Ano 9 nº 1976 Abril/2015 Calçado
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
O Campo: lugar onde se vive bem Conheça a história de uma família que aliou aprendizado e trabalho para mudar a própria realidade
Assim como muitos nordestinos, o agricultor Jairo Pedrosa da Silva, de 49 anos, já buscou uma vida com melhores condições financeiras em São Paulo. Entretanto, a vontade de retornar para o sítio da família, que fica localizado na comunidade Volta do Rio, no município de Calçado, sempre existiu e ele resolveu trocar as ferramentas de trabalho da construção civil pelas da agricultura familiar. Ele é casado com Luzia Amaro Pedrosa, de 32 anos, com quem tem um filho, João Pedro Amaro Pedrosa, de 7 anos. Hoje, ele não pensa em voltar para o Sudeste, pois sabe que é possível ter uma vida com qualidade e farta na zona rural. “Ser agricultor é bom, porque eu produzo o que eu como, vivo uma vida sossegada e mais Seu Jairo e dona Luzia com o filho, João Pedro saudável”, afirma. Mas além do amor pelo trabalho e de reconhecer todos os benefícios que a vida no campo é capaz de proporcionar, existem dois novos e importantes motivos para comemorar. A propriedade da família começou a contar, recentemente, com dois recursos de captação e armazenamento hídrico: uma cisterna de primeira água (16 mil litros), que é destinada para o consumo humano, e, mais recentemente, a cisterna de segunda água (52 mil litros), voltada para a produção de alimentos e a criação animal. “A chegada da cisternaenxurrada aqui, na minha casa, já mudou muita coisa. Apesar de não ter chovido muito desde a conclusão da obra, hoje ela já está com meia capacidade”, conta empolgado. Se por um lado o sorriso está presente no rosto do agricultor ao falar das cisternas, por outro, a expressão muda quando ele lembra das dificuldades enfrentadas no período da estiagem prolongada. “No meu caso, os obstáculos foram maiores porque eu não tinha nenhuma cisterna. Tinha os caminhões que vinham abastecer e nós enchíamos todos os depósitos, mas eles não eram suficientes. Só que agora a realidade é bem diferente: se vier quatro ou cinco caminhões, eu vou poder guardar toda água”, comemora. A água que é captada pela cisterna-enxurrada é destinada à produção de alimentos e à criação animal