Tecer a Rede, plantar a Agroecologia e colher bons frutos no Sertão Central do Ceará.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 9 • nº 2023 Abril/2015

Quixeramobim Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Dentre os objetivos principais da rede destaca-se: Trabalhar na construção de mercado justo e solidário; Desenvolver e multiplicar as iniciativas em agroecologia; Aproximar, de forma solidária, agricultores e consumidores; Estimular o intercâmbio, o resgate e a valorização do saber popular; A Rede de Agricultores e Agricultoras Agroecológicos do Sertão Central, a partir destas ações, está possibilitando que uma estrutura de produção agrícola familiar ecológica se construa e se fortaleça na região, como bem destaca Neto: “A ideia é que dentro da rede que a gente seria incentivador e motivador de algumas ações na vida, algumas pessoas vão querer outros não, mas isso despertou o interesse em pessoas que achavam que não ia acontecer”. É do interesse de todas as organizações e grupos envolvidos, que esta rede cresça e continue mantendo os pequenos produtores no campo. Por isso, é, também, papel da Rede incentivar que novas famílias tenham a iniciativa de adotar praticas de cultivo agroecológico, auxiliando os processos de iniciação e transição para novas culturas.

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Tecer a Rede, plantar a Agroecologia e colher bons frutos no Sertão Central do Ceará.


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Agroecologia como base para o desenvolvimento sustentável

A Rede de Agricultores e Agricultoras Agroecológicos do Sertão Central foi formada em maio de 2014, a partir da necessidade de congregar forças e dar maior consistência política ao movimento agroecológico da agricultura familiar Sertão Central do Ceará. Ela é constituída por agricultores e agricultoras com apoio de organizações que possuem como objetivo organizar, fortalecer e consolidar a agricultura familiar ecológica. A Rede tem por missão ser um espaço de articulação, interação e ação para potencializar o desenvolvimento da agroecologia, como parte da construção de um projeto de sociedade que contemple e respeite a realidade do Semiárido. "A rede é como se fosse uma célula dentro do movimento, onde essas células se contribuem e formam um organismo, que é o corpo, e cada um tem sua função em seu determinado tempo e espaço". Afirma Neto, Agricultor familiar e Coordenador da Rede. Tudo começou quando o Neto, conquistou uma bolsa da Fundação Banco do Brasil, através do PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) que tinha como objetivo final incentivar os agricultores a se organizarem e juntos comercializarem os seus produtos orgânicos através de uma feira, foi aí onde ele começou a ter mais conhecimento com os outros agricultores e agricultoras da região que assim como ele produziam através da agricultura limpa.

Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará

Dentre os vários assuntos que são discutidos na rede, eles observam a importância da disseminação das práticas agroecológicas, então, foi discutida a importância de um Comunicador Popular, onde o Cildo, ficou com o cargo: “o grande objetivo da rede é expandir cada vez mais, já temos um espaço na internet, e a gente quer cada dia mais divulgar as ações da rede e da feira da agricultura familiar”. Justifica. Já o Seu Chico Monteiro, vai além: “eu sinto a necessidade de nós ir pras escolas pedir um espaço e pregar pros professores, pros alunos, pros serventes, porque eu não vejo nem no tempo que eu estudei, nem no tempo de hoje, uma professora dizer que a agricultura que é o primeiro negócio, o camarada já vai educado pro agronegócio, mais quem induz pro agronegócio não fala dos riscos que ele tem”.

Seguido deste, ele foi convidado para participar da distribuição de mudas do P1+2 (Programa Uma Terra Duas Águas) “Eu peguei um apoio do IAC pra visitar as comunidades aí eu peguei um gancho e comecei a traçar algumas pessoas, que estavam nesse percurso, eu via o Seu Aureliano, falava com ele, passava no Kito, e construía um diálogo, aí eu pensei, já que eu ia visitar as casas eu aproveitei a oportunidade pra construir o caminho da rede. E aí isso foi fundamental nessa construção e os meninos deram corpo, condições e tocaram pra frente”. A rede se reúne bimestralmente onde participam além dos feirantes, outros agricultores e agricultoras, multiplicadores em agroecologia, organizações de apoio e lideranças sindicais para discutir os diversos assuntos de interesse comum, esse espaço proporciona a troca experiências onde são realizadas além das discussões relacionadas às ações da rede as práticas agroecológicas, como o SAF (Sistema Agroflorestal) que julgam ser muito importante, porque podem trocar seus saberes, tirar duvidas: “O que eu fiz questão e que eu sempre disse: Na rede não vamos fazer dentro de quatro paredes, se perguntamos onde é a sede da rede? A rede é em cada comunidade, na casa do agricultor porque agente vive e convive com o agricultor”. Afirma o Seu Aureliano que este ano completa 30 anos que trabalha dentro do agroecológico, como ele mesmo gosta de falar. “A ideia da agroecologia é muito importante nas nossas discussões, sempre discutimos que tem que ter a conscientização e o nosso objetivo é esse, incomodar no bom sentido, para as pessoas terem uma ideia do que é a agroecologia, pro futuro, que é os nossos filhos que vão herdar um planeta muito desgastado, e nós estamos lutando na contramão dessa destruição”. Destaca Otacildo, Comunicador Popular da Rede.


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