Aprender Novas Técnicas: agricultores familiares de Paulistana aprendem a achar água através da Radi

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 3 | nº 44 | junho | 2009 Paulistana - Piauí

Aprender novas técnicas Agricultores familiares de Paulistana aprendem a achar água através da Radiestesia Na comunidade Barro Vermelho, que fica 30 quilômetros da cidade de Paulistana, existe um grupo de agricultores familiares que apostam na diversidade de hortaliças. O diferencial desse grupo veio com a dominação da Radiestesia, mais conhecida por eles como “mostrador de água”, que foi usada para localizar o melhor lugar para a construção de poços cacimbões em cada propriedade. A técnica foi ensinada a 50 agricultores e agricultoras em um curso organizado pelo padre Otto com apoio da organização nãogovernamental Centro de Estudos Ligados a Técnicas Agrícolas – CELTA. No curso, o dever de casa era marcar e cavar um poço na sua comunidade, tudo com ajuda da entidade.

Cacimbão localizado através da radiestesia

Numa propriedade pertinho do Riacho Grande tem um cacimbão que foi localizado na prática do dever de casa do Heitor, também morador da comunidade. Lá um grupo de seis agricultores começou uma horta na qual o lema é diversidade. São eles: José Mariano Rodrigues, Vicente Cassimiro Rodrigues, Florenço Rodrigues, Pedro José do Nascimento, Paulo Diniz do Nascimento e Denis Breno Nascimento. Quem conta a história é Paulo, um agricultor muito curioso e que gosta de experimentar, mesmo com as limitações provocadas por um acidente de moto. Com o acidente, ele ficou com um problema na perna e não pode pegar peso. O filho Denis que é muito esperto, e também muito curioso, o ajuda no tempo em que não está estudando. Tudo o que aprende ele experimenta na horta.

Paulo e o grupo gostam de uma plantação variada

Na propriedade eles plantam uma variedade grande como tomate, cebolinha, coentro, pimenta, beterraba, acerola, milho, cenoura, alface, pimentão etc. Variedade que rende um bom dinheiro para o grupo, valor que é dividido de forma igual para cada um. E a produção não é pequena. Só de coentro eles retiram mais de 60 ‘mói’ e vende tudo na feira. Ele conta que quando vai vender o pessoal briga por beterraba, porque não dá pra todo mundo. E tudo o que vai vendendo vai

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anotando para que a partilha no final fique de forma igual, já que ele fica encarregado da venda e os outros da produção. A principal cultura do grupo é o tomate, que eles colhem cerca de 160 quilos por quinzena. O plantio é feito através de rotação de áreas. Paulo explica que planta uma parte no mês de julho, outra no mês de agosto e assim por diante para que o tomate dê o ano todo. Como a plantação tem dado tomate o ano todo, isso chama atenção de algumas pessoas que, segundo Paulo, ficam malinando na plantação. Para espantar essas pessoas eles fizeram um boneco com lona para vigiar a horta. Denis cultiva as mudas reaproveitando garrafas plásticas

Além do boneco para espantar os invasores, eles usam também outras técnicas baratas e que respeitam o meio ambiente. No lugar o adubo químico eles usam esterco de caprino e, para combater as pragas, não usam agrotóxicos, usam defensivos naturais feitos de fumo, detergente, sabão em pó e urina de vaca. Com a urina de vaca ele ensina que a medida é um copo para 20 litros de água. No preparo das mudas eles reaproveitam produtos descartáveis como isopor e frascos de detergente cortados e tábuas para dar o molde e diminuir o trabalho. Como diz o pequeno Denis, quando se tira o molde fica só o bolinho pronto e fácil de plantar. Eles usam outras técnicas também como cobrir o solo com bagaço de plantas para proteger e evitar a evaporação rápida da água e deixar os canteiros mais baixos, fazendo com que haja uma economia de água. Uma preocupação a mais com o meio ambiente, mesmo que a cacimba marcada pelo mostrador de água permaneça cheia o ano todo. Esse grupo pretende fazer mais. Querem plantar feijão de vazante para juntar mais dinheiro para comprar uma bomba para facilitar a irrigação da horta. Assim poderão seguir com o projeto de aumentar a produção e, consequentemente, aumentar o grupo. Segundo Paulo, os planos quando aumentar a produção é arranjar compradores para toda a produção em vez de ficar batendo de porta em porta, procurando quem queira.

Equipe do Celta ensina como melhorar a produção

Além de aumentar a produção, a idéia é continuar com o manejo agorecológico, pois tem dado resultado. Segundo o agricultor, com a aplicação do estrume de caprino o coentro fica mais verdinho que o que fica sem estrume e as cenouras e beterrabas ficam maiores. Mesmo que o local tenha que ser desapropriado para a passagem da ferrovia, o grupo não desanima. Já estão planejando a mudança de toda a plantação para outra área, uma de seu José Luís do Nascimento, que também é da família. Local que já tem uma cacimba. Outras já estão sendo marcadas pelo seu Zé Luís na comunidade através dos “mostradores de água”. Apoio:

Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

www.asabrasil.org.br


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