Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 6 | nº 913| Novembro | 2012 São Francisco- Minas Gerais
Comunidade do Tejuco: Vencendo barreira e superando desafios A comunidade de Tejuco, localizada no município de Januária nasceu a partir da devoção religiosa a São José. O pároco do distrito entregou a imagem do Santo para seu José Moreira, um dos moradores mais antigos do lugarejo, que iniciou a festa. O coronel Alexandrino de Carvalho chegou à região e logo se apropriou das terras do Santo e da festa. Na década de 1950, o coronel começou então a fazer a doação de lotes. O lugar começou a ficar movimentado, tornando-se primeiro arraial, e hoje a comunidade de Tejuco. A partilha e a solidariedade são marcas fortes da comunidade. Terezinha, Ivaneide, Maria das Graças, Railda, Fátima, Pedro, Antônia, Manoel Aparecido contam que no início a produção era farta: feijão, arroz, abóbora, mandioca, milho, fava, melancia, algodão, que alimentava a todos. No dia a dia, entre a comunidade, não se pagava Alguns membros da Agriferta serviços, nem se vendia os produtos. Entre eles, os serviços e os produtos eram trocados. Vendiam algodão, farinha e mamona para a cidade de Januária, o que ajudava na compra anual de tecidos. Todo mundo se reunia para fazer a colheita, para ralar a mandioca na mão, para puxar a roda, para colher o feijão. Tudo era abundante: tinha café, almoço e jantar e ainda sobrava, relembra Dona Maria das Graça . Com a chegada das grandes fazendas e das empresas de eucalipto na região, na década de 1970, impactou fortemente a agricultura e o modo de vida desta comunidade. Os rios, riachos e fontes de água diminuíram, e com isso, o plantio do arroz. Com as áreas cercadas e devastadas a coleta das plantas do cerrado como o pequi ficou escassos. Em 2004, as famílias perceberam que era preciso organizar para buscar melhorias na infraestrutura, na produção e geração de renda. Perceberam que sozinhos tinham menos força do que juntos. A primeira associação criada na região foi na Barra do Tijuco, onde se uniram para Feira da comunidade Tejuco reivindicar água e luz. Começaram, então, a buscar fontes de financiamento e parceiros. O primeiro projeto conquistado pela comunidade foi o PROSAN em 2004 que apoiou a compra de caixas para criação de abelha, roupas e equipamentos para a produção de mel.
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