Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 5 | nº 97 | Setembro | 2011 Quixeramobim - Ceará
Com terra e água, a dona Graciene e seu Cícero vivem melhor no semiárido “A terra é como uma mãe que dar de mamar a seus filhos, do seu seio vem o alimento que mata a fome, água que sacia a sede, bens indispensáveis para se viver”. Esta comparação é feita por seu Cícero Alves de Oliveira, esposo de dona Maria da Silva Oliveira, conhecida como Graciene, casados há mais de trinta anos, cinco filhos, residentes no Assentamento Nova Canaã desde 2008, situado no distrito Lacerda, distante 20 quilômetros da cidade Quixeramobim, no Ceará. Nova Canaã é uma comunidade que nasceu das lutas de homens e de mulheres, cheios de anseios e vontade de trabalhar para produzir o próprio alimento. Pessoas que sempre acreditaram que com a terra é possível viver melhor, ter uma alimentação saudável e uma vida digna.
D. Graciene troca conhecimentos com agricultores/as visita de intercâmbio em Triunfo Pernambuco
Com a falta de terra para plantar a família de dona Graciene veio para o assentamento, juntamente com outras famílias, eles/as tinham um objetivo: serem donos de suas ideias, consolidá-las e colher os frutos da “mãe” terra. “Os fazendeiros sempre querem gritar com os/as moradores/as, sem dar oportunidade aos seus sonhos. A gente não aguentava mais, isso nos deu força para vir”, conta seu Cícero. Sem terra para construir sua casa e produzir seu alimento, a família de seu Cícero migrou muitas vezes, a conquista da terra não se deu por acaso, foi através da organização e reivindicação comunitária e apoio do Movimento dos Sem Terra (MST), que conseguiram a posse. Passaram dois anos acampados e lutando junto ao MST e outras instituições. “A gente sofreu demais. Ficávamos esperando que o governo mandasse sexta básica. Todo dia tava lá. Mas, as coisas foram mudando, na medida em que íamos conquistando passos” diz seu Cícero.
Seu Cícero colhendo feijão guandu
A conquista da terra foi o primeiro passo para o melhoramento da vida deles/as no campo, reconhecem que com organização e participação
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