Ano 8 • nº1684 Outubro/2014
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Comunidade Cajarana progride graças à união familiar A história da comunidade Cajarana, em Major Izidoro, está entrelaçada com a história da família de dona Carmem Lúcia e seu Cícero Pereira de Oliveira, mais conhecido por Ciço Terto. Não há quem diga o contrário. Casados há 35 anos, o casal é respeitado e admirado por todos e todas porque estão sempre à frente de projetos que trazem o progresso e as conquistas do local que, representam grandes vitórias para os moradores e moradoras da região. Filho de José Pereira de Oliveira, o Zé Terto, Ciço deu continuidade aos sonhos do pai, que sempre estimulou a política da boa vizinhança e pensou no desenvolvimento da comunidade. Hoje, as 100 moradias que existem na comunidade são, na realidade, uma numerosa família. “Quase todo mundo. Quando não é do sangue, é marido ou esposa”, explica dona Carmem. Ela e o marido tiveram um filho: Wellington Rocha de Oliveira, que é casado com Gerlane da Silva Oliveira. Wellington tem uma filha de outro relacionamento, a Kamylla Vitória, de 12 anos. Todos e todas moram juntos, dividindo as mesmas alegrias, expectativas e sonhos. “Já tivemos momentos muito difíceis de seca, tanto pra gente quanto para os animais; a gente tinha que sair de madrugada para pegar água num carro de boi; não tinha energia, que só veio chegar de uns 20 anos pra cá; minha
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Articulação Semiárido Brasileiro – Alagoas
neta era muito doente, então gastei muito. Foi tudo muito difícil, mas começou a melhorar de uns anos pra cá e daqui pra frente só vejo coisas boas”, garante a agricultora. A melhora se deve, em muito, às tecnologias sociais de armazenamento de água, que faz a semente brotar da terra e produzir o alimento para o corpo e a esperança para a alma. Dona Carmem tem cisterna há cerca de três anos. Então, além de dias melhores, a família tem mais milho, feijão, palma e fruteiras. A casa da família está posicionada como o núcleo da comunidade: fica em frente à escola e à igreja, bem como ao lado da Associação dos Moradores, cujos terrenos foram doados pelo já falecido Arlindo Beatino; o posto de saúde, que também fica ao lado, a doação foi feita pelo sogro de Dona Carmem. O lazer fica por conta da sinuca, que pertence também à família.“Eu me orgulho muito dessa relação da nossa família com a comunidade”, destaca dona Carmem. A afinidade parece ser contagiosa: sua prima, Maria José da Rocha Gregório, casada com o também conhecido Nelson Cajarana, e Maria do Rosário Rocha, que é prima de dona Carmem e irmã de Maria José, são famosas por seus préstimos à comunidade. “Uma fica responsável para zelar a igreja; outra ajuda na escola, quando precisa; uma vez um rapaz ficou doente e fizemos uma rifa para ajudar; é sempre assim”, comenta Maria José. As irmãs são reconhecidas até pela culinária. São sempre chamadas para cozinhar em festas e casamentos. Tantas boas histórias entrelaçadas com a generosidade e humildade da família dá a dona Carmem uma certeza: não há lugar como o seu lar. “Mesmo se eu tivesse condições de morar em outra cidade, eu não quero. Aqui tenho tudo”, finaliza.
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