O Feminismo na Ibiapaba é como o sol no Semiárido, perene e vigoroso

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Ano 8 • nº1835 Outubro/2014 Ibiapaba

A Escola de Formação Política e Cidadania ESPAF tem oferecido ao MIM meios, espaço e apoio político em todas as suas ações. "É um grande ganho para a Serra da Ibiapaba em termos de organização e tem uma força política muito grande. O que mais destaco no trabalho do MIM é a formação que fazem com o público do bolsa-família em Viçosa. É um trabalho que admiro e nunca ouvi falar que exista em outro lugar do Brasil". (Elviro Bezerra/ESPAF)

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

O Feminismo na Ibiapaba é como o sol no Semiárido, perene e vigoroso

Somando forças com organizações feministas e outras mistas, como o Território de Identidade Rural da Ibiapaba e o Fórum Microrregional de Convivência com o Semiárido, o MIM vai realizando sua missão organizando as mulheres na defesa de seus direitos, a partir de processos de formação feminista e mobilização social permanentes, incentivando o protagonismo e a autonomia das mulheres na construção de um mundo de igualdade, justiça e liberdade. Em 2013 nasceu mais um raio de atuação do Movimento: a AMIM, Associação do Movimento Ibiapabano de Mulheres, organização feminista, popular, sem propósito político-partidário, o braço jurídico do MIM. Nesses 10 anos de auto-organização das mulheres na Ibiapaba o feminismo vem se consolidando como um sujeito político pela prática subjetiva de mulheres que têm transformado suas vidas, ao mesmo tempo em que transformam o ambiente em que atuam, desconstruindo antigos tabus, superando velhos preconceitos, incorporando teorias feministas e construindo novas concepções de mundo e de pessoa. “Ser do MIM é ter respeito próprio, é principalmente ter orgulho de ser mulher! Ser do Movimento Ibiapabano de Mulheres é ter coragem de colocar a cara a tapa para admitir que é mãe solteira e lésbica e que gosta de sexo! Chega de lavar roupa por obrigação, chega de transar sem vontade, chega de ganhar menos que os homens! Se não fosse o MIM, eu hoje via o mundo machista, cinza e sem graça...Vamos ensinar nossas filhas, que antes de amar alguém devemos nos amar. Hoje tenho certeza que homens e mulheres temos os mesmos direitos e deveres!”. Luzinete* - Ubajara *Integrantes do Movimento Ibiapabano de Mulheres -MIM

Realização

Apoio:

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

O Movimento Ibiapabano de Mulheres – MIM nasceu como nasce o sol todas as manhãs, suave e intensamente... Tudo começou em 2004, num dinâmico processo de mobilização rumo a I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e permaneceu assim, apaixonante e vivo nas duas Conferências subsequentes. Os Sindicatos de Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais, a Pastoral Social da Diocese de Tianguá e o Fórum de Mulheres Cearenses impulsionaram as Plenárias Municipais e Regionais juntamente com setores do poder público, num rico debate sobre violência contra as mulheres, saúde da mulher, trabalho, emprego e renda, juventude, educação e racismo. "Particularmente o MIM representa um espaço que além de pautar e esclarecer sobre as questões políticas atuais é também acolhedor, dinâmico, incentiva e permite a fala sobre os mais diversos assuntos e opiniões, questiona sem excluir ou oprimir. Informa, comunica e nele podemos ficar à vontade para nos posicionar contra toda forma de injustiça ao gênero feminino sem temer ser hostilizada. MIM é sinônimo de conhecimento e liberdade".(Karol Dias*/ESPAF). Depois da I Conferência ficou impossível voltar à “vida normal”. Parte dessas mulheres, vindas de Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba e Croatá, permaneceram articuladas, reunindose mensalmente para planejar, executar e avaliar suas ações. “O MIM é feito por mulheres guerreiras , comprometidas com o bem das "outras", que sempre está à disposição da sociedade. Posso dizer, que o MIM, veio pra somar na minha vida e espero que eu possa permanecer por muito tempo, pois tenho certeza que se continuarmos com um só objetivo, o MIM, nunca vai deixar de existir...” Marteane* – Ubajara. O enfrentamento à violência contra as mulheres impulsionou o MIM nos primeiros passos da caminhada. Daí surgiu a reivindicação por uma Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos das Mulheres, até hoje pleiteada.


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