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Presented to the
LIBRARYo/í/i^
UNIVERSITY OF TORONTO
^
by Professor
Ralph G. Stanton
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ss
^
à
h
Digitized by the Internet Archive in
2010 with funding from University of Toronto
http://www.archive.org/details/iliadadehomeroOOhome
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^.^^n-^^^-f^ *
^^-
^"^
ilíada D
R O
O
TRADUZIDA EM VERSO HERÓICO
PORTUGUEZ,
anmtada gos
os costumes
sobre
dos ar.ti^os GrSf
a 'TheologUJ Pagãa
sobre
€
,
:
ANTÓNIO MARJA DO COUTO Professor
"Rcj^io
LmguK Grega no Ren^ EsAulas publicas do Bairro
de
tãbilicimento das
de
Bdém\
ELPINO TAGIDIO. Neque
ante illmn íjUem Ule imitaretur
neque post illum venuis
qui
cum
,
imitari posset fn-
€3t.
Vel!. Paterc.
>:í<»:í
LISBOA,
M. D C C G
V,
-""«es^^^aS^SS?^
NA Com
I?áPP. licença
da
ESSÂO DE ALÇO Míza
Kl A.
do Dcstinbar^o do
Fende-se na Loja de Desidçrio largo do Calbariz N. u.
,
Marques Lfxo vo
ILL.^0 Fr.
REVEREND.^"^
SENHOR
JOAaUIM DE SANTA CLARA; Ordem dos
Zen^e em ; Deputado d^ Real dos Estudos ^ e Escholas do Reino ; Censor Ré^to ; Sócio da jicademia Real das Sciencias de Lisboa^ &c* <à*ç. Benedictinos
a Universidade de Coimbra Junta da Directoria Geral
;
E
sem dúvida grande regozijo para qualquer Erudito ver au-^ gmentar a Litteratura , brilharem
JLJL
as Sciencias
,
e
procurarem os seus esses Gé-
Alumnos (^desdenhando
nios avaros do seo laureado
,
e oc-
Umgua
culto saber ) enriquecer a ^ e a 'Pátria com suas s científicas
producçoes
V.
S^ terá
va
,
e
:
por
isso conhecendo que
hum
prazer com esta noatÍqui única Traducçao em
nosso Idioma^ tomámos a ouzadia de lha dedicar. Possuo a bondade
y
e luzes de V* S^ desculpar o verdor
dos
amos ^
impulso irresistível nos
Hon'iens de Espirito
,
e
perdoável
por ser as mais das vezes cauza de gr and^es feitos*
Somos com o maior
Jlntoniõ
respeito de
V^. S.
Cr.
Maria âoCruto^ — Llp, •
T,
-,
vil
PREFAÇÃO.
sem
duviaa
tendo a nossa Pátria as idades
admirar
para
produzido
em
que
,
todas
Varões doutos que tanto tem coo-
perado para o augmento da Litteratura Por-
em
tugueza
os ramos
todos
ainda nao possiía vertido
Eu
dos Poetas.
Príncipe
scientificos
em
seo
creio
,
falta
se deverá
desleixo
do
de cabedal que assaz sobeja
em
attribuir esta pobreza antes ao
que á
;
Idioma o
muitos de nossos Coilégas, e Compatricios.; por tanto
formámos o
desta concideração
projecto de traduzir a Ilíada
camos. (
—
•
Sabemos
,
que publi-
que o nosso trabalho
,
bem que espinhoso
)
attrevido pela difíiculdade que envolve
por náo termos dcr-nos
as
ao trilho
frequentada
,
e
luzes
de
de
hade tachar
se
,
c
que devia prece-
huma
estrada
pouco
muito enfadonha para quem
$abe pezar
o que he numa boa traducção?
he verter tiuma compozição trcsladar
go em
o modelo
em
verso
iie
,
do Gre-
das Epopeias
Ho-
vulgar, he finalmente entender
mero. Porem o viço da mocidade,
o ver-
e
dor dos annos pela maior parte gera milagres que se não fazem era idade provecta jpa
íios
o
a que nos
qual a nímia reflexão
acobarda
como
tenros infames
principio da existência
ao seo inverno
,
seguimos nesta parte
:
das muitas
grande Lckf apezar admitte-
o-
excepções
^
Não meteo cm tão
generalidade.
esta
o motivo que nos
este só
sendo
,
nós quaze igual
pelo que respeita ao nos-
so trabalho mental
que
em
,
damos
foi
su-
perior tTaballio, foi vermos que faltava ain-
da á nc5sâ Liítcramra cipais
mo
que esmaltão
huma
das pedras prin-
as Bel Ias Letiras
na ocioz idade
perdermos
tos que recebemos
j
foi
alguns talen-
da Natureza
foi retri•
j
buirmos ao Estado o beneíicio de nos suslenraF
j
e
mos
inutilizámos
gKcmio•
-^
esforços
j^ara
t
par
Faculdade que a não
á
íiavendo-nos
em
acoibido
regámos
toios
sto
os
nossos
darmos aos Erudi&os
huma.
íxi
xzmo- dlgm dcUws
^
e
que
$ sia
iritiOu^*
com
tcsse
de cunho Francez;
as
curando os textos mais correctos lhores Expozitores
,
(*) pro*
e os me-
,
e Schohastes
de que
—
Co-
a fazer
hu-
seguimos o que nos pareceo melhor.
mo
porem nos não propuzemos
ma nova
Ilíada nada ommitrimos
ou
,
pelo que diz respeito aos costumes tigos Gregos
dos an-
ou da sua Theología
,
seja
dan-
,
do como podemos na nossa Linguagem o perfeito sentido de muitos Epithetos
VoHomero se serve para mosde seos Numes dar ideia do ,
e
cábulos de que
o
trar
officio
(**) saber roes
,
valor, e virtudes de seos
,
,
utensilios
,
gencia dos quaes nos
(*)
pof
Hc-
o uzo particular de muitos que não temos , e para intelli-
c indicar
Sempre
huma
sérvio bastante
as traducções
transacção
Francezas
Maj-
corrèráo
de Commercio
e apezar , muitas que déráo á sua língua p-issáráo jemf re por infiéis =í wnt des helles infidelles -. <^as
Con.
ffoncem-se
com
os uriginais seri verdadeira esta
asserção,
(**) Pcpe oue de todos os TraJuctcres passa pelo
mais exaciu
,
nio se faz cargo cesra çxzcçio
coma mosrure:rQ3 íTi;:nie
claudkáã.
,
e
,
no que ccdos ordinária^
fsi
,
e varias memorias sobre a deçcuberta
da Herculano. Procurámos giia tersa
a pouco
,
pouco aíFastando substituindo-
e
,
lhe os Pedantes
cismos que
ponto
de
huma
chamar
Rezende
,
e outros puritanos
que para
ás
infinidade
tem minado
a se
por Souza
aquella lin-
falar
e castiça de que nos temps ido
e
,
Antiquário Barros
^
da lingua.
,
de galliperdido
a
quem lê Quebedo ,
Verdade he
vezes exprimirmos
o sentido
de Homero nos prevalemos
de termos pu-
ramente Latinos
que
mos
,
,
e outros
luzitalizá-
cazando duas vozes estranhas sempre
cunhadas ao nosso uzo
e authorizadas
,
com
^"exemplos dos nossos Clássicos quando estes se virão
em
"Casos
periplirases
as
igual tortura
referir
tos Zoilos
,
,
ou responder
Doutos
em
taes
Não
,
e
nos cançámos
ás críticas
de cer-
que pertendêrão offuscar a des-
iumbradora gloria de los
pois que
tornao prosaicas
se
da Pcezia Iieterogéneas.
em
;
de todos
Homero admirado os séculos
que
pe-
tem
decorrido desde
o
pois que
ocioza dos Detractores he
huma
a raça
feliz
que o vio nascer
;
desgraça que se annexa á nossa espe-
XI
Ha
cie»
pouco
*
(
Cotscheà^ vuTgo Síentcr
)
clamou que WieJavd
Gesner
,
HaVer
l\lof5to\
,
e outros
,
Poeias
tudo para exaltar a sua emétic.i
'^conatch avaliando coes a
He^rhda
,
em e
,
monstruozas produc•
ás cegas
Homero nâo dormitara
que
dcsra c?-
e enfado-
,
o Paradise
rudo não he para
ço:ti
>
o Arminh do Baráo de
prefacio sobre
za
Cronegh
o Pamasso Alemão
haviáo infestado
tòft
,
lo't.
Isto
dizermos
(**) per
is?o
substituimos ao cost tomado uzo de dar ^na-
o Poema que
lyzes de todo
juizo
crítico
critério nacja
e
maldizente
mérito alhéo
a cada
Livx^o.
traduz
lum
Todavia
este
se
tem com o Espirito acerado
,
por quanto volrariamos
,
o
de satyrizar para denegrir
tais
em dano próprio. Apezar do que se Homero dormita he para despertar mais
arma?
ágil
5
quando seus E'miilos som.nolentcs ador-
mecem em
lethargía formal.
—
i^ssentámos
alfim que não nos devera fatigar o trabalho
(') Elogiou
0
Poema
,
açsciz
o Arminio como
não sendo
nem
criem. (**; Horac, Arr. Focr.
se
o prime
-
cu^r da secunda
XII
de transcrevermos para louvar o Archípocta
quanto
de sua vida
Poezia se tem escripto
,
,
enthusiasmo
,
c
pois que não pas-
Quem tal de Eusthate , Madama
saríamos de meros Copistas,
nós exigir
Dachr
recorra
a
aos bellos prólogos de Pope
,
,
c aos
Encyclopedistas que apurarão a este respeito
quanto
Strabão
,
disse
Heródoto
Vysistrato
,
,
Aristóteles
,
Patercuh
,
Velleio
e outros Sábios da antiguidade•
zul
AVISO AO LEITOR,
Ara me não arrogar huma fama que justamente
me
competiria
in-
he precizo pro-
,
digar louvores nada sobejos
aomeo
officio-
zo amigo o Senhor Elpine Tagidio a cujos talentos se deve a maior parte desta traducçâo , que ficaria sepultada no esquecimento , bem como outras peças suas
quais
se descobre
rão a Natureza
ingenuidade
em
,
,
nas
o génio de que o dotae as Muzas. Esta minha
previnir
o
Leitor hc necestodo o tempo, que da nossa amizade, união , e conferencias repesária para constar a
tidas
sobre
ide,a de
objectos
scientificos
nasceo
a
darmos á Nação na Lingua Pátria
huma
traducção de que tanto precizara ; voltando os estudos e enthusiasmo de hum
Moço
pouco apadrinhado
nada adorador
para
,
e de si próprio
a árdua
emprcza que
emprehendemos sem o menor soccorro estimulo.
Tudo
mos de acordo
serve ,
alhêa
,
ou
para mostrar que obrá-
mas que
maior trabalho
he seo do que me desvaneço pois nunca gostei
,
em
demazía,
de utilizar-me da moeda
vicio pcgajozo
,
e
ça lavra tanto pela moral
que por desgra,
e pela Littera-
tura.
Couto*
XV
ADVERTÊNCIA.
A
S palavras Latinas de que uzamos
as
,
vozes hybridas que formámos para melhor
nos exprimirmos vão
em
grypho.
As notas que vão debaixo do texto marcadaá com asteriscos são authoridades de ,
phrases tros
ou vocábulos ,
e passagens
que ou-
As chamadas dos números são
para se
,
Poetas imitarão.
lerem
as annotaçôes
Mythologia
sobre antiguidades
que vão no
,
Rm
,
e
de cada Li-
vro.
A
pezar de que
temos a mais
do que ao enunciado
tudo daremos para zente
obra
nos não 'compromet-
ficar
;
com
mais acabada a pre-
hum
Diccionario Geographico para melhor inteiligencia dos Povos, e Paizes de que Homero fala, que
remate ao cípcs fala.
XXIV. Livro
Gregos
,
e
;
poremos
em
e a lista dos Prin-
Troyanos de que o Poe^a
ilíada D
HOMERO TRADUZIDA DO GREGO
EM VERSO PORTUGUEZ POR ]OSE'
MARIA DA COSTA
SILVA.
LIVRO PRIMEIRO. rente siécles roiar.t sur íes fcibUs mortais, Eitrainant les Etats tes thrcnes , íts avtels y h*ii a'engIoutir H:>mére en leiír cotirse profonic ^ N'âni ftilt (jut VeUvir sur les dchris áu Monde. ,
Mr. Lffbrun.
LISBOA, NA IMPRESSÃO REGIA. A Com
Fende tio
se
na
o
I 8 I I.
licença da Mexa do do Paço,
loja
Desemíarge
de Desiderio
largo do Calhariz
Nmu
Marques LeSo, 12,
Parecer que deo o Padre José Agostinho de Macedo , sobre o merecimento ce Homero , para servir de Prefacio á muito elegante traducç2p em verso solto Portuguez,
com que
enriquece a Literatura Pátria
Senhor José Maria da Costa e
O
Testemunho de mais de
o
Silva.
vinte séculos
sobre o merecimento de Hcmero , considerando-o , e acclamando-o ccmo Príncipe dos Poetas , tem sido uniforme , e invariável. Os sentimentos dcs doutcs tem sido acordes.
Tem-se
Impérios
,
alterado
do globo
dos tem mudado a
a constituição
e mil revoluções
e o éco succe.<s:vo , tem passado intacto por todas as épocâs e a despeito da espantosa variedade de successos mcrtaes sobre as ruínas das Monarquias, sobre a extincçao dos Povos , sobre as vicicitudes mioraes e politicas se ha sustentado o pedestal da Eíta:ua, que a admiração , o gosto , a crítica , e o consentimento unanime dos Eruditos tera levantado a Homero. Parece que já nâo ha
face politica
da approvação
,
;
que dizer depois das observações da
perti-
nacissima , e infatigável mulher Dacier; depois da Prefação poética do Homero de Podepois das reflexões sobre a Crítica de ; I)e a Mothê ; depois da Dissertação sobre a
do Abbade Terrasson ; depois do Discurso histórico , e crítico sobre o mesmo assumpto do Abbade Cesarori ; depois âas observações preliminares deSalvini; depois do juizo , que precede oPoeftia ;= Ambra :=: do grande Angelo Policianoj depois dos encómios preliminares de Rochefort , de Bitaubé, de Sorel , e de Beiumarchais depois de immensas tiradas de Boiieau nos Commenrarios a Longino etc. etc. etc. EsIliada
,
tes
nomeados
,
e célebres Escritores esgota-
rão quanto se podia imaginar a este respeito , e tudo o que parece eu poderia dizer ào mesmo propósito , seria huma repetição. Mas vendo que apparece agora em nossa maternal linguagem huma traducçao de Homero , mostrando por certo , na execuqao facil 5 o que até agora ( porque cerros nomes nos costuraão assustar pelos juízos antecipados dos Mestres , que mortificarão iiossa infância, e nos empedrenírao) se julgou não só árduo, mas impossível , éu da-
o meu parecer sobre o Original traduzi• e depois a minha approvacao sobre o 5 louva vei trabalho do benemérito Trâductòr. Estendo ao longe a vista , e antevejo desde jã que o qúQ Vou a dizer servirá de tnc rei tiÒ
.•»
comtar entre as nipto ; porém alheias, quando luz do facho da
S it
de hum gosto cor^ eu não curo das censuras
pessoas
a crítica vai caminhando á
razão , e da Filosofia. entendo Grego j nem huma pshlavra só desta lingua me he conhecida , entendo pessimamente Francez , mediocremente Italiano | e perfcitissimamente Latim. Doutor C^kc , repousando hum pouco das
Eu não
O
com Hobes , e por certo se lhe seccou deo-se a traduzir Homero e táo literalmente , que
tenebrosasriides metafysicas
Espinosa
,
em que
mttade do miolo
,
em
,
prosa Latina
hc oiro , € fio , o :=: fiíius mtrepres do apor esta traducção mç pregoado Horácio tenho governado , e por eila conlieço que •
a proposição de
he esta
bem
,
Homero
e fielmente «trasladada
,
na Ilíada
e convertida
em
Portuguez , e na qual nem o rresmisiAlvares , e António Feiís Mendes me darião hum quináo s= Deosa , canta a ira perniciosa de Achiles Pelides , que causou seiscentas dores aos Achivos ; e mandou prematuramente para os infernos muitas almas de Heroes , deixando-os em preza aos cães , e a todas as aves , que os despedaçarão ( cumprindo-se a determinação , e conselho de Jove) desde o instante em que se desavierâo em razoes Atrides Rei dos homens , e o nobre Achiles. Já de an' emão se conhece o merecimento , e se admirão os
mo Manoel
.talentos
poéticos
do Traductor
,
na digni-
i ,j
dade
,
c elevação de estilo
se apartar
A
do sentido
cólera funesta
Do Q^ Mil
A
com que
,
oh Deosa
,
,
senti
traduz assim
literal,
,
canta
Péleo Achiies dolorosa aos Gregos' ao inferno baixar d'Heroes valentes espiritos fez
cães
,
e aves
,
e deo seus corpos
em
pasto
;
apsim de Jove
em ódio Inimizara súbita contenda Atrides d'homens Rei, e o divo Achiies. Se cumprio o decreto des
He
óptimo Traductor
q'
e mostra
,
que
pos-l
sue o immenso
thesouro da língua Portu-, gueza , quem dest'arte , em tão bera tor-! neados versos, dá nobreza amais somnifeial I de todas as impertinências humanas. ira , pois , de Aciíiles , he o grande' assumpto da Ilíada. a ira de hum liO-
A
mem
parai será hum plausível argumento hum Poema Heróico ? A acção do Poema
Épico ( e huma paixão como a ira não pôde ser matéria da Epopea ) deve ser, como ensinão todos os Mestres e o m^ús emi,
nente de todos os Pedantes, leBoussii, louhei vável , grande , sublime e virtuosa. acaso desta jaez a escolhida para a trombeta de Homero ? A ira he paixão louca , e detestável. legislador Horácio , com mais ,
O
que o das clausulas da Lei Scarinia lhe chama breve fur^r c muito semelhante á loucura , e o tenebroso Aristóteles , o
rigor
,
7 <t
*::
Déspota e o Mafoma dos Ergotistns sendo tão fanático como he por Homero , a pinta , com o me?mo texto de Homero ,
,
,
,
e canino. como hum affecto irracional e se que toda se volve huma acqão ,
,
,
re-
podesolve sobre os effeitos desta paixão e de encómios ? rá ser digna de Poema pagáo Cícero em a Quarta Tusculana como verdadeiro Filosofo , e com mais de quatrocentos ii: Esse videatur =j recoe de nhece esta acção cheia de loucura vergonha Quid 'Achile Homérico fccâius ? o grande Torcato Tasso o mais perfeidecito 5 e regular dos Poetas narrativo? diu , que o Heroe de Homero não he qual devia ser virtuoso e egrégio , mas hum modelo de ira , e sem razão. Mas eu prescindo destas decisoe? o nome de Cicero, e de Tá?so fazem a mesma sensação em meus nervos acústicos que fa• zem os nomes Braz, André, Valério, etc. he preciso para me mover que elles tenhao razão ; por tanto não me importa que x\chiJes seja feroz inexorável , e que n?gue que para elle narceo o Direito e queira levar tudo á ponra da espada. que observo he, que o assumpto que Ho;riero tomou na Ihada , he a ira de Achiles considerada particularmente , e em quanto he funesta aos Gregos. Qiial he pois a Historia pccrica da ,
,
O
,
,
:
,
,
,
,
,
,
O
Iliada
?
He
a seguinte.
da entre Achiles ^
A
Discórdia suscita•
eAgamenão,
ss victorias
dos Troianos sobre os Gregos, a embaixa• âa de Agamenáo a Achiles , exhortando-o á reconciliação , a teima e obstinação de AChiles, a morte de PatrocJo, a reconciliação de Agamenáo e Achiíes , as emprezas d^ Achiles , a maior das quaes he a morte de Heitor , com cujos funeraes se dá fím ao Poema. A ira pois de Achiles he funesta aos Gregos até ao panto de sua reconciliação com Agamenão. Desde este instante, a sorte se declara a favor dos Gregos , os quaes capitaneados por Achiles , batem , e malhão nos Troianos obrigando-os a se refugiar na Ci lade , morrendo nesta refrega âeu principal Heroe. Logo a Proposição Homérica não abraqa mais que a primeira paríe do Poema , cujo assumpto he pequeno , e pouco inreressante. A outra parte do Poema começa propriamente na morte de Patroclo , se ainda aqui mesmo quizerem que a ira de Achiles seja funesta aos Gregos , nao se poderá negar que esta ira he mais funesta ao mesmo Achiles , que perde no amigo Patroclo huma metade de si mesmo por íslo a rcconciliaçfio de Achiles com ,
,
,
:
Agamenlo
,
as proezis
do primeiro
,
a
mor•
de Heitor conforme a proposição indicada , se tornão hum prolongamento, hum appendix histórico , mais do que huma parte
,
te integral
O
do mesmo Poema.
assumpto da Iliada , segundo o Abbaie Biteax , he a vingança estrepitosa de
*
9
*
Achiles , preparada e conduzida por Jove. Esta mesma supposição pecca no defeito da que Proposição Homérica. Esta vingança recebeo de Achiles Jove faz da injúria que do Poema assumpto Agamenão , pode ser o ,
,
momento da Embaixada que o Rei ná dos homens manda ao filho do Peleo e acoqual o Rei dos homens se encolhe até ao
,
,
,
diante de Achiles , proraettenJo-Ihe toda e t|ualquer satisfação da injúria. Até aqui. Jove, qce preside á direcção da acção , obra divinamente , e cumpre a promessa que fizera a Tetis mas daqui por diante sua
cora
:
influencia se torna precária
,
e intrusa
continuasse a proteger Achiles
,
esta
c se
;
mesma
protecção seria inteiramente injusta. Agaconfessou a sua inópia , e ,
menão cedêo
Achia injúria. não applaca ? Logo Júpiter deve á sua bondade illusa huma vingança. Achiles deve pagar pena da sua dureza , è do abuso que fez da proí-ecção de Jove. vai Patroclo amigo íntimo de Achiles ajudar os Gregos , e morre no combate. Desta arte Jove não vinga a injúria feita a Achiles ; mas vinga-se a si mesmo contra a obstinação monstruosa do testarudo Achiles. A morte de Patroclo offerece huma nova scena, muito diversa da primeira. Jove muda de rumo já não são os Gregos indolen•
offerece-se para reparar les ainda se
,
,
:
Fobre a injúria feita a Achiles os sacrificados á teima do iracundo , he sim Patro»
tes
,
i^ cio sacrificado á indignação dejove
,
aquelle
Patroclo que chorava só entre os Gregos a réfeendita que Agamenâo fazia á Achiles• Desde este instante Achiles muda de sentimentos de paixões , e poe fim ao araúo , e determina combater , pela desesperação em a morte de Patroclo , merecida que o logo em qualquer sentido pela sua dureza que se tome a proposiqao Homérica , nao :
contém era si a historia poedca da Ilíada. Continuo aiada com a minha reflexão. A ira de Achiles funesta aos Gregos que ,
Que Que nos prepara ? Que ao mesmo Achiles ? Vin-
idéa nos apresenta d'acção estrepitosa interesse inculca
?
gloria resulta daqui
?
ga-se dos Gregos , e juntamente dos Troianos , mata Heitor. Que vantagens resultao
de tudo isto? Extermina acaso os Troianos Peio con, e a reduz a cinzas ? trario os Troianos era- lugar de se render, dizem expressamente que deve continuar a guerra , e até se annuncia que o mesmo Achiles deve morrer. A maior façanha de Achiles he a morte de Heitor ; mas este Heicércd Tróia
tor he
hum
sugeito
subalterno
nistro ds segunda esfera
,
,
hum Mi-
e sua morte
não
que basta para a porque Heitor nenhuma tornar interessante influencia tem ni tomada de Tróia , objecto que só podia coramunicar ao Poema hum Convinha verdad-iro , e grande interesse. pois na proposiqao fazer menqao de Hei-
tem
aqueiia
imoortancia ,
e da influencia que elJe tinha no desentão seria a sua morte o Tróia de tino daquella Cid?íde. Ent^o ruina da presaglo unidade e teria interessante. Poema ^ teria o sua per diante , e levaria a então Achiles de Tróia, muralhas junto ás morresse se morreria com a gloria de ter primeiro disposto, e preparsdo a sua ultima ruina. Estas sinceras observações encaminhãc-se unicamente ?. rrosírar , que a auihoridade de dois mil annos , e mais que forão , não me impóe , e que me indigno ^ todas as vezes que passo pelos olhos os longos discursos e contumazes elogiadores . tíe seus cegos , querem* fazer crer , cue a Ilíada he me que perfeito parto mais do enrendisrento Inuo e o modelo acabado de todos os mano 5 tof
5
:
Poemas
narrativos.
Mas nem por isto Homero por hum
eu deixo de reconhegrande génio , ou incer defraudallo dos elogios , que lhe são tento devidos. Elle fbi o primeiro , que entre as Nações cultas manejou com magesiosa felicidade a trombeta Épica. Todos os elogios, que lhe tributa o grão Pope e cem elle toda a Posteridade , serão sempre inferiores ao seu mérito. Além de que , elle he admirável , e inimitável em certos rasgos , que são privativamente seus. Quem possuio ji mais huma tão vasta , e tão ardente força de imaginar ? Quem foi miclhor Pintor ? (^uem possuio huma sensibilidade tão deli,
* 2
i^
cada , huma veia tao rica , e hum estro taO fecundo ? Quando maneja o pincel parece ,
que verdejão
,
e fiorecem
suas cores naturaes
;
os objectos
com
e para dizer tudo, de
seu magico estilo, como testemunha Angelo Policiano , rompe huma torrente inexhausta de mdiflua harmonia. Qijando eJle quer , quasi por hum encanto appareceqi diante de meus olhos os Guerreiros , as náos 5 as arvores , as refregas , os mares, ouço o estrépito dos combatentes , o rer bombo das trombetas , o assobio dos ventos , o zunido dos dardos , o relincho cavai los , então assombrado tremo e para
$
;
o dizer também em
fraze
Homérica, quasi
me
he preciso defender com as mãos, para arredar as nuvens de settas , e passadores poéticos 5 que elle aventa. Eis-aqui como eu sou ifiiparcial a respeito de Homero , evitem-se os excessos , e acabar-se-hão as quêstoes, que. dividem os Literatos ; e se a arriminada Dacier surgisse da cova , mesmo com a cara , e com a boca encarquilhada, confessaria que Homero fora homem , e não fora Anjo , se acaso he possivel que huma mulher até depois de morta se desdiga , se huma só vez como mulla manhosa fez cabeça para huma parte. Ora tendo sido Portuga' tão fértil em
que parece tem sido como os Deo, do Egypto , que até nascião pelas horvingando tp, sem ninguém os semear ,
Poetas ses tas
?
íi c
;
:
s :.
i
;;
;.;
.
.
>
j
;i
5
e^
dos oa mais , ou mcncs , sem lhes dar méou ^J forra ; nenhum se aventurou 3 traduzir o Pai Homero , huroa espécie de a supersik;ã© os caiueve , paiecki-Jhes , qu^ até era hum façanhoso atrenrac^o approxi^ iHar-se do Cantor Grego , nera o excmplq dos Castellianos desde o tciDpo de Filippe II. OS animaya ; cj;iebrcu-5e este encí^nto , e apparece Homero a Portugueza no século de outras teimas , de outras armas , de cutros cavallos, e de outros Achiies , e peia perfeição do prim.eiro Livro , eu posso augurar á Nação huma Obra completa nos vinte três que lhe restao. Por este prime jro ensaio se vê quanto vale , quanto pòue a língua Portugueza ^ quando he manejr;da por hum homem , que a estuda nas suas ia, peco
fontes clássicas. Vejo que exprime tudo com magestade e com decoro , dando elevação, e nobreza ao que he por extremo detestável na traducção prozaica , c literal do Doutcr jClarke, que vi. Fica Portugí^l na manifesta obrigação ao Traductor , quando quizer dioiZer aos Inglezes , aos Francezcs, aos Iralianos , aos nossos bons vizinhos Castelhanos, .se vossas mercês tem Homero traduzido, j.^ Som Pittor anche io. Além^ de procurar j
.
.
.
,
3
á Nação Salva-r? do
esta gloria jira y
si.
Traductores
.universal .
,
,
,
também a grangêa paopprobrio de vulgares
diluvio suffocante
quem
porque
dá recados alheios
,
,
diluvio
assim traduz, nâo cria, nutre, engrande-
;
.
ii 14 íf
ce , e afforniosêa os pensamentos dos outros e se assim se apresentarem os vinte e três Livros , como este se apresenta , dirão os vindouros imparciaes, que a guerra de Troía se cantará em Portuguez. Isto he o que a mim me parece ; e se aos outros parecer outra cousa , não importa , terão elles razão , e eu não•
F
I
M.
II
rrjZAJD.z.^^JZp
ilíada R . R
L
.
ARGUMENTO. De Pbsbo Fem a filha
Sacerdote venerando
remir
Recorre ao Decs
,
que lhe he negada
Fere de mortal peste a Grega
AchilUs de Qjjer matalo
A^amémncn ,
aos Achi-vos
.
,
:
discordando
Padre n^alta Corte
impetra
estrago
,
,
e morte,
Chólera funesta ó Deoza canta Péleo Achyllss doloroza aos Gregos,
Que Mil
A
Armada
sustem Minervéi a espada
Tbetis queixa-se ao
Do
,
que as setas disparando
,
ao Inferno baixar de Heróes valenrc* Espíritos fez
cáes, e aves
,
c dôo seos corpos
em
pasto: assim de Jove
Se cumprio q Decreto à^i
qu'
em
ódio
(i^
,,
,
,
Inimi2ara súbita contenda
d'Homens Rey,
Atrides
e o divo AchylTes.
Quil dos Numes soprou nos os levou a pugnar
De
Jove
,
Pestífera ( Que
o
?
e de Latona.
doença scbre
dois discórdia,
filho augusto
Rlle irritado
Tropas
as
ao mal cediáo ) despargio furiozo
Porque ofíendèra irreverente Atrides
A
Chryses seo Pontifice valido.
Veio o bom Sacerdote
Grega
á
Remir, com preço immenso Nas máos erguendo as setas
longe vibra
Acs Gregos em
Aos ,,
auri-luzente
filha
escrava,
sceptro
venerandas infidas d'Apollo (2)
as
Que
frota a
,
gerai
e
,
humilde orava,
,
com
mais força
dois Atridíis Capitães dos Povos.
Filhos d'Atrèo
vós, ó mais Argivos,
e
,
Os (jue habitão nos Ceos Deczes supremos „ Vos concedáo de^Priamo a Cidade e volver com gloria á Pátria 3, Destruir 35
:
,
.,
Porem
o resgate aceitai-me
3, 5,
rescitui-me a filha
De
Jove ao Filho
,
reverentes
o longi-vibruo Apollo.
Approvâo toios que o o Sacerdote acatem
;
amada
resgate aceitem, ;
mas repugna
/.gamcmt;on irado, que o repelle ameaças troando
isto
accrescenta.
^Fcge, ó ^'elho que junto !
j,
Ou
tardcnho
em
partir,
ás naus te encontre
ou
tornar ouzes.
-
„ 3, ,
Quiçá não
defenciâ wfuL^i
te
Do mesmo Deos Que a uberdade
o ue serves
eu volva á Filha tut a gélida velhice
j
Aiues que a reme
,
Longe da
Pacria
,
Concnao
a tela, e a preparar
5
Parte
e se
5
e sceprro
,
não, não penses
:
em meu
,
Palácio
a vida estimas
Do Ao
35
„ O*
:
tu
em Chrysa,
5,
53
e apenas
,
j
pizando a praia
longe
se vê
Filho da pnlchrí-conm Lato na
Implora
35
mar
resonante
(j)
irrites*
mando
Disse, e tímido o Velho cumpre o
Tácito vai
leito,
me
não
,
em Argosj
,
meo
que o arco aigemeo vibras Cilla
Poderozo Sminthêo
De De
Ténedos dominas
e
,
se
vez alguma (4)
Templo
teo lindo
grinaldas ornei
barbigeras cabras
rijos
,
5
(*)
i
toiros ii
(') ta
Alguns Schoiiastes dcráo outro sentido
passagem
,
vertendo
o
edificar
o qus não era
no texto por o«
vantárvlo
em promessa
logo se ta
lie
,
para
Príncipe?
não
huma ou
,
011
—
Teuiplos
,
,
a
seos
enfadonha
na
outra cousa
beleza do
que nos prometlcmos guinte verso
ra•
le•
entrfirnios
á
tiia
novo ou
Gveeos que muitas vezes
,
ro entre
verbo
,
Numei
o que nada augmen-
Poema
ou
,
pomos como
t€Q fQv:no:i(;
:
discussão
á iidelidade
vaiiaiU* o se•
:
Ao Tçmplc
a es*
qus se acha
coroar
imposto
hít
t^-cto
—
,
^ „ Te
meos votos annúe
„
A
3,
Desta
^
4
queimei ofRciozo as pingues côxâs
Dànaos paguem
os
!
teos golpes as lagrimas
que verto.
disse orando
Deos o
arte
,
e o
escuta.
Furibundo do Olympo se arremessa
Com
o arco ao hombro, e
Onde,
Os
a circum-tecta aljava
ao mover se rápido
buídos farpões. Vai
,
como
tinião a noite
Pouza longe das naus, despara
!
as setts
o arco argênteo horrisono zunia. (*) Leves cães fere, e azemolas primeiro
Depois aos Homens dirigindo os
De
;
liros
longe os vai golpeando; ardem sem pauza
^jlI bustos
Girão do Ocos
Chama o Juno
,
a
nove,
funerais: Soes ,
c
quem formozêáo
,
e unidos
Surge Achylíes veloz
,
que inspirava
niveos braços
que amparava os Dânaos j
frechas
ao decimo a Concelho
exercito Ac^ylles
Via expirando
as
,
,
que
a
,
mau grado
e concordes.
e assim
lhes fala.
„ Prezumo , Atrides , que Outra vez errantes „ Vamos retroceder fugindo á morte 5 5, Pois guerra a hum tempo, e peste acoça os Gregos:
,, (O verso z;:
algum Pontífice
isso
o
,
algum Vate,
Traductor Hcspaniiol Nallon
não
Greío mewos energicamente: o Cl
Oando
íl arca de
\>lata horrible
silvê r=
dá
o
5,
Mesmo âlgum Os sonhos se
^
Sobre o que tanto Phebo Apollo
,,
Conjector ( pois que de Jove derivão ) consultemos irrita
„' Senão solviJos votos nos accuza
„ Ou se exige hecatombâs „ A nédeas cabras , e agnos
e applacado (5)
,
Isto, e senta
O
se.
,
finda a peste.
Erguc-5e então
entr' elles
Testorides Caíchas excremado
Entie os Augures todos
Prezente era
que
Com
,
a Ilion
e pretérito
quem
a
,
franco
e futuro
,
guiara as naus Achivas
a arte de prever de
,
(<5)
Phebo havida
,
na augusta assembléa orou prudente.
„ Mandas declare, Achylíes , charo a „ D'Apôllo , que de longe as setas vibra 3,
Vingativo furor
j,
Mas jura-me
primeiro
,,
A
a
5,
Pois receio que as iras dezaíie
empenhar
!
Jove
3
franco eu to digo
meo
,
que
estás
pró palavra
„ De hum varão poderozo
,
,
prompro e braço
que domina
„ A todos 03 Argivos , e a quem cumprem „ As leis d*AchaÍa os Filhos que he bem certo Rei se agasta ,} Que se contra hum Peão hum :
,,
Posto depressa a chóiera evapore
3,
Sempre o ódio lhe
„
Consulta pois se a defender-ms hes 5,
Seja
,
qual for
5,
( Insta Achylles
3,
Que
,
fica
até que
o cere
d'al
^
prompto.
o vanicinio expressa
veloz) e
:
,
não cures,
eu jaio por Apollo a cujo influxo
:
j^^Aos Dânaos prophetizas
g^Táo charo
a Jove
por
,
que nenhum dos Gregos
,
5,
Vivo eu, e olhando aterra, mãos
5,
]unro ás naus ergua a
5,
Que
ti
.
violentas
mesmo Agamémnòn
. ,
aos mais todos d'Armada longe excede.
Despe o Vare o
receio
,
3,
Hecatombas-, ou votos nlo solvidos
3,
Phebo não estimulão
5,
De
3,
Nem
3.,
Cortêz quiz entregar. Eis porque o
yy
Mágoas §obre nós chove
3,
Nem
5.^
Removido
,
sim a
Chryses seo Pontifiee
nem
resgate aceitou
(*}_
e assim se expressa
,
injuria
a que Atrides
livre
,
a Filha
Numen
e outras aprompta,
de nós o lethifero contagio
sem que ao Pay volva
vereis
5,
A
5,
Sem
„
Sacra hecatomba
donzella geniil de negros olhos (7)
preço algum :
,
e a Chrysa se conduza
então talvez se applaque,.
Disse, c a seo lugar torna: mas bramindo
O
potenie
Negra
Agamémnòn
Torcida
como o fogo lhe vista
„ Augur
I
Nunca em meo pró (O Hum
em
scintilláo^
dirJcjando a Calehas
Desta sorre e::c!amou
Masi
:
chólera enluta-íhe as entranhas,
os olhos
5j
se levanta
falaste: essa
ancião
concelh»
a
Jf
funesto
,
alma folga
cue as armas
já
não
toJos ior.ge excede.. Af.
de Queb.
C.
1.
tratas.
7
.•»•.
„ Em ,, Huma
predizer desastres
bóa expressão
%^.. .
!
ou
,
mais soltas
ja
.
dezempenhas.
a
^,,
Prophecizando agora vociferas
,^
Na
,,
Mates lhe urda por
5,
Da
„
Em
dos Dânaos
fissf mbléa
ApoIIo
(]ual se
mim
que regeitára
,
Donzelía Chryseida o amplo resgate possuila tenaz.
.
.
eu
,
a prefiro
A Clytenr.nestra que espozei táo joven,.,. „ Nem segunda lhe he ella em talhe, em rosto, 5,
,5
Em
,,
Quero, quero
,,
Salve-se antes o
discrjpção
Mas sem „ Que sem 5,
,,
Eu
só
,,Que 5,
„
a
hum
delonga
mas não obsta utiJ.
í
que
,
me aprompte
,
os Argivos
bam
minha reccm.pensa
,
.
premio se
ficar entre
elle
avareza
.
Povo, que pereça,
fora dezar
;
!
entregala, se he mais
Agamémnon
Em
em prendas
,
vedes todos
me
se
a todos
,
(
arranca.
volve Achylles
e gloria te avantajas
,
os magnânimos Achlvos 5, Que outro premio „ Póiem dar-:e indivizo naja resta , ?
,5
Das Cidades o saque partilhou-se
5,
Nem
,5
Torne a
he justo que o Povo o juntar.
Ao Deo5
algum
dia Júpiter
,,Que
se
„ Que
a fortíssima
„ Resarcido
„ Posto „ 53
serás
Nem me
,
partido
cede a Donzellâ
^
concede
Troya devastemos,
com
sejas valente,
( Atrides
ja
triple
avanço.
ó divo Achyiles
,
lhe responde) os dolos baldas, iíludes
,
nem
foges
:
com
tco
premio
:,
V,
Queres ledo campear
„
Mandas que entregue
Dom
>
8
>^•
e que eu fraudado
,
aquélla> que
?
. .
me outhorguem
que contente os meos dezejos , •„Ou eu oteo premio , ou dMyax, ou d'Uliss<í$ 5,
,Vou
igual
arrancar,
braveje embora o
Dono!..
3,
Mas
j,
Por óra destros Nautas se congreguem
melhor quadra
isto a
,
e a sitio idóneo.
„ Negro baixel desferre em que embarquemos (8) „ Sacra hecatomba co' a gentil Chryseida , algum dos Generaes
5^
„
O
3,
Tu
^,
Porque sacrificando
illustre
Idomenêo
próprio, o mais
í/ledindo-o todo
,
5,
Espirita vulpino
,5
Que
j,
Para entrar
^,
Náo
C)
,
;
Ajax valente,
ou o divo Ulysses
,
terrível
,
dos viventes,
Apollo applaques.
Achylles lhe responde
como
esperas
obedeça prompto algum dos Gregos
te
foi
em
peleijas
,
e
embuscadas
!
pelos beiiigeros Troyanos (*)
Mr. Racine
na sua
Tragedia
de
Iphygen^a
imita assim esta passagem.
Et que m'
Au
cours
?
?
Pour qui
,
a fajt
sourd
Et d'un Pere Vais
je
moi
á
â la
cperdii
y chercher
Jamais vaissexux
Ja
cette
j.íuais
dans
Troie
,
voix d'une mere
négligeant
mort
parris des
Aux champs Tnesalicns Et
oú
picd de ses remparts quel intérét m'appelle
Larisse
les
je
immortelíe avis
,
fils
du Scp.mandfe
oserent«iis d<3scendre?
lâchc
.
,
tant predita á leur rives
.
ravi^sieur
!
i,
„ Minhas 3,
M,
Nunca
Da
vacas
meos
,
forão roubar,
Montes opacos
5,
5e entremeiáo
3,
Demandei
5,
Do
j,
Despicasses
3,
D''âítenção
dessoláráo
retumbantes mares
,
em
estas
Na
nós.
ou
,
e
!
náo
injuria
a
sobre os
perverso
,
pi2a ^ua
porque
praias
bom Meneláo
leo
5,
Que
5,
Se de Priamo
a fadigas
„ Os Achêos Náo
„ He
Ticy mos dignas
te
respeito rributar«mc
comprei a
hum
Todo o pezo da
3,
Se
5,Has de
de a
déráo todcs
1
célebre Cidade
demolirem
d'AchylIes o
tratar
me
,
premio
igual premip
,
ao que leves no amplo espolio.
terei
3,
35
nem
inda ameaças de exrorquir-me
5,
offendèráo;
rápidos cavallos
Phtia as messes abundozas.
ferril
5,
35
me
Qu' cu pugnar, vim aqui náo
braço
quem
guerra
j
n^ias
sustenta se
hum
dia
appropriar-:e
p.^rtilha,
porção maior, e eu ma! premiado
Levarei o refugo á Esquadra minha
3,
Cançado de pugnar. A'
3,
Pois he muito melhor nos baixeis negros
3,
Minha Família
,5
Riqueza
2Vlc
Qu'
5
enlever ou
vint-il
ai-je j'iii
Je n*y
hir ver
e força
á
me
faltes
vais
Pátria volto
nem me persuado
:
aqui in;glóro esraniues/
ma
plaindre
?
íeinme
,
ou
ma
•'*
so-sur
oú sont hi pertcs
,
que
?
que por vous
,
barbars que voiís ctes.
,,
^
,,,
>^
„
Fugiras se he teo gosto ( lhe replica ) D'Atrêo o Régio Filho, nem re imploro
„
„ Te
em meo
detenhas na esquadra
i,
Outros que
5,
Fica o
me
obsequio
,
honrão ficarão comigo
próvido Jove
:
„ Alumnos deste Deos, meo maior contrario 5,
^
entre os
Monarchas
hes tu
Pelida
,
e sempre o foste.
,
^Recreaste em contendas, guerras, pugnas, 5,
Porém
„ Com
V^olve á Pátria
5,
Que nem
5,
pois
,
aos
obsto
te
,
meos
e os reos soldados
,
Mymiidones impera
nem
,
(9)
curo de teo ódio.
me
Phebo Chryseida
alguns
„ N'huma 5, Mas ao 5,
embora
teos Baixeis
„
5, Com
Ceos o deves.
se vales tanto aos
arrebata
de escolta
Satellites
de minhas naus vou desp^dila. teo
pavilhão
irei
eu próprio
Por violência arrancar Briseida amável porque entendas
„
Briseida que he teo premio
5,
Quanto em poder
5,
Outro que ouze comigo confrontâr-se.
Diz
,
Volve
te
,
excedo
,
e vendo-o irenu
e a dor ao Pelida se exaspera
no peito
projectos dois
Se
a espada arranque,
A
Agamémncn refrêe
dê morte
o furor: e
hirsuto
e abrindo-se
em
j
ou â
:
caminho
ira
applaque,
quanto n'alma
Isto volvendo está despia a espada.
Descende entáo Minerva
(
que expedira
Juno brachi-nevada que ambos preza ) Só vizivel a elle , aos mais occulta
>
II
máo lançando Pára detraz òo Heroe, e o Moço. scos loiros cabelios prende
De
..
Sobresalta-se Achylles
f avorozas
A
,
e dos olhos
centelhas despedindo
face retfó-volve
.
.
.
Deoza
e a
nora.
que fim (interroga) ó Prole augusta Egidi-gero Jove , aqui baixastes? (lo)
„A y,Oo
Vens vèr como Agamémnon me 55
Pois juro
.
em
ávida.
breve
dos Céos acalmar as fúrias tuas Volve a garsa Minerva) e ati me envia
„( 5,
í
e será valido o protesto
a arrogância lhe custe
Que „ Vim 5,
3,
,
injuria
Juno brachi-m^jada que ambos preza. Pela espada não tires , deixa a pugna , impropérios lhe chove até
3,
„ Ouve o que 3,
Em
3,
O
te
revélio
que esplendidos dons
acccal
menoscabo
refrèa o furor.
3,
:
:
fartar- te.
virá
tempo
em
triplo
paguem
ora obedece
Posto irritado
(torna Achylles 3, A cinjo a leos conselhos mais grato aos Numes melhor 3, Que o partido he „ He quem mais lhe obedece. Assim falando No aurco punho conteve a mão pezada Náo rebelde a Minerva e se embainha :
,
A De
lamina fulgente. Ella voando Jove ao Paço
a Aírices ainda
Nes:as
,
foi
em
pa'avr-.s ásperas
unir-se aos
Deozes
chólcía o Peiida affronta.
,
^
li
^
„ E^brio , rosto sem pejo , alma cobarde „Ir armado com os Povos ao combate
(*)
„ Com os mais fortes dos Gregos a emboscadas «Nunca ouzaste, (julgaras ir á morte!) no exercito immenso dos Achivos
5,
35 5,
3,
De quem
te contradiz os bens roubares, Certo he muito melhor: Monarcha infame
Devorador do Povo, porque imperas
„Em
corações «em brio! eu
„ Fazer que
„Mas
te afíirmo, e
Por este jceptro
9,
„ Sobre
bem
pudera
mais ninguém injuriasses...
a
,
com o summo juramento que depois que o tronco
os montes deixou, e afiado o ferro (**)
O
Ponho o V. Gr. mais litteral Cão no semblante, cm coração veado
E*l>no
me
^íáo «Jo
ctc.
pareceo
uzou
amda
,
delia
:
decente e
a
expressão: Pope
com
tu-
o nosso Traductor do Longino
se expressa mais
baixo traduzindo
o
mesmo
verso :^
Carregado de vinho
e que not
,
Qual tutro cão pareces
O
s.em
olhos
vergonha. Elp. Tag.
Virgílio
traduzio
«juszi
passagem aprezentando
com mais
viveza, e
ximada ao
bom
Ut scejHrum
a
com huma concizão mais apro-
gosto.
hoc ( dextra sceptrurn
Nitn^uam fronde
mesmas palamesma imagem
pelas
vras esta
levi
nam forte
gerehat')
fandet vkguUet nee umbras
^: 13 :^
„ De
roda descascou
„ De
vergonieas
mais náo veremos
,
e folhas levestir-se
,
ora os Gregos Juizes
j,
• As Leys de Jove por ,
„
Que
inda tempo virá
insígnia arvóráo
que os Dânaos todos
,
Suspirem por Acl^yIlcs, e não possas
,,( Posto jj
e os que zeláo
,
de dor) prestar-lhe amparo,
estales
Quando Heyior homicida
Cum
semel
Matre
Ollm arbos Inclusit
In
caret
,
,
silvii
os prostre aos centos;
imo de stirpe rccisum
posuH que comas nunc
,
et
brachia fervo
Patribusque dedit gestare Latinis,
,
Virg. En. L. 12.
A
qual
Es».
este
dextra
Vorcjue
sceptro
L, íí.
(^porgue então trazia
o
sceptro')
,
nem folha
acazo eternamente ou sombra fria
,
,
em hum frondentc em que vivia ,
cortado foi
Bo.'jue peia
raiz
do favor materno
Ao
2o<.
49.
Vara ramos
£
v.
o nosso iniigne Barreto vertío assim
Como
Na
:
manus acre decoro
arttficis
a falta sente
expoz todos os braços rl^orozo fio do
,
e
o
;
cabelU
cutella,
JO.
Árvore foi frondifera algum^ hora Artífice engenhozo
Engastes de o deo
eira
ent o
peregrinos
incUiio
para o trazer aos
agora
,
^'h
Latinos
»
etc.
£/p.
Tcg.
:
\ 5>
^
14
)íC
.
:
Então morder-te-has n'alma
,
porque insano
mais forte dos Gregos não honraste.
5,0
Disse o Pelida, e ao chão arroja o sceptro
D'aureos cravos ornado
DOutra
parte
e toma assento
,
Agamcmnon
em
arde
fúrias.
Então de Pylos o Orador arguto
O
suave Nestor
ergue
se
elles
entr'
Doce mais do que o mel branda eloquência () Dos lábios lhe corria: idades duas Já vencera dos Homens , que a alma Pylos ,
Com
elíe
produzira
Em
geração terceira
Do
peito
•,
Que
a
e ora imperava
,
e assim prudente
;
voz soltou. „ Deozes supernos
tenebrozo lucto a Grécia invr.de
3,
Como
3,
Com
3,
Quando souberem que
„ Vós 5, 3,
folgará Priamo
Antes
Qúe
me
a flor
obedecei
também cem
eu
But
em
ali
composM
,
braço
,
ane
em mente mcços
!
.
,
Varões assignalados
hc
digíiity
dest'
alrercaes
,
.
.
pularão de gosto
?
pois sois mais
,
r^ For
,
os mais Troyanos
dos Dânaos
I
e seos Filhos
seem'd
and
higíi
vvas false and hollovvi
,
exploit
;
thcugl. bis
tongue
appear Dropt Manna, and could niake the wòrse Tlie better reason 'iVlatutest
counsels
,
;
to preptex and dasli for his
thoughts
vare lovve cie
Milton, Vavd. Lcs.
Elp.
T^^.
?^ 5
3
Mais valentes que vós, vivido hei muito
sempre
,, ,j
Nem
5,
Caenêo
vi
j
me nem
accataráo
Thesêo
5,
Aos immortaes
3,
igual
na
:
entre os viventes
,
Fortíssimos de cerro
3,
Com
3,
íncolas das montanhas
,,
Deixando
a Pátria,
Por
3,
Vivíamos então
3,
Eu tâmbem
elles
„ Co'
convidado
(*)
e os matarão.
,
longe da A pia
em
,
terra
sociedade
conforme
j
peleijava,
as
forças
e não pudera
Homens d'hoje algum medir-se. Escutaváo com tudo os meos consellios eiles
dos
;
sjEscurai-os também.
Nem
tu pretendas
Roubar a
„Goze Nem
33
este a Donzella , em paz consente, o premio que os Gregos lhe outhorgáráoj tu bravo Pelida mais porfies
3,
Em
forças apostar
3,
Que
honrou Jove
5,
Se por
3,
combadáo
e
,
monstruozos fortissimos Centauros,
35
5,
,
hum Nume,(ii)
forão eiles
terr*
Forcibsimos de certo
5,
3,
a
Egêo assimilhado
de
fiiho
quaes forão
,
o Principe Dryanie
e
,
jjExadiOj e Polyphemo 3,
e até agora
ver espero Heróes
Peritho
,
;
com Rey
,
e te
scepireado^ (li)
excede
em
dignidade.
da Deoza hes mais valente , Porque muitos governa 3 elle he mais forre
C;
filho
Pareceo
fortissimos três
está
me vezes
no Original.
apropositado pjira
repetir
conservar
a
a
palavra
anaphora que
,,
.
6 5>
Vence
„ Que o
):C
Atrides que eu suppIico,(|,ik
a chólera
seo furor deponha
Achy
ao bravo
,
3)
Conrra os males da guerra nosso escudo.
aj
Prudência inspira
„( Torna
o
o que disseste
,
Rey Agamémnon
mas
)
ó Velho
!
Homem
esse
que a seo caprixo
5,
Quer
5,
Se mováo como Authomatos
a todos pizar
les ,
;
,
e a todos
5,Leys impor, intimar-lhe o que eu prezumo
„
Persuadir-lhe impossível
,5
O
Com
ticubante voz
em
fora
Se
3,
Aos outros
o Pelida
)
encolhesse ao que dicesses
mim
não a
,
que
,
?
a raiva entala
e vil ( clama
,
me
tudo
„
direito
dizer aos mais injurias
5j Para ás soltas
3,
tem
fizeráo guerreiro
Cobarde eu
porque os Deozes
:
dessa arte impera
:
,
imagino não mais cumprir-te as ordens;
3,
Que
3,
Isto accrescento
3,
Pela
3,
Comtigo, cuqualíjuer outro, quando intentem
3,
Roubar -me o que
Moça
lembrança o guarda.
c na
,
gentil pugnar
me
não quero
dérão
:
mas do
resto
o baixel negro-célere acoberta
3,
Que
3,
Em
3,
Tentâ-o se animo
3,
Como em
nada tocarás
j
porque ao contrario tens
.
.
.
A's naus
,
a
.
teo negro sangue ensopo a lança.
Levantáo-se altercando os dois dest'
Despedem
.
e verão estes
assembléa
,
e ao seo quartel.
Menessiades vai
:
Ik
Com os seos
rápido lenho
Soiía Atrides ao mar
5
arte
e Achylles marcha
remeitos vinte
seguindo•©
^. 17
Com
liecatomba ao Deos nelle acomoda
a
5
Elle profno depois conduz, e embarca
A
formoza Chryseida.
Fege
a tiipulaçáo
Sulcando
a
sábio Ulysses
e assim navesâo
;
quilha as mádidas campinas.
em
Purificar
,
O
ranto as varias turmas
Manda Agamémnon lustrão-se os soldados (14) quanto tem de immundo ao mar se arroja. :
Na
estéril
praia ao
luminozo Apollo
,
Perfeitas hecatombas victimaváo
De
capros, e novilhos; pingue o cheiro
InvoKido no fumo aos Ceos
subia.
Mas em quL^nto as?im vai no acampamento Agamémnon tenaz náo cede e em tudo Qa' ao Pelida ameaçou prosegue avante. ,
5j
Hide (a Ta't^.ybio
5,
Prompros Ministros seos
35
Do
,
e Eurybates Arautos (15)
(diz o Monarcha)
,
Filho de Pelêo hide á barraca
,
por força trazei Brieeida amável;
3,
com
3,
Se rezisie
3,
Roubar-lha eu próprio vou
Assim
Com
a
;
válida cohorte ,
ser-lhe-ha mais duro•
falando súbito os despede
árdua comissão. Involuntários
Trilhando hiáo do mar a
estéril
praia
,
A's negras naus, e aos pavilhões soberbos
Dos Myrmidones chegío
:
assentado
Janto á barraca sua Achylles achâo
Que
Com
de os vèr não folgou respeito ag
:
Monarcha,
tímidos parão e a interrogado
,
.%?;
.TiT.
Ou
dizer-lhe palavra não se attrevem,
Seo susto o Heróe conhece 5,
Salve Arautos
de Jove
,
5,
Mensageiros
5,
Náo me queixo de vos
5,
Que
,
e diz-lhe afFavel.
,
e dos
chegai sem
fieis,
Bíiseida roubar aqui
3,
A
3,
Sêde-ma vós perante Homens, es^e bárbaro
•j,
e lhes entrega
,
mas testemunhas
;
Rey
e
Deozes
eu necessário
^e
,
Para a estragos obstar for
algum
dia ,
55
Em
3,
Mái póJe o néscio precaver futuros,
5,
Prezentes combinar
funestos
(
vos manda.
5,
5,
medo,
mas do Tyranno
,
Vai briozo Patroclo Donzella gentil
humanos
conselhos delirante
i
porque sem risco
Os Gregos junto ás naus o ferro exerçlo. Mudece, e obediente ao charo amigo Da Régia tenda já conduz Patroclo
5,
A
formoza Briseida
,
e aos dois a entrega
QçiQ ás naus tornáo Achivas, Vai
De mau Aos
Do
seos
grado a Mulher
A' chara Mái ,,
5,
Mái
pois
Táo pouco
C) Uzado
praia
mar com os olhos destendidos
Pelo pélago negro
,
taes
me
e as
,
elles
pranteando Achylles
:
remoto assentasse na
branco
com
(i<í)
máos alçando
supplicas lhe envia.
deste á luz para que a vida
desfructasse
por Camoet.
,
o alti»tonante (*)
19
:^i j,
„ Porem não me outhorgou 5, 5j
em
Jove devia compensar-me
me
Agaméiíinon despótico
Rouba mee premio
gloria
ultraja
,
e co' elie 1 folgo exu!ta^
,
Assim binhado em lagrimas
,
do fundo
Dos
peneiracs marítimos ao lado
Do
Genitor ancião a Mái o escuta.
Prestes
Ao Co' 5,
do cspámeo mâr
Filho
qual névoa surge.
,
lacrimozo se aprezenra,
nívea
a
mão o
affaga
Te
5,
Para que eu tome parte
assombra o coração
j,
Porque o
(
Com
3,
5.
e assim lhe fala
,
Porque ó Filho prantcas
5,
5,
,
nem sombras d'honíà5
,
repetirei
,
,
I
que
nada
em
t
tristeza
me
occulfcs
$
teos pezarcs.
se o não ignoras
?
profundo suspiro Achylíes volve ) ínvadim.os a Sacra Ethionia Thebas , delia expolio
Que
immer.so aqui trouxemos
^
03 valentes Achivos dividirão
Com justa proporção cahio a Atrides A formoza Chryseida porem^ Chryses „ Do lon^J'VÍhr:{0 Apollo Sacerdote :
3,
5,
3j
,
Attento veio ás céleres naus Gregas
„ Remir com preço immenso a Filha escrava* 55 Nas mãos ergudido aari^luzente seeptro
„
as venerandas
j,
Que
;j
01
Gregos
,.
Aos
dois Atridas
3,
Approváo todos
as
setas
infulas
d'A pollo
íonge vibra
em
gerai, e
,
,
humilde orava
com mais
força
Capitães dos Povos. (17) j
cue o resgate aceitem
G
a
,
}• 20 Sacerdote acatem
,5
„ Agp.mémnon
\:^
mas repugna
;
Airides, que o repelle
3,
Ameaças troando
5,
Do
3,
Suas fervidas súppiicas escuta
3,
Ja
3,
Pestífero
3,
Morria o Pcvo
arraial
Phebo que o ama
auzentou.
se
tema o arco
:
e rábido despara
,
farpão sobre os Argivos rTiOntes
a
Dos Achivos no
3,
o Velho
irado
:
,
divagando
,
exercito infinito
3,
Do Deos irado as serás sábio Vare No Concilio prudente nos indica
3,
As vontades d'ApoIlo
35
:
,
eu exhcrtava
;
Que se applacasse o Deos mas Agamémnon De furor se accendeo ergue-se , e ameaças
3,
i
3,
:
35
Colérico soltou, que estão cumpridas.
5,
Já
em Galera rápida A negada Donzeíla
55
os a
Achivos
Chrysa levão
Mas
dois Arautos
j,
Co'
3,
Briseida
35
Mesmo
3,
Mas
35
Aos Ceos remonta^ e se em
,5
Util
3,
Tnda tenho na ideia, que mil vezes
Deos.
as offertas ao ,
oh Ceos
!
Briseida
,
que He meo premio
ao
meo
pavilhão buscar
tu se
tens
poder soccorre o
já
foste
já
foráo
;
filho.
palavra
,
ou facto
a Jupiter ( uue impresso
5,
No
55
Que
3,•
Única removeste indigno estrago
pátrio lar
te
ouvira blazonando
,
dos Nurr^es qne o Ceo luzente habirão
„ De Saturnio , que espalha as negras nuvens „ Quando as outras Deidades Juno , Falias
^
^
21
Neptuno em prendelo conspirâvlo.
„ „ Mâs
ó Diva lhe esquivaste
tu
a aíFronta
Ceos chamando o Centimano
5,
Subico aos
5,
Que
51
P-geòi apellidáo
5,
Q;je o próprio Pay o válido Gigante
3,
Sentado a par de Júpiter
5,
Com
35
Enchia os immoriaes
5,
A
os Deozes Briarêo chamão, eque os ,
(ig)
Homens
mais robusto
tanta preeminência
,
e ufano
,
d'alro
assombro
que de o prenderem
,
coragem perderão)
á lembrança
5,
T5*o a>sídua lhe iraze
5,
Ro?a-Ihe que aos Troyanos favoreça:
3,
F.
5,
Ferro imigo os reralhe
os
,
,
os
lhe abraça
pé=Í
;
Gregos nos baixeis encurralados e as penas
,
paguem
do Rey conheça o mesmo Agamcmncn despótico ^eo crime, 3, Xáo honrando o mais forre dos Achiyos. em lagrimas desFeica 35 O' filho, ó filho Thetis gentil responde ) em hora infausta 3, Triste eu te produzi! Sem pranto, e ilíezo 3,
Pela culpa
:
3,
55
Oxalá ;unro
9,
Pois te urge o Fado extremo
3,
Breve
,
ás naus
tu repouzasses
perecedouro, e
„ Mais que
todos ora hes
rrisre
Te dei
35
Parto a representar ao D>"os
em meo Paço
a
hum tempo,
para :aes males
!
3,
vida
,
e perro adeja!
,
!
.
.
,
quanto has u!to(fp)
que exulta
35
V^ibrando o raio accezo
,5
Quizer no 0'ympo nubilo amolJar-se.
9»
Fica na esquadra tu
,
,
se a rneos rogos
e infesio aos G:egos
,
,
5,
Esquiva-te a batalhas.
,5
Foi
assistir
Homem
Jovc
a divinal conviv/o
5,
Onde Oceano banha a pura Eihyoj>ia , Os Numes o seguirão: quando o dia Vez segunda apóz dez luzir na esphera (2^}
3,
Torna aos Ceos
5,j
3,
:
ao Palácio seo de brcnze
emáo,
^jHirei buscalo
e humilde
3,
Tudo me outhorgatá senão me Assim
filiando parte
Moça
Pela
elegante
Por violência lhe Co'
â sagrada
As
foi.
ingano.
,
que roubada
Emtânro Uíysses a
,
Chrysa aproa.
embóca o porto
baixel
as véllas
e curva
e o deixa irado
Hecatomba
Mal que o negro Colhem-se
,
;
,
com meos rogos
,j
Abrnçando-lhe as plantas
e enroladas cahem.
cordas alassando o masto arreáo
,
o guardáo na cruxlai apressurados (io)
Entráo a remos
Sabe
,
e a
anchora descida
a gente na praia co' a
Po
ar clvi•• brame Apoilo
Da
galera
Taôbem
(')
A
,
5
hecatomba (*)
dezem barca
que rápida o mar suíça
Chriseida beiia
gente sahe na
Nas armas representa o
:
praia ar
,
o sábio Uíysses
,
o Sol
fírindo
que ardia
Campo de fogo, e a gente que marchava K® estyepito hum trovão que atravessava. Gabr,, Ver. Ca:!. Ullys,
Bíp. Tag.
Ao
a
altar
assim lhe diz
„ Por mim „ Agamémnon
a suspirada Filha
„
:
ó Chryses
te envia
^,
a entrega,
conduz, âo Pay
o poicnis
,
cu' a hccatomba
Atrides
„ Abrandemos „ Entre dores
O
d^Apcilc lacera.
:2
,
C
,,
:^
,
com que
QueoiTerta a pró d^^sDi^ios,
e alegre
,
Sacerdote ancião de^ie rrccbe
-A Suspirada Filha
mios
Purificio as
ambos em tomo
:
zs yic:ia:2S ordenáo.
forme zo
D'aitar
rcmáo
as fno'^!
,
Paimak alando aos Ceos crava
em
Chryses
vo?.
alta
en'.r'
elles
Divino ApoUo,
,,
,,
Que
„
Em
,.
Pois que já minhas súpplicas au vindo
5,
Por
arco vibras de prara
O
,
e poderozo
Cniysa, CiiU, e Tcnecos dominas;
me
honrar fiagebsíe o
„ Meo novo voto snende ,,
as iras
es Argivos
conta^jo mortífero
,
;
Povo Achivo,
longe aparta
dos Dinaos.
Desi' arte orando dsse, e annúe-Ihe Apalto. Fei:a a deprecaçao móLts despxr^^sm
Pucháo
airaz das victimss
prcmptcs
;38 em Ao
O
as
o
cclio
degcláo: cosas ntlhío
dcas d'ááirs as envolvem
ralhadas
C^*)
,
,
o
resto
fo^o o 'el^.o as torra, e generozo vinho
:
em
j
?cbrepo€m4he. liba
em
roda delíe
Qliin:jH;'deritaÁcs garfcs sustentívio (íi)
Attentos Joven•. \'i>ceras provadas
cinu
:
^
24 consumidas
as COXAS
Em
mais cravão
;
miúdas porções nos férreos dente
apóz que Finda
bem
as
assarão fora as tiráo»
obra o banqueie se adereça
a
co' a igual devizao todos se abas ião»
Saturado o appetite
De
A
as
j
amplas taças
vinha os Mcços crôáo, e todos
,
Empregava
o dia
dest^arte
as
em
que auspiciando
prezentãa
copos libão.
inteiro
A Grega chusma, cehbrando Apollo; Em cântico formozo e complacente• ,
Os
escutava o
Cahindo o Sol
O
Deos ,
mas no Oceano
:
e desdobrando a noite
tenebrozo vco
,
o somno os pren.ie
Junta á amarra na praia destendidos.
Mas quando
A
a
Aurora de rozados dedos
manha,
FiiKa áà
Largáo do porto
Brando vento á
;
surgi•^
»
na esphera
Delio lhes envia
Ergue-se o masro
feição.
Desfraldáo niveo panno
,
,
e lhes infúna (24)
Góletna viraçío delle ametade
\
a nau
,
e fervenio
as negras ondas
Eípurnozas zuni.ío pela quilha
Que
sulcava o equoreo plaino.
rápida
Chegão aos
O
baixel
ligeiro
por naus
Em
arraiaes
,
j
:
firtrtáo-no
em
rolos, (2^)
e barracas se dispersão.
seos lenhos
3â2 irado
(25)
tiráo á praia
o
ra'p!do Pelida
assembicas não frçquqnt^ (27)
^ Onde
No
os
Homens
iy i^
se illustrãò
dos combates
terror
não he visto
;
solitário
,
ás pugnas.
Devora o Coríçáo saudozo
Pelo rúbido Oriente assoma emtanto
•Hum
o undécimo: tornavão
dia apoz
Deozes immoriaes ao Sacro Olympo
Os
Acompanhando
Do
a Júpiter
nem
j
Thecis
esquece os rogos. Matutina
filho
Surge do argênteo mar
Ceo remonta.
e ao
,
Separado dos mais Saturnio encontra
Scbre o cacuminozo excelso
em
Senta-se deile
Os
joelhos lhe aperta,
Afagando-lhe
barba
a
,
e co' a direiía
ao Padre
3,
Se algum tempo entre 03
^,
For palavra
5, 55 5.,
,
Olympo:
co' a sinistra
frente,
fala.
Numes
te fui útil
ou defac:o, attende ó Padre,
Attende aos votos
rr.eos
,
hoira-me o Filha
A quem vida tão breve os Fados derâo. Açâmcmnon Rey d'ííomens o evaspéra
5,
Com
5,
Premio que lhe roubou
3j
Por
5,
Dá
,j
Largas honras insólitas lhe rendáo.
affronta cruel
ti
,
honrado ó
Mudece
Aos
impune uzurpa !
oh
aqui
,
seja
!
ao m.enos
Júpiter prudente!
que 03 Teucros triumfem
]ove tUibicogeute.
De
,
,
thé que os
Gregos
e alto silencio guarda
A
nívea Theris
postura náo rr/jda, mais se aííerra (28) joelhos do Padre, insta
cem
5, Procneite aiíim: despacha- me
,
rogos*,
ou recuza
,
.
^6 y^
yè.
„ Nada
„
tens â temer
que eu veja claro
j
Quanto sou desvalida entre ,,
Grave trabalho
„ Com profundo ,5 Vás com Juno
âs Deidades.
( Jupirer Jhe torna
me me
suspiro )
implicar
suscitas
í
que furioz^
,
„ Vai
d'azedos sarcasmos aturdir-me
„Ella
entre os immortais a todo o instante
5,
Me
5,
Parte pois
aclamar que amparo os Teucros•
peleija
bem não
e olha
,
„ Eu me imcumbo do 3,
Meneando
,,
A fiança Nem se
5,
Que
5,
a cabeça
resto
eu
,
persiota
te
e s'inda
,
!
.
hezitas
confiro
te
Numes,
maior, que outhorgo aos
revoga, ou falha, expressão minha fronte asselfou. ,,
esta
Curva o negro sobrolho
Os
!
Assim falando
e do
,
Monatcha (:9)
ambroziais cabellos se estremecem
Sobte a
immortal
testa
(*) Vitg. na E. IX.
AnrMit
totutn
et
:
Tremer
abala
,
(*)
imita esta passagem.
nutu tremcfccit Olynpuni. o firmamento.
todo
nisto
fez
Oíympo
e o
,
Barreto. E, 27. L. 9.
Terrifícam capitis concussit terque
Cuesariem ciim qua
terras
n:arc
,
,
quatercjue
,
sidera
irovít,
Cvid.
Cori dicendo Cie!i
tremaro
tremo
e
,
,
il
e
i
/
monti
e
,
,
e
ampi
gli
lumi erranti
riverente
l'aria
De lOccsano
capo mosse e
ii
,
e
fissi ,
c?.n:,pi
i
i
ckchi
abissi
:
;^;
Deliberado assim
Se
No
ellc
receber
Paço
a seu
:
cheg-je
nenhum
:
esperar
,
sólio ells se encosta
Pôie Juno
;
pode escapar) e
lhe
vencei-se
o vira conferindo
( q'je
Contra Jove
se attreve
vão-lhe ao encontro.
nem
,
Com a ar^enti-pedã Tethis Do maririmo Ancião, e o Não
Ella
separáo-se.
,
se dirige. Erguem-se os Deozes
Para o Pay
'Qje
-^1
ao fundo pélago
arroja
Saturnio
27
que
em
seria
agras Yozes
dezsfo^s.
arte
dest'
amável
filha
,
„ Qual Deos comtigo combinou 3,
Di2e ó doloio
3,
Folgas
,,
Nem
5,
Partícipe a
sempre
?
em
d' entrar
proiecros
occuUas minhas
a
empenhos
tácitos
,
algum tempo de bom grado
fizeste
em
Consorte
teos intuitos.
„ Juno ( responde o Pay d' Hom.ens , e Deozes) Não prezumas sondai• quanto eu projecto „ :
3,
Araua empreza
3,
Sejas
33
Consentir que eu revele
5,
D' Homens
minha
Fiainigiare a
Fur
visti
,
e
será
posto consorte
,
porém no que
5
Numes
e
chiaro Je
prudência
lampi
,
il
outro
,
tuono insieme
genti
alle^ro di voei
a
nenhum
entrará primeiro;
sinistra accessi
Accompagnan
Çon
;
lampo
,
iidissi
e
il
;
tuono
ed alto suono. Ojrus.
llh.
C. IJ.
£:.
74.
Elp, Tal,
,
,
,
)^ 28 >^
^Mas
que eu traço independenre aos Ditos,
i,Q'je perguntes, e inquiras he baldado.
„ Qae
proferes aspérrimo Sacurnio
^
( Exclama
a,
Quando
„
Quanto
a
ouzei perguntar, inquiiir quando? te apraz lá
3a
Mas em grave
5,
Que
„Do
forjas a
maritimo Ancião
te seduzisse.
buscado e suspeito
annuindo
35
Porque exaltes Achylíes
j,
Innúmeros Achêos das naus
5,
Que
a
5,
j,
Para
brados clama
mim
lucrarás
mais cdioza
Folgarei que assim seja
j,
Mais^ palavra não dês talvez quantos
Débil
„Te o
te
dem
,
aífíigida
resto dos
em !
.
próprio dano. .
em
.
tal
objecto
me acata no Olympo
e as leis
Deozcs ha
soccorro se esta dextra
,
e tímida
se assenta
celicolas o escuta
surda indignação. ]ocozo, enti' elles
Vulcano destro ÍSua
,
!
lanço irresistível,,!.. Disse, c Jano
!Muda
Com
)
o tornar-te
salvo
,
5,
35
em torno. em ira (30)
eu não possa evadir suspeitas tuas
Mas nada
„Qae
,
dês â morte
,
Espirito Furial ( accezo
Jove ímbi-co^ente
amável
filha
,
Eu sei que matutina te ha 3, Que abraçou teos joelhos , j. Que a seos fervidos rogos
5j
teo folgo:
era laboro
receio
a argenti-peda Tethis
5,
5,
?
augusta Juno ) as acções tuas
auifice assim
May consokndo
,
fala,
a nívea Juno•
09 ^ „
Tnsoffrivel será
que
,
contendas
tais
tamanho alvoroto embrulhe os
5,
„
Pela
5,
Do
humana
relê
perde-se o gosto
!
manjar
opíparo
triumphando
e
,
eu te aconselho
',,
Fica assim o pior
3,
Chara
j,
Em
5,
Outra vez o convívio náo perturbe:
5,
Que
<•
,
,
pois teus sizo
apurar o P^dre
,
5,
O
3,
Os demais em
;
'
3,
Com
5,
Ledo,
fulminante
poder
.
.
mas
tu o abranda
e â companhia.
,
e fagueiro Júpiter
Prezencâ á
do soIio
como excede .
meigas expressões
Ergue-se
nác porfies
porque irado
a todos quizer lançar
se
,
Numes
se volva,
dizendo; o ãmpbicupelío (^i)
isco
May
e ajunta „ As ley? do Padre mau grado humilde acata ,
;,
Posto que de
3,
Porque eu forre o desgosto de observar«ie
5, 3,
55 5,
Flagellada por elle e em vão suspire Sem que possa acudir-te pois que insano A Jove hade ir oppor-se indâ me lembra Que intentando soccorro ouci' hora dar-te ,
;
'".
hum
5,
Por
5j
PeUs
pé
portas
me
C) Milton no ke esta
agarrou
furibundo
5-20
Paradise
lost
,
toca lindamen-
Fabula.
And Wen
e
,
do Céo lançoa comigo. (*)
callM him Mulciber
Froin heav'íi
,
in
they fabíed
Au5;on;an land
aud íicvv h-
:
,
fel!
,
,
trovvn by arsgry Jove
>
30 >:í „ Todo o díâ rolei no espaço ethéreo , fui cahir com o Sol na prisca Lemnoí „ 5,
sem fôlego
Já
„ Os
Cintios
:
me
aonde compassivos apararão.,, Disse,
Juno hrachum^vada
Com
grâciozo surrizo o copo aceita
Depois pela lie
e rjo-se
e de seo filho
^
>
começando
direita
largo derrama d
ampla raça
Aos mais Deozes o necrar saborozo. Rizo immenso as Deidades levantarão Quando virão Vulcano aftadigado
No
Assim prolongáo
salão ministrando.
Todo o
diâ o banquete
dulci-sona
Cithara
Tacíeava canoro
,
â lauta
meza
,
nem
,
que Apclío
Saturando o appetite
A
,
falhava
e as lindas
Muzas
Enlaçando o matiz das pratas vozes
M'i
Do
cânticos alternão.
Mas no Occazo
Sol a luz esplendida sumida
Cada hum
se retira
,
e repouzar-se
Sheer o'er the crystal bttticments
To
A
noon h«
fell
sutnmer day
;
,
from noon
to
\\]^q
a
On
ile
thus
th'
frcm morn
devy eve,
and vvith setting sun
Dropt from the zenith
Lfmnos
;
Egean
:
falling
they
star
,
reJate
Erring.
.
Faraà. Loit. Book I. u. 740. Elp:
> Vão nô
De
O
sitio
em que
sabia própria
31 y^ estancia lhe formara
ideia
]ove o sólito leito
,
,
o coxo
Artista
Procura
solerte Mulcíbero.
e
alli
dormece
junto deile a auri-thronada Juno.
JV,B.
O
Original tem 6ii
versos
ção 721.
Fim do
L
íivro.
:
c
a
Traduc-
" %}5>
juízo critico LIVRO,
.
^
sum
ex judicibus
qui omnià
sevirissimis
ââ
txActam regulam redigam. Multa donandá í«* geniis puto
;
sed
donanda
'vitia
,
rion
portentã
Séneca de contr. L. 5,
o
Exórdio do Poema he
plicidade tar
a
,
Homero propõem
e clareza.
de Achylles
chólera
tantos males aos Gregos,
com
a Invocação
Paradise
como
lost, (*)
da maior sim»
,
Une
que
motivou
a Propuziçaó
Milton no
fez
can*
seii
Virgílio depois propóz^
D (*)
Of
Of
mftn's
desobedience and
first
thii forbidden tree
Broughc death
in
to
,
whosc
WQÚà;
mortaí
and
ali
tíie
fniit
tasc
our o\^e,
,
^
^
34
e invocou separadamente
do mais
aceito
e
amoes
ex.
,
que tem
dos grandes Épicos
como Tasso
se seguirão
,
(***)
mas
,
,
si-
que
(*) Voltaire, (**)
mania dos Commentadores achando esta diversidade apoiada pelos dois Principes da Epopeia Grega , e Latina , escrevendo fastidiozas ;
a
dis-
sertações
em
rente
huma cauza
tornarão
,
tão indiíFe-
iiuma das mais renhidas questões
da Poética.
Kuma este livro
Poema
j
scena
Restore us ,
,
heav'nly
,
till
one greater
Muse
!
primeira
mundo
trouxe
a perda do Éden
Remir-nos veio
Canta
celeste
,
e
infausta rebeldia
,
,
a morte ^ thé
(**) Dâns l'Henriade.
Na
Luziada.
e os nossos males
a habitarão ditoza
Muzal
,
,
que hum maior
(*) Nellâ Gerusaleme liberata.
(•**J
Man
blissful seat
o mortal fructo d' arvore vedada
Qf4e ao
Co*
Dramáticos do
abre
o Sacerdote de Apol-
and regain the
Do Homem
£
pathéticas
dos mais
ndk vemos
AVith loss of Éden
Sing
das mais
hum
,
,
Homm
^• 2C D>
J^í^í.
•'».
pela sua idade
Io respeitável
o seeptro
caracter erguendo
da Divindade
que serve
,
os Gregos
todos
'i•^
lhos d'Atréo
seo
€ pelo
;
e as infulas
,
e supplicando a
,
(e especialmente aos Fi*
A
liberdade de sua Filha.
)
deshumana resposta que lhe dá
Agamémnon
bom Velho mais
interessante;
torna ainda o
e
hum
dos melhores
mar
e
,
do
he
o figura caminhando ao longo do
quando ao Ceo
do Poeta
rasgos
erguendo 5
em
mãos
solitária praia as
para supplicar a Apollo vingança
ultraje recebido,
A
descripçáo
furibundo
sombras
,
á
daquelle
em
envolvido
terra
e tinindo-lhe
he da mais soberba
Deos descendo
,
e
espessas
ao hombro o carcaz
magestoza Poezia.
Segue-se o concelho dos Gcneraes. Achylles
que za
he
o primeiro que
se consulte
d*Apolio
fala
e
,
propõem
algum Adevinho sobre ter
soltado
a peste
,
a cau-
sobre os
Gregos. Ergue-se o Agoureiro Calchas
,
que
o Poeta tem o cuidado de recommendar muito pelo seo saber
,
e prudência.
Mas
infe-
lizmente a sua fala parece desmentir tudo
começa indicar
elie
:
por dizer que está prompto a
o motivo da indignação de Apollo
D
ii
^ buma vez que o
^
3^
de Tetliís
filho
defendelo de palavra
e feito
,
:
lhe jure
porque
(
diz
temo irritar hum Varão poderozo que domina todos os Argivos , e a quem obedecem osAchéos. Não he isto indicar Aga-
elle )
,
mémnon logo til
a
?
fazer clara a origem
precaução que toma he
perigozâ
,
estivesse
,
pelo
Não
ajuste.
muitos Sacerdotes
e
,
mas n'hum Poema ^
et
?
além de inú-
,
huma vez que Achylles não
vergonhozo susto que
cet
do mal
inculca.
que ha
Sei
com medo
Generaes
está
do
quero falar
,
primeiro qutd dc"
quià convenit do que a verdade
,
o
que Boileau exprimio judiciozamente nestes dois bellos versos.
Jamah au Le
spectateur
ti'
offre\ rien
d'mcroyahle
,
vrai pent quelpes foix n'être pas vraisemblable^
An.
Poer. v. 47. Cant.
Achylles está pelo pacto
com
juramento.
Então
,
o Vate
e
o
5.
asella
declara ser
o único meio de applacar Apollo , que o Pvci de Mycenas em castigo do ultraje que fez ao Sacerdote
Donzellâ
,
Chyseiia
entregue sem resgate a a
seo
Fay.
O
Atrida
em
accezo
se ergue
ira
,
e
Homero
pinta
o furor, que o abraza nestes dois bellos sos
ver-
:
Méneós de mega phrénes amphímehinâi PimplantVOise de
N^gra tboUra olhos
os
O
oi
enluta-lhe as
ccmo Jogo
se
Monarcha
accuza-o de querer
;
o Exercito contra
dizendo que huma vez co exige
,
elle
etc e finda
,
que o bem públi-
,
que se entregue a Donzella está
prompro afaze-Io, masque outro premio bra
irritado
podia esperar deste annuncio. In-
vectiva contra Calchas rebellar
entranhas
lhe scintillão,
discurso daquelle
he qual
,
lhe
apromptem
pois fora desdouro
da sua gloria
ficar
,
e
esta
expressão
na boca d'hum
não devemos censurar o Poeta
(*)
Uzámos dos
sentir a
caracteres
que-
sem recom-
elle só
pensa. Por mais extraordinária que nos reça
(*)
puri iampetoonti eicten.
,
pa-
Rey
,
pois a bar-
Romanos
para fazer
harmonia dos versos ao Leitor que não
souber o Grego, e que tiver ouvidcs.
3»
y^.
>:í
baridade daquelles séculos a torna verdadeira
,
e copiada da exacta observância áps cos-
tumes,
€cmmum das
doexpolio das Cidades conquista-
que nao he
e
y
monte o
que nada resta
Ibe adverte
Achylles
em
tornar a pôr
justo
já dividido para lhe escolher outro
premio: mas que cedendo por ora
Don-
a
ao Deos espere o tempo de conquistar
zella
Troya
com o
para ser resarcido
quádruplo da perda
que
,
Tudo
e
,
is-
do estranho comprimento que
to á excepção,
Achylles lhe fez no principio gloriosíssimo
triplo
soíFria.
,
chamando-llie
,
e ambiciosissimo
,
que nada
Rie parece próprio para captar-lhe a benevolência
,
deza.
A
lie
resposta
imprudências
(*)
He
aa Chefe
hum
caracter
attribúe athé aqui :
(*)
para admirar das
caracter
foiças
,
,
y
que o Foeta
que Homeio
(
e eizu-
tecido de
ao Pelida
combinadas
láo desarezoado
,
Agamémnon
mas hum
protesta
despótico, quando Achylles se lè
razão
que lhe volve
he cohereme cooi o lhe
mesma
dictado pela
,
que
attribuisse
dos Gregos
imprudente
,
*
e
pezando bem o que
de ambo^ na Iliada ) que todos
os Escri•
<
6V ?^ de conservar
não liade ufamr-se coubera
ficando elle
,
sem nada
;
que lhe que
se lhe
nâo reparão promptamente a perda deChryseida
atenda d^JIyss^s, ou de Ajax^
hirá
do mesmo Achyues
ou
o premio
lência
Gregos
nao
;
insuhance
que lhe tinháo dado os
,
que possa dar-se couza mais
sei
injusta
,
arrebatar por vio-
e desaresoada. Passa de-
,
ordem que algum dos Capitães
pois a
duza Chryseida
e
,
,
con-
huma hecatomba ao Sa-
cerdote d^Apollo.
com
Achylles desadorando insolência
d'Agamémnon
pezadas invectivas
ptores
5
e o
solta contra elle
,
do pouco
e queixa-se
,
com que o
respeito
a maníaca
trata
,
mesmo Horácio
quando só por
nos representão co-
mo Impiger
^ura Parece
,
tracundus
,
neget stbi nata
ao menos
inexorabilis ,
nihil
quanto
sorte furioso
os supersticiozos ro
,
j
eis-aqui
,
êos nossos cosiumes
cheio de valor, prudência, e brio
ma
acer
,
non arroget armis.
,
a reflexão
Commemadores tem
,
e de nenhu-
com que Home-
lido
e analyzado os caracteres dos seos Heióes
!
etc•
>
W. 40 çbsequio seo tinha vindo supportar o maiop jpezp
que
da guerra de Troya
j
diz finalmente
Agamémnon em
intenta retirar-se.
,
Ju,-.
g^r de render-se á razão, teima, e com o ínaior
desprezo
quando quizer
,
lhe diz
que pode
,
nem o
pois
fugir
nem
teir.ç ,
pre^
çiza delle•
Então Achylles subindo ao auge da sua (arranca meia espada) e
justa çhólera
bera matar
ou
,
Agamémnon.
iiao
tuação he maravilhosa
da Tragedia
,
deli-.
Esta
si*
e digna igualmente
,
e da Epopeia. Aqui introduz
Q Poeta felizmente huma máquina , fazen-^ do baixar Minerva a impedir o golpe por
A
niandado de Juno,
Deoza
resto da assembiéa pára
^ conhecendo
observar
como
ínémnon. qias cheio
a
Déa
elle
Jviinerva
,
Achylles volta
,
lhe pergunta
vem
se
pune o orgulho deAga^
n'hum
de brandura
dia comp^n^ar aquelle
O
Deoza voa ao5 Céos.
discurso breve e
,
phetizando-lhe as honras
soade a respluç?»o.
ao
do Heróe
detraz
ç o sus:em pelos cabellos.
mvizivel
,
,
magestade pro-
hum
que devem
menoscabo
,
lhe dis-
Heróe obedece
,
c a
Então Achylles em
hi^ma falia cheia da mais viva
,
e
encrgic^
4'^
^.
Poezia
5
seo sceptro
?^.
Rey de M/cenas
protesta ao
pelo
«uja circunstanciada discripjão
(
poiia muito b-^m escuzar-sc) não servir mais
devem hum
aos Gregos que
pelo seo socçorro
balvic
e
,
dia suspirar de^
o arroja ao
cháo,
senta-se.
Em
de huma parte
quanto Achylles
,
c o Atrida da outra bravejão comslgo mes-
mos
o sábio Nestor Rey de Pylos
,
recommendavel por idade
,
proezas
de dois séculos de
m.ais
e facúndia se ergue
,
Varão
,
e pro-
,
cura restabelecer a paz entre os dois.
Homero empregou da
a força
,
Os mais
eloquência.
meios de persuadir
emulação
neste discurso
autlioridade
,
raciocínios
os
prudência, tudo
efficazes
exemplos
da mais
atilada
acha destramente
se
alli
,
toda
em-
pregado.
Agamémnon tor
,
cho.
louva
mas nem por
O
sabedoria de Nes-
do seo capri-
isso desce
Filho de Tethis promette não pu-
gnar pela Escrava trar-se
a
nao como
j
(
no que continua a mos-
hum
hum Homem
sensato
morte o Rey
^
furioso
)
se tocar
,
mas como
porem ameaça
em
de
outra qualquer
çouza que esteja no seu baixel. Dizendo
is•
^ com
to sahe
Contra todas
4i
Patroclo as regras
seo intimo
da arte
amigo.
do
e
,
bom
gosto o Poeta se esqueceo de recommendar esta
personagem
cJle
se serve para
que sendo aquella de que
,
desatar o nexo
hum
devia reprezcntar
papel
do Poema
,
mais brilhan•
te.
O
Rey de Mycenas
depois de ordenar
a Ulysses que leve Chyseida a seo Pay
,
e
huma hecatomba para sacrificar a Apollo , ordena huma iustraçao geral do exercito. O Poeta a descreve em poucos versos com huma precizão , e forinozura digna de Virgílio
,
ou Tasso.
Todas
estas
occupaçoes não embaraçao
ao Rey o proseguir no seu capricho. Expede dois Arautos Taithybio (*) bates
mia
a
Briseida
arrancar
( tal era
o seo
,
ou
próprio nome
e
,
Eury-
Hippoda)
á ten-
da de Achylles. Partem violentados os dois Emissários
;
chegão
ao pavilhão do Peli-
da, c párão sem ouzar dizer-lhe palavra pintura magnifica
(*) Teve
,
eque dá huma
hum Templo em
Esparta.
Vej.
:
alta ideia
Jíollin.
ào
respeito
>^ 43 >^• que todos no exercito tinhao
áquelle Heróe. lie
os chama
e
,
tomando-os por
temunhas perante os Deozes
,
que lhe entregue
,
ra-se depois
Homens a Pa-
a Donzella.
Reti•
chorando para
,
margens do
as
mar aonde chama por Tethis. Esta
gem
passa-
não será certamente do gosto àc todos
os Leitores.
Ella foi admirada por Boileau
nos seguintes versos
nr
:
jichylle deplaircu moins houillant
Jaime d
le
^oir
Quando
,
verser dei pleurs
et
moins prompt
a ridículo
a
meteo
na seguinte
co-
„ Achylle beau comme
Et
vaillant
comme
le
jour
son epée
Pleura neuj móis pour son amour
Comme tm
enjant pour sa poupée
!
Sarrazin.
Não
decido entre os dois
,
pour un affroriL
outro Poeta Francez
engraçadamente pla
tes-
manda
da violência que lhes faziao troclo
e os
mas
;
ce-me contra todas as desculpas
,
que
pare-
Da-
>
^i* •'*••
JA
Vi*
44
•'*'^-
çier dá a este respeito que
hum Heróe cho-
rando
May de huma em hum Poema
e queixando-se a sua
,
injuria
seria insoportavel
,
moderno. Tethis surge do mar
Filho
se encarrega
do Ceo
que os Troyanos
,
^riumphem dos Gregos
,
vejáo obrigados a dar»lhe
Homero fazendo
tisfação* les
athé que estes se
huma completa relatar
sa-
porAchyl-
com Agamém-
do sco duello
a causa
rogos do
a
de Jove (então auzente
apenas volte
)
e
,
non, repete onze versos do principio deste Livro
semelhantes
;
Poeta
cahio ainda
outros Livros lí.
volvem
guidas
hum
,
se
,
e
em
repiticoes
que*
o
com maior excesso nos com especialidade em o
necessariamente
frias
canção o apperite do Leitor
verdadeiro defeito
e lan-
,
e são
,
que debalde
,
for-
cejão
por palear todos os seus Commenta-
dores
com
namorada Ia
a ridícula desculpa
Madama Dacier
Morhe
(*) dizendo
,
fez valer contra
que o Posta
estas repetições para mostrar
(**) nada deve augmentar (*) .Dans
Ia
que a sua
,
,
que
ou
hum Criado tirar
corrupcion du gowr. L.
(**) Eis ouíra prova de
-ue
os
fizera
do
re-
112.
Commeatadoí
cado
Amo
lhe dá seo
que
,
( pois ainda
adtnitiindo este principio extravagante
no
o sonho repete
Livro
11.
5
Agamém-
este que não hc criado quando narra
a vizao aos Generaes
a repetir
como
(
substancia
mo
faz
não estava obrigado
,
)
as palavras
repita neste lugar
res
,
não o que alguém
,
Se alguém reparar
em
eu não omittir
,
nem
dos Padrinhos
,
e repetem o que
descânçáo na
co importa. )
fé
(com
affirmar que
Hum Vasco Porcalho Homero náo
de todos
princípios
,
grita à
elles
,
debalde
entendiáo!
,
ella
pou-
ou Mévio da-
ccmo ,
tendia a foi
logo
Madima Dacier apoiada em táo bellos
impiedade
criticava estas repetições
gritar
,
j
tinha defeitos
adoptado por todos os Pedantes a maior
raciocináo
razío, ou sem
qnelles tempos disse esie absurdo
a
escre-
quando lêem não analyzáo
os ôurros disserão
que
que Achyl-
faz
mas o que Homero mesmo
lhe disse,
só a
de propozito para desmintir este
Poeta
vera.
mas
,
que o mes-
e finalmente parece
,
absurdo dos seos adoradores les
se
ipjís vereis
quanto Jove lhe mandou dizer a
non
)
,
,
;
e
contra
e o
Ia
Mothe
bom Homero
que os seos adaiiradcres náo o
,
^
46
como bem fácil
estas repetições
a reposta he
verter a Iliada
Ulysses
,
e
cm
>:?
alguns Traductores :
,
encarreguei-tne de
não de emendala.
tanto chega a Chrysa onde
entrega a Donzella
a seo
celebrâo Iium sacrifício
Pay
,
e
os dois
que o Author des-
com huma miudeza bem pouco aproximada ao bom gosto. Mas em desconto a creve
entrada daquelle Heróe no porto ,
sáo d'huma engraçada
sabida
,
,
e
e a sua
formoza
Poezia.
o dia
Raia finalmente
Olympo
Jove ao
,
lança-se a seos pés ferir á
i
que
volta
e Terhis vai encontralo ,
e lhe pede qi^eira
súpplica de seo Filho
emudece, va
em
:
dif-
o Tonante
e instando mais vivamente a
Di-
qual he a nossa admiração quando ou-
vimos da boca daquelle Nume que o motivo do seo silencio he o temor dos enfados de Juno
(*)
,
(*)
Huma
e
que outhorgando a l'ethis
das couzas
em
que Homero não só
Horácio ) mas dormitou (segundo o expressar de não deadoimeceo com sono profundo , foi em que motivo o Poema clarar logo no principio do Gregos ao cerco de Troya ; e ( o que levara os
^47 ^ quanto lhe implorara auzenrar-se
recommenda o sem que sua Espoza o veja.
,
Mas o que
lhe
,
he da mais
e
ma•
gestesíoza imaginação he a pintura que
Ho-
mero
hum
,
Oi/mpo
de todo o
faz
ferril
abalando a sobrecenho de Jove exprimido assim
Kai cuaneessin ep ophrosi neuse Kronion
he
pior ainda) a razão
va maquinão dos nus.
com
porque Juno
ódio
táo
,
inviperado
()
Miner-
e
perda
a
Troymos e estes são táo protegidos de VéNáo cahio em táo grosseira falta o atilado ,
Virgílio
no começo da Eneida dá o , que logo n?orivo da aversão de Juno ao seo Heróe , e as relíquias de Troya. Progeniem sed enim Trojano a sanguine Tyrias olim quae verterei arces ,
dttci
Audierat
Hinc populum
lare
regem
,
;
belloque sttperhrm
Femurum
excidto Lybiae , sic voluere Parcas Id metuens, veteiique memor Saturnia belii Prima quod AdTroyam pro
caris gesserat Argis etiam causae irarum saevique dobres Exciderant animo ; maneai altamente repostum Jtidícium Paridis spretaeque injuria
Nec dum
formae
Et gems ini^ism
,
et
En. L.
(O
Vej.
,
rapti Ganimedis honores.
o que dissemos na nota
I. V.
24.
a pag.
57.
4>
•á^
Ambrosiai ò'an kaitai eperrossanro ânactos Kraios ap' athanatoio
Curva
o
megtn
,
d'elelixen Olumpofti
ne^ro sobrolho^ e do
Os ambrosiais cabe lios
se
Sobre a testa immortaí
Que Pope
,
Monarcha
estremecem
O'ympo
e o
abatia.
sorte maia
d'huma
verteo
aproximada a parafraze do que a traducção
He
spo\i
Sbakes
The
his sable hrcvvs
and avvfnl lends
,
his
ambrosiaí curb
stnmp of fafe
,
,
;
the nod
and gives
and sdncticn cf
the
,
god;
fítch heâ'v'n vvr.h írcmbling thedread signal tcck^i
And
ali
piter
Olympus
rellas
trenos bella a entrada de Jú-
Não he em seo
levantando-se
to the centre skooU,
Palácio ,
e
,
Numes
todos
hindo encomralò. As que-
de Juno, e Jcve
e Vulcano
os
e
,
,
os ameaces desta,
que pretendendo apazigualos
>
e ministrando apressuradamente o néctar excita hum rizo geral m^c parecerão ( além de difFuzas ) couzas
propriaç
pouco
interessantes
do Deipensary
,
(*)
(*) Excellente obra Heroi-cómicâ
cckbie Ingiéz o Dr, Gartk,
,
e mais
do Hyso-
e
:
Poema do
^
^
49
da roagestade
pe (*) que
do Poeta herói
CO.
Não assim a descripçao do banquete e ApoHo acompanhando com dos Numes que mè à sua Jyia os cânticos das Muzas ,
,
parece phantasia verdadeiramente épica
que remata com
D qual
(
lyse) he
como
hum
infinita
graça esre
dos mais pathéticos
,
,
e in-
,
o Poêraa apezar dos apor» ou
ino•^
,
e ás
que huma das
Jetn-
tados defeitos, devidos não á falta
do Poeta
l.ivro
pode ver-se desta breve ana*
teressantes de todo
J)ia
e
,
mas á
,
infância d'arte
poucas luzes do seo século.
Esquecia-me notar brancas mais felizes
,
de
Homero
foi
zer Achylles sabedor de que o esperava te junto
cia
,
dos muros de Troya
j
o
fa-
Mar-
circunstan-
que relevando o seo vaior, torna mais
intrépido, e interessante o Heróe. Elp. Tag.
FIM. (*)
Poema Heroi-cómico Ho
ni2 da Cruz
j
aliás
Dr. António
Elpino Nonacrien-e.
Dt•
)
5b
..
Qae a pag. 22. . 5. o nurp, da nota c?tá transposto na ordem consecutiva áellas ; inas não a pag. 24. v. $. he que pera matéria das ditas. tence a nota num. aj.
A A A A
pag. VII. linh.
pag. pag. pag.
7
lêa-se
„
2 lêa-se 8 na nota lin. 10 ica se
aõ na nota
lin.
„
.,
6 na nota lin,
% lêa-se
,,
trata
„ un i«
,,
láche
„
cosi dicendo
,
)
(
ANNOTAqÒES. .*
signlfiea pezav de que o termo Grego () todavia seguimos explicar-noe propriamente o al/uír: pois bem se entende que as pelo termo geral de ave que ?e corrumlo lancur sobre os cadáveres são os abu» •,
,
.
três, e outros pássaros carnívoros: fidelidade qufc só neg•» tas minuciíts
(2)
en:pregou Mad. Dacier. Este vocábulo Latino significa a mitra
e flta, ou tira feita de i^áa. ou de linhagem. V.ía ornamento entre os Gregos, e Romanos trazerem os seus Augures, Sacrificadores , e Ministros das Divindades, com especialidade os de Apollo hum ramo de louro entrelaçado com as taes tirinhas, ou fitas consagradas ao Nume a quem sevriao. Está no texto àrnóv^xv a que muitos dão a in(j)
ou trunfa dos Saccnictcs
telligencia de pdrtieiyar 9
thalamo.
Nào
;
^
dividir^ e ser comparJiclra
em
nos pareceo decente, e appropriado este
sentido, pcis que he impróprio de fcuma Diva, ou
Mu-
que Honíero invoca r.lém de que já no tempo da guerra de Troya reinava ham luxo desmedido entre os Grego» , e quuri todos os poderosos tinhíío creadas £Ó para o Ministério de tratar ao quarto e cama. Smlnthèo. Sobrenome de Apollo , adorado em {4) Smmtha, Cidade que fora infestada pelos ratos-, que em Grego se chamão <r,w.;;Gá , de cujo ílagello, por influxo de ApoiJd sendo livre , lhe dedicarão hum Templo assim denominado. ?.a
;
,
Sacrifício de 100 bois. StraV/iQ que os Gregos receberão este enorm.e sacrifício ^05 Lacedemonius que por terem ico Cidades fazião annualm.ente a sacrifícaqlo de 100 touros aos Deozes iiecat:}rióc..
(y)
segura
,
Protectores destas Cidades a final crescendo cjra o luas necessidades da vida, e tornando-je j-ezada huma :
xo
fai offert»
a rtdujííão ao número de 25 reie»
,
e pôssi•
CO rso de victímsr
I-oís
para cordeiros
,
bodee
,
e outros
animaes. (6)
Nunca oíGvegoe
natureza
fazião expedições de qualquer
que fossem que á sua testa não fosxe hurti Advinho, ou Interpetre , cuja authoridade era gravíssima sempre os seos conselhos erão seguidos; tal era o ,
,
:
espirito de fanatismo, e superstição, que os Gregos tiJihão ã estes Bonzos. ——Heródoto. (7)
Olhos negros•
E«tcs
Homero emprega, como
,
e outros epithetos
oíhos bovinos
(fallando
que dejuno) ,
pés de prata (fallando
de Tethis) etc. he para dar huou de bíllsza, ou da qualidade , e ofhcio da personagem de quem falia. Sempre os olhos negros, e grandes forâo feiqòes , e dotes annexos a hum lindo ir.a
id4a
rosto.
(S) Homero chama muitas vezes negras ás náos Isto vem segundo Heródoto de ser costume entre os Gregos pintar os navios de roxo, ou vermelho pondo-lhe na proa, e popa a imagem da Divindade como testifica j
,
Horácio, Od. 14. L. i. Nihil piei is timidus fia vi ta puppihis e Virg ,. . /j/círtí carinas etc. Depois convertcr.io estas pinturas dos Deozes, em Centauros, Hippopothamos , e outros animaes; o que lhes servia para denominar, edis^ tinguir as embarcações. Erão estas quasi em tudo semelhantes aos nossos escaleres com a differença de serem mais alterosas; terem duas, três, ou mais ordens de reinos. Tinhao á.ílor d'agua sahida fora huma trave armada de hum bico, para arrombar as contrarias em combate , a que os Romanos chamarão por is«o ros trata, «^v'J , andavão á vela, e a remos. Vej. o Dicc. de antiguid. Greg. de Fourgault, Myrmidoms. Os Phtiotas que habitavão as co(9) vas subterraaeas da Ilha de Egina pobrissima então, fô.
,
rão assim appellidados por se assemelharem ás formigas
/,^
e como cm Grego quanto á sua habitação , erão Vassallos de Achylles por isso o Poeta se não es-
quece de pôr
:
esta crítica
mesmo sarcasmo
na boca do seo contrario. Quasi o nosso Bccage contra
«mprígou
?
(
lium Poeta do seo tempo
,
servlndo-se da ifiecão dos Pi•
GiiVivdr descreve. ... He? Poeta do Rey de Ltíivule,
gmeos que
E(ridigerõ. Epitheto de Júpiter por trazer O es(lo) cudo cubeito com a pelle da cabra, que o amamentou, que em Gr. he ái>'.í hoje se usa muito de Egiàa y por .•
escudo, propugnaculo etc. £ste Poly phemo , não era oCyclope, mas hum (ii) Príncipe dos Lapithas. Innovámos esta palavra, para nos livrarm.os de (12) Sccptri^ero que he exdruxolo , e darmos a força do vo,
,
cábulo ay.r.'n%x'^ , com O qual Homero distingue o» Reys legítimos dos usurpadores , pois que a estes negava Júpiter as honras , e dignidades conferidas áquelles. (ij) Vence a cluUera etc. como vertemos, sentem comnosco Oacier Fils d'Atrée appaisez votre colere, et ^
váiá prier Achillc de «urmontev la sieniie. Clarke, Precabor Achiilem dfponere iram. Fope, Ledve rae oh King: to calm Achilles , rage Kiile thou thyí.e!f, as mor.e advanc'd in age, e os melhores Traductores. Todavia o célebre RoIIin , dans la maniére d'éiudier les belles lettres; quando mostra a necessidade tíc se estudar o Grego cita algumas pâísagens mal traduzidas, dando por isso a entender apouca fé que merecem os Traductores entre as quaes huma
]e
,
,
;
lie
este verso de
Homero
c:ue
em
elle julga assim
mal ver-
quando no Gr. está hum v. act. deve reger cm dat. logo sendo ÂÍira&wat bum acc. e traduz assim em Latim supplico ut deponas iram erga Achiilem.— Além de termos muitos, ou quast todos 05; Traductores pela nossa banda, com tudo arrogando-nos a mesma authoridade de que usa Kcl/iii lhe respondemos com todas as Graramaticas Gregas, que tido, por se dar Achylles
acc.
,
08 verbos de supplicar
Demais senão houvesse
hum
—
pedem também
dat. depois
de
.
esta poderosa razão, haveria tal-
no texto pela ignorância dos primeiros huma licença dos Poetrs , que para não errarem o sentido, e o metro inverte;•! muitas vezes a ordem grammatical e a f.nal he coir.o csnveir. 20 vez
vicio
Copistas, podia ser
,
j
4
)
que se pvetendía tratar pois nada ha irais natural d• que entre dois bulhentos que hum terceiro pretende accommodar dizer-ihes ,, sccegue, accommode-se que ;
;
roesmo fará aqui
o Senhor
!
„
Tal he o sentido de
Hoir.ero-r-^r-
Vence
Que
a chólera Atrides,
o seo furpr deponha
que cu supplíco j
ao bravo Achylles.
Antes das preces , ou súpplicae costumavão o» Gregos usar da lustraçÕo que era purihçaren^se na agua lustral ou sá das mãos , ou todo o corpo esta era sóirente agua commum em que se apa£,ava algum facho que tinha ardido na pyra do sacrifício qual je punha «m vasos para isso destinados á porta cos templos , na (14)
,
;
,
entrada das praças públicas, e nas encruzilhadas.
Não
fa-
2emoe (bem que a conheçamoi) adifferença que Dacier faz de que lie immundicie , de kcSuç^ji-cltu que he purificação pois que (trrojaniio 0,0 mtir ú que tinhão de wiinunão vai o mesmo que dizer, que deitarão fora a agua com que' se havião purihcaco , pois que est? »c reputa suja e impregnada, feita a ceremonia. Erão of{iciaes Arfiutos cm Latim préúcones. (15) (na milícia) subalternos, obedientes á voz dosGeneraes
.-.
,
^
convocar as Tropas , repetir as procla^ e:c. no foro correspondião aos nossos porteiros da Praça; citavãp os récs , aprcgoavi^o nos leiJÕes a venda dps moveis, e lião ao Povo as leis novas, e a lista dos Magistrados , que se acabavão de eleger. para ler ordens,
mações dos Chefes
«-~ FourgíT.iU, {i C)
Seguimos
á letra
,
porque o nwv quando que^
bra na praia, e morde os cáes he branco e crystaliiu); ao contrario negro no alto mar por causa dam^ssa d'agua , ,
pela sua proí"undidade
,
pois não pôde a luz penetrar,
e
reflecte.
Pastor dos Fov-os j Co pitões dos Povos t frazes {17) muito uzuaes cm Homeio , por ser costume Oriental, 0e quem os Gregos reçebcrãp o gérmen ^os seos costu• jues
,
e artes.
Homero faz esta diffcrença parg dar conta das (iSJ Fabulas ^creditadas po fÇQ tempo. Q Cçatimano era de
<
5
)
Dominado pelos rfeozes Briarco em raziío de ser filho do e mui valente, cuja denniçúo envolve
Ce•, e da terra, a mesma palr.vra
coraposta
da partícula epithutíca
^,
muito { entre os Latinos valde ) e de A"fr; Marte , o Dcos da guerra. Os Homens charaavão«lhe Egeón por que havendo-se revoltado contra Júpiter, Vulcano o prendera a hum penhasco do mar Egco. Eíta Fabula he posterior ao soccorro, que elle dera a Júpiter. Muitos esquecem esta circumstancia , nas Tra(19) ducqões, de o ter gerado em Palcclo '^\^. Porém nisto envolve Homero huma pela quul devemos attender , que os Grandes são por isso ma;s sujeitos aos ma-es , que os pequenos. Eu diria paraphrasticamente traduz.lndo esie lugar, para colher a moral cue in\olve „ quanto mais te valera ter sido hum Homem abjecta líascldo de huma mulher obscura , nem te custaria tanto
,
essa affionta curta.
,
nem lamentarias go^ar
huma
vide
tão
„
{20)
do masto
,
Homero em que
usa e!le
da palavra
.Voc^V.»; o receptáculo repousa, ou se guarda nos como ^
o Traductor Hespanhol o vertemos por cruxia , mas i?to he traduzir á moderna (quero dizer) abater o masto , e pólo na amurada da embarcação como he nosso uso , e eu creio que nas embarcações havia certa caixa, ou lugar para este uso particular bem que dis?o não fallem
huma só palavra Menard descreve que tinhão
os
que tem tratado de antiguidades. costumes dcs Gregos a marinha
nc<ç
e na cescrípcão dcs navios cala esta cir« por tanto usámps deste tenr.o Hespanhol persuadidos de que daria alguiija idca do vocábulo Grego quanto mais que por não ser ainda entre elles conheci-
cumsíancia
,
:
das as roldanas era natural abaterem o masto para colhe-
rem
a vela, e depois tornar a levantalo
lada.
Estas bagatellas não aiterão
porém he bora não ommittillas
nome
usual
,
cem
cila enro-
o sentido do Poeta
tão ordinário a todos os Traductores
he o de Plagiários
,
para não ganharmos ,
o que
servum pecu.^. ira costume entre os Gregos nada suppl içarem (21) 9 seoe Dçoiçs ssiii príceder primeiío st lustiação , a •.
)
<
(
expiação, e o sacríícío. Dalustração já falíamos a expiação envolvia-se com a lustraçao debaixo de pequenas differencas de que trataremos depois. O sacrifício principiava por chegarem a victima ao altar, levantando-lhe a cabeça quando este era feito aos Deozes , que habitava© o Olj-mpo , e abaixando- lha quando era feito aos Numes infernaes. Sobre a cabeça das victinias se deitava hum punhado ou mais de cevada torrada com sal, a que os Latinos derão os nomes ái sr.lséi frugis ^ mclasa/sa . e que nós servindo-nos do ternro Romano o empregámos, muito mais tendo o verbo iminolor no que foi rHais livre o nosso insigne Barreto niio escrupulizando traduzir na Eneida versos, que alludem a este rito ^o( fano y*e s<il y cujos termos nos deixão na incerteza de que nos ;
h uma boa nota, Pa^rsda e>ta cerenionia, queinraa gordura da victima, pois que esta pertencia
tiraria
vão toda toda ao
em
Numen
que
a
se íacrtílcjva;
mesma govdura
duas pranchas da
membros que reputavío isto
sobrepunhão os
como
dos bocados,
hívendo envolvidas as
coxas das rezes,
os maic coiieideraveis
restos
:
victima cortaJcs
d.;
pvimicias dauns á Di\indade.
tre das victimas não
c .«obre
cm miú-
O
ven-
era queliV.tUo sobre os ^iitares; eia
em casa dos que sacrincavão remsttercm a seos amigos ccrelíquias raptadas. Para não extcndermos esta neta enviamos os Leitores para os costumes dos GiegDs
guardado
,
preparava
e se
para se banquetearet.t
(moeurs
,
e
Grcc;) essrltos por jSlcnard.
átti
Aliude Uomero á festa , que os Ethicpes faziao (22) em Díospolls, Cidade dedicada a Júpiter, cuja festa durava
1
2 dias
,
durante osquaes levavão processlonalm.ente
a Estatua deste Niirnen á roda da Lydia. Nestes festejos
como julgavão
estacionados
ueozes nestas partes
os
4
convocava a r.im.ia credulidade dos Povos , lhes preparavão mezas e camas, que os Romanos designarão
que
OR
com
os
,
(23) sílio
,
nomes de
lectutertiia
,
e
Tudo quanto pudemos
pulvlnarla.
apurar fobre este uten-
havendo esgotado quantos quadros
descubcrtas do Herculano este assumpto
,,
,
e a
se fizerao
das
obra mais completa sobre
LettiT^ frcm a youn^ Painifr abrcad íJ
7
(
)
Er.glaud. Lvnâc^ 1748. Só achámos que n-iend uiavío de espetos de Gregos em suas cozinhas assar volvendo a carne , n^.a? sim de grelhas, cu garfos por isso vertemos como se vc , m.emerando só que este que bera instrumento tinha cinco dentes, cu pontas, se colhe do vocabnlo Grego Coeccrvando a methaphora de incendiar por (2 4) Vej. o v. Gr. e a signif. de encher e tomar a vela. kis
os
-?.».
,
TT^-rc-í•.
:
t.•
lhes inceiídcla.
'»
.
.
quer dizer que os igualmente para os convidados huma porqíío semelivinte , excepto se nellas cu outra Pessoa discincta, pois havia algum Princlpo (2j]
Festim Igual
íi-x^.
Gregos em todas
mezas reparti
as
:
:
,
então
se
lhe redcbrsva
a rsqío
dando-se-lhe o lugar
,
noais distincto.
Homero
pode ajuizar que para depois de encalhadas as porem facilmente a nado as firnuv^o em rolos bem qi^e Plii/opjtcr eHicron 2.^ debaixo da direcção de Archimedes nos tracem navioi de 120 pés de comprimento como consta da Historia. Em que os Homens se illustrao , (27) pois que nas assembleias , e csncilios os Homens mostrão o seo tíilento, e suo 'censurados , se peccão em palavras, ou nas razõer; , que produzem em seos discurso?. He de aotar o termo Gr. luTnÇvvTa. que explica (28) Por esta expressão
(26)
dfi
tempo
das grandes embarcações daquelle
se ,
^
;
^^.
á lettra
huma
peca vazada nascida
que
alli
í
sewe-se
Homero
Grego lhe podia emprestar', para mostrai o empenho com que a Diva supplicava Júpiter, soccorresse seo filho bellei^a, que só pode tordeste rocâbulo
,
só o
:
nar-se sensivel
na nossa língua
quizesse traduzir-se
,
?e
Homero
a
soubesse,
e o Porti:guez tivesse frazes
que
ajudassem a sua imaginação. (29)
He
esta imagem que se refere por grande Escultor Phidias entrando Rethorico aprcuve-lhe tanto eéta Piatu-
tão beila
«lia esta anecdota.
a aula de
hum
^
O
que por cHa guiado fez ter, qu^ a antiguidade vio
ta
,
(} 0}
,
,
a
melhor Estatua de Júpi-
e
admirou.
Yocat, dç ^?í;i;:n> sigaif. feliz
,
fasto
C
8
)
e em ma parte endiabrado , aboml^Pâvél em , cujo sentido Hcmevo a empregou neste ]ugar tendo grande parentesco com o adj. Lat. Saccr ^ a, um, que jerve igualmente a ambos os partidos bom, e máu.
beatifico
.-
Empregám.os o mesmo term.o Grego, por não (ji) que Homer» descreve. Persuadimotermos este copo nos, que Homero inventara raesmo este uí? ;silio para mais distinguir os seos Numes. Todas as indagações que ,
,
fizemos
a eíite respeito
foriio
b.-Idadas
,
pois
,
nem. oi
nem os escavadores de antigualhas se íizerão cargo de huma cousa tão reparavel noJ^oeta Grego. Aristóteles em certa passagem traz hum pequeno bosTraductores
,
quejo , que nos dá alguma idéa deste utensílio que be o cepo de que o Principe dos Poetas falia no tim do I. Livro era bem como os favos das abelhas , cujos repartimentos são pegados huns aos eutros costas com cos-
»
„
tas, „ Os duzem o
Diccionaristas são
menos exactos
,
pois tra-
por vaso iihimqtiâ ansas Iml/cus , o que desmente Aristotelei todavia eu eetou pelo seo
dito
,
e a idéa
ma ampolheta
,
:
que formo deste eopo era ser como huou dois copos unidos , dos quaes hum
de baz^ ao outro. Para sermos fiéis na conservaíjão deste utensílio que ainda poderemos vir a ter , deiignamos com o nome , que lhe daríamos se delle bem que temos em o nosso Barreto na tra* usássemos ducção da Eneida em caso idêntico muitos exemplos de qu« cujo embaraqo sahe airozo empregando as palavras nossa língua não suggére ^ como aclides faíarlce ^ e outros vocábulos enunciativos de instrumentos bellicos ,
servia
;
,
y
ctc.
"Fica no Frtlo
cará»
o
Livra 2.° que trevemente se puíli^
<^^r^«-^^-í^
?*^ .^i^ ^^^-
6>2^^
psW^^míwW^^mff^
mm
*•^
i#^
^.^
^V^
^-