Terra é mãe e água é vida!

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Ano 8 • nº1601

Outubro/2014

Ipupiara Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Terra é mãe e água é vida! O agricultor Gilvan dos Santos Rosa, morador da comunidade da Bela Sombra, no município de Ipupiara, estado da Bahia, conquistou uma Barragem Subterrânea através do projeto P1+2, implementado neste município pelo Centro de Assessoria do Assuruá (CAA), entidade que tem longa relação com a comunidade. Em sua propriedade, seu Gilvan contou que os últimos anos, em especial os últimos 5, foram de grande estiagem em sua região, e que ele já havia perdido o ânimo de voltar a plantar em sua roça depois de um longo período sem chover porque as tentativas não davam certo. No início de 2013 a barragem subterrânea foi implementada na propriedade de seu Gilvan, e a mudança em sua roça não demorou a aparecer. Com a terra agora úmida, a primeira produção que o agricultor fez em sua roça foi o cultivo de milho. A plantação deu tão certo, que seu Gilvan ampliou o cultivo para mandioca e tomate. Com as chuvas que vieram em outubro do ano passado, seu Gilvan conseguiu ampliar e diversificar ainda mais sua produção. Atualmente em sua roça, o agricultor cultiva milho, mandioca, maxixe, tomate, fumo, melancia, batata, feijão, arroz, caju, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas, entre outros cultivos; todos produzidos de forma agroecológica sem nenhum adubo químico ou defensivo nocivo à saúde; o que garante uma produção totalmente nos moldes da agricultura familiar sustentável e agroecológica. Com a produção da barragem, o agricultor vende constantemente tomate (principal cultivo do agricultor). Desde o início do ano, ele vendeu mais de 60 kg de tomate. A produção de mandioca também é uma das fontes de renda tiradas do cultivo na barragem, a esposa de seu Gilvan, dona Creuza Sodré beneficia a mandioca em farinha, beijú, polvilho e tapioca.Eles vendem também a mandioca, chegando a comercializar mais de 10 caixas. Os produtos derivados da mandioca também são vendidos na comunidade da Bela Sombra e nas comunidades vizinhas, bem como o tomate, o milho e as outras produções.


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Pra seu Gilvan, a principal mudança em sua qualidade de vida foi a possibilidade de produzir o ano todo, sem uso de veneno e a garantia de vender esses produtos da roça nas feiras e em sua comunidade. ‘‘Foi muito bom, porque até na estiagem, a gente produz essas coisas pra gente se alimentar e até para vender. O maxixe, o tomate, a batata... E fortalece o alimento, porque na estiagem, é o tempo que a gente não tem como plantar, mas, se você tem uma barragem subterrânea, você consegue produzir mesmo nesse período, porque o solo tá molhado. O agricultor relata ainda a importância de uma tecnologia de acesso à água para uma família agricultora poder produzir seu próprio alimento e vender a produção excedente. ‘‘Não tinha como eu produzir na estiagem se não fosse a barragem. Se o solo não tá encharcado, não tem como produzir. Se não tem de onde tirar água aqui perto, não tem uma nascente, nada... se não fosse pela barragem, eu não plantava nada, porque não chegava a colher... o milho mesmo, nem dava espiga, secava antes. Agora não, agora você planta e produz, mesmo sem chuva, dá para produzir, a umidade tá aqui debaixo da terra, a raiz das plantas vão lá buscar essa umidade, e ai, a gente consegue plantar o que for, que dá produção”. Para o agricultor Gilvan, a iniciativa de levar às comunidades do sertão uma alternativa de acesso à água e meios para produzir é uma benção. Segundo ele, desde pequeno tinha que juntar água em recipientes para molhar as hortas e ter como produzir. O agricultor se lembra ainda, que por falta de oportunidades, muitas vezes, tinha que trabalhar para outras pessoas. Hoje, a família tem em sua propriedade uma barragem subterrânea, uma riqueza que segundo eles nunca poderiam imaginar em ter na vida; e que não vão deixar de trabalhar para ver em sua “mãe terra” a água que dá vida para as plantas e os animais. A família pensa em no ampliar a diversidade da produção em sua barragem subterrânea.‘‘Além do que já produzo, penso em produzir mais frutas e mais hortas, penso também em plantar mais milho, porque agora você consegue plantar bem e produzir, agora você planta tudo e vê que produz. Se cavar aí um palmo pra dentro do chão, você chega na água embaixo da terra. Então é uma melhoria muito grande para mim e minha família’’, relata Gilvan.

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