Produção de alimentos saudáveis e uma farmácia viva na porta de casa: a experiência de dona Neves e

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 6 | nº 901 | novembro | 2012 Queimadas-PB

Produção de alimentos saudáveis e uma farmácia viva na porta de casa: a experiência de dona Neves e seu Enóquio Dona Neves e seu Enóquio moram no sítio Catolé, município de QueimadasPB. Os dois nasceram na comunidade, casaram e continuaram vivendo ali onde tiveram três filhos, um menino e duas meninas. Há 25 anos, construíram a casa onde moram na propriedade da família de dona Neves e começaram a cuidar da terra. Nos dois hectares herdados, seu Enóquio e dona Neves plantam fava, milho, jerimum, batata, feijão carioca e macassar. Além da área destinada ao roçado, eles têm um pequeno campo de palma. Até a década de 1990 a família também plantava algodão, mas devido ao bicudo deixaram de plantar. O que é produzido no roçado é armazenado em silos de zinco ou em garrafas pet para a alimentação da família e para a semente do próximo ano. Seu Enóquio é agricultor, mas aprendeu também a profissão de pedreiro e nos períodos que não está no roçado sai para arranjar o sustento da família. Eu cresci trabalhando no roçado, acho que eu tinha uns 11 anos quando comecei a botar roçado. Na verdade, quem nasce no sítio já nasce agricultor, diz seu Enóquio. Dona Neves e seu Enóquio já criaram gado e porcos, mas agora só criam galinhas e um bode. As galinhas e os ovos são para alimentação da família. Segundo seu Enóquio, os porcos davam muito trabalho e o lucro era muito pequeno, pois ele tinha que buscar soro de leite em Barra de Santana, cidade vizinha, e comprar farelo para alimentar os animais. Em 1990, com recursos próprios, a família construiu uma cisterna feita de tijolos,com capacidade de 16 mil litros para a água de beber. No sítio não havia depósito para água de gasto da casa, então a água dessa cisterna passou a ser usada para todos os usos da casa. Nela foi instalada uma bomba que leva água para um caixa que distribui a água para sua casa e para a casa do cunhado. Q u a n d o chega o verão, as duas famílias se juntam para comprar um carro d’água a cada dois meses. Como não confia na qualidade da água do carro pipa, a família passa a utilizar água de beber da casa da mãe de seu Enóquio, que é reservada apenas para este uso. Com a água de beber a gente tem que ter mais cuidado. Durante o inverno se bebe da cisterna da gente, pois é água boa da chuva, garante o agricultor. Dona Neves conta que sempre teve vontade de plantar árvores no arredor de casa e fazer uma horta, mas como o sítio é muito seco não podia. Eu sempre ia para as visitas de intercâmbio, via as hortas com verduras e plantas medicinais, mas não podia fazer aqui em casa. Quando estava no

Paraíba


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