6 minute read
CALÇADOS
from Ed148
by Aspa Editora
Setor calçadista trabalha com 30,9% da capacidade instalada
©DIVULGAÇÃO
Advertisement
AAssociação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) divulgou em primeiro de julho que o setor calçadista nacional está trabalhando com 30,9% da sua capacidade instalada. O número está em pesquisa realizada pela en� dade junto às empresas fabricantes de calçados. O levantamento aponta, ainda, que 63% das empresas do setor estão a� vas, embora com produção reduzida; 26% das empresas estão paralisadas (sendo que 20% não tem previsão de retorno); e 14% das empresas estão operando apenas para fi nalização de pedidos e uso de material em estoques, o que pode fornecer indícios de uma nova paralisação no curto prazo. O presidente-execu� vo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que o quadro vem culminando na perda de postos de trabalho do setor, que chegou a 37,4 mil postos entre janeiro e maio, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo Ferreira, apenas no período mais agudo da pandemia do novo coronavírus, entre os meses de março e maio, o setor perdeu mais de 52 mil postos de trabalho. Em dezembro de 2019, as indústrias calçadistas empregavam 269 mil pessoas, número que caiu para 232 mil. “O impacto se dá, sobretudo, pelo fechamento do comércio, que responde por mais de 85% das vendas totais da Indústria”, afi rma o execu� vo, acrescentando que 90% das empresas consultadas pela pesquisa apontaram este como o principal impacto na produção. MP 936 – A pesquisa da Abicalçados revela que 76% das empresas u� lizaram o mecanismo de redução da jornada de trabalho, previsto na MP 936. “As empresas buscam segurar os postos. O problema é que, com a demora na retomada dos pedidos, as empresas acabam tendo que recorrer às demissões”, conta Ferreira. Produção – Com queda nos pedidos, a produção de calçados caiu 70,5% em abril na relação com o mesmo mês do ano passado, conforme dados mais recentes divulgados pelo IBGE. A projeção da Abicalçados é de que a produção caia, em média, mais 65,5% em maio e 61% em junho, sempre no compara� vo com os meses correspondentes do ano passado. “Existe um arrefecimento da queda na produção, que vem se dando paula� namente e concomitantemente à abertura do comércio em alguns grandes centros comerciais”, avalia Ferreira, ressaltando que a en� dade espera uma melhora grada� va até o fi nal do ano, em especial no úl� mo trimestre. Diminui o ritmo de demissões – Com a abertura gradual do comércio � sico em grandes centros econômicos, o número de demissões do setor calçadista caiu. O presidente-execu� vo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que existe um quadro de arrefecimento das quedas, consecu� vas desde março deste ano. Segundo ele, no pior mês da crise, em abril, foram perdidos mais de 29 mil postos na a� vidade, número que caiu para 16,5 mil em maio e 5,2 mil em junho. O setor somou a perda de 44 mil postos, número que é puxado pelos estados do Rio Grande do Sul (14,7 mil), São Paulo (8 mil), Ceará (5,8 mil) e Bahia (4,7 mil). O presidente da Abicalçados, destaca que a perspec� va de abertura gradual do varejo � sico, que responde por mais de 85% das vendas do setor calçadista brasileiro, infl uenciou o mais recente balanço. “Não é um número para se comemorar, já é uma tragédia a perda de um único posto. Porém, estamos um pouco mais aliviados pelo fato de essa
onda de demissões estar perdendo força”, avalia o dirigente, ressaltando que, no entanto, ainda não existe perspec� vas de uma retomada mais forte da a� vidade antes do úl� mo trimestre. “O varejo, que inicia suas a� vidades aos poucos, ainda tem muito produto estocado, então a recuperação mais substancial não virá do dia para a noite”, acrescenta. Ferreira destaca que, hoje, a indústria de calçados trabalha com pouco mais de 36% da sua capacidade, o que irá inviabilizar inves� mentos e contratações no curto prazo. Pesquisa – A Abicalçados também divulgou uma pesquisa realizada junto às empresas e sindicatos industriais dos principais polos calçadistas brasileiros. Conforme o levantamento, 24% das indústrias seguem com produção suspensa, sendo que 11% delas não têm previsão de retomada. Os impactos da pandemia do novo coronavírus fi zeram a expecta� va de crescimento para 2020 desabar. No ano, a previsão é de que se produza até 30% menos calçados, chegando a patamares de 16 anos atrás. Tendo produzido 908 milhões de pares no ano passado, o setor deve produzir pouco mais de 640 milhões de pares em 2020. O dado de maio ainda não foi divulgado, mas a previsão de Abicalçados é de que se some uma queda em torno de 65,5% ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado do quadrimestre, conforme o IBGE, a queda chegou a 27,6% no compara� vo com igual ínterim de 2019. Os efeitos da pandemia também são sen� dos nas exportações de calçados, que caíram 22%, em volume, nos cinco primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2019. De janeiro a maio, foram embarcados 39,5 milhões de pares ao exterior. A previsão da Abicalçados é de uma queda de até 30,6% nos embarques ao longo de 2020, o que fará o setor retornar a patamares da década de 1980.
Exportações de calçados amenizam queda em junho
©STOCKSNAP/PIXABAY
Depois de quatro meses consecu� vos de queda, as exportações de calçados voltaram a crescer em junho, em relação mês imediatamente anterior. Conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em junho foram embarcados 3,6 milhões de pares, que geraram US$ 35,6 milhões, altas de 32,7% em volume e de 49% em valores no compara� vo com o registro de maio. Por outro lado, no compara� vo com o mês correspondente de 2019, as quedas foram de 44,6% em pares e 47% em receita. No semestre, a exportação de 43 milhões de pares gerou US$ 330,5 milhões, quedas tanto em volume (-24,6%) quanto em receita (-31,2%) na relação com o primeiro semestre. O presidente-execu� vo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que os números já apontam para um arrefecimento da crise no mercado internacional, com a retomada gradual do consumo em alguns dos principais mercados. “Já existe uma melhora no ambiente, mas ainda estamos muito abaixo da nossa performance habitual”, avalia o dirigente, ressaltando que as exportações devem cair entre 22% e 30% em 2020. No primeiro semestre, o principal des� no do calçado brasileiro no exterior foi os Estados Unidos, para onde foram exportados 4,4 milhões de pares por US$ 67,26 milhões, quedas de 31,5% e 34%, respec� vamente, ante o mesmo período de 2019. O segundo des� no do semestre foi a Argen� na, para onde foram embarcados 3,2 milhões de pares, que geraram US$ 32,4 milhões, quedas de 8% em pares e de 25,5% em receita no compara� vo com igual ínterim do ano passado. O terceiro des� no foi a França, para onde foram exportados 2,97 milhões de pares, que equivalem a US$ 25 milhões, quedas tanto em volume (-14,4%) quanto em dólares (-4,2%) ante período correspondente do ano passado. Projeções – Para 2020, em função do alastramento da pandemia do novo coronavírus, a projeção da Abicalçados é que uma queda entre 22,4% e 30,6% nos embarques para o exterior, resultado que retornaria o setor aos patamares da década de 1980. “Existe uma retração muito grande no consumo mundial, de mais de 20%, o que deve impactar severamente nas exportações de calçados. Além dessa queda, somam-se problemas logís� cos e também a concorrência com os calçados asiá� cos no exterior”, avalia Priscila.