Francineide: uma mulher de coragem, garra e muita determinação.

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Ano 8 • nº1539 Outubro/2014

Icapuí Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

FRANCINEIDE: uma mulher de coragem, garra e muita determinação. A comunidade de Córrego do Sal situa-se em Icapuí, município localizado no semiárido brasileiro, onde a renda em sua maioria é mantida pela pesca da lagosta, agricultura ainda que pequena, assim como da mineração do petróleo. Nessa mesma comunidade mora uma chefe de família que vive uma constante busca por melhores condições de vida. “Meu nome é Francisca Batista, mas todos me conhecem por Francineide sou filha de Areia Branca no Rio Grande do Norte, mas me considero icapuiense”, explica a mesma. A comunidade de Córrego do Sal já é antiga, ela conta que seus avós já residiam na comunidade, sendo apenas seus pais que haviam mudado para Areia Branca. “Meu avô chegou aqui na seca de 1915, vindo da Paraíba”, explica Francineide. “Córrego do Sal já é antiga, já foi exportadora de salina, já tivemos viveiro de camarão e outras coisas”. Inicialmente Francineide foi auxiliar de professora, na comunidade de Manibú, também em Icapuí, ensinando no antigo pré-escolar. “Durante dez anos como educadora eu subia esse morro todo dia, e quando eu vi o que minhas filhas estavam sofrendo, a gente foi para cima para pedir um transporte escolar”, diz. Foi aí que ela começou a perceber os problemas que envolviam a sua comunidade, como educação, saúde, melhores condições de moradia como água, energia elétrica, etc. A partir dessa demanda, em 1997, fundou-se a primeira associação de moradores da comunidade do Córrego do Sal, onde a agricultora passou 11 anos no cargo de presidente. As mulheres na comunidade têm papel transformador, pois como ela mesma mencionava durante a conversa: “a gente via a dificuldade do dia-a-dia nas nossas casas, nossas crianças não tinham nem transporte para ir até a escola”. E assim elas se mobilizavam e iam à luta na busca de transporte escolar, energia e água de qualidade. “Batalhamos para construir a igreja, que tem a festa tradicional de São José, que é o momento social que a gente tem na comunidade”, conta ela empolgada por mais uma conquista coletiva. “Foi buscando trabalhador do Rio Grande do Norte em cima de caminhão, cantando sem saber, para que os pedreiros trabalhassem até chegar o dia da festa e a igreja estivesse de pé”.

‘’Uma abelha só não faz mel.’’ Francineide


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