Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 5 | nº 77|Maio | 2011 Itinga - Minas Gerais
Contra a Migração, Água, Arte e Recuperação Genética Dona Geralda e Seu Geraldo têm muita coisa além do nome em comum. Casados há 25 anos, são nascidos e criados na comunidade Caldeirão, no município de Itinga. Eles tm no amor aos bichos, á terra e principalmente um pelo outro e pelos 09 filhos do casal sua maior riqueza. Antigamente, Seu Geraldo ia sempre para a “panha” do café e corte de cana, de onde muitas famílias da região ainda tiram seu sustento, mas a saudade de casa e as complicações na coluna o faziam sofrer todas às vezes. Ele lembra sem saudade desse tempo que “era muito sofrido, ter que sair de casa e não saber se seus filhos estão ficando bem, sem saber se você volta ou não”. Esse sofrimento aumentava ainda mais nos períodos de estiagem, quando seus filhos e Dona Geralda, Seu Geraldo e os filhos ao lado da cisterna calçadão sua esposa andavam 2 km para pegarem água para beber no Córrego dos Veados enlamaçado, que era a única fonte. O vasilhame sempre furava, derrama água no percurso da estrada, pois o transporte era de jegue, carrinho de mão e baldes apoiadas na cabeça. Mas o tempo que ele passava em casa sempre acompanhava as reuniões da sua comunidade com o Sindicato dos trabalhadores/as Rurais de Itinga e a AMAI (Associação dos Moradores de Itinga) e foi numa dessas reuniões que ele soube da distribuição das cisternas, mobilizada pela igreja católica e financiada pelo Banco do Brasil, para famílias que como a dele, que tinham dificuldades com água e vulnerabilidade social. Começou a freqüentar as discussões e foi beneficiado com uma cisterna de 15.000 litros de água junto à família de Valteir e Altina , conseguindo depois uma para cada família. Mas tudo mudou mesmo com a chegada da cisterna de 52.000 litros do Programa Uma Terra e Duas Águas, o P1+2, pois seu Geraldo pôde deixar de trabalhar na colheita de café para os outros e corte de cana, começando a plantar milho, feijão, mandioca, quiabo, andu, mostarda, amendoim, cebola, coentro, mostarda e alface para sua própria família consumir e ainda sobrar para vender na feira da cidade. Dona Geralda diz que nasceu de novo, e que “sofria demais sem água, pois tinha vontade de plantar uma cebolinha, mas não dava, porque a grota secava e se perdia tudo. Agora eu posso!”. Com isso, a família pôde estar mais unida, as crianças vão para a escola tranqüilas e ajudam na roça depois. Os pais podem dar mais atenção às atividades deles e ao desenvolvimento do filho com necessidades especiais. Origamis - artesanato em papelDuas das filhas deles ingressaram em oficinas feitos pelas filhas de Dona Geralda de artesanato em papel e sementes, cabaça e origames,
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