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CALÇADOS

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ENTREVISTA

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Exportações de calçados desaceleram recuperação em julho

©GPOINTSTUDIO/FREEPIK

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Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que as exportações de calçados desaceleraram a recuperação em julho. Naquele mês foram embarcados 8,8 milhões de pares de calçados por US$ 74,18 milhões, quedas de 1,2% em volume e de 5,8% em receita na relação com o mês anterior, feito o ajuste sazonal. Já na relação com o mesmo mês do ano passado, quando o Brasil ainda enfrentava os mais pesados efeitos da pandemia, os resultados são 47% superiores em volume e 52,2% superiores em dólares. Com o resultado de julho, no acumulado do ano, os calçadistas somaram o embarque de 65,9 milhões de pares por US$ 463,22 milhões, resultados 34% e 22,2% melhores do que no mesmo período de 2020. Já na comparação com janeiro a julho de 2019, portanto com o período pré-pandêmico, as exportações de calçados são levemente superiores em volume (+0,7%) e ainda bastante inferiores em valores gerados (-18,3%). O presidente-execu� vo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que a recuperação das exportações de calçados iniciaram processo de desaceleração. “A base de comparação do primeiro semestre era muito fraca, pois no ano passado vivíamos o ápice da crise. Cerca de 65% da queda sofrida no ano de 2020 decorreu do primeiro semestre. Muito provavelmente a recuperação desacelerará ainda mais até o fi nal do ano, sendo que devemos fechar com resultados cerca de 13% superiores ante 2020 e ainda abaixo dos índices de 2019 em 5% ou 6%”, comenta. Segundo o dirigente, o mercado internacional ainda não está plenamente recuperado e está receoso com as novas cepas do novo coronavírus. Entre janeiro e julho, o principal des� no do calçado brasileiro foram os Estados Unidos, para onde foram embarcados 7,7 milhões de pares que geraram US$ 109,18 milhões, incrementos de 56,2% em volume e de 42,6% em receita na relação com igual período do ano passado. O segundo des� no de 2021 foi a Argen� na. No período, os hermanos importaram 6 milhões de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 57,5 milhões, resultados superiores tanto em volume (+64,5%) quanto em receita (+52%) em relação ao mesmo período de 2020. O Rio Grande do Sul segue sendo o principal exportador de calçados do Brasil. Entre janeiro e julho, as fábricas gaúchas embarcaram 16,5 milhões de pares, que geraram US$ 202,33 milhões, incrementos de 36,5% e de 17,8%, respec� vamente, no compara� vo com o mesmo período do ano passado. Já o segundo exportador de calçados do Brasil foi o Ceará. Nos sete meses do ano, par� ram das fábricas cearenses 20 milhões de pares, que geraram US$ 111 milhões. Os incrementos são de 28% em volume e de 23,5% em receita no compara� vo com o mesmo intervalo de 2020. Com incrementos de 24,5% em volume e de 24,6% em receita na relação com o mesmo período do ano passado, os paulistas exportaram 4,8 milhões de pares, que geraram US$ 49,3 milhões. No mês de julho, entraram no Brasil 1,34 milhão de pares, pelos quais foram pagos US$ 26,27 milhões, quedas de 32,3% em volume e de 16,7%

em receita na relação com o mês correspondente de 2020. No acumulado dos sete meses do ano, entraram no Brasil 13,46 milhões de pares por US$ 186 milhões, quedas de 2% em volume e de 8,4% em receita na relação com o mesmo período do ano passado. As principais origens das importações nos sete meses foram Vietnã (5,18 milhões de pares por US$ 105 milhões, quedas de 18% e 4%, respec� vamente, ante igual período do ano passado); Indonésia (1,65 milhão de pares por US$ 30,43 milhões, quedas de 16% e 5%); e China (5 milhões de pares e US$ 20,33 milhões, quedas de 0,2% e 12%). Depois de experimentar um ano de queda em função dos impactos da pandemia da Covid-19, o setor calçadista brasileiro indicou uma sensível recuperação nos embarques de calçados no primeiro semestre de 2021. Conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), no primeiro semestre as exportações de calçados somaram US$ 389 milhões, geradas pela comercialização de 57 milhões de pares. As altas são de 17,7% em receita e de 32,3% em volume no compara� vo com a base deprimida de 2020 do mesmo período do ano passado, quando o mundo passava pelo auge da pandemia do novo coronavírus. Já no compara� vo com o período pré-pandêmico, com o primeiro semestre de 2019, houve quedas de 19% em receita e de 0,3% em volume. O valor menor gerado pelas exportações, explica a Abicalçados, se dá em função do ajuste de preços para o mercado internacional, já que com o dólar mais valorizado é possível conceder valores mais compe� � vos. 

Desoneração da folha de pagamento

Rodadas digitais com russos devem gerar mais de US$ 2 milhões

Com prazo de vigência até 31 de dezembro deste ano, a desoneração da folha de pagamentos, mecanismo que permite a subs� tuição do pagamento de 20% sobre a folha para o INSS por 1,5% da receita interna para empresas do setor coureiro-calçadista, está avançando rumo à renovação para 2022. O Projeto de Lei do deputado federal Lucas Redecker (PSDB-RS), que prevê a prorrogação por mais um ano para o setor, teve parecer favorável na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Agora, o PL vai para a Comissão de Cons� tuição e Jus� ça da Câmara e, se aprovado, passa diretamente para votação no Senado Federal. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) vê com o� mismo o avanço da proposta e frisa que, caso a desoneração não seja prorrogada, o setor deve ter um impacto de mais R$ 600 milhões em aumento em carga tributária, gerando a perda de cerca de 13 mil postos de trabalho. “A con� nuidade da desoneração da folha de pagamentos em 2022 será essencial para a consolidação da recuperação do setor calçadista, que viu sua produção despencar mais de 18% no ano passado e que somente agora experimenta uma retomada gradual. Em voga desde 2012, a desoneração da folha de pagamentos permite que empresas de 17 setores intensivos em mão de obra subs� tuam o pagamento de 20% sobre a folha de salários por 1% a 4,5% da receita interna. No caso do setor calçadista o pagamento aos cofres públicos é de 1,5% da receita bruta interna. Conforme a Abicalçados, a medida tem papel fundamental na preservação de postos de trabalho, pois diminui o peso da carga tributária. 

As rodadas digitais promovidas por meio do Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados man� do pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Inves� mentos (Apex-Brasil), seguem gerando volumes signifi ca� vos em negócios para calçadistas brasileiros. Recentes rodadas, com compradores da Rússia, ocorreram entre os dias 21 de junho e 2 de julho e devem gerar US$ 2,2 milhões entre negócios efe� vados e alinhavados durante o evento. A analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Ruisa Scheff el, destaca que, somente durante o evento, foram comercializados mais de 26 mil pares, que geraram US$ 366 mil, número que deve chegar a US$ 2,2 milhões em função dos negócios que fi caram alinhavados. “Para se ter uma ideia da importância do evento, foram vendidos, durante as rodadas, 15% do total exportado para a Rússia em todo o primeiro semestre”, comemora, ressaltando que, mesmo com a pandemia tendo afetado muitos dos players russos, o evento possibilitou reuniões asser� vas e que efe� varam negócios. No total, foram realizadas 109 reuniões. Além de reuniões com compradores da Rússia, as rodadas permi� ram a� ngir compradores de outros países, como Ucrânia, Cazaquistão e Belarus. 

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