Ano 8 • nº1996 Fevereiro/2015 Monte Alegre/SE
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
No quintal de dona Maria quase tudo dá: dá até pra garantir o sustento da casa O sorriso largo e o brilho nos olhos de Dona Maria Nunes de Lima Barbosa, agricultora e comerciante na feira de Monte Alegre de Sergipe, anunciam que as vendas andam bem. Mas no meio de uma prosa bem agradável dá pra descobrir que o motivo de tanta alegria para Dona Maria é porque tudo que ela vende na feira de sábado é produzido bem lá no quintal de sua casa, no povoado Lagoa da Entrada, distante 12 quilômetros da cidade. “Graças a Deus é desse plantio que há quatro anos eu tiro o sustento meu e dos meus filhos. Não tenho do que reclamar e ainda mais porque as coisas só vêm melhorando pra gente”. Muitas mudanças aconteceram na vida de Dona Maria ao longo desses quatros anos aos quais ela se refere. É bem verdade que nem todas as surpresas nesse período foram boas. As lágrimas nos olhos, mesmo que passageiras, são pra contar da morte do marido em um acidente de moto, mas a força e a garra da mulher sertaneja, que tiveram que se redobrar, logo trazem de volta aquele sorriso marcante, revelando a felicidade pela vida que leva: simples e cheia de grandiosas conquistas. Grandiosas porque, como ela mesma diz, ter condições para plantar, comer e ainda vender o que cultiva é uma das melhores coisas que lhe aconteceram e já é motivo suficiente para comemorar. Na feira de Monte Alegre, Dona Maria vende o que planta.
“Antes eu vendia geladinho, mas com o incentivo da minha vizinha passei a plantar na minha terra e devagarzinho fui comercializando, mas de um tempo pra cá foi que melhorou mesmo, a produção aumentou e as vendas também”. Segundo ela, esse aumento na produtividade se deve a chegada da cisterna de 52 mil litros oriunda do projeto P1+2, que incentiva e auxilia a produção de alimentos entre as famílias de acordo com sua necessidade. “Essa cisterna grande foi um sonho que eu realizei. Sempre quis ter uma reserva boa de água pra poder irrigar minhas coisinhas. Agora eu tenho e isso ajuda muito porque não deixa faltar a água que os pés de fruta e a horta precisam pra crescer e dar os frutos que a gente come e vende na feira”.
Dona Maria e seus dois filhos