A LINHA DA VIDA NOS CARRETÉIS DE IBERÊ CAMARGO
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA/Canoas/RS UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS
Daiany Lara da Silva
A LINHA DA VIDA NOS CARRETÉIS DE IBERÊ CAMARGO
Canoas, 16 de novembro de 2010
DAIANY LARA DA SILVA
A LINHA DA VIDA NOS CARRETÉIS DE IBERÊ CAMARGO
Trabalho de Curso apresentado como pré-requisito parcial para a obtenção de título acadêmico de Licenciado/a em Artes Visuais, pelo Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Luterana do Brasil, sob orientação dos professores Me. Jurema Trindade e Dr. Celso Vitelli.
Orientadora: Me. Ana Lucia Beck
Canoas, 20 de dezembro de 2010.
Dedico a todos que tão pacientemente entenderam minha ausência, e que sempre torceram pela minha vitória. Essa é nossa.
Agradeço aos alunos que tão carinhosamente me receberam e que foram essenciais deste trabalho e em minha vida.
“O que está dentro é o que está fora. Meus tons são frios porque minha paleta vem da alma. Pinto o que sinto. Acho que não nasci para alegrar ninguém, sempre me senti um ciclista da vida que anda contra o vento. Se as pessoas percebem tristeza ou alegria é porque esses sentimentos vêm delas. A arte é essa busca de sentido”. Iberê Camargo, 1994 Entrevista ao jornalista Paulo Reis.
RESUMO
O Projeto A Linha da Vida nos Carretéis de Iberê Camargo, aborda a prática de ensino do Estágio em Artes Visuais III, realizado na escola de E.M. Alberto Santos Dumont, na cidade de Sapucaia do Sul, com uma turma de primeiro ano do Ensino Médio, tendo como objetivo apresentar aos alunos as diversas linguagens que a arte pode expressar e seus principais suportes artísticos. Este projeto surgiu da intenção de apresentar ao aluno o processo de criação e as linguagens representadas nas mais variadas formas artísticas, despertando o conhecimento e o entendimento das artes como forma de expressão. Para preparar o projeto de ensino foi realizada uma pesquisa baseada na autora Vera Beatriz Siqueira que descreve a vida e a obra do artista Iberê Camargo na qual busca despertar o interesse para o desenho, a gravura e a pintura que eram as linguagens utilizadas pelo artista. Também utilizei outras autoras como Fayga Ostrower e Kátia Helena Pereira, no que diz respeito às linguagens visuais e a representação da forma e seus significados. Ao longo das aulas do projeto foram realizadas atividades proporcionando a percepção e a análise de obras do artista Iberê Camargo e também dos trabalhos realizados promovendo discussões acerca dos conhecimentos obtidos. Durante as aulas os alunos se demonstraram interessados e participativos, tivemos uma boa relação interpessoal com base no respeito mutuo entre professor e aluno. De modo geral os resultados obtidos durante a prática de ensino foram satisfatórios. Sei que tive dificuldades em alguns pontos desta trajetória, mas reconheço que elas foram parte integrante deste percurso. Neste convívio com os alunos, se descobre que eles têm muito mais em suas bagagens do que se pensa, e que só precisam ser estimulados e incentivados, assim as evoluções acontecem naturalmente. Palavras chave: Linguagens – Expressão – Significados
SUMÁRIO INTRODUÇÃO..............................................................................................09 1. CONHECENDO O AMBIENTE DE ENSINO ..........................................12 1.1. ESCOLA .....................................................................................13 1.1.1. Histórico.........................................................................13 1.1.2. Caracterização ..............................................................14 1.1.3. Filosofia e Objetivos ......................................................15 1.1.4. Avaliação .......................................................................17 1.1.5. Ensino das Artes ...........................................................18 1.2. QUESTIONÁRIOS ......................................................................19 1.2.1. A Direção .......................................................................19 1.2.2. A Coordenação ..............................................................21 1.2.3. A Professora ..................................................................22 1.2.4. Os Alunos ......................................................................24 1.3. OBSERVAÇÕES SILENCIOSAS ................................................26 1.3.1. Observação Silenciosa 1 ...............................................26 1.3.2. Observação Silenciosa 2 ...............................................27 1.3.3. Observação Silenciosa 3 ...............................................28 1.3.4. Observação Silenciosa 4 ...............................................29 1.3.5. Análise das Observações Silenciosas ...........................30 1.4. OBSERVAÇÕES PARTICIPATIVAS ..........................................31 1.4.1. Plano de Aula 1 .............................................................31 1.4.2. Plano de Aula 2 .............................................................35 1.4.3. Análise das Aulas Participativas.....................................38 2. PROJETO E PRÁTICA DE ENSINO ........................................................41 2.1. PROJETO EDUCATIVO DE ENSINO ........................................42 2.2. DADOS GERAIS DA ESCOLA ...................................................44 2.3. OBSERVAÇÃO SILENCIOSA – NOVA TURMA.........................45 2.3.1.Análise das Observações Silenciosas ............................46 2.4. PRÁTICA DE ENSINO.................................................................47 9
2.4.1. Aulas 1 e 2 .....................................................................47 2.4.2. Aulas 3 e 4 .....................................................................53 2.4.3. Aulas 5 e 6 .....................................................................58 4.4.4. Aulas 7 e 8 .....................................................................65 4.4.5. Aulas 9 e 10 ...................................................................70 4.4.6. Aulas 11 e 12 .................................................................73 2.4.7. Aulas 13 e 14 .................................................................76 CONCLUSÃO ...............................................................................................81 REFERÊNCIAS ............................................................................................89 APÊNDICES..................................................................................................91 Apêndice 1 – Questionário com a Direção..........................................92 Apêndice 2 - Questionário com a Coordenação.................................93 Apêndice 3 – Questionário com a Professora ....................................94 Apêndice 4 – Questionário com os Alunos (1, 2, 3 e 4) .....................95
10
INTRODUÇÃO
Este projeto de ensino foi realizado na escola de E.M. Alberto Santos Dumont em Sapucaia do Sul, com uma turma noturna de primeiro ano do Ensino Médio que é formada por apenas 17 alunos, com a faixa etária entre 15 e 40 anos. Algumas mudanças aconteceram durante o processo de estágio. Houve uma distancia entre o o estágio I e os estagios II e III. Por esse motivo, precisei mudar de turma e fazer novamente as observações, desta vez, na nova turma a qual desenvolvi os projetos de aula. Essas mudanças ocorreram pelo meu suposto despreparo após iniciar meu estágio I, digo suposto, pois me faltava confiança, em mim e em meus conhecimentos. Afinal eu nunca havia entrado em uma sala de aula como professora. Quando finalmente terminei meu estágio I, não me sentia capaz de continuar, cheguei até mesmo a pensar em desistir de tudo. Continuei fazendo as outras disciplinas que ainda me faltavam, passaram-se três semestres e eu ainda não me sentia preparada. Mas descobri com o incetivo de algumas pessoas, que acreditavam mais em mim do que eu mesma, que eu podia, fazendo-me ver qualidades em mim que eu não via, depositando confiança e força nas coisas que eu acretitva. Incentivando a cada passo a caca busca de capacitação e de
9
conhecimento. Vibrando comigo a cada conquista ou simplismente pela minha busca. Este estimulo engrandecia me fazendo buscar dentro de mim o que estava guardado. Eu não tinha despreparo, tinha medo. Já me considero vitoriosa, simplesmente por escolher meu estagio III para apresentar neste trabalho, pois a princípio para mim o melhor era o que deu mais certo que foi o estágio II realizado com o ensino fundamental. Eu pensava que esse teria sido o mais certo. Mas o certinho demais incomoda! E incomodou a ponto de perceber que o estágio III me ensinou muito mais, me fez ter atitude, a improvisar e porque não errar, sim, esses erros foram imprescindíveis para o conhecimento que obtive durante as aulas, pois se não há erro, não há também o aprendizado. O projeto A Linha da Vida nos Carretéis de Iberê Camargo, tem como objetivo apresentar maneiras de produzir imagens a partir da reflexão sobre linguagens, obras e seu contexto de produção. Esse projeto é baseado em minha experiência de estágio com uma turma de Ensino Médio abordando questões entre os suportes artísticos tradicionais. Três deles manifestam-se em duas dimensões: o próprio desenho, a gravura e a pintura. Embora o resultado formal de cada um deles seja bastante diferente, a grande diferença entre eles se encontra na técnica envolvida. Através desse pensamento busquei as semelhanças existentes nestes suportes. O objetivo deste projeto é que através das obras do artista gaúcho Iberê Camargo, seja despertado o interesse dos alunos para o desenho a gravura e a pintura que eram os meios que o artista utilizava para transmitir sua arte. Apresentar aos alunos as diversas linguagens que a arte pode expressar. Iberê Camargo, considerado o mestre do expressionismo brasileiro, foi absorvido pela arte logo na infância através de brincadeiras com carretéis e desenhando debaixo da mesa. Nasceu no ano de 1914, em Restinga Seca, no Rio Grande do Sul, tendo vivido grande parte de sua vida no Rio de Janeiro. Morreu
10
aos 79 anos, em Porto Alegre, em agosto de 1994, deixando um acervo de mais de 7 mil obras. Para elaborar essa pesquisa consultei diversos autores entre eles, Fayga Ostrower e Kátia Helena Pereira que tratam da linguagem visual e a variação da identidade da forma e seu significado. Com relação a busca sobre o artista trabalhado, a autora Vera Beatriz Siqueira, foi quem direcionou meus passos na busca de peculiaridades do artista Iberê Camargo. No inicio do processo de estágio, nas observações realizadas com a turma, constatei que os alunos precisavam desenvolver uma trabalho mais interessante, que os fizessem sair da cadeira. Movimentar, a mão, o corpo, a mente. Utilizando o desenho a gravura e a pintura, busquei desenvolver aulas mais participativas e práticas. Durante as observações é o momento de montar o projeto de ensino. Nesta etapa temos uma noção superficial de como é a turma, não temos tempo suficiente de saber como é realmente o andamento de uma aula com essa turma. Na prática se descobre diversos fatores que influenciam no projeto planejado, e daí vem o lado bom da proposta: o desafio, o improviso, o discernimento, a criatividade no andamento das aulas. Surgem nossas reações, em consequência os resultados e nossa postura diante disso. E não seriam aulas de artes se não fossem assim. O certinho demais incomoda e o erro ensina. O primeiro capítulo mostra a apresentação na escola onde foi realizado o projeto de ensino, descrição das observações e análise inicial das aulas observadas. A prática de ensino é desenvolvida no segundo capitulo, no qual o projeto foi elaborado baseado nas informações iniciais citadas no primeiro capitulo. Na sequência a análise das aulas realizadas.
11
1
CONHECENDO O AMBIENTE DE ENSINO
12
1.1. A ESCOLA DE 1º E 2º GRAUS JOSÉ GOMES DE VASCONCELOS JARDIM.
1.1.1. HISTÓRICO
A escola iniciou suas atividades em 03 de maio de 1977 sob o Decreto de Criação Nr. 25476/SE, Portaria de alteração de Designação Nr. 140/SE em 23 de maio de 2000. A princípio, denominou-se Escola Estadual de 1º Grau Vila Hermann, sob Portaria de Autorização Func. 1º Grau Nr. 154/CEED em 03 de março de 1978. Suas atividades começaram, com 36 professores, três funcionários e 932 alunos. O funcionamento do turno da noite somente teve início no ano de 1982, com um corpo docente de 9 professores e discente, de 213 alunos do Ensino Fundamental. Cinco anos mais tarde, escola adquiriu também autorização para receber alunos em nível de 2º Grau, sob a Portaria de Autorização Func. de 2º Grau Nr. 741/CEED em 17 de fevereiro de 1983, e sob Portaria Ato de Transformação Nr.31.080/SE em 17 de fevereiro de 1983. Nesta época a escola passou a designar-se Escola de 1º e 2º Graus Vila Hernann. Em 23 de março de 1985, pais, alunos, professores e funcionários escolheram a atual denominação da escola, passando-se a chamar-se Escola
13
Estadual de 1º e 2º Graus José Gomes de Vasconcelos Jardim.
1.1.2. CARACTERIZAÇÃO
Situada em Canoas/RS na Rua Santos Ferreira, 2.985 – Bairro Estância Velha, a Escola Estadual de Ensino Médio Jose Gomes de Vasconcelos Jardim conta com 73 professores em seu quadro. Sua equipe diretiva é formada por: Magda Beatriz Cargnin - Diretora (Manhã/Tarde/Noite) Eunice Lanes Berte - Vice-Diretora (Manhã) Vera Lucia Favero - Vice-Diretora (Tarde) Rosí Ângela Baptista da Silva - Vice-Diretora (Noite) Gerson Luis da Rocha - Secretário (Manhã) Carla Machado da Silva - Secretária (Tarde/Noite) Celma Silveira da Silva – Supervisor Educacional (Manhã) Dirce Maria da Rosa Tavalheiro - Supervisor Educacional (Tarde) Celma Silveira da Silva - Supervisor Educacional (Noite) Manoel Henrique da Silva – Coordenador Pedagógico (Manhã/Tarde) Antonio Carneiro Filho - Coordenador Pedagógico (Noite) Rosane Rodrigues Leite - Orientador Educacional (Manhã/Tarde) Magda Helena Hentshel - Orientador Educacional (Noite) Atualmente a escola tem em seu corpo discente mais 2.000 alunos, entre os turnos da manhã, tarde e noite. Os horários de entrada e saída da escola, são: Manhã – 7:40 a 12:00 / Tarde – 13:10 a 17:30 / Noite – 18:50 a 22:50. A Escola conta de ampla estrutura física, jardins com bancos e arborização da escola é formada por 18 (dezoito) salas de aula, biblioteca, sala de
14
vídeo, 2 (duas) quadras de esportes, laboratório de informática, laboratório de biologia, sala de equipamentos para educação física, ,lanchonete, auditório 300 lugares um estacionamento para alunos e outro para professores. Um corredor coberto dá acesso a todas as salas de aula da escola.
1.1.3. FILOSOFIA E OS OBJETIVOS
A filosofia da Escola é: “Conhecer, valorizar e desenvolver as potencialidades do aluno.” (Regimento Escolar, 2007, p.03) A escola tem como objetivo geral: Desenvolver uma prática educativa voltada à construção e valorização do conhecimento, considerando e respeitando as diferenças individuais do educando, bem como os princípios de cidadania, possibilitando sua formação sócio-cultural, político e religiosa. (Regimento Escolar, 2007, p. 03)
Princípios norteados do Projeto Político-Pedagógico, da escola são os seguintes: A – Igualdade de condições no acesso e permanência na escola. B – Qualidade de ensino. C – Gestão democrática, nas dimensões pedagógicas, administrativa e financeira. D – Liberdade como principio constitucional. E – Valorização da pessoa: o educando na sua individualidade.
Conforme Plano Político Pedagógico (2007) a Instituição de Ensino, tem como principal papel: •
Formar pessoas e cidadãos livres, conscientes e responsáveis.
15
•
Educar a criança e o jovem, desenvolvendo sua visão crítica e auxiliando-o no processo de inserção social.
•
Oferecer
uma educação integral,
contemplando o desenvolvimento
intelectual, afetivo, psíquico emocional, físico e espiritual. •
Ajudar na formação do caráter e dos limites individuais e coletivos, sempre pautados pelo respeito ao outro, pela noção de igualdade e democracia que desejamos.
•
Resgatar os valores da sociedade, da justiça, da igualdade e da fraternidade, contribuindo com a construção de uma sociedade melhor.
•
Oportunizar a vivencia de situações que levem os alunos a refletirem sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o mundo e a sociedade em que vivem, incentivando-os para a mudança e para a conquista de melhores condições de vida.
•
Criar um clima de respeito e harmonia, valorizando todos os seguimentos da comunidade escolar.
•
Proporcionar oportunidades para que os integrantes da comunidade escolar possam expressar seus sentimentos e anseios, alem de demonstrar e desenvolver suas habilidades, conhecimento e experiências.
•
Empenhar-se no resgate da valorização da educação, reivindicando, do Poder Publico maior investimento nas escolas e na formação dos recursos humanos.
•
Executar projetos e ações educativas, desenvolvendo a responsabilidade, e os direitos e deveres, chamando a participação todos os integrantes da comunidade escolar.
•
Qualificar o processo educativo da escola, buscando conhecer, interagir e transformar a realidade desfavorável das comunidades escolares e locais.
16
1.1.4. AVALIAÇÃO
A avaliação caracteriza-se como um processo contínuo, participativo, cumulativo e interativo, envolvendo todos os segmentos da comunidade escolar. Buscando sua eficácia na avaliação através da eficiência no planejamento, nos procedimentos metodológicos e em toda estrutura educacional. Acredita que avaliação do rendimento escolar é eficiente quando produto, não apenas de teste e provas, mas das constatações feitas ao longo do período escolar, da análise dos trabalhos individuais e coletivos, da percepção da capacidade do aluno em encontrar e selecionar informações e, sobretudo, das condições deste em associálas aos saberes que fazem parte de sua bagagem cognitiva. Com base nos dados coletados, o professor poderá determinar e embasar o resultado final relativo ao desempenho do seu aluno. A escola realiza a verificação do rendimento escolar, ao longo de três trimestres, de forma sistemática, contínua participativa e cumulativa de diagnóstico, considerando aspectos qualitativos e quantitativos, visando ao acompanhamento, assistência e controle do crescimento em relação ao domínio das habilidades, competências e mudanças comportamentais, na busca do conhecer, do ser, do agir e do conviver. Acreditando que quando permanente e constante, a avaliação do aluno, em todos os instantes e lugares de sua presença na escola, é mais completa do que aquela obtida exclusivamente por instrumentos específicos e instantâneos. Na primeira série do ensino fundamental, ao final de cada trimestre, para fins de acompanhamento dos pais e/ou responsáveis, é usado Parecer Descritivo. Ao final do ano letivo, para fins de promoção, é usada a menção A para aprovados e R para reprovados. Nos níveis Fundamental e Médio, exceto para a primeira série do ensino Fundamental, considerando os aspectos qualitativos e quantitativos, os
17
resultados da avaliação trimestral do aproveitamento em cada Componente Curricular são registrados em pontos: a) Numa escala de 0 (zero) a 30 (trinta) no primeiro e no segundo trimestre; b) Numa escala de 0 (zero) a 40 (quarenta) no terceiro trimestre. Para obter aprovação, o aluno necessita, ao final do ano letivo, através da soma dos pontos obtidos ao longo dos três trimestres, totalizar, no mínimo, 60 (sessenta) pontos.
1.1.5. ENSINO DAS ARTES
Não há nenhum projeto ou especificações do Plano Político Pedagógico ou no Regimento escolar a respeito do ensino das artes. Por esse motivo os dados a seguir, foram fornecidos oralmente pela diretora da Escola. A Diretora salientou que a escola conta com sala de artes, que inclusive precisa de algumas mudanças para “ficar com cara de sala de Artes”, precisa de cor, idéias e criatividade. A escola não conta com professor formado na área de Artes, a professora que ministra as aulas de Artes na escola no momento, é formada em letras. A formulação de uma proposta de trabalhar a arte na escola exige que se esclareçam quais posicionamentos sobre arte e educação escolar estão sendo assumidos. Por sua vez, tais posicionamentos implicam, também, na seleção de linhas teórico-metodológicas (FUSARI e Ferraz, 2001, p. 22).
A escola coloca sempre os alunos em primeiro lugar, buscando seu crescimento intelectual e crítico, preparando-o para integrá-lo à sociedade. Com um espaço muito bem organizado e agradável, a escola deixa seus alunos a vontade, mas sem exageros, há acima de tudo respeito mútuo.
18
Os professores de todas as disciplinas, inclusive a de Artes seguem o plano de ensino, e cada professor escolhe a melhor maneira de desenvolver o que é proposto no plano de ensino. A avaliação é feita a cada dia gradativamente, pelo professor, baseando-se no desenvolvimento diário do aluno, em seus deveres, e empenho. Isso estimula, incentiva o aluno a empenhar-se cada vez mais sendo reconhecido por isso.
1.2. QUESTIONÁRIOS
1.2.1. A DIREÇÃO
Conforme questionário realizado com a Diretora da escola, professora Magda Beatriz Cargnin, nota-se que ela considera o Ensino das Artes de fundamental importância para o desenvolvimento do aluno, “Espaço para todos externarem o emocional da forma que a realidade se apresenta a esse indivíduo”, assim se refere às aulas de Artes. [...] num contexto histórico - social que inclui o artista, a obra de arte, os difusores comunicacionais e o público, a Arte apresenta-se como produção, trabalho, construção. Neste mesmo contexto a arte é representação do mundo cultural com significado, imaginação; é interpretação, é conhecimento do mundo; é, também, expressão dos sentimentos, da energia interna, da efusão que se expressa, que se manifesta, que se simboliza. A arte é movimento na dialética da relação homem mundo (FUSARI e FERRAZ, 2001, p. 23).
Baseando-se no plano de estudos, as aulas de todas as disciplinas são diariamente planejadas.
19
A escola, também desenvolve projetos junto à comunidade, como o projeto da feira interdisciplinar. Também há a disposição na escola a chamada sala de artes, onde há espaço para expor trabalhos e fazer pinturas, um bom espaço para o desenvolvimento das aulas de Artes. Os trabalhos dos alunos não são expostos fora da sala, cada turma tem seu próprio mural dentro da sala de aula. Infelizmente a escola conta com poucos livros de Arte, o que dificulta o acesso dos alunos. Deve-se então partir dos professores esta busca. Alguns espaços e recursos são cedidos para contribuir com as aulas de Artes, como um mural, ainda improvisados e papel pardo, ficam a disposição dos professores. Em uma escola grande, como essa, é comum que ocorra problemas disciplinares, a escola tem como base o diálogo, apostando nisso para a conscientização do aluno. A avaliação é feita quantitativamente de diversas formas, e qualitativamente com análise do aluno dentro da sala de aula. Como expectativa no trabalho da estagiária, a Diretora espera que o plano de estudos da escola seja seguido e também o plano de aula do professor. Buscando uma análise dos resultados reais de aprendizado obtidos pela turma. A escola e o professor trabalham com a aprendizagem do aluno num processo que não acaba nunca. Aprende-se e sempre. Além do mais, aprender não é uma propriedade exclusiva do aluno: o professor também aprende. (MASETTO, 1994, p.45)
‘
A diretora busca a valorização do que os alunos têm em sua
“bagagem”, as vivências, as descobertas, as alegrias e sua própria cultura, isso em todos os sentidos, dentro da escola e dentro da vida de cada um. Tem uma abordagem humanista, respeito e confia nos alunos, isso faz com que a Diretora tenha uma ótima relação, com todos.
20
1.2.2. A COORDENAÇÃO
Após questionário realizado com a Coordenadora da escola, a professora Celma Silveira da Silva, percebe-se que a escola orienta muito bem os professores a respeito de seus deveres, isso acontece em reuniões feitas periodicamente, onde é elaborado o planejamento de estudos a serem desenvolvidos e cumpridos. Os conteúdos de cada disciplina são programados em reuniões, onde é elaborado o plano de estudos. A coordenadora comenta que o plano de estudos, elaborado em 2005 esta, neste momento sendo reformulado.
[...] o planejamento da escola é um processo voltado para a organização de ações que permitam a consecução de objetivos educacionais, o plano é um documento escrito que materializa um determinado momento de um planejamento. É a apresentação, de forma organizada, de um conjunto de decisões (MASETTO, 1994, p.86).
A escola realiza também, feiras com exposições e está aberta a novas idéias, já que, como disse a coordenadora, a disciplina de Artes é imprescindível, como qualquer outra disciplina dentro do desenho curricular. A avaliação em Artes funciona como nas outras disciplinas. Conselhos de classe, também são realizados periodicamente na escola. Os professores também são avaliados na escola, de maneira funcional, pedagógica e no cumprimento de tarefas e entrega de documentos. A coordenadora tem como principal função dentro da escola, auxiliar e supervisionar toda parte pedagógica na prática. Dentro de suas principais funções a considerado mais delicada é a de supervisionar e desempenho na sala de aula. Um plano, para que se construa em instrumento eficiente de ação, precisa ser muito bem pensado e, melhor ainda, muito bem regido. Isso significa a apresentação de diretrizes claras, práticas e objetivas (MASETTO, 1994, p.86).
21
É importante o diálogo contínuo com os professores, compartilhar experiências e debatê-las. Assim cada vez mais, os alunos ganham com isso.
1.2.3. A PROFESSORA
Conforme questionário realizado com a professora Patrícia, que tem formação em Letras, e trabalha na escola com as aulas de Artes e Inglês, cita que a escola realiza reuniões, onde são planejadas as aulas, e levantados tópicos relevantes para o ensino desses conteúdos. Com base nessa reunião pedagógica, busca-se identificar os aspectos da turma, e perceber qual a melhor maneira de aplicar os conteúdos. Para desenvolver um bom trabalho de Arte o professor precisa descobrir quais são os interesses, vivências, linguagens, modos de conhecimento de artes e praticas de vida de seus alunos. Conhecer os estudantes na sua relação com a própria região, com o Brasil e com o mundo, é um ponto de partida imprescindível para um trabalho de educação escolar em Arte que realmente mobilize uma assimilação e uma apreensão de informações na área artística. O professor pode organizar um “mapeamento” cultural da área em que atua, bem como das demais, próximas e distantes. É nessa relação com o mundo que os estudantes desenvolvem as suas experiências estéticas e artísticas, tanto as referentes a cada um dos assuntos abordados no programa de Arte, com as da área da linguagem artística desenvolvida pelo professor (Artes Plásticas, Desenho, Música, Artes Cênicas, etc( (FUSARI e FERRAZ, 2001, p.73).
A turma é avaliada conforme seu interesse geral e compreensão dos conteúdos, também na elaboração dos trabalhos e pontualidade em todos os aspectos. A professora lamenta a falta de tempo para realização de projetos interdisciplinares, já que, a turma tem apenas um período por semana. Como principal objetivo nas aulas de Artes, a professora diz buscar o desenvolvimento do aluno, seu senso crítico, dando espaço à expressão da cultura de cada um a partir dos trabalhos propostos.
22
Os materiais utilizados nas aulas, além de textos que a professora traz à sala de aula, alguns outros também são usados como lápis, material para colorir, tesoura e folha de ofício. Como conteúdos a professora esta apresentando alguns artistas renomados à turma, como Leonardo Da Vinci e Michelangelo, também uma idéia geral da história da Arte, conforme o proposto na reunião pedagógica. Referente a recursos didáticos que a escola dispõe, a professora é sucinta quando dizendo que há poucos livros da área na escola. Quando se faz necessário a utilização de outro espaço diferente de sala de aula, a professora responsável pela turma, deve reservar tal local com a direção da escola. Conforme a professora, os alunos correspondem bem a trabalhos em grupo, interagem em uma troca de experiências contínua. A professora utilizou com essa turma duas técnicas artísticas, sendo elas: colagem e pintura. Cita que os alunos tiveram um grande interesse por colagem, desenvolveram muito bem esse trabalho. A preocupação com o cotidiano dos alunos não deve se restringir apenas ao momento do plano ou início do curso. Essa ação pedagógica deve acompanhar todo o desenrolar das atividades de estudo, para uma interligação mais viva com os conteúdos. (FUSARI e FERRAZ, 2001, p.73).
Apesar de não ter formação em Artes, a professora desenvolve um bom trabalho com a turma. Ainda encontra alguns problemas na escola a respeito da falta de livros pertinentes as Artes e a falta de tempo, já que, ministra apenas um período semanal nesta turma. Busca uma adaptação ao modo de ver do aluno, dando importância as experiências vividas por cada um, desenvolvendo um cidadão mais justo e crítico, um aprendizado mútuo entre mestre e aprendiz.
23
1.2.4. OS ALUNOS
Buscando o conhecimento da turma a ser trabalhada, foi elaborado um questionário com dez questões, realizado com os trinta alunos que compõe a turma que cursa o 2º ano do Ensino Médio. A seguir quadro geral de perguntas e respostas obtidas nesta turma.
Nr. 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Questões
Total
Você considera a disciplina de Artes importante? Um pouco Sim - 18 Não – 1 -30 - 11 O que você acha realmente das aulas de Artes? Regulares Ótimas – 7 Boas – 18 -30 -5 Quando há exposições ou programações culturais você costuma freqüentar? Às vezes Sim - 6 Não – 5 -30 - 19 O que você tem interesse de estudar em Artes? História História dos Artistas Outros - 8 -30 da Arte - 7 - 15 O que você acha mais importante no estudo das Artes? Teoria e Teoria – 4 Prática – 11 Prática -30 15 Quais desses artistas você já ouviu falar? Romero Van Gogh – 23 Miró - 6 -30 Brito – 1 A professora costuma trazer, imagens de obras de arte para as aulas? Às vezes Sim – 2 Não – 9 -30 - 19 Você gostaria de escutar música, enquanto trabalha nas aulas de Artes? Sim – 27 Não - 3 --30 Você gostaria de ter dois períodos de Artes consecutivos? Sim – 28 Não - 2 --30 Cite alguma Obra de Arte que tenha lhe chamado atenção: Obras da Santa Outras Monalisa – 7 30 Bienal - 4 Ceia - 4 - 15
24
Em busca da compreensão da turma, e seus valores culturais, dentro e fora da escola, pude notar que a turma considera o ensino das Artes importante. Que a sua grande maioria busca eventos culturais na cidade, não com tanta freqüência, talvez por falta de conhecimento das Artes e divulgação desse tipo de evento. O que poderia acontecer por parte da professora e até mesmo da escola, incentivando os alunos a participar de novas culturas, e trazendo esse novo conhecimento à escola. Como principal interesse nas Artes, os alunos demonstraram querer conhecer melhor a História da Arte, assim como a história dos artistas, de uma maneira teórica e prática, demonstrando ter muito interesse no entendimento prático dos conteúdos. Foram citados alguns artistas, e a grande maioria da turma se identificou com Van Gogh, seguido por Miró. A turma diz que a professora trás eventualmente imagens de obras de arte, daí o motivo do pouco conhecimento de artistas. Busquei saber se é interessante para o aluno ter mais tempo de aula de Artes, percebo então, que a resposta é unânime, quando diz que gostariam de ter mais tempo para as Artes, e preferem trabalhar escutando música. [...] a arte deve compor os conteúdos de estudos nos cursos de Arte na escola e mobilizar as atividades que diversificam e ampliam a formação artística e estética dos estudantes. As vivências emotivas e cognitivas tanto de fazeres quanto de análises do processo artístico nas moralidades artes visuais, música, teatro, dança, artes audiovisuais devem abordar os componentes artistas-obras-público-modos de comunicação e suas maneiras de interagir na sociedade (FERRAZ e FUSARI, 1999, p. 17).
No questionário busquei conhecer qual experiência Artística dos alunos, o que eles reconhecem como Obra de Arte, o que mais se destacou foram respostas variadas, seguido por Monalisa, Santa Ceia e as Obras da Bienal.
25
Concluindo assim, com base no questionário aplicado, que a turma gosta de Arte, mas não tem um incentivo, pois tem pouco tempo de aula e pouca divulgação de eventos artísticos, que dificulta a compreensão do aluno.
1.3. OBSERVAÇÕES SILENCIOSAS
1.3.1. OBSERVAÇÃO SILENCIOSA 1
Ensino Médio – 2º ano Professora: Patrícia Vargas Tempo de período: 19h35min às 20h20min Período anterior: Física Alunos presentes: 24
Professora recapitula o que foi feito na outra aula, monocromia. Em seguida descreve no quadro o exercício a ser realizado. Relembra que estão revendo as cores quentes e frias, sendo as cores quentes: vermelho, amarelo, laranja e as cores frias: azul, verde, violeta e também os tons neutros: preto, branco e cinza. Pede que os alunos peguem uma folha que já havia pedido na aula anterior, dividam-na em 4 partes, o primeiro quadro para identificação, o segundo cores quentes, o terceiro cores frias e o quarto cores neutras. Fazendo um desenho igual nos 3 quadros, diz que pode ser feito imagens abstratas, mas ressalta que talvez fique mais difícil de fazer a reprodução da imagem nos 3 quadros.
26
Alguns alunos não tem folha, então a professora vai buscar e se ausenta da turma por alguns minutos. Os outros alunos já iniciam o trabalho. Alguns se organizam em duplas. A professora tem um bom relacionamento com os alunos. Também mantém a sala limpa e organizada. Alguns materiais são oferecidos pela professora. Por volta das 19h55min a professora faz a chamada. Alguns alunos levantam e pedem auxilio para a professora, enquanto ela fica em sua mesa a disposição e fornecendo materiais quando necessário. Todos os alunos trabalham em total silêncio. Um dos alunos que vai até a mesa da professora vê algumas imagens de obras que a professora mostra, falam sobre o Santander Cultural. Em torno de 19h15min os alunos lembram que o período esta se acabando. Professora recolhe seu material emprestado, auxilia alguns, lembra dos papeis no chão.
1.3.2. OBSERVAÇÃO SILENCIOSA 2
Ensino Médio – 2º ano Professora: Patrícia Vargas Tempo de período: 19h35min às 20h20min Período anterior: Física Alunos presentes: 24
Professora pede para que os alunos tragam os trabalhos de monocromia e cores quentes e frias, na próxima aula, pra fazer avaliação, e
27
recapitula quais são eles. Diz que quem já esta com todos os trabalhos na aula, podem levar para ser avaliado. Alguns levam para a professora olhar. Os demais alunos, cada uma em seu lugar, buscam terminar os trabalhos, buscando novas cores e tonalidades. Seguem o trabalho das cores quentes e frias. Os que estão com os trabalhos prontos ajudam os outros colegas. Fim do período, professora se retira lembrando dos trabalhos que devem ser avaliados na próxima aula.
1.3.3. OBSERVAÇÃO SILENCIOSA 3
Ensino Médio – 2º ano Professora: Patrícia Vargas Tempo de período: 19h35min às 20h20min Período anterior: Física Alunos presentes: 24
Professora pede que os alunos organizem seus trabalhos para ela fazer a avaliação, conforme combinado na aula anterior. Por ordem de chamada, os alunos levam os trabalhos até a professora. Ela, muito atenciosa, conversa com os alunos a respeito de suas obras. Na avaliação os alunos questionam a professora, conversam, trocam idéias em harmonia. Parte dos alunos se apressa para terminar os trabalhos, alguns alunos não trouxeram os trabalhos, outros, não estão com todos os trabalhos, e se comprometem a trazer na próxima aula.
28
A professora alerta que na próxima semana é o último dia para ser feita a avaliação e pede para que não esqueçam.
1.3.4. OBSERVAÇÃO SILENCIOSA 4
Ensino Médio – 2º ano Professora: Patrícia Vargas Tempo de período: 19h35min às 20h20min Período anterior: Física Alunos presentes: 24
Chegando a sala de aula a professora, pede que os alunos que não foram avaliados na aula passada de organizem, pois irá chamá-los. Ela oferece a mesma atenção que foi dada aos outros alunos avaliados na aula anterior. Após avaliação, com os poucos alunos que restavam, a professora volta a trabalhar monocromia, e pede que os alunos criem uma imagem utilizando a monocromia para colorir, usando tons de uma mesma cor para reproduzir sombra e profundidade no desenho. Os alunos se empenham no trabalho, ajudam uns aos outros, trocam materiais. Assim vão formando lindos trabalhos. Já no final do período a professora pede que esse trabalho seja guardado junto com os outros avaliados.
29
1.3.5. ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES SILENCIOSAS
Neste período de observações silenciosas, acompanhando uma turma do 2º ano do ensino médio, com alunos adolescentes, percebi a ótima conivência com a professora, e o entusiasmo que ela transmite. Há realmente um respeito mútuo, os alunos gostam e compreendem as aulas propostas pela professora. Buscando sempre atingir os objetivos propostos pela professora os alunos, muito curiosos, “provocam” a professora, perguntam, fazem desafios, uma aula feita em conjunto. Uma contradição que pode ser observada em muitas aulas de Arte é aquela na qual os professores, simpatizantes da Pedagogia Nova, podem desenvolver atividades artísticas incluindo conceitos, temas, técnicas e projetos com características tradicionais, mas que são tratados, metodologicamente, com enfoque na expressividade e desejos espontâneos dos alunos (FUSARI e FERRAZ, 2001, p. 40).
A professora fez seu próprio planejamento de aula, tem tudo organizado, no momento esta trabalhando cores primárias e secundarias e monocromia, após segue para cospley, desenho, escultura e grafite. Já tem um projeto de grafite em mente para o próximo semestre, os alunos já estão empolgados com a idéia. O maior compromisso do professor é, portanto, adequar o seu trabalho para o desenvolvimento das expressões e percepções infantis, que assim vão configurar-se em grandes problematizações do curso de Arte. Através deste trabalho com o aprimoramento das potencialidades perceptivas das crianças, pode-se enriquecer suas experiências de conhecimento artístico e estético. E isso se dá quando elas são orientadas para observar, ver. Ouvir, tocar, perceber as coisas, a natureza e os objetos à sua volta (FUSARI e FERRAZ, 1999, p. 56).
Buscar o que o aluno tem interesse de descobrir, estimula a curiosidade, conhecer a realidade e desenvolver o plano baseando-se nas experiências de vida dos alunos. É nesta direção que a professora Patrícia
30
caminha, essas atitudes desvendam dúvidas, e proporcionam a confiança entre professor e aluno, um dos pontos mais fortes nesta turma. As disciplinas são compreendidas como recursos que, juntamente com as atividades, experiências e vivências dos alunos, colaborarão para que os objetivos sejam atingidos (MASETTO, 1994, p. 92).
Apesar de não ter formação em Artes, a professora que é formada em Letras, representa lindamente o ensino das Artes. Buscando sempre inovar, ela também divulga exposições que estão acontecendo, incentiva os alunos a desenvolver suas aptidões artísticas. Eles encaram isso como um desafio, e empenham-se para sempre surpreender.
1.4. OBSERVAÇÕES PARTICIPATIVAS
1.4.1. PLANO DE AULA 1
Turma: Ensino Médio 2º ano – T: 207 Data: 21/05/2008 Estagiária: Daiany Lara da Silva Título: Diferentes olhares sobre Pop Art
Objetivos •
Estimular a livre expressão e a valorização de sua própria produção.
•
Perceber a capacidade artística de representação simbólica de formas.
•
Desenvolver o imaginário e o espírito criativo.
•
Buscar composição de imagens.
31
•
Dialogar sobre as obras de Romero Britto e Anderson Thives.
Conteúdo •
Pop Art.
•
Desenho / Colagem.
•
Expressividade da linha.
•
Formas, traço, contorno, fundo, figura, cores quentes, cores frias, linhas, espaço, contraste, luz.
Metodologia •
Expositiva dialogada.
•
Exposição de imagens.
•
Prática individual e em grupo.
•
Exposição de trabalhos.
•
Leitura de imagem.
Desenvolvimento •
Primeiramente será apresentado aos alunos o início do movimento Pop Art. Após serão expostas algumas obras de pintores como Romero Britto e Anderson Thives, relacionando suas diferenças com a mesma técnica, desenvolver a idéia da composição de colagem, desenho e pintura com revistas e jornais.
32
Romero Britto, Maternidade. (Fonte: Disponível em http.www.romerobritto.com.br).
Romero Britto, Bailarinos. (Fonte: Disponível em http.www.romerobritto.com.br).
Romero Britto, Martina. (Fonte: Disponível em http.www.romerobritto.com.br).
Anderson Thives, O Coringa. (Fonte: Disponível em http://exposicaoemquadrados.blogs.com/).
Anderson Thives, Marilyn. (Fonte: Disponível em http://exposicaoemquadrados.blogs.com/)
33
Anderson Thives, V.Da Mata. (Fonte: Disponível em http://exposicaoemquadrados.blogs.com/)
•
Após será proposta uma atividade prática, os alunos em grupo, inspirados nas obras de Anderson Thives, em uma folha A4, farão uma composição toda representada apenas por recorte e colagem, identificando cores, espaço, volume, texturas e linhas.
•
Já com os alunos terminando os trabalhos, será solicitado que finalizem seus trabalhos, façam a limpeza dos materiais e do chão, e deixem o trabalho sobre a mesa.
•
Após tarefas realizadas, discutiremos sobre o trabalho, o que os alunos acharam de formar toda uma composição de imagens apenas com figuras, o que acharam da aula e dos trabalhos. Buscando uma avaliação conjunta de todo trabalho realizado, na visão dos alunos.
Recursos •
Revistas e jornais.
•
Reprodução de obras.
•
Quadro-negro e giz.
•
Tesoura e cola.
34
•
Folhas A4.
Avaliação •
Análise do trabalho prático desenvolvido, se o conteúdo foi assimilado.
•
Empenho e desempenho do aluno na realização dos trabalhos.
•
Exposição de suas idéias através dosa trabalhos.
1.4.2. PLANO DE AULA 2
Turma: Ensino Médio 2º ano – T: 207 Data: 28/05/2008 Estagiária: Daiany Lara da Silva Título: Diferentes olhares sobre Pop Art
Objetivos •
Verificar, simultaneamente, o uso da linha como contorno e estrutura.
•
Perceber as diversas maneiras das produções artísticas.
•
Estimular a livre expressão e a valorização de sua própria produção.
•
Buscar composição de imagens.
•
Dialogar sobre as obras de Romero Britto e Fernando de Azevedo.
Conteúdo •
Pop Art.
•
Desenho.
•
Expressividade da linha.
35
•
Formas, volume, traço, contorno, fundo, figura, cores quentes, cores frias, linhas, espaço, contraste, luz.
Metodologia •
Expositiva dialogada.
•
Exposição de imagens.
•
Pratica individual e em grupo.
•
Exposição de trabalhos.
•
Leitura de imagem.
Desenvolvimento •
A professora revisa o conteúdo trabalhado na aula anterior a partir de um debate com a turma. Dando ênfase ao artista Romero Britto, que será trabalhado nesta aula.
•
Será realizada leitura de imagem de algumas obras de Romero Britto, assim como a história do artista, e seu percurso dentro das Artes.
Romero Britto, Outro Beijo. (Fonte: Disponível em http.www.romerobritto.com.br).
36
Romero Britto, Amizade (Fonte: Disponível em http.www.romerobritto.com.br).
Romero Britto, Bigodes Ondulados. (Fonte: Disponível em http.www.romerobritto.com.br).
•
Romero Britto, Rostos Colados. (Fonte: Disponível em http.www.romerobritto.com.br).
Após será proposta uma atividade prática, em grupo, onde os alunos, inspirados nas obras de Romero Britto, em uma folha A4, farão uma composição, baseado no que foi visto. Se utilizando de cores vivas e largos contornos, descobrindo como representar texturas a partir de traços.
•
Enquanto os alunos trabalham, as obras de Romero Britto estarão a disposição dos alunos para observação.
37
•
Já com os alunos terminando os trabalhos, será solicitado que finalizem seus trabalhos, façam à limpeza dos materiais e do chão, e deixem o trabalho sobre a mesa.
•
Após tarefas realizadas, discutiremos sobre o trabalho, o que os alunos acharam de fazer desenhos com contornos tão aparentes, cores tão vibrantes e como foi representado volume e textura nos trabalhos, o que acharam da aula em geral. Buscando uma avaliação conjunta de todo trabalho realizado, na visão dos alunos.
Recursos •
Reprodução de obras
•
Quadro-negro e giz
•
Material para colorir (diversos)
•
Folhas A4
Avaliação •
Análise do trabalho prático desenvolvido, se o conteúdo foi assimilado.
•
Envolvimento e desempenho do aluno na realização dos trabalhos
•
Bom diálogo sobre o conteúdo
1.4.3. ANÁLISE DAS AULAS PARTICIPATIVAS
A aula teve um ótimo desenvolvimento, os alunos em geral acompanharam os objetivos propostos, debatendo e questionando, quando necessário. Os artistas trabalhados foram elogiados pelos alunos, demonstraram que gostaram muito do modo como eles trabalham e montam suas obras.
38
Trabalho do aluno Jéferson (Fonte: SILVA, 2008)
A proposta de trabalho, foi encarada como um desafio para os alunos,
empenharam-se
e
desempenharam
maravilhosos
trabalhos.
Os
pensamentos fluem e os trabalhos também, o repertório de imagens surge com liberdade.
Trabalho da aluna Camila. (Fonte: SILVA, 2008)
Nota-se que os alunos se utilizaram de imagens de publicidade para revelarem suas preferências, seus desejos e suas recusas, apropriando-se de
39
imagens e concretizando seus sonhos. Exploram as imagens e os textos dentro de uma organização própria, onde a cor e a textura são transformadoras de espaço.
[...] entender que a atividade imaginativa é uma atividade criadora por excelência, pois resulta da reformulação de experiências vivenciadas e da combinação de elementos do mundo real. A imaginação de constitui, portanto, de novas imagens, idéias e conceitos, que vinculam a fantasia à realidade (FUSARI e FERRAZ, 1999, p. 60).
Conclui-se
que
os
alunos
corresponderam
e
demonstraram
motivação e gosto pela criação. Os trabalhos foram confeccionados e coloridos demonstrando muita criatividade. A avaliação deverá realizar-se de maneira continua mediante observação, considerando o processo e não apenas o produto. Analisando o desenvolvimento deste plano de trabalho, entende-se que, os alunos obtiveram um bom entendimento dos objetivos propostos, baseando-se nos debates, questões levantadas, interesse e trabalhos realizados.
40
2
PROJETO
E
PRÁTICA
ENSINO
41
DE
2.1. PROJETO EDUCATIVO DE ENSINO
Estagiária: Daiany Lara da Silva Escola: Escola de E. M. Alberto Santos Dumont Endereço: Rua Ivoti, 93 – Vila Vargas – Sapucaia do Sul/RS Professora Titular: Pedronilda Santos Natel Nº de alunos: 17 Ensino Médio – 1º ano - Turma 4
1 - Datas previstas e horários de atuação na escola: De 15/04/2010 a 28/05/2010 nas quintas-feiras 19h às 20h50min
2- Eixo Central: Arte, expressão de vida.
Atividade inicial •
Apresentação do Projeto Educativo de Ensino aos alunos, através do
tema e discussão sobre os conteúdos que estão sendo desenvolvidos. As atividades são programadas, mas podem ser alteradas no decorrer das aulas. •
Visita em sites de arte, museus e de artistas; conhecer exposições
ateliers, centros de culturais, habituando-se com esse mundo.
42
Atividade de fechamento •
Exposição, análise, reflexões sobre os conteúdos trabalhados,
debate sobre o conteúdo. •
Retomar os objetivos, e reforçá-los.
Título: A Linha da Vida nos Carretéis de Iberê Camargo
Tema do Projeto: Objeto inanimado que evoca a memória arcaica da industrialização, o carretel foi o brinquedo de infância de Iberê Camargo. Era o objeto encontrado na caixa de costura da mãe e que ganhava personalidade através da imaginação. Em 1958, foram resgatados da memória de infância, Iberê reencontrou o carretel em lembranças e estudos de desenho e gravura. A partir daí, o objeto passou a ser seu símbolo, signo e personagem principal de sua trajetória.
Justificativa A escolha do tema, partiu da necessidade de buscar a participação e o envolvimento dos alunos, desenvolvendo atividades práticas e criando movimentação do grupo. Busquei então, um artista que fosse gaúcho e que trabalhasse com diversas técnicas, proporcionando ao aluno conhecer o processo de criação, buscando maneiras de produzir imagens a partir da reflexão sobre linguagens, obras e seu contexto de produção.
Objetivo Geral O objetivo é que através das obras do artista gaúcho Iberê Camargo, seja dispertado o interesse dos alunos para o desenho a gravura e a pintura que
43
eram os meios que o artista utilizava pra transmitir sua arte. Apresentar aos alunos as diversas linguagens que a arte pode expressar.
Conteúdos Específicos •
Desenho.
•
Pintura.
•
Gravura.
•
Forma / significado.
Metodologias •
Expositiva dialogada.
•
Prática individual e em Grupo.
•
Exposição de trabalhos.
•
Apreciação de vídeo.
•
Pesquisa.
•
Estudo de texto.
2.2. DADOS GERAIS DA ESCOLA
A Escola Municipal de Educação Básica Alberto Santos Dumont é situada à Rua Ivoti, 93 - Vila Vargas, na cidade de Sapucaia do Sul / RS. Atende as categorias de educação Fundamental e Médio. A escola trabalha os três turnos, sendo que a noite também funciona o EJA.
44
2.3. OBSERVAÇÃO SILÊNCIOSA – NOVA TURMA
Escola: Escola de E. M José Alberto Santos Dumont Professora Titular: Pedronilda Santos Natel Nº de alunos: 17 Ensino Médio – 1º ano - Turma 4 Data: 18/03/2010
Horário: 19h às 20h50min
A professora faz a chamada e retoma o conteúdo da aula anterior. Pergunta se já aprenderam Linha. Como a maioria respondeu que não, a professora preferiu retomar. Explica sobre a sua avaliação aos alunos, que vale a produção em aula e salienta que os trabalhos sejam realizados em aula, não em casa. Então pega seu livro e passa conteúdo no quadro “Linha”. Os alunos copiam o conteúdo do quadro. Em seguida ela explica o texto, e os alunos escutam atentamente. Na sequência propõe uma atividade: Criar uma composição figurativa, igual a realidade e usando os tipos de linhas e identificá-las e colorir como quiserem. Alguns alunos vão ate a professora descrevem como será seu trabalho, outros já iniciam seus trabalhos, alguns usam régua. Os alunos se ajudam, dão idéias aos outros. A sala fica silenciosa enquanto os alunos realizam o trabalho proposto. Já no final do período, a professora se despede e sai da sala.
45
2.3.1. ANÁLISE DA OBSERVAÇÃO SILÊNCIOSA – NOVA TURMA
Durante a aula observada, busquei analisar o melhor nos alunos, a obediência e a ajuda entre o grupo, esses são pontos fortes nesta turma. Notei-os muito quietos, sem muita reação as atividades. Pareciam robôs programados para exercer algumas tarefas. Pareceu que a professora gosta dessa reação, ou nãoreação. O que vi me causou enorme inquietude. Considero uma aula boa e produtiva, a que os alunos participam, interagem, expõem suas opiniões, suas vontades e seus desejos. Acredito que atividades práticas associadas a teoria estimulam o aluno a descobrir e a experimentar novas possibilidades na escola e na vida. Assim considero que: Qualquer pessoa que tenha a sua sensibilidade ativada por experiências estéticas, estará igualmente construindo conhecimentos múltiplos e desenvolvendo uma postura mais ética em relação à diversidade e alteridade. Portanto, quando o professor de Artes constrói embasamento teórico para defender a importância da Arte no currículo, ele também vai conseguindo transformar ideários equivocados sobre a nossa disciplina, atualizando inclusive a comunidade escolar (ROSSI e CAPRA, 2007, p. 12).
46
2.4. PRÁTICA DE ENSINO
2.4.1 AULAS 1 E 2
Planejado
Objetivos: •
Conhecer o Artista Iberê Camargo e algumas de suas obras.
•
Mexer com os sentimentos puros / primeiro impacto.
•
Desvendar sentimentos mexidos/ influenciados.
•
Representar sentimentos.
•
Representar linguagem visual, elementos que compõe a obra.
Conteúdo •
Desenho.
•
Análise critica.
Metodologia •
Expositiva dialogada.
•
Exposição de imagens.
•
Prática individual
•
Leitura de imagem.
•
Estudo de texto.
47
Desenvolvimento •
Como ponto de partida desta aula, será fornecido de alguns dados do artista Iberê Camargo, sem detalhes e sem nenhuma menção as suas obras. Em seguida iniciaremos e leitura de imagens de algumas pinturas de Iberê.
Iberê Camargo, Fantasmagoria IV, 1987. (Fonte: Material do professor pasta Fundação Iberê Camargo).
•
Os alunos irão manusear as fichas com as obras, destacando o que elas transmitem, todos sentimentos provocados serão anotados em um pedaço de papel e entregue a professora.
•
Em seguida, serão distribuídos aleatoriamente os pedaços de papeis, no qual os alunos descreveram os sentimentos proporcionados pelas pinturas de Iberê.
•
Após será proposta uma atividade prática, em que os alunos realizarão um desenho que contenha os sentimentos inversos aos descritos no papel recebido, baseados nas obras do artista Iberê Camargo. Criando uma nova forma de ver as pinturas do artista.
48
Recursos •
Pranchas com obras do artista trabalhado.
•
Quadro-negro e giz.
•
Pedaços de papel.
Avaliação •
Empenho e desempenho do aluno na realização do trabalho.
•
Bom diálogo sobre o conteúdo.
Avaliação •
Análise do trabalho prático desenvolvido, se o conteúdo foi assimilado.
•
Empenho e desempenho do aluno na realização dos trabalhos
•
Bom diálogo sobre o conteúdo
Realizado
Entramos na sala de aula eu e a professora titular, ela fez a chamada e em seguida conversou com os alunos, explicou que nas próximas aulas uma estagiária iria dar as aulas, que fazia parte processo de formação e que conta com a colaboração de todos para que meu trabalho se desenvolva da melhor maneira possível. Então se retirou da sala. Fiz a minha apresentação, perguntei quem conhecia ou já ouviu falar do artista Iberê Camargo, ninguém conhecia, então, expliquei que o trabalho que irei desenvolver é baseado neste artista, que era gaúcho, e morava em Porto
49
Alegre, dentro disso iremos trabalhar desenho, pintura e gravura, que eram os meios que Iberê usava pra criar suas obras. Falamos sobre museus, quem freqüenta, quem já foi, apenas uma aluna disse já ter visitado um museu. Então me propus a mante-los informados sobre os eventos culturais de Porto Alegre e arredores, disse que compreendia que muitos trabalham, e por isso estudam a noite, mas que havia muitos eventos bons em finais de semana, inclusive, são os que eu participo. Pedi participação de todos, e que não quero estátuas me olhando, eu quero entusiasmo dedicação de todos, afinal eles foram escolhidos para ser a ”minha turma de estágio” e ficariam famosos por conta disso, aproveitam e já se convidaram para a formatura, lembrei que para isso todo estagio tem que correr bem e que conto com a colaboração deles pra isso. Então iniciamos de fato a aula, distribui cópias com uma breve história do artista Iberê Camargo. Fiz a leitura do pequeno texto, onde não coloquei detalhes da vida de Iberê, pois não queria que eles tivessem nenhuma opinião antecipada sobre o artista para não interferir na próxima etapa do trabalho. Durante a leitura distribui pranchas com reproduções de obras de Iberê, e pedi que analisassem todas as imagens. As reações foram variadas, muitos procuravam achar o “sentido certo” da prancha como se buscassem um significado para a imagem, outros riam confusos, dente as obras manuseadas pelos alunos havia uma foto de uma matriz e uma gravura desta matriz, e que, se colocada lado a lado, se encontra como um espelho, um aluno percebeu essa semelhança e disse que era a mesma obra espelhada, expliquei que esse era o processo da gravura em metal, e que iremos também trabalhar essas técnica em nossas aulas. Durante as observações das obras, distribui a cada um deles um pequeno pedaço de papel, onde pedi que escrevessem pelo menos 2 sentimentos
50
que as obras de Iberê proporcionaram a eles. Só depois que recolhi todos os papéis, falei das particularidades da vida do artista.
Papeis com sentimentos descritos pelos alunos (Fonte: SILVA, 2010).
Iniciamos nossa conversa, falei sobre as curiosidades na vida e nas obras do artista, de sua infância humilde, da evolução profissional, dos amores, da família. Falei diretamente de algumas obras, como as séries de carretéis, ciclistas e idiotas, o que remetia Iberê a fazer essas pinturas e os significados destas obras. Os alunos não tinham percebido, ou não tinham entendido carretéis nas obras, só quando desenhei no quadro o formato de carretel era usado e pensado por Iberê, então perceberam, explico que esses carretéis são antigos da época de infância de Iberê. Passei pra eles um livro onde ha algumas fotos de composições que Iberê fazia com estes carretéis. Em seguida distribui folhas em branco e devolvi aleatoriamente os pequenos papeis com os sentimentos descritos por eles no inicio da aula quando tiveram contato com as obras do artista.
51
Trabalho do aluno Elias. (Fonte: SILVA, 2010).
Trabalho da aluna Silvia. (Fonte: SILVA, 2010).
52
Com base em tudo que foi visto, solicitei que fosse feito um desenho que contivesse os sentimentos descritos do papel que cada um recebeu que poderiam criar a vontade. Perguntam se precisa fazer margem, digo que não e quero que usem o máximo da folha. Deixei lápis de cor à disposição para quem quisesse colorir. No inicio houve muito dificuldade de começarem, não sabiam o que fazer, disse que eles iriam interpretar da maneira deles as palavras descritas e pensar no que foi visto. Solicitei que escrevessem na folha quais as palavras geraram o desenho. Aos poucos todos me entregaram os trabalhos, e já foram se preparando para recreio.
2.4.2. AULAS 3 E 4
Planejado
Objetivos •
Observar obras de Iberê, identificando os componentes das obras.
•
Conhecer melhor a historia do artista.
•
Estabelecer significados para os obras.
•
Evocar lembranças.
•
Exercitar o desenho.
53
Conteúdo •
Desenho / Pintura.
•
Formas, traços, fundo, figura.
Metodologia •
Expositiva dialogada.
•
Prática individual.
Desenvolvimento •
Será revisto as obras de Iberê, iremos discutir sobre as pinturas e prestar atenção nos objetos que compõe a obra. Fazendo os alunos notarem os carretéis, presentes nas obras de Iberê, que para ele, tinham um significado especial, podendo ser interpretado além de suas características formais ou funcionais, são símbolos que remetem à memória da infância. Esses objetos tinham tamanha importância para Iberê que o fez desenvolver grande parte de sua obra.
54
Iberê Camargo, Tudo te é falso e inútil IV, 1992. (Fonte: Material do professor pasta Fundação Iberê Camargo).
•
Pensando nos carretéis de Iberê, os alunos responderão: Para você, qual objeto é mais do que funcional, e que significa algo bom, ou que traz uma boa lembrança? Afinal, que objeto seria o seu “carretel”?. Irão responder em uma folha e entregar a professora.
•
Em seguida, os alunos devem desenvolver um desenho com materiais diversos, que representem o objeto descrito no texto de forma bem particular.
Recursos •
Folha A4.
•
Quadro-negro e giz.
•
Material para desenho
Avaliação •
Análise do trabalho prático desenvolvido, identificando se a proposta foi
assimilada.
55
•
Empenho e desempenho do aluno na realização do trabalho proposto.
Realizado
Os alunos demoram a entrar na sala, aguardei um pouco, em seguida fiz a chamada. Em seguida, relembramos a conversa que tivemos na aula passada, sobre a vida e a obra do artista Iberê Camargo. Perguntei a eles o que normalmente aparecia na pintura de Iberê e que objetos. E foram relembrando carretéis, natureza morta, bicicletas e pessoas com caras idiotas.
Todos
participaram, deram opiniões buscando sempre compreender os objetos que compõe as obras Questionei o motivo pelo qual o artista pintava cada uma dessas coisas, e foram relembrando. Mas o ponto onde eu queria chegar, era nos carretéis. Sobre eles falamos muito, já que realmente a história dos carretéis tem um significado todo especial nas obras de Iberê, para ele esse objeto era mais que funciona, ele remetia ao passado, a infância que já passou. Então, escrevi no quadro a seguinte frase: Para você, qual objeto é mais do que funcional, e que significa algo bom, ou que traz uma boa lembrança? Afinal, que objeto seria o seu “carretel”?. E solicitei que respondessem em uma folha e entregassem. Alguns perguntaram se poderiam ser dois objetos ou pessoas, respondi que sim, se isso lhes trouxesse uma boa lembrança. Houveram respostas cheias de sentimentos, lembranças da infância, do cheiro de terra molhada, entes queridos que já se foram. Também não esqueceram dos animais, cachorros, e até uma égua ganhadora de rodeiro, no
56
texto o aluno conta que foi com a égua que aprendeu a laçar, que a ama muito e que ela vai morrer com ele. Depois que todos terminaram, solicitei que eles fizessem uma composição com o objeto descrito no texto que me entregaram, assim como Iberê fazia com os carretéis. Distribui folhas em branco a todos, e deixei material para colorir, linhas e revistas para recortar a disposição.
Trabalho do aluno Jonatan. (Fonte: SILVA, 2010).
57
Trabalho da aluna Bruna. (Fonte: SILVA, 2010).
Coloquei materiais a disposição para complementar os trabalhos, mas ninguém levantou da cadeira para buscar os materiais. Eu chamava, mostrava os materiais, mas poucos foram até a mesa buscar algo. Pedi que escrevessem no verso da folha qual objeto estavam representando. Entregaram os trabalhos e foram ao recreio.
2.4.3. AULAS 5 E 6
Planejado
Objetivos •
Conhecer os processos da gravura.
•
Desenvolver o imaginário e a criatividade.
•
Descobrir o movimento das mãos / traço.
58
•
Combater a timidez no desenho.
•
Interagir com o grupo
Conteúdo • Gravura / Desenho. • Expressividade da linha • Formas, traços, contornos e luz.
Metodologia •
Expositiva dialogada.
•
Exposição de imagens.
•
Prática em grupo.
•
Produção plástica.
•
Musica.
Desenvolvimento •
Nesta aula serão mostradas as gravuras de Iberê. Passando a história da gravura e todo processo desempenhado em torno dessa arte. Para isso o texto Gravura, de Mauro Andiole, será utilizado para descrever o funcionamento da gravura. Dando ênfase à gravura em relevo quando o artista entalha na matriz, resulta em branco na prova impressa. E quando se trabalha com grafite é o acúmulo de linhas e manchas que resulta a área de sombra e na gravura em relevo, cada corte representa uma área de luz.
59
•
Texto: GRAVURA Mauro Andriole
De um modo geral chama-se "gravura" o múltiplo de uma Obra de Arte, reproduzida a partir de uma matriz. Pode ser fruto da elaboração e manipulação minuciosa de um artista a partir de um desenho "original" transferido para uma placa de onde surgirão as imagens que levarão um título, uma assinatura, a data e a numeração que a identificam dentro de sua produção, compondo desta forma uma edição restrita. Este processo é diferente do "pôster", que atualmente é um produto de processos gráficos automáticos e reproduzido em larga escala sem a intervenção do artista. Cada imagem reproduzida, independente de suas cópias é única. A arte da gravura está justamente na perícia da reprodução da imagem, na fidelidade/diferenças sutis entre as cópias. Trata-se de um processo inteiramente artesanal. Desde a confecção da matriz, até o resultado final da imagem impressa no papel, a mão do artista está em contato com a obra. Metal - É uma das técnicas mais antigas, produzidas por vários artistas da Renascença, como Albert Dürer, por exemplo. Consiste na "gravação" de uma imagem sobre uma chapa de cobre polida. O artista faz o desenho por meio de uma ponta seca que risca a chapa, formando sulcos que retêm a tinta, que será transferida através de uma grande pressão para o papel.
Melancolia I – Dürer. Disponível em: http://www.ime.usp.br/~pleite/images/melancolia.jpg
60
Litografia - Surgiu por volta de 1797. Sua matriz é a pedra polida tal qual o cobre. O processo de gravação na pedra litográfica se dá primeiramente através da utilização de material oleoso, com o qual se elabora a imagem. A partir daí, ela recebe banhos corrosivos que criarão micro sulcos para reter a tinta que será impressa no papel.
Hand with reflecting sphere - Escher – 1935. Disponívelhttp://www.gualbertojunior.blogger.com.br/escher.jpg
Xilogravura - A Xilografia consiste de uma matriz em alto relevo produzida em madeira. O relevo é gravado através de materiais cortantes específicos. O artista "entalha" seu desenho na madeira, ao modo de um escultor. Depois disso, a matriz recebe a tinta e vai para a prensa com o papel. Há também a impressão com as costas de uma colher. Esta técnica exige grande habilidade do artista e permite a obtenção de detalhes que a prensa não consegue alcançar. CCéu vermelho - Goeldi - 1950 - Xilogravura a cores Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/imag ens/079_08.jpg
61
•
A atividade prática será desenvolvida com folhas A5 pretas, pranchas com reproduções de gravuras de Iberê Camargo, lápis de cor e giz de cera brancos. As classes serão disposta em circulo, e a atividade será realizada em conjunto, assim irão representar a gravura em relevo e como se forma uma imagem.
•
Com o auxilio da música irão formar desenhos na folha preta buscando o elemento principal representado na prancha que foi distribuída, quando o som pára, a prancha utilizada é passada ao colega da direita. E assim sucessivamente, até que a prancha inicial volte ao aluno. O tempo que cada aluno fica com a prancha vai alternando.
Recursos •
Pranchas com reproduções de gravuras de Iberê Camargo.
•
Folha A5 preta.
•
Lápis de cor e giz de cera brancos.
•
Quadro-negro e giz.
•
Música.
Avaliação •
Interatividade durante o diálogo explicativo.
•
Empenho e desempenho na atividade prática.
62
Realizado
Nesta aula houve um contra tempo, foi trocada a fechadura de nossa sala e tivemos que ir para outra, isso nos tomou alguns minutos. Expliquei que nesta aula falaríamos sobre a gravura e seu processo. Para isso levei o texto “Gravura” de Mauro Andriole, que resume bem como é o processo da gravura em metal, litogravura e xilogravura. Foi feita a leitura do texto, com pausa para as devidas explicações. Também levei meu portfólio de gravuras para que pudessem tocar nas matrizes, sentindo a textura de cada uma delas. Falamos sobre os tipos de gravuras, fizeram perguntas, houve muita participação de todos. Em seguida pedi que colocassem as classes em circulo, pois faríamos uma atividade em conjunto, e distribui folhas pretas, um giz pastel oleoso de cores diversas e pranchas com reproduções das obras de Iberê Camargo para cada um deles. O ideal seria só da cor branca, mas como poucos trouxeram, teve que ser assim, mas no final ficou mais interessante e divertido.
Alunos produzindo os trabalhos (Fonte: SILVA, 2010).
63
Expliquei como seria nossa atividade, que iria representar a gravura em relevo, cada um deles começaria a desenhar o elemento principal da obra de Iberê que foi distribuída, depois de alguns minutos desenhando, peço que passem para o colega ao lado a prancha com a obra de Iberê e o giz, com a próxima prancha
continuar
o
desenho
iniciado,
o
transformando
criando
novas
possibilidades com o efeito das cores novas a cada troca. Foram trocando de prancha e giz até que recebessem a sua prancha inicial. Foi utilizada música durante a aula, que facilitou o desenvolvimento do trabalho.
Trabalho do aluno Marcelo. (Fonte: SILVA, 2010).
Um trabalho coletivo, cada um dos trabalhos era de todos, pois todos criaram tal composição juntos. Conversamos sobre o trabalho, todos gostaram e entenderam o processo de gravura. Relembrei que o ideal seria que todos os lápis fossem brancos para dar um efeito melhor.
64
Após a atividade arrumaram as classes, solicitei que na próxima aula trouxessem um espelho pequeno ou uma foto sua de rosto.
2.4.4. AULAS 7 E 8
Planejado
Objetivos •
Desenvolver o imaginário e o espírito criativo.
•
Buscar composição de imagens.
•
Expressar de diferentes formas o modo de ver as obras.
•
Incentivar a capacidade criadora, partindo de um “objeto” já posto em cena.
Conteúdo •
Desenho
•
Proporção, harmonia, simetria e espaço.
•
Traço, linha, luz e sombra.
Metodologia •
Exposição de imagens
•
Expositiva dialogada
•
Prática individual.
65
Desenvolvimento •
Será revisado o conteúdo trabalhado nas aulas anteriores a partir de um debate com a turma.
•
Nesta aula a proposta é continuar a obra de Iberê, baseando-se em todas as obras já vistas, todos irão receber cópias de obras em preto e branco e a partir dessas obras criar um ambiente, um cenário, cores, outros personagens, e assim “complementar” a obra, colocar o que falta no seu modo de ver. Recriar a obra do artista.
Cópias de obras distribuídas aos alunos (Fonte: SILVA, 2010).
•
Enquanto o trabalho é desenvolvido pelos alunos, algumas obras de Iberê já vistas anteriormente, estão expostas no quadro.
Recursos •
Cópias de obras de Iberê Camargo.
•
Reprodução de obras.
•
Material para desenho.
•
Quadro-negro e giz.
66
Avaliação •
Será considerado satisfatório se o aluno considerar os elementos da linguagem visual nas imagens produzidas.
•
Bom diálogo sobre o conteúdo.
Realizado
Na semana anterior, por motivos particulares não pude comparecer a aula, então a professora titular assumiu a turma. Na ultima aula solicitei que os alunos trouxessem para essa aula uma foto ou um espelho. Minha proposta era trabalhar o auto-retrato, priorizando os que Iberê fez durante a vida. Acabamos não fazendo o trabalho com os espelhos e fotos, pois a professora titular realizou outro trabalho com esse material na semana anterior. Falamos sobre o auto-retrato, demonstrei as diversas maneiras de se retratar, e como o mesmo artista pode fazer auto-retratos tão diferentes, como Pablo Picasso. Foi citado Van Gogh, houve curiosidade da parte deles em saber sua história, falamos sobre o artista e algumas curiosidades de sua vida. Iniciamos nossa aula falando das obras de Iberê, mas desta vez prestando atenção no cenário das obras, o que há em segundo plano. Dentro de alguns exemplos, buscamos a luz, de onde ela vinha? Notando a profundidade, o segundo e terceiro plano. Foram analisando as obras e construindo um olhar mais apurado. O que eles não percebiam na imagem, procurava criar caminhos para que essa percepção aflorasse.
67
Depois desta conversa, iniciamos a atividade prática. Distribui a todos folhas em branco e pequenas cópias variadas em preto e branco de reproduções de obras de Iberê. Essas cópias deveriam ser coladas na folha onde achassem melhor e em seguida criassem um cenário para a obra, com se eles fossem continuar a obra do artista.
Trabalho da aluna Emilena. (Fonte: SILVA, 2010).
68
Trabalho do aluno Marcelo. (Fonte: SILVA, 2010).
Alguns preferiram só desenhar, então copiaram a reprodução da obra e daí seguiriam para seu próprio cenário. Outros colaram a cópia na folha e partiram daí o desenho. Cada um a sua maneira, descobriu a melhor forma de desenvolver o trabalho. Bons trabalhos se formaram, criando luz, sombra, volume, o que refletiu nossa conversa inicial.
69
2.4.5. AULAS 9 E 10
Planejado
Objetivos •
Conhecer mais sobre a prática da gravura.
•
Buscar composição de imagens.
Conteúdos • Gravura • Formas e luz.
Metodologia •
Expositiva dialogada.
•
Produção plástica.
•
Prática individual.
Desenvolvimento •
Será revisado tudo que foi visto sobre gravura, quais os tipos, como é o processo. Será anunciado que nesta aula iremos realizar a gravura em relevo. Em seguida, será distribuído chapas de M.D.F. para que seja montada a matriz, em uma mesa, ficará a disposição E.V.A., tesouras, colas.
•
Depois da matriz montada e entintada, iremos realizar as impressões.
•
As gravuras serão colocadas em um varal improvisando no fundo da sala.
70
Recursos •
Chapa de M.D.F.
•
Chapa de E.V.A.
•
Tesoura, cola e estilete.
•
Quadro-negro e giz.
Avaliação •
Interatividade durante o diálogo explicativo.
•
Empenho e desempenho na atividade prática.
Realizado
Feita a chamada, pedi atenção de todos, relembrei o que estudamos sobre a gravura, uma das linguagens que Iberê utilizava para compor sua obra. Fiz algumas perguntas referentes ao tema, e houveram boas respostas. Expliquei que nesta aula, colocaremos em prática o processo da gravura, que já havíamos falado nas aulas anteriores. Deixei claro que esse era um processo modificado, com materiais simples e sem o uso de ferramentas profissionais. E que o mais importante era experimentar o procedimento de impressão de uma imagem em relevo. Distribui a todos chapas de madeira M.D.F. para que fosse montada a matriz da gravura nela. Em uma mesa distribui E.V.A., tesouras com diversos recortes diferentes e colas. Então solicitei que formassem uma imagem na chapa de M.D.F. com o auxilio do E.V.A., da cola e tesoura, podendo ser figurativa ou abstrata.
71
Em seguida, iniciaram os trabalhos, e foram logo buscando materiais, e fazendo suas composições. Em outra mesa montei o material para o processo de impressão, com esponja, rolinho, colher de pau, nanquim, entre outros.
Trabalho do aluno Marcelo. (Fonte: SILVA, 2010).
Conforme terminavam a composição da matriz, organizavam-se em fila para que eu os ajudasse na impressão. Expliquei passo a passo do processo, fiz associações com algumas obras. E a diferença entre a Xilogravura, Litogravura e a gravura em Metal. A cada nova impressão, o entusiasmado era visível. Ficavam impressionados com os efeitos, que surgiram. Os orientei para que numerassem as folhas e assinassem. Logo após a impressão, colocavam as gravuras em um varal, montado no fundo da sala.
72
Aluna Tuane colocando as gravuras para secar. (Fonte: SILVA, 2010).
2.4.6. AULAS 11 E 12
Planejado
Objetivos •
Conhecer o processo de pintura de Iberê Camargo
•
Perceber as sobreposições que o artista usava em seus trabalhos
Conteúdo •
Percepção/observação.
•
Pintura
73
•
Cores e tonalidades
Metodologia •
Expositiva dialogada
•
Produção plástica
•
Laboratório de informática
Desenvolvimento •
Buscar que os alunos entendam como era o processo de criação do artista
Iberê Camargo, como sua pintura era densa e pastosa, alguns elementos só poder ser notados com a apreciação de um vídeo. Iremos ao laboratório de informativa para assistir o vídeo “Iberê em Processo”, no site da fundação do artista. •
Após voltaremos à sala de aula e iremos representar uma obra de Iberê,
agora com conhecimento do processo e resultado da obra do artista.
Recurso •
Quadro-negro e giz
•
Reprodução de obras.
•
Papel pardo Folha A5.
•
Material pintar.
Avaliação •
Análise do trabalho pratico desenvolvido, se o conteúdo foi assimilado.
•
Empenho na realização do trabalho.
74
Realizado
Desde o inicio de nossas aulas, comento que gostaria muito que os alunos assistissem o vídeo, “Iberê em Processo”, para terem uma noção melhor de como era o caminho que Iberê percorria em suas obras até chegar ao resultado. Quantas tantas camadas de tinta há em suas obras, infelizmente, as reproduções das obras, por melhores que sejam, não transmitem toda a intensidade das pinturas. Não se percebe a textura. Mas o mais importante com o vídeo é perceber como acontece o processo. Por isso na semana anterior reservei o laboratório de informática, e fomos até lá assistir o vídeo, e aproveitando o ensejo, relacionei alguns sites que considero importante, que trazem informações sobre arte, buscas e algumas curiosidades. Ao retornamos a sala de aula, conversamos sobre o vídeo assistido, e a opinião de todos era que realmente não tinham noção de como era o processo nas obras de iberê. Embora eu tenha sempre comentado sobre o modo que o artista pintava, mas não há mesmo como ter essa noção sem ver. Logo propus uma atividade de releitura de obras de Iberê. Foram distribuídas folhas de papel pardo a todos. Em uma mesa foram distribuídas algumas obras de Iberê, tintas e pincéis. Escolhiam qual obra iriam fazer a releitura e com auxilio das tintas e pincéis iam compondo sua obra. Foram desenvolvendo o trabalho, aos poucos se percebia que muitos buscavam tons escuros, faziam muitas misturas de cores, mas também não fugiam das formas da obra escolhida.
75
Trabalho da aluna Emilene. (Fonte: SILVA, 2010).
O interessante é que, assim como Iberê, muitos trabalhos no início da pintura tinham uma aparência totalmente diferente do trabalho final. Trabalhos muito interessantes surgiram. Deixaram estampada sua personalidade nos trabalhos, cada uma a sua maneira.
2.4.7. AULAS 13 E 14
Planejado
Objetivos •
Desenvolver o imaginário e o espírito criativo.
76
•
Sentir a musica, seguir movimentos
•
Interagir com o grupo
Conteúdo •
Pintura.
•
Proporção, harmonia, simetria e espaço.
•
Traço, linha, luz e sombra.
Metodologia •
Expositiva dialogada.
•
Prática individual.
•
Musica.
Desenvolvimento •
Será revisado o conteúdo trabalhado nas aulas anteriores a partir de um debate com a turma.
•
Nesta aula a proposta é que os alunos sintam-se livres para representarem suas emoções através da música. Para isso uma parede será forrada com papel pardo, tintas e pincéis estarão a disposição para a pintura. Todos irão compor o trabalho juntos
Recursos •
Tintas e pincéis
•
Papel pardo
•
Música
•
Quadro-negro e giz.
77
Avaliação •
Bom diálogo sobre o conteúdo.
•
Empenho e desempenho do aluno na realização do trabalho proposto.
Realizado
Nesta aula poucos alunos estiveram presentes, fiz a chamada como de costume. Iniciamos uma conversa sobre todas aulas anteriores, relembramos os conteúdos e as atividades já executadas. Das conversas, das dúvidas levantadas e sanadas por eles. Também lembramos do artista Iberê Camargo, o qual inspirou o andamento de nossas aulas. Pensando em todo o desenvolvimento das aulas, propus aos alunos que fosse realizado um trabalho com toda turma. Com papel pardo forrei uma das paredes da sala, dispus em uma mesa material para pintura, pincéis e tintas, potinhos para misturas, panos de limpeza e carvão.
78
Alunos Silvia, Alex, Bruna e Bruno. (Fonte: SILVA, 2010).
Além das tintas que já havíamos usado em outras aulas, também levei carvão vegetal para terem mais uma possibilidade no desenho. Pedi a todos que lembrassem tudo que já tratamos nas aulas, pedi também que usassem as cores, fizessem misturas e experimentassem. Nenhum deles conhecia o carvão vegetal. Todos iniciaram o trabalho usando o carvão e em seguida entram com as tintas. Acabaram interferindo um no trabalho do outro, fazendo uma continuação interessante. Ao final dos períodos, os alunos ajudaram a recolher os materiais. A pintura realizada pelos alunos ficou na parede, uma aluna foi encarregada de guardá-la após a secagem da tinta. Entreguei todos os trabalhos que desenvolvemos ao longo dessas quatorze aulas. Entreguei também uma pequena lembrança a todos, um bombom com uma mensagem
79
Por fim, agradeço a todos a atenção e a confiança depositada em mim durante todas nossas aulas. Deixo meu contato de e-mail, e prometo avisá-los a data de minha formatura, assim como foi falado em nossa primeira aula.
80
CONCLUSÃO
Analisando meus relatos das aulas, após muitas reflexões, percebo alguns acontecimentos que durante as aulas passaram despercebidos. Atitudes que eu deveria ter tomado, coisas que deveria ter falado. Talvez tenha sido um erro não ter percebido os sinais dados pelos alunos, sinais estes, deveriam ter me guiado durante todas as aulas. Mas o erro nos leva a buscar novas possibilidades, criando novas situações e reações que se tornaram extremamente importantes para o andamento das aulas e me mostraram uma direção a seguir. Desde a primeira aula desejei muito que tudo desse certo, exatamente como estava no projeto de ensino. E hoje percebo que o meu querer excessivo, acabou me fechando os olhos para outras coisas importantes. Parece que o que eu considerava fora do meu querer, não era o certo, e minha preocupação era fazer esses “acidentes de percurso” serem como eu queria, triste erro. O erro para mim era o acerto para os alunos, mas eu não entendia desta maneira. O meu erro era crer que os alunos iriam ter os mesmos pensamentos que eu quando entrassem em contato com a obra, como se tudo já estivesse pronto e todos nós fossemos iguais. Esperava um resultado criativo e espontâneo. Sempre
81
tentava puxá-los para o que eu achava o ideal. Mas o ideal era o que eles faziam, descobrindo gradualmente o que e como queriam trabalhar. A minha grande expectativa delimitou o projeto inicialmente, mas a convivência com os alunos foi me deixando segura pra fazer mudanças em meus planos. Mais segura com relação aos alunos e com minha postura diante deles. Isso me fez em cada aula buscar informações transmitidas pelos alunos, tentando sempre adequar meu projeto a atividades que despertassem a curiosidade e criatividade Logo na primeira aula os alunos demonstraram ser atentos e perceptivos. Quando distribui algumas pranchas para que analisassem. Viraramnas de todos os lados buscando o significado para o que viam. Procuravam um sentido para tudo. Mas a proposta desta atividade era exatamente essa, que eles descobrissem o sentido que tal obra tinha para eles. Percebi que para eles toda forma vinha acompanhada de um sentido. Sentido que era ditado por eles. E que foi sendo construído ao longo das aulas. Após analisarem as pranchas, solicitei que os alunos escrevessem em um pequeno pedaço de papel, que eu mesma distribui, pelo menos dois sentimentos que eles sentiram ao entrar em contato com as obras do artista. Nesta atividade aconteceram dois fatos importantes: o primeiro foi um pequeno-grande erro meu, o tamanho do papel distribuído. Porque um papel tão pequeno? Será que esse papel era proporcional ao tamanho da minha expectativa com relação aos alunos? E o segundo, é que mesmo os alunos tendo esse espaço tão limitado do pequeno papel, não se intimidaram em escrever não só sentimentos, palavras soltas, mas frases que refletiam que os alunos já estavam adiante do que eu propunha a eles. Pensava que neste primeiro contato os alunos iriam ficar surpresos e até desconfortáveis ao ver as obras do artista, que representava em sua maioria imagens sombrias e disformes. Ao contrario do que
82
eu imaginei, os alunos foram super críticos e originais, nesta discussão sobre as obras do artista Iberê Camargo. Reconheci que um pequeno papel já não era o suficiente para exporem suas vontades. Em alguns momentos subestimei os alunos, pensando que eles não estavam entendendo a minha proposta. Mas eu é que não estava compreendendo as mensagens transmitidas por eles. Aprimorando também meus ensinamentos nas aulas, buscando sempre melhorar e ser compreendida propus então o contrário. Que baseados em sentimentos descritos por outros colegas, compusessem uma forma, da maneira que achassem melhor. Apesar dos sentimentos no papel ao ver a obra do artista terem sido bem descritos, ao transformar estes sentimentos em forma, tiveram dificuldade em se “encontrar” diante de emoções que não eram as suas com relação à obra que fora avaliada. Pensando friamente, me questiono: se já é tão difícil definir nossos próprios sentimentos, imagina o sentimento alheio. As imagens pareciam já ser pré-determinadas pelos alunos, afinal, imagens fazem parte de nosso cotidiano, e nossa relação com elas é imprescindível. Informações visuais são diariamente distribuídas e acabam por influenciar nosso olhar. Criando, se descobre um novo significado para o trabalho produzido. O criador transforma o que foi percebido em linguagem plástica reconstruindo a forma e atribui um novo significado a ela. A cada aula eu conhecia melhor os alunos, fui buscando caminhos para atingi-los da melhor maneira, e sei que, para o jovem, tudo que é visual é importante. E, se não é agradável visualmente, não é interessante. Procurei então falar a língua deles, mudando o modo de falar e de me portar. Na verdade não mudei, apenas mostrei que na verdade, eu também tinha os mesmos gostos que eles, inclusive nas músicas e nas roupas. Eu sempre pensei que a professora para ser respeitada em sala de aula, precisaria criar um personagem, de uma pessoa
83
mais velha e recatada. E era isso que tentei fazer. Triste engano. Não é a idade que se faz respeitar, é a professora que deve se impor, não com de gritos, mas sutilmente, em tudo que é transmitido para o aluno, lhe dando abertura para expor suas idéias discutindo opiniões, promovendo debates e respeitando as posições defendidas buscando uma consciência critica e educadora, pois se o aluno for respeitado, o respeito pelo professor será a recompensa. No decorrer das aulas, busquei seguir os ensinamentos da primeira aula, prestando mais atenção às reações e direcionando o caminho do trabalho. Desta vez tratando de objeto e sentimento. Na segunda aula, baseada nos carretéis de Iberê Camargo, na qual foi visto o apego do artista pelos carretéis, que remetiam à sua infância e ao seu passado. Pensando nisso, propus que descrevessem qual forma ou objeto seria para eles algo tão importante quanto os carretéis eram para Iberê Camargo e qual a importância atribuída a essa forma. Surgiram lindas historias de um verdadeiro amor, bem descritas e elaboradas, não tão extensas, mas suficientes para emocionar. Pedi que transpusessem para o papel o objeto ou a forma que eles tinham descrito anteriormente. Notei que neste trabalho, diferentemente da primeira aula, os alunos ficaram mais à vontade para colocar no papel sentimentos que partiram deles, e tinham total conhecimento da causa para elaborar a forma. Na aula em que iniciei com os alunos o ensino da gravura, muito superficial, já que o processo completo é um tanto complicado, notei o interesse dos alunos por essa arte que não conheciam. Apesar de aparentemente a atividade ter sido confusa, visto que não estávamos efetivamente fazendo a gravura, mas sim percebendo o caminho que ela percorre, e de ter mais falado do processo do que efetivamente ter feito, noto que o interesse e a participação foi visível. Percebi que este assunto os interessava e busquei esse interesse nas aulas seguintes.
84
Duas aulas depois, retomei a gravura, com certeza houve uma certa distância entre essas aulas, quando deveria haver uma continuidade. Algumas coisas já haviam se perdido, mas retomamos o que já tínhamos falado. Desta vez a proposta era realmente acompanhar cada passo da gravura em relevo. E isso foi feito com muito entusiasmo e esforço. Foram criando a sua própria maneira de desenvolver o trabalho. Percebi que a curiosidade dos alunos em ver os resultados aumentava conforme o processo se desenvolvia. A turma toda andou junto, empolgada em realizar a montagem da matriz. Na aula seguinte foi realizado um trabalho de análise de algumas obras de Iberê. Notei o quanto é importante a participação do professor nesta análise para a construção de um olhar mais apurado e perceptivo dos alunos. Desafiar o aluno a pensar, buscar e fazer associações importantes sobre o que já foi visto, constrói um aluno mais receptivo e confiante em seus conhecimentos. Por vezes fique surpresa durante as aulas pelas diversas reações diante das propostas. Reações e resultados um tanto quanto inesperados. Mas aos poucos percebi que a evolução estava acontecendo, fiz com que eles tivessem um contato mais direto com a arte e isso os transformou, num amadurecimento contínuo. Na realidade não havia me dado conta de que na verdade, eu, mesmo sem experiência de ensino, estava transmitindo meu conhecimento a eles. Estava realmente exercendo a prática de ensino. Claro que esse processo foi gradual, tanto por minha parte quanto pela dos alunos. Defino a prática da docência como uma grande troca, atribuída ao conhecimento do aluno e do professor, a essa bagagem construída por experiências dentro e fora da escola, concepções que constituem a personalidade, a integridade e a criatividade das pessoas.
85
Após a desilusão inicial a respeito do resultado dos alunos, entendo que tudo tem um processo que foi desenvolvido espontaneamente pelos alunos, gradualmente no tempo de cada um. Inclusive no meu tempo também, afinal, descobri com os alunos que os ensinamentos se fixam pela prática. E que errar é fundamental para este processo de criação. Os alunos descobriram por eles mesmos os caminhos a serem seguidos. Meu maior esforço era para não interferir nas vontades, e nas imagens que eles representavam. Instiguei, propus questões referentes aos estereótipos que ocorriam freqüentemente. Com a intenção de que eles realmente observassem tudo a sua volta. Como de fato são os objetos que o cotidiano apresenta (linhas, cores, sombras e texturas). Tudo isso propiciou em grande parte do grupo, um modo de ver diferente e representar o que vêem. Percebo que nada vem pronto e que a vida é um eterno processo a ser descoberto constantemente. Eles tinham um processo a ser cumprido, e sei que contribui para isso. Os diferentes aspectos da criação artística seguem caminhos entre sujeitos e idéias. Desta forma há uma serie de fatores que direcionam as concepções estéticas entre alunos e professores. Portanto, a produção é uma maneira de estabelecer diálogos entre os sujeitos e suas idéias sobre o objeto de conhecimento. Desta forma, é necessário refletir sobre uma arte dialogada. Uma negociação de sentidos, aquilo que na sala de aula é aceito pelo grupo. Gostos, usos e costumes que se transformam em arte pelo aluno criador. O professor é o avaliador do processo, deve olhar por todos os ângulos e julgar a produção a partir de suas concepções. Uma proposta desafiadora que parte do professor impulsiona os alunos no processo de criação. Durante esse processo o aluno expressa suas vontades e opiniões que acaba por revelar suas intenções. O professor, por sua
86
vez, questiona idéias sugerindo leituras, pesquisas e apontando caminhos, garantindo que o conhecimento seja aprofundado. As interferências devem se direcionar à trajetória, e não atrapalhar os processos. Articulando a imaginação e o fazer artístico, se concretizada a obra. O que foi criado na imaginação adquire nova forma no fazer, visto que são dois momentos distintos da criação. Pertencemos a um mundo de visualidades coberto por imagens. Viver nos espaços urbanos é deparar-se constantemente com diferentes apelos visuais da mídia, propagandas, jornais, fotografias e imagens da internet. Essas formas interferem na compreensão que se tem sobre o cotidiano, contribuindo para formação de idéias sobre culturas, acontecimentos e lugares. Essas imagens acabam gerando a necessidade de serem interpretadas, criando uma visualidade dentro de determinadas concepções. Cores e formas selecionadas para uma imagem se relacionam com a cultura que lhe atribui sentido. Dando sentido ao que é cotidiano e ao convívio social, a arte cria maneiras para interpretar o que vemos, superando a realidade e desenvolvendo a imaginação criadora, buscando caminhos para discordar, alterar e compreender o que o cotidiano nos mostra. Eu buscava sempre a "perfeição" nos trabalhos, por isso a diversidade nas propostas abordadas. Mas entendi na prática que cada um tem o seu tempo, e uma aptidão, e que cada um inclusive eu, tem uma história. Com Iberê não foi diferente, ele tinha uma grande vontade de aprender e foi em busca de conhecimento, mas tudo a seu tempo. Tempo de descobrir, de experimentar, de recordar, de transformar, de pintar e de relembrar do passado buscando a linha da vida nos carretéis da infância. Penso que as lembranças são a melhor forma de recriar o hoje, descobrindo um novo sentido a tudo que pensa já ser conhecido. Cada um de nós tem essa bagagem que levamos sempre junto de nós ela é única, como uma impressão digital. Ela não pesa, não nos deixa
87
cansados, pelo contrário, nos engrandece, nos deixa confiantes e seguros. Essa bagagem é o nosso conhecimento, que se intensifica constantemente com novas experiências e convivências partilhadas diariamente. Considero esse projeto, A Linha da Vida nos Carretéis de Iberê Camargo, um grande alinhavar de idéias. Idéias minhas, dos alunos e dos professores que me orientaram até aqui. Experiências compartilhadas em um único carretel e com uma só linha.
88
REFERÊNCIAS BRASSART, Simone Fontanel. A prática da Expressão Plástica. São Paulo: 1ª edição, Martins Fontes, 1984. BUORO, Anamelia Bueno. Olhos que Pintam. São Paulo: Educ/ Fapesp/ Cortez, 2002. COLI, Jorge. O que é Arte. São Paulo:15ª edição. Brasiliense, 2006. COSTA, Cristina. Questões de Arte, o belo a percepção estética e o fazer artístico. São Paulo: 1º edição, Editora Moderna, 2004. CAMARGO, Iberê. A Gravura. Porto Alegre: 1ª edição, DC Luzzatto, 1992. GONÇALVEZ, Rui Mário. Primeiro Olhar. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002. HALLAWELL, Philip. À mão Livre, técnicas de desenho. São Paulo: 2ª edição, Cia Melhoramentos, 1996. Iberê em Processo. Produção: Fundação Iberê Camargo, 2010. Vídeo (12 min) MACHADO, Maria Silvia M. 300 Propostas de Artes Visuais. São Paulo: 4ª edição. Loya, 2009. PEREIRA, Kátia Helena. Como usar Artes Visuais na Sala de Aula. São Paulo: 2ª edição. Contexto,2010. PILLAR, Analice Dutra. Fazendo Artes na Alfabetização: Artes plásticas e Alfabetização. Porto Alegre: GEEMPA, 1984. Projeto Educativo Fundação Iberê Camargo. Pasta nº 1, Iberê Camargo. ROSSI, Maria Helena Wagner. Caderno de Casos: Ensino das Artes Visuais. Caxias do Sul: Vol.2. Afiliada, 2007. SIQUEIRA, Vera Beatriz. Iberê Camargo: Origem e Destino. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
89
SCARINCI, Carlos. A Gravura no Rio Grande do Sul 1900-1980. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982. SCHLICHTA, Consuelo Alcioni Borba Duarte. Artes Visuais e Música. Curitiba: IESDE Brasil, 2006. SOMMER, Luis Henrique (org); BUJES, Maria Isabel Edelweiss (org). Educação e Cultura Contemporânea. Canoas: 1ª edição. Ulbra, 2006. VICENTITINI, Daniela; CASTILHOS, Laura; RIBEIRO, Paulo. Tríptico para Iberê. São Paulo: Cosac Naify, 2010. <http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/artes/quatrofases/gogh_autoretrato.htm>. Acesso em: 21.05.2008.
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS <http://www.iberecamargo.org.br/>. Acesso em: 15/04/2010. <http://www.romerobritto.com.br>. Acesso em: 15/05/2008. <http://exposicaoemquadros.blogs.com/>. Acesso em: 15.05.2008.
90
APÊNDICES
91
Apêndice 1 - Questionário aplicado com a direção da Escola Estadual de 1º e 2º Graus José Gomes de Vasconcelos Jardim.
92
Apêndice 2 - Questionário aplicado com a Coordenação da Escola Estadual de 1º e 2º Graus José Gomes de Vasconcelos Jardim.
93
Apêndice 3 - Questionário aplicado com a Professora da Escola Estadual de 1º e 2º Graus José Gomes de Vasconcelos Jardim.
94
Apêndice 4 - Questionário (1) aplicado com Aluno da turma observada na Escola Estadual de 1º e 2º Graus José Gomes de Vasconcelos Jardim.
95
Apêndice 4 - Questionário (2) aplicado com Aluno da turma observada na Escola Estadual de 1º e 2º Graus José Gomes de Vasconcelos Jardim.
96
Apêndice 4 - Questionário (3) aplicado com Aluno da turma observada na Escola Estadual de 1º e 2º Graus José Gomes de Vasconcelos Jardim.
97
Apêndice 4 - Questionário (4) aplicado com Aluno da turma observada na Escola Estadual de 1º e 2º Graus José Gomes de Vasconcelos Jardim.
98
99