BAPs

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Ano 9 • nº 1753 Março/2015

Crato Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

BAPS

O sítio Espinheiro, localizado a 18 quilômetros da sede do município de Aurora, sul do Ceará, está situado entre dois rios, o Salgado e o Espinheiro, e tem uma população de aproximadamente 200 famílias que vivem da agricultura e criação. A mata nativa deu lugar as monoculturas e árvores frutíferas, como cajá, goiaba, manga, cajarana,.... Em períodos invernosos acentuados a comunidade fica ilhada com a cheia dos dois rios. No entanto, em tempos de estiagem ou seca, a água passa a ser um bem mais precioso. Quase todas as famílias possuem a cisterna de 16.000 litros, implementadas pelo Programa Um Milhão de Cisternas – P1MC, muitas vezes não sendo suficiente para o sustento. É neste cenário que o Programa Uma Terra e Duas Águas – P1+2, implantou na comunidade oito cisternas calçadão e uma bomba d'água popular – BAP. As BAP's são uma tecnologia social de uso comunitário que aproveita poços desativados para extrair água do subsolo. Segundo Batista,64, técnico que acompanhou a implantação nesta comunidade, a Articulação Semiárido Brasileiro – ASA realizou um estudo que identificou que muitos poços tubulares foram cavados e


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Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará

em seguida abandonados, pois as bombas elétricas queimavam com a falta de água e ficavam em desuso. “Antes era uma dificuldade enorme, aquele povo vizinho, eles não tinham acesso a água, então houve a possibilidade de instalar a bomba. Na época teve resistência porque muitos pensavam que a bomba ia causar problemas por sido cavado pela prefeitura, mas depois que a bomba chegou foi só sucesso”, ressalta Joaquim Cardoso, 42, agricultor da comunidade e vicepresidente da associação comunitária. Joaquim também foi beneficiado com uma cisterna de produção e acrescenta, “eu recebi uma cisterna calçadão e já tenho proposta pra entregar alface e coentro”. A água do poço tem boa qualidade, é tanto que pessoas da cidade vêm se abastecer para não ter que comprar. “ Antes eu pegava água em uma cacimba no beiço do rio, subindo ladeira,...hoje tá uma riqueza, se não fosse essa bomba, não sei o que seria de nóis não, pois a cacimba secou e quando tem água, todas por aqui deu capa-rosa, que nem um óleo” comenta Maria Raimunda da Conceição, 61. “Quando secavam as cisternas, a gente se abastecia da cacimba ou tinha que pagar a quem tinha poço profundo, pois precisava de motor”, lembra Rosangela Rodrigues da Silva, 28. Hoje a associação comunitária produz e comercializa polpas de frutas e possui uma ilha digital. “Os jovens se envolveram na produção de polpas, porque a manutenção dos computadores é feito com a renda da fábrica, aí eles se interessaram”, conclui Joaquim.

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