Fim de Semana ARTESP - edição 71_

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EDIÇÃO 71 – 09 DE SETEMBRO DE 2016 ASSESSORIA DE IMPRENSA RAMAL 2105


09.09.2016

União insiste na retirada de poder das agências sobre modelos de concessão O governo decidiu levar à frente a discussão de retirar o poder de escolha dos modelos de concessão e de formulação dos editais de licitação das mãos das agências reguladoras. O secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Moreira Franco, entende a medida como fundamental para restituir os papéis dos ministérios e dos órgãos reguladores. Moreira avalia que os órgãos reguladores no Brasil perderam o foco de atuação original. Para ele, as agências foram criadas com a missão de acompanhar os serviços contratados. "O governo, quando concedeu o serviço, ele cumpriu o papel dele que acabou ali. Haverá um contrato que define as condições em que esse serviço deve ser prestado. O que a agência tem que fazer é acompanhar aquele contrato e fazer a regulação dos serviços envolvidos", disse aoValo . A clareza sobre a necessidade de rever o papel dos órgãos reguladores é reforçada pelo levantamento encomendado ao "Movimento Brasil Competitivo", trabalho desenvolvido em parceria com o escritório Giamundo Neto Advogados. O estudo indica que somente Brasil e Reino Unido possuem agências com atribuições de outorgar serviços, participar da elaboração de editais, fiscalizar contratos e assumir a posição de contratante. Para o governo, a tarefa de elaborar o edital de concessão deve ser dos ministérios responsáveis por definir a política de investimento de cada setor. Os técnicos do PPI constataram que algumas agências têm punido concessionários por problemas na elaboração do edital. Em geral, os erros não são reconhecidos porque as regras teriam sido elaboradas no passado pela própria autarquia. O secretário considera que o momento atual é consequência dos 12 anos em que Dilma Rousseff esteve na Casa Civil, durante o governo Lula, e na Presidência, quando insistia em puxar as decisões sobre concessões para si. Na visão de Moreira, houve um processo que classifica como "infantilização" das atribuições dos ministérios e das agências reguladoras. "Estamos fazendo esse esforço para colocar de pé a máquina pública brasileira que no passado foi de excelência, mas que, pela infantilização decorrente da visão centralizadora e da escolha de pessoas que tinham muito mais compromissos partidários, não é mais", afirmou. "Deveriam ter autonomia técnica, financeira e de gestão, com mandatos para seus dirigentes, o que não ocorreu."


O governo chegou a ser criticado ao sinalizar que a atribuição de elaborar editais seria retirada das agências. Moreira rebateu, no entanto, a alegação de que as agências serão esvaziadas em suas competências. "Na verdade, estamos querendo fortalecer o poder político dos ministérios e o poder técnico das agências." Segundo o secretário, o objetivo de reforçar a atuação das autarquias vem sendo demonstrado desde a declaração de apoio à aprovação da proposta de lei geral das agências reguladoras. "Acho que esse projeto, em debate no Congresso, vai melhorar a situação, porque vai ter um nível de seleção muito mais apurado na qualificação dos novos dirigentes", afirmou Moreira Franco. A nova filosofia de trabalho para os órgãos reguladores será levada para a reunião do PPI marcada para dia 13. No encontro, serão definidos os primeiros projetos de concessão de rodovias, ferrovias, terminais portuários e aeroportos. "Já no dia 13, os ministros farão proposições por escrito, com notas técnicas das agências que sustentarão aquela decisão política", disse o secretário. Na prática, o governo pretende abrir caminho para que os ministérios façam consultas técnicas a todo momento às agências. Os técnicos deverão opinar sobre demanda por novos investimentos, necessidade de superação de gargalos em infraestrutura e planejamento de longo prazo. Ontem à tarde, Moreira despachava em seu gabinete com a TV sintonizada na sessão do Senado de votação da Medida Provisória 727, que instituiu o PPI. Para não caducar, a MP precisaria ser aprovada até o fim do dia. A medida acabou sendo aprovada ontem à noite e agora segue para a sanção da Presidência da República.


09.09.2016

Índice ABCR recua 2,8% em agosto, em relação a julho O Índice ABCR de atividade referente ao mês de agosto apresentou queda de 2,8% na comparação com julho, considerando dados livres dos efeitos sazonais. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas concedidas à iniciativa privada é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada. No período, o fluxo de veículos leves recuou 2,3% e o de pesados 2,5%, nessa mesma base de comparação. “Em agosto, o fluxo reverteu mais que integralmente a elevação do mês anterior (2,1%). O desempenho negativo foi influenciado tanto pelo fluxo de veículos pesados como de leves, visto que ambos apresentaram retração em magnitude”, afirma Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria. “O menor dinamismo dos veículos leves converge com o processo de ajuste do mercado de trabalho, com destaque para a contração do contingente de pessoas ocupadas e para a trajetória de retração dos rendimentos”, afirma Bacciotti. “No fluxo de pesados, apesar do segundo resultado consecutivo de retração, a expectativa é que o ritmo de queda não seja intensificado nos próximos meses. A tendência é de melhora incipiente manifestada por parte dos principais indicadores industriais”, completa. Em relação ao mesmo período de 2015, o índice total caiu 5,3%. Nessa mesma base de comparação, o fluxo de veículos leves e pesados apresentou queda de 5,0% e 6,0%, respectivamente. Nos últimos doze meses, o movimento de veículos nas rodovias concedidas registrou retração de 3,3%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de veículos leves e pesados apresentou queda de 2,4% e de 6,0%, respectivamente. No acumulado do ano (Jan-Ago de 2016 sobre Jan-Ago de 2015), o fluxo total de veículos apresentou queda de 3,3%. O movimento de leves recuou 2,6%, enquanto o fluxo de pesados apresentou recuo de maior magnitude, 5,5%. “O resultado reforça a dinâmica predominantemente negativa do fluxo de veículos leves, como se observa pela retração acumulada. A queda dos rendimentos reais associada ao elevado patamar de endividamento das famílias manifestam, em alguma medida, o ambiente de enfraquecimento da demanda doméstica. Por outro lado, a confiança dos empresários industriais e o processo de normalização dos estoques deve contribuir para que o moderado aumento esperado da produção industrial influencie positivamente o fluxo de caminhões”, finaliza Bacciotti.


Índice ABCR Brasil Período LEVES Agosto/16 sobre Agosto/15 -5,0% Agosto/16 sobre Julho/16 c/ ajuste sazonal -2,3% Últimos doze meses -2,4% Acumulado no ano (Jan-Ago/16 sobre Jan--2,6% Ago/15)

PESADOS -6,0% -2,5% -6,0% -5,5%

TOTAL -5,3% -2,8% -3,3% -3,3%


09.09.2016

Prefeitos querem aumentar gasolina para subsidiar transporte coletivo Um projeto defendido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e uma proposta de emenda à Constituição tramitando na Câmara Federal pretendem destinar ao transporte coletivo parte dos recursos obtidos com a venda de combustíveis no país. Os chefes dos executivos municipais pretendem formatar um projeto para criar uma Cide-Combustível municipal. Já a PEC do congresso quer utilizar parte do imposto já cobrado para subsidiar o setor. A ideia de utilizar parte do valor obtido com a venda de combustível no financiamento dos sistemas de ônibus não é nova. Mas a proposta inicial que pretendia repactuar os percentuais de divisão da Cide havia esbarrado na resistência do Governo Federal em um momento de redução da arrecadação causada pela crise econômica nacional. Atualmente, 71% do valor arrecadado com a Cide ficam com a União e 29% são repassados aos estados e ao Distrito Federal – que por sua vez repassam 25% desse valor aos municípios, proporcionalmente ao Fundo de Participação dos Municípios e ao tamanho das populações. O custo da soma dessa contribuição e do PIS/Cofins no combustível é de R$ 0,22. Vice-presidente de mobilidade urbana na FNP, o prefeito de Sorocaba Antonio Pannunzio debateu o assunto durante um seminário organizado pelas empresas do setor no último mês. Para ele, a criação de uma contribuição diretamente no município é importante para “não engessar os orçamentos federal e estadual”.


Já Otávio Cunha, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), destacou estudo encomendado pelas próprias empresas junto à Fundação Getúlio Vargas. “As simulações feita indicam que R$ 0,10 no preço da gasolina podem representar R$ 11 bilhões por ano. Isso significa 30% do custo do transporte no Brasil, possibilitando redução média de R$ 1,20 nas tarifas hoje praticadas.” No Congresso Uma Proposta de Emenda à Constituição 159 que nasceu em 2007 pelas mãos do deputado federal pelo Paraná Assis Couto, então do PT e hoje filiado ao PDT, pretende destinar recursos da Cide-Combustíveis para o financiamento de projetos de mitigação de impactos socioambientais decorrentes da produção de biocombustíveis. No ano passado, o relator da medida, deputado Mário Negromonte Júnior (PP/BA), incluiu a possibilidade de esse recurso ser utilizado para subsidiar tarifas à população de baixa renda em municípios com mais de 50 mil habitantes. A proposta já tramitou na Comissão de Constituição e Justiça e está sendo debatida por uma comissão especial, que em julho foi prorrogada por mais 20 sessões. Super tributados Apesar de se mostrar favorável à medida, deputado Júlio Lopes (PP/RJ) ponderou sobre a dificuldade de a proposta tramitar neste momento do país. “Hoje, estamos super tributados. Antes de se implantar uma Cide municipal, precisamos rever o sistema tributário. Mas temos que debater o assunto com profundidade, porque passamos 16 anos subsidiando o automóvel”. Um levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) a pedido da Rede Globo em março mostrou que a gasolina brasileira é 36% mais cara do que a vendida no exterior. Motorista do automóvel financiando o transporte coletivo Essa é a lógica por trás da proposta. Uma apresentação feita pelo ex-secretário Transportes de São Paulo na gestão Fernando Haddad, Jilmar Tatto, reforçou essa tese. De acordo com o hoje candidato à vereador, o valor da Cide por litro de combustível tem um impacto quatro vezes maior na arrecadação do que se esse mesmo valor for aplicado à tarifa do transporte coletivo. Dividir o custo do sistema com o conjunto da sociedade e não só com os passageiros do transporte coletivo é comum em diversas cidades da Europa. Em Paris, por exemplo, o usuário do sistema público paga cerca de um terço do custo. O restante vem de subsídios públicos e do próprio setor produtivo. Londres, que também tem subsídio, destina parte da arrecadação com o pedágio urbano no serviço de ônibus. O município de São Paulo paga R$ 2 bilhões ao ano em subsídios, mas não tem uma fonte de arrecadação exclusiva para isso.


05.09.2016

ANTT altera tarifa de pedágio da BR-163/MT A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou, no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (5/9), a 1ª revisão ordinária e a 4ª revisão extraordinária da tarifa básica de pedágio da BR-163/MT, administrada pela concessionária Rota do Oeste. Os novos valores entram em vigor a partir da zero hora de 6/9 nas nove praças de pedágio. Na prática, os valores atuais terão acréscimos que variam de R$ 0,40 a R$ 0,90, conforme a tabela abaixo. O percentual médio de acréscimo aprovado pela ANTT foi de 13,3%. A maior parte dele é referente à inflação no período de 12 meses, que foi de 8,74% e a antecipação na entrega de obras da Frente de Ampliação de Capacidade e Melhorias (+ 2,89%). Revisões, reajustes e descontos A ANTT, por força de lei, realiza, anualmente, o reajuste e a revisão das tarifas de pedágio das rodovias federais concedidas. Essas alterações tarifárias são aplicadas no aniversário do início da cobrança de pedágio. As alterações de tarifa são calculadas a partir da combinação de três itens previstos em contrato: · Reajuste: tem por intuito a correção monetária dos valores da tarifa e leva em consideração a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Acontece uma vez ao ano, sempre no aniversário do início da cobrança de pedágio. · Revisão: visa recompor o equilíbrio econômico-financeiro celebrado no contrato de concessão. Nas revisões ordinárias, são feitas as compensações, na tarifa de pedágio, por descumprimentos de cláusulas contratuais, caso existam. Neste caso, pode haver, inclusive, decréscimo na tarifa básica, caso a fiscalização da ANTT verifique que a concessionária deixou de cumprir alguma obrigação prevista para aquele ano. Assim como o reajuste, a revisão ordinária acontece uma vez ao ano, sempre no aniversário do início da cobrança de pedágio. As revisões extraordinárias podem ocorrer a qualquer tempo e abrigam os fatores de desequilíbrios derivados da inclusão de novas obrigações não previstas inicialmente no contrato, ou da postergação de obras previstas, a exemplo de inclusão de novas obras ou como foi o caso da Lei dos Caminhoneiros. · Arredondamento tarifário: tem por finalidade facilitar a fluidez do tráfego nas praças de pedágio e prevê que as tarifas da categoria 1 de veículos devem ser múltiplas de R$ 0,10. Os efeitos econômicos do arredondamento são sempre compensados no processo de revisão subsequente. Ou seja, se neste ano a tarifa foi arredondada para cima, no próximo ano, será reequilibrada para baixo.


09.09.2016

Demanda de transporte rodoviário caiu 4,7% em 2015 A demanda em transporte foi fortemente afetada pela crise econômica e política vivida pelo país a partir de 2013, com maior impacto no modal rodoviário. Neste período, a retração de 2,5% na economia levou a uma queda de 4,7% na demanda, a pior desde o início da série histórica desde 2000. As reduções mais acentuadas ocorreram nas regiões Norte de Nordeste, com perdas de 6,2% e 5.8% respectivamente. Esta é uma das conclusões do estudo “Custos Logísticos no Brasil”, de autoria de Maurício Lima e Alexandre Lobo, do ILOS – Instituto de Logística e Supply Chain, publicado na revista Tecnologística. Segundo os autores, para as empresas de transporte rodoviário de cargas, a queda de demanda representa um grande desafio. Afetadas pela redução de volume de suas operações e, consequentemente, na sua receita, as transportadoras enfrentaram também dificuldades para corrigir os seus fretes, devido ao aumento dos custos registrados em 2015. Este aumento, diz o estudo, pode ser ilustrado pela variação do preço do diesel, principal insumo do transporte em longas distâncias. Entre 2014 e 2015, o custo médio do diesel aumentou de R$ 2,76 para R$ 3,13, uma alta de mais de 13%, embora o preço do barril do petróleo no mercado internacional tenha sofrido forte queda. Outro insumo de grande importância para os transportadores principalmente para as de curta distância, registra o estudo, o salário repetiu a tendência dos últimos anos, com aumento de quase 9% em maio de 2015. Assim, na maioria das vezes, reconhecem os autores, o aumento do frete não foi suficiente para cobrir a elevação dos custos das transportadoras, justamente no momento em que a demanda das empresas de transporte também diminuiu. Como se não bastasse, o setor vem de um alto endividamento, relativo à compra de veículos nos anos anteriores. Segundo o estudo, a crise afetou toda a cadeia logística e chegou ainda mais amplificada às montadoras de caminhões, que amargaram retração de 65% nas vendas em 2015. No curto prazo, dizem os autores, a drástica queda na venda de caminhões não afeta a forte de transportes, pois existem veículos de carga sobrando no mercado. Segundo pesquisa do DECOPE/NTC, 11,2% dos caminhões de transportadoras estariam ociosos em julho de 2016. Porém adverte o estudo, caso a crise se alongue, a forte derrubada na venda de caminhões pode acabar reduzindo a oferta de transporte rodoviário, na medida em que a demanda esperada de veículos em 2016 já é inferior ao número de veículos que deve sair de circulação.


06.09.2016

Produção de veículos cai 6,4% em agosto na comparação com julho As vendas de veículos ao mercado interno aumentaram 1,4%, em agosto, na comparação com o mês anterior. Foram comercialiazados 183,9 mil unidades, indicando perda no ritmo de crescimento em comparação a julho, quando os negócios tinham aumentado 5,6%. No entanto, o número de veículos vendidos foi o maior do ano. No acumulado do ano, houve retração de 11,3%. Na comparação com agosto de 2015, houve queda de 23,1%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6) pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O balanço também indica que o setor faturou menos no mês passado em relação a julho último, alcançando US$ 923,8 milhões, o que é 1,9% inferior ao mês anterior. A produção também caiu 6,4% com 177,7 mil unidades. No acumulado do ano, a produção teve uma retração de 18,4% e sobre agosto de 2015, um recuo de 20,1%. O presidente da Anfavea, Antonio Megale, destacou que, com a definição do cenário político do país, agora é “hora de avançar”. Ele defendeu as reformas estruturais, destacando que a questão do déficit previdenciário é “uma bomba relógio”. Para o executivo, o país também tem que evoluir na questão de infraestrutura para ganhar mais competitividade com o mercado externo. Segundo Megale, o setor da indústria automobilística tem obtido bons resultados nos acordos comerciais com o exterior, mas “temos que aproveitar este momento e dar uma virada para competir com o mundo”.


09.09.2016

Placas do Mercosul são adiadas novamente no Brasil

A adoção das placas veiculares em padrão único com o Mercosul foi adiada novamente no Brasil, segundo resolução publicada na última quinta-feira (8) no Diário Oficial da União. O novo ministro das Cidades, Bruno Araújo, orientou que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) reavaliasse “com cautela” a decisão de mudar as placas a partir de de 1º de janeiro de 2017, que era a previsão anterior. De acordo com a nova resolução, primeiro o Denatran precisa sinalizar um “ato” que “ateste a implementação no Brasil do sistema de consultas e de intercâmbio de informações sobre aspectos relativos à circulação de veículos nos Estados Partes do Mercosul”. Só a partir deste “ato” começará a contar o prazo de 1 ano para o início da adoção, em cronograma similar ao anterior, primeiramente em veículos novos, transferidos de município ou com troca de categoria. Ou seja, mesmo que o Denatran sinalize nesta sexta-feira, o que não deve acontecer, a instalação das placas começaria efetivamente só 1 ano depois. Os Detrans poderão se antecipar ao cronograma, com devido aval do Denatran.


Histórico Apresentada em 2014, a nova placa começaria a ser instalada inicialmente em carros novos, transferidos de município ou com troca de categoria a partir de janeiro de 2016, mas ainda em abril de 2015 o início do processo foi adiado para 1º de janeiro de 2017. Em maio deste ano, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou e confirmou o início da adoção para 1º de janeiro de 2017, com prazo final de 2020 para todos os veículos em circulação terem a placa do Mercosul. O Uruguai foi o primeiro país a começar a implementação do sistema, e os argentinos começaram a emplacar carros novos com o modelo do Mercosul em abril. Paraguai e Venezuela, que completam a organização, afirmaram que também entram ainda neste ano. Entenda o que mudará com o novo modelo de placas: 1- Mais letras e menos números Em vez de 3 letras e 4 números, como é hoje, as novas placas terão 4 letras e 3 números, e poderão estar embaralhados, assim como na Europa; 2- Novas cores A cor do fundo das placas será sempre branca. O que varia, é a cor da fonte. Para veículos de passeio, cor preta, para veículos comerciais, vermelha, carros oficiais, azul, em teste, verde, diplomáticos, dourado e de colecionadores, prateado; 3- Estado e cidade com nome e brasão O nome do país estará na parte superior da patente, sobre uma barra azul. Nome da cidade e do estado estarão na lateral direita, acompanhados dos respectivos brasões; 4- Tamanho A placa terá as mesmas medidas das já utilizadas no Brasil (40 cm de comprimento por 13 cm de largura); 5- Contra falsificações Marcas d’água com o nome do país e do Mercosul estarão grafadas na diagonal ao longo das placas, com o objetivo de dificultar falsificações; 6 – Quem terá que trocar O modelo não tem mais data definida para ser adotado no Brasil. Segundo o Denatran, o preço será o mesmo das atuais. No Brasil, a placa terá uma tira holográfica do lado esquerdo e um código bidimensional que conterá a identificação do fabricante, a data de fabricação e o número serial da placa. A tira é uma maneira de evitar falsificação da placa.


09.09.2016

Motoristas poderão ser notificados de multas por meio eletrônico e pagar com desconto A partir de novembro deverá entrar em funcionamento o Sistema de Notificação Eletrônica, por meio do qual os condutores poderão ser notificados de multas através de ferramentas eletrônicas, como e-mail e mensagem de celular. A resolução que trata do tema foi publicada no Diário Oficial da União desta quintafeira (8), pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Os motoristas poderão optar entre esse modelo, mais moderno, ou o tradicional, em que as notificações são enviadas pelo correio. Mas há um atrativo para quem decidir pelo sistema eletrônico: as multas poderão ser pagas com um desconto de 40% em relação ao valor original. Conforme o Contran, a medida é para reduzir os custos com envio de impressos e a utilização de papel, além de garantir que o condutor seja notificado. O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) será responsável pela organização, gestão e manutenção desse sistema. Até novembro, o órgão terá que definir qual será o meio por qual os condutores serão informados das multas. Quem aderir ao modelo deixará de receber a notificação impressa. Por isso, deverá manter os dados atualizados junto ao órgão de trânsito do estado, com endereço eletrônico e telefone celular. A comunicação por meio eletrônico deverá conter um link para recurso da notificação ou solicitação da transferência dos pontos para outro condutor, nos moldes do que já é feito no modelo impresso. A plataforma do Sistema de Notificação Eletrônica será acessada através de um site autônomo, administrado pelo Denatran, com links de acesso pelos sites do próprio órgão e dos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito). Multas ficarão mais caras a partir de novembro A partir de 1º de novembro, as multas ficarão mais caras. A infração gravíssima, que é de R$ 191,54, passará a ser de R$ 293,47; as multas por infração grave passarão de R$ 127,69 para R$ 195,23; para infração média, os valores sairão de R$ 85,13 para R$ 130,16; as infrações leves, que têm valor de R$ 53,20, passarão para R$ 88,38.


01.09.2016

1 em cada 4 motoristas admite beber e dirigir, revela pesquisa Mesmo com uma legislação rigorosa, cerca de 26% dos entrevistados admitem dirigir após consumir bebida alcoólica (Foto: Pixabay) Em levantamento encomendado pela Arteris, uma das maiores companhias de concessões rodoviárias do país, motoristas de todo Brasil foram questionados sobre comportamentos de risco no trânsito. O resultado é alarmante: condutores admitem que dirigem alcoolizados, usam celulares e não respeitam os limites de velocidade. Os dados foram apresentados no 3º Fórum Arteris de Segurança, nesta quinta (1), em São Paulo. “O levantamento não se restringe às rodovias, mas abrange condutores de todo o Brasil, incluindo centros urbanos e zonas rurais”, explica o gerente de operações da Arteris e coordenador do Grupo Estratégico de Redução de Acidentes (GERAR) mantido pela companhia. “Nosso objetivo foi levantar comportamentos que colocam vidas em risco e aprimorar políticas de segurança no trânsito. E os resultados mostram que ainda há um longo caminho a percorrer”. Entre 15 e 26 de agosto, 1.030 pessoas foram entrevistadas pela Limite Consultoria e Pesquisas, empresa contratada pela Arteris para realizar o estudo. A mostra retrata a distribuição no território nacional de motoristas habilitados. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, dentro de uma margem de confiança de 95%.


Trânsito perigoso As tragédias provocadas por acidentes são uma realidade para uma parcela expressiva dos pesquisados: 1 em cada 5 pessoas tem histórico de mortes na família. A percepção de que o trânsito brasileiro é perigoso também foi compartilhada por 68,9% dos entrevistados. Mas um dado chamou a atenção dos especialistas da Arteris. Proporção semelhante (60,5%) afirma que sempre respeita as leis de trânsito. “Essa análise mostra que o motorista parte do pressuposto de que o risco de acidente não está na conduta dele, mas sim no ambiente externo”, explica Granzotti. Outros dados comprovam a necessidade de conscientização dos motoristas. Dentro do grupo que afirma seguir as regras, aproximadamente 30% admitem ter sido multados nos últimos 12 meses. “É um dado que reforça a necessidade de promover uma reflexão e disseminar o conceito de que respeitar as leis de trânsito é fundamental para a segurança, uma responsabilidade de todos”, destaca o executivo da Arteris. Álcool e direção A pesquisa mostra também que o comportamento de risco é ainda uma prática comum entre os brasileiros. Mesmo com uma legislação rigorosa, cerca de 26% dos entrevistados admitem dirigir após consumir bebida alcoólica. Na análise por gênero e faixa etária, verifica-se maior incidência entre homens (30,7% contra 18,3% de mulheres) e motoristas de até 45 anos (28,5%). O excesso de velocidade também é outro destaque negativo. Quase metade (48,7%) dos entrevistados afirma que nem sempre respeitam os limites de velocidade, comportamento novamente em evidência entre jovens e homens. “Álcool e excesso de velocidade estão diretamente associados a acidentes fatais”, lembra Granzotti. Celular e itens de segurança O estudo também abordou o uso de celulares ao volante. Mais da metade (51,8%) dos condutores utilizam, ainda que raramente, os aparelhos enquanto dirige. A prática aumenta o risco de colisões. Estatísticas apontam que gastar 5 segundos para fazer uma ligação a 60 km/h é igual a percorrer 83 metros às cegas, tempo mais do que suficiente para ocorrer um acidente grave. Entre as mulheres, outra curiosidade: quase 20% admitem que se maquiam no trânsito. Outro aspecto que envolve ao combate à violência no trânsito é a utilização de itens de segurança em veículos. O uso de cinto de segurança pelo motorista é uma prática constante de 9 entre 10 motoristas, mas a estatística muda quando envolvem os passageiros. Um terço (31,1%) não exige que os demais ocupantes utilizem o dispositivo. Entre os motociclistas, 1 em cada 10 entrevistados admitem que não usam sempre o capacete. “Uma simples atitude pode evitar histórias trágicas, infelizmente ainda tão comuns no Brasil. A pesquisa somente reforça nosso entendimento de que a conscientização é o caminho mais eficaz para reduzir os índices de fatalidades”, conclui Elvis Granzotti.


09.09.2016

A 'culpa' é do trânsito RIO DE JANEIRO. Antes de chegarem a um evento do tamanho das Paralimpíadas e de se tornarem atletas de alto rendimento, muitos competidores paralímpicos tiveram que lidar com o risco de morte e dramas pessoais. Dos 286 brasileiros na Rio 2016, 52 têm nos acidentes de trânsito a explicação para a deficiência que possuem, o que representa um índice de pouco mais de 18%. E foi por meio do esporte que eles conseguiram se recuperar, física e psicologicamente, e seguir atrás de seus sonhos. Atualmente, eles viajam o mundo competindo, são orgulho e exemplo de luta e superação para muitas pessoas. No entanto, antes de chegarem ao patamar de “heróis”, esses seres humanos quase perderam o sentido da vida após tragédias no trânsito. Mas o sonho de ser atleta, que parecia interrompido, transformou-se na “solução” e os colocou no caminho do esporte de alto rendimento. O canoísta Caio Ribeiro, 30, teve que amputar a perna após passar com a moto em um bueiro sem tampa e se chocar contra uma árvore. A vida para ele tinha acabado, até se encontrar no esporte novamente. “Quando eu sofri o acidente, eu nem conhecia o esporte paralímpico, Para mim, não existia esporte, não existia vida. Eu fiquei muito traumatizado. E foi até uma surpresa como as coisas se encaixaram após o acidente. O esporte foi reintroduzido na minha vida”, relata.


A também canoísta Mari Christina Santilli, 38, que sempre teve uma vida esportiva, passou por uma experiência parecida. Ela foi atleta amadora em corridas de rua, triatlo e natação. Sua vida mudou de rumo quando tinha 28 anos, após ser derrubada da moto e ter que amputar a perna esquerda abaixo do joelho. “No começo, foi muito difícil, dá aquele choque, mas nada como o apoio familiar e bons profissionais para resolver. Peguei uma equipe muito boa de fisioterapeutas, de protéticos, que me botaram em pé rapidinho. O fato de sempre ter sido atleta me ajudou muito com a questão de resistência física. Seis meses depois, eu já estava na ativa novamente”, recorda. A nadadora Maiara Barreto, 29, estava na garupa quando a moto se chocou com um carro. Foram meses de um tratamento. “Foi uma recuperação bem difícil, foram muitos meses de reabilitação. Acho que a natação ajudou bastante e acabei me tornando atleta”, conta. Filha de pescadores, a atleta do remo Josiane Dias de Lima, 41, era muito ativa. Já tinha praticado vôlei, judô, atletismo, se graduou em educação física, fazia trilha de moto, mergulho e velejava. Mas um acidente interrompeu toda a sua rotina. “Tive um esmagamento que quase decepou a minha perna. Foram sete cirurgias. Só depois que passei a me reconhecer como uma pessoa com deficiência. Comecei a praticar o remo em uma associação para deficientes físicos em 2006, e isso salvou a minha vida e me abriu as portas do mundo”, declara. Atletas fazem alerta a motoristas RIO DE JANEIRO. Apesar de terem sido vítimas de acidentes de trânsito, os atletas paralímpicos que representam o país na Rio 2016 ainda não tiveram a oportunidade de participar de campanhas de conscientização. São ações que eles consideram fundamentais para tentar reduzir o alto índice de acidentes e amputações. A atleta do remo Josiane Dias de Lima lamenta ainda não ter participado de nenhuma campanha e chama a atenção para a violência do trânsito brasileiro. “Nunca tive esse privilégio de participar de campanhas de conscientização. Já fiz palestras em hospital de tratamento do câncer, em escolas, em empresas contra prevenção de acidentes de trabalho. Mas de trânsito, não. O nosso trânsito é um dos fatores principais que mutilam as pessoas. Temos estatísticas absurdas. Além da questão da prudência, tem que existir mais campanha, mais rigor. E não estou falando de multa, mas de conscientização. É melhorar as estradas, a sinalização”, declara. A canoísta Mari Christina Santilli acredita que as campanhas precisam se intensificar. “Não só cuidado com moto, mas com os carros, pedestres. Está todo mundo correndo o risco. Com certeza, essas campanhas de conscientização são muito importantes”, diz. A nadadora Maiara Barreto pede cautela aos condutores. “Nunca participei de campanhas de trânsito. Ainda não tive essa oportunidade. Mas é preciso mais atenção dos motoristas, mais cautela. A gente vê as pessoas dirigindo de forma precipitada e nervosa, o que aumenta o risco”, afirma.



09.09.2016

Transporte completa um ano como direito social garantido pela Constituição Federal Em setembro de 2015 foi promulgada a Emenda Constitucional 90/15, que garantiu o transporte como um direito social. O tema foi incluído na Constituição Federal, que já previa como direitos dos cidadãos a educação; a saúde; a alimentação; o trabalho; a moradia; o lazer; a segurança; a previdência social; a proteção à maternidade e à infância; e a assistência aos desamparados. A emenda originou-se da Proposta de Emenda à Constituição 90/11, de iniciativa da deputada Luiza Erundina (Psol-SP). A mudança no texto constitucional abre caminho, por exemplo, para que sejam propostas outras leis com a previsão da destinação de recursos ao setor de transportes, como ocorre em outras áreas. Redução das tarifas Para o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha, a inclusão do direito ao transporte na Constituição abriu a possibilidade da criação e implementação de um fundo capaz de subsidiar melhorias para o transporte público brasileiro. Para ele, é necessário investir em qualidade, diminuir o preço das tarifas e aumentar o número de usuários. “O transporte público como direito social abre a perspectiva de se criar um fundo nacional de transporte para subvencionar o custo do serviço. Na prática, significa que nós poderemos reduzir 30% do custo do serviço", avalia Otávio Cunha. Decisão política Para o deputado Alan Rick (PRB-AC), membro da comissão externa que acompanha o cancelamento de voos na região Norte do Brasil, a garantia do direito ao transporte é importante. No entanto, ele afirma que ainda faltam medidas que assegurem seu cumprimento e destacou que é necessária uma decisão política dos gestores públicos. “O que é o direito do transporte, direito da mobilidade urbana? Financiamentos, projetos que deem certo no Brasil, e assim nós vamos ter realmente, na prática, esse direito efetivado".


09.09.2016

ESPECIAL: Investir em transporte público é responsabilidade fiscal: 80% dos gastos com deslocamentos vão para o transporte individual, causando prejuízos ADAMO BAZANI

O Brasil ainda vive um tremendo contrassenso em relação às prioridades na área de mobilidade e as políticas públicas ainda privilegiam o que causa prejuízos e não incentivam o que pode melhorar a qualidade de vida e reduzir gastos públicos. É o que mostram os resultados do mais recente Sistema de Informações da Mobilidade Urbana, estudo promovido pela ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos, com dados de até 2014. Segundo levantamento, divulgado nesta semana, com base em dados oficiais do poder público, do sistema de saúde e dos operadores de transportes, por causa do incentivo ao transporte individual, os automóveis realizam mais deslocamentos nos principais centros urbanos, porém transportam menos pessoas, percorrem distâncias menores, custam mais e causam mais gastos para a reparação de danos ambientais e relacionados a acidentes, além de poluírem muito mais. Os carros foram responsáveis por 31% das 64,1 bilhões de viagens realizadas em um ano numa amostra de 468 cidades com realidades diferentes. O transporte coletivo respondeu por 29 % e o transporte não motorizado por 40%. Os deslocamentos a pé e de bicicleta também sofrem com o descaso nas políticas públicas, apesar de responderem pela maior parte dos trajetos. Os transportes públicos foram responsáveis por 57% e o transporte individual por 31% dos 440 bilhões de quilômetros percorridos em um ano. BRASIL GASTA MAIS E FICA MAIS DOENTE PELO TRANSPORTE INDIVIDUAL: O incentivo exacerbado ao transporte individual, em detrimento do transporte público e dos deslocamentos não motorizados, que, por exemplo, fez com que o total de trajetos de motos dobrasse e alcançasse 2,6 bilhões de viagens, tem pesado cada vez mais no bolso e na saúde do brasileiro.


O estudo mostra que o transporte individual responde por 80% dos gastos com deslocamentos no Brasil, contando gastos públicos diretos, pessoais e de impactos. Para reparar os impactos associados a acidentes, o transporte individual causa gastos de R$ 16,3 bilhões por ano, seis vezes mais que o transporte coletivo, cujos os custos para os impactos são de R$ 2,7 bilhões. Já para reparar os danos relacionados à poluição, o transporte individual requer R$ 4,6 bilhões por ano e o coletivo R$ 2,5 bilhões. Se houvesse mais investimentos em corredores de ônibus, que aumentam a eficiência dos coletivos, em ônibus elétricos ou com fontes menos poluentes e no sistema de trilhos, essa diferença seria ainda maior. O crescimento de viagens de moto está nestes dois contextos. O total de acidentes de motos representou em 2015, 497.009 indenizações do DPVAT (Seguro Obrigatório), contra 124.267 usuários de automóveis e 17.973 usuários de caminhões e picapes. Levando em conta a capacidade de transporte e a motorização, cada moto polui proporcionalmente 38 vezes mais que um ônibus diesel padrão Euro 5. As famílias e o poder público gastam muito mais em transporte individual que no transporte coletivo, aponta o levantamento. Os gastos pessoais dos brasileiros no transporte individual foram de R$ 164,1 bilhões e, no transporte coletivo, de R$ 39,8 bilhões. Já o poder público, dedicou três vezes mais recursos para manter a política em prol do transporte individual que para oferecer transporte público. Os gastos públicos foram de R$ 19,3 bilhões para carros e motos continuarem congestionando as vias e poluindo o ar e de R$ 2,7 bilhões para os sistemas de ônibus trens e metrô. Recebendo prioridade no espaço urbano e com soluções ambientalmente corretas, ônibus tendem a atrair mais passageiros e ampliarem benefícios ao cidadão. Os automóveis de longe são os que mais poluem no Brasil, aponta o mesmo levantamento, criando uma pressão sobre os custos na saúde pública.


Os carros e motos respondem por 66% das emissões dos gases de efeito estufa nos transportes (60% – carros e 6% – motos) e os ônibus por 35% (25% – ônibus municipais e 5% – ônibus metropolitanos). Em relação aos poluentes locais, carros e motos respondem por 65% das emissões (59% – carros e 6% motos) e os ônibus, por 35% (20% – ônibus municipais e 15% – ônibus metropolitanos) Foram consideradas as emissões de CO (monóxido de carbono), HC (hidrocarbonetos), NOx (Óxidos de Nitrogênio), MP (material particulado) e SOx (Óxidos de Enxofre), NÚMEROS MOSTRAM QUE TRANSPORTES PÚBLICOS NÃO RECEBEM O TRATAMENTO ADEQUADO: Ao mesmo tempo que os números claramente mostram que o transporte individual causa prejuízos e que o transporte público é parte da solução não apenas para a mobilidade urbana, mas também para a saúde e as finanças do país, o levantamento revela que o transporte coletivo perde passageiros e não recebe os investimentos adequados. Por causa da crise econômica, o total de viagens feitas pelos brasileiros em um ano caiu de 64,2 bilhões para 64,1 bilhões. No entanto, a principal queda foi no uso do transporte público: houve 3,8% menos deslocamentos nos ônibus municipais e 2,5 % menos nos sistemas de trilhos – trens e metrô. A falta de prioridade ao transporte coletivo é medida também pelo tempo de deslocamento. Das 22,8 bilhões de horas gastas nas viagens em um ano, 48% foram transporte coletivo, 30% nos deslocamentos não motorizados e 22% nos meios individuais. Em cidades menores, o tempo médio de deslocamento é de 19 minutos, enquanto que nos municípios com mais de um milhão de habitantes, o tempo passou para 55 minutos. Apesar de transportarem menos pessoas, os carros e motos ocupam a maior parte dos espaços e se beneficiam mais deles, por isso que o tempo de deslocamento no transporte individual é menor, porque é priorizado. Sistemas de corredores de ônibus bem elaborados priorizam o pedestre, organizam o tráfego e incorporam soluções que agilizam o embarque e desembarque. As autoridades devem estar atentas em relação à melhoria das condições dos serviços de ônibus e também para expansão dos sistemas de trilhos. Dos 64,1 bilhões de deslocamentos nas 468 cidades analisadas, 29% foram de transportes coletivos, sendo que desse total, 20% por ônibus municipais, 5% por ônibus metropolitanos e 4% por metrô ou trem. Os números são claros. Os ônibus são responsáveis pela maior parte do transporte coletivo no Brasil e devem receber atenção. Assim os sistemas devem ser priorizados nos investimentos e os serviços modernizados, com a implantação de mais corredores que permitam deslocamentos mais rápidos, ao mesmo tempo que o transporte por trilhos, ainda tímido no Brasil, deve ser ampliado.


É importante destacar que o investimento em ônibus não anula o investimento em trilhos. Na verdade, o que deve haver é a criação de políticas que considerem a formação de redes com os dois modais integrados. Os trilhos atendem a demanda que já não é mais suportada pelo ônibus e o ônibus atende onde não é possível tecnicamente e viável financeiramente implantar trem ou metrô, por apresentar custo menor e mais flexibilidade. A principal forma de deslocamento no Brasil é por meio não motorizado, o que também é deixado de lado pelas políticas de mobilidade. De acordo com levantamento, dos 40% dos deslocamentos não motorizados: 36% são a pé e 4% de bicicleta.

Falta de políticas para a conservação e padronização das calçadas são grandes problemas nos deslocamentos. Cada vez mais os ônibus têm se tornado acessíveis, mas para quem tem alguma limitação, é quase impossível chegar até eles. Os deslocamentos a pé no Brasil são desconfortáveis, inseguros. As calçadas apresentam verdadeiros riscos e são inacessíveis para pessoas com mobilidade reduzida. São altos também os custos com saúde pública por causa de acidentes com pessoas que caem em buracos e desníveis em calçadas. As políticas para a conservação do calçamento são quase inexistentes em cidades dos mais diversos portes. Além disso, o pedestre não tem prioridade em cruzamentos. O ciclo de semáforo para o verde ao pedestre demora e ainda não há educação suficiente do motorista em dar passagem para quem estar a pé. A falta de prioridade ao pedestre é tão grande que não há sequer padronização das calçadas, quando elas existem. Cada um faz sua calçada da maneira que quiser e com desníveis, inclusive para priorizar a entrada do carro na garagem, não se importando se a maneira como foi feita a calçada pode provocar acidentes. Os dados são claros: Pensar no Pedestre e Investir no Transporte Público é Responsabilidade Fiscal e o que se espera de agentes públicos que devem, sobretudo, pensar no Ser Humano.


07.09.2016

Biometria facial vai substituir a digital nos ônibus Biometria facial ganhou força no Brasil há um ano e já está sendo usada em vários sistemas de transporte. Fotos: Divulgação/Internet A biometria digital, aquela tecnologia utilizada para o passageiro liberar a catraca do ônibus com a leitura da digital, está com os dias contados no sistema de transporte público. Em diversas cidades do Brasil, a ferramenta está sendo substituída pela biometria facial, ou seja, a leitura da face. A nova tecnologia, que chegou ao País em 2013, mas ganhou força de um ano para cá, facilita a vida de todos: combate as fraudes nas gratuidades – que respondem, em média, por 20% do custo do sistema – e agiliza o embarque nos ônibus, evitando o atraso nas viagens provocado pelas filas que às vezes se formam quando a leitura da digital demora. A biometria facial é ainda mais simples do que a digital. Esqueça o hábito de passar o dedo sobre o validador por várias vezes até que a leitura se confirme, como é comum acontecer nos ônibus. Com a nova tecnologia, é feita apenas a leitura da face, sem que o passageiro precise adotar qualquer procedimento. “O usuário apenas aproxima o cartão eletrônico do validador, como faz hoje em dia, e olha para a câmera posicionada sobre esse equipamento. Em seguida, a catraca é liberada, sem necessidade de reconhecimento de digital, por exemplo”, explica Harlem Barbosa, da Empresa 1, uma das que oferece a tecnologia no Brasil.



No momento em que o passageiro se aproxima da câmera, diversas fotografias são feitas (em média, quatro) e armazenadas. Além de não exigir a leitura da digital, outra diferença da biometria facial é que o sistema é programado para sempre liberar a passagem do usuário. Uma possível fraude é confirmada posteriormente, durante a checagem do cadastro pelo operador. “É a forma de evitarmos constrangimento no caso de uma falha de autenticação do sistema, que pode acontecer. Imagine que um passageiro esteja com um tampão no olho. O sistema iria bloquear a sua passagem e isso não seria justo”, argumenta.

Processo é mais simples que o digital: passageiro só precisa olhar para a câmera sobre o validador, que é feita a leitura da face Vale ressaltar que, quando a migração da biometria digital para a facial acontecer no transporte coletivo do Grande Recife, o custo será apenas dos operadores. Nem o governo do Estado – gestor do sistema – nem os passageiros terão participação na despesa. O custo é exclusivo dos empresários de ônibus. Hoje, um investimento estimado em R$ 4 milhões. “Pelo preço de mercado, a implantação da biometria facial custaria entre R$ 800 e R$ 1.200 por ônibus. Além de uma tecnologia mais moderna, que evitaria atrasos no embarque, a facial permite utilizar o mesmo cadastro dos passageiros que têm direito à gratuidade no transporte feito na época da implantação da digital”, explica José Ramos, diretor-executivo da Urbana-PE. O sindicato estima que o tempo perdido com falhas na leitura digital equivale ao tempo de embarque de até quatro passageiros. O Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT), gestor do sistema de transporte da RMR, afirmou que decisão de migrar de tecnologia, assim como os custos dela, é exclusiva do setor empresarial.


09.09.2016

ANAC aprova novo modelo de regime tarifário para aeroportos delegados Resolução começa a vigorar em 60 dias Brasília, 09/09/2016 - A diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aprovou, na última terça-feira (06/09), a Resolução nº 392/2016, que dispõe sobre o regime tarifário aplicável aos aeródromos públicos delegados aos Estados, Municípios e Distrito Federal. Com a nova resolução, que passará a vigorar em 60 dias, os valores das tarifas aeroportuárias de embarque, conexão, pouso, permanência, armazenagem e capatazia da carga importada e a ser exportada deverão ser estabelecidos pelos delegatários dos aeródromos. A medida representa importante mudança de paradigma da regulação tarifária de infraestrutura aeroportuária, que parte de um modelo regulatório centralizado para uma abordagem que permite ao poder público local o protagonismo na regulação de preços. A decisão fundamenta-se no fato de que o poder local, delegatário da infraestrutura, constitui o agente com maior capacidade de equacionar as necessidades de recomposição dos custos dos aeroportos e o interesse do público usuário, pois conhece de perto a realidade dos aeroportos sob sua responsabilidade, bem como o perfil do público local. A nova norma deverá viabilizar a atração de investimentos privados para a infraestrutura regional ao permitir que o poder local regule as tarifas dos aeródromos que pretenda conceder à iniciativa privada. A fim de garantir que a nova abordagem regulatória atinja os benefícios esperados, a Resolução nº 392 elenca boas práticas a serem observadas pelo regulador e operador de aeródromo local. Além disso, vale ressaltar que a Agência atuará junto aos delegatários no sentido de orientá-los no exercício da nova norma. Nesse sentido, a ANAC já está em contato com o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação para viabilizar a realização de reuniões com os delegatários para auxiliar nesse processo de orientação. Ressalta-se, por fim, que a ANAC sempre terá, sob a legislação vigente, competência para restaurar a regulação tarifária em casos específicos em que isso se mostre como a melhor opção regulatória.


06.09.2016

Galeão coloca em prática operação planejada para a recepção de PNAEs na Paralimpíada Cada atleta que desembarca no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, não imagina a grande operação que está por trás da chegada de Passageiros com Necessidade de Assistência Especial (PNAEs). Enquanto parte das delegações da Bélgica, Chile e Holanda chegavam simultaneamente ao terminal na tarde desta segunda-feira (05), uma grande e qualificada equipe de solo se revezava entre transferência dos cadeirantes para suas cadeiras de bordo, assistência a cegos, identificação e devolução de “ajudas técnicas” (bengalas, muletas, andadores, cadeiras de rodas), e pelo menos outras dez atividades especiais envolvidas no receptivo de pessoas com mobilidade reduzida. Joachim Gerard, atleta belga do tênis em cadeira de rodas, saiu do aeroporto satisfeito com os procedimentos de acessibilidade. “Foi tudo perfeito. O aeroporto é bem acessível, passamos por tudo bem rápido e tivemos assistência em todos os momentos”, afirmou. A boa experiência de chegada precede momentos especiais da carreira e da vida pessoal de Gerard, que disse estar “ansioso para, primeiro, fazer uma boa competição e depois conhecer um pouco da cidade”. Ele avaliou que os Jogos Paralímpicos são uma boa oportunidade para o Rio e o Brasil se adaptarem. Olek Kazimirowski, chefe de missão da delegação paralímpica da Bélgica, está há dez dias no Brasil coordenando também o processo de receptivo dos atletas. Na avaliação dele, o aeroporto fez com que os atletas ficassem “muito felizes de serem recebidos assim no Rio”, e elogiou a presença de voluntários em todas as áreas do aeroporto. “O processo de desembarque está bem organizado, nos sentimos bem acolhidos. Está tudo aprovado”, parabenizou.


VEJA COMO FOI A CHEGADA DAS PRIMEIRAS DELEGAÇÕES No dia 31 de agosto, data da abertura da Vila Paralímpica e pico de desembarques, cerca de 1.800 atletas chegaram ao Rio pelo Galeão. Nesta segunda-feira (5), 621 atletas e membros de delegações desembarcaram pelo terminal, sendo 162 cadeirantes e passageiros com algum tipo de mobilidade reduzida. A abertura da competição é nesta quarta-feira (7). ACESSIBILIDADE NO FOCO – Depois da “prova de fogo” de alta demanda durante os Jogos Olímpicos, agora é a vez de testar procedimentos especiais no terminal do Galeão. O aeroporto tem colocado em prática a operação planejada para a recepção dos atletas e passageiros com necessidade de assistência especial, resultado de uma longa e ampla preparação que vai do “solo ao céu”, da infraestrutura ao atendimento. Segundo Thiago Meirelles, coordenador do Comitê Técnico de Operações Especiais (CTOE), os Jogos Paralímpicos são uma oportunidade de “repensar e qualificar muitos procedimentos do setor de aviação civil no País. É isso que deixaremos como legado para os passageiros”, destaca. Meirelles explica que a preparação do setor de aviação civil para os Jogos Paralímpicos começou logo após o encerramento da Copa do Mundo, quando foi criado um subcomitê de acessibilidade dentro do CTOE – este último coordenado pela Secretaria de Aviação Civil. Com o objetivo de organizar e preparar a recepção a mais de 4 mil atletas paralímpicos, um dos primeiros passos foi visitar todos os aeroportos envolvidos – em especial, o Galeão –, para verificar toda a infraestrutura disponível e procedimentos vigentes, bem como eventuais medidas de ajuste necessárias. Além disso, a Secretaria de Aviação Civil construiu um calendário de eventos simulados e seminários com companhias aéreas, operadores aeroportuários e empresas de serviços auxiliares, “para que nos especializássemos nos cuidados para o desembarque desse passageiro e na retirada desse equipamento altamente sensível das aeronaves, oferecendo o máximo conforto e segurança até a saída dos viajantes ao meio fio do aeroporto”, explica Meirelles. Na fase de preparação para os Jogos Paralímpicos, a pauta da acessibilidade foi exaustivamente debatida com representantes dos principais operadores aeroportuários, Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (Aneaa), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). O objetivo é transformar o ambiente aeroportuário em um lugar acessível a qualquer cidadão. O governo, em conjunto com órgãos do setor e organizadores do megaevento esportivo, analisou e implantou também procedimentos integrados para facilitar e garantir segurança e fluidez no fluxo de entrega e devolução de bagagens. A experiência do check-in remoto, instalado na Vila dos atletas, é pioneira do País e inspirada no sucesso de Londres 2012.


06.06.2016

Empresa brasileira participa de implantação de bilhetagem eletrônica no Paraguai

Empresa brasileira participa de implantação de bilhetagem eletrônica no Paraguai ADAMO BAZANI

A capital paraguaia Assunção e a região devem ter em torno de 45 dias um sistema de bilhetagem eletrônica inédito no local. A promessa é do vice-ministro dos transportes, Augustín Encina. Os testes começaram nesta semana em três linhas de ônibus operadas pelas companhias Lince e Cotrisa. Este sistema de bilhetagem eletrônica deve ter características brasileiras. Faz parte do projeto a Autopass, contratada pela Ucetrama, associação que reúne empresas de transporte público local. A Autopass, no Brasil, é responsável , por exemplo , pelo cartão BOM, dos ônibus metropolitanos gerenciados pela EMTU, em São Paulo.


Ônibus das empresas Cotrisa (azul) e Lince (amarelo) que operam em linhas onde é testada bilhetagem eletrônica Validador com tecnologia semelhante à usada em ônibus brasileiros Para os testes, foram distribuídos cartões destinados a estudantes para verificar o desempenho do equipamento e realizar ajustes. A bilhetagem eletrônica atende um decreto do Executivo, de 2015, que regulamenta uma lei que permite o sistema de pagamento eletrônico de passagem. Entre os objetivos, estão o fim da dupla função e também da circulação de dinheiro nos ônibus para ampliar a segurança. Futuramente o sistema deve ter uma rede de recarga permitindo também o carregamento dos cartões por meio de telefone celular.


09.09.2016

Poluição custa US$ 4,9 bi/ano ao Brasil A poluição atmosférica já é a quarta causa de morte prematura no mundo, respondendo por 2,9 milhões de óbitos somente em 2013, conforme relatório divulgado nesta quinta-feira, 8, pelo Banco Mundial e pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME, sigla em inglês). O problema custa à economia mundial US$ 225 bilhões por ano. Somente no Brasil essa despesa chega a US$ 4,9 bilhões, de acordo com o levantamento. Se for considerada a mortalidade decorrente da poluição nos lares, principalmente resultante do uso de combustíveis sólidos para calefação ou cozinha, o total de vítimas sobe para 5,5 milhões no mundo. Somente no Brasil, 62, 2 mil pessoas perderam a vida em 2013 por problemas provocados pela poluição atmosférica. O país com o maior número de vítimas é a China. Na nação mais populosa do mundo, houve 1,6 milhão de mortes provocadas pela poluição em 2013. Em segundo lugar no ranking de países com mais óbitos está a Índia, com 1,4 milhão de casos. As doenças causadas pela poluição ambiental (problemas cardiovasculares, câncer de pulmão e outras doenças pulmonares crônicas e respiratórias) são responsáveis por uma morte em cada dez no mundo, seis vezes mais do que as causadas pela malária, por exemplo. Cerca de 87% da população do planeta está de alguma forma exposta a essa poluição. O relatório do Banco Mundial também mostra que a concentração de ozônio à qual a população mundial está exposta cresceu 8,9%, com diferenças marcantes entre países. No Brasil, China, Índia, Paquistão e Bangladesh, houve aumento de até 20%. Já nos Estados Unidos e Indonésia, o índice registrou queda. Outras consequências. Os óbitos também são sinônimo de perdas em termos de potenciais rendimentos e de obstáculos ao desenvolvimento econômico, segundo cálculos do Banco Mundial. O estudo avalia que as perdas de rendimentos trabalhistas atribuídas a essas mortes alcançaram US$ 225 bilhões de dólares em 2013. Além disso, a poluição provoca perdas em termos de bem-estar que totalizam US$ 5,1 trilhões, de acordo com o grupo de métricas e estatísticas.


Vale a pena investir em mobilidade limpa: Poluição custa ao Brasil US$ 4,9 bilhões por ano

. ADAMO BAZANI

Muitos administradores públicos e até mesmo a iniciativa privada não investem em formas de combater a poluição e melhorar a qualidade de vida da população, como a ampliação de sistemas de metrô e da frota de ônibus menos poluentes, alegando os problemas de altos custos. É verdade que metrô não é nada barato e que hoje os ônibus menos poluentes, como a gás natural ou eletricidade, são mais caros do que um similar movido a óleo diesel. Mas um novo estudo, divulgado nesta quinta-feira, 8 de setembro de 2016, Banco Mundial e pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde – IHME, confirma que os investimentos valem a pena, não só para poupar vidas (o que é a principal causa e por si só já se justifica), como também pelo aspecto financeiro. Segundo o levantamento, a poluição custa US$ 225 bilhões por ano em todo o mundo. No Brasil, a poluição causa prejuízos anuais de US$ 4,9 bilhões. A maior parte destes custos traz impactos nos sistemas de saúde mantidos pelo poder público. Assim não é nenhum absurdo pensar em incentivos fiscais para a expansão de redes metroferroviárias e a produção e aquisição de ônibus menos poluentes. Esse dinheiro acabará retornando aos cofres públicos pela redução dos custos na área da saúde. É claro que não se combate a poluição apenas expandindo metrô e a frota de ônibus elétricos, híbridos, a gás natural, etanol, etc. Por isso que incentivos e isenções fiscais devem ser concedidos de forma inteligente e com critérios.


Mas é importante destacar que hoje os transportes estão entre os principais emissores de gases que fazem mal à saúde humana. Assim, o fato de haver estímulo ao transporte coletivo, mesmo que inicialmente ainda com as atuais fontes de energia, já trará ganhos para o planeta, afinal o grande problema da emissão veicular não está nos ônibus, mas sim no excesso de veículos particulares nas ruas. Porém, se o ônibus puder poluir menos, como tecnologicamente já é possível, as vantagens serão ainda maiores. Majorar todas as vantagens em prol do meio ambiente é questão de vida ou morte. O mesmo estudo mostra que a poluição atmosférica já é a quarta causa de morte prematura com 2,9 milhões de óbitos somente no ano de 2013 em todo o mundo. Levando em conta as mortes por causa da poluição doméstica, como pelo uso de combustíveis sólidos para calefação ou cozinha, o total de vítimas sobe para 5,5 milhões nos principais países. No Brasil, 62,2 mil pessoas morreram em 2013 por problemas causados ou agravados somente pela poluição atmosférica. O maior número de mortes é na China, com 1,6 milhão de óbitos, seguido pelos EUA – Estados Unidos, com 1,4 milhão de vítimas, em 2013. O estudo ainda revela que doenças causadas pela poluição matam uma em cada dez pessoas no mundo, seis vezes mais do que as causadas pela malária. Entre estas doenças relacionadas à poluição estão males do pulmão (incluindo câncer), doenças respiratórias em geral e problemas cardiovasculares. Em torno de 87% da população mundial está exposta aos poluentes que causam estas doenças. O levantamento aponta ainda que concentração de ozônio à qual a população mundial está exposta cresceu 8,9%. Em países como o Brasil, China, Índia, Paquistão e Bangladesh, a concentração de ozônio cresceu 20%. CUSTOS INDIRETOS CHEGAM A US$ 5 TRILHÕES: Os gastos relacionados à poluição no mundo são ainda maiores se forem levados em consideração os custos indiretos e os obstáculos ao desenvolvimento econômico. De acordo com cálculos do Banco Mundial, as perdas de rendimentos trabalhistas atribuídas às mortes por causa da poluição, por exemplo, no caso de parentes das vítimas, chegaram a US$ 225 bilhões. Já as perdas relacionadas ao bem-estar chegaram a US$ 5,1 trilhões. Isso inclui o fato de as pessoas saírem menos nas ruas por estarem doentes ou porque as cidades não oferecerem condições para as pessoas passearem livremente e interagirem, com os planejamentos urbanos se voltando apenas para o tráfego de veículos. É HORA DE FAZER MAIS: Os números não são apenas argumentos de ambientalistas. São dados reais e obtidos por meio das mais modernas metodologias de análise. Os índices tiveram como referência os dados oficiais dos países pesquisados, o que mostra que o número de mortes posição pode, na verdade, ser ainda maior, já que muitas nações ocultam alguns óbitos por causa da poluição. Mais atitudes devem ser tomadas agora. O transporte coletivo e não motorizado fazem parte desta luta contra as mortes geradas pelo descaso com o meio ambiente.


AGENDA 2016 SETEMBRO 22ª Semana de Tecnologia Metroferroviária 13 a 16 de setembro- São Paulo Workshop de lançamento do relatório "[R]evolução Energética 2016” 13 de setembro -Centro de Tecnologia, Cidade Universitária - Rio de Janeiro. OUTUBRO IX Conferência Internacional de Engenharia Costeira e Portuária em Países em Desenvolvimento (PIANC-COPEDEC) 16 a 21 de outubro- Rio de Janeiro.


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