Ano 1 | nº 10 | Julho | 2007 Prata - Paraíba
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Projeto Demonstrativo
Experiência da Horta do Grupo de Mulheres Amazonas O assentamento Serrote Agudo é fruto do processo de reforma agrária na região do Cariri Paraibano. A área foi desapropriada no final de 2001, depois de um difícil processo de pressão e negociação entre as famílias e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Os/as agricultores/as tiveram o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST que organizou uma ocupação com o objetivo de apressar o cadastramento das famílias que reivindicavam a terra. O resultado da ocupação foi a imediata imissão de posse da área para o assentamento de 82 famílias. A partir daí, o assentamento começou a se estruturar: foi fundada a Associação do Assentamento Serrote Agudo e foram formadas 4 agrovilas (Macacos, Cumarú, Formigueiro e Lajinha). A comunidade teve o apoio de entidades governamentais e não-governamentais que contribuíram com desenvolvimento da área.
Atualmente o assentamento possui energia elétrica, poços artesianos e amazonas, barragens e algumas famílias construíram cisternas. O assentamento trabalha com experiências gergelim, mamona, manejo da caatinga, entre outros.
Três mulheres e um sonho Em 2004, surgiu um grupo de mulheres na agrovila Macacos. No início, eram apenas 3 agricultoras, vontade de trabalharem juntas e alcançar independência financeira. Mas havia muitas dificuldades: a água era pouca, não sabiam o manejo correto de algumas culturas, não tinham acesso a crédito e capacitações, sentiam-se isoladas e dependentes dos maridos. Apesar das adversidades, elas não desistiram. Começaram a participar de encontros, capacitações e conheceram a experiência de criação de cabras e do cultivo de horta orgânica do grupo de mulheres “As Vencedoras”, da agrovila Lajinha. Esta experiência mostrou para as mulheres da agrovila Macacos que, de forma organizada, é possível superar as dificuldades. O grupo decidiu cultivar uma horta. Elas escolherem o local, fizeram a limpa do mato, cercaram, com a ajuda dos maridos, e resolveram o problema da falta d'água, conseguindo uma bomba com a prefeitura. Vendo a iniciativa, outras mulheres da comunidade, se sentiram estimuladas a participar e hoje o grupo é formado por 12 integrantes. No começo, por falta de conhecimento, as mulheres enfrentaram dificuldades com a forma de fazer os canteiros. Buscaram conhecer outros plantios de horta na comunidade e experimentaram até encontrar a maneira mais adequada de plantar.