Família aposta na criação de pequenos animais como alternativa para a convivência com o semiárido

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Ano 9 • nº1768 Janeiro/2015

Retirolândia

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

O jovem casal Joselane Lima Cruz de Santana e Jairo Ferreira de Santana vive na Comunidade Baixa do Couro, no município de Retirolândia, na Região do Sisal e há 12 anos começou a investir na criação de frango caipira. Joselane é professora, mas sempre que pode contribui com o trabalho de criação. Atentos ao desenvolvimento local, a família busca aproximar os jovens da comunidade às atividades de produção existentes, com o desejo de fortalecer a juventude e criar condições para a sua permanência no campo. “Eu nasci em Valente, minha mãe sempre quis que eu estudasse, mas eu sempre ajudava a plantar algumas coisas. Casei com 20 anos e há 19 anos vivo aqui na Baixa do Couro desde que casei. Temos três filhos, Iago de 16 anos, Lucas de 12, e Iatã de 9 anos. Meu esposo é daqui mesmo da comunidade. Ele também cresceu na roça e ajudou a criar os irmãos. Os mais velhos trabalhavam pesado. Ele colocava palha no motor de sisal, tomava conta do motor e da roça no plantio da mandioca”, conta Joselane. “Antes era difícil água aqui na comunidade. Meu esposo saía bem cedo com a carroça e os tonéis para pegar água. Não lembro a distância, mas era bem longe. Às vezes passava a manhã toda. Aqui só cabiam quatro dornas de água. Agora melhorou muito depois desses projetos das cisternas, ficou mais fácil a água pra gente. Falta, mas pro consumo, a gente tem”. Jairo também recorda como era a vida antigamente. “Foi uma luta muito difícil no plantio do sisal, mandioca e milho. A gente não vendia nada, era só para o consumo. Depois as coisas foram melhorando, a gente foi ganhando experiência. Desde 2006, eu trabalho para mim. Em 2003, eu comprei 10 pintinhos, depois comprei 50, e trabalhava na fábrica de calçados. Em 2006, eu disse: agora não quero mais trabalhar para ninguém. Fui aprendendo, testando no dia a dia. Fazia, dava errado. Tentava de outro jeito, dava certo. E quando algum estudante de agronomia diz que eu tou fazendo errado eu respondo que o saber local tem me mostrado que dá certo. Eu não vou mudar uma cultura que eu tenho se tá dando certo. Se for analisar de 10 anos atrás, não só eu, mas também a comunidade teve um grande avanço. Para encontrar alguém para trabalhar como diarista aqui hoje é difícil, ninguém quer”, diz Jairo. Depois que veio a primeira água e a cisterna do P1+2 [cisterna que armazena água para a produção de alimentos], que chegou 9 para a comunidade, as coisas têm melhorado.


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