Cabras leiteiras - alimentação saudável

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 4 | nº61|Março |2010 Quixadá - Ceará

Cabras leiteiras - alimentação saudável A criação de cabras leiteiras é uma experiência desenvolvida no Assentamento Boa Vista, que faz parte do município de Quixadá, no Ceará, distante 20 quilômetros da sede. O Assentamento Boa Vista é bem organizado. Existe a Associação de Moradores/as, atuação de instituições como o Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), Centro de Pesquisa e Assessoria (Esplar), entre outros. Com a articulação comunitária e parceria, surgiu a ideia da criação de caprinos. Incentivados/as, os/as sócios da Associação de Moradores/as começaram com a criação de carneiro. No entanto, quando as necessidades surgiam eles/as matavam e vendiam os animais e com isso acabou não dando muito certo.

Trabalhando coletivamente

Logo depois da primeira experiência, fizeram um projeto pelo Dom Hélder e cada família recebeu mil reais. Esse dinheiro tinha que ser investido em animais, foi quando decidiram voltar a trabalhar com caprinocultura e resolveram comprar as cabras. Compraram cabras leiteiras, com o objetivo de alimentar os filhos e poder vender o restante do leite. Mas, a comunidade participou de um encontro na Embrapa-caprinos e lá informaram que o governo tinha um projeto para compra de leite para as escolas. Os/as agricultores/as não pensaram duas vezes. Se reuniram e decidiram desenvolver um trabalho coletivo com caprinos, para facilitar o acesso até mesmo à venda. Atualmente eles/as se organizam para fornecer leite para as escolas.

Cabras leiteiras

São mais de oitenta cabras que exigem cuidado e espaço. No início, as atividades eram divididas da seguinte forma: o trabalho era alternado, um dia uma pessoa cuidava dos animais, e no outro já era outra pessoa. Mas, esta divisão de trabalho dificultava, pois as pessoas acabavam esquecendo onde ficavam

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as cabras, devido o pouco tempo de trabalho, assim como as cabras, que tinham que se adaptar a cada novo caprinocultor. Atualmente há uma pessoa que é paga pela associação para cuidar dos animais. Com o bom andamento da criação, construíram uma sala de ordenha em parceria com a Embrapa-caprinos. A sala é bem mais apropriada para o manejo dos animais na tiragem do leite. As famílias buscam formas viáveis de trabalho e, sobretudo, de melhoria de vida. Para melhor aproveitamento do leite, participaram de um curso e aprenderam a fazer o queijo. Mas, no entanto, enquanto não trabalham na Sala de ordenha para manejo dos animais na tiragem leite fabricação do queijo, o leite ainda é tirado manualmente, colocado num tanque e feito todo o processo para venda. A entrega para as prefeituras vai ser feita na própria comunidade. Assim, o leite que servia para o consumo das famílias que queriam, para alimentação das crianças, vai ser vendido para o governo a um real e vinte centavos o litro, além de continuar sendo consumido também pelas crianças da comunidade, na escola. As famílias beneficiadas com o projeto da criação de animais já planejam o que vão fazer com o dinheiro da venda do leite. O dinheiro vai ser depositado na conta da associação para alimentação das cabras e outros gastos. Na medida em que for aumentando vai sendo distribuído com as famílias. “Nosso objetivo também é aumentar o rebanho”, diz Raimundo Nonato Costa, 58 anos, Vice presidente da associação.

O trabalho coletivo gera mudança na vida das pessoas e participação no meio social Embora com tão pouco tempo de experiência, a comunidade já percebe mudanças. Há mais interesse e empenho das famílias. Elas se reúnem mais e fazem um trabalho coletivo. Mas, o bom mesmo, segundo os integrantes do grupo, é que estão contribuindo com a sociedade com o leite que é saudável. Seu Edmilson conta que, tinha uma senhora que ficou boa de osteoporose com o leite de cabra. Então além de alimento, serve também para a saúde. O leite ainda é pouco, tiram em média 15 litros por dia, mas o sonho é de futuramente ter mais cabras e poder contribuir mais com a população. “Vamos poder fazer não só a venda do leite, mas do queijo também. Já fiz queijo e vendei fora”, diz Lourdes, ressaltando que vale a pena porque o queijo é vendido a vinte reais o quilo. Outro sonho do grupo é de construir uma casa para fabricar queijo, doce e iogurte. Tudo pensando na qualidade de vida das famílias da comunidade. Apoio:

Secretaria de Seguranç a Alimentar e Nutricional Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

www.asabrasil.org.br


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