Ano 8 • nº 2006 Outubro/2014 Caridade
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Professora Elielza incentiva crianças a valorizar o campo através de horta na escola
P
ermanecer pode não ser a decisão mais fácil. Mas é nisso que acredita a professora Elielza Santos da comunidade do Nambi, em Caridade. Enquanto a nova geração de jovens locais pensa em alçar outros voos e partir para a cidade em busca de condições melhores de vida, ela finca o pé e defende que a juventude fique no lugar onde nasceu e lute por mudanças ali mesmo. Filha de agricultores, Elielza começou a trabalhar aos 17 anos e buscou fazer toda a sua formação baseada no que acredita: educação para as pessoas do campo. Durante seus estudos, Elielza conheceu outras formas de produção agrícola, diferentes das que as pessoas costumavam praticar na região. Práticas menos agressivas ao meio ambiente, sem uso de veneno. Ao tentar repassar o que havia aprendido, encontrou resistência das pessoas mais velhas da comunidade. E chegou a ouvir do próprio tio: “minha filha, você é nova. Você está entrando nesse ramo agora. Nós já somos idosos, nós é quem sabemos”, conta. Apesar disso, ela resolveu apostar na conscientização da comunidade. Mas, desta vez, com um público diferente: crianças a partir de 7 anos. “A gente visa a educação no campo para ver se a gente consegue fazer com que as pessoas fiquem na nossa comunidade. Porque o êxodo rural das pessoas que não têm condições de sobreviver na nossa comunidade é muito grande. Vão embora muitas pessoas. Aí a gente está trabalhando a educação no campo aqui na comunidade e está tentando trazer para as escolas para iniciar com as crianças pequenas esse projeto. Porque, se você for incentivar desde pequena, ela já vai crescer com uma nova visão”. Pela experiência adquirida quando atuou no programa Projovem Campo, que trabalha com jovens agricultores e agricultoras familiares de 18 a 29 anos, Elielza percebeu que