UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA/Canoas/RS UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS Lauren Vasques Schmitt
O corpo como objeto para o ensino da Arte.
Canoas, 01 de julho de 2011. 1
Lauren Vasques Schmitt
O corpo como objeto para o ensino da Arte.
Trabalho de Curso apresentado como prérequisito parcial para a obtenção de título acadêmico de Licenciado/a em Artes Visuais, pelo Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Luterana do Brasil, sob orientação das professoras Me. Jurema Trindade e Me. Ana Lúcia Beck.
Canoas, 01 de julho de 2011. 2
Dedico este trabalho aos meus pais, Clóvis e Maria por não medirem esforços ao me proporcinarem esta formação acadêmica.
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Agradeço à Profa. Me. Jurema Trindade pela paciência e pelas orientações tão bem transmitidas. À Profa. Me. Ana Lúcia Beck por suas orientações, sem as quais o resultado final deste trabalho não teria a mesma qualidade. Aos demais professores do Curso de Artes Visuais por suas idéias quanto ao tema de pesquisa do Trabalho de Curso. A minha família pela paciência em tolerar minha ausência e por não me deixarem esmorecer até o final desta caminhada. 4
“Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se torna educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática.” Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, 1996. 5
RESUMO O presente Trabalho de Curso trata da trajetória de meu Estágio Curricular em Artes Visuais. O estágio ocorreu na Escola Municipal de Educação Básica João de Barro, localizada na cidade de Sapucaia do Sul. Na escola me foram cedidas a turma do primeiro ano do Ensino Médio e a turma de quinta série do Ensino Fundmental. Optouse por apresentar a prática com a turma do primeiro ano para compor o presente Trabalho de Curso. O primeiro contato com a turma do primeiro ano do Ensino Médio aconteceu através de observações silenciosas. A partir dalí me deparei com uma turma grande e desmotivada. Durante as observações silenciosas percebi que para eles a imagem de si mesmos era um meio de serem aceitos no grupo, o corpo era um assunto que gostavam de discutir entre eles. Após o contato com os alunos e durante as observações silenciosas escolhi o Corpo como tema para minha pesquisa nas Artes Visuais. A pesquisa enfoca o modo como o corpo foi representado nos seguintes períodos artísticos: Arte Egípcia, Grega, Renascentista, Realista, Cubista e Expressionista. Autores como Beatriz Ferreira Pires e Roberto Carvalho de Magalhães, entre outros, sustentam o tema de pesquisa. Foram pensadas diversas possibilidades de metodologias e formas de serem trabalhados os assuntos do tema de pesquisa nas Artes Visuais. A partir da pesquisa sobre o tema Corpo, foi elaborado um Projeto Educativo de Ensino que teve como justificativa o interesse dos alunos sobre o corpo e História da Arte. O Projeto Educativo de Ensino tinha como objetivos despertar o interesse do aluno sobre Arte desenvolvendo a percepção e a prática na produção artística. Ampliar o repertório visual dos alunos sobre obras de Arte. Provocar no aluno o interesse pela sua prória produção e as de seus colegas. Na conclusão do presente Trabalho de Curso podem ser lidas as reflexões que surgiram após a prática de ensino, principalmente sobre meu despreparo em interagir com os alunos e estabelecer diálagos com eles. Toda a prática e reflexões a partir dela me proporcionaram um grande crescimento, tanto profissional quanto pessoal.
Palavras-chave: Arte. Corpo. Diálogo.
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Sumário
Introdução..........................................................................................................................9 1. Reconhecimento do Espaço de Ensino.......................................................................13 1.1. Dados Gerais da Escola Observada....................................................................13 1.2. Observações Silenciosas.....................................................................................13 1.3. Análise das Observações Silenciosas..................................................................14 1.4. Análise do questionário respondido pela professora............................................15 1.5. Análise dos questionários respondidos pelos alunos...........................................16 1.6. Motivos da escolha/definição do tema de pesquisa em Artes Visuais.................17 2. O corpo como objeto daArte........................................................................................18 2.1. O corpo na Arte Egípcia.....................................................................................19 2.2. O corpo representado pelos gregos...................................................................20 2.3. O corpo visto pelos renascentistas.....................................................................22 2.4. O corpo na sua realidade...................................................................................26 2.5. O Cubismo e o corpo..........................................................................................27 2.6. O corpo e a expressão.......................................................................................29 3. O corpo no ensino da Arte...........................................................................................31 4. Projeto e Prática de Ensino em Artes Visuais.............................................................40 4.1. Dados gerais da Escola e turma em que foi realizada a prática de ensino..............................................................................................................................40 4.2. Dados gerais do Projeto de Ensino......................................................................40 4.3. Prática de Ensino.................................................................................................42 4.3.1. Primeiro Encontro..............................................................................................42 4.3.2. Segundo Encontro.............................................................................................45 4.3.3. Terceiro Encontro..............................................................................................49 4.3.4. Quarto Encontro................................................................................................56 4.3.5. Quinto Encontro.................................................................................................61 4.3.6. Sexto Encontro..................................................................................................67 4.3.7. Sétimo Encontro................................................................................................74 Conclusão........................................................................................................................79 Referências.....................................................................................................................87 Apêndices.......................................................................................................................................90 Apêndice 1 Cópia do questionário respondido pela diretora da escola de Estágio.............................................................................................................................91 7
Apêndice 2 Cópia do questionário respondido pela professora da escola de Estágio.............................................................................................................................93 Apêndice 3 Cópias de cinco questionários respondidos pelos alunos da escola de Estágio.............................................................................................................................96 Apêndice 4 Cópia do Projeto Educativo de Ensino da escola de Estágio....................106
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INTRODUÇÃO
No presente Trabalho de Curso será possível verificar a trajetória de meu Estágio Curricular em Artes Visuais. No primeiro semestre do ano de 2009 iniciei o Estágio I na Escola Municipal de Educação Básica João de Barro, localizada na cidade de Sapucaia do Sul. Me foram cedidas para observações silenciosas e aplicação de questionários, duas turmas, uma do Ensino Fundamental e outra do Ensino Médio. Observei e apliquei questionários com os alunos de ambas as turmas e com suas respectivas professoras titulares. A partir dali elaborei dois projetos educativos distintos, um para o Ensino Fundamental e outro para o Ensino Médio. Com a turma da Quinta série desenvolvi o Projeto Educativo de Ensino “O belo e o feio estão nos olhos de quem os vê”, elaborado após as observações sileciosas e contatos com a turma. A turma do Primeiro ano do Ensino Médio era composta 41 alunos e suas idades variavam de 15 a 47 anos. Após análises dos questionários com a turma e também a partir das observações silenciosas, elaborei e apliquei o Projeto Educativo de Ensino “O corpo como objeto para o ensino da Arte”. Optei pela prática a partir do Projeto “O corpo como objeto para o ensino da Arte”, para compor o presente Trabalho de Curso. Levando em conta os questionários respondidos pelos alunos do Primeiro ano do Ensino Médio, a maioria deles colocou que o mais importante nas aulas de Artes é “Aprender sobre História da Arte”. O segundo contato ocorreu através das observações silenciosas, enquanto assistia as aulas da professora titular Pedronilda Santos Natel, na turma na qual estagiaria mais adiante. Nas observações silenciosas, percebi a dificuldade de manter uma turma de 41 alunos interessada nas aulas. Professor de Artes para mim é aquele que sabe provocar o interesse do aluno. Que utiliza os recursos que tem e que a escola disponibiliza. Aquele que sabe lidar com as dificuldades, que é capaz de identificar diferenças entre seus alunos. Não foi este perfil de profissional que encontrei nas
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observações silenciosas. Me deparei com uma professora que não mostrava imagens aos alunos e não utilizava os recursos disponíveis na escola nas aulas. Nas observações silenciosas, percebi que os alunos supervalorizavam o próprio corpo. As análises a partir dos questionários e observações silenciosas encontram-se no capítulo 1 do presente Trabalho de Curso. Através da análise dos questionários dos alunos e fatos vivenciados nas observações silenciosas, defini o tema de pesquisa nas Artes Visuais: Corpo. O capítulo 2 refere-se à pesquisa do tema. Discorro sobre as representações do corpo em diversos períodos artísticos: Arte Egípcia, Grega, Renascentista, Realista, Cubista e Expressionista. Diversas civilizações representaram a sua imagem com diversidade de estilo. O ser humano sempre quis representar sua imagem, representavam-na nas mais diversas linguagens artísticas como desenho, pintura, cerâmica, escultura etc. Cada subcapítulo do Capítulo 2 trata de um período artístico citado acima. Busquei imagens, artistas e referências bibliográficas que abordassem o tema pesquisado. Beatriz Ferreira Pires contribuiu ao afirmar que o corpo é um objeto de estudo não apenas da ciência, mas também das artes, principalmente as visuais, e que durante séculos foi motivo de inspiração sendo representado na pintura, escultura e desenho. As autoras Jurema Roehrs Trindade e Stella Maris Borges contribuiram ao afirmarem que o artista grego sempre buscou a perfeição corporal, o equilibrio, harmonia ideal e tinha como característica o racionalismo, o interesse pelo homem e o amor pela beleza. A partir da pesquisa realizada, foi idealizada uma sequência de idéias de atividades que poderiam ser trabalhadas com o tema de pesquisa. Estas possibilidades encontram-se no capítulo 3 do presente Trabalho de Curso. Conhecendo a turma cedida para a prática do estágio e com a pesquisa do tema corpo nas Artes Visuais em mãos, elaborei um Projeto Educativo de Ensino chamado: “O corpo como objeto para o ensino da Arte.” Despertar o interesse do aluno sobre Arte desenvolvendo a percepção e a prática na produção artística; ampliar o repertório visual dos alunos sobre obras de Arte 10
com temática corporal e provocar no aluno o interesse pela sua própria produção e a de seus colegas são os objetivos gerais do Projeto Educativo de Ensino. Os objetivos específicos eram: realizar leituras de imagens de obras de Arte de diferentes periodos artisticos com o recurso do data show, proporcionar aos alunos a utilização de materiais com os quais eles não tenham contato e realizar trabalhos em grupos e exposições das produções dos alunos. Todas as aulas da prática do estágio com a turma do Ensino foram executadas sem se desviar da pesquisa do tema corpo nas Artes Visuais. A descrição do Projeto Educativo de Ensino “O corpo como objeto para o ensino da Arte”, encontra-se no capítulo 4 do presente Trabalho de Curso. A prática de ensino teve duração de sete semanas consecutivas, todas as segundas-feiras, em dois períodos seguidos. Todas as aulas são relatadas ao longo do capítulo 4 em subcapítulos. Em cada subcapítulo constam o planejado, o realizado e as reflexões após a prática de cada aula. A aplicação do Projeto Educativo de Ensino com a turma do Ensino Médio iniciou-se no dia 24 de agosto do ano de 2009 e teve duração de sete semanas consecutivas. Após concluída a prática de ensino com a turma do primeiro ano do Ensino Médio, a partir do Projeto Educativo de Ensino “O corpo como objeto para o ensino da Arte”, iniciei uma série de reflexões sobre a prática do estágio, que resultaram na conclusão do presente Trabalho de Curso. A conclusão deste Trabalho de Curso aborda três questões, as quais foram observadas após a prática de ensino. As questões vivenciadas no convívio com o corpo docente e o dia a dia de um professor no ambiente escolar é a primeira questão analisada na conclusão do Trabalho de Curso. A segunda questão é minha avaliação crítica acerca das metodologias utilizadas na prática de ensino. Após as reflexões acerca delas, são apontadas outras possibilidades de metodologias e propostas de trabalho que poderiam ter sido aplicados, mas das quais não me dei conta na prática do estágio. Discorro também na conclusão sobre o que é ser professor e o que é ser educador e como a prática do estágio me fez escolher entre um dos dois. O estágio me 11
fez crescer e me tornar apta e confiante para exercer a profissão que escolhi exercer: Arte-educação. Minha “tensão” nas primeiras aulas me impedia de conversar com os alunos. No entanto, ao longo das aulas, fui aprendendo a criar vínculos e diálogos com os alunos. Toda a reflexão acerca deste aprendizado, a partir a prática de estágio, se encontra na conclusão do Trabalho de Curso.
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1 Reconhecimento do Espaço de Ensino 1.1. Dados Gerais da Escola Observada. Escola Municipal de Educação Básica João de Barro Localizada na Rua Trajano Proença de Abreu, 134 Sapucaia do Sul – Nova Sapucaia
1.2. Observações silenciosas. Minha primeira observação silenciosa ocorreu no dia dezesseis de março do ano de 2009. Não há aulas antes dos períodos de Artes. As aulas de Artes iniciam as 19:00 hrs e acabam as 21:00 hrs. São dois períodos seguidos. A chamada é feita nome por nome pela professora titular Pedronilda Santos Natel. O conteúdo que está sendo trabalhado nesta aula é o Abstracionismo. Os materiais que os alunos trazem são: caderno para anotações e desenho, canetas, folhas de ofício, lápis de colorir e régua. O envolvimentos dos alunos com a matéria é muito pouco. Nesta aula o recurso utilizado foi o quadro branco e canetas para a professora escrever. Nesta aula a professora nao utilizou imagens. No dia vinte três de março fiz minha segunda observação silenciosa. Os alunos continuaram fazendo o mesmo trabalho da aula passada. A professora titular não tinha nada planejado para esta aula. A terceira e última observação silenciosa ocorreu no dia trinta de março. Nesta aula a professora trabalhou o conteúdo composição com a turma. Passou o conteúdo no quadro e depois solicitou para que os alunos fizessem uma composição escolhendo o tema flores, folhas ou frutos e depois colorissem e entregassem.
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1.3. Análise das observações silenciosas. Durante minhas observações silenciosas na turma do ensino médio mais precisamente o primeiro ano, notei que a professora não se interessa em propiciar aos alunos aulas mais atraentes. Alguns alunos respondem a esta falta de estimulo não fazendo nada nas aulas, ficam conversando, cantando, tirando fotos e ouvindo música. [...] quase todos os jovens de dezesseis e dezessete anos não sentem que o trabalho artístico seja algo essencial para as suas necessidades. A arte cerca-os constantemente, inspira o estilo das roupas que vestem, dos edifícios onde vivem, das embalagens que os induzem a comprar, dos automóveis para cuja aquisição estão poupando dinheiro. Mas nada disso faz parte do que os jovens consideram arte (LOWENFELD; BRITTAIN, 1970, p.338).
A professora poderia pensar em aulas envolvendo fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho etc, para provocar o interesse deles, levando em conta a idade e os interesses que possuem. Nas seis observações que fiz apenas em uma delas a professora mostrou imagens, ela poderia mostrar mais para desenvolver o olhar dos alunos e ampliar o repertório visual deles. A professora poderia exercitar o potencial que os alunos possuem no desenho e na pintura e não apenas o potencial, mas também os interesses que eles possuem para outras linguagens das Artes Visuais. As observações silenciosas me mostraram uma professora que não mostra imagens para os alunos, ela não percebe a importância de mostrá-las, para ampliar o repertório visual dos alunos, desenvolverem a percepção visual e assim estabelecer a diferença de ver e observar. Ver significa essencialmente conhecer, perceber pela visão, alcançar com a vista os seres, as coisas e as formas do mundo ao redor. A visualização ocorre em dois níveis principais. Um deles se refere ao ser que está vendo, com suas vivências, suas experiências. O outro é o que a ambiência lhe proporciona. Mas, ver não é só isso. Ver é também um exercício de construção perceptiva onde os elementos selecionados e o percurso visual podem ser educados (FERRAZ; FUSARI, 2001, p.78).
O que mais me chamou atenção nas observações foi a maneira como a professora ensinava o conteúdo. Era simplesmente texto no quadro, e uma atividade no caderno de desenho. O mesmo ocorreu em quase todas as aulas e o que me leva 14
pensar que sempre será deste jeito, prejudicando assim o desenvolvimento artístico e estético dos alunos, restringindo-os a apenas o caderno de desenho. É necessário que as aulas sejam progressivas e sempre possibilite ao aluno querer descobrir e aprender cada vez mais.
1.4. Análise do professora.
questionário
respondido
pela
A professora titular de Artes Visuais do primeiro ano do Ensino médio, se chama Pedronilda Santos Natel. È formada em Licenciatura Plena em Educação Artística. Conversamos muito enquanto ela respondia o questionário e constatei que a professora não é envolvida nem frequenta exposições de Arte ou qualquer outro espaço dedicado a Arte. A professora respondeu em seu questionário que busca desenvolver no aluno a expressão através das linguagens artísticas. Além deste objetivo ela também salientou a importancia de observar e avaliar a caminhada do aluno e intervir para ajudar na construção de novos saberes estéticos. Há um plano de trabalho para o semestre, o qual a professora titular me disponibilizou uma cópia. De acordo com este plano os objetivos da disciplina são: “Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas linguagens da arte (música, artes visuais, dança, teatro, artes audiovisual) analisando, refletindo e compreendendo os diferentes processos produtivos, com seus diferentes instrumentos de ordem material e ideal, como manifestações sócio-culturais e históricas.” O conteúdo que vem sendo trabalhado segundo a professora e por escolha dela, é a História da Arte, onde ela trabalha as tendencias mais significativas. DVD, data show, vídeo cassete, retro projetor, mimeografo e máquina copiadora são os recursos didáticos disponíveis na escola. Quanto a solicitar materiais aos alunos a professora responde que utiliza somente o básico pois quando propõe fazer uma atividade diferente, ela é quem traz os
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materiais, pois os alunos não trazem, não são responsáveis, muitos não trazem nem o básico.
1.5. Análise dos questionários respondidos pelos alunos. A maioria dos alunos afirmaram nos questionários que aprendem sobre artistas e suas obras de Artes nas aulas. Os conteúdos e técnicas mais assinalados foram o desenho, recorte e colagem e pintura. Entendo que pintura seja uma experiência marcante e prazerosa e bastante prática, porém com as dificuldades de se trabalhar com os materiais não há como desenvolver a técnica da pintura, só se adequar o uso dentro da sala de aula. Pretendo trabalhar o desenho em algumas aulas, mas em dimensões maiores que uma folha de ofício. Alguns alunos responderam em seus questionários que as aulas de Artes não são importantes. Em minha opinião eles chegam a esta conclusão por que as aulas não lhes chamam a atenção, todas as aulas são iguais, nada os motiva. Levando em conta a análise dos questionários que os alunos responderam, observei que o material mais utilizado por eles é o caderno de desenho e lápis para desenho. Realmente são materiais indispensáveis nas aulas de Artes, mas não podemos restringi-los a usarem apenas estes materiais. Os alunos responderam que aprendem sobre artistas e suas obras nas aulas de Arte. Na minha opinião é muito importante propiciar aos alunos este contato com imagens de obras de artistas para ampliar o repertório visual deles. Para os alunos o mais importante nas aulas de Artes é aprender sobre História da Arte. Em uma das aulas que observei uma das alunas disse que para ela a História da Arte é muito importante, pois é nela que vemos a evolução ou retrocesso do homem na Arte e que em cada período da História da Arte o homem se representou de maneiras diferentes e que aprender sobre isto para ela era o mais interessante nas aulas. 16
Para os alunos a professora avalia tudo nas aulas de Artes inclusive a participação nas aulas, realmente para mim a participação e interesse nas aulas é muito importante. Escultura, pintura e desenho também foram assinaladas por eles nos questionários, penso em proporcionar a possibilidade de pintarem e desenharem em dimensões maiores que a que estão acostumados, mas descarto a possibilidade de propor uma atividade prática envolvendo argila.
1.6 Motivos da escolha/definição pesquisa em Artes Visuais.
do
tema
de
Levando em conta os questionários dos alunos, a maioria deles colocou que o mais importante nas aulas de Artes é aprender sobre História da Arte. Minha pesquisa se baseou em alguns períodos da História da Arte. Escolhi trabalhar com os alunos o tema “corpo” (a partir da pesquisa já realizada e relatada no corpo deste trabalho) em diversos períodos da História da Arte como, por exemplo: Arte Egípcia, Arte Grega, Arte Renascentista, Cubismo e Expressionismo. Observando a turma em si, os fatos, as conversas entre os alunos, a importância que dão ao corpo como meio para serem aceitos em determinados grupos entre eles, vi no tema corpo uma oportunidade de conhecermos e pensarmos sobre o corpo na História da Arte. Quando conversei com a professora titular, apresentei a ela os conteúdos que tenho em mente para as futuras aulas, ela gostou bastante, disse que gostaria que continuasse a ser trabalhado com a turma, a História da Arte.
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2. O corpo como objeto da Arte. O tema desta monografia é o corpo, que por ser abrangente pode ser facilmente utilizado em qualquer conteúdo que seja solicitado no currículo da escola em Artes Visuais. Diversas civilizações representaram a sua própria imagem com diversidade de estilo, estudo, cultura e intento. Território construído por liberdades e interdições, e revelador de sociedades inteiras, o corpo é a primeira forma de visibilidade humana. O sentido agudo de sua presença invade lugares, exige compreensão, determina funcionamentos sociais, cria disciplinamentos e desperta inúmeros interesses de diversas áreas do conhecimento (Soares, apud PIRES, 2005, p.25).
O ser humano independente de sua época sempre quis representar a sua imagem, os artistas se apropriavam do corpo como seu objeto de estudo, representando-o na pintura, escultura, desenho, gravura, colagem, instalações etc. Constantemente enfocado não só pelas ciências, que o tomam como o centro de incessantes investigações, como também pelas artes, sobretudo as visuais, que durantes séculos se apropriaram dele como objeto de inspiração e de pesquisa, o corpo, nas ultimas décadas, ganhou e assumiu possibilidades e conotações completamente inimagináveis há anos. As técnicas de desenho, pintura e escultura usadas para representá-lo evidenciam o fascínio e a admiração que temos pelas formas humanas (PIRES, 2005, p.26).
O
objetivo
desta
monografia
é
apresentar
as
características
de
representação do corpo em diversos períodos artísticos apresentando nomes de artistas que o fizeram em sua época.
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2.1. O corpo na Arte Egípcia. Se voltarmos ao Antigo Egito podemos verificar que os egípcios inventaram técnicas eficientes para expressarem o corpo humano, mostrando o essencial. Representavam a cabeça humana de perfil com os olhos voltados para frente dando um certo ar de irrealidade, o tronco apresentado de frente, onde queriam mostrar que a pessoa tinha belos e largos ombros. A figura humana é esbelta e idealizada, se estiver andando será mostrada dando um passo às pernas são mostradas de lado. Tudo é muito lógico do ponto de vista egípcio, requer exatidão. Esta forma dos egípcios representarem a figura humana aplica-se a lei da frontalidade ou frontalismo, onde o tronco era representado de frente, enquanto que a cabeça, pernas, pés e olhos de perfil. A lei da frontalidade tinha o objetivo de mostrar ao máximo o rosto, representado de perfil e o olho de frente por ser típico e revelador. Outro padrão aplicado a representação da figura humana chama-se peso da alma onde resumisse que as pessoas mais importantes eram representadas em estatura maior, logo o faraó sempre seria a figura maior que a de sua esposa e súditos, o poder e importância determinavam o tamanho. A arte egípcia utilizava um sistema próprio de representação imutável durante os três mil anos de civilização faraônica. [...] um artista egípcio dividia o mundo visível em formas bidimensionais, que eram depois reunidas de modo a apresentar o tema de maneira claramente reconhecível. A figura humana por exemplo, era o produto de dois pontos de vista diferentes, a frontal e a lateral. Pintavam-se os olhos, as orelhas e a parte superior do corpo virados para frente, enquanto a cabeça, os quadris e os membros eram retratados de perfil. As figuras eram em geral distribuídas simetricamente, e um grupo de figuras era muitas vezes contrabalançado por outro grupo, representado como uma imagem de espelho (MAGALHÃES, 2005, p.24).
Na escultura egípcia os escultores representavam os faraós e as divindades numa maneira serena, quase sempre de frente, sem mostrar nenhum sentimento. A intenção era manifestar na pedra uma ilusão de eternidade. Normalmente nestas esculturas abusavam nas proporções do corpo humano com a intenção de passar uma impressão de força e de realeza. 19
A arte egípcia principalmente quando voltada à representação da figura humana está intimamente ligada à religião, à imortalidade da alma, da mumificação até as representações nas pinturas, esculturas onde eram feitas com materiais resistentes para durarem eternamente para assim assegurar-lhe a imortalidade, pois acreditavam na eternização do homem após a morte.
2.2. O corpo representado pelos gregos. Os gregos também por sua vez tinham como tema central para a escultura, a figura humana. Diferente dos egípcios que representavam a figura humana com adereços e aparência característica de sua cultura, a representação da figura humana na escultura grega na maioria das vezes aparece nua. O objetivo dos gregos era atingir o máximo de beleza ideal. Uma tendência presente nas esculturas gregas é as figuras girarem ou retorcerem-se entre si, pois existia uma necessidade de estudo, de como fazer a figura humana em posturas e atitudes incomuns, mas da forma mais proporcional possível. Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se á inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca pela perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predomina o ritmo, o equilíbrio a harmonia ideal. Eles têm como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia (TRINDADE; BORGES, 2005, p.39).
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Atanadoro, Hagesandro e Polidor, 20 a.C. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Laoco%C3%B6n_and_His_Sons.jpg)
Os gregos tinham como caracterĂsticas de suas obras, o racionalismo, dando maior importância ao homem, o ser racional, perfeito. Enquanto que as estatuas masculinas eram quase sempre apresentadas nuas, as femininas aparecem vestidas com roupas simples, pois o que realmente importava na escultura feminina era o rosto, pois era talhado com total delicadeza.
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Alexandros de Antióquia, 130 a.C. (Fonte: http://josmaelbardour.blogspot.com/2010/07/venus-de-milo.html)
Nas cerâmicas gregas é onde se encontram a maior parte das pinturas desta civilização, que geralmente retratavam cenas do cotidiano, batalhas, religião e também sobre a mitologia grega. As cores utilizadas nas pinturas eram: vermelho, preto e branco. Eram feitas em vasos como hidra, cratera e ânfora.
2.3. O corpo visto pelos renascentistas. Partindo para o movimento do Renascimento que foi marcado pelas renovações artísticas principalmente na pintura tornando-se um trabalho muito sofisticado tem como características: rigor cientifico, racionalidade, os artistas voltaramse ao corpo humano tentando encontrar harmonia de formas e beleza, ideal humanista, voltando aos moldes clássicos da Antiguidade.
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Na pintura se destacaram características como o uso da perspectiva, realismo, uso do claro escuro para obterem volume nas figuras, os artistas começaram a usar telas e tintas a óleo, começaram a ter estilo pessoal em suas pinturas se diferenciando dos demais, já que o Renascimento é caracterizado pelo ideal intelectual e logo pelo individualismo. [...] os pintores não apenas se esforçaram para aperfeiçoar a representação racional do espírito tridimensional, mas também tentaram unificar suas pinturas usando a mesma fonte de luz nas diversas partes de cada composição (MAGALHÃES, 2005, p.194).
Na escultura os artistas buscavam representar o homem como ele realmente é, mantinham a proporção da figura com relação à realidade, usavam a profundidade e perspectiva, estudavam o corpo e o corpo humano estando sempre atentos a pesquisas técnicas e exploração dos processos artísticos tornando as esculturas muito realistas. No Renascimento os artistas cultivaram a pintura e a escultura sempre tendo em cada uma delas resultados brilhantes, inventaram novos métodos de projetar e executar as suas próprias imagens. Diversos artistas se destacaram no Renascimento. O maior deles foi Leonardo da Vinci, genial pintor, arquiteto, escritor, cientista e engenheiro. Utilizava a luz e sombra em suas pinturas. Dentre elas destacam-se a obra “Monalisa”. Leonardo dedicava-se muito ao estudo da anatomia, física, matemática e a técnica do esfumato que consiste em não pintar linhas de demarcação nas formas, mas criar um efeito de claro e escuro que permita uma passagem sutil de uma cor para outra.
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Leonardo da Vinci, 1507. (Fonte: http://amgicadaleitura.blogspot.com/2011/01/monalisa.html)
Em sua obra mais conhecida, “Monalisa”, o artista reúne todas as descobertas renascentistas de anatomia, composição e perspectiva. Ele transita no claro e no escuro para dar volume ao rosto, utiliza o esfumato nos limites e nas curvas da face ele esfumaça com tonalidades mais escuras. Não existem linhas de contorno na maneira como ele utilizou o esfumato. Michelangelo, escultor, pintor, poeta e arquiteto, pintou os afrescos da capela Sistina, dentre suas obras está “Davi”, “Moisés” e a “Pietá”, onde o artista junta a Virgem Maria e Jesus Cristo em um arranjo piramidal. Em suas obras o humanismo renascentista está sempre presente, na obra “Davi” pode-se ver isso, as proporções e o estudo da anatomia do corpo são perfeitas. Rafael Sanzio, ao contrário de Leonardo da Vinci, possuía um estilo mais leve e simples, seus quadros não são tão cheios e pesados como os de da Vinci. A marca registrada de Rafael encontra-se em seus quadros, onde os personagens
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aparecem em uma posição de adoração contemplativa com a cabeça inclinada e os olhos olhando para cima olhando o infinito. Rafael adquire o equilíbrio da Alta Renascença, seu estilo nas esculturas, a perspectiva arquitetônica e a união de elementos pagãos. Existem muitas obras conhecidas feitas por Rafael dentre elas “Escola de Atenas” e diversas madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).
Rafael Sanzio, 1505. (Fonte:http://www.shafe.co.uk/art/Raphael-_The_small_Cowper_Madonna-_1505.asp)
Nas diversas madonas, mas tendo “The Small Cowper Madonna” como exemplo, pode-se notar a feição contemplativa dos dois personagens fitando algo que não sabemos o que é. A perspectiva também está presente, os dois personagens em primeiro plano e a paisagem em segundo. Rafael representou o corpo humano buscando representar a beleza dos personagens, pele clara, cabelo louro, bochechas rosadas, uma típica beleza clássica, voltando aos moldes clássicos da Antiguidade. 25
Sandro Botticelli, célebre pintor, em suas obras os temas de seus quadros eram escolhidos de acordo com a possibilidade de expressar seu ideal de beleza, Botticelli associava perfeição ao ideal cristão. Por isso as figuras de suas obras são belas, pois estão relacionadas à graça divina e também melancólicas. Botticelli pintava a figura humana com o pescoço longo, ombros caídos, corpo pálido e macio, ele seguia uma linha de temáticas religiosas e mitológicas. Dentre todas as suas obras, destacamse “O Nascimento de Vênus” e “Primavera”.
2.4. O corpo na sua realidade. Durante o realismo diversos artistas se destacaram alguns deles são: Gustave Courbet o criador do movimento realista, Gustave, tinha sua busca pela verdade e isso se comprava pelos temas que retratou em seus quadros. Suas obras mais conhecidas são: “Mulheres peneirando trigo” e “Os cortadores de pedras”.
Gustave Courbet, 1855. (Fonte:http://artistoria.wordpress.com/category/artemoderna/impressionismo)
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No quadro “Mulheres peneirando trigo”, Courbet representou a mulher na sua realidade, trabalhando, peneirando o trigo, uma mulher do campo, trabalhadora, cansada, ela não possui mais aquela beleza clássica. Courbet retratou a mulher nas condições em que ela se encontrava no início da Era Industrial, trabalhando de joelhos, uma mulher forte, pois se pode notar a força nos braços dela peneirando o trigo. Diferente do Renascimento onde os artistas representavam o corpo feminino com aparência frágil, beleza angelical, num contexto voltado ao divino, no Realismo os artistas pintavam a realidade, não ficavam imaginando e pintando corpos perfeitos e belos, eles representavam o corpo como ele realmente é e no contexto em que ele se encontrava como podemos ver em “Mulheres peneirando trigo” do pintor Courbet.
2.5. O Cubismo e o corpo. No cubismo , no entanto, a maneira de representar a figura humana era feita de uma forma única. Os artistas cubistas acabavam com a harmonia das cores e das formas, destruíam ao extremo a imagem real do corpo, pois queriam esquecer o aspecto real dele. Os artistas utilizavam as formas geométricas para simularem a figura humana, não correspondendo aos princípios clássicos de representação do corpo como é visto na realidade, portanto o corpo era fragmentado e visto de vários ângulos. O cubismo diferencia-se da antiga pintura porque não se trata de uma arte de imitação, mas de uma arte de concepção que tende a elevar-se até a criação. Ao representar a realidade-criada, o pintor pode dar o efeito de três dimensões; pode de certa forma, cubicar (APOLLINAIRE, 1997, p.24).
O corpo quando representado se dava num mesmo plano, sendo composto de diversas formas geométricas sobrepostas, eles não se preocupavam com o que iriam pintar e sim de como o fariam.
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Os artistas representavam o corpo fragmentado em diversas formas geométricas como cubos, esferas, cones e cilindros possibilitando ser visto de vários ângulos. Os principais artistas deste movimento foram: Picasso e Braque. Pablo Picasso apreciava a figura humana e a representava em seus quadros, a influencia cubista nas obras de Picasso são muito visíveis. Dentre as sua obras destaca-se na representação da figura humana, “Les demoiselles d’ Avignon”.
Pablo Picasso, 1907. (Fonte: http://historiaeartee.blogspot.com/2010/11/cubismo_1428.html)
Na obra "Infanta Maria Margarida" que se trata de uma variação da obra "Infanta" de Velasquez, Picasso fragmentou a personagem. Ele acabou com a fisionomia clássica pintada por Velasquez; não existe mais aquela simetria no rosto, na variação que Picasso pintou. O rosto parece ser uma união de duas faces totalmente diferentes, pois além de não ser simétrico, Picasso utilizou duas cores nele. Ele fragmentou a personagem acabando com a beleza das cores presentes na “Infanta” original de Velasquez. 28
Pablo Picasso, 1957. (Fonte: http://www.rfi.fr/actubr/articles/106/article_13075.asp)
2.6. O corpo e a expressão. O expressionismo é a arte do impulso, trata-se de uma pintura subjetiva, dramática, que expressa os sentimentos humanos e junto com o uso das cores dão formato plástico ao ciúme, amor, medo, miséria humana, solidão, prostituição etc. Os artistas deformavam a figura humana para ressaltar o sentimento, havia uma predominância das emoções sobre a intelectualidade. Eles preferiam a emoção à razão. Os artistas abandonaram as regras tradicionais de harmonia das cores e formas temáticas. O que realmente importava para eles era a expressão, o sentimento humano e os transmitiam para suas obras através do uso de cores violentas e traços dramáticos. No Expressionismo os artistas tinham por objetivo desvirtuar a realidade visível, queriam transmitir nas suas pinturas seus sentimentos, utilizavam cores 29
vibrantes, fundidas ou separadas. A expressão dos artistas é vista nas suas obras, pela pasta grossa, a martelada áspera em seus trabalhos. Os artistas tinham certa preferência em representar o trágico, o drama. O principal artista deste movimento foi Edvard Munch, seu interesse era pintar emoções externas como: desejo sexual, ciúme e solidão. O objetivo de Munch era levar o espectador a uma forte reação, pintava corpos desfigurados que ao olharmos nos transmitem medo, angústia e desespero. Edvard Munch foi um percursor do Expressionismo, suas obras mais conhecidas são: “O grito”, “Madonna” , “Amor e Dor”, “Cinzas”, “Entre o Relógio e a Cama”. Em sua obra “O grito”, o personagem parece estar desesperado, as mãos no rosto, a boca aberta, gritando, parece estar pedindo socorro e grita por socorro ou até mesmo de medo. Munch transmitiu nesta obra um sentimento de desespero, angustia e medo. Utilizou tambem cores muito fortes para ressaltar o personagem, os olhos, a boca e as mãos.
Edvard Munch, 1893. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito_Edvard_Munch)
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3. O corpo no ensino da Arte.
Considerando a pesquisa sobre o corpo, realizada a partir do tratamento dos artistas em suas obras, passo a refletir possíveis aplicações do tema no ensino das Artes Visuais. No primeiro momento do processo explicaria os pontos importantes da disciplina, que conteúdos iríamos trabalhar e que materiais iriam ser utilizados nas aulas. Logo em seguida mostraria alguns vídeos de curta duração com o recurso do data show que tratariam sobre as diversas linguagens da Arte e alguns tendo o corpo como tema central por exemplo o DVD “Isto é Arte?” e “Auto Retrato” da série Arte na Escola. Após terem assistido os filmes, entregaria a cada um dos alunos uma folha com quatro questões para responderem e entregarem, as perguntas seriam: “Qual a importância da Arte para mim?”, “O que conheço e/ou gosto na Arte (incluindo todas as manifestações artísticas, como: música, teatro, dança, pintura, desenho, etc.)?” e “Na sua opinião, o corpo é muito usado na Arte? Se sim, explique de quais formas.” Poderia trabalhar o belo e o feio. Numa aula solicitaria que os alunos realizassem um desenho de um corpo, depois selecionassem em revistas ou jornais uma imagem bela e outra feia. Em seguida pediria que os alunos comparassem seus desenhos com as imagens selecionadas fazendo um breve relato. Utilizariam materiais simples como folhas de ofício, lápis para desenho, lápis de cor, canetinhas, revistas e jornais. O conteúdo seria desenho livre do corpo humano. O objetivo seria que o aluno fosse capaz de comparar imagens sobre o corpo humano, fazendo uma leitura de imagem, entre o que é belo e feio para ele. No decorrer do processo faria uma leitura de reproduções de obras de arte de vários períodos artísticos como, por exemplo: Arte Egípcia, Arte Grega, Renascimento, Cubismo e Expressionismo. Depois proporia aos alunos que relacionassem as imagens que haviam selecionado na aula anterior com as imagens expostas. Em seguida pediria que alguns 31
alunos comentassem porque escolheram tal imagem e à medida que os alunos apresentassem suas imagens, eu faria comentários sobre os conceitos de corpo de cada período artístico em que a obra foi realizada. A esta altura teria como objetivo ampliar os conhecimentos dos alunos sobre obras de arte. O conteúdo da aula seria a representação do corpo em vários períodos artísticos. Seguindo esta linha do belo e feio, o passo seguinte teria o objetivo dos alunos serem capazes de desenvolverem pintura com tinta guache dando-lhe liberdade de expressar-se livremente, em relação ao corpo humano. Eles trariam materiais como pincéis, tintas guache e papel pardo, mas eu também levaria alguns materiais. Individualmente eles pintariam um corpo sem interferência minha, podendo assim expressar suas idéias sobre o corpo humano. O ponto seguinte os alunos trariam materiais como revistas para recorte, cola, tesoura e folha de oficio, no entanto eu também levaria alguns materiais. A atividade se consistiria em os alunos recortarem, montarem e colarem na folha de ofício representando assim um corpo que para eles seja belo, não se tratando de uma técnica de colagem e sim uma atividade para representação do corpo. O objetivo seria que o aluno fosse capaz de construir, através de uma colagem, um corpo que para eles seja belo. Os conteúdos desta aula seriam recorte, montagem e colagem. Em outra aula seria dado aos alunos o material para que eles desenvolvessem uma produção textual, o aluno faria uma auto avaliação expondo suas opiniões sobre as aulas que teve até agora. Após recolheria os trabalhos executados em sala de aula para realizar uma pequena exposição artística. O objetivo desta aula seria que o aluno fosse capaz de fazer uma dissertação acerca de sua participação nas aulas fazendo assim uma auto avaliação da disciplina, construindo assim uma pequena exposição de todos os trabalhos realizados desenvolvidos até esta aula para observação e reflexão. Durante a pesquisa que tive que realizar para a monografia sobre o tema corpo, comecei a ter idéias de como desenvolver tais conteúdos.
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Quando pesquisei sobre como o corpo era representado pelos egípcios de início, pensei em mostrar uma apresentação no data show para apresentar imagens de como o corpo era representado e intercalar com frases importantes sobre o conteúdo. Ao pensar em uma atividade prática para a aula sobre Arte Egípcia cheguei à conclusão de realizar com os alunos uma atividade onde eles poderiam desenhar um corpo com as características de representação dos egípcios apresentando o que eles teriam aprendido sobre o conteúdo apresentado. Utilizariam materiais como tintas guache, pincéis, lápis de cor, giz de cera e canetinhas para fazerem um painel, onde todos pudessem interagir uns com os outros e dar opiniões logo colocaríamos o painel em exposição na escola. Quando fosse ensinar sobre a Arte Grega gostaria de escrever um breve texto no quadro com algumas características importantes sobre a matéria e mostrar imagens de esculturas e pinturas com o auxilio do data show, logo depois dialogar com os alunos sobre quais as diferenças dos gregos representarem o corpo, comparando com a dos egípcios. Ao final da aula pediria que eles fizessem um breve texto sobre suas conclusões e depois o entregassem. A respeito do Renascimento por ser um conteúdo muito rico eu gostaria de mostrar um filme ou um documentário sobre este movimento e que nele também constasse nomes de artistas e imagens de obras, caso não conseguisse nenhum filme relacionado eu apresentaria um data show feito por mim com imagens de obras de artistas deste movimento. Disponibilizaria a eles um breve texto com alguns pontos importantes sobre o conteúdo apresentado. Pensando numa tarefa prática para eles fazerem pensei na possibilidade deles realizarem a pintura de um corpo levando em conta as características do movimento que acabaram de conhecer. Para esta atividade imaginei um suporte diferenciado que imitasse uma pequena tela, solicitaria a eles que trouxessem um pedaço de papelão, mas que não ultrapassasse o tamanho de uma folha de ofício, pois em cima deste papelão eles colariam uma folha ofício para depois fazerem sua pintura em cima deste suporte. Eles usariam materiais como pincéis e tintas guache.
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Minha meta é resgatar o interesse destes alunos para as aulas, de levá-los a reconhecer e valorizar a Arte. Pretendo refletir sobre o corpo em alguns movimentos artísticos tais como (Renascimento, Cubismo, Realismo e Expressionismo) realizando leituras de imagens ampliando o conhecimento dos alunos sobre obras que tem o corpo como tema, ampliando seu repertório visual. Espero que de destes conteúdos que pretendo passar a eles, os alunos possam tirar algum aproveitamento para vida, que possam fazer comparações sobre a maneira que diversas civilizações representaram o corpo com diversidade de estilo, estudo, cultura e intento na arte seja na pintura, escultura, gravura, cerâmica, colagem, instalações. Que entendam os valores de cada cultura e comparem com a sua realidade, cultura, costumes e valores. Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá compreender a relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer abertura à riqueza e à diversidade da imaginação humana. Além disso, tornar-se capaz de perceber a realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo objetos e formas que estão à sua volta, no exercício de uma observação crítica do que existe na sua cultura, podendo criar condições para uma qualidade de vida melhor (PARÂMETROS, 1997, p.19).
Quando tivesse que abordar o Realismo pensei em mostrar um data show com imagens de obras de artistas que utilizaram o corpo como tema e algumas informações deste movimento, seria uma apresentação dialogada pois durante a apresentação eu os questionaria sobre quais são as diferenças deste modo de representar o corpo comparado ao modo apresentado nas aulas anteriores. Gostaria depois da apresentação do conteúdo fazer uma atividade prática. Pensei em separar a turma em alguns grupos e depois disponibilizaria a cada grupo uma imagem de boa qualidade que estava presente na apresentação do data show, para que em grupo discutisse, analisasse, debatesse e fizesse uma leitura da imagem. Neste trabalho deveriam escrever quais as características do movimento estudado estão presentes naquela imagem que receberam. No final da aula deveriam entregar o texto. Na aula sobre o cubismo, eu colocaria no quadro algumas características deste movimento e mostraria imagens das obras dos artistas importantes do cubismo 34
com o recurso do data show. Eu questionaria os alunos em cada imagem apresentada perguntando quais as características eles estariam vendo que seriam do movimento que estavam estudando nesta aula. Pensando numa atividade prática ocorreu-me de um material que tenho em casa; várias formas geométricas de diversas cores. Pensei na possibilidade de levá-las, para que eles fizessem uma montagem de uma menina com as formas que lhes daria. Em seguida, após terem terminado, mostraria a obra “Infanta de Velásquez e em seguida explicaria que Picasso realizou uma variação desta obra e mostraria a “Infanta Maria Margarida” de Picasso. Os questionaria sobre suas opiniões e quais as diferenças entre a obra de Velásquez com a de Picasso e quais as semelhanças do trabalho final deles para com a “Infanta Maria Margarida”. A partir do assunto “O corpo na História da Arte” uma outra possibilidade seria após o estudo da maior parte do conteúdo previsto, realizar leituras de imagem por comparação, em grupos, pontuando diferenças e características (as imagens usadas seriam de obras de arte características dos movimentos artísticos, já estudados anteriormente, e que mostrariam as diferentes visões dos artistas, variadas pela época, sociedade e contexto). Em seguida, realizar uma prática relacionada ao conceito de representação, observando o seu próprio corpo, através do desenho. Podendo usar o auxílio de um retrato ou espelho. Poderia abordar a Arte Moderna, mas ao invés de apresentar o conteúdo em aula, pediria a eles para em grupos pesquisarem nos livros, revistas e internet e trouxessem para a aula e fora isso seria designado a cada um dos grupos o nome de um artista referente à Arte Moderna e pesquisassem também sobre ele, se o artista utiliza o corpo como objeto de sua arte, esta pesquisa deveria conter um pouco da vida do autor, nome de obras e o que mais eles achassem significativo. Após pesquisarem sobre a Arte Moderna e sobre o artista responderiam as seguintes perguntas: “Como se apresenta o corpo neste período artístico?”, “ Qual é o papel do artista perante a sua obra?”. Avaliaria o comprometimento e interesse dos alunos. O material que eles teriam consultado, eles fariam uma apresentação para os colegas.
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Após as apresentações dos grupos, faríamos um circulo e dialogaríamos sobre o que chamou mais atenção deles e colocariam suas opiniões. Falaria sobre a diferença de representação, linguagem e percepção na arte. Em seguida mostraria obras de Pollock (action painting) e de Yves Klein (pinturas feitas com a “impressão” do corpo de mulheres). Poderia realizar uma aula somente com leitura de obra, apresentando diversas reproduções de obras de Arte de diversos períodos artísticos, realizando leituras de imagens e comparar as características de cada período da Arte. Levando em conta a intertextualidade e análise de obras de Arte, proporia a eles que realizassem uma pequena produção textual comparando três reproduções de obras de arte que eu levaria como por exemplo: “Monalisa” (Leonardo da Vinci), “O Sonho” (Pablo Picasso) e “Abaporu” (Tarsila do Amaral), e assim eles verificassem as diferenças entre elas e as encaixassem cada uma a um período artístico. Uma possibilidade seria uma saída de campo, um passeio a exposição “REFLEXO – Imagem contemporânea na França”, que se trata de uma série de fotografias de artistas contemporâneos franceses tendo o corpo como tema na sua poética. Uma atividade que poderia ser feita após a visita a esta exposição consistiria em eles realizarem leituras de imagens, como fotografias e imagens da mídia. Uma atividade que poderia ser proposta seria eles realizarem a construção de um rosto com diversos materiais sobre uma transparência de retroprojetor, para ser projetada e logo observada. Eu levaria os materiais para que eles fizessem esta montagem e depois colocaríamos sobre o retroprojetor, os materiais seriam os seguintes: sal grosso, gel de cabelo, linha de costura, cordão e outras linhas, água e nanquim, fita durex, açúcar, papéis recortados ou picados, chá, cravos, canelas, arroz, plástico filme, pregos, clipes, arames flexíveis, algodão, galhos, raízes etc. Seria uma atividade em grupo onde eles poderiam discutir as possibilidades de como utilizar o material e também pensarem na posição do rosto que iriam construir, se seria de frente, de perfil, com os olhos fechados, com a boca aberta etc. Poderia discutir com eles durante as projeções no retroprojetor sobre as linhas presentes em cada projeção. 36
Outra sugestão de atividade seria através do recorte e colagem com desenho, o aluno ser instigado a criar uma composição, de forma que o corpo seja percebido, apresentado, de forma criativa, de modo que fique descaracterizado, trabalhando conceitos de fragmentação, repetição e ritmo. Minha maior preocupação é possibilitar aos alunos o máximo de contato com Arte, por esta razão na maioria das possibilidades mostraria imagens, levaria suportes diferenciados, materiais que talvez eles até desconheçam. Se houvesse possibilidade os levaria a passeios a museus de Porto Alegre, pois este para mim é o maior contato que se pode ter com Arte. O contato com Arte pode se dar também ao ver filmes relacionados a Arte por exemplo os DVDs da série Arte na Escola, visitas de artistas da cidade conhecido até mesmo pelos alunos. Ocorreu-me de um material que tenho que talvez poderia ser utilizado em alguma das aulas, trata-se de um manequim feminino de acrílico de tamanho natural. Poderia usá-lo para uma atividade prática referente ao conteúdo Cubismo. Proporia uma atividade de desenho de observação, onde os alunos observariam o manequim e o desenhariam, porém apenas com figuras geométricas e depois usariam materiais diversos para colorirem. Quando fosse trabalhar a Body Art por exemplo, eu explicaria o que é, realizaria leituras de imagens sobre o assunto e se fosse possível levaria um amigo tatuador para conversar com eles, ele falaria que relação há entre o corpo e a Body Art, se ele considera o trabalho dele uma arte. Levando em consideração a pesquisa do corpo na Arte Grega, pensei na possibilidade de relacionar a história e a produção artística. Começaria realizando uma contextualização histórica sobre a Arte Grega, observando imagens em diferentes meios, observando as diferenças entre os elementos que estariam presentes nelas como: simetria e assimetria. Poderia haver uma leitura de imagens mitológicas, realizar talvez um teatro de improviso (fazendo uma contextualização histórica com o teatro contemporâneo), desenhos individuais ou coletivos.
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Outra idéia é realizar um trabalho referente às máscaras gregas, proporcionar aos alunos confeccionarem máscaras com base no que aprenderiam sobre isso. Outra possibilidade seria de exercitar a pintura gestual, começaria com o texto “Rompendo com a arte acadêmica” e mostraria imagens das obras de Jackson Pollock. A pintura gestual prioriza as emoções, deixando de lado o uso de materiais tradicionais como pincéis e tintas, o artista pinta no chão e até mesmo nas paredes de forma espontânea. Kraft e tintas seriam os materiais para eles realizarem uma atividade prática referente a esta possibilidade. A atividade prática seria realizada fora da sala de aula, no pátio, por exemplo, e eles realizariam uma pintura com tintas guache em cima do suporte que estaria no chão do pátio. Seriam trabalhadas, leitura e interpretação de texto, leitura das imagens que estão nos textos e de outras que eu levaria para a aula, poderia também mostrar o filme "Pollock", de Ed Harris e até mesmo propor a eles que pesquisem outros artistas representantes da pintura gestual. Poderia também trabalhar simetria. Pediria que tirassem uma foto de si mesmos e trouxessem para a aula. Depois recortassem a fotografia ao meio e colassem uma das partes em uma folha de ofício para que depois com lápis 6B desenhassem a parte que estivesse faltando. Com esta atividade trabalharia a simetria, cor e noções da técnica de esfumato. Poderia aprofundar o estudo sobre artistas renascentistas ou até mesmo de outros movimentos, pedindo que eles criassem um “livro” sobre um artista, com este trabalho eles poderiam pensar em como solucionar a criação de um “livro” usando materiais diferentes. Alguns quesitos seriam exigidos e que deveriam constar no livro, como por exemplo: um breve resumo sobre a vida do artista, que materiais ele utilizava, de forma se davam as criações de suas obras de arte, em que movimento podemos identificá-lo , uma breve noção sobre este movimento, nome e imagens de algumas obras do artista e a opinião do aluno ao terminar o trabalho.
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Outra possibilidade de atividade seria a de propor aos alunos que realizassem uma fotomontagem partindo de uma foto de si mesmo, mas pela metade e com recortes de revistas e jornais terminassem as partes que faltam. Poderia também solicitar aos alunos que na última aula eles entregassem um fanzine sobre um dos assuntos visto nas aulas, poderia ser sobre um movimento que tenha gostado ou até mesmo sobre um artista que tenha estudado. Esta atividade seria explicada com certo tempo de antecedência poderia até mesmo levar alguns fanzines que tenho sobre alguns artistas para eles terem uma idéia de como é um fanzine, esta proposta seria solicitada com alguns dias de antecedência para que os alunos tenham tempo para se organizarem e procurarem materiais sobre o assunto que escolhessem. Outra possibilidade seria explicar a eles o que é uma assemblagem e pedir a eles que realizassem uma, mas tendo como tema o corpo humano, seria uma assemblagem de trabalhos feitos por eles, textos referentes ao assunto, fotografias, recortes, imagens, tudo que para eles fosse importante e que tenha relação com o tema solicitado.
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4. Projeto e Prática de Ensino em Artes Visuais. 4.1. Dados Gerais da Escola e turma em que foi realizada a prática de ensino. Escola: Escola Municipal de Educação Básica João de Barro Série: Primeiro Ano Ensino Médio Ano: 2009 Semestre: Segundo semestre Turno: Noite Faixa etária dos alunos: De 15 a 47 anos de idade. Datas previstas e horários de atuação na escola: Segundas-feiras, 19:00 ás 21:00 durante sete semanas consecutivas. Início : 24 de agosto de 2009. Término: 26 de outubro de 2009.
4.2. Dados Gerais do Projeto de Ensino. Àreas envolvidas: Artes. Eixo Central: Corpo. Título do Projeto Educativo de Ensino: O corpo como objeto para o ensino da Arte. Justificativa: Considerando o interesse dos alunos sobre o corpo e história da arte como comprovado nos questionários justifica-se a escolha do tema corpo com enfoque de reperesentação em diferentes períodos artísticos.
Objetivo Geral: Despertar o interesse do aluno sobre Arte desenvolvendo a percepção e a prática na produção artística. Ampliar o repertório visual dos alunos
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sobre obras de Arte. Provocar no aluno o interesse pela sua prória produção e as de seus colegas. Objetivos específicos: Realizar leituras de imagens de obras de Arte de diferentes períodos artísticos com o recurso do datashow. Proporcionar aos alunos que utilizem materiais que eles não tenham contato. Realizar trabalhos em grupos e exposições das produções dos alunos.
Conteúdos envolvidos: - História da Arte. - Vida e obra de artistas. - Auto – retrato. - Pintura. - Desenho. - Corpo.
Metodologias: - Expositiva dialogada (com recursos). - Prática (em grupo e individual). - Leitura de imagem. - Estudo de texto. - Produção textual. - Exposição de trabalhos.
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4.3. Prática de Ensino.
4.3.1. Primeiro Encontro. Dia: 24 de agosto de 2009 Duração: 2 horas 2 períodos
19:00 – 21:00
Objetivos: o Apresentação professora x alunos. o Explicar o Projeto Educativo de Ensino: O corpo como objeto para o ensino da Arte. o Apreciar o documentário “Auto-retrato” da série DVDteca Arte na Escola.
Conteúdos: o Corpo. o Projeto Educativo de Ensino “O corpo como objeto para o ensino da Arte”. o Auto-retrato.
Planejado: Em sala de aula ocorrerá uma apresentação professora x alunos. Explicação do projeto Educativo de Ensino: O corpo como objeto para o ensino da Arte, que terá a duração de sete semanas. O Projeto é voltado para o estudo da representação do corpo na História da Arte, como o homem se representou durante os séculos, mais precisamente na Arte Egípcia, Grega, Renascimento, Realismo e Cubismo. Apreciação do documentário “Auto-retrato”, na sala de vídeo. Optei em apresentar o documentário, pois ele reúne muito conteúdo, imagens e depoimentos de
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artistas. Para mim é mais interessante optar por um recurso audiovisual do que explicar um conteúdo no quadro e que alguns alunos nem irão se interessar. Os alunos serão solicitados a realizarem uma atividade teórica após assistirem o documentário. A atividade se trata de um questionário com as seguintes perguntas: “O que é arte para mim?”, “O que considero como Arte?”, “Na sua opinião, o corpo é muito usado na Arte? Se sim explique quais formas.” e “O que conheço e/ou gosto nas Artes Visuais (desenho, pintura, escultura, gravura, fotografia etc.)?” Avaliação: o Apreciar o documentário apresentado e realizar a atividade teórica proposta.
Realizado/Reflexão: Às 19h00min do dia 24 de agosto do ano de 2009 comecei minha prática de estágio com a turma do Primeiro ano do Ensino Médio da Escola Municipal de Educação Básica João de Barro, até então ministrada pela professora Pedronilda Santos Natel, porém fui avisada que a mesma se exonerou da escola, outra professora chamada Gisele Verardi Joaquim é a nova titular da turma. No começo da aula a professora titular me apresentou à turma e em seguida me deixou sozinha para por em prática o que planejei para esta aula. Logo que a professora Gisele saiu da sala expliquei que dalí em diante eu seria a professora de Artes deles e me apresentei. Alguns alunos foram chegando no decorrer da minha apresentação. Quando vi que não estava mais chegando ninguem, comecei a fazer a chamada, quando terminei comecei a explicar o Projeto educativo de Ensino: O corpo como objeto para o ensino da Arte. Expliquei que eu seria a professora deles durante sete semanas consecutivas, a partir daquela aula. Escrevi no quadro, para que copiassem o que veríamos nas aulas. Expliquei que estudaríamos a representação do corpo na História da Arte, como o homem se representou durante os séculos, mais precisamente na Arte Egípcia, Grega, Renascimento, Realismo e Cubismo. Esclareci que no decorrer das semanas faríamos 43
atividades práticas referentes à matéria teórica de cada aula. Fomos até a sala de vídeo para apreciarmos o documentário “Auto-retrato” da série DVDteca Arte na escola. A opção pelo vídeo como material didático diz respeito à possibilidade que semelhante linguagem oferece de condensar imagens e informações. O vídeo com temática de artes plásticas pode mostrar ao aluno o processo de construção da obra pelo artista durante o ato criador, diferentes leituras de uma imagem e o contexto sócio-cultural em que o trabalho foi concebido (PILLAR; VIEIRA, 1992, p.01).
A maioria dos alunos prestaram atenção no documentário, gostaram, pois viram muitas imagens de artistas que não conheciam, porém alguns ficavam conversando e rindo. No final da apresentação voltamos para a sala de aula. Expliquei que a próxima atividade se tratava de um questionário que eles deveriam entregar respondido no final da aula, conforme o já citado no desenvolvimento deste plano. Alguns alunos em especial mostraram em suas respostas que já possuem certo conhecimento sobre as Artes Visuais, pois em suas respostas eles lembraram as linhas, cores, traços etc. Todos responderam o questionário, e no final do período como foi explicado. Todos entregaram a atividade. No final da aula, solicitei que na próxima aula eles trouxessem os seguintes materiais: lápis de cor, canetinhas, giz de cera, lápis de desenho (6B), o que eles pudessem trazer. Atingi os objetivos propostos para esta aula, consegui realizar tudo que me propus e tive um bom retorno da turma.
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4.3.2. Segundo Encontro. Dia: 31 de agosto de 2009 Duração: 2 horas 2 períodos
19:00 – 21:00
Objetivos: o Identificar a representação do corpo na Arte egípcia. o Desenhar um corpo a partir das características físicas egípcias.
Conteúdos: o Corpo. o Arte Egípcia.
Planejado: Explicar o conteúdo Arte Egípcia enfocando a representação corporal feita pelos egípcios, que se resumia a lei da frontalidade onde eles representavam a figura humana de perfil, o tronco era representado de frente, enquanto que a cabeça, pernas, pés e olhos de perfil. Apresentação de imagens referentes à Arte Egípcia.
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Artista desconhecido, 1342 a.C. (Fonte: http://www.raisites.com/artes/historia-da-arte.html)
Artista desconhecido, 1324 a.C. (Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/arte-na-antiguidade/arte-na-antiguidade-6.php)
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Execução da proposta da atividade prática, que consiste em desenhar um corpo a partir das características de representação egípcia. Estudo de texto: 1.1 O corpo na Arte Egípcia. Se voltarmos ao Antigo Egito podemos verificar que os egípcios inventaram técnicas eficientes para expressarem o corpo humano, mostrando o essencial. Representavam a cabeça humana de perfil com os olhos voltados para frente dando um certo ar de irrealidade, o tronco apresentado de frente, onde queriam mostrar que a pessoa tinha belos e largos ombros. A figura humana é esbelta e idealizada, se estiver andando será mostrada dando um passo às pernas são mostradas de lado. Tudo é muito lógico do ponto de vista egípcio, requer exatidão. Esta forma dos egípcios representarem a figura humana aplica-se a lei da frontalidade ou frontalismo, onde o tronco era representado de frente, enquanto que a cabeça, pernas, pés e olhos de perfil. A lei da frontalidade tinha o objetivo de mostrar ao máximo o rosto, representado de perfil e o olho de frente por ser típico e revelador. Outro padrão aplicado a representação da figura humana chama-se peso da alma onde resumisse que as pessoas mais importantes eram representadas em estatura maior, logo o faraó sempre seria a figura maior que a de sua esposa e súditos, o poder e importância determinavam o tamanho. A arte egípcia utilizava um sistema próprio de representação imutável durante os três mil anos de civilização faraônica. Na escultura egípcia os escultores representavam os faraós e as divindades numa maneira serena, quase sempre de frente, sem mostrar nenhum sentimento. A intenção era manifestar na pedra uma ilusão de eternidade. Normalmente nestas esculturas abusavam nas proporções do corpo humano com a intenção de passar uma impressão de força e de realeza. A arte egípcia principalmente quando voltada à representação da figura humana está intimamente ligada à religião, à imortalidade da alma, da mumificação até as representações nas pinturas, esculturas onde eram feitas com materiais resistentes para durarem eternamente para assim assegurar-lhe a imortalidade, pois acreditavam na eternização do homem após a morte. Fonte: Capítulos 1 e 1.1 da pesquisa do presente Trabalho de Curso.
Avaliação: o Interesse na apresentação do conteúdo. o Apreciar as imagens expostas sobre o conteúdo. o Realizar atividade prática em grupos.
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Realizado/Reflexão: Comecei a aula fazendo a chamada, enquanto o fazia, muitos alunos novos iam chegando, a turma em si começou com 23 alunos e ficou com 34 alunos. No quadro escrevi um texto sobre a Arte Egípcia que consistia nas suas características de representação da figura humana, que cores utilizavam, a ligação da Arte com religião e sobre a lei da frontalidade. Após eles terem copiado o texto do quadro apresentei o data show com algumas imagens, onde eu os indagava que características apresentadas no texto eles estavam vendo em cada imagem. Muitos respondiam as cores, a frontalidade, as vestimentas etc. Depois de lermos as imagens e discutirmos sobre elas, propus uma atividade prática para a turma. Pedi que eles se dividissem em grupos de cinco componentes. Dei a cada um dos grupos uma folha A2, muitos acharam a folha muito grande, pois estavam acostumados a folha de ofício apenas. Expliquei que a atividade era desenhar um corpo com as características apresentadas sobre a Arte egípcia. Podia ser o corpo humano em sua totalidade ou menos como apenas o rosto, isto eles decidiriam. Os materiais que havia solicitado na aula anterior quase todos trouxeram, mas como eu havia levado diferentes materiais, muitos deles usaram os que levei.
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4.3.3. Terceiro Encontro. Dia: 14 de setembro de 2009 Duração: 2 horas 2 períodos
19:00 – 21:00
Objetivo: o Identificar a representação corporal na Arte Grega. Conteúdos: o Corpo. o Arte Egípcia. o Arte Grega.
Desenvolvimento: Explicar o conteúdo Arte Grega enfocando a representação corporal feita pelos gregos que se tratava de uma representação em busca da perfeição corporal. Estudo de texto: 1.2 O corpo representado pelos gregos. Os gregos também por sua vez tinham como tema central para a escultura, a figura humana. Diferente dos egípcios que representavam a figura humana com adereços e aparência característica de sua cultura, a representação da figura humana na escultura grega na maioria das vezes aparece nua. O objetivo dos gregos era atingir o máximo de beleza ideal. Uma tendência presente nas esculturas gregas é as figuras girarem ou retorcerem-se entre si, pois existia uma necessidade de estudo, de como fazer a figura humana em posturas e atitudes incomuns, mas da forma mais proporcional possível. Os gregos tinham como características de suas obras, o racionalismo, dando maior importância ao homem, o ser racional, perfeito. Enquanto que as estatuas masculinas eram quase sempre apresentadas nuas, as femininas aparecem vestidas com roupas simples, salientando o rosto na escultura feminina, pois era talhado com total delicadeza. Nas cerâmicas gregas é onde se encontram a maior parte das pinturas desta civilização, que geralmente retratavam cenas do cotidiano, batalhas, religião e também sobre a mitologia grega. As cores utilizadas nas pinturas eram: vermelho, preto e branco. Fonte: Capítulo 1.2 da pesquisa do presente Trabalho de Curso.
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Apresentação de imagens referentes à Arte Grega com auxílio do data show.
Michelangelo,1504. (Fonte: http://deedellaterra.blogspot.com/2010/11/historia-da-arte-michelangelo.html)
Laocoonte, 20 a.C. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Laoco%C3%B6n_and_His_Sons.jpg)
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Alexandros de Antióquia, 130 a.C. (Fonte: http://josmaelbardour.blogspot.com/2010/07/venus-de-milo.html)
Fornecer aos alunos livros da biblioteca que os auxiliem na atividade avaliativa que eles terão que realizar e uma imagem da arte grega com temática corpo para cada aluno. Execução da proposta da atividade avaliativa, que consiste nas seguintes questões: 1. Compare seu trabalho da Arte Egípcia com as imagens gregas dadas, com o apoio do texto do quadro, comparar e anotar as diferenças de representação corporal entre elas. 2. Com o auxílio dos livros e todo conteúdo dado até esta aula, realize as seguintes tarefas: a) Cite características da representação corporal da Arte Grega. b) Formule um parágrafo sobre a Arte Grega no geral, com o auxílio dos livros para pesquisa.
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3. Com no mínimo uma imagem que recebeu, aponte as características de representação corporal grega que você observou na imagem. Os alunos no final da atividade deveram entregar as questões respondidas e também o trabalho da aula passada sobre a Arte Egípcia.
Avaliação: o Responder com coerência as questões avaliativas. o Interesse na apresentação do conteúdo. o Apreciar as imagens expostas sobre o conteúdo.
Realizado/Reflexão: Iniciei a aula passando a chamada. Muitos alunos queriam me entregar o trabalho da aula passada. Expliquei que eles usariam este trabalho para fazerem a atividade desta aula. Expus no quadro o texto “1.2 O corpo representado pelos gregos.” do Capítulo 2 do presente Trabalho de Curso. Todos copiaram. Após terem copiado o texto, realizamos uma leitura das imagens gregas que expus no data show, com a temática o “corpo”. Ao longo da apresentação eu os questionava sobre as características que eles estavam vendo em cada uma das imagens. Muitos diziam o corpo perfeito, belo e com os músculos torneados. Alguns alunos lembraram-se dos fisiculturistas, os quais também tem o corpo malhado com os músculos definidos. Após lerem as imagens, expliquei para eles que a supervisão da escola me solicitou que eu fizesse no dia de hoje uma atividade avaliativa. Todos entenderam e aceitaram. Escrevi no quadro as questões já citadas no planejamento da aula. Expliquei que estas questões deveriam ser copiadas, respondidas e entregues no final da aula. Forneci a cada um deles uma imagem da Arte Grega com temática corpo a qual seria utilizada na realização da questão três da atividade avaliativa. Disponibilizei alguns livros de Arte da biblioteca. Todos copiaram, responderam e utilizaram os recursos que levei (as imagens e os livros). No geral todos os alunos tiveram êxito em suas avaliações. 52
No final da aula eles me entregaram as avaliações. Pedi a eles que me entregassem os trabalhos da aula passada, logo, todos me entregaram. Comentei que estes trabalhos feitos por eles farão parte de uma exposição dos trabalhos deles na escola. Todos aceitaram e pediram que eu guardasse os trabalhos.
Trabalho das alunas Elisângela e Eliane. (Fonte: SCHMITT, 2009)
Analisando o trabalho das alunas Elisângela e Eliane, percebo que elas realmente entenderam o conteúdo da aula e se empenharam em fazer o trabalho. Observei o início do trabalho delas na semana passada, elas se prenderam muito nos detalhes, misturaram muitos materiais como: giz de cera, lápis para desenho, canetinhas, lápis de cor e pastel oleoso. O grupo representou a figura humana com as características de representação corporal egípcias: a cabeça de perfil com os olhos
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voltados para frente, observa-se claramente o uso da lei da frontalidade. Desenharam muitos detalhes, característicos da cultura egípcia. Cheguei a pensar que se tratava de uma cópia, mas sei que não se trata disso, pois vi na aula passada o esboço do desenho das meninas. Outro grupo que também assimilou o conteúdo da aula passada foi o grupo dos alunos: Fabrício, Priscila, Dienifer e Paola.
Trabalho dos alunos Fabrício, Priscila, Dienifer e Paola. (Fonte: SCHMITT, 2009)
Observei também a elaboração do trabalho deste grupo. Eles utilizaram as cores que os egípcios utilizavam. Marcaram bem os olhos, uma característica que eles observaram nas imagens que mostrei na aula referente à Arte egípcia. Este grupo optou em desenhar apenas o rosto ao invés do corpo na sua totalidade. Não se trata de 54
uma cópia, pois assim como o grupo anterior, também os vi desenhando o esboço do desenho. Eles utilizaram apenas lápis 6B, canetinhas e lápis de cor.
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4.3.4. Quarto Encontro.
Dia: 21 de setembro de 2009 Duração: 2 horas 2 períodos
19:00 – 21:00
Tema: O corpo como objeto para o ensino da Arte.
Objetivos:
o o
Apreciar o filme “A vida de Leonardo da Vinci”. Expor suas opiniões sobre o filme e o conteúdo desta aula.
Conteúdos: o Corpo. o Arte Renascentista. o Vida e obras do artista Leonardo da Vinci.
Desenvolvimento: Explicar o conteúdo Arte Renascentista enfocando a representação corporal feita pelos artistas renascentistas, que se tratava de uma representação com busca da harmonia de formas e perfeição, voltando aos padrões clássicos da Antiguidade. Estudo de texto: 1.3 O corpo visto pelos renascentistas. Partindo para o movimento do Renascimento que foi marcado pelas renovações artísticas principalmente na pintura tornando-se um trabalho muito sofisticado tem como características: rigor cientifico, racionalidade, os artistas voltaram-se ao corpo humano tentando encontrar harmonia de formas e beleza, ideal humanista, voltando aos moldes clássicos da Antiguidade. Na pintura se destacaram características como o uso da perspectiva, realismo, uso do claro escuro para obterem volume nas figuras, os artistas começaram a usar telas e tintas a óleo, começaram a ter estilo pessoal em suas pinturas se diferenciando dos demais, já que o Renascimento é caracterizado pelo ideal intelectual e logo pelo individualismo. Na escultura os artistas buscavam representar o homem como ele realmente é, mantinham a proporção da figura com relação à realidade, usavam a profundidade e perspectiva, estudavam o corpo e o corpo humano estando sempre atentos a pesquisas técnicas e exploração dos processos artísticos tornando as esculturas muito realistas.
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No Renascimento os artistas cultivaram a pintura e a escultura sempre tendo em cada uma delas resultados brilhantes, inventaram novos métodos de projetar e executar as suas próprias imagens. Diversos artistas se destacaram no Renascimento. O maior deles foi Leonardo da Vinci, genial pintor, arquiteto, escritor, cientista e engenheiro. Utilizava a luz e sombra em suas pinturas. Dentre elas destacam-se a obra “Monalisa”, Leonardo dedicava-se muito ao estudo da anatomia, física, matemática e a técnica do esfumato que consiste em não pintar linhas de demarcação nas formas, mas criar um efeito de claro e escuro que permita uma passagem sutil de uma cor para outra. Em sua obra mais conhecida, “Monalisa”, o artista reúne todas as descobertas renascentistas de anatomia, composição e perspectiva. Ele transita no claro e no escuro para dar volume ao rosto, utiliza o esfumato nos limites e nas curvas da face ele esfumaça com tonalidades mais escuras. Não existem linhas de contorno na maneira como ele utilizou o esfumato. Michelangelo, escultor, pintor, poeta e arquiteto, pintou os afrescos da capela Sistina, dentre suas obras está “Davi”, “Moisés” e a “Pietá”, onde o artista junta a Virgem Maria e Jesus Cristo em um arranjo piramidal. Em suas obras o humanismo renascentista está sempre presente, na obra “Davi” pode-se ver isso, as proporções e o estudo da anatomia do corpo são perfeitas. Rafael Sanzio, ao contrário de Leonardo da Vinci, possuía um estilo mais leve e simples, seus quadros não são tão cheios e pesados como os de da Vinci. A marca registrada de Rafael encontra-se em seus quadros, onde os personagens aparecem em uma posição de adoração contemplativa com a cabeça inclinada e os olhos olhando para cima olhando o infinito. Rafael adquire o equilíbrio da Alta Renascença, seu estilo nas esculturas, a perspectiva arquitetônica e a união de elementos pagãos. Existem muitas obras conhecidas feitas por Rafael dentre elas “Escola de Atenas” e diversas madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus). Sandro Botticelli, célebre pintor, em suas obras os temas de seus quadros eram escolhidos de acordo com a possibilidade de expressar seu ideal de beleza, Botticelli associava perfeição ao ideal cristão. Por isso as figuras de suas obras são belas, pois estão relacionadas à graça divina e também melancólicas. Botticelli pintava a figura humana com o pescoço longo, ombros caídos, corpo pálido e macio, ele seguia uma linha de temáticas religiosas e mitológicas. Dentre todas as suas obras, destacam-se “O Nascimento de Vênus” e “Primavera”. Fonte: Capítulo 1.3 da pesquisa do presente Trabalho de Curso.
Apresentação de imagens referentes à Arte Renascentista com auxílio do data show.
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Leonardo da Vinci, 1507. (Fonte: http://amagicadaleitura.blogspot.com/2011/01/monalisa.html)
Sandro Botticelli, 1482. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Primavera_01.jpg)
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Sandro Botticelli, 1483. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Birth_of_Venus.jpg)
Apreciação do filme “A vida de Leonardo da Vinci”, da produtora Versátil Home Vídeo, que se trata de uma superprodução filmada nos lugares reais em que o artista viveu.
Avaliação: o Registrar o texto “1.3 O corpo visto pelos renascentistas” o Interesse na apresentação do conteúdo. o Apreciar as imagens expostas sobre o conteúdo. o Apreciar o filme apresentado. o Comentar com o grande grupo suas opiniões sobre o filme e o conteúdo desta aula.
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Realizado/Reflexão: Comecei a aula passando a chamada, em seguida expliquei a turma que veríamos o conteúdo Arte Renascentista. Coloquei no quadro o texto já citado no planejamento desta aula, a grande maioria copiou o texto. Em seguida, após copiarem o texto, mostrei algumas imagens de obras de artistas como Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio, Michelangelo e Sandro Botticelli. Enquanto líamos as imagens eu os questionava sobre quais características renascentistas de representação corporal eles observavam, muitos diziam que as obras são muito realistas, muito belas e também falavam sobre a técnica do esfumato, não viam linhas nas pinturas principalmente na Monalisa de Leonardo da Vinci. Terminando a apresentação das imagens nos dirigimos para a sala de vídeo, expliquei a eles que veríamos o filme “A vida de Leonardo da Vinci.”. Enquanto olhávamos o filme ouvi muitos comentários, alguns alunos acharam muito interessante o filme, pois nele mostra muitas obras de Da Vinci, todas as pesquisas de anatomia e suas invenções. Terminando de assistirmos o vídeo, voltamos para a sala de aula. Como só tínhamos mais 10 minutos até terminar a aula, comecei a perguntar o que eles acharam do filme. Muitos gostaram, outros acharam um pouco monótono, mas também muito interessante. Enquanto eles davam suas opiniões, eu falava sobre a diferença da representação corporal dos artistas desta época para com a que vimos nas outras aulas. A maioria dos alunos entendeu que cada época teve um modo de se representar. Eles também comentaram sobre a técnica do esfumato, o uso de claro e escuro e sobre a perspectiva. A grande maioria da turma comentou e expôs suas opiniões sobre o conteúdo e sobre o filme. Atingi todos os objetivos que me propus nesta aula.
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4.3.5. Quinto Encontro. Dia: 28 de setembro de 2009 Duração: 2 horas 2 períodos
19:00 – 21:00
Objetivos:
o
Identificar a representação do corpo na Arte realista.
Conteúdos: o Corpo.
o
Arte Realista.
Desenvolvimento: Explicar o conteúdo Arte Realista, focando a representação corporal feita pelos artistas realistas, que se tratava de uma representação realista dos personagens. Ao contrário dos artistas renascentistas que representavam o corpo feminino com aparência angelical, os artistas realistas pintavam o corpo como realmente o viam e no contexto em que se encontrava. Estudo de texto impresso: 1.4 O corpo na sua realidade. Durante o realismo diversos artistas se destacaram alguns deles são: Gustave Courbet o criador do movimento realista, Gustave, tinha sua busca pela verdade e isso se comprava pelos temas que retratou em seus quadros. Suas obras mais conhecidas são: “Mulheres peneirando trigo” e “Os cortadores de pedras”. No quadro “Mulheres peneirando trigo”, Courbet representou a mulher na sua realidade, trabalhando, peneirando o trigo, uma mulher do campo, trabalhadora, cansada, ela não possui mais aquela beleza clássica. Courbet retratou a mulher nas condições em que ela se encontrava no início da Era Industrial, trabalhando de joelhos, uma mulher forte, pois se pode notar a força nos braços dela peneirando o trigo. Diferente do Renascimento onde os artistas representavam o corpo feminino com aparência frágil, beleza angelical, num contexto voltado ao divino, no Realismo os artistas pintavam a realidade, não ficavam imaginando e pintando corpos perfeitos e belos, eles representavam o corpo como ele realmente é e no contexto em que ele se encontrava como podemos ver em “Mulheres peneirando trigo” do pintor Courbet. Fonte: Capítulo 1.4 da pesquisa do presente Trabalho de Curso.
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Realização da leitura de imagem da obra “Mulheres peneirando trigo”, do pintor Gustave Courbet com o auxílio do data show.
Gustave Courbet, 1855. (Fonte:http://artistoria.wordpress.com/category/artemoderna/impressionismo)
A turma irá se dividir em 6 grupos de 5 integrantes. A professora disponibilizará para cada grupo uma imagem de uma obra de arte do periodo realista. Sendo apenas 3 imagens diferentes.
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Gustave Courbet, 1844. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gustave_Courbet_cortadores_de_pedras_(II).jpg)
Jean-Franรงois Millet,1859. (Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:JeanFran%C3%A7ois_Millet_Angelus.jpg)
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Gustave Courbet, 1849. (Fonte: http://realismo-realismo11.blogspot.com/2011_05_01_archive.html)
Os alunos realizarão uma leitura de imagem. Segundo Feldman (1970), é o mais difícil, criativo e gratificante, o estágio interpretativo, pois é nele que se decide o significado da imagem, onde se procura o sentido das observações visuais.
As questões a serem respondidas na etapa interpretativa de Feldman são: 1. Que personagens aparecem na imagem? 2. Como eles estão vestidos? 3. Onde eles estão? 4. O que estão fazendo? 5. Há diferenças entre eles? Quais? 6. Os personagens foram representados de forma realista? Isto é, buscando semelhança com o mundo “real”? A medida que cada grupo for terminando de responder as perguntas, eles trocarão suas imagens com as dos outros grupos e respondendo assim as mesmas questões para a nova imagem.
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Avaliação: o No final da aula todos os grupos deverão entregar suas respostas para cada imagem que leram, salientando o entendimento do uso do corpo na Arte Realista.
Realizado/Reflexão: Iniciei a aula passando a chamada. Em seguida, expliquei para a turma que o conteúdo que veríamos seria Realismo, distribui a eles impresso o texto “1.4 O corpo na sua realidade.” Após os alunos terem copiado o texto, realizamos a leitura da imagem da obra “Mulheres peneirando trigo” do pintor Gustave Courbet, com o recurso do data show. Fizemos uma leitura descritiva da imagem e alguns colocaram suas opiniões sobre ela. Em seguida pedi à turma que se dividissem em grupos de cinco integrantes. Formaram-se seis grupos. Disponibilizei para cada grupo uma imagem diferente, expliquei que com a imagem eles fariam uma leitura, respondendo algumas perguntas que eu em seguida colocaria no quadro, as quais já foram citadas neste plano de aula. À medida que todos fossem terminando a atividade sugeri que eles trocassem de imagem com os outros grupos para lerem outra imagem e respondessem as mesmas questões, porém analisando outra imagem. Expus no quadro as perguntas. Todos os grupos realizaram a atividade. À medida que cada grupo ia terminando a tarefa, os grupos trocavam de imagens uns com os outros, assim cada grupo fez duas leituras e utilizou duas imagens diferentes. Alguns alunos em seus grupos conversavam entre si sobre as perguntas e formulavam respostas enquanto que os outros escreviam, não necessariamente o que os colegas falavam. Alguns grupos pediram minha ajuda, conversei com os grupos, ajudei-os. Respondiam com gírias, muitos perguntavam se estavam certas suas respostas, incentivei-os e dizia que eles estavam indo muito bem.
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Quando o aluno fala, escreve sobre arte ou faz seus trabalhos artísticos, realiza atos de autoria pessoal. Geralmente, é o professor quem valida as produções atribuindolhes qualidades na orientação das discussões coletivas ou na recepção das produções individuais, valorizando e incentivando os esforços dos aprendizes nos processos de construção dos saberes cognitivos, procedimentais ou atitudinais e nas combinações desses tipos de saberes (IAVELBERG, 2003, p.10).
Alguns grupos em suas respostas fizeram uma comparação entre a representação corporal dos artistas realistas com a dos gregos, egípcios e renascentistas os quais já havíamos visto nas aulas anteriores, eles contextualizaram as representações de acordo com o tempo e época dos artistas. “Contextualizar é situar as criações no tempo e no espaço, considerando o campo de forças políticas, históricas, sociais, geográficas, culturais, presentes na época da realização das obras." (Iavelberg, 2003, p.09) No final da aula todos os grupos me entregaram suas atividades juntamente com as imagens que disponibilizei.
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4.3.6 Sexto Encontro. Dia: 19 de outubro de 2009 Duração: 2 horas 2 períodos
19:00 – 21:00
Objetivos: o Identificar a representação do corpo na Arte Cubista.
Conteúdos: o Corpo. o Arte Cubista.
Desenvolvimento: Explanação do conteúdo Arte Cubista, explicando a representação corporal feita pelos artistas cubistas, onde eles desarmonizavam as formas da figura real do corpo simulando-o através do uso de formas geométricas. A seguir será apresentado um texto referente ao assunto. Estudo de texto: 1.5 O Cubismo e o corpo. No cubismo , no entanto, a maneira de representar a figura humana era feita de uma forma única. Os artistas cubistas acabavam com a harmonia das cores e das formas, destruíam ao extremo a imagem real do corpo, pois queriam esquecer o aspecto real dele. Os artistas utilizavam as formas geométricas para simularem a figura humana, não correspondendo aos princípios clássicos de representação do corpo como é visto na realidade, portanto o corpo era desfacelado e visto de vários ângulos. O cubismo diferencia-se da antiga pintura porque não se trata de uma arte de imitação, mas de uma arte de concepção que tende a elevar-se até a criação. Ao representar a realidadecriada, o pintor pode dar o efeito de três dimensões; pode de certa forma, cubicar. (Apollinaire, 1997, p.24). O corpo quando representado se dava num mesmo plano, sendo composto de diversas formas geométricas sobrepostas, eles não se preocupavam com o que iriam pintar e sim de como o fariam. Os artistas representavam o corpo desfacelamdo-o em diversas formas geométricas como cubos, esferas, cones e cilindros possibilitando ser visto de vários ângulos. Os principais artistas deste movimento foram: Picasso e Braque. Fonte: Capítulo 1.5 da pesquisa do presente Trabalho de Curso.
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Apresentação de imagens referentes à Arte Cubista com auxílio do data show.
Pablo Picasso, 1937. (Fonte: http://flamachado.blogspot.com/2011/01/guernica.html)
Pablo Picasso, 1907. (Fonte: http://historiaeartee.blogspot.com/2010/11/cubismo_1428.html)
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Durante a apresentação das imagens, os alunos farão uma leitura das imagens oralmente com o auxílio da professora. Analisaríamos as imagens e discutiríamos sobre as cores, as formas geométricas utilizadas e se na união delas há semelhança com o corpo humano. Após a apresentação e leitura das imagens expostas, a professora irá propor aos alunos uma atividade prática em grupo que consiste do uso dos materiais: uma folha A1, formas geométricas coloridas de papelão pintadas, de sulfite coloridas e de tecidos recortados que serão dados a eles para montarem um corpo com as características de Arte Cubista.
Avaliação: o Ao término da aula todos os grupos deverão entregar seus trabalhos, salientando o entendimento do uso do corpo na Arte Realista.
Realizado/Reflexão: Iniciei a aula passando a chamada vendo que a grande maioria dos alunos já havia chegado. Em seguida comecei a escrever no quadro o breve texto sobre o conteúdo Arte Cubista já citado neste plano de aula. Após todos terem copiado o texto apresentei oito imagens de obras cubistas. Enquanto líamos as imagens, eu indagava o que eles viam em cada imagem. Muitos diziam “pessoas quadradas”, “figuras estranhas”, “muitas formas geométricas que juntas se assemelham a figura humana” e comparavam este tipo de representação corporal com a que havíamos visto em aulas anteriores. Em seguida pedi aos alunos que se dividissem em grupos de cinco integrantes, pois eles realizariam uma atividade prática em grupo. Disponibilizei para cada grupo uma folha A1 e diferentes materiais: agulhas, linhas, pastel oleoso, lápis 6b, régua, canetinhas, giz de cera, carvão para desenho e fita crepe. Formaram-se cinco grupos. Um dos meus objetivos no estágio era proporcionar aos alunos contato com diferentes materiais nas aulas de artes, já que nas observações silenciosas vi que eles não tinham
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oportunidade como esta e que com estes recursos usassem sua criatividade ao utilizálos nos trabalhos práticos. Quando distribuí os materiais para os grupos, muitos acharam estranho trabalhar com materiais como tecido, linha e agulha. Falei que eles deveriam utilizar estes materiais em seus trabalhos. Expliquei que a próxima aula seria a nossa última. Combinamos então que montaríamos uma pequena exposição de todos os trabalhos práticos deles na escola. E no último período faríamos uma confraternização de despedida. Enquanto os grupos iam terminando eles foram trocando de materiais uns com os outros, os outros grupos também queriam experimentar usar a linha e a agulha, o pastel oleoso, o carvão etc. A forma que eles solucionaram o uso dos materiais foi muito interessante. O grupo dos alunos Méloni, Guilherme, Luciano e Ezequiel usaram todas as formas geométricas coloridas dadas a eles. Usaram muito pastel oleoso no fundo, com a agulha e a linha o aluno Méloni costurou na folha uma marca pessoal, o começo do seu nome, “MEL”. Usaram toda a folha A1 e não tiveram receio de usar os materiais que disponibilizei a eles. Começaram colando as formas geométricas, lembraram que os artistas cubistas sobrepunham as formas; o mesmo fizeram. Para montarem o corpo colaram algumas formas em cima de outras. Depois, começaram a rabiscar os lugares da folha onde não havia colagem, com pastel oleoso, todos ao mesmo tempo.
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Trabalho dos alunos Méloni, Guilherme, Luciano e Ezequiel (Fonte: SCHMITT, 2009)
O grupo dos alunos Luis Henrique, Douglas, Mateus, Bruno e Fabiana não utilizou toda a folha A1, apenas centralizaram no meio o corpo. Utilizaram o material carvão para desenho e fizeram nas bordas da folha esfumato com o carvão. Resolveram fazer o trabalho com apenas algumas das formas geométricas, lembrando o cubismo. Com a agulha e a linha algumas das formas geométricas eles costuraram na folha ao invés de colarem. No começo do trabalho, o grupo selecionou quais as formas utilizariam, separam formas circulares que foram utilizadas por eles para representar os olhos, para simular as mãos o grupo selecionou duas formas de meia lua, para fazerem as pernas usaram muitos retângulos para dar comprimento as pernas do corpo que estavam construindo. 71
Enquanto selecionavam um aluno do grupo decidiu que eles montariam um menino, os outros integrantes não entenderam logo ele explicou que havia encontrado em meio às tantas formas, uma que parecia um boné, em seguida ele colou a figura no topo do personagem que estavam montando. A forma que eles resolveram usar nos ombros e orelhas lembram realmente o corpo humano, o trabalho todo deste grupo lembra o corpo em todos os seus aspectos.
Trabalho dos alunos Luis Henrique, Douglas, Mateus, Bruno e Fabiana (Fonte: SCHMITT, 2009)
Os alunos Edson, Priscila, André, Matheus e Maicon receberam o material: lápis 6B, régua, lápis de cor, fita crepe e giz de cera. No trabalho deste grupo, eles utilizaram os materiais da seguinte maneira: após terem colado algumas das formas
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geométricas coloridas, com a régua e o lápis 6B desenharam mais formas e coloriram com lápis de cor as formas que desenharam. Com a fita crepe eles decidiram desenhar formas geométricas com elas, vazando no meio. Com o giz de cera coloriram dentro da parte vazada da figura geométrica que desenharam com a fita crepe. Depois de colorirem com giz de cera, retiraram a fita crepe.
Trabalho dos alunos Edson, Priscila, André, Matheus e Maicon (Fonte: SCHMITT, 2009)
Obs.: esta aula devia ter ocorrido no dia 5 de outubro, mas por causa da realidade da escola não pode acontecer. Não havia luz na escola; professores e alunos foram dispensados. Na semana seguinte, dia 12 de outubro, houve feriado de Nossa Senhora Aparecida. Por conta destes motivos esta aula aconteceu no dia 19 de outubro. 73
4.3.7. Sétimo Encontro.
Dia: 26 de outubro de 2009 Duração: 2 horas 2 períodos
19:00 – 21:00
Objetivos: o Retomar os conteúdos e objetivos trabalhados no Projeto educativo de Ensino.
Conteúdos: o Corpo. o Projeto Educativo de Ensino “O corpo como objeto para o ensino da Arte”.
Desenvolvimento: Devolução dos trabalhos teóricos aos alunos. Propor aos alunos que montem uma pequena exposição dos trabalhos práticos desenvolvidos por eles. Disponibilizarei aos alunos papel pardo, cola e pincéis atômicos. Devolverei os trabalhos práticos referentes aos conteúdos: Arte Egípcia e Cubista que eles desenvolveram em aula. Durante a montagem, eu os questionarei sobre como eles acham que o corpo é usado pelos artistas atualmente e também pedirei que eles exponham suas opiniões sobre as aulas, tudo oralmente. Retomada do Projeto: conteúdos, objetivos e processos. Após a montagem e exposição
dos
trabalhos,
faremos
uma
confraternização
de
despedida
pelo
encerramento do Projeto educativo de Ensino: “ o corpo como objeto para o ensino da Arte.”. Avaliação: o Demonstrar interesse e participação na montagem da exposição dos trabalhos. 74
Realizado/Reflexão: Como na aula anterior nós já havíamos combinado de montarmos uma pequena exposição dos trabalhos práticos, muitos queriam começar a montá-la logo. Porém, expliquei que antes devolveria os trabalhos teóricos. Enquanto devolvia os trabalhos, falei que todos foram bem e agradeci o interesse e empenho deles nas aulas. Conversamos sobre algumas questões dos trabalhos que devolvi, as quais alguns não acertaram e fizemos uma retrospectiva das aulas, os conteúdos que vimos, materiais que foram utilizados, e as técnicas que usaram. Logo que devolvi os trabalhos teóricos comecei a devolver os trabalhos práticos e a disponibilizar a eles os seguintes materiais: papel pardo, cola e pincéis atômicos. Enquanto a turma empenhada montava os cartazes, alguns fazendo escritas outros colando os trabalhos, eu os indagava como eles acham que o corpo é utilizado na Arte atualmente? Muitos falavam sobre as tatuagens e piercings, comentei que este tipo de Arte é denominada Body Art. Falei também sobre o artista Stelark e expliquei como é a sua Arte. Muitos acharam repulsivo e estranho, outros diziam que já conheciam e já haviam visto fotos do trabalho do artista. Algumas alunas falaram sobre a maquiagem e se lembraram da Arte Egípcia, por seus olhos marcados. Muitos falaram sobre estilos, tribos de adolescentes, mídia, estereótipos corporais, belo e feio etc. Não foi preciso que eu os instigassem a comentarem e exporem suas opiniões. Ao longo da conversa eles falaram que as aulas foram boas, não foram cansativas, gostaram muito e que sentirão minha falta. Descemos até o térreo e todos começaram a colocar os cartazes, quis tirar fotos deles, mas eles ficaram tímidos, acabei fotografando apenas os cartazes.
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Cartaz feito pelos alunos. (Fonte: SCHMITT, 2009)
Cartaz feito pelos alunos. (Fonte: SCHMITT, 2009)
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Produções dos alunos. (Fonte: SCHMITT, 2009)
Cartazes feitos pela turma. (Fonte: SCHMITT, 2009)
77
Cartazes feitos pela turma. (Fonte: SCHMITT, 2009)
O tumulto foi tanto que a titular Gisele Verardi foi ver o que estรกvamos fazendo. Ela adorou os trabalhos e aceitou tirar algumas fotos comigo junto aos trabalhos.
Titular Gisele Verardi e eu. (Fonte: SCHMITT, 2009)
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CONCLUSÃO
Apenas 14 horas de prática de estágio não formam um profissional. Essa habilidade de saber lidar com as situações só se adquire na prática, com o tempo. Minha caminhada está apenas começando, mas hoje sei o que preciso melhorar para ser uma arte-educadora completa e não uma méra máquina transmissora de conhecimento. Durante sete semanas consecutivas, tive a oportunidade de estagiar na Escola Municipal de Educação Básica João de Barro na cidade de Sapucaia do Sul. Minutos antes do sinal, os professores se organizavam na sala deles e trocavam idéias. Pude vivenciar a rotina dos professores dentro da escola, achei muito agradável a convivência entre eles. A titular Gisele Verardi me mostrou as chamadas, onde pegá-las e como registrar as faltas e as presenças dos alunos. Aprendi muito no estágio. Presenciei o funcionamento de uma escola, a rotina de um professor e como se dá o registro dos conteúdos. Esta integração com o corpo docente e a disponibilidade, interesse e cuidado da titular Gisele foram muito importantes para mim. Sempre disposta a me ouvir, a me aconselhar e ajudar no que fosse necessário. Além de ser importante quanto à troca de conhecimento, também me passava confiança ao ver que a titular se preocupava com o andamento das aulas. Percebia que não estava sozinha. Sempre depois das aulas conversávamos, trocávamos idéias e informações. Quanto aos recursos não tive do que reclamar. Utilizei por vezes o recurso do data show, TV e DVD. Porém quanto aos materiais para as aulas, não tive nenhum auxílio da escola. Durante o estágio, me deparei com situações que me fizeram repensar minha postura docente. Ao longo da prática do estágio, fui obrigada a mudar minhas metodologias, aprimorá-las e perceber que precisava enfrentar meus medos, minhas tensões e limitações para não ser uma profissional frustrada. 79
Recebi o apoio, conselhos e palavras de estímulo dos outros professores da escola. O apoio de todos foi muito importante para mim durante o estágio, me impedindo de esmorecer, me dando força, confiança e vontade de mudar. O vídeo foi uma metodologia expositiva que senti necessidade de utilizar na primeira aula. Muitos alunos nem se quer tinham conhecimento da sala de vídeo. O documentário “Auto-retrato” da série DVDteca Arte na Escola trouxe para eles a oportunidade de verem como o auto-retrato era produzido conforme o estilo de cada artista. Me recordo que na segunda aula do estágio, utilizei o recurso do data show, exibi imagens sobre o conteúdo da aula: Arte Egípcia. A metodologia expositiva com recurso do data show chamou a atenção dos alunos, um recurso que até então eles não conheciam. A partir dali eles se sentiram entusiasmados e então fizemos a leitura das imagens que estava exibindo. Propus para eles desenharem um corpo com as características de representação egípcia. Muitos pegaram seus cadernos de desenho mas expliquei para eles que não utilizariam esse material e sim uma folha A1. “O que é folha A1 professora?”. Eles não conheciam este suporte, mostrei a eles, um aluno me perguntou “Quantos desenhos temos que desenhar?” Respondi que eles poderiam desenhar quantos quisessem. Uma aluna explicou para seu grupo para usarem ao máximo a folha A1 e centralizarem a imagem que desenhariam. Esta aluna me perguntou se eles deveriam desenhar o corpo ou apenas uma parte dele por exemplo somente o rosto. Expliquei que isso eles decidiriam entre eles. Notei o entusiasmo dos alunos ao utilizarem o suporte que desconheciam, o cuidado na hora de desenharem nele. Um de cada grupo se responsabilizou por levar e trazer o trabalho terminado na segunda-feira seguinte. Observei que já estavam todos quase prontos, deixei que levassem, pois queriam termina-los. Um dos objetivos do Projeto Educativo de Ensino foi atingido nesta aula. Proporcionar aos alunos o contato com materiais que até o estágio eles ainda não tinham utilizado nas aulas de Arte. O Projeto Educativo de Ensino provocou nos alunos interesse pela Arte, desenvolvendo a percepção e a prática na produção artística, despertando no aluno o 80
interesse pelas suas produções. A escolha de utilizar a folha A1 veio ao encontro das necessidades dos alunos, visto que não conheciam esse suporte. Na terceira aula, percebi que os alunos procuravam ter anotado tudo que lhes passava, por exemplo os textos. Observei que eles tinham essa necessidade de terem um registro das aulas, um acervo. Hoje vejo que poderia ter trabalhado com eles a idéia de diário ou até mesmo a criação de um portfólio e avaliá-los apatir desta metodologia. Não me dei conta da possibilidade de propor para eles essa criação, um local onde pudessem registrar suas idéias, desenhos, colagens, anotações, um diário personalizado. A utilização do portfólio como recurso de avaliação baseia-se na idéia da natureza evolutiva do processo de aprendizagem. O portfólio oferece aos alunos e aos professores uma oportunidade para refletir sobre o progresso dos estudantes em sua compreensão da realidade, ao mesmo tempo que possibilita introduzir mudanças durante o desenvolvimento do programa de ensino (HERNANDÉZ, 2000, p. 165).
Depois da experiência em si, que me dou conta de outras possibilidades, outras atividades, metodologias que poderiam terem sido aplicadas. Na quarta aula, começei a repensar minha postura, meu comprometimento, e resolvi mudar certas metodologias. Todas as segundas-feiras as 18:00 horas eu já estava na escola. Pegava a chave da sala na direção, ia até a sala de aula, arrumava os materiais, abria as janelas e confirmava os recursos que utilizaria naquela noite, por exemplo o data show. Tudo sempre disponível e confirmado para o uso nas aulas. Na sala, começava a escrever no quadro branco o texto que utilizaríamos na aula. Cansativo, mas imaginava que certamente perderia tempo se o escrevesse em aula. Nesta quarta aula já estava esgotada de chegar uma hora antes apenas para escrever o conteúdo no quadro. Tive que me adaptar à realidade, se para mim esta prática já havia se tornado estafante, imaginava como estaria sendo para eles. Decidi que na aula seguinte traria o conteúdo impresso. Na quinta aula, percebi como a metodologia de exposição de imagens em data show para leitura realmente era sempre bem recebida pelos alunos. Estavámos
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trabalhando o conteúdo Arte Realista. Realizamos uma leitura da obra Mulheres peneirando trigo, do pintor Gustave Courbet. Na leitura da imagem, perguntava a eles o que eles viam. Respondiam: “Mulheres trabalhando e cuidando do filho pequeno.” “Trabalho infantil.” “Tonalidades de amarelo.” “Um menino curioso.”, “Duas mulheres trabalhando, uma desanimada. A outra forte, segurando firme enquanto peneira.” As leituras de imagem possibilitaram uma integração muito grande entre eu e os alunos. Diversos assuntos surgiam a partir delas. Era algo que eles sentiam prazer de vivenciar nas aulas. Nas leituras de imagem, o interesse deles era muito grande pois podiam fazer sua leitura pessoal da obra e colocar suas opiniões sem se preocuparem em estar certas ou não. Não os criticava, apenas mediava. Na sexta aula, propus uma atividade com materiais até ali inusitados para eles. Me recordo de ter notado o espanto dos alunos quando se depararam com materiais que nunca tinham usado nas aulas. “Agulha? Linha?” “Como assim professora?” “Tecido?” Eles nunca haviam pensado que materiais como estes poderiam ser usados, também nunca lhes foi proporcionado esse contato. Com a agulha eles poderiam desenhar, o tecido poderiam recortar, colar ou até mesmo costurar. Expliquei que nas Artes Visuais muitos artistas usam materiais diferentes, inusitados. Vendo a reação deles, comentei sobre a Arte da Terra. Muitos gostaram da idéia de produzir algo a partir de elementos da terra, naturais e que se perderão com o tempo, ou seja uma arte efêmera. A proposta consistia em reproduzir o corpo com as características da Arte Cubista em uma folha A1 com estes materias entre outros. Cada grupo havia recebido um tipo de material pois não tinha para todos. Cada grupo experimentou usar o material que recebeu mas, à medida em que usavam, iam trocando com os outros grupos, não me consultaram sobre isso. Na sétima e última aula, mais um objetivo do Projeto Educativo de Ensino foi atingido. Através da organização de uma pequena exposição das produções dos alunos, observava o interesse deles para com suas produções e dos colegas. Muitos diziam que não queriam colocar seus trabalhos ali, mas os outros colegas incentivavam e no final todos participaram. 82
A partir de agora irei discorrer sobre a questão que para mim foi a mais importante que ocorreu ao longo do estágio. O estágio foi importante pois me fez enxergar principalmente questões pessoais que preciso melhorar para ter um melhor desempenho em sala de aula. Seria frustrante terminar meu estágio não conseguindo me superar, não tendo um bom desempenho. Na primeira aula eu estava muito nervosa e ansiosa. Houve falta de diálogo, minha tensão não me deixou interagir com os alunos. Eu me dosava, me continha com medo da reação deles, mas eles não prestavam atenção em mim. Fizeram tudo que lhes foi proposto, e, no final dos períodos, me senti uma tradicionalista covarde. Fiz tudo o que havia planejado mas sem interagir em nenhum momento com os alunos. Nunca até ali tinha tido experiência com alunos do Ensino Médio, foi algo novo que me mostrou que eu não estava preparada para enfrentar adolescentes. Tinha que melhorar. Mudar minha postura para poder me sentir confortável para desenvolver as aulas seguintes e logo, os alunos se sentirem à vontade para interagir comigo. O diálogo é uma metodologia muito importante, mas que infelizmente não ocorreu na primeira aula aula. Confesso que não tinha essa visão que tenho hoje. Antes de começar a prática de estágio, não imaginava diálogos com os alunos, apenas pensava em desenvolver o que foi planejado e atingir os objetivos do Projeto Educativo de Ensino que havia elaborado. Impus a eles um Projeto, não perguntei o que eles pensavam sobre ele, se tais atividades que havia planejado lhes chamariam a atenção, quais outros conteúdos eles talvez tivessem vontade de estudar, de conhecer. Fiquei apenas com um olhar apavorado e uma sensação contínua de medo. Poderia ter tido com eles uma conversa informal, ouvir o que eles pensavam do Projeto Educativo de Ensino que propus a eles. Poderia ter feito uma técnica para “quebrar o gelo”, deixá-los mais a vontade e a mim tamém. Eu estava preparada quanto ao conteúdo que pretendia ensinar, mas não estava prepara emocionalmente. Hoje sei que a metodologia certa, que é o melhor caminho, é o diálogo. Me perguntava porque não tentei criar um vínculo com os alunos durante as observações silenciosas, pois quando apenas observava não tinha tanta expectativa, 83
não tinha tanta responsabilidade. Poderia ter tentado me aproximar deles, conversar com eles, pois não estava na posição de professora. Se tivesse pensado nessa possibilidade durante as observações silenciosas, certamente para mim seria mais fácil o contato com os alunos durante a prática de estágio, pois estariamos mais entrosados e o contato entre nós fluiria mais. No segundo encontro, a iniciativa de um aluno foi o começo de uma possibilidade de diálogo, minha interação com a turma começou ali. O professor acima de tudo é um observador do comportamento dos seus alunos. Percebendo que ali poderia ser a oportunidade de começar a interagir com eles, me permiti. Abaixei os escudos e ignorei o medo que tinha. Poucos alunos interagiram comigo, notei que para chegar nesses outros alunos teria que ganhar a confiança deles. Quanto mais eu os questionava, mais eles falavam. Este aluno que abriu a possibilidade do diálogo entre mim e a turma, comentava sobre um documentário que havia assistido em sua casa sobre os egípcios. Falou sobre a cultura egípcia, mumificação e história, tudo que lembrou. Interagi com ele, conversamos, e os outros alunos, vendo a iniciativa deste colega, começaram a expor suas opiniões e associavam as caracterísiticas que observavam nas imagens com o texto que lhes passei. Confesso que me senti realizada neste segundo encontro. A autonomia que os alunos tiveram, seguida da iniciativa de um de seus colegas, me deixou vibrante. Percebi que não estava ali para ser uma professora, mas para ser alguém que aprenderia muito com eles. O que não aprendi na faculdade, eles me ensinariam. Me ensinariam a ser uma arte-educadora. Há uma enorme diferença entre ser professor e educador. Nesta aula, decidi ser educadora, decidi considerar o aluno no todo. E eu, como educadora e aluna. De todas as aulas posso tirar conclusões sobre o que poderia melhorar. Percebi que tenho despreparo para interagir com alunos de Ensino Médio. Hoje penso que deveria ter posto o diálogo com os alunos em primeiro lugar desde as observações silenciosas.
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No terceiro encontro, o diálogo surgiu e se estabeleceu de forma natural. No momento da leitura das imagens, os alunos se soltaram. Como estávamos estudando a Arte Grega, comentaram sobre os fisiculturistas e nosso diálogo fluiu. Conversavam comigo, queriam saber minha opinião, se eu concordava ou não com eles. Sentia que já havia superado a “tensão” e a “atenção” deles para comigo era espontânea seguida de diálogos. Passadas algumas aulas, me senti mais segura, minha “tensão” quanto a estabelecer um diálogo com eles simplesmente passou, sem pressão nenhuma recebi a atenção que esperava deles. Esses diálogos acerca das leituras de imagem que fizemos em sala de aula continuaram fora dela. Algumas alunas que chegavam na escola mais cedo me encontravam e vinham conversar comigo. Sentia prazer em conversar com elas pois percebia que havia conseguido cativar alguns alunos. O estágio me fez perceber que se quero ser uma profissional da educação, uma educadora, preciso ter domínio de mim mesma, das minhas emoções, superar meus medos, me permitir, ser mais receptiva e espontânea. Não é uma tarefa fácil, mas é uma mudança que quero me permitir sempre para um dia conseguir ser a educadora com que tanto sonho. A partir da quarta aula em diante, o diálogo esteve sempre presente nas aulas. Me sentia realizada vendo que os alunos se interessavam cada vez mais e minha confiança em mim mesma só crescia. Na última aula do estágio, fizemos uma retrospectiva das aulas, em diálogo informal, como já estávamos acostumados. Conversamos sobre os conteúdos, relembramos as características de representação corporal de cada época que estudamos e os materiais que eles tiveram a oportunidade de manusear. Enquanto os alunos colocavam nas paredes da escola os trabalhos práticos que fizeram ao longo das aulas para um singela exposição, outros escreviam frases e textos nos cartazes. Agradeci o empenho e interesse deles nas aulas. Recordamos os primeiros dias, minha “tensão”. Uma das alunas comentou que era nítido meu medo, mas que com o decorrer das aulas fui me entrosando com a turma e conversando mais. Aprendi muito com todos eles. 85
O estágio acima de tudo foi um crescimento pessoal. Hoje me sinto mais preparada
e
confiante.
Esta
experiência,
limitada
em
relação
ao
tempo,
mas enorme em questão de aprendizem, me possibilitou mudar minha postura e crescer como educadora. Educador é aquele que se propõe a considerar todos os aspectos da vida de seus alunos: intelectuais, emocionais, culturais e sociais. Hoje, me sinto capaz de exercer a profissão que escolhi: Arte- educação.
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