"Hoje Estamos no Paraiso"

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Ano 8 • nº1571 Novembro/2014

Piritiba Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

“Hoje estamos no paraíso” Seu José da Silva Brito tem uma história marcada por grandes mudanças. Quando criança ajudava seus pais que trabalhavam em fazendas na comunidade Maniçoba, pois não tinham terra para produzir. Estudou até a 4ª série e parou para trabalhar, uma vez que eram 5 filhos e para mantê-los na escola os pais alugaram uma casa na cidade de Utinga, mas a condição financeira da família não permitiu que os filhos continuassem estudando. Na adolescência, começou a trabalhar junto com seu irmão numa usina de café com o objetivo de comprar uma casa para os pais. Após anos de economia, enfim, conseguiram juntar a quantia necessária e deram ao seu pai para que esse pudesse comprar a casa na cidade. José trabalhou nessa usina durante 4 anos e percebeu que precisava estudar. Mudou-se para o Mosteiro em Jequitibá (povoado do município de Mundo Novo-BA), onde fez um curso profissionalizante de marceneiro. Na volta para a comunidade, reencontrou Maria Aparecida (Cidinha), amiga de adolescência que também estava morando fora e veio de férias visitar a família. Em menos de 15 dias ficaram noivos, se casaram e mudaram-se para São Paulo. Após 30 dias morando na casa de uma irmã de Cidinha, o casal conseguiu alugar um quartinho quando José começou a trabalhar de ajudante de caminhão. Logo Cidinha ficou grávida, foi então que conseguiram um terreno e começaram a construir. Nesse período nasceu Geovânia, a primeira filha do casal. Quando Seu José foi demitido, a família se mudou para a casa própria e Cidinha já esperava o segundo filho, Leandro. Mais tarde, a família adotou mais uma filha, Ana Lúcia. Foi então que Seu José decidiu abrir sua própria empresa de marcenaria e os negócios iam bem, até que sofreram um assalto. Com o trauma a família decidiu voltar para Utinga na bahia e morar por algum tempo em uma casa emprestada por um sobrinho de Cidinha. Com o dinheiro que trouxeram de São Paulo, compraram um sítio com 50 tarefas de terra na comunidade Maniçoba. Enquanto os filhos estudavam na cidade, Cidinha e José trabalhavam sozinhos na roça: “Limpamos 9 tarefas, aqui era uma capoeira muito fechada”, relata seu José. E Cidinha completa: “Chegava aqui, ele pegava a foice e eu pegava o facão, ele pegava o machado e eu pegava a enxada e ia curtir dentro do mato”. Aos poucos foram organizando a propriedade. “Compramos um motor para puxar água do Açude de Odaque, coloquei uma caixa d'água, plantei 500 covas de banana, começamos a plantar verdura, a levar banana e verdura nos finas de semana para feira em Piritiba e lá a gente vendia.


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