Fim de Semana ARTESP - edição 40

Page 1

EDIÇÃO 40 – 15 DE JANEIRO DE 2016 ASSESSORIA DE IMPRENSA RAMAL 2105


15.01.2016

BNDES prevê queda de 25% em crédito para mobilidade RIO - Após um ciclo de alta puxado por investimentos de governos locais e avanços em parcerias público-privadas (PPP), os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os projetos de mobilidade urbana terão um tombo de 20% a 25% em 2016. Ano passado, o banco de fomento liberou R$ 8,5 bilhões para transportes urbanos. A falta de dinheiro público para investir, diante da crise fiscal da União e dos Estados, inibe a chegada de mais projetos e, sem eles, 2017 também será ano de queda, informou Rodolfo Torres, chefe do Departamento de Mobilidade e Desenvolvimento Urbano do BNDES. Até 2012, o BNDES vinha liberando, a cada ano, em torno de R$ 1 bilhão para investimentos em metrô e trens urbanos. De lá para cá, novos e maiores pedidos de empréstimos chegaram, incluindo a construção de linhas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos, o bonde moderno) e BRT (Bus Rapid Transit, os ônibus articulados em faixas exclusivas), muitos deles incluídos no chamado "legado” da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada do Rio. Alguns projetos de destaque dos últimos tempos são a Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo (R$ 9,5 bilhões em empréstimos), a Linha 18-Bronze (monotrilho na região do ABC, em São Paulo, com R$ 3,2 bilhões em empréstimos) e a Linha 4 do Metrô do Rio (R$ 6,6 bilhões). Para o primeiro, o governo paulista já teve um financiamento de R$ 4,5 bilhões aprovado, mas o consórcio da PPP que toca as obras e operará a linha (formado por Odebrecht Transport, Queiroz Galvão, UTC Participações e Fundo Eco Realty) ainda aguarda a aprovação de empréstimo de R$ 5,5 bilhões – prometida ainda para este primeiro trimestre. O projeto da Linha 18-Bronze tem dois pedidos em análise: R$ 1,2 bilhão do governo paulista e R$ 2 bilhões do consórcio responsável pela PPP (formado pela Primav, do grupo CR Almeida, Cowan, Encalso e a argentina Benito Roggio). Pelo menos um dos empréstimos está prometido para até o fim do primeiro semestre, disse o BNDES. Daqui por diante, com a crise fiscal, não há projetos desse porte à vista do BNDES. Após a aprovação de empréstimo de R$ 2 bilhões para o Metrô de Salvador, tocado por uma PPP controlada pela CCR, só faltam mesmo o financiamento para a Linha 6-Laranja e os empréstimos para a Linha 18-Bronze.


14.01.2016

MP autoriza União a reincorporar trechos de rodovias federais transferidas para estados O governo federal enviou ao Congresso Nacional a Medida Provisória 708/2015, que autoriza a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos a 15 estados por força da Medida Provisória 82/2002. A MP foi publicada no Diário Oficial em 31 de dezembro de 2015. A transferência aos estados dos trechos de rodovia havia sido feita a pedido dos próprios entes estaduais, conforme destaca a exposição de motivos do governo. Porém, segundo o governo, agora “há interesse de que a posse e o domínio retornem para o âmbito federal, para viabilizar a sua concessão”. Outro fator preponderante, de acordo com o governo, é que parte dessa malha rodoviária, atualmente com estados, apresenta empreendimentos relacionados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Alie-se aos fatos apresentados a restrição orçamentária e financeira vivenciada pelos estados, situação que inviabiliza a destinação de verbas para a execução de obras de recuperação e manutenção de trechos rodoviários”, acrescenta a justificativa. Obras do PAC Com a edição da MP, as rodovias transferidas para os 15 estados, que constam como empreendimentos no PAC, continuarão com a execução das obras previstas. Após os trechos de rodovia serem transferidos aos estados, a Lei 11.314/06 autorizou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a investir nos trechos rodoviários até 31 de dezembro de 2006. Essa autorização foi prorrogada sucessivas vezes, a última pela Lei 12.833/13, para 31 de dezembro de 2015. A MP prorroga novamente esse prazo. Segundo o texto, o Dnit terá até 210 dias, após publicação da relação de trechos da malha rodoviária a ser reabsorvida pela União, para utilizar recursos federais para executar obras e serviços de conservação, recuperação, sinalização e supervisão das rodovias. Os estados terão o mesmo prazo, de 210 dias, para organizarem os processos licitatórios necessários para dar continuidade na manutenção e conservação dos trechos que ficarem sob a sua responsabilidade. Tramitação O Congresso Nacional terá até 1º de abril para votar a medida. Ela começa a trancar a pauta de votações a partir de 18 de março. A MP 707 será analisada por uma comissão mista, formada por deputados e senadores. Se aprovada, seguirá para votação nos Plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.


15.01.2016

Em entrevista. Haddad afirma que ‘Passe Livre total custaria R$ 8 bi por ano’ Em meio ao recrudescimento das manifestações contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, o prefeito da cidade, Fernando Haddad (PT), afirmou que não vai revogar o reajuste de R$ 3,50 para R$ 3,80. Em entrevista ao Valor Pro, serviço de informação em tempo real doValor, Haddad rejeitou a proposta de tarifa zero, defendida pelo Movimento Passe Livre, e afirmou que esse tema poderá ser discutido durante as eleições deste ano, quando tentará a reeleição. Para atender as reivindicações do MPL, São Paulo teria de gastar R$ 8 bilhões por ano em subsídios, o equivalente à arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Segundo Haddad, isso significaria multiplicar por quatro o subsídio já oferecido, que no ano passado atingiu R$ 2 bilhões para cobrir transporte gratuito para 530 mil estudantes e para idosos com mais de 60 anos. "É óbvio que alguém pode propor isso. Quem sabe não apareça um candidato que defenda essa tese? É um ano eleitoral, vamos discutir", disse. Na prática, porém, alertou, significa que o município vai gastar toda a receita do IPTU para subsidiar o transporte. O prefeito evitou criticar a ação violenta da Polícia Militar na repressão dos protestos organizados pelo Movimento Passe Livre neste ano e afirmou ter enfrentado problemas com a PM em 2013 depois de ter reclamado da atuação policial. Na época, diz, a sede da prefeitura e o Theatro Municipal ficaram sem segurança pública e foram atacados durante manifestações contra o reajuste da passagem. Na entrevista, concedida ontem de manhã em seu gabinete, Haddad desconversou ao ser questionado sobre possíveis reflexos dos protestos em sua pré-candidatura à reeleição e à imagem da presidente Dilma Rousseff, às vésperas da retomada da discussão do impeachment pela Câmara. A poucos meses do início da campanha eleitoral, o prefeito disse que é "falsa" a informação de que não cumprirá as metas de sua gestão. Dos 20 Centro Educacional Unificado (CEUs), só um foi finalizado. Dos três hospitais prometidos, um foi entregue. Haddad reconhece que o cronograma está atrasado, mas disse que vai cumprir suas promessas e afirmou que reduziu o déficit de cerca de 150 mil vagas em creches a "menos da metade". A seguir, os principais trechos da entrevista. Valor: Como o senhor vê a atuação da polícia nas manifestações contra o reajuste da tarifa? Fernando Haddad: A polícia não está sob meu comando, infelizmente. No mundo inteiro, a polícia é em geral civil e subordinada à municipalidade, que é o melhor modelo. É difícil fazer avaliação de uma corporação que não está sob seu comando, até porque você pode sofrer as consequências disso, como aconteceu


em 2013, em que a partir de um breve comentário meu nós sofremos no dia seguinte as consequências. Quase perdemos dois prédios históricos da cidade, a sede da prefeitura e o Theatro Municipal. Valor: Houve retaliação do governo estadual? Haddad: Não estou dizendo que houve retaliação, mas quando disse que alguns protocolos não haviam sido observados [pela PM], no dia seguinte os prédios da prefeitura ficaram sem proteção e nós quase perdemos a sede da municipalidade e o Theatro Municipal, que quase foram incendiados. Tive que recorrer ao próprio governador e pedir para que os prédios fossem protegidos. São situações que aprofundam a crise institucional, colocando em risco as regras que temos que defender, que é da democracia e do convívio pacífico. Neste momento, a municipalidade está fazendo o que lhe cabe, que é mobilizar o Ministério Público Estadual, que estava distante e que tem o dever e poder de ajudar. O MPE pode ajudar a interpretar a Constituição e colocar certas balizas. São Paulo tem sido palco de manifestações e muito mais numerosas. Tivemos no segundo semestre de 2015 manifestações com 20 mil a 50 mil pessoas, sem nenhum incidente. São Paulo convive bem com as regras democráticas e sempre que há violência a cidade se ressente. Valor: Os protestos são contra o aumento da tarifa que o senhor e o governador promoveram. Há chance de o senhor revogar o aumento? Haddad: Fechamos o mês de dezembro com 530 mil estudantes no Passe Livre, a um custo de R$ 700 milhões por ano para a municipalidade. Só o Passe Livre Estudantil, que foi um gesto de diálogo com o movimento, corresponde a um subsídio de R$ 700 milhões por ano. É o orçamento da Secretaria da Cultura, por exemplo. O Passe Livre Estudantil abrange 70% dos alunos, todos de escola pública e baixa renda. O resto tem renda. Além disso, tem subsídio ao idoso. Diminuímos a idade para 60 anos - os homens eram 65 anos. No total, são 22% de passagens gratuitas, 2,2 milhões de pessoas que não pagam passagem de ônibus, a um custo de quase R$ 2 bilhões. O subsídio aprovado no primeiro ano do meu governo era de R$ 600 milhões. Valor: Os manifestantes alegam que o aumento compromete a renda do trabalhador e beneficia as empresas de transporte. O repasse às empresas aumentou 17% entre 2014 e 2015, mas o número de passageiros caiu 1%... Haddad: O trabalhador tem vale-transporte. O estudante está mais preocupado com o trabalhador do que com... Acho isso estranho, só os estudantes estão na rua. Não tem aumento de repasse. Tem aumento de subsídio. Alguém tem que pagar o passe livre. A pauta do movimento, de Passe Livre para todos, significa R$ 8 bilhões de subsídio. É óbvio que alguém pode propor isso. Quem sabe não aparece um candidato que defenda essa tese, que fale 'olha, vou pegar todo o IPTU da cidade - que é mais ou menos o que custa o sistema de transporte-, e vou usar para passagem grátis para todo mundo'?


Valor: Então não vai revogar? Haddad: Estou dando as condições para que as pessoas julguem o que está se falando. Em outubro vamos fazer esse debate, é ano eleitoral. Vamos discutir de forma madura. O dinheiro da prefeitura é dinheiro do povo. Se o povo entender que vale a pena colocar 100% do IPTU no transporte tirando de saúde, educação, é um direito da democracia, mas tem regras democráticas para decidir isso. O ano é muito propício para discutir isso. Valor: A política econômica do governo federal atrapalhará sua candidatura? Haddad: Antes da troca do ministro da Fazenda, em virtude dos desequilíbrios que foram acumulados ao longo do tempo, como acúmulo de desonerações, swap cambial e tarifas administradas, acumulamos um passivo, sobretudo em 2013, 2014. O governo considerou importante esse modelo para manter o nível de atividade e o nível de emprego, mas chegou ao esgotamento, a economia mundial não permitia que esse modelo que pudesse prosperar. Estamos vivendo um momento de transição e isso implica sacrifícios para quem está no governo. É mais fácil para a oposição do que para o governo. Valor: Como o senhor avalia o primeiro ano da política econômica, com Joaquim Levy, voltada basicamente para o ajuste fiscal? E a política de juros do Banco Central? Haddad: Acumularam-se passivos importantes e houve um esgotamento desse modelo. A transição se impôs. O governo a partir daí fixou dois objetivos de curto prazo. Equacionar o problema da relação dívida/ PIB e trazer a inflação para o centro da meta. Essas duas metas eram impossíveis de serem atingidas da maneira como se previa porque a política monetária corroía o ajuste fiscal e obviamente tem que ter uma recalibragem da política econômica... À luz do passivo acumulado, essas metas eram tão exigentes que provocariam uma retração econômica muito forte, como aconteceu. Estamos com novo ministro e temos que aguardar. A aposta que se faz com Nelson Barbosa é que ele promova essa recalibragem para que a transição seja menos dolorosa do ponto de vista social e recupere a confiança dos agentes econômicos. Uma boa parte da crise não é econômica. Tem outra dimensão, que é a questão da base de sustentação do governo, que precisa ser resgatada. Outra dimensão é o efeito das ações de combate à corrupção. Isso está afetando a economia. Valor: É possível uma guinada do governo à esquerda? Haddad: Não acho que se trata de esquerda ou direita. Trata-se de conduzir uma transição para um novo ciclo de desenvolvimento em função do fato dos dez anos de crescimento que tivemos. Essa transição vai ter que ser feita com muita sabedoria, senão vai comprometer avanços sociais importantes e isso de certa maneira pressiona muito a política. O eleitorado se ressente. Valor: E o que a prefeitura pode fazer para ajudar o governo a estabilizar a economia, se não voltar o crescimento? Haddad: A prefeitura está em seu melhor momento. Com a renegociação da dívida trouxemos o nosso endividamento para menos de 85% da nossa receita líquida


real, o que coloca São Paulo numa posição privilegiada em relação a outros entes da federação. Isso abre espaço para financiar o nosso PAC mesmo eventualmente sem apoio federal. Pelo terceiro ano consecutivo estamos batendo recorde de investimento, com R$ 4,5 bilhões. Estamos com uma folha controlada na casa de 35% da Receita Líquida Real contra 46% do Estado, 45% da Prefeitura do Rio, que são os entes que têm rating parecido com a capital. Não estou com obra parada, nem suspendi obra nenhuma. Creio que nesse último ano de mandato possamos atingir entre R$ 17,5 bilhões e R$ 18 bilhões de investimento no quadriênio, o que é um recorde histórico. Valor: A prefeitura esperava cerca de R$ 8 bilhões da União e até agora só uma pequena parcela desse montante foi repassado. O senhor cobrou recentemente R$ 400 milhões. O governo federal tornou-se mais um problema do que solução? Haddad: Com a crise, o repasse federal de todas as unidades da federação caiu demais. Não foi diferente em São Paulo. Agora muitas coisas estamos fazendo com recurso próprio. Meu dever é sempre buscar recurso. Valor: O senhor tem sido criticado por não cumprir as metas de seu governo, em áreas importantes como saúde, educação e transporte... Haddad: Isso vai se provar falso. Valor: Da meta de construção de 20 CEUs, por exemplo, a prefeitura só entregou um. Dos três hospitais, só um está pronto. A meta dos corredores de ônibus não deve ser cumprida, nem a de zerar o déficit de 150 mil vagas em creche... Haddad: Vou entregar 15 CEUs e deixarei cinco com as obras iniciadas. Entreguei um, oito já estão em obras e seis entrarão em obras no dia 22. São 12 meses de obra para construi-los. Vou entregar dois hospitais e um vai estar atrasado seis meses porque o metrô requisitou a área para fazer a estação Brasilândia. Perdi seis meses para deslocar o hospital e sobrar área para o metrô. Não acho que a Brasilândia vai ficar chateada de ganhar um hospital junto com uma estação do metrô. Vou entregar o hospital Parelheiros até agosto, setembro deste ano e Brasilândia até junho, julho do ano seguinte eu entrego. Abri 90 mil vagas de educação infantil, é o recorde da história da cidade. Com o país em recessão, abri mais vagas do que todos os antecessores. Vamos divulgar que o déficit de vagas em creches caiu para menos da metade. Valor: O cronograma não está muito atrasado? Haddad: Houve atraso, por várias razões. Tive que colocar R$ 2 bilhões de subsídios que não estavam previstos. Não prometi Passe Livre para estudante. Isso tirou dinheiro de obra. Tive a crise dos precatórios, que o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional. Devo terminar o meu mandato com a economia brasileira encolhendo uns 5% ou 6% e tivemos uma inédita decisão do Tribunal de Justiça suspendendo a atualização da planta genérica do IPTU. Nenhum prefeito conviveu com nenhuma dessas quatro condições e nenhum dos que me antecederam suportaria qualquer uma dessa quatro. Eu não só suportei essas


quatro como bati recorde de investimento. Quem é que enfrentou esse cenário adverso no passado? Valor: Marta Suplicy assumiu uma prefeitura falida, por exemplo. Haddad: O que é isso? Eu era secretário-adjunto de finanças daquela gestão e não fez nem cócegas perto do que enfrentei. Eu resolvi o problema do [Celso] Pitta em 90 dias. Valor: O senhor terminou 2015 com uma rejeição de 49%, segundo pesquisa Datafolha. É possível reverter essa má avaliação a poucos meses das eleições? Haddad: Em 2012, a pesquisa Datafolha da véspera do primeiro turno me dava 20%, sete pontos percentuais atrás do Russomanno. Respeito instituto de pesquisa, mas a vida não é assim. Valor: Uma das principais bandeiras da sua gestão, as ciclovias, são alvo de críticas de que foram feitas sem planejamento e muitas estão ociosas.. Haddad: Quase dobrou o número de ciclistas na cidade. Segundo pesquisa do Ibope, aumentou 70%. Não teve divulgação dessa pesquisa do Ibope porque a imprensa é muito contra o programa de mobilidade da prefeitura. Todos os editoriais, sem exceção, são contra o plano de mobilidade. Faixa de ônibus, ciclovias, redução da velocidade, abertura de ruas aos fins de semana para o lazer. Não conheço nenhum veículo de comunicação que tenha feito um gesto na direção do que eu considero a modernidade. Sobre a redução da velocidade, prefiro ser criticado e ter salvado 300 pessoas, que deixaram de morrer em um ano no trânsito. Foram cerca de dez mil feridos a menos. Ouço os técnicos da CET e não faço demagogia com a vida dos outros. Segui orientação técnica e os resultados estão ai, para ninguém mentir. É a velocidade máxima nas cidades europeias todas [50 km/h]. Fomos todos muito criticados pelo plano de mobilidade. O engraçado é que é uma lei federal. Valor: Existe uma espécie de ódio ao automóvel pela administração? Haddad: Em São Paulo ninguém discute mais semáforo. Investi R$ 220 milhões na reforma semafórica da cidade. Em dia de chuva chegamos a ter 400 semáforos em amarelo piscante ou apagado. Hoje nossa média é menos de 0,5%. De 6.400 semáforos, chegamos a ter mais de 6% comprometidos com chuva. Valor: O senhor enfrenta dificuldades também na periferia, reduto eleitoral petista, que será disputado por Russomanno e Marta Suplicy. Quais serão suas marcas? Haddad: Vamos entregar 20 hospitais-dia e 10 hospitais-dia móveis, 3 hospitais gerais, 16 UBS, 15 UPAs, CEUs, a duplicação de vias importantes, obras de drenagem, muita coisa. Mais do que qualquer prefeito me antecedeu, em condições econômicas mais favoráveis. Todo mundo dizia que eu iria perder a eleição em 2012. Não vi nenhum analista falar que eu ganharia.


Valor: A campanha será mais curta neste ano e o senhor terá menos tempo para tentar melhorar a avaliação do governo. Essa mudança prejudicará sua candidatura? Haddad: Se a campanha é mais curta, é mais tempo para eu trabalhar. Valor: A campanha será também a primeira sem doação empresarial. Em 2012 a receita de sua campanha foi de R$ 42 milhões que arrecadou, só 0,3% foram de pessoas físicas. Qual será o impacto nas campanhas? Haddad: É bom. Ninguém vai ter [doação empresarial]. Todos os candidatos passarão pela mesma situação. O bom é que vale para todos. Sempre fui contra doação empresarial. Espero que mude muito a campanha. A doação empresarial é péssimo exemplo para democracia e está na raiz de muitos problemas que vivemos no país. Valor: O senhor está decepcionado com a política? Haddad: A situação está muito crítica e o pior não é isso. É que a situação atual afasta as pessoas de bem da política. A política está cada vez menos convidativa, em parte porque a classe política de bem está se degradando. Não há processo de regeneração e em parte porque não há por parte daqueles que acompanham a politica o desejo de discernir o bom do ruim. Quando você coloca todo mundo na mesma vala, você piora a seleção. É o que está acontecendo no Brasil. Toda classe política, independentemente de indivíduos corretos ou incorretos, todos estão sendo colocados na mesma vala comum e o cidadão, por falta de informação de quem é ético e quem não é, opta por outras variáveis para escolher, que não são as melhores para sanear o sistema. Tem um círculo vicioso, que leva a crer que Ulysses Guimarães estava certo. Está reclamando desse Congresso? Vamos ver o próximo. É o que está acontecendo no Brasil. Valor: Diante desse quadro o senhor pretende se distanciar do PT? Haddad: As pessoas de bem estão cada vez mais desinteressadas da política. É ruim para você, para o cidadão comum. Não vejo um esforço da sociedade, em geral, de criar as condições para que as pessoas possam discernir. Então as rotulações, as criminalizações coletivas estão sendo a marca da política atual e da comunicação também. Tenho dito sempre que vou dar palestra sobre o assunto e sou razoavelmente bastante convidado para falar sobre o assunto - digo que a honra do indivíduo é um atributo dele, mas não é um ativo dele, é da sociedade. Nós deveríamos aprender a defender a honra de quem tem, independentemente de nossas posições ideológicas. Isso não está sendo feito nem pela imprensa, por ninguém. Então lamento, mas isso é o caminho da tragédia, não da regeneração. A partir do momento que eu não tenho coragem de sair em defesa de um adversário político que é honrado, não estou contribuindo para melhorar a sociedade.


14.01.2016

Divulgado calendário de restrição ao tráfego de caminhões para 2016 A PRF (Polícia Rodoviária Federal) já definiu o calendário de restrição ao tráfego de caminhões em rodovias federais de pista simples a fim de aumentar a segurança e melhorar o tráfego de veículos em feriados prolongados de 2016. A medida vale para caminhões cegonha, bitrem e para os que têm AET (Autorização Especial de Trânsito). Motoristas que não respeitarem a ordem serão multados em R$ 85,13 e somarão quatro pontos na carteira. A infração é média e o veículo somente poderá seguir viagem ao fim do período de restrição. A restrição valerá nas seguintes datas e horários: Carnaval  5 de fevereiro (sexta-feira) – das 16h às 24h  6 de fevereiro (sábado) – das 6h às 12h  9 de fevereiro (terça-feira) – das16h às 24h 


Semana Santa  24 de março (quinta-feira) – das 16h às 24h  25 de março (sexta-feira) – das 6h às 12h  27 de março (domingo) – das 16h às 24h 

Tiradentes  21 de abril (quinta-feira) – das 6h às 12h  24 de abril (domingo) – das 16h às 24h 

Corpus Christi  26 de maio (quinta-feira) – das 6h às 12h  29 de maio (domingo) – das 16h às 24h 

Proclamação da República  11 de novembro (sexta-feira) – das 16h às 24h  12 de novembro (sábado) – das 6h às 12h  15 de novembro (terça-feira) – das 16h às 24h 

Restrição apenas nos estados da Bahia, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, em razão dos festejos juninos 23 de junho (quinta-feira) – das 12h às 20h  

24 de junho (sexta-feira) – das 12h às 20h 26 de junho (domingo) – das 12h às 20h

Restrição em trechos específicos no estado do Rio de Janeiro, na BR-101, do km 269 ao 308, entre os municípios de Rio Bonito e Itaboraí, e na BR-493, do Km 0 ao 26, entre os municípios de Magé e Itaboraí, em razão do Carnaval 5 de fevereiro (sexta-feira) – das 6h às 19h  6 de fevereiro (sábado) – das 6h às 19h  10 de fevereiro (quarta-feira) – das 12h às 22h  14 de fevereiro (domingo) – das 12h às 22h Restrição em trecho específico no estado do Maranhão, na BR-135, do Km 00 ao 100 – entre os municípios de São Luis e Itapecuru-Mirim 

 

6 de fevereiro (sábado) – das 6h às 20h 10 de fevereiro (quarta-feira) – das 6h às 20h


15.01.2016

Metrôs do Rio e de São Paulo concentram liberações do BNDES em mobilidade urbana Os metrôs do Rio de Janeiro e de São Paulo ficaram com a maior parte dos R$ 6 bilhões desembolsados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o segmento metroviário no ano passado – R$ 2,3 bilhões foram para o Rio e R$ 2,7 bilhões para São Paulo. O restante dos recursos foi diluído e boa parte destinada ao metrô de Salvador. Ao todo, o BNDES liberou para mobilidade urbana R$ 8,5 bilhões no ano passado, com aumento de 30% em relação ao ano anterior (R$ 6,5 bilhões). "Foi um grande crescimento, apesar da crise”, disse o chefe do Departamento de Mobilidade Urbana do banco, Rodolfo Torres. Em 2012, os desembolsos do BNDES com essa finalidade somaram R$ 1 bilhão. Do montante de R$ 8,5 bilhões, R$ 2 bilhões foram repassados para obras dos sistemas de transporte coletivo de passageiros BRT (Bus Rapid Transit), ou transporte rápido por ônibus, e VLT (veículo leve sobre trilhos), e o restante para trens. Segundo Torres, os recursos para mobilidade urbana vêm crescendo há algum tempo. "O que realizamos em 2015 foi plantado lá atrás. É a colheita de uma plantação feita em anos anteriores.” Neste ano, pode haver queda de até 25% na liberação de recursos para o setor, "porque não está havendo renovação de projetos”. Torres destacou que mobilidade urbana não é um segmento que tenha investimentos pontuais que se efetivem em poucos meses. São investimentos decorrentes de um planejamento longo que depende, inclusive, do Poder Público e de licitações. "É um ciclo longo”, afirmou Torres. Ele disse que, apesar da crise, a sociedade precisa investir em modelos de projetos de mobilidade para quando o país estiver em um ciclo de economia positivo. O Departamento de Mobilidade Urbana do BNDES espera concluir, até o terceiro trimestre deste ano, análise do projeto da Linha 6 do metrô de São Paulo. O valor total de financiamento do banco para o projeto é R$ 6 bilhões, e os desembolsos ocorrerão ao longo dos próximos cinco anos. No Rio, o principal projeto para 2016, avaliado em R$ 540 milhões, é referente à mobilidade da Ponte Rio-Niterói e inclui melhoria dos acessos à cidade de Niterói e à Linha Vermelha.


14.01.2016

Mortes caem 25% nas rodovias federais do Paraná em 2015 A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou uma queda de 24,8% no total de mortes registradas no Paraná ao longo de 2015. O total de mortes caiu de 778 em 2014 para 585 no ano passado – 193 mortes a menos. O total de feridos nas rodovias federais paranaenses caiu 12,8% no mesmo período, de 11.406 para 9.943. Tanto a quantidade de mortes quanto a de feridos são as menores registradas pela PRF desde 2010 no Paraná. Em meados de 2009, a instituição passou a ser responsável pela fiscalização de aproximadamente quatro mil quilômetros de rodovias federais no estado. Até então, a malha viária paranaense fiscalizada pela PRF era de 1,1 mil quilômetros. Entre as possíveis razões para essa queda significativa dos números de feridos e de mortos em 2015, a PRF lista uma alteração recente do Código Brasileiro de Trânsito, que desde novembro de 2014 prevê multas maiores, de até R$ 1.915, para ultrapassagens perigosas; a instalação de novos radares controladores de velocidade; e a fiscalização das rodovias federais por meio de câmeras de videomonitoramento. A Polícia Rodoviária Federal tem procurado focar ainda nas condutas dos motoristas que tendem a provocar acidentes graves, como ultrapassagens irregulares, ingestão de bebidas alcoólicas e excesso de velocidade. O total de acidentes registrados passou de 17,2 mil em 2014 para 12,7 mil, uma redução de 26% em 2015. Ao menos em parte, essa redução do número de acidentes se deve à implantação pela PRF, em junho do ano passado, do registro eletrônico de acidentes sem vítimas. Esse registro pode ser feito em até 60 dias, pela internet, diretamente pelos envolvidos nas ocorrências. Com essa mudança, a PRF passou a priorizar o atendimento de acidentes mais graves, com pessoas feridas ou mortas. E acidentes sem gravidade deixaram de entrar nas estatísticas oficiais do órgão.


15.01.2016

Novas suspeitas de fraudes abalam as ações de montadoras na Europa A indústria automotiva foi atingida por uma nova polêmica ambiental, nesta quinta-feira (14), na esteira do escândalo descoberto nos sistemas de emissão de poluentes da Volkswagen no ano passado. Desta vez foi a Renault, que admitiu ter sido alvo de investigações sobre fraudes ecológicas, derrubando as ações da montadora francesa ao menor patamar em 17 anos. Investigadores da autoridade francesa responsável pela concorrência fizeram buscas na última semana na sede da montadora, em suas instalações de engenharia no sul de Paris e em um centro técnico a oeste da capital francesa, segundo comunicado da companhia, que disse não terem sido identificados sinais de fraude. A ação faz parte de uma extensa investigação relacionada ao escândalo de emissões da Volkswagen e espalha sobre o mercado o temor de que o caso, que abalou a reputação da alemã, possa estar agora se alastrando sobre a Europa. Investidores ficaram receosos em relação ao setor desde que a Volkswagen admitiu, em setembro, que um dispositivo para fraudar os resultados dos controles de dados de emissões poluentes foi instalado em 11 milhões de seus veículos a diesel em todo o mundo. Todo o setor foi afetado nesta quinta-feira, levando o índice Stoxx Europe 600 (que congrega ações de empresas de 18 países da Europa) a uma queda de 7%. Ações da PSA Peugeot Citroen caíram 5%. As da Renault fecharam em queda superior a 10%. Na época da revelação do escândalo da Volks, autoridades da França e do Reino Unido anunciaram que fariam testes para descobrir se os veículos nesses dois países continham softwares similares aos usados em fraudes nos Estados Unidos. LADEIRA ABAIXO Outra montadora afetada nesta quinta-feira foi a Fiat Chrysler, cujas ações tiveram queda de 8% e foram suspensas por duas vezes em Milão, após as notícias de uma ação judicial nos Estados Unidos por causa de uma suposta maquiagem nos números de vendas da companhia. A montadora nega. Os novos acontecimentos negativos agravaram a desconfiança sobre um setor que vinha sofrendo os impactos de uma série de recalls –chamadas para corrigir defeitos de fabricação. Segundo analistas, investidores já estavam se preparando para a possibilidade de que mais companhias fossem atingidas. Quando as notícias desta quinta-feira vieram à tona, porém, houve pânico e as ações chegaram a cair mais de 20%. Recuperam-se depois que a Renault se pronunciou dizendo que não foram detectados dispositivos fraudadores.


A Peugeot negou que tenha sido alvo de investigações específicas semelhantes às que atingiram a concorrente. Afirmou também que os exames técnicos conduzidos pelo governo francês atestaram "ausência de anomalias". A ministra de Energia e Ambiente da França, Ségolène Royal, confirmou que não foram encontradas fraudes nos aparelhos da Renault e disse que os investidores poderiam se acalmar. Ela afirmou, no entanto, que níveis de emissão de poluentes significativos foram registrados em diversas montadoras.

12.01.2016

Aumento do frete de grãos chega a 89% As tarifas de frete de grãos nas rotas que saem de Mato Grosso apresentaram importante recuperação em 2015, principalmente nos últimos meses do ano. E chegaram na primeira semana de 2016 com valores até 89% mais altos que no mesmo período do ano passado. Os cálculos foram feitos pela reportagem com base nos dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Todas as 16 rotas pesquisadas pela Carga Pesada, da mais curta a mais longa, apresentaram recuperação. Metade delas teve aumento de tarifa de mais de 50%. A que menos cresceu entre a primeira semana de 2015 e a primeira semana de 2016 foi a de Sapezal a Porto Velho (942 quilômetros): apenas 9,5%. Os transportadores cobravam naquele trecho R$ 105 a tonelada transportada e agora cobram R$ 115. Já a de Campo Verde a Rondonópolis (137 quilômetros) foi a que mais sofreu aumento: 89% – de R$ 37 a R$ 70 a tonelada transportada. Outra rota que se destaca é a de Campo Verde a Paranaguá (1.724 quilômetros). Ali, o frete subiu 81% entre um ano e outro – De R$ 135 para R$ 245 a tonelada transportada. Uma terceira que cresceu acima de 80%, mais precisamente 80,7%, foi a de Rondonópolis a Paranaguá (1.589 quilômetros). A tonelada transportada valia R$ 130 e agora vale R$ 235. A correria para transportar o milho que ainda resta da safra 14/15, segundo o superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Carga de Maringá (Setcamar) e vice-presidente de Agronegócio da NTC&Logística, Geasi Oliveira de Souza, é o motivo da disparada do frete de grãos nos últimos meses. É preciso dar espaço para a soja que começa a ser colhida no Mato Grosso. “Aqui em Maringá não tem nenhum caminhão agora. Todo mundo subiu para puxar a safra do Mato Grosso”, afirma. Boa parte da frota nacional graneleira, de acordo com Souza, se dedica às safras de Mato Grosso e do Paraná. “Primeiro fazem lá e depois aqui”, explica.


Na Compager, transportadora de grãos localizada em Londrina, o frete subiu 25%, segundo o proprietário, Ítalo Lonni Junior. Mas não só devido ao aumento da demanda pelo serviço. “O preço do óleo diesel subiu demais, além do de outros insumos. O pedágio também é muito caro”, afirma. Ele reclama de o Paraná não estar respeitando a lei federal que concede isenção de pedágio para eixos suspensos de caminhões, quando vazios. Outro motivo que justificaria o aumento do frete, na opinião de Lonni, é uma redução na oferta do transporte. “O setor está quebrado. Muitas empresas estão encostando seus veículos por falta de manutenção. No ano passado, entrou menos caminhão no mercado. A oferta de equipamento está menor”, afirma. A venda de caminhões caiu 47% no País de 2014 para 2015. Para o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja, Edeon Vaz Ferreira, o valor do frete não assusta o produtor porque, em dólar, não houve aumento. “A tonelada transportada em janeiro do ano passado, de Sorriso a Santos, era 85 dólares. Agora, está a 80. O produtor não raciocina em reais”, afirma. Ele considera que o aumento se justifica pela elevação dos custos do transporte rodoviário de carga, principalmente com diesel e pedágio. E não acredita que haja menor oferta de transporte. “Existem mais de 300 mil caminhões sobrando no País.” Por isso, Ferreira não acredita em disparada do frete no pico da safra. “E também porque a produção será menor devido à seca em Mato Grosso”, alega.


15.01.2016

Montadoras de motos têm pior ano em uma década A crise da indústria automobilística atingiu em cheio não apenas as montadoras de carros, mas também as fabricantes de motos, cuja produção foi reduzida ao nível mais baixo em dez anos, num resultado decorrente da forte queda tanto do consumo doméstico, também com o pior resultado em uma década, como das exportações, as mais fracas dos últimos cinco anos. Balanço divulgado ontem pela Abraciclo, entidade que representa as empresas do setor instaladas na Zona Franca de Manaus, mostra que as montadoras de motocicletas terminaram 2015 com 1,26 milhão de unidades fabricadas, 16,8% a menos do que o volume do ano retrasado. Já as vendas das fábricas para as concessionárias somaram 1,19 milhão de unidades, com queda coincidentemente na mesma proporção: 16,8%. Desde 2005, quando foram produzidas pouco mais de 1,2 milhão de motos, com entregas a revendas de 1 milhão de unidades, não se via números tão baixos tanto na atividade das fábricas quanto nas vendas no atacado. Há cinco anos, o setor, pela primeira e única vez até agora, ultrapassava a marca de 2 milhões de motos vendidas. Porém, desde então, o mercado vem caindo de forma ininterrupta por conta, segundo as montadoras, da maior dificuldade no acesso ao crédito, agravada agora pela conjuntura de recessão econômica e falta de confiança dos consumidores para gastar em bens duráveis. Só em dezembro, quando a atividade nas montadoras é tradicionalmente reduzida pelas férias coletivas de fim de ano, a produção caiu 40,3% na comparação anual, para 50,6 mil motos. Por conta do alto volume de estoques, algumas empresas concederam recessos mais longos, incluindo a Honda - maior do setor, com cerca de 80% das vendas -, que parou a fábrica de Manaus por 18 dias. As vendas para as concessionárias no mês passado, de 69,3 mil unidades, foram 39,3% inferiores às do mesmo período de 2014. Em todo o ano passado, os embarques de motos para o exterior, tendo a Argentina como o principal destino, recuaram 21,5%, somando 69,1 mil unidades, o menor número desde 2010 (69,2 mil). Apesar dos resultados frustrantes, a Abraciclo está confiante na recuperação em 2016, ano em que prevê alta de 2,5% tanto das vendas a concessionárias quanto da produção - ajustando a estimativa de leve crescimento de 0,8% anunciada no mês passado. Para as exportações, a expectativa é de um avanço de 8,5%. Sexto maior produtor mundial desse veículo - atrás de países asiáticos como China, Índia, Indonésia e Tailândia -, o Brasil tem uma frota de mais de 24 milhões de motocicletas, de acordo com a Abraciclo.


13.01.2016

Novas regras para financiamento de ônibus e caminhões pelo Finame entram em vigor As novas regras do financiamento para aquisição de bens de capital, ônibus e caminhões por meio do Finame, programa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiamento de máquinas e equipamentos já estão em vigor. As regras foram anunciadas simultaneamente ao fim do PSI (Programa de Sustentação de Investimentos), que vigorou até dezembro de 2015.

+ Governo desmente Anfavea e não vai custear programa de renovação da frota Para a aquisição de ônibus e caminhões, por grandes empresas, o apoio do Banco permanecerá em 70% do valor do bem, mas a participação da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) na composição do custo será maior, de 70%. Os 30% restantes serão financiados com taxas de mercado. Até então, o financiamento era realizado com 50% em TJLP e os outros 50% com taxas de mercado. Entre as novidades está a ampliação da participação do Banco no apoio às micro, pequenas e médias empresas e à aquisição de bens de capital eficientes. O BNDES financiará até 80% do valor do bem, em TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Antes, o limite de participação era de 70%. O custo será composto pelo spread básico de 1,5% ao ano, unificado para todos os segmentos e todas as modalidades, acrescido da taxa de intermediação financeira de 0,1%, além da taxa de risco de crédito cobrada pelo agente financeiro para as operações do Finame.

+ Denatran promete laboratórios exames toxicológicos até 2 de março

credenciados

para

Já para as grandes empresas, a participação do BNDES no financiamento para a aquisição de bens de capital aumentará de 50% para 70% do valor do bem e também a um custo de TJLP. Além do spread básico, a taxa de intermediação financeira para esse segmento será de 0,5% ao ano.


14.01.2016

LICITAÇÃO DOS TRANSPORTES: Ministério Público de São Paulo move outra ação e concorrência pode atrasar mais ainda ADAMO BAZANI

O Ministério Público de São Paulo abre um inquérito contra a licitação dos transportes por ônibus da Capital Paulista. Um procedimento já tinha sido instaurado pelo Ministério Público na metade de dezembro, apenas para apurar a falta de exigência de colocação de ônibus não poluentes de acordo com a lei 14.933, conhecida como Lei de Mudanças Climáticas. Mas esta atual portaria do promotor Nelson Luís Sampaio de Andrade investiga a licitação como um todo. Segundo reportagem de Bruno Ribeiro, do jornal O Estado de S. Paulo, órgão tem dúvidas em relação à remuneração das empresas de ônibus pela prestação de serviços. Pelo edital, a TIR – Taxa Interna de Retorno cai dos atuais 17% para 9,97%. A portaria pede esclarecimentos do poder público também sobre a falta de projeto básico para a implantação do novo Centro de Controle Operacional, que deve monitorar o cumprimento de viagens, trajetos e horários. É mais uma barreira à licitação dos transportes na Capital Paulista, que prevê remodelar o sistema pelos próximos 20 anos, com contratos renováveis por mais 20 anos. Esta licitação deve movimentar R$ 166 milhões, alterando 32% das linhas e retirando em torno de dois mil ônibus do sistema. Mesmo assim, a prefeitura garante que essas reduções não vão afetar as oferta de transportes já que seriam retiradas as sobreposições e os ônibus menores seriam substituídos por veículos maiores como ônibus articulados e biarticulados. A licitação está suspensa desde novembro por determinação do TCM – Tribunal de Contas do Município que verificou indícios de diversas irregularidades e levantou dúvidas em relação ao processo licitatório. Sobre a nova ação do Ministério Público, a prefeitura disse “estranhar” a postura do promotor já que a licitação está sendo analisada pelo TCM. Segundo a prefeitura, o MPE poderia enviar os questionamentos aos conselheiros, tornando mais rápido o processo. A prefeitura ainda informou que não recebeu sugestões do Ministério Público na fase de consulta pública, quando a minuta do edital foi lançada. A licitação dos transportes deveria ter ocorrido em 2013, quando terminaram os contratos de 10 anos assassinados em 2003 na licitação promovida ainda pela gestão de Marta Suplicy. No entanto, após as manifestações contra tarifa em


junho de 2013, a prefeitura decidiu suspender a concorrência e contratar uma empresa de auditoria Ernest & Young para verificar as contas do sistema. Houve atrasos na elaboração do edital que foi baseado nesta auditoria até que em julho de 2015, as minutas foram apresentadas. As propostas das empresas inicialmente deveriam ser apresentadas entre os dias 18 e 19 de novembro de 2015 mesmo mês que o TCM suspendeu a licitação. Não há prazo para o processo ser retomado e a prefeitura deve mais uma vez nesta ou na próxima semana prorrogar os contratos emergenciais com as empresas de ônibus e as cooperativas.

15.01.2016

Dnit regulamenta transporte de cargas indivisíveis em rodovias federais O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) publicou da resolução nº 1 de 2016, no Diário Oficial da União desta sexta-feira (15) que estabelece as normas e especificações técnicas para o transporte de cargas indivisíveis em rodovias federais. Essas cargas São cargas unitárias cujo peso ou dimensão exigem veículos especiais para o deslocamento. As regras se aplicam também às BRs concedidas ou delegadas. O texto estabelece, por exemplo, que o serviço deve ser realizado em veículos adequados, que apresentem estruturas, estado de conservação e potência motora compatíveis com a força de tração a ser desenvolvida. Caberá ao transportador a responsabilidade pela sinalização e a remoção da carga em caso de acidente ou problema mecânico, retomando o fluxo normal de tráfego em, no máximo, 24 horas. Por isso, é necessário ter plano de contingência. Motoristas que desrespeitarem as regras e, por exemplo, transportarem carga com peso ou dimensões superiores aos especificados na AET (Autorização Especial de Trânsito), transitarem sem esse documento, danificarem o patrimônio público ou não apresentarem laudos e estudos exigidos pela resolução estão sujeitos a advertência e multas.


11.01.2016

ANTT aprova alteração nas tarifas de pedágio da BR050/DF/GO/MG A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou, hoje (11/01), a 2ª revisão extraordinária da tarifa nas praças de pedágio da BR-050/DF/GO/MG, administrada pela concessionária MGO Rodovias. As novas tarifas entram em vigor à 0h do dia 12/1/2016. O objetivo da revisão tarifária consiste em manter o equilíbrio econômicofinanceiro do contrato para atender à Lei nº 13.103/2015. A alteração foi calculada a partir da combinação de dois itens previstos em contrato: revisão e arredondamento. O reajuste adotado na 1ª revisão extraordinária foi mantido. A 2ª revisão extraordinária da tarifa básica de pedágio aprova o valor da tarifa, conforme tabela abaixo, para veículos de passeio: Valores a serem Praças praticados P1 – Ipameri (GO) 6,40 P2 - Campo Alegre de 6,90 Goiás (GO) P3 – Araguari (MG) 5,20 P4 – Araguari (MG) 4,00 P5 – Uberaba (MG) 5,70 P6 – Delta (MG) 4,10 Esse valor de tarifa terá vigência até a próxima revisão ordinária, em 12/4/2016, quando a parcela relativa ao passivo de arrecadação tarifária será revertida. O passivo de arrecadação tarifária consiste na perda de receita no período entre 17/4/2015 e 11/1/2016, no qual não houve reequilíbrio devido à isenção de eixos suspensos. Os efeitos da “Lei dos Caminhoneiros” nas tarifas Conhecida por “Lei dos Caminhoneiros”, a Lei 13.103/2015 entrou em vigor no dia 17 de abril, trazendo para o mercado regulado de rodovias dois impactos. Segundo a norma, se o caminhão estiver vazio e com eixo suspenso, não se cobra o pedágio. Até a edição da lei, as concessionárias podiam cobrar pedágio por eixo suspenso. Além disso, a lei aumenta a tolerância de peso por eixo, o que pode trazer um desgaste maior no pavimento. Ambas as alterações resultaram no pedido de reequilíbrio do contrato pelas concessionárias. Este é um caso de revisão extraordinária, pois não havia como prever a edição de uma lei federal. Dessa forma, a recomposição das perdas de receita poderia ser feita a qualquer tempo ou junto com o reajuste. O cálculo considera os fluxos históricos de caminhões em cada concessão e, por isso, apresenta resultados diferentes para cada rodovia. Esse cálculo será revisado posteriormente com base nos dados reais de isenção e de receita.


12.01.2016

Apenas 11% das estradas mineiras interessam para iniciativa privada Um dos principais programas do governo mineiro é a concessão das estradas mas não consegue atrair investidores. Dos 28 mil quilômetros de rodovias colocados em Processo de Manifestação de Interesse, encerrado em novembro passado, apenas 3.286 (11%) tiveram propostas apresentadas pela iniciativa privada. A falta de infraestrutura e o fluxo baixo de veículos são itens apontados como desestimulantes por especialistas. Em contrapartida, lotes mais bem equipados, como da região de Confins, na Grande Belo Horizonte, por onde passa a MG-010, a chamada Linha Verde, receberam proposta e podem, futuramente, ter cobrança de pedágio. Ao todo, 16 empresas demonstraram interesse em administrar 15 lotes. Neste primeiro semestre, técnicos da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) analisarão os documentos enviados. Após esse processo, um grupo executivo a ser nomeado pelo governador irá definir quais vias serão concedidas de fato, quantas praças de pedágio e qual modelo de concessão será adotado. A expectativa da Setop é a de que ainda em 2016 seja possível lançar os primeiros editais.

++ Paraná vai ter pedagiômetro para controlar o tráfego O governador do Paraná, Beto Richa, sancionou a Lei número 18.696/2016, de autoria do Poder Legislativo, que regulamenta a criação de um equipamento de controle de tráfego nas praças de pedágio. O objetivo é informar em tempo real a quantidade de veículos e os valores arrecadados pelas seis concessionárias do Anel de Integração. Todas as informações deverão ser divulgadas à população em tempo real, por meio de ferramenta online ou física. Os dados serão, ainda, passados simultaneamente ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que repassará as informações à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados (Agepar). As informações servirão para formar banco de dados, que subsidiará a análise de fluxo, estudos de ampliação de capacidade de tráfego, avaliação de níveis de serviço e desenvolvimento de projetos de restauração de pavimento. Richa vetou o inciso 3 do artigo 1º, que estabelecia que, em caso de veículos comerciais, os equipamentos de contadores de tráfego deveriam registrar o peso das cargas por eixo. O governo considerou que a proposta iria inviabilizar a efetividade e eficiência da proposta.


15.01.2016

Alemanha abre a sua primeira ‘autoestrada para bicicletas’ A Alemanha acaba de abrir o primeiro troço da sua "autoestrada para ciclistas". Esta ideia, que nasceu na Holanda e na Dinamarca, significa que se pode viajar de bicicleta sem partilhar a estrada com carros ou peões durante vários quilómetros - neste caso, a ciclovia vai ter mais de 100 quilómetros, juntando dez cidades e quatro universidades. A Agence France Presse noticia que acaba de abrir o primeiro troço desta "Autobahn": tem apenas cinco quilómetros, mas já permite aos ciclistas experimentar a ciclovia, que tem sido louvada como uma alternativa à deslocação por automóvel e uma boa forma de aumentar a atividade física nas pessoas que trabalham em escritórios. O porta-voz do grupo de desenvolvimento regional RVR, Martin Toennes, disse à Agence France Presse que mais de dois milhões de pessoas vivem a menos de dois quilómetros de distância desta autoestrada para bicicletas, e poderão usar parte dela nas suas deslocações diárias. Um estudo do RVR indica que, quando a estrada estiver concluída, poderá tirar das estradas até 50 mil carros todos os dias. A estrada liga as cidades de Duisburg, Bochum e Hamm, e grande parte dela foi construída no trajeto dos carris de uma linha de comboio que foi desativada, na região industrial de Ruhr. Quem for de bicicleta para o trabalho irá receber dinheiro por cada quilómetro que pedalar


Disputas sobre financiamento Os 100 quilómetros de ciclovia vão custar cerca de 180 milhões de euros, financiados em parte pela União Europeia, em parte pelo grupo RVR, e também pelo governo local. O governo federal alemão não disponibiliza fundos para a construção de ciclovias. "Sem apoio estatal, o projeto não teria hipótese de ser desenvolvido", disse Toennes à Agence France Presse. Habitualmente, as ciclovias alemãs são financiadas ao nível municipal, o que cria um entrave a grandes projetos como este. O governo federal alemão costuma financiar a construção da infraestrutura para automóveis e transportes públicos, mas não disponibiliza fundos para as ciclovias, algo que a responsável de um projeto para construir uma "autoestrada de bicicletas" em Munique, Birgit Kastrup, considera injusto. "É preciso encontrar um novo conceito para poder financiar" projetos como estes, disse Kastrup.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.