) numa estação de recarga doméstica, aumento de desequilíbrio de tensão mediante exatidão de fase Q (U)
porque as diferenças de fase se afastam de 120 °. Por outro lado, o P (U) com exatidão de fase sempre reduz o desequilíbrio de tensão porque, com uma relação R/X, a potência ativa tem maior influência sobre a amplitude da tensão do que no deslocamento de fase e a amplitude da tensão é sempre influenciada positivamente por P (U).
Para a aplicação prática da recarga com exatidão de fase, é necessário que o equipamento de recarga suporte a provisão de potência reativa e a variação de potência com exatidão de fase. Para recarga c.a., o carregador no VE deve suportar estas funcionalidades. Além disso, o processo de recarga com exatidão de fase deve ser comunicado pela estação de recarga c.a. Já na recar-
ga c.c. o processo se dá exclusivamente na estação de recarga, porque é onde se encontram os carregadores.
Conclusão
Elevados desequilíbrios de tensão ocorrem em redes de baixa tensão e acarretam problemas como sobrecarga e envelhecimento acelerado de equipamentos. A distribuição uniforme de aparelhos nas três fases é uma etapa importante para a assegurar a simetria. A comutação dinâmica de fases durante a operação dos aparelhos pode oferecer um potencial adicional para reduzir o desequilíbrio. Com relação à recarga de VEs com exatidão de fase, foram discutidas as abordagens de fator de potência constante, cos φ (P),
Q (U) e P (U). As abordagens de fator de potência constante, cos φ (P) e Q (U) para a provisão de energia reativa não são adequadas em redes de baixa tensão com o objetivo de reduzir o desequilíbrio de tensão, porque prevalece a influência negativa sobre o deslocamento de fase das tensões de fase. A aplicação destes métodos nas simulações analisadas em [8] muitas vezes levou a um aumento do desequilíbrio de tensão.
Tal constatação indica que nessas redes as abordagens de fator de potência constante, cos φ (P) e Q (U) são adequadas para manter o equilíbrio de tensão em operação trifásica, mas não para redução de desequilíbrios de tensão com exatidão de fase. Em comparação, o método de P (U) com exatidão de fase é adequado para manter o equilíbrio de tensão. Pesquisas futuras poderiam considerar adicionalmente a provisão de potência reativa em fun-
ção do deslocamento de fases, porque isso poderia oferecer potencial para mitigar desequilíbrios de tensão.
Referências
[1] Merkmale der Spannung in öffentlichen Elektrizitätsversorgungsnetzen, DIN EN 50160, 2020-11
[2] Technische Regeln für den Anschluss von Kundenanlagen an das Niederspannungsnetz und deren Betrieb (TAR Niederspannung), VDE AR-N 4100, 2019-04
[4] Vanselow, A., et al.: FNN Studie Unsymmetrie in der Niederspannungsebene (Abschlussbericht Studie Unsymmetrie in der Niederspannungsebene), 2021
[5] Sanjeevikumar, P. : Power Quality in Modern Power Systems. San Diego: Elsevier Science & Technology, 2021
[6] Crastan, V., Westermann, D.: Elektrische Energieversorgung 3 – Dynamik, Regelung und Stabilität, Versorgungsqualität, Netzplanung, Betriebsplanung und -führung,
Leit- und Informationstechnik, FACTS, HGÜ. Berlin: Springer-Verlag, 2018
[7] Ghosh, A., Ledwich, G.: Power Quality Enhancement Using Custom Power Devices. New York: Springer-Verlag, 2002
[8] Di Modica, G.-L., et al.: Phase-Precise Control of Electric Vehicles to Reduce Voltage Unbalance in Low-Voltage Grids, ETG Kongress 2023, 25. – 26. Mai, 2023
[9] Erzeugungsanlagen am Niederspannungsnetz – Technische Mindestanforderungen für Anschluss und Parallelbetrieb von Erzeugungsanlagen am Niederspannungsnetz, VDE AR-N 4105, Nov. 2018
[10] Wussow, J., et al.: Grid-Oriented Charging of Electric Vehicles as Approach for Increasing Penetration in Residential Areas, ETG Kongress 2019, 08. – 09. Mai, 2019.
Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das Elektrohandwerk, edição 22/2023. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro. net. Publicado por FotoVolt sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.
Mitos e Verdades – Parte 2
“ Com o avanço da infraestrutura, melhorias contínuas nas baterias e a queda nos custos, os veículos elétricos estão se tornando cada vez mais acessíveis, seguros e viáveis”.
Após um ano da primeira parte de “Mitos e Verdades”, trago novamente o tema, pois quanto mais o mercado dos veículos elétricos cresce, mais influencers comentam sobre o assunto, mais veículos são vistos nas ruas e mais desinformação e meias verdades são difundidas. Portanto, é necessário esclarecer alguns dos argumentos mais comumente abordados.
Uma característica comum entre os críticos da tecnologia dos veículos elétricos, especialmente aqueles que divulgam notícias falsas ou desinformação, é mudar o foco de seus ataques à medida que estes são superados. Recentemente, a principal crítica se concentrava na autonomia dos veículos, mas com a ampla divulgação de vídeos de usuários compartilhando experiências de viagens, essa preocupação perdeu força. Em seguida, as críticas se voltaram para os custos de manutenção e reposição de peças, questão que também foi resolvida rapidamente. Atualmente, o foco dos ataques é o suposto alto risco de incêndio.
Veremos alguns dos temas mais discutidos atualmente, que muitas vezes são baseados em informações falsas ou distorcidas, levando a conclusões equivocadas e precipitadas. Embora a tecnologia dos veículos elétricos ainda esteja em desenvolvimento e apresente lacunas, tanto tecnológicas quanto de infraestrutura, os pontos fracos verdadeiros não são aqueles frequentemente difundidos e que destacaremos a seguir.
Alto risco de incêndio
Semanalmente, surgem vídeos e fotos de veículos supostamente elétricos pegando fogo, rapidamente compartilhados por diversos portais de notícias e influenciadores. Muitos aproveitam essas imagens para apontar supostos pontos fracos da tecnologia e destacar a ideia de que os veículos elétricos são perigosos. O problema é que esses vídeos, na maioria das vezes, não mostram veículos elétricos.
O principal impulso para disseminação deste tipo de informação foi a Consulta Pública do Corpo de Bombeiros de São Paulo (CBSP), que inflamou a opinião popular sobre o tema, gerando receio sobre a segurança da tecnologia. A percepção pública foi de que, se o CBSP está adotando medidas tão restritivas, a ponto de serem impeditivas, isso seria um forte indício de que a tecnologia é realmente perigosa. Porém, com o tempo e discussões sérias sobre o assunto em fóruns, ficou nítida a precipitação dessas medidas drásticas, pois, apesar de a tecnologia ter seus riscos, a frequência de incêndios é extremamente baixa. Além disso, comparados aos veículos à combustão, que possuem alta carga plástica, os carros elétricos não apresentam risco mais elevado.
Estatísticas indicam que os veículos elétricos são significativamente menos propensos a incêndios em comparação aos veículos à combustão. A Tesla, por exemplo, uma das pioneiras na tecnolo-
gia de veículos elétricos, revelou que há, em média, um incêndio a cada 205 milhões de milhas percorridas em seus veículos, enquanto nos carros à combustão, a ocorrência é de um incêndio a cada 19 milhões de milhas. Um estudo da EV Fire Safe, apoiado pelo Departamento de Defesa da Austrália, apontou que a taxa de incêndio em veículos elétricos é de apenas 0,00012%, em contraste com a taxa de 0,01% dos veículos à combustão. Ou seja, o risco de incêndio em veículos tradicionais é 83 vezes maior.
Além disso, é importante destacar que a natureza dos incêndios em veículos elétricos é diferente. O principal desafio reside nas baterias, que, em casos raros de falha, podem entrar em um processo de fuga térmica, resultando em um aumento rápido de temperatura e dificultando o controle do fogo. No entanto, tecnologias de segurança e procedimentos de combate a incêndios estão evoluindo continuamente, como o uso de mantas térmicas e técnicas de resfriamento mais eficientes, soluções adotadas em países como o Reino Unido e a Holanda, onde a mobilidade elétrica já está amplamente difundida.
A maioria das informações alarmistas sobre incêndios em veículos elétricos é amplamente refutada por fatos e números concretos. A adoção dessa tecnologia tende a crescer à medida
Rafael Cunha*
Veículos elétricos
que mais pessoas se conscientizarem da realidade e dos avanços na segurança.
Pane seca
Outro tema frequentemente abordado por pessoas que desconhecem o uso de veículos elétricos ou simplesmente são contra a tecnologia é o risco de pane seca, ou seja, ficar sem bateria durante o trajeto. Essa preocupação é atrelada à suposta baixa autonomia dos veículos elétricos, e muitas vezes tratadas de forma irônica, gerando até bons memes, admito. Porém, afirmar que o veículo elétrico ficará sem bateria durante o seu deslocamento é tão absurdo quanto imaginar essa situação com seu celular, o que é impensável, pois tornou-se parte da nossa rotina carregar o celular ou levar consigo um carregador, especialmente em dias de uso intenso ou viagens. No caso do uso dos veículos elétricos é a mesma lógica: é necessário aderir a uma nova rotina de planejamento para uso do veículo. Portanto, se você vai fazer uma viagem de longa distância, por exemplo, é preciso verificar a disponibilidade de estações de recarga na rota e garantir, por meio dos aplicativos existentes, se estes locais estão funcionando e se você terá suporte caso tenha algum problema durante o uso. O furo lógico deste tipo de ataque é considerar a mesma rotina de uso de um veículo à combustão para um veículo elétrico. O comportamento de um motorista de um veículo elétrico é diferente, pois ele raramente precisará se deslocar até um local de recarga, pois todos os dias sairá de casa com o “tanque cheio”. Portanto, imaginar que o usuário de um veículo elétrico necessita enfrentar filas, aguardar por horas por uma recarga ou mesmo ficar sem bateria mostra desconhecimento sobre a rotina de uso do carro. Embora essas situações possam acontecer eventualmente, um planejamento adequado, o conhecimento do comportamento do carro e o uso correto dos aplicativos tornam esses eventos extremamente raros.
Elevada desvalorização
“Os veículos elétricos estão enfrentando elevada desvalorização, que pode chegar até 47% em dois anos. Em outras palavras, essa desvalorização ocorre devido à ausência de um mercado bem definido para carros usados, resultando em falta de interesse de compra por parte dos consumidores e das concessionárias de veículos”. Certamente você já leu algo ou viu algum vídeo sobre essa questão, certo? Mas vou te explicar por que essa é uma informação incompleta, que pode levar a conclusões equivocadas.
Até 2022, os veículos elétricos disponíveis no mercado brasileiro eram mais caros, com preços como o do Bolt (R$ 306.142), i3 (R$ 279.102) e Leaf (R$ 278.078). Isso se devia à pouca oferta de modelos e importação em pequena escala, o que naturalmente elevava os custos. Agora, imagine o impacto da inserção de um novo modelo concorrente no mercado com o preço muito inferior (R$ 149.800). Sim, os preços dos usados dos modelos anteriores despencam, pois os modelos são equivalentes, tornando o veículo zero km mais barato do que um usado dos modelos anteriores. Para se ter uma ideia das desvalorizações enfrentadas, observem os preços da tabela FIPE após a entrada do Dolphin no mercado nacional:
• Bolt 2022 – FIPE em Fev 2024: R$ 246.709 – Queda de 19,41%, chegando a 31,46% em Set 2024.
• I3 2022 – FIPE em Fev 2024: R$ 223.730 – Queda de 18,63%, chegando a 33,63% em Set 2024.
• Leaf 2022 – FIPE em Fev 2024: R$ 170.662 – Queda de 38,14%, chegando a 51,44% em Set 2024
De fato, a variação de preços entre os modelos é significativa, e também ocorre em modelos de alto padrão, como o Tan, e-tron, entre outros. Porém, a causa dessas altas desvalorizações deve-se à limitada variedade de modelos, o que gera baixa competitividade, além do custo elevado desses produtos. A chegada de modelos de menor custo, mais populares e com preços competi-
tivos fez com que os preços dos elétricos atingissem um novo patamar, fenômeno comum em mercados novos que ainda estão amadurecendo. Um salto tecnológico das baterias, por exemplo, pode novamente reduzir os preços. Portanto, não é correto afirmar que os veículos elétricos em geral possuem alta desvalorização, pois o Dolphin desvalorizou somente cerca de 9,6% em um ano, que é uma média equivalente à de seus pares à combustão. Não foram os elétricos que desvalorizaram muito, e sim os modelos elétricos mais caros que desvalorizaram mais.
O amadurecimento atual do mercado deve estabilizar as desvalorizações, pois, hoje, para uma montadora lançar um novo veículo elétrico no Brasil, é essencial competir com preços agressivos para evitar fracassos nas vendas e a consequente alta desvalorização.
Conclusão
A transição para a mobilidade elétrica é inevitável, mas, como toda nova tecnologia, está sujeita a críticas e desinformação. Mitos como o alto risco de incêndio, a pane seca e a desvalorização dos veículos elétricos são amplamente difundidos, mas os fatos e números mostram uma realidade muito diferente. Com o avanço da infraestrutura, melhorias contínuas nas baterias e a queda nos custos, os veículos elétricos estão se tornando cada vez mais acessíveis, seguros e viáveis. Cabe aos consumidores buscar informações corretas e confiar nas evidências, pois o futuro da mobilidade está cada vez mais voltado para a eletrificação sustentável.
* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.
Condutores de alumínio em energia solar – uso e limitações
Vinícius Ayrão*
“ No mercado de energia solar de MMGD há o hábito de querer transformar uma solução que atende a uma determinada condição em solução para tudo”.
Osetor de energia solar fotovoltaica tem uma verdadeira obsessão por redução dos custos de implantação (Capex), muitas vezes em detrimento dos custos de operação e manutenção e da confiabilidade da usina.
Nessa busca insana por redução de custos, de tempos em tempos aparecem soluções viáveis do ponto de vista técnico-financeiro. Uma dessas soluções, que já vem sendo adotada há algum tempo no segmento de mini e microgeração distribuída (MMGD), é o uso de cabos de alumínio em substituição aos cabos de cobre.
Essa solução, contudo, tem seus usos adequados e também restrições. Recentemente, um fabricante de condutores elétricos anunciou uma linha de cabos solares de alumínio.
Mas, eu posso utilizar tais cabos?
Os condutores de alumínio e as instalações elétricas de baixa tensão
Consultando a NBR 5410, podemos verificar que o uso dos condutores de alumínio é limitado às seguintes condições:
“6.2.3.8.1 Em instalações de estabelecimentos industriais podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que, simultaneamente:
a) a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 16 mm2, b) a instalação seja alimentada diretamente por subestação de transformação ou transformador, a partir de uma rede
de alta tensão, ou possua fonte própria, e
c) a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas (BA5, tabela 18).
6.2.3.8.2 Em instalações de estabelecimentos comerciais podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que, simultaneamente:
a) a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 50 mm2,
b) os locais sejam exclusivamente BD1 (ver tabela 21), e
c) a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas (BA5, tabela 18).”
Segundo a norma, em instalações residenciais e em locais com condições de fuga em caso de emergências classificados como BD4 (longa e tumultuada) não podem ser instalados condutores de alumínio. Como exemplo de edificações nessa classificação, temos os locais de alta afluência de público de maior porte, como shopping centers, hotéis e hospitais.
Antes de analisarmos a aplicação em sistemas de energia solar, vamos entender o que é um cabo solar.
O cabo solar
Não existe uma norma para “cabo solar”. Esclarecendo, não há uma definição do que é um cabo solar. Quando nos referimos a um cabo solar, estamos, na verdade, querendo dizer um condutor que foi projetado, construído e ensaiado atendendo aos critérios
da NBR 16612 - Cabos de potência para sistemas fotovoltaicos, não halogenados, isolados, com cobertura, para tensão de até 1,8 kV C.C. entre condutores - Requisitos de desempenho.
Aceitando a definição de que cabo solar é um cabo que atende à NBR 16612, temos algumas características técnicas:
1) deve ser de cobre, estanhado, têmpera mole e classe 5 de encordoamento; 2) deve ser resistente a radiação UV; e 3) deve ser capaz de resistir a uma temperatura de operação de até 120°C durante 20 000 h.
Precisamos entender onde podemos ou devemos usar um condutor solar, e para isso iremos consultar a NBR 16690Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos - Requisitos de projeto
A NBR 16690 e os condutores
Podemos dividir um sistema de energia solar em dois subsistemas: o em tensão de corrente contínua, o nosso arranjo fotovoltaico; e o em corrente alternada, que é o trecho entre o ponto de conexão até o lado CA dos inversores.
Quando tratamos de minigeração, esse trecho CA pode ser dividido ainda em baixa tensão e em média tensão.
Os requisitos no lado de CC devem atender à NBR 5410, acrescida dos requisitos e modificações trazidas pela NBR 16690.
Analisando o trecho sobre condutores na NBR 16690, temos:
“Os cabos utilizados nas séries fotovoltaicas, nos subarranjos fotovoltaicos e nos arranjos fotovoltaicos devem atender aos requisitos da ABNT NBR 16612. Cabos do subarranjo fotovoltaico ou cabos do arranjo fotovoltaico podem ser construídos conforme a ABNT NBR 7286 ou ABNT NBR 7287 e
instalados conforme as maneiras de instalar previstas na ABNT NBR 5410, observando se há a necessidade de resistência à radiação UV.”
Como vemos, os cabos das séries devem necessariamente atender à NBR 16612, ou seja, devem ser cabos “solares”, e, por consequência, de cobre. Já os cabos dos arranjos ou subarranjos podem opcionalmente atender às normas 7286 ou 7287.
Podemos chegar à primeira conclusão: No lado de CC, apenas nos condutores dos arranjos e subarranjos posso avaliar a viabilidade de uma solução com cabos de alumínio.
Atualmente, a maioria dos inversores possui várias entradas por MPPT, ou seja, as séries são ligadas diretamente aos inversores e assim não há como utilizarmos condutores de alumínio, pois isso seria contrário à norma NBR 16690.
O cabo de alumínio e o lado CA
Uma usina de energia solar remota (fazenda solar) pode ser classificada como uma indústria, sendo a sua uma instalação industrial. Se tivermos essa usina conectada através de uma subestação e com operação e manutenção com profissional BA5, temos as condições para utilização de condutores de alumínio em todos os locais onde a seção do cabo for igual ou superior a 16 mm2.
A utilização dos cabos de alumínio possui alguns inconvenientes:
a) Para condução da mesma corrente, o condutor de alumínio tem seção superior ao condutor de cobre; b) O cabo de alumínio possui classe de encordoamento 2, o que o torna mais difícil de se trabalhar, exigindo espaços maiores nos quadros de distribuição; e c) Os terminais para conexão dos cabos com os barramentos de cobre precisam ser bimetálicos, que são um pouco mais caros e um pouco mais difíceis de encontrar no mercado.
A despeito dessas dificuldades, o uso do condutor de alumínio no lado de CA é bastante interessante, sendo amplamente utilizado nas usinas de solo.
Nem tudo são flores
Apesar de ser interessante financeiramente, temos notícias de muitas usinas que apresentaram problemas com o uso dos cabos de alumínio. Vamos ao principal ponto: Sobreaquecimento nos terminais, provocando curto-circuito
O cobre e o alumínio possuem potenciais elétricos diferentes. A conexão pura e simples de ambos vai causar a formação de uma pilha galvânica que provocará mau contato, que, por consequência, causará sobreaquecimento dos cabos, resultando em perda no isolamento dos cabos e uma possível formação de curto-circuito, chegando a poder iniciar incêndios.
Usinas de solo são, em sua maioria, usinas em locais remotos, sem operação local. Em virtude disso, não há uma frequência de inspeções visuais. Por isso, esses problemas apenas são diagnosticados quando já trouxeram consequências sérias.
Forma de corrigir isso antes que problemas ocorram:
• Melhoria no projeto, com correta especificação dos terminais;
• Capacitação da equipe de suprimentos; e
• Capacitação da equipe de instalação;
Atenção onde instalar
Reparem que busquei destacar sempre usinas remotas de solo. Um problema clássico no mercado de energia solar de MMGD é o hábito de querer transformar uma solução que atende a uma determinada condição em solução para tudo (isto me lembra uma frase que minha mãe dizia: para martelo, tudo é prego).
Usinas de telhado, mesmo de minigeração, não necessariamente podem utilizar cabos de alumínio. Shoppings ou hospitais são dois exemplos.
E mesmo em locais onde é permitido o uso desses cabos (galpões industriais, por exemplo), os executores devem avaliar muito bem o risco, para decidir se, a despeito da parte financeira, vale a pena utilizar ou não os cabos de alumínio.
Particularmente, eu não gosto do uso de cabos de alumínio em instalações fotovoltaicas junto à carga, mesmo nos locais permitidos pela NBR 5410.
O cabo de alumínio e a microgeração
Usinas remotas de 75 kW, na microgeração, são relativamente comuns. Aliás, com a disseminação das usinas de investimentos como o novo Eldorado para os integradores, esse mercado está aquecido.
Esse tipo de usina vai atender à prescrição sobre a seção mínima do cabo e, forçando um pouco a barra, se considerarmos o sistema solar como um gerador (que é, na verdade), falta apenas a manutenção realizada por pessoal BA5 para a permissão do uso do condutor de alumínio. É este requisito, o do profissional BA5, que eu entendo que as usinas de microgeração remota não atendem.
Considerando ainda que essas usinas são menos complexas de construir, a qualificação da mão de obra média do mercado (sempre há exceções) tende a ser pior do que nas obras maiores, com mais riscos de problemas.
Então, minha opinião é que não devemos utilizar cabos de alumínio em usinas de 75 kW, de solo, remotas.
Conclusão
O uso do cabo de alumínio pode trazer uma economia considerável nos projetos de minigeração distribuída. No entanto, o departamento de engenharia deverá garantir que essa solução seja utilizada apenas onde é permitida, além de assegurar que a mão de obra esteja treinada e qualificada para a instalação desse tipo de condutor.
Até a próxima.
* Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv_projetoinstalacao@arandaeditora.com.br.
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Pesquisa & inovação
Gerador solar em trilho de ferrovia: Suíça
terá instalação piloto
Será instalada em escala piloto na Suíça, até maio de 2025, uma usina solar fotovoltaica que utiliza o espaço não utilizado entre os trilhos de uma ferrovia. A tecnologia da empresa suíça Sun-Ways terá todas as conexões elétricas à rede local implementadas pela distribuidora de energia local, a Viteos, do cantão de Neuchâtel, e pela DG-Rail, empresa especializada em instalações elétricas ferroviárias.
presa Scheuchzer, que pode instalar até 1.000 m2 de módulos solares por dia. Outro ponto a favor da solução é o fato de ser removível. Isso significa que a usina pode ser retirada, em partes ou totalmente, para serviços de manutenção. Essas características da tecnologia, tanto a não interferência no tráfego como a remoção e instalação em etapas de manutenção e descomissionamento, serão testadas durante a experiência piloto.
O pedido de instalação do projeto piloto na rede, feito pela empresa responsável pelo transporte público de Neuchâtel, a TransN, levou dez meses para ser examinado até a autorização pelo órgão público administrador. Em meados de 2023, o Departamento Federal de Transportes da Suíça havia inicialmente se recusado a avaliar o pedido, por não ter referência técnica para avalizar a tecnologia inédita, o que foi contornado posteriormente com um programa de avaliação independente de protótipos da solução.
e Coreia do Sul. Além disso, estão em curso discussões com potenciais parceiros na China, Tailândia, Austrália e Estados Unidos.
Nova célula tandem silício-perovskita tem eficiência de 31,6%
Cientistas do Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar, o Fraunhofer ISE, da Alemanha, conseguiram produzir uma célula solar tandem de silício e perovskita com eficiência de 31,6%. Na nova célula apresentada, de 1 cm2, a camada de perovskita superior foi depositada com uso de uma rota de fabricação híbrida sobre uma célula solar de heterojunção de silício texturizada industrialmente. O uso bem-sucedido de células solares de silício padrão texturizadas e a aplicação uniforme da camada de perovskita na superfície texturizada são pré-requisitos importantes para a produção industrial de células solares tandem de silício-perovskita.
Projeto da Sun-Ways será implantado em ferrovia para testar operação da tecnologia que aproveita espaço entre os trilhos
Com a vantagem de não causar interferência no tráfego de trens ou no trabalho de manutenção e inspeção dos trilhos, a tecnologia pode ser implementada manual ou então mecanicamente, neste último caso utilizando uma máquina ferroviária projetada pela em-
Além desse projeto, a Sun-Ways já fechou acordo com o município suíço de Aigle para realizar um estudo de viabilidade de instalação de usina solar de 288 kWp em um trecho de 1.500 metros de ferrovia privada que atende uma zona industrial, a ser financiada por um investidor externo.
Há ainda discussões com várias ferrovias privadas e em outros países. Estão sendo formados outros projetos piloto, por exemplo, na França, Espanha, Romênia
ISE utiliza processo especial para aplicar a camada de perovskita sobre célula de silício industrial
Fotos:
Sun-Ways
Fotos:
Fraunhofer ISE
Fraunhofer
As células solares de silício industriais são texturizadas em pirâmides de tamanho micrométrico, de modo a dirigir mais luz solar para o interior da célula solar e reduzir perdas por reflexão. O uso desse padrão da indústria como base para células solares tandem de silício-perovskita leva a maiores rendimentos de energia e facilita a integração do novo tipo de célula em processos de fabricação já estabelecidos.
“Porém, no tandem, a superfície em forma de pirâmides da célula solar de silício apresenta um desafio para a célula superior de perovskita”, explica em nota a Dra. Juliane Borchert, Líder do Grupo de Materiais e Interfaces de Perovskita no Fraunhofer ISE. “É necessário um método especial para aplicar a camada de perovskita uniformemente sobre a superfície de silício texturizado. Em nossos laboratórios, estamos trabalhando em um processo híbrido combinado de deposição de vapor e deposição química úmida para superar esse obstáculo”.
A célula solar tandem fabricada no Fraunhofer ISE incorpora resultados de dois projetos de pesquisa do instituto e valeu-se de um intercâmbio intensivo com cientistas da King Abdullah University of Science and Technology, da Arábia Saudita. A eficiência de 31,6%, certificada pelo laboratório de calibração credenciado CalLab do Fraunhofer ISE, é a maior até o momento para uma célula solar de silício-perovskita feita a partir de uma célula solar de silício texturizada industrialmente e usando rota de deposição híbrida para a camada de perovskita. “Para atingir esse valor, nos concentramos na célula superior de perovskita e, em particular, otimizamos a passivação entre a camada de perovskita e a camada de transporte de elétrons”, acrescenta Juliane Borchert, “Esperamos que um aumento adicional na eficiência seja possível por meio de melhorias na célula inferior, de silício.”
No Brasil
360 Solar – Realizado pela Elektsolar Innovations, o 4º 360 Solar acontece em 7 e 8 de novembro em Florianópolis, SC, constituído por congresso e exposição de produtos e serviços para energia solar e tecnolgias relacionadas. Mais informação: https://360solar.com.br/
Intersolar Summit NE – O Intersolar Summit Brasil Nordeste acontecerá no Centro de Eventos do Ceará, em Forta leza, em 23 e 24 de abril de 2025. Cons tituído de congresso e feira, o evento enfocará energia solar, armazenamento de energia, H2V e outros assuntos. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https:// www.intersolar summit brasil.com/ nordeste
Geração centralizada – O congresso GC aborda assuntos sobre energia em gera ção centralizada com foco em fontes de energia renovável. A terceira edição do evento acontecerá em São Paulo, SP, em abril de 2025. O objetivo é reunir a ca deia produtiva do setor de energias re nováveis a fim de incentivar discussões, novos negócios, parcerias e acordos. Informações em https://congressogc. com/.
The smarter E – O The smarter E South America 2025 acontecerá de 26 a 28 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos: Inter solar South America A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America Feira de ba terias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM Power South Ame rica Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South America Feira de produtos e serviços para eletromobilidade. Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Con gressos. Informações: www.thesmarte re.com.br
FIEE – A 32a edição da FIEE Feira Internacional da Industria Elétrica, Eletrô nica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a Abinee Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro de 2025, no São Paulo Expo. O evento, que apresenta equipamentos, produtos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a trans formação digital da indústria, susten tabilidade, conectividade e tecnologia. Mais informações em https://www. fiee.com.br.
Intersolar Summit Sul – Em 28 e 29 de outubro de 2025 será realizado no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, RS, a segunda edição do Inter‑ solar Summit Brasil Sul, em formato con gresso & feira, abordando entre outros temas solar FV com armazenamento, agrivoltaicos, FV off grid, etc. Realiza ção: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www. intersolar summit brasil.com/sul
Cursos
Fundamentos de energia FV – O Canal Solar oferece o curso EAD Fundamentos de energia fotovoltaica, que aborda no ções básicas sobre funcionamento dos painéis solares; conversão de luz solar em eletricidade; benefícios da energia solar e sua atuação na redução da conta de luz; dicas sobre identificação do potencial solar da região; dimensiona mento de sistemas; tendências do mer cado; e oportunidades de carreira na indústria fotovoltaica. O treinamento é ministrado por Bruno Kikumoto, enge nheiro eletricista pela Udesc ‑ Universi dade Estadual de Santa Catarina, com mestrado em Engenharia Elétrica pela Unicamp Universidade Estadual de Campinas. A carga horária é de cerca de 17h. Mais informações em https:// cursos.canalsolar.com.br.
Armazenamento de energia – O SolaXP é um evento presencial, no formato road‑ show, que foi lançado no mês de março, em São Paulo, e percorrerá até novembro 12 cidades em todo o País. Com o tema “Domine o mercado de inversores hí‑ bridos”, a iniciativa da SolaX Power visa capacitar distribuidores e integradores com informações sobre o mercado e a tendência do armazenamento de energia. Os próximos eventos acontecerão em Florianópolis (13/11) e Porto Alegre (14/11). A SolaX vai inaugurar um centro de treinamento, em Uberlândia, MG, que oferecerá treinamentos presenciais sobre armazenamento de energia solar. Infor mações: https://br.solaxpower.com.
Senai-SP – O curso de aperfeiçoamento profissional Energia Solar Fotovoltaica Tecnologias e Aplicações, do Senai SP, com carga horária de 24 horas, visa de senvolver competências para a avaliação da viabilidade técnica e financeira da im plementação de sistemas de energia so lar fotovoltaicos, diagnosticando fatores de consumo de energia, identificando tecnologias e equipamentos, e propondo soluções de acordo com normas e deter minações dos órgãos regulamentadores. Inscrições em www.sp.senai.br/curso/ energia solar fotovoltaica tecnologias e aplicacoes/89542
No exterior
PVSEC-35 – A 35a PVSEC Conferência Internacional de Ciência e Engenharia Fotovoltaica será realizada de 10 a 15 de novembro, em Numazu, Japão. O even to, considerado um dos maiores e mais abrangentes na região Ásia Pacífico, pretende reunir cientistas e engenheiros especializados em energia solar, a fim de compartilhar avanços e inovações em tecnologias fotovoltaicas. A conferência incluirá ainda workshops e uma sessão especial voltada para a participação feminina na indústria fotovoltaica. Infor mações: https://pvsec 35.com.
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Produtos
Microrrede para comunidades remotas
A Schneider Electric lançou recentemente a Villaya Flex, uma solução de microrrede projetada para comunidades desconectadas da rede elétrica. Segundo a empresa, a nova solução facilita a transição para uma eletricidade independente e descarbonizada, com alta escalabilidade no armazenamento de baterias. A Villaya Flex conta com unidade de conversão de energia híbrida bidirecional de 50/100 kVA all-in-one; armazenamento de baterias; painel centralizado para gerenciar múltiplas fontes energéticas em um sistema inteligente de gestão de energia; plataforma de monitoramento digital com EcoStruxure Microgrid Advisor, para gestão da produção de energia, EcoStruxure Energy Access Expert, para gestão da demanda, e EcoStruxure Microgrid Build, para simplificação do design do sistema.
www.se.com
Luminárias solares
A LEDvance trouxe para o mercado brasileiro uma nova linha de luminárias de LED que funcionam a partir da energia solar. São quatro opções de produto, para uso externo, seja na iluminação pública, em residências e em espaços comerciais. A Floodlight Solar é um projetor de LED com painel fotovoltaico, com sensor de presença e controle remoto, que possui visor de LED indicando o carregamento da bateria, com até 12 horas de autonomia, disponível nas versões de 7 W, 1000 lm, 14 W, 2000 lm, 16 W, 3000 lm, 21 W e 4500 lm. Já a Solar Wall é uma arandela com sistema “abre e fecha”, para áreas externas de residências com incidência de
luz solar. Projetada para ser sobreposta à parede, possui sensor de presença com acionamento automático da luminária por 90" e bateria com carregamento de luz solar de longa duração (até 10 horas de autonomia).
As potências disponíveis são de 2 W, 200 lm, 4 W, 400 lm, 7 W e 800 lm. Por sua vez, a Solar Streetlight é uma luminária indicada para áreas externas e vias públicas, equipada com modo de LED integrado, bateria de fosfato de ferro e lítio para 2 mil ciclos de acendimento, abastecida por um painel solar fotovoltaico de 40 W e 8.325 lm. Finalmente, a Solar Streetlight Eco, indicada para áreas externas, possui painel solar, bateria de longa duração (até 12 horas de autonomia), controle remoto e sensor de movimento. Está disponível nas potências de 4 W, 600 lm, 7 W, 1000 lm, 13 W, 2000 lm, 24 W e 4000 lm.
www.ledvance.com.br
Módulo fotovoltaico
A Goodwe fornece o módulo fotovoltaico
Polaris, que possui proteção contra gotejamentos e intempéries. Conta com potência de 550 Wp por unidade, eficiência de 20,4% e células bifaciais, a fim de garantir maior produção de energia. Segundo a companhia, o equipamento possui moldura especial anti-gotejamento, encaixe fácil para melhor instalação e não precisa de adaptações para garantir estanqueidade. www.goodwe.com
Carregamento de empilhadeiras
A Fronius Perfect Charging, especializada em equipamentos e soluções para carregamento de baterias de veículos elétricos de carga, fornece um sistema de gestão que visa auxiliar os centros logísticos no aproveitamento da energia gerada pela usina fotovoltaica para abastecer a sua frota de empilhadeiras, veículos autoguiados (AGVs) e plataformas elevatórias usadas na carga e descarga de mercadoria. A solução, chamada de Charge & Connect, conta com a função PV Connect, que combina o sistema de carregamento inteligente dos carregadores com os inversores fotovoltaicos da marca. Ou seja, enquanto os carregadores Selectiva (para baterias de chumbo ácido) com tecnologia RI, e SelectIon (para baterias de íon-lítio) promovem carregamento, fornecendo energia gradualmente, de acordo com o nível de descarga das baterias, o PV Connect permite que o usuário planeje e sincronize o carregamento das baterias das empilhadeiras de acordo com as horas de pico de geração de energia solar. Combinado com o algoritmo de carregamento de balanceamento de carga, pode-se ainda ajustar os processos de carregamento com base na disponibilidade de energia fotovoltaica. Com esse recurso, também é possível reduz os picos de carga, sem depender totalmente dos fornecedores de energia, afirma a Fronius. Pelo dashboard do sistema, o usuário pode configurar a carga para o modo PV maximum, quando quiser carregar uma quantidade máxima de baterias usando toda energia fotovoltaica produzida disponível; ou programar para o modo o PV-optimum, que ajusta o carregamento das baterias necessárias à energia fotovoltaica disponível, para aumentar a taxa de cobertura entre a potência necessária e a potência fotovoltaica.
www.fronius.com
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Panorama da geração solar centralizada - O estudo estratégico Grandes Usinas Solares, elaborado pela Greener, revela detalhes sobre os maiores parques solares em construção e suas características principais. Até fevereiro de 2024, mais de 5 GW estavam em desenvolvimento entre os dez maiores projetos, com Minas Gerais se destacando como a localização de quatro deles. O estudo fornece uma visão abrangente sobre o panorama da geração solar, incluindo as principais características das usinas, desafios de conexão à rede e as projeções de mercado. Segundo a consultoria, a fonte solar fotovoltaica deve liderar a expansão da capacidade de geração centralizada no Brasil em 2024, com um
crescimento significativo em comparação ao ano anterior. Em 2023, as usinas solares de geração centralizada injetaram aproximadamente 4 GW na rede, enquanto, neste ano, o acumulado já atinge cerca de 15 GW, evidenciando a crescente adoção da tecnologia solar no País. Além disso, após a prorrogação de prazos para mais de 600 projetos renováveis, visando a obtenção de descontos nas tarifas de uso do sistema de transmissão ou distribuição, a potência da fotovoltaica centralizada tende a aumentar. Entretanto, surgem questões sobre os cenários de investimento na modalidade centralizada. De acordo com a Greener, o volume de PPAs solares mapeados alcançou
14,6 GWp até fevereiro de 2024, com 2,4 GWp registrados em 2023. Com um total de 58 GW de novos proje-
tos solares autorizados entre março de 2023 e fevereiro de 2024, a soma totaliza 144 GW, dos quais 7,1 GW estão em construção e 12 GW já operacionais. A versão gratuita do estudo pode ser acessada em https://greener.greener.com. br/estudo-gc-2024-download-versao-highlights?utm_ campaign=GC&utm_medium =GC&utm_source=Email
Crescimento da GD solarO Brasil registrou cerca de 400 mil novas instalações de sistemas de energia solar em residências no primeiro semestre de 2024, segundo dados da rede de franquias Portal Solar, que conta com mais de 200 unidades no País. Esses novos sistemas representam um investimento superior a R$ 8 bilhões na tecnologia fotovoltaica, resultando em aproximadamente 2 GW de potência instalada, elevando o total de geração própria de energia solar de 9,7 GW, no final de 2023, para 11,7 GW em junho de 2024.
A análise do Portal Solar indi-
ca que este crescimento significativo na energia solar residencial corresponde à metade da expansão da geração própria no Brasil, incluindo também comércios, indústrias e propriedades rurais. Ao todo, o Brasil contabiliza 4 GW de novas instalações solares em telhados e pequenos terrenos no primeiro semestre de 2024. Fatores como a redução de cerca de 40% nos preços dos equipamentos, o aumento do consumo de energia devido às variações de temperatura e o crescimento das tarifas de energia elétrica têm impulsionado a adoção da energia solar pelos consumidores, de acordo com a empresa. A companhia destaca ainda a facilidade de acesso ao crédito para instalação de painéis solares, que tem beneficiado principalmente as classes média e média baixa. https://www.portalsolar.com.br
Um futuro mais sustentável, com o apoio das soluções de armazenamento de energia elétrica
“ Desde há aproximadamente dez anos, os sistemas de conversão e energia elétrica focados nas aplicações de armazenamento avançam de forma exponencial no mundo. Já no Brasil...”.
Acrescente demanda por uma matriz elétrica mais limpa, sustentável e resiliente, impulsionada pela necessidade de conter o avanço do aquecimento global e minimizar seus impactos devastadores, torna os sistemas de armazenamento de energia elétrica um elemento cada vez mais estratégico para o desenvolvimento das fontes renováveis.
Adicionalmente, diante da crise hídrica enfrentada pelo Brasil, da crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental e da necessidade de redução do uso de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes, fica ainda mais evidente a importância de fomentar o desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia elétrica, como os sistemas de baterias.
A tendência global aponta para uma maior demanda por soluções que ofereçam eficiência, flexibilidade e confiabilidade na gestão de eletricidade. Neste cenário, as soluções de Power Conversion Systems (PCS) têm se mostrado uma tecnologia importante.
O papel do PCS no controle e conversão de energia elétrica em sistemas de armazenamento está cada vez mais evidente, especialmente na medida em que a integração de fontes renováveis variáveis, como solar e eólica, se inten-
sifica, para uma forma mais plena de combinação de soluções.
Não por acaso, o mercado global de fontes renováveis e tecnologias correlatas tem investido no desenvolvimento e aplicação das soluções PCS, com destaque para configurações PCS string, PCS centrais e os skids de média tensão. Estas soluções vêm sendo reconhecidas por proporcionar uma grande transformação na disponibilidade contínua da geração de eletricidade sustentável.
Desde há aproximadamente dez anos, os sistemas de conversão de energia elétrica focados nas aplicações de armazenamento avançam de forma exponencial ao redor do mundo. Já no Brasil, ainda estamos em fase mais inicial deste desenvolvimento, por conta da falta de arcabouço legal e regulatório adequados, tratamento tributário desfavorável e baixo conhecimento mercadológico e de modelos de negócio. Apesar disso, há cada vez mais soluções capazes de reduzir custos e de maximizar a eficiência energética, aprimorando o retorno sobre o investimento dos clientes, consumidores e geradores, o que atesta a relevância de se acelerar este desenvolvimento no País, trabalho que vem sendo capitaneado intensamente pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Atentos às necessidades do mercado, fabricantes oferecem soluções de armazenamento tecnológicas avançadas, com designs compactos e instalações flexíveis, cujos produtos facilitam a operação e contribuem para a redução dos custos operacionais.
O PCS utiliza tecnologias avançadas de resfriamento e mecanismos de resposta rápida, garantindo uma operação estável mesmo em condições de operação e climáticas adversas. Esse nível de desempenho não apenas proporciona economia de custos, mas também aumenta a segurança e a estabilidade da rede elétrica, algo crucial em projetos de grande porte e ainda mais considerando a evolução da matriz elétrica para um portfólio cada vez mais complexo e descentralizado de operação.
O Brasil, rico em recursos renováveis, tem experimentado um avanço significativo no processo de transição energética, impulsionado, em grande medida, pela fonte solar e outras fontes renováveis. A combinação de tecnologias de armazenamento de energia elétrica com as já existentes soluções fotovoltaicas e renováveis promete ampliar, ainda mais, os benefícios da transição energética para os consumidores e para a sociedade brasileira como um todo.
da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.
* Daniel Navarro é Diretor para a América Latina da empresa Sineng, Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar, e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração
Daniel Navarro, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk*