Apostando na diversidade de caminhos para viver bem no Sertão

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Ano 8 • nº1534 Outubro/2014 Exu

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Apostando na diversidade de caminhos para viver bem no Sertão Há 25 anos, a família de Seu Antônio Alexandre dos Santos, de 51 anos, e Maria das Graças Moreira dos Santos, de 45 anos, mora no Sítio Caraíbas, município de Exu, Sertão do Araripe de Pernambuco. O casal tem 4 filhos/as: Anúbia Moreira dos Santos, de 26 anos; Anália Maria Moreira dos Santos, de 24 anos; Alberlan Moreira dos Santos, de 20 anos, e Álvaro Moreira dos Santos, de 13 anos. A propriedade tem 47 hectares, mas a família se dedica à agricultura numa área que corresponde a dois hectares. Na época em que chegaram à propriedade, o agricultor e a agricultora não contavam com energia elétrica e também tiveram que enfrentar a escassez de água para beber e para as tarefas domésticas e produtivas. “A gente passou muitos anos tendo que se deslocar pelo menos 2 quilômetros para pegar água em um açude e trazer de carroça. Depois de um tempo, começamos a trazer água de um sistema de adutora que fica ainda mais longe de casa”, relembra Seu Antônio. A sobrevivência da família se dava através da comercialização de milho, feijão, mamona e algodão. Há quase 3 anos foi construída uma cisterna de placas, que guarda 16 mil litros de água para beber e cozinhar. “Hoje a água do açude é só para matar a sede dos animais, por isso a água da cisterna rende o ano inteiro”, complementa o agricultor. Para Dona Graça, a


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Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

grande mudança trazida pela conquista da cisterna foi ter uma água mais limpa em casa e que não precisa ser mais dividida com os animais. No final do ano passado, a família agricultora conquistou uma barragem subterrânea, que ajuda nos fins produtivos e criação animal. Atualmente o casal cria gado, caprinos e ovinos, além de plantar sorgo, milho, feijão, andu e capim forrageiro. Depois da construção da tecnologia, a família conseguiu ampliar os cultivos e experimentar o plantio de laranja, tangerina, Processo de aterramento da barragem subterrânea maracujá e acerola. “A barragem trouxe o conhecimento que a gente não tinha e veio com os cursos também. A nossa expectativa é de plantar bastante capim de corte para fazer silagem que serve para alimentação animal”, explica Seu Antônio. Ele afirma ainda que a ideia é plantar no entorno da barragem para que a umidade favoreça a produção e, com o tempo, conseguir explorar o potencial máximo da tecnologia, aumentando a produção de alimentos para os animais. O desejo também consiste em ampliar a área destinada à produção na propriedade, na medida em que o solo consiga reter um volume maior de água. Seu Antônio e dona Graça contam que ainda estão experimentando a funcionalidade da barragem, mas a expectativa é que durante os períodos de estiagem, a terra continue úmida até a chegada do inverno. “Porque nós queremos passar o ano trabalhando de maneira permanente”, diz o agricultor. O casal pretende expandir a produção de capim de corte e também plantar feijão no leito da barragem. A renda da família hoje em dia vem da venda dos animais e do leite. Seu Antônio e Dona Graça não desejam ir embora do lugar que vivem e se consideram felizes. “O futuro da gente pertence a Deus e queremos conquistar outras coisas que possam melhorar ainda mais o nosso trabalho, algo que pudesse trazer mais segurança para nossas vidas”, resume o agricultor.

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