Revista Atua - Agosto 2018

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sumário da edição

www.revistaatua.com.br facebook.com/atuarevista @atuarevista A Revista Atua, ano 10, número 40 (agosto de 2018), é uma publicação quadrimestral sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista (SP). Sua distribuição é gratuita, não podendo ser comercializada. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares Presidente Candido Alex Pandini Diretora responsável Angela Bonfante Cabrelon Gerente Raphael de Padua Medeiros Jornalista responsável Franco Junior - Mtb. 81.193 - SP

Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux

MATÉRIA DE CAPA

034 Theatro Municipal: 104 anos

Jornalistas Daniela Prado Franco Junior Guto Moreira Ignácio Garcia Mirela Borges Pedrinho Souza Revisão Ana Lúcia Finazzi - analuciafinazzi@uol.com.br

O Theatro Municipal é, sem dúvida, um dos principais polos irradiadores de cultura na cidade. Sua história é cheia de percalços e só não terminou em uma demolição por conta da campanha encabeçada por moradores locais, que se uniram para evitar a destruição de uma das mais antigas construções da cidade, que neste ano, completa 104 anos de existência.

Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias - mateus@acesaojoao.com.br Comercial Adrielli Souza - comercial@acesaojoao.com.br Publicidades Alexandre Pelegrino - alexandre@acesaojoao.com.br Fotos Leonardo Beraldo / Cromalux - www.cromalux.net

076 TDAH e a Ritalina

Produção e direção de arte Adriana Torati e Renata Maniassi

Para uns ela é uma droga perversa, para outros a “tábua de salvação”. Prescrita para portadores de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, Saiba mais sobre essa polêmica questão.

Alunos de jornalismo Camilla Resende Eduarda Oliveira Victória Coelho

058 Em busca da igualdade

Alunos de publicidade Amanda Leonardi Sara Damico

Mulheres dos mais diversos segmentos e idades se unem cada vez mais para buscarem seu espaço na sociedade. Conheça as iniciativas que estão ocorrendo em nossa cidade, suas líderes e suas histórias.

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Foto de capa - Leonardo Beraldo / Cromalux

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OUTROS DESTAQUES:

seu pet

Professores orientadores José Dias Paschoal Neto Ana Paula O. Malheiros Romeiro Maria Isabel Braga Souza

prosa, rango & birita

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dicas para seu carro

INFORME PUBLICITÁRIO

Cuidado com o câmbio automático A troca do fluído de transmissão requer sempre atenção por parte do proprietário Atualmente o mercado brasileiro vem se destacando no cenário mundial por conta do avanço na produção e também na comercialização de veículos equipados com câmbios automáticos e automatizados. Para se ter uma ideia, hoje mais de 40% de toda frota nacional já se enquadra nessa categoria. Mas, se por um lado esses veículos são muito confiáveis e confortáveis, por outro exigem uma atenção especial dos proprietários, especialmente no período da troca do fluído. Essa troca, geralmente, se dá entre os 40 e os 80 mil quilômetros (variando conforme a montadora) ou após quatro anos de uso do veículo. O QUE É Fluído de transmissão é utilizado no sistema de câmbio como um lubrificante e também como um emissor de energia - por meio de pressão hidráulica - para mover válvulas e aplicar correias e embreagens. Esses fluídos, que podem ter sua composição orgânica ou sintética (ou uma mistura de ambos), também atua auxiliando a dispersão do calor excessivo, gerado pelo funcionamento do câmbio. IMPORTÂNCIA A não substituição desse fluído (ou a substituição inadequada), aumenta significativamente a temperatura e o atrito entre os componentes internos, o que pode provocar até a perda total do sistema de câmbio. Outra dica importante é ter em mente que algumas montadoras não levam em consideração as altas temperaturas dos países de clima tropical (como no caso do Brasil), para composição das informações indicadas no manual. Dessa forma, algumas marcas acabam não especificando a troca do

fluído, recomendando apenas uma verificação do mesmo após determinada quilometragem. Porém, na prática, com as nossas altas temperaturas, o fluído acaba sofrendo desgastes, sendo necessária sua troca. Esse detalhe torna ainda mais importante procurar profissionais capacitados e de confiança - como os especialistas da Pontes Auto Center , para analisar e indicar a necessidade ou não da substituição do produto. Além disso, a troca do fluído deve sempre ser feita utilizando-se uma máquina de hemodiálise, para garantir a substituição total do líquido. Essa demanda toda exige cada vez mais oficinas com infraestrutura, tecnologia e profissionais capacitados para atenderem esses veículos com precisão. PROFISSIONAIS CAPACITADOS A Pontes Auto Center possuí um setor especialmente dedicado à transmissão automática: o Laboratório do Câmbio Automático, que também é especializado em manutenção corretiva e preventiva. Esse laboratório conta com o que há de mais moderno em equipamentos, a fim realizar trocas do fluído e também outras intervenções internas no sistema de transmissão, garantido segurança aos proprietários dos veículos. SOBRE A PONTES A Pontes Auto Center atua no setor de manutenção automotiva há mais de 16 anos, realizando serviços preventivos e corretivos em veículos nacionais e importados. Além disso, ela também possui uma grande gama de peças e equipamentos originais para todas as marcas de importados, especialmente os de plataforma europeia. A Foto: Reprodução Internet

FLUÍDO DE TRANSMISSÃO?

A transmissão, chamada popularmente de câmbio, tem papel fundamental no desempenho e na economia de combustível. Por isso, é importante substiuir regularmente o fluído, evitando também danos ao sistema de transmissão.

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moda & beleza

Sustentabilidade dita novas tendências Segundo estudos, brechós e sebos atraem cada vez mais pessoas. Este cenário se reflete também em São João da Boa Vista POR MIRELA BORGES

Você sabe o que é um sebo? É o nome popular dado às livrarias que compram, vendem e trocam livros usados. O lugar ideal para quem quer comprar livros sem gastar muito. Há aproximadamente dois anos foi criado, em São João da Boa Vista, o Bagagem Leve Sebo. A proprietária, Edna Galindo, explica que sempre teve o sonho de trabalhar com livros. “Só quem é leitor entende como é realmente, interessante trabalhar e viver as histórias dos livros. O Bagagem Leve Sebo é pequeno, mas nasceu das ideias de um dos melhores autores que já tive o prazer de conhecer através de seus livros, Carlos Ruiz Zafón”. O historiador e fotógrafo, Diego Carleti, possui cerca de 10 livros

comprados na livraria. “A proprietária sempre me tratou com muita atenção. Na primeira vez em que fui ao Bagagem Leve Sebo, não encontrei alguns títulos de peças gregas que eu procurava na época. Apesar disso, eu achei e comprei muitos livros interessantes, de autores como Goethe, Balzac e Aristóteles”, explica ele. Diego frequenta o sebo há quase um ano. Ele conta o que mais marcou durante este tempo. “A dona Edna sempre conta, detalhadamente, as experiências de leitura de cada livro que oferece para a gente comprar. E são muitos!”. Na página do Facebook do sebo (www.facebook.com/bagagemlevesebo) pode-se encontrar publicações de resenhas, comentários de livros e leituras. Há também o Grupo de Vendas Bagagem

Leve Sebo, criado para facilitar a venda e compra de livros, com envio de encomendas para qualquer lugar do Brasil. Existem várias versões a respeito da origem do termo sebo, uma delas diz que, no tempo em que não havia luz elétrica, as pessoas liam à luz de velas, que na época eram feitas de gordura de sebo. Conforme iam derretendo, acabavam sujando os livros, que ficavam engordurados. Outra versão é a de que os estudantes e leitores vorazes, por irem a todos os lugares com um livro embaixo do braço, acabavam por torná-lo sujo, ensebado. COMÉRCIO FAMILIAR: A VOLTA DA MODA VINTAGE Brechós são artigos usados à venda,

MERCADO EM CRESCIMENTO

De acordo com dados do SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o segmento de brechós cresceu 210% nos últimos cinco anos e, hoje, já são mais de 11 mil estabelecimentos especializados e espalhados pelo Brasil. Fotos: Leonardo Beraldo / Cromalux

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principalmente roupas, calçados, louças, obras de arte, bijuterias e objetos de uso doméstico. De acordo com dados do SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o segmento de brechós cresceu 210% nos últimos cinco anos e, hoje, já são mais de 11 mil estabelecimentos especializados e espalhados pelo Brasil. A exclusividade e a volta do movimento vintage – palavra em inglês referente a objetos que remetem ao estilo passado ou anterior, encontrado principalmente na moda, decoração ou em obras literárias –, são algumas das características principais que atraem os clientes. O estilo vintage coloca o Brechó da Família em evidência, como conta a

proprietária, Agatha Cabral. “As peças vintage são um de nossos focos. Muitas pessoas vêm atrás do ‘antigo’, e essas peças são únicas! Sempre estou garimpando para ter o melhor para nossos clientes. No brechó encontram-se as modas de várias épocas que sempre estão de volta”. Outro ponto proporcionado por este tipo de comércio, e que ela considera importante, é a sustentabilidade. “Brechó é sinônimo de modo sustentável, as pessoas estão mais conscientes sobre nossa responsabilidade com o planeta, algumas peças que não servem ou não fazem o estilo de alguém, vindo para o brechó, são reaproveitadas”. Por um longo tempo, muitas pessoas associaram os brechós a roupas velhas e em mal estado de conservação. Porém, Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux

este preconceito vem sendo desmistificado com o aumento de adesão do público a este nicho de mercado, explica Agatha. “Hoje em dia usar roupas de brechós é muito comum, podemos ver artistas famosos que aderem a essa moda. Para meus clientes e para mim, este tipo de pensamento não existe mais. Muitas vezes já convenci uma pessoa, que nunca havia comprado em brechó, a levar várias peças, tornando-se novo cliente”. No brechó são vendidas roupas masculinas e femininas, apenas para adultos. “Tenho aqui algumas peças que são meus ‘xodós’, que eu coloco em exposição no meu museu particular. Os clientes sempre querem comprar essas mercadorias, mas elas são meus tesouros. Não vendo. Muitas vezes saio atrás de peças parecidas para satisfazer os clientes”, conta Agatha. O nome “brechó” surgiu no século XIX, num estabelecimento chamado Belchior, que ficou conhecido por vender roupas e objetos usados no Rio de Janeiro. Décadas mais tarde, o nome se transformou em “brechó”, e acabou sendo traduzido como “segunda mão”. BRECHÓ: PRECONCEITOS E CLIENTES FIÉIS Locais como brechós são muito frequentados, principalmente por causa da economia e sustentabilidade. Apesar do preconceito contra estes lugares estar perdendo a força, ainda há quem o tenha. Exemplo disso aconteceu com a proprietária do Brechó da Koka, Sandra Regina Marcelino. “Ainda há preconceitos, sim. Algumas vezes já foram mães com as filhas no brechó comprar roupas, e elas falavam para as meninas comprar alguma roupa, pois são coisas semi novas e bonitas. Mas elas não queriam nem ex-

CONSUMO SUSTENTÁVEL

“O brechó passa a ser um grande parceiro, um escape para pessoas que estão interessadas em praticar o consumo sustentável, além da economia, já que é possível adquirir produtos que não vão mais utilizar os recursos naturais”, explica Amanda Alves de Mello, proprietária da Cresci e Perdi, um brechó com foco no público infantil.

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perimentar por serem peças usadas. Tem gente que pergunta para mim se eu compro roupas de defuntos. Muitos não compram por causa de preconceito, mesmo”. Apesar disso, Sandra explica que tem muitas clientes “fiéis” no brechó. “Quando chegam roupas novas, já ligo para elas, para avisar. Tenho também muitas clientes variadas, porque atualmente muitas pessoas procuram comprar em brechós. Alguns são meus clientes de muito tempo com quem posso sempre contar. E também outras pessoas que, ás vezes, a gente nem conhece e aparecem por aqui pra comprar.” O Brechó da Koka está no mercado há sete anos. “Antes, eu tinha uma lojinha de artesanatos, fazia chinelos e customizava roupas. Então, algumas pessoas iam comprar e achavam que era um brechó. Por isso, começavam a procurar produtos que eu não tinha na lojinha. De tanto o pessoal ficar perguntando, com o tempo, minhas netas sugeriram que eu abrisse um brechó”. Sandra explica também como surgiu o nome do brechó. “Foi escolhido pelas minhas netas, porque a gente se chamava de koki e koko, aí elas decidiram colocar koka”. BRECHÓ INFANTO-JUVENIL: MODA ECONÔMICA A franquiada do brechó Cresci e Perdi, de São João da Boa Vista, Amanda Alves de Mello, se identificou com o nicho do comércio e decidiu trazê-lo para a cidade. “Eu havia visto essa franquia, que é de São José do Rio Pardo, e achei o modelo de negócio interessante para São João. A franquia vale a pena para quem vende e para quem compra. Há também a opção de trocas de produto por vale-compras na loja, o que é muito interessante para os pais, já que gera um consumo consciente, além da economia que é possível fazer”, afirma. Em relação ao vale-compras, ela explica que a pessoa leva seus itens para avaliação, após isso é ofertado um preço para os itens selecionados. “Este valor pode ser recebido em dinheiro ou se a pessoa preferir trocamos por um vale-compras para ser usado na loja. Neste caso acrescentamos 30% adicionais para as compras”. O brechó está no mercado há cinco 11

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LIVROS E MAIS LIVROS

Foto: Divulgação

“Só quem é leitor entende como é, realmente, interessante trabalhar e viver as histórias dos livros”, explica Edna Galindo e confidencia que sempre teve o sonho de trabalhar com livros.

anos e é exclusivo para crianças e adolescentes. “O modelo de negócio do Cresci e Perdi, apesar do pouco tempo, teve uma boa aceitação regional. E em São João da Boa Vista não foi diferente. Em apenas seis meses de atuação na cidade já foi necessário buscar um espaço maior para atender à demanda que cresce mais a cada dia. No brechó é possível encontrar itens para uso desde o momento da gestação, recém-nascido, e se estende até aos 16 anos”, conta Amanda. “Hoje a loja tem em estoque mais de cem mil ítens, todos de uso infantil. Depois, no mesmo segmento, temos o Divas Brechó e o Outlet, que funcionam da mesma forma e são um desdobramento da Cresci e Perdi. Estes, por sua vez, atendem o público feminino e mães em geral”, explica. Em relação ao consumo sustentável, Amanda garante que: “atualmente levanta-se uma grande bandeira para o consumo consciente. E quando se fala nisto, normalmente as pessoas relacionam a comprar menos e melhor. E o brechó passa a ser um grande parceiro, um escape para pessoas que estão interessadas em praticar o consumo sustentável, além da economia, já que é possível adquirir produtos que não vão mais utilizar os recursos naturais. O bazar fica em evidência, pois é a

primeira opção para quem pratica o ideal de sustentabilidade”. BRECHÓ ONLINE: PRATICIDADE NAS COMPRAS Atualmente, graças às facilidades que a internet proporciona, cresceu o número de pessoas que criaram um comércio online. Em 2017 o e-commerce – comércio eletrônico – cresceu 12% em relação aos anos anteriores, segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Este cenário se reflete em São João da Boa Vista. Exemplo disso é a agente de saúde aposentada, Maria de Fátima Faquieri, que criou a página no Facebook, Brechó da Lica (www.facebook. com/www.brechodalicasj.com), com o intuito de vender objetos usados. “Eu sempre gostei de bazares e brechós. Gosto de ‘garimpar’ coisas boas, como móveis usados, por exemplo. Aprecio coisas diferentes. Gosto de vender minhas coisas e comprar outras. Então uma amiga fez a página para mim. Nela eu posto os produtos que desejo vender, e dou a oportunidade para que outras pessoas postem, também. Sem fins lucrativos”, afirma. A REVISTA ATUA | AGOSTO 2018

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moda & beleza

Micropigmentação de sobrancelhas Saiba tudo sobre a técnica e descubra que algumas precauções devem ser tomadas para que você não se arrependa depois POR DANIELA PRADO

Fazer as sobrancelhas, independente do método utilizado, é algo que sempre requer cuidado pois, caso se retire muitos pelos ou algo acidentalmente não saia como o planejado, pode não haver recuperação e o pior, esteticamente, a fisionomia ficará prejudicada, com falhas e outros problemas que comprometem a expressão. Nestas circunstâncias a micropigmentação de sobrancelhas é uma solução, por devolver um visual harmonioso a quem sofreu a perda excessiva dos pelos dessa região do rosto. A esteticista Neka Costa explica que, no sentido técnico, a micropigmentação é um tratamento estético onde é implantado pigmento exógeno na camada superficial da pele. “Todos que procuram uma melhoria suave e natural para sua

aparência, encontram na micropigmentação uma solução rápida e eficiente, sendo que a maioria das pessoas pode se submeter à técnica”, afirma ela. Neka destaca como opções de micropigmentação a de sobrancelhas (fio a fio ou compacta), de olhos (delineador e contorno), boca (preenchimento e contorno) e repigmentação de aréolas. APLICAÇÃO O procedimento é feito com aparelho dermográfico, agulhas e pigmentos específicos para tal técnica e inclui consulta, implantação do pigmento e retoque após 30 dias. “Logo após o procedimento, a cor ficará mais escura, mas clareia em aproximadamente 50% nos dias subsequentes, durante o processo de cicatrização. Geralmente a sessão demora por volta de 1h30 a 2 horas para ser feita”, ressalta.

Para assegurar-se de que nada dará errado e que não haverá posterior arrependimento com os resultados, Neka lembra que existem diversas opções e técnicas para a aplicação da micropigmentação, sendo a necessidade e gosto do cliente fatores determinantes para a escolha do procedimento. “A cliente deve ouvir a opinião do profissional, pois ele saberá dizer o que combina mais com o biotipo de quem está se submetendo à micropigmentação. Isso se chama visagismo, e é muito importante”, salienta a esteticista. E complementa que é por essas razões que se deve fazer uma avaliação, na qual, através de um lápis demográfico, a cliente poderá ter uma noção de como ficará o resultado. TIPOS DE PROCEDIMENTO Existem três tipos de micropigmentação de sobrancelhas, cada um deles é indicado

Foto: Dani Prado

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É NECESSÁRIO ATENÇÃO

A médica dermatologista Carolina Dantas salienta que a micropigmentação funciona a exemplo de uma tatuagem e é um procedimento que ‘quebra’ a barreira protetora da pele e deposita ali, na derme, o pigmento. “Grávidas, mulheres que estejam amamentando, pacientes que estejam usando ácidos muito agressivos no rosto devem evitar a micropigmentação”, explica.

para um propósito. A primeira delas é a micropgmentação compacta que, de forma simplificada, é indicada para aquelas pessoas que não possuem pelos, ou querem marcar as sobrancelhas, deixando-as com mais expressão. Neste caso, a micropigmentação é realizada completamente, tanto no contorno como em seu preenchimento. A duração é de aproximadamente 2 anos. Já a micropigmentação esfumada é indicada para aquelas pessoas que possuem poucas falhas. Essa técnica permite um efeito muito natural. O sombreado corrige as falhas sem pesar a expressão. É feito o contorno da sobrancelha, porém, o preenchimento é esfumado, deixando o efeito bem suave. A duração da técnica também se aproxima dos 2 anos. Já a micropigmentação fio a fio, é indicada para aquelas pessoas que têm falhas e querem um resultado muito natural. A técnica desenha fio por fio, a ponto de ficar difícil saber qual fio é o original. O efeito é incrível, muito realista. Pode-se, inclusive, delinear o fio na direção dos pelos originais. Além disso, também é possível usar até 4 tons de pigmentação. O resultado é uma sobrancelha perfeita. Se comparar o antes e depois, você se surpreenderá! Essa técnica pode durar até 5 anos. PROCURE PROFISSIONAIS Neka pontua, ainda, que é necessário considerar bem todos os pós deste procedimento, explicados pelo profissional e que, para dar tudo certo, levando a um efeito bonito e natural, é preciso pesquisar muito bem quem irá fazê-lo. “Peça indicações sobre o profissional que escolheu para realizar sua micropigmentação, peça a ele para ver trabalhos anteriores, enfim, é preciso escolher um micropigmentador com cuidado, considerando a formação, experiência, tipo de aparelho e agulhas, além dos 14

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Foto: Dani Prado

cuidados com biossegurança”, alerta a esteticista. Se as orientações de desinfecção e esterilização forem cumpridas de forma adequada, a micropigmentação é totalmente segura. Ela enfatiza, ainda, que a interação entre cliente e micropigmentador é de extrema importância. Sobre o número de sessões necessárias para um bom resultado, pondera que, como muitas vezes a cor não fica perfeita após o processo de cicatrização, é indicado pelo menos um retoque, após 30 dias. “E, posteriormente, é necessário fazer o retoque após um ano, mais ou menos, para realce da cor. No entanto, esse tempo depende muito do tipo de pele da cliente e dos cuidados pós procedimento”, acrescenta. O custo varia de acordo com os produtos utilizados e com a experiência do micropigmentador. CUIDADOS E CONTRAINDICAÇÕES A médica dermatologista Carolina Dantas, que é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, salienta que a micropigmentação funciona a exemplo de uma tatuagem e é um procedimento que ‘quebra’ a barreira protetora da pele e deposita ali, na derme, o pigmento. “Existem pessoas para as quais é interessante não fazer. Grávidas, mulheres que estejam amamentando, pacientes que estejam usando ácidos muito agressivos no rosto ou que tenham

acabado de fazer um procedimento estético mais agressivo, como o laser de CO2, por exemplo, devem evitar a micropigmentação. Pacientes em tratamentos como quimioterapia ou que têm diabetes descompensado, também”, orienta Carolina. Para ser confiável, o micropigmentador precisa ter noção de colorometria - que é a indicação da tonalidade a ser usada na micropigmentação, que deve ser parecida com o tom de pele da pessoa, com seus pelos naturais e tom de cabelo; bem como noções de visagismo, para perceber qual é o melhor padrão de sobrancelha para aquela pessoa, se mais reto ou mais anguloso. “E, principalmente, as noções de biossegurança, ao usar agulhas descartáveis, para não haver contaminação. O profissional, que vai aplicar o procedimento precisa ter passado por um curso ou treinamento técnico e é muito importante que ele tenha um diploma e o alvará da vigilância sanitária no local onde trabalha”, aconselha a dermatologista. Outro detalhe que Carolina alerta é no tocante aos cuidados pós micropigmentação. “Nos primeiros dias, é interessante não passar produtos à base de ácido retinóico, que descamam o rosto, não tomar banho de piscina ou de mar (pois a cicatrização não está completa) e evitar a exposição solar, sobretudo nos primeiros dois meses”, finaliza a médica. A


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inauguração - Lords Men´s Wear

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decoração

Sabonetes tão “decorativos” que você nem vai querer usar Cesar Araujo descobriu que o hobby de fabricar sabonetes poderia ser profissão POR DANIELA PRADO

À primeira vista, você pensa se tratar de umas plantas suculentas, ornamentais e delicadas. Mas basta sentir o perfume para perceber que, na verdade, são sabonetes! Quem teria coragem de usá-los para tomar banho? Afinal, a vontade é colocá-los em ambientes – que até podem ser um lavado ou o banheiro social - com finalidade decorativa. Cesar Araujo, sanjoanense que se tornou artesão e proprietário da Cear Saboaria Artesanal, tem feito sucesso com esse novo empreendimento, surgido a partir de um hobby. “Desde pequeno, eu sempre amei tudo o que envolve arte e artesanato, sempre me envolvi em cursos e aulas de todos os tipos. Aos 13 anos, aprendi em um curso a maneira básica de confeccionar os sabonetes. E, ali, me apaixonei”, conta ele, sobre como tudo começou. A partir daí, o artesão foi aplicando o que aprendia e levando as novidades para a casa de amigos, parentes e para a escola.

PONTAPÉ INICIAL “Eu levava o que fazia e ia vendendo para comprar mais matéria prima e continuar a produção. Me afastei do mundo da saboaria por um tempo até que, há uns dois anos, resolvi retomá-lo e comecei a me desenvolver ainda mais nessa área”, recorda. Cesar estudou bastante as diversas formas e receitas para o preparo dos sabonetes e criou sua marca para começar a vendê-los de maneira mais profissional.“Como desde os meus treze anos vivo brincando com o sabonete, então posso dizer que estou há este tempo, no ramo - metade da minha vida, pois hoje tenho vinte e seis”, revela o artesão, entre risos. Quanto ao público consumidor, este é bastante diversificado, na observação de Cesar. NEGÓCIOS “Atendo a todo tipo de público, de empresas a consumidores finais; até mesmo encomendas de produtos em grande quantidade para lembrancinhas de festas e eventos”, pontua ele.

Os produtos da Cear Saboaria (www. facebook.com/PageCEAR) abrangem linhas fixas com formatos diversos, constantes na produção padrão como flores, suculentas, passarinhos, frutas, cupcakes, super-heróis e personagens diversos. “Mas consigo confeccionar um sabonete em qualquer formato. Atendo a pedidos personalizados nessa área, também, para desenvolvimento de formas diferenciadas e produzo novos formatos de sabonetes”, enfatiza o artesão, se referindo ao fato de sempre ser possível surgir algo novo e inusitado em sabonetes. Atualmente, Cesar se dedica cem por cento à saboaria e, mesmo sem formação superior, está constantemente em diversos tipos de curso na área de artesanato como pintura, modelagem, desenho, etc. “Hoje atendo a muitos clientes e, contando com as encomendas, as feiras e mais os pontos de venda pela cidade, consigo um lucro bacana para me manter nessa área”, finaliza ele. A

Fotos: Leonardo Beraldo / Cromalux

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DIVERSOS PRODUTOS

Além dos sabonetes ultrarealistas, Cesar Araujo também desenvolve produtos para “uso diário”, como linha de sabonetes para banho. Mesmo esses produtos apresentam combinações inusitadas como toques amadeirados, aloe vera e calêndula.

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psicologia

A Nomofobia O uso excessivo de celular pode levar à ansiedade, tremor e até depressão POR FRANCO JUNIOR

Ansiedade, perda de contato com pessoas próximas, sentir-se mais feliz na vida virtual que na realidade, se preocupar com as curtidas e compartilhamentos de uma foto, e deixar de aproveitar os momentos da vida para postar uma selfie são alguns dos sinais de que você está passando do limite. Uso abusivo do celular pode se tornar um transtorno psicológico, chamado nomofobia, que pode desencadear em depressão, alertam os especialistas. PATOLOGIA De acordo com a psicóloga do Programa de Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria da USP (Universidade de São Paulo) Dora Goes, o abuso do uso de celular pode se tornar um transtorno, conhecido como nomofobia, do inglês “no mobile phobia” (medo de ficar sem o celular). O excesso não está relacionado ao tempo em que a pessoa fica no aparelho, mas aos prejuízos que o uso acarreta na vida. “Muita gente usa o celular o tempo todo, mas ainda tem o controle da situação. Quando ela coloca em risco alguma atividade que faz ao usar o celular, quando não consegue se concentrar em outras atividades por estar focada no que está acontecendo no aparelho, aí já pode ser um problema”. O pesquisador do Instituto Delete, empresa dedicada a orientar e informar à sociedade sobre o uso consciente das tecnologias, Eduardo Guedes afirma que a principal causa para o abuso no uso do celular é a ansiedade.”Muitas pessoas usam o celular como muleta, porque se sentem sozinhas, e veem o celular como companhia. São ansiosas, têm pânico, e o celular faz o contato com o mundo”. Para o pesquisador, o principal problema é a substituição da vida so20

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cial pelas relações virtuais, e isso se torna um círculo vicioso, que se agrava cada vez mais. “Tivemos uma paciente extremamente ansiosa que trocou o vício do cigarro pela tecnologia. Ela teve problemas pulmonares por causa do cigarro e trocou o vício. Ela começou a jogar a fazendinha do Facebook, mas o grau de dependência era tanto, que se ela tivesse problemas de conexão com a internet, ela ia para a LAN house mais próxima à casa dela para fazer a colheita na hora certa”. MAIS PROPENSOS De acordo com a psicóloga, os mais jovens, entre 13 e 25 anos, são os mais propensos a desenvolver o vício, idade na qual a opinião dos outros ainda é muito influente. Segundo dados de 2013 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 66% da população brasileira

acima de 10 anos possuía telefone móvel. Guedes ainda afirma que o uso abusivo das redes sociais acontece porque falar de si mesmo gera prazer. Segundo ele, em uma conversa normal, falamos de nós mesmos 30% do tempo. Nas redes sociais, falamos de nós cerca de 90% do tempo. E isso é alimentado pelas curtidas e comentários dos outros usuários. Na visão da psiquiatra da USP, além do prejuízo social, das relações interpessoais, outra consequência negativa é a alteração do padrão do sono. “As pessoas simplesmente não desligam o celular. Tem gente que dorme com o celular debaixo do travesseiro pra ver as mensagens durante a noite. Por isso, a alteração do padrão do sono também se caracteriza como sintoma, e mais do que isso, como consequência, porque isso afeta todas as demais atividades que a pessoa faz”. A Foto: Reprodução Internet


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psicologia

Crise dos 30 anos Bruna Tokunaga Dias, psicóloga, é pioneira na pesquisa do tema POR PEDRINHO SOUZA

As pessoas na faixa dos 30 anos estão, de acordo com a psicologia, próximos a um período chamado “meio da vida”, caracterizado por muitas mudanças, um momento de balanço e revisão do que foi feito até ali e que servirá de base para as escolhas que virão a seguir. Estudos e pesquisas acerca dessa fase sempre existiram, porém, hoje em dia, como o mundo se tornou mais dinâmico e o leque de possibilidades é cada vez mais amplo, a crise dos 30 anos tornou-se mais evidente. “A diferença é que hoje temos uma permissão social para falar sobre o desejo de seguir um caminho e trabalhar com algo que faça sentido para nós”, esclarece Bruna, que também é especialista em orientação profissional. Motivada pelos comportamentos peculiares da geração com 30 anos, Bruna resolveu sair da superfície de hipóteses e estereótipos para entender o que há por trás das dúvidas, dilemas e angústias que muitas vezes causam, inclusive, depressão. “Seria a faixa dos 30 anos um possível prolongamento da adolescência ou sobre uma segunda dose da fase típica da juventude? Ou seria realmente uma antecipação das questões antes vividas aos 40? Ou será que os 30 são os novos 20 e, portanto, estamos mais imaturos e lentos do que nossos pais e avós em alguns aspectos”?, questiona ela, que mergulhou num mestrado e levou a fundo uma grande pesquisa sobre o assunto. Segundo a psicóloga, foi constatado, em sua pesquisa, que nessa fase as pessoas começam a se perguntar se faz sentido passar 12 ou 15 horas por dia dentro de uma empresa, visto que o corpo e a cabeça começam a dar sinais de insatisfação. “Começam a repensar suas escolhas, têm mais perguntas do que respostas. Se não estão felizes, o resto da vida parece tempo demais para seguir pelo mesmo caminho”, declara. Bruna foi ao mesmo tempo pesquisadora e objeto de pesquisa. Seu mestrado rendeu o livro recém-lançado A crise dos 30: a adolescência da vida adulta, pela editora Integrare. Ela constatou que, a partir das questões de carreira, as pessoas mobilizam questionamentos existenciais que geram impactos, além do âmbito profissional. A turma dos 30 anos já tem atitudes diferentes de outras gerações e tende a focar em questões individuais, mais que no começo dos anos 2000. Segundo o IBGE, os brasileiros estão indo cada vez mais tarde para o altar de núpcias. E, com a tendência de adiar o casamento e a chegada dos filhos – que deixaram de ser socialmente “obrigatórios”, o foco de muitos jovens acaba sendo a carreira. “É como se fosse um mantra: primeiro vou resolver minha vida profissional, até porque atualmente a carreira ser bem-sucedida é responsabilidade de cada um e não mais da empresa”, comenta Bruna, dando destaque a uma mudança de 22

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paradigma, um reflexo do conceito sociedade líquida. O ponto crucial é que, na faixa dos 30 anos, em geral, a carreira se confunde com a própria identidade. “Retomam questionamentos internos comuns na adolescência e, quando essas questões são colocadas diante de inúmeras possibilidades, as decisões, muitas vezes, ganham um peso difícil de suportar. E a saída, consciente ou inconscientemente escolhida por alguns, é adiar essa decisão o máximo possível. Outros acabam se deixando levar por idealizações sobre o trabalho e, não raro, fazem escolhas que não se sustentam por muito tempo”, aponta Bruna. Segundo Bruna, a médio e longo prazos, a insistência em seguir a cartilha de uma “vida normal” e evitar os riscos de uma mudança, a despeito dos questionamentos e dos desconfortos internos, cobra seu preço e traz certas frustrações e instabilidade nas emoções. Dessa forma, com o tempo aparece uma dificuldade comum entre os jovens de 30 anos: conciliar expectativas e realidade. O conselho de Bruna, para reverter esse quadro de insatisfação evidente é: “Os 30 anos são a adolescência da vida adulta, um convite ao amadurecimento. O momento de olhar para trás e entender o que foi construído até ali. É hora, então, de olhar para frente, de ajustar a rota e seguir viagem com a bagagem atualizada. Mas, para que esse caminho seja sólido e iluminado, é preciso, entre a chegada e a partida, olhar para dentro e se perguntar: a quem serve isso que estou fazendo? Em momentos difíceis, busque fazer a escolha melhor possível. Para isso, faça uma lista de prós e contras e anote as razões pelas quais escolheu por um determinado caminho. Ao olhar para trás, em vez de sentir-se frustrado com o que aconteceu ou não, lembre-se de que fez a melhor escolha possível, naquela situação”, conclui a especialista. A


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seu pet

O que acontece se meu cão comer a comida do meu gato? Se os cães comem comida de gato com frequência, podem sofrer de carências nutricionais POR RENÉ RODRIGUES JUNIOR

Ao invés de entrar em calorosas discussões sobre qual pet é o melhor amigo do homem, se o cão ou gato, muitos optam por ter os dois animaizinhos em casa. Só que, com mais diversão, também existem mais preocupações, como a alimentação. Com novos sabores e odores lançados no mercado a cada dia, às vezes fica difícil evitar que um pet “roube” a comida do outro. Além disso, a ração do gato costuma ser mais atraente para o cachorro porque, no geral, elas são feitas com mais nutrientes, fibras, proteínas e gorduras do que a canina. Até mesmo o seu cheiro e sabor são mais chamativos. Mas, afinal de contas, o que acontece se o cão comer o alimento do gato, ou vice-versa? ESPECIAL PARA CADA ESPÉCIE A resposta para essa pergunta é mais simples do que parece. Se essa situação for apenas ocasional, não há nenhum problema. No entanto, a substituição permanente é extremamente perigosa e não recomendável. Isso porque o alimento de cada espécie é feito especificamente para suas necessidades, exigên-

cias e particularidades. Para alimentos destinados aos gatos, por exemplo, adiciona-se a taurina, um aminoácido que não está presente nos produtos indicados aos cães, uma vez que esse produz a sua própria taurina no organismo. Na natureza, os gatos teriam que se alimentar de presas vivas e, assim, consumiriam a taurina naturalmente. PERIGOS Uma troca definitiva, nesse caso, poderia trazer danos irreversíveis a longo prazo para o gato, já que a taurina é fundamental para a reprodução, visão e função cardíaca dos felinos. Já para os cães, quando consomem uma alimentação para gato, a quantidade de energia ingerida passa a ser maior que a sua necessidade, predispondo esse cão à obesidade e suas consequências, como problemas de pele, nas articulações e diabetes. DICA IMPORTANTE Se o seu pet não gosta do sabor do alimento que está consumindo, procure deixá-lo mais saboroso com sachês de gostos diferentes e agrados eventuais, mas nunca substitua por um alimento indicado para uma outra espécie. A Foto: Reprodução Internet

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figura que atua

Uma história de superação Conheça a trajetória da Gustavo Bastoni, empresário, que começou vendendo verduras na feira POR VICTÓRIA COELHO

O empresário pinhalense, Gustavo Bastoni, tem uma trajetória de vida das mais ricas. Nascido em uma família de comerciantes, o empresário possui dois irmãos. Com apenas 12 anos, começou a auxiliar seu pai, junto com o irmão Fábio, no plantio de verduras no sítio que a família possuía em Espirito Santo do Pinhal. Posterior também auxiliava vendendo estes produtos na feira livre. “Eu comecei a trabalhar desde muito novo, vendendo verduras na rua. Meu pai e minha mãe sempre incentivaram isso, a vida toda foram do comércio”, conta orgulhoso. A grande guinada em sua vida aconteceu quando decidiram procurar a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (conhecida por “Casa da Agricultura”), em Pinhal, visando orientações sobre como melhorar a rentabilidade do sítio. Com apoio de técnicos da secretaria, os irmãos decidiram investir na produção de húmus, que é a matéria orgânica resultante da decomposição de animais e plantas mortas, produzida por minhocas. “Compramos dois litros de minhocas e pagamos vinte reais, na época. Começamos a produzir e vender nas floriculturas. Nessa época eu tinha uns quatorze anos”, complementa. Como a criação de minhocas não exigia grandes esforços e utilizava pouco

espaço, a dupla enveredou-se na produção de mudas de café. A matéria orgânica já era abundante – por conta dos húmus – a produção foi grande: quase cem mil mudas, na primeira leva. O mais surpreendente foi a venda de todas as unidades em um curto espaço de tempo. Com o sucesso, os irmãos ampliaram a produção e comercialização das mudas, até que, em 1996, uma forte crise se abateu sobre a produção nacional de café, levando os irmãos literalmente à falência. “Entre 1996 e 1997 ocorreu uma crise do café. E o café é assim, você tem três meses para vender, se não vende perde tudo. E foi justamente o que aconteceu, perdemos tudo. Foi um momento muito difícil para nós, porque trabalhamos o ano todo e ficamos sem nada”. VOLTA POR CIMA Mas os irmãos não desistiram. Dessa vez, estavam com um objetivo em mente. Buscaram um produto que fosse perene e que tivesse uma grande demanda no merca-

do. “Meu pai, na década de 1980, tinha uma fábrica de blocos de concreto e minha mãe sugeriu que fizéssemos o mesmo, pois os blocos, se não vendêssemos, não se estragariam”, conta. Foi aí que surgiu a ideia da nova investida da dupla. “No outro dia, de manhã, estávamos eu e meu irmão dentro do rio, tirando areia”, brinca. Gustavo e Fábio começaram primeiramente a fabricar os blocos de forma artesanal e comercializá-los para os sítios vizinhos. Com um pouco mais de fôlego, eles decidiram que era hora de procurarem novos mercados. “Eu resolvi pegar uma amostra dos blocos e ia às lojas de materiais para construção da cidade. Comecei a oferecê-los como permuta, um lote de blocos em troca de um caminhão de areia ou dez sacos de cimento, por exemplo”, conta Gustavo. POUCOS FORNECEDORES Ele comenta, ainda, que na época em que começaram a produzir blocos – em me-

LIÇÃO DE VIDA

Gustavo leva consigo uma frase dita por sua mãe, ainda na adolescência, e se emociona toda vez que a cita, pois é nela que ele busca forças. “A minha mãe falou assim: ‘não se preocupe com isso não, do jeito que vocês são trabalhadores, qualquer coisa que fizerem vai dar certo’”.

Foto: Victória Coelho

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ados dos anos 1997/98 – o mercado de construção estava carente deste tipo de material. “Então, posso dizer que acertamos a mão”. “Para você ter uma ideia, nós não tínhamos um caminhão para entregar a produção aos clientes. Utilizávamos um velho caminhão do meu pai, que ele usava para transportar algumas cabeças de gado que possuía. Então, por mais de um ano e meio, a gente desmontava e montava novamente toda a estrutura da carroceria para poder transportar os blocos”, analisa sorrindo. E completa, “foi puxado”. Pouco tempo depois, a sociedade com o seu irmão, Fábio, se desfez. Porém, Gustavo continuou tocando a empresa no sítio da família. “Depois disso, eu tive um outro sócio, que veio me ajudar. Acho que uns dois anos depois, com o boom da construção civil, nossa fábrica realmente decolou e pudemos contratar funcionários para nos ajudar”. GUINADA NOS NEGÓCIOS Com a fábrica em plena produção, Gustavo pode se dedicar a visitar obras e construtoras para oferecer seus produtos.

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Numa dessas visitas, conseguiu fechar um lucrativo negócio com uma grande construtora. “Foi ai que optamos por deixar o sítio e montar a produção na cidade, pois o transporte dos blocos estava encarecendo muito o produto”, explica. Nessa transição, a empresa acabou se endividando e perdendo um dos sócios. “O então sócio saiu da sociedade e me vi sozinho na empresa. Fui organizando as contas e montando um pequeno estoque de produtos”, explica. “Quando descobri que estavam fazendo um grande loteamento popular na cidade, visitei o local no dia da entrega das chaves, entreguei cartões da minha empresa e apresentei meu produto. Aproveitava e convidava a todos para conhecerem a fábrica e meus produtos”. E deu certo. Gustavo pode quitar todas suas dívidas e focar em uma nova ideia. “Eu percebi que havia no mercado uma grande carência no prazo de entregas dos materiais para construção. Foquei na tentativa de sanar isso e consegui conquistar pouco a pouco os clientes, empregando o dinheiro que entrava na compra de equipamentos, para agilizar ainda mais proces-

so de produção e entrega”, afirma. Com o crescimento dos negócios, o empresário foi aumentando o leque de produtos vendidos. Abriu a primeira unidade da Brutal Acabamentos. Com o auge do boom imobiliário, os negócios prosperaram e Gustavo também investiu em uma fábrica de blocos em Mogi Guaçu, além da construção de casa para venda. Em outubro de 2017, Gustavo e sua família mudaram-se para São João da Boa Vista, onde ele inaugurou a segunda loja da rede Brutal. No início, a loja contava apenas com dois funcionários. Hoje, a loja já conta com oito colaboradores. “O que eu espero de São João é ser reconhecido cada dia mais com a qualidade do nosso atendimento, com o nosso comprometimento e a cada dia agregar mais famílias à família Brutal”, conclui. Gustavo leva consigo uma frase dita por sua mãe, ainda na adolescência, e se emociona toda vez que a cita, pois é nela que ele busca forças. “A minha mãe falou assim: ‘não se preocupe com isso não, do jeito que vocês são trabalhadores, qualquer coisa que fizerem vai dar certo’”. A


matéria de capa

104 anos do Theatro Municipal A trajetória de luta, superação e os desafios atuais desse patrimônio de nossa cidade POR MATEUS ANANIAS

O Theatro Municipal de São João da Boa Vista é, sem dúvida, um dos principais polos irradiadores de cultura na cidade. Sua história é cheia de percalços e, só não terminou em uma demolição, por conta da campanha encabeçada por moradores locais, que se uniram para evitar a destruição de uma das mais antigas construções cidade, que neste ano completa 104 anos de existência. Por conta de seu aniversário, a Revista Atua preparou uma matéria especial, para contar um pouco da rica história desse patrimônio arquitetônico e cultural. Para se ter uma ideia da dimensão da importância do Theatro, basta destacar que ele é um dos seis remanescentes do início do século XX, que se mantêm em atividade em todo o Brasil. Ao longo de sua história ocorreram conquistas importantes para garantir sua sobrevivência. Hoje, o grande desafio é prepará-lo para o futuro. >

Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux

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IMPONENTE FACHADA

A imponente fachada do Theatro Municipal foi criada pelo arquiteto e escultor paulista J. Pucci e traz uma amostra deste trabalho com os medalhões dos músicos Wagner, Verdi, Gounod e Carlos Gomes, assim como as inscrições Música e Drama, como era costume nos teatros de ópera da época.

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O projeto do teatro teve início em 1913, quando jovens sanjoanenses - filhos da elite cafeeira local e influenciados por padrões culturais europeus – se uniram para criar o Theatro Municipal de São João da Boa Vista. Para viabilizar a construção, foi criada a Companhia Theatral Sanjoanense Sociedade Anônima, com 113 acionistas, tendo como presidente o Coronel Joaquim Cândido de Oliveira. O projeto ficou a cargo do arquiteto J. Pucci, que já havia construído o Teatro São Paulo, na capital. Com a criação da empresa e aprovação do projeto, assentou-se a pedra fundamental em 13 de maio de 1913. No local, bem na base da primeira coluna de ferro, foram depositados documentos e moedas da época. Para construir o prédio foi necessário importar da Europa toda a estrutura metálica, que compreendia a sustentação dos mezaninos, as tesouras do telhado, pilares aparentes. Estes pré-fabricados e numerados na Bélgica, sendo apenas montados aqui, sob o comando do construtor local Antonio Lanzac. O INÍCIO DA TRAJETÓRIA Em outubro de 1914, o Theatro foi inaugurado e, até 1916, manteve uma programação regular, apresentando tanto espetáculos de teatro, filmes e música quanto de artistas em tournées. Nesse ano, o gerente da Companhia Teatral Sanjoanense, Adolpho A. de Azevedo, publica edital abrindo concorrência para arrendamento do teatro. O prédio passa a

Foto: Carlos Budri / acervo Museu Histórico de São João da Boa Vista

ser administrado por novos empresários que trouxeram à cidade os mais diversos espetáculos. Em 1918, a Companhia Teatral Sanjoanense decide suspender o contrato de arrendamento, assumindo a gestão do Theatro, tendo à frente o Capitão João Jacintho Pereira Junior. A frequência de peças e exibições despencaram, levando à instalação, em 1929, de um rinque de patinação. Na década de 1930, foi criada a Sociedade de Cultura Artística, que tinha como sede a atual Sala Dilo Gianelli. Visava à prática da cultura através de saraus promovidos pelos artistas locais, que se

PROJETO DO THEATRO

A Companhia Theatral Sanjoanense Sociedade Anônima contratou o arquiteto paulista José Pucci para projetar o theatro. Imigrante italiano, Pucci era um famoso arquiteto (especialmente após o projeto do Teatro Municipal de São Paulo) que possuia uma casa localizada onde hoje se encontra o Edifício Louis Pasteur (sede da FAPESP), na Avenida Paulista, na capital.

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Foto: Carlos Budri / acervo Museu Histórico de São João da Boa Vista

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apresentavam declamando, cantando, tocando diversos instrumentos e representando. Essa sociedade dispunha de enorme biblioteca, com os mais diversos tipos de literatura e poesia, e também um piano de cauda. Para as sessões, a Sociedade de Cultura Artística convidava artistas e autoridades famosos da época. Estes registravam suas impressões sobre a cidade em um livro de ouro que trazia, entre outros, os nomes de Rangel Pestana, Guilherme de Almeida, Pedro de Toledo, Altino Arantes, Túlio de Lemos, Maria José Dupré e Caruso Neto, poeta que denominou São João da Boa Vista como a Cidade dos Crepúsculos Maravilhosos.


A FASE DO CINEMA Em 1931, o Theatro se torna palco de bailes de carnaval e logo cai novamente no ostracismo, ficando sem apresentações até 1936. No ano seguinte, a maioria das ações da Companhia Teatral de São João da Boa Vista foi comprada pelo Dr. Joaquim José de Oliveira Neto. Foram adquiridas poltronas novas e modernos equipamentos de projeção Philips. O Teatro entrava em uma nova fase, passando a funcionar como cinema. Aconteciam quatro sessões: matinê, vesperal e duas sessões noturnas. Anos depois foram abertos outros cinemas na cidade, que possuíam poltronas mais confortáveis e equipamentos sofisticados. A concorrência nos preços, as dificuldades na exibição de filmes nacionais, além do advento da televisão, fizeram o Theatro entrar em decadência. Após tentativa frustrada de transformá-lo em salão de bailes populares, acabou fechado por alguns anos. A DECADÊNCIA Entre 1947 e 1956, poucas apresentações são realizadas, predominando grupos locais, como o Festival Artístico em prol da nova Santa Casa de Misericórdia; o Recital de Piano, da professora Miriam Pipano; a opereta Sonhos de Fada, com direção de Beloca Oliveira Costa; e o Festival de Teatro, Canto e Dança. Em 1966 e 1968, apresentam-se Walmor Chagas e Cacilda Beker, com a peça O Homem e a Mulher; além do cantor Roberto Carlos. Em 1980, cogita-se a venda do Theatro para empreendedores interessados na demolição. No ano seguinte, já com parte das dependências deterioradas, foi improvisado um palco para

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receber a comediante Dercy Gonçalves, que chamou a atenção para o péssimo estado de conservação do prédio histórico. Após esse fato e com a pressão pública, o então prefeito Nelson Nicolau declara o imóvel de utilidade pública. Anos depois, o prefeito Sidney Beraldo adquiriu o imóvel para o município. RESTAURAÇÃO Em 1985, trazidos pelo engenheiro João Batista Merlin, dois restauradores do Rio de Janeiro visitam o Theatro e apresentam projeto de recuperação. A Secretaria de Cultura, através do Secretário Jorge da Cunha, libera 70 milhões de cruzeiros para início das obras e o prédio é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). Após longos anos de trabalho, em 1992, o prefeito Gastão Michelazzo inaugura o foyer (salão onde os espectadores podem aguardar o início da sessão e permanecer nos intervalos). Constitui-se a Fundação Oliveira Neto, com o objetivo de captar recursos, através da Lei Rouanet, para a conclusão da obra. Com uma diretoria formada por José Rubens Rosas, José Márcio Carioca, Vera Adib Peres e Helinho Fonseca, em poucos anos o Theatro seria reaberto e começaria novamente a receber espetáculos. Ainda na fase de recuperação, entre 1997 e 2001, são realizados no Theatro a exposição comemorativa do centenário do escultor sanjoanense Fernando Furlanetto, a I Bienal de Artes Visuais e a II Semana Furlanetto, além de show de Badi Assad e Simone Soul, parte da campanha Dê para São João parte do

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Foto: Divulgação AMITE

Leão, conscientizando o empresariado para a doação de recursos; e uma apresentação do conceituado Duo Assad. Em 2002, com a restauração finalizada, o Theatro reformado reabriu suas portas, recebendo a 25ª. edição da Semana Guiomar Novaes, que homenageia a pianista, nascida em São João no século XIX. No ano seguinte, é criada a Associação dos Amigos do Theatro Municipal (Amite) com a incumbência de administrar as atividades do Theatro Municipal, que passa a ter uma programação regular e diversificada, abriganmdo desde apresentações de grupos locais até conceituados artistas internacionais, como o músico francês Yann Tiersen, famoso compositor de trilhas sonoras (a mais conhecida, criada para o filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain). Embora tenha conseguido o feito inédito de manter a programação cultural ininterrupta durante quinze anos consecutivos, hoje a instituição depende de uma ampla rede de apoio para que o Theatro possa continuar desta forma. “É importante destacar que, apesar de toda a nossa dedicação e empenho, sozinhos não conseguimos nada. É também tarefa do poder público, dos empresários, artistas e comunidade se mobilizar para que Theatro Municipal de São João da Boa Vista não só mantenha sua integridade física, mas também se atualize, acom-

panhando as demandas do nosso tempo. Só assim, ele poderá continuar cumprindo seu importantíssimo papel de fomentar a vida cultural da cidade”, enfatiza Gil Sibin, atual presidente da Amite. O THEATRO VIVO Além da sustentabilidade financeira e conservação do patrimônio físico, é preciso manter uma ampla programação, que privilegie tanto a educação quanto a fruição artístico-cultural, aproximando a comunidade do espaço que lhe pertence. “Precisamos nos reinventar para que o Theatro se mantenha como um espaço vivo e atuante, capaz não só de ofertar uma boa agenda de espetáculos, mas de realizar atividades e programas

educativos para a formação de público”, explica o presidente da Amite. “Não existe programação cultural sem público. Neste sentido, propomos novos projetos, como o Boulevard Musical, que ocorre uma vez por mês na calçada em frente ao Theatro [foto acima], como forma de atrair mais pessoas”. Manter a frequência e driblar a falta de público não é tarefa fácil. Embora ainda longe do cenário ideal, é importante lembrar que, desde a criação da Amite em 2003, o Theatro contabiliza 15 anos de programação regular e ininterrupta, configurando o mais longo período de atividades em toda a sua trajetória. “É uma luta permanente”, explica Ana Paula Rinaldi, diretora técnica da

Foto: Gabriela Oliveira / AMITE

OBRAS DE REFORMA

Em 1985, trazidos pelo engenheiro João Batista Merlin, dois restauradores do Rio de Janeiro visitam o Theatro e apresentam projeto de recuperação. O prédio também foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado.

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MELHORIAS

No ano 2000, o prédio recebeu uma série de melhorias, dentre as quais a conclusão da Sala de Múltiplo Uso, a instalação do ar condicionado da sala principal, colocação de forro e término do sistema de proteção contra incêndio.

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THEATRO VIVO

Além da sustentabilidade financeira e conservação do patrimônio físico, é preciso manter uma ampla programação, que privilegie tanto a educação quanto a fruição artístico-cultural, aproximando a comunidade do espaço que lhe pertence.

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Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux

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Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux

GRANDES EVENTOS

Com sua reinauguração, o Theatro começou a sediar anualmente grandes eventos, como a Semana Guiomar Novaes e também a Semana Assad, entre outros.

Amite, “pois envolve uma série de questões interdependentes. Bons espetáculos custam caro e os produtores precisam ter retorno financeiro. Sem garantia de público eles não vêm. Alguns até arriscam, mas diante da pouca venda de ingressos antecipados acabam cancelando. É preciso que o público perceba que é ele quem determina a programação do Theatro e sinaliza qual é o padrão de qualidade possível. Muita gente acredita que a programação é definida pela administração do Theatro e pergunta: por que vocês não trazem fulano ou sicrano? De fato, o Theatro não traz ninguém, apenas faz a locação do espaço para os artistas e produtores, que podem ter lucro ou prejuízo dependendo da quantidade de público atraído para o evento. Havendo mais público, aumenta o interesse dos produtores e a possibilidade de termos espetáculos de boa qualidade. Tudo está interligado.” APOIO DA POPULAÇÃO Justamente buscando ampliar o número de associados e frequentadores, a Amite lançou recentemente a campanha #VIVAOTHEATROVIVO, idealizada a 42

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partir dos cinco pilares de sustentação das atividades do Theatro: os artistas, o público, os patrocinadores, os voluntários e os associados. “De um modo geral, a intenção é conscientizar a comunidade sobre a importância de seu papel para a manutenção da vitalidade do Theatro Municipal”, explica Carmem Aliende, diretora de comunicação da Amite. “A ideia foi trazer uma linguagem mais atrativa para os jovens, o que se reflete em um projeto gráfico mais arrojado, bem como na escolha das atrizes sanjoanenses Isabella Dragão e Giovanna Lancellotti, que abriram mão de cachês e emprestaram seu prestígio para a campanha. O filósofo Leandro Karnal, compreendendo a importância do theatro para a vida cultural da cidade, também cedeu o direito de uso de sua imagem sem ônus algum. É importante enfatizar que os demais participantes - associados, público, patrocinadores e voluntários – cujas imagens estão sendo utilizadas na campanha – também o fizeram gratuitamente. Também não tivemos custos com as fotografias, de autoria do Leo Beraldo, nem com a cria-

ção de todas as peças e atualização do site, a cargo do Estúdio Oka. Os espaços de outdoor foram cedidos pela loja ZAV e Escola da Infância Experimental Integrado. A renovação das carteirinhas dos associados foi gentileza da Associação Comercial. Aproveitamos esta oportunidade para tornar público nosso agradecimento a todos os envolvidos, cuja generosidade e comprometimento tornaram possível esta realização.” Outro objetivo da campanha é desmistificar a imagem do Theatro como um prédio suntuoso e sem conexão com a vida da cidade. Neste sentido, o saguão passou a ficar aberto ao público às quintas e sextas, das 10 às 12 horas e das 15 às 17 horas, inicialmente para adesão de novos associados, venda de camisetas e informações sobre a programação, que também está disponível na página do Facebook da Amite e no site www.theatromunicipalsjbv.com.br. Mais informações sobre as atividades do Theatro ou da Associação dos Amigos do Theatro Municipal, podem ser obtidas através do telefone (19) 3631-7653. A


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profissionais by Portobello Shop

INFORME PUBLICITÁRIO

Amor pelo design de interiores Muito antes de se tornar designer, a arte já atraía a jovem Lucéia M.M. Ambrózio, então com seis anos de idade. Seus pais e tios – que ela faz questão de destacar como sua coluna dorsal – iniciaram uma cerâmica artística. “Fui criada em meio ao design de potes, jarros, vasos e bibelôs. Ai nasceu minha paixão”, explica Lucéia. Essa inspiração ganhava ressonância em sua personalidade imaginativa e multifacetada de jovem que, por uma ironia do destino, acabou indo estudar marketing. “Apesar de ser uma área fascinante, definitivamente era a decoração que me atraía”, brinca. Após formada em marketing, ela finalmente se decidiu pelo desing de interiores e foi aí que realmente se encontrou. “Eu mergulhei de cabeça, querendo aprender sempre mais sobre o tema e acabei me especializando em lighting design [projeto de iluminação]”. Lucéia conta que, deste momento em diante, nunca mais parou, sempre buscando atualizações nessa área. “Estou sempre me aperfeiçoando”. O retorno por sua dedicação trouxe frutos. Recentemente foi convidada a assinar uma linha de produtos da Portobello, com participações em feiras e eventos dos mais variados, como o Casa Cor Ribeirão Preto 2018. Mas não para por aí, Lucéia também ganhou o Prêmio Grand Prix Copenhagen 2017, o TWS Portobello Shop 2016 e integrou o 1º Grupo Coletivo Criativo 2017 da Portobello, através da parceria com a loja Empório Portobello de São João da Boa Vista. Em 2017 também foi uma das premiadas da Associação Elenco, de Ribeirão Preto. “Eu me definiria como uma pessoa com a cabeça onde os pensamentos dançam, que busca transformar e criar ambientes de uma maneira que possa trazer conforto, satisfação e bem-estar às pessoas. Isso é que me motiva e faz meus olhos brilharem”, finaliza sorrindo. Para quem quiser fazer contato com a profissional, basta acessar o site www.luceiaambrozio. com.br, ou suas páginas nas redes sociais, nos links www.facebook.com/LuceiaDesign e no Instagram, @luceiammambrozio.

AVENIDA DOUTOR DURVAL NICOLAU, 944 SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SP (19) 3633-5557

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Fotos: Arquivo pessoal


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empreendedorismo

Perfil dos empreendedores POR FRANCO JUNIOR

Abrir sua própria empresa e colocar em prática suas ideias pessoais são situações que ganham mais espaço ano a ano no Brasil. Seja pela mudança das leis trabalhistas ou então pela vontade de trabalhar com o que faz bem a cada um, esta escolha é o caminho que tem se tornado cada vez mais seguido pelos sanjoanenses. Uma das parcelas de empreendedorismo que cresce em São João da Boa Vista é em relação às empresas familiares, prática que também é comum no mundo todo. Esta modalidade, inclusive, é responsável por construir organizações que representam economicamente e socialmente parcela significativa dos empregos gerados nestes países. E esta maneira de empreender de maneira familiar é algo comum há muito tempo na vida dos irmãos Fábio e Marcos Regini, além de Raquel Faria Fonseca da Silveira, que é esposa de Marcos. Os irmãos atuam em conjunto na área de atividades físicas e Raquel no seguimento de óticas. Confira abaixo: Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux

Raquel Faria Fonseca da Silveira 31 anos, optometrista

Raquel Faria Fonseca da Silveira, trabalha na área há 14 anos e é proprietária da Ótica Boa Vista, que foi inaugurada em outubro de 2012. “Em novembro de 2017, mudamos de endereço, para um espaço mais amplo e moderno, a fim de atender melhor nossos clientes. Trabalhamos com diversas marcas em óculos de sol e armações. As nossas lentes para óculos são todas de alta tecnologia e qualidade. Atendemos também os usuários de lentes de contato. Nossa equipe está pronta para atender cada cliente com profissionalismo e competência, em sua particularidade”. Porque você seguiu essa profissão? Segui os passos do meu pai. Comecei a trabalhar com ele e logo iniciei a faculdade de optometria. Desde então, procuro sempre estar atualizada quanto à minha profissão e à gestão da Ótica Boa Vista, com cursos de especialização, congressos e reciclagens, pois gosto muito do que faço. Nesse campo da gestão da empresa, qual é o principal desafio 46

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que você tem encontrado no dia a dia? Assim como em qualquer área, o maior desafio foi e está sendo driblar a crise econômica do país e destacar-se no mercado. E como você tem feito para driblar essa críse? O que tem buscado fazer para se destacar e minimizar os impactos dela? Estamos fazendo isso através da garantia da excelência no


nosso atendimento ao cliente, da credibilidade e da qualidade dos produtos, mostrando nossa competência e idoneidade. Qual foi - ou é - a maior realização na profissão? Creio que a minha primeira e maior realização foi alcançar a independência e abrir meu próprio negócio. A segunda foi a reinauguração da Ótica Boa Vista, em seu novo endereço. Em sua opinião, o que tem ajudado sua empresa a ganhar mais mercado em São João? Trabalhar com o foco na transparência de nossos produtos e serviços, desenvolvendo e aumentando sempre o grau de confiabilidade junto aos clientes e parceiros; valorizar o trabalho em equipe e potencializar ideias inovadoras; ser ético em todas as ações que empreendemos, pois, aos nossos olhos, visão e proteção ocular são muito mais do que o uso de uma armação de óculos. E você tem planos para expandir sua empresa? Sim, com certeza! Pretendo fixar metas e lutar por elas, com foco e determinação. Mas, antes quero estruturar bem a primeira loja e, depois, sim, expandir. Quais são suas atividades além do trabalho? O que gosta de fazer? Ah, sou muito família. Venho de uma família numerosa e, sempre que posso, procuro estar com ela, com meu esposo

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e meu filho. Gosto de viajar, passear e praticar atividades físicas. Estou também dedicando parte do meu tempo livre na contrução de um projeto de triagem e acuidade visual para atender às escolas municipais de São João. O objetivo é identificar as crianças que tenham alguma necessidade de lentes corretivas e, posteriormente, encaminhá-las a um oftalmologista. Além desse projeto que está desenvolvendo, você possui outros sonhos que almeja atingir? Meu sonho profissional é expandir os negócios e que a empresa que administro seja referência no mercado. Para minha vida pessoal, sonho também em construir minha casa e conhecer outros países e culturas. Se fosse possível eleger alguma caracteristica necessária para quem deseja abrir seu próprio negócio, o que vocês destacariam como fundamental? Acho que precisa ter um perfil de liderança e de inovação. Sonhar, mas com uma dose de realidade. Precisa querer mudar, tomar a iniciativa e conseguir enxergar no problema uma nova solução. Como é ter um marido também empreendedor? Ajuda e/ou também te motiva a ser empreendedora? Sinto-me orgulhosa por ter um marido empreendedor. Ele me inspira, me ajuda, me motiva. Nós compartilhamos ideias e trocamos experiências, e isso é muito bom! >


Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux

Marcos Regini da Silveira 36 anos, educador físico

Fábio Regini da Silveira 37 anos, educador físico

Os irmãos Fábio Regini da Silveira e Marcos Regini da Silveira atuam na área, respectivamente, há 16 e 15 anos. Recentemente, repaginaram totalmente a Regini Personal Fitness, empresa que fundaram juntos para trabalhar com esportes e as mais variadas atividades físicas. “A Regini Personal Fitness foi inaugurada em 2009. Em maio de 2018 mudamos de endereço para a nova sede exclusivamente projetada para atividades físicas. Seguimos o padrão chamado de Boutique Fitness: um espaço diferenciado, projetado por arquiteta especializada, onde cada detalhe foi pensado para gerar uma experiência positiva ao aluno, com conforto e bem-estar durante as atividades físicas. Ambiente moderno e aconchegante, equipamentos novos, tecnologia de ponta, equipe especializada e supercomprometida, são alguns dos nossos diferenciais. Na musculação, treinamento funcional e Pilates, oferecemos treinamento personalizado e em pequenos grupos, tudo com foco nos objetivos dos alunos”. Como surgiu a ideia de se unirem para trabalhar nessa área? Sempre fomos apaixonados e envolvidos com o esporte. Nossa família tem uma tradição no meio esportivo. Desde pequenos, praticamos diversas modalidades esportivas e disputamos campeonatos na maioria delas. Com isso, o esporte como profissão acabou sendo uma escolha natural. E qual o maior desafio que vocês já encontraram? Entendemos que o maior desafio de qualquer profissional de Educação Física é a valorização da sua profissão. Apesar do importante papel na sociedade (saúde, educação, esporte, lazer, pesquisa, etc.), o profissional de educação física ainda não é valorizado como deveria ser. Pessoalmente, nós sentimos alguma melhora (na valorização) nos últimos tempos, pois realizamos especializações, mestrado e constantes atualizações. Mas independente disso, a área ainda carece de muita valorização. 48

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E qual foi a grande vitória de vocês? Cremos que nós tivemos duas grandes realizações: a primeira delas em 2009, quando inauguramos a Regini Personal Fitness e agora, em maio de 2018, quando inauguramos nosso novo espaço. Pois, agora, poderemos aumentar a gama de serviços que oferecemos, além de melhorar nossa capacidade de atendimento e oferecer mais conforto aos nosso clientes. A que você atribuem esse crescimento, que culminou com a inauguração da nova academia? Cremos que “resiliência” é a palavra do momento e chave para essa questão. Temos que nos adaptar a cada período, sempre revisando processos e custos, com foco na maior eficiência e promovendo mudanças que gerem novas oportunidades, para oferecermos serviços ao consumidor interessado. Para isso, costumamos nos basear em três etapas: tentar antecipar os cenários, projetar as mudanças e executar as adequações com o máximo de excelência.


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O que vocês destacariam como ponto fundamental para a Regini Personal Fitness? Foco total no resultado buscado pelos nossos alunos e também no bom atendimento, a partir de um claro planejamento. Fazemos isso com uma equipe capacitada, treinada, comprometida e motivada, num ambiente adequado, limpo e agradável. Vocês têm novas ideas para ampliarem os serviços oferecidos? Sim! Não vamos nos acomodar, procuramos pensar alto, observar o mercado, traçar novos objetivos e lutar por eles. Acreditamos no nosso modelo de negócios, na qualidade dos serviços e, por isso, poderemos expandir ainda mais. Mas, no momento, estamos dedicados à “casa nova”, inaugurada em maio. E quais são as atividades além do trabalho? O que gostam de fazer? Marcos - Gosto de estar sempre com a família e amigos, passear, viajar e praticar esportes. Entre essas preferências sou bem eclético! Fábio - Essa eu prefiro pular (rs) E Marcos, como é ter uma esposa também

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tem seu próprio negócio? É muito positivo compartilhar com ela os desafios do meu projeto profissional. E vice-versa. Nos apoiamos e aprendemos com a experiência do outro, embora nossa atuação seja em segmentos diferentes. Tenho muito orgulho e admiração pela profissional que ela é! Se fosse possível eleger alguma caracteristica necessária para quem deseja abrir seu próprio negócio, o que vocês destacariam como fundamental? Estamos empreendendo há poucos anos, mas já sabemos que é preciso ter coragem, foco, estudo, empenho e ideias “fora da caixa”. Especialmente nesse período de planejamento da nova sede, amadurecemos muito isso. Mais algum ponto que acham fundamental? Outro aspecto que destacamos que é a necessidade do tratamento humano de cada integrante da empresa, seja funcionário ou seja cliente. Estamos atentos e procuramos identificar o que cada aluno procura, buscando o melhor método e planejando a solução para atingirmos o objetivo. Bem identificados o perfil e objetivo do aluno, a adequada atividade física gera resultados surpreendentes e indiscutivelmente melhora a qualidade de vida dos mesmos. A


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viagem

Depois das férias também é hora de viajar! Em baixa temporada no mês de agosto, Gramado e Maceió são algumas das opções POR GUTO MOREIRA

Seja uma viagem romântica, ou com a criançada toda, viajar é um verbo gostoso de se conjugar. Ainda mais em um país com tantas belezas naturais, como é o Brasil. E mesmo depois das férias de julho, há opções econômicas para quem deseja aproveitar ao máximo alguns dias de descanso. Julho, todos já sabem: é o mês das férias. Mas é possível viajar de forma divertida após esse período. Gramado, no Rio Grande do Sul, por exemplo, é uma boa pedida para os meses de agosto e setembro. O frio não é tão intenso quanto em julho, mas a cidade agrada tanto casais apaixonados como a família toda (que não deixa de ser apaixonada, também). Com muitas opções de restaurantes, barzinhos e cafés, é famosa por sua gastronomia e vinhos. Se a intenção é agradar os pequeninos, Vale dos Dinossauros, Minimundo, Aldeia do Papai Noel, o famoso Snowland (estação de esqui artificial) e as fábricas de chocolate não deixam a desejar. Ah, e não deixe de fazer o tradicional passeio de Maria Fumaça, onde é possível conhecer a história dos colonizadores italianos na região. Agora, se você quer fugir ou tem pavor de avião, Águas de Lindóia, no interior de São Paulo, é

um destino que apresenta significativa queda de preços em agosto, sendo uma ótima alternativa para quem planeja férias em família. A cidade turística fica a 8 quilômetros da divisa com o estado de Minas Gerais e, lá, você tem a obrigação de conhecer pelo menos três pontos: o Morro do Pelado, onde se tem uma maravilhosa vista da vegetação local, o Balneário Municipal e o Thermas Water Park, garantia de diversão para as crianças de todas as idades. EXTERIOR Já fora do Brasil, um destino, no sul argentino, chama atenção pela paisagem branca como a neve. Na verdade, é neve. Falo de Bariloche. Uma cidade convidativa e movimentada nessa época, que oferece opções para esquiar tanto para os mais experts quanto para

aqueles que estão indo conhecer a neve pela primeira vez. Na terra dos “hermanos” também pode-se conhecer a Patagônia, no extremo da América do Sul. Um lugar frio praticamente o ano todo e, por isso até, muitas pessoas preferem ir na primavera ou outono. NO BRASIL Agora, se você quer mesmo é usar pouca roupa e não abre mão de uma praia, o Nordeste desse “Brasilsão” tropical é a melhor opção, com pacotes até 40% mais baratos nos meses de baixa temporada. Maceió é a capital nordestina mais visitada no mês de agosto, e a passagem de avião chega a custar, em média, R$ 560,00. Bem, chega de falar, o negócio é viajar. Arrume as malas e parta para o seu destino predileto! A

ÁGUAS DE LINDÓIA

A cidade atrai visitantes que buscam tranquilidade e opções de lazer entre as fontes de água mineral que fizeram a fama do município. Águas de Lindóia também é bastante procurado por suas lojas especializadas em malhas e couro

Foto: Reprodução Internet

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Parceiros de mídia

Apoio institucional

Fotos: Leonardo Beraldo


de texturas e sabores!

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Se Beber, Não Dirija.

Um festival


história

Oitenta e três anos de história A Casa das Meias é uma das mais antigas empresas da cidade. Conheça sua história POR IGNÁCIO GARCIA

Com oitenta e três anos cravados em São João da Boa Vista e cinco mudanças de endereços ao longo de uma história de tradição e transformação, a Casa das Meias é a prova de que ter sucesso nos negócios não é somente para quem pode, mas exclusivamente para quem quer – empreendedores, leia-se de passagem - e para quem tem o comércio no DNA. E nesta trajetória de realizações, a loja ruma para, no futuro, alcançar o centenário, mas sempre com os ‘pés’ enraizados em um ‘berço’ de prosperidade. De Elias Beehaus - onde tudo começou no início da década de 1930, com uma casa especializada na fabricação e comercialização de meias, lá na rua Saldanha Marinho -, para os irmãos Miguel e Luis Gabriel Saman, em 1952, até a Casa das Meias chegar às mãos da professora aposentada Maria Frázia Zo-

PAIXÃO PELO COMÉRCIO

gbi Barbosa, em 1981. Não se sabe precisamente a data em que o nome ‘Casa das Meias’ foi oficialmente instituído. Todavia, à época, era comum e até ‘chique’ dar nome a algum tipo de negócio com o tipo de inicial: ‘Casa disso’, ‘Casa daquilo’, etc. Exemplo para as antigas ‘vovós’ Casas Bahia e Casas Pernambucanas. Mas voltando à história, ao menos quinze anos mais tarde, em 1996, o estabelecimento da comerciante Maria Frázia é repassado às filhas Maria Luiza e Carmen Zogbi Barbosa. Em 2011, Maria Luiza resolve empreender em outro ramo e Carmen assume definitivamente a Casa das Meias, que leva no histórico de produtos inusitados vendidos o antigo sabonete Phebo, o creme dental Colgate, Alpargatas, Conga, linhas Corrente, meias Lupo, até mesmo as lingeries Valisère, da inesquecível propaganda ‘o primeiro Valisère a

“Sabemos que o tempo de vida de uma loja é de aproximadamente quarenta e cinco anos. E a nossa tem, oficialmente, oitenta e três. E tenho um espelho: meus avós, tios; vivi quando criança dentro de um comércio de armarinhos. E para estar tanto tempo no mercado, primeiro é preciso amor pelo que se faz”, afirma Carmen.

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gente nunca esquece!’. Hoje, com toda a tecnologia, modernidade, novas marcas e tendências fashionistas, Carmen traz aos consumidores, eternizados fregueses e clientes, o que há de melhor em moda masculina e feminina, das crianças aos adolescentes, dos jovens aos adultos, até às refinadas ‘senhorinhas’ que ‘desfilam’ por entre as calçadas da cidade, tudo em um amplo espaço com direito até a outlet próprio. INÍCIO E MUDANÇAS Em 83 anos de história, até chegar à atual instalação, à rua Gabriel Ferreira, quase esquina com a avenida Dona Gertrudes, no ‘coração’ de São João da Boa Vista, a Casa das Meias passou por cinco mudanças e adaptações. Após a inauguração da casa que fabricava e comercializava meias à rua Saldanha Marinho, por Elias Beehaus – estima-se que tenha sido à década de


Fotos: Leonardo Beraldo / Cromalux

MUDANÇAS

Na década de 1930, o empresário Elias Beehaus constriu um prédio na Avenida Dona Gertrudes para instalar sua loja, que na época, era situada na rua Saldanha Marinho. A Casa das Meias só se transferiria para esse endereço na década de 50, com a venda da empresa para a à família Saman.

1930 -, houve a primeira mudança, em 1938, quando a loja foi levada para a praça João Pessoa, atualmente Praça Governador Armando Salles de Oliveira. Após alguns anos, o comércio sofre nova mudança, a segunda, e é dirigido para o imóvel da extinta Caixa Estadual, hoje desativado, localizado no cruzamento das ruas Antonina Junqueira e Marechal Deodoro, na esquina oposta ao Paço Municipal. Neste meio tempo, Beehaus construía um prédio à avenida Dona Gertrudes, onde, em 1950, ocorre a terceira mudança e passa a abrigar a Casa das Meias. Na ocasião, Beehaus resolve mudar para a capital paulista e, em 1952, vende a Casa das Meias à família Saman, dos irmãos Miguel e Luis Gabriel. E, hoje, Carmen Zogbi Barbosa conta as boas recordações da época, de quando os dois irmãos, além de meias, ofereciam aos clientes perfumes, roupas de grandes grifes, artigos de cama, mesa e banho, além de armarinhos. Após a morte de um dos irmãos, o Miguel Saman, Maria Frázia torna-se a terceira proprietária da Casa das Meias, ao adquirir o negócio em 1981. “Eu vivi isso aqui desde minha infância. O senhor Luis e o senhor Miguel eram amigos dos meus avós. Além da minha família ter comprado a loja deles, existe uma história de amizade entre as famílias. Na comunidade libanesa, dentro de São João, todos eram amigos, desde Miguel Jacob ao Saman. E a Casa das Meias era a loja mais chique naquela época, com as melhores marcas que existiam no mercado. Eles foram os pioneiros a trazerem marcas famosas como a La57

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coste”, lembrou.Naquele prédio, à Dona Gertrudes, o comércio funcionou até os anos 2000, quando passa pela quarta mudança de endereço e é instalado em prédio de número 222, de frente à praça Joaquim José, que já era ocupado por outro empreendimento da família, a Usky, de propriedade dos outros dois filhos de Maria Frázia: Marília Zogbi Barbosa Pessanha e João Luiz Zogbi Barbosa. A Usky, então, deixa o imóvel e é abrigada em novo prédio, à esquina da avenida Dona Gertrudes com a rua Gabriel Ferreira. Ainda no 222 da Joaquim José, as irmãs Carmen e Maria Luiza mantêm a tradição da Casa das Meias por mais cinco anos e fazem a quinta e última mudança, em 2005, para espaço ao lado da Usky, local em que funciona nos dias atuais. Em meio às histórias de transformação e mudanças de endereço, Carmen contou sobre o desenvolvimento da loja, da expansão e dos novos conceitos, depois que a família Zogbi assumiu a Casa das Meias. “Quando a loja foi para a família Zogbi, foi retirada a parte de perfumaria, de linhas e lãs, e começamos a focar no comércio de confecção, com vestuário masculino, feminino e infantil. Mas continuamos a vender cama, mesa e banho, além de lingeries”, disse.

Ela recorda que, na sequência, como as boutiques começaram a surgir, os detentores das grandes marcas ficaram mais exigentes por conta da concorrência. “Daí, paramos de vender lingerie em 1990. E a substituição, com o primeiro equilíbrio para não assustar os clientes, foi quando abrimos a Usky, em que resolvemos expandir, porque o mercado começou a mudar com um novo conceito, com uma linha mais boutique e com marcas mais renomadas”. Quando pararam definitivamente com a venda de meias, em 2007, Carmen se recorda que as pessoas que vinham de fora, de longe, assustavam. “Os que não eram da região assustavam – por isso eu não mudei o nome, por que regionalmente é conhecida como Casa das Meias”, recorda. E para continuar no mercado, mas equilibrando-se para não chocar o público consumidor, ela sente a necessidade de mais uma mudança, com novas tendências, novo público alvo e clientela, direcionando a loja para a esfera feminina. “Em São João há pouquíssimas lojas com um direcionamento como o meu, que vende uma roupa de alfaiataria”, afirmou. E ela conseguiu! Com base na história de progresso do bisavô – veio do Líbano e estabeleceu-se em Vargem Grande do Sul -, dos avós paternos e maternos, que distintamente atuaram com REVISTA ATUA | AGOSTO 2018

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loja, armazém, sítio e comércio de flores -, Carmen revela um pouco do segredo de se manter tanto tempo no mercado, e tudo para agradar aos clientes. “Sabemos que o tempo de vida de uma loja é de aproximadamente quarenta e cinco anos. E a nossa tem, oficialmente, oitenta e três. E tenho um espelho: meus avós, tios; vivi quando criança dentro de um comércio de armarinhos. E para estar tanto tempo no mercado, primeiro é preciso amor pelo que se faz, além de ter o sangue que corre aqui [batendo a mão no pulso em alusão ao fato de ter o comércio no DNA]. Segundo, se tenho um comércio, preciso saber comprar, negociar, vender; porque se não tenho o vendedor na loja, tenho que saber vender. Então, sempre fui ‘antenada’”, reconhece. FIDELIDADE Das senhoras, desde a época da mãe Maria Frázia, das filhas e netas delas, Carmen nomeia as clientes e consumidoras como fiéis, já que muitas famílias acompanharam a biografia da Casa das Meias no decorrer de mais de oitenta anos.

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E a clientela, além de fidelizada, vem de outras partes da região, como as vizinhas Vargem Grande do Sul, São Sebastião da Grama, Aguaí, Águas da Prata, Cascata e São Roque da Fartura. Carmen rememora que, em relação às duas últimas, muitos dos clientes dela compravam e ainda compram na Casa das Meias. “Muitos vinham pela estrada da Serra da Paulista, que ainda era de terra. Quem era da Cascata, vinha pela Prata. Como todo mundo era sitiante, compravam na época da entressafra. Eram compras para a família inteira e as listas eram ‘quilométricas’, como uma compra de supermercado”, contou. Segundo ela, esses clientes tinham uma caderneta própria, uma pequena ficha, e pagavam na época da safra. “Dávamos um longo prazo para pagar: seis meses. Eles vinham e compravam em dezembro e depois em junho. Eram produtores de batata, café, algodão; dependendo da região”, afirmou. E a forma de negociação aconteceu desde a década de 1980, até os anos de 1987. Depois, com as mudanças no mercado, também houve modificações na

forma de pagamento. “Já não tínhamos o prazo alongado. Foi da caderneta para a ficha, ficha com promissória e carnê, com vendas em quatro ou cinco pagamentos, depois diminuirmos e passarmos para cheques pré-datados, até chegarmos aos atuais cartões de crédito”, pontua. INUSITADO E se tempo faz história, também refaz gerações. Carmen lembra que uma ex-funcionária da mãe, Maria Frázia, que começou com o senhor Luis Saman e depois trabalhou por certo tempo com a mãe dela, entrou para a família Zogbi. “Ela casou-se com um primo meu, que veio a falecer, mas não dispensou nossa família [risos]. Ainda brincamos com ela: ‘o Zé morreu, mas você continua nossa prima!’”, brincou. Foi e é assim, de geração em geração, de família para família, de DNA para DNA, de mudanças a adaptações, que a Casa das Meias se manteve e busca agregar, cada vez mais, dias e mais dias de vitórias ao longo dos oitenta e três anos de vida, bem sucedidos. A


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comportamento

Em busca da igualdade Movimentos para mulheres que lutam por mais espaço na sociedade e direitos iguais POR MIRELA BORGES

“A ideia do projeto é promover o respeito mútuo, o empoderamento e buscar alternativas para todos os grupos, principalmente para as mulheres. A escolha do nome “MEU”, vem do princípio de apropriação e também de acolhimento, um lugar onde as pessoas estejam a vontade para buscar o seu espaço e a sua voz”. É com estas palavras que a redatora do Centro Universitário Unifeob, Flávia Beraldo Ferrare, descreve o projeto MEU - Movimento de Empoderamento Universitário. MOVIMENTO UNIVERSITÁRIO O projeto é atual, porém cresce mais a cada dia. “Em outubro de 2017 o projeto foi submetido à avaliação da AAUW. Assim que foi selecionado, começaram as reuniões com quatro integrantes. Eu entrei em dezembro. O grupo foi aumentando. Hoje temos 36 participantes. As ações do projeto começaram a serem realizadas em

março de 2018”, explica Flávia. O MEU atua idealizando uma melhoria em diversos setores da sociedade e em prol dos direitos humanos. Por estas iniciativas ele foi selecionado, por uma das mais importantes Ongs para mulheres do mundo, para receber recursos dando continuidade ao movimento. Como conta a redatora, “o projeto é organizado por colaboradores e estudantes da Unifeob, com o objetivo de propor ações efetivas voltadas para os direitos humanos. Entre os temas discutidos estão: respeito, empoderamento, diversidade e oportunidades. É importante ressaltar que o projeto foi selecionado entre os outros do mundo todo, pela ONG AAUW [American Association of University Women] para receber o CAP Grant [Campus Action Program – Programa de Ação no Campus], recurso disponibilizado pela AAUW para as instituições de ensino selecionadas, sendo que o processo seletivo é realizado uma vez por ano. Foi de onde veio o recurso para iniciarmos”.

PARCEIRA DA AAUW

Flávia explica como é que, por meio das ações do MEU, as frequentadoras conseguem realizar dois dos principais objetivos do movimento: desenvolver e empatia social e ajudar as mulheres. “O projeto ainda é muito recente. Estamos focando em expandir mais nossas discussões, por meio de eventos que envolvam a comunidade acadêmica e também da cidade de São João da Boa Vista, como um todo. Tivemos uma ação para o Dia das Mães, dando voz às estudantes que têm filhos, empoderando e gerando empatia entre tantas outras estudantes, que se superam da mesma maneira para poder concluir o Ensino Superior”. Isto, apesar do projeto ser voltado aos direitos humanos, com o foco na igualdade entre homens e mulheres, principalmente em relação ao empoderamento feminino. Sobre isso Flávia comenta que “a luta das mulheres já teve muitas vitórias e importantes avanços, como dirigir, votar e trabalhar. E, atualmente, a luta feminina é por uma vida livre de violência

Desde 1881, a AAUW luta pela garantia dos direitos das mulheres, pelo acesso à educação, eliminação das diferenças salariais e oportunidades de trabalho em virtude de gênero e tem participação fundamental em várias conquistas femininas nos EUA, incluindo o direito ao voto. Foto: Divulgação / UNIFEOB

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Foto: Divulgação / UNIFEOB

EVENTO INTERNACIONAL

Luciana Junqueira e Marcia Maeno representam o MEU e a Unifeob na Convenção Nacional organizada pela ONG AAUW, em Washington, nos Estados Unidos. O centro universitário é a primeira instituição da América Latina a firmar parceria com a AAUW, buscando na educação meios de transformação e ascensão feminina.

e pela igualdade de direitos e oportunidades. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer. A mulher conquistou seu espaço no mercado de trabalho, porém ainda é desvalorizada, com salários mais baixos e minoria em posições de liderança, por exemplo, mesmo sendo maioria nas universidades. Mas também conquistamos direitos que buscam preservar a segurança da mulher e isso é um importante avanço, como a Lei Maria da Penha, que coloca em discussão números absurdos da violência doméstica no Brasil, em que uma em cada cinco mulheres já foi vítima de violência. É importante discutirmos o assunto, principalmente, dentro do ambiente acadêmico. Por isso o MEU é tão pertinente nos dias atuais”. Entre as ações praticadas pelo projeto, Flávia ressalta: “No mês de março, deste ano, fizemos uma mesa redonda no Theatro Municipal, para discutimos o papel da mulher na sociedade. Também um sarau em homenagem às mulheres e o talk show Mulheres Empreendedoras [em parceria com a ACE e com o SEBRAE]. E estamos discutindo as demais ações que serão realizadas no restante do ano. Além disso, desde o dia 29 de maio, duas representantes, Márcia Maeno e Luciana Junqueira estão participando da Convenção Nacional organizada pela AAUW, a National Conference for College Women Student Leaders (NCCWSL), em Washington, nos Estados Unidos. A Márcia é integrante do MEU e estudante de direito, e foi selecionada por meio de edital para representar a faculdade. A Luciana é gerente do Conexão no Unifeob, e também integrante do projeto”. Durante o tempo em que trabalha com o MEU, ela relembra o momento 61

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que mais a marcou. “É gratificante participar de um projeto que cresceu tanto e tomou força em tão pouco tempo. Um momento marcante para mim foi no Theatro Municipal lotado em um evento como a mesa redonda, tantas pessoas parando para ouvir uma discussão tão importante como o papel da mulher na sociedade e a história da luta feminina”. MULHERES EMPODERADAS SE DESTACAM EM EMPREGOS A gestora do Projeto Empreender, Camila Ciancalio, explica sobre um dos setores onde também participa, o Mulheres Empreendedoras. “O núcleo nasceu de um primeiro contato que a Vera Pandini, nossa conselheira e esposa do atual presidente da ACE. Teve com esse modelo no Congresso da Mulher Empreendedora, em São Paulo, em 2016. Foi através do contato dela, com esse modelo de grupo, que acabamos desenvolvendo nosso núcleo aqui. Depois do Congressso ela entrou em contato com um grupo de mulheres que desenvolvia esse modelo na ACE de Franca. E com as orientações deste grupo, desenvolvemos o núcleo aqui em São João”. “Nas reuniões mensais, são cerca de 30 mulheres que participam regularmente. Mas quando realizamos algum evento

maior, conseguimos engajar ainda mais participantes”, conta ela Orgulhosamente, Camila fala sobre o que a marcou no projeto. “Um fato muito bacana que vem ocorrendo, é a participação de mulheres empresárias que foram mães recentemente. Elas trazem os bebês nas reuniões, mas não deixam de participar. É muito gratificante ver a importância que elas têm dado ao Mulheres Empreendedoras e o quanto têm se engajado, fazendo um grande esforço para equilibrar as muitas tarefas que desempenham todos os dias. E as próprias participantes têm se organizado para dividirem as boas práticas por meio de capacitações. Como exemplo, temos psicólogas que dão palestras sobre retórica e outros temas que visam ajudar no desenvolvimento pessoal das participantes”. Em relação às ações praticadas pelo projeto, ela afirma. “Nosso núcleo se reúne mensalmente na ACE. A proposta é discutir maneiras de resolver as dificuldades de empreender sendo mulher e equilibrando tantos afazeres. E para tentar tornar mais eficientes as ações do núcleo, formamos comissões específicas para deliberar os assuntos que julgamos mais pertinentes”. Entre as ações desenvolvidas pelo Mulheres Empreendedoras, segundo CaREVISTA ATUA | ABRIL 2018

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Fotos: Divulgação / Associação Comercial

MULHERES EMPREENDEDORAS

mila, “há a Comissão do Comércio, que recentemente decidiu reformular e relançar a campanha promocional ‘Liquida São João’. Essa campanha ocorreu na semana de aniversário da cidade e é um convite das empresas participantes para que o consumidor venha comemorar o aniversário da cidade, aproveitando para adquirir bons produtos em preços promocionais. Essa ação foi pensada com o objetivo de fortalecer o comércio da cidade e marcar uma data importante para todos, com um evento que já trouxe bons resultados para o nosso comércio. Temos também a Comissão da Ação Social, que tem como objetivo realizar pequenas ações para entidades assistenciais da cidade. Essa comissão tem se reunido com frequência, e tem buscado conhecer os projetos já existentes em São João, para que possamos realizar a ação social desse ano”. Camila participa do Mulheres Empreendedoras desde o início, em 2016. “Apesar de estar há tão pouco tempo no Empreender, já tive experiências muito interessantes. O que mais me marcou, até agora, foi o empenho que as mulheres do núcleo colocaram para realizar o Liquida São João. Essa é uma conquista muito importante para o Núcleo das Mulheres Empreendedoras, e elas merecem todo o reconhecimento por isso”, afirma a gestora. Atualmente, apesar das lutas por uma igualdade de gêneros e a conscientização da sociedade, ainda há preconceito contra mulheres, não só na área vida social como também no trabalho. 62

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O Núcleo da Mulher Empreendedora é mantido pela Associação Comercial e busca empoderar, conectar, inspirar e informar empreendedoras de São João da Boa Vista, favorecendo a troca de experiências, a expansão da rede de contatos e o conhecimento, auxiliando-as na evolução de seus negócios.

“Acho que essa é, um pouquinho, a história de todas as mulheres, em alguma medida. Para todas nós já disseram o que poderíamos ou não fazer, simplesmente por sermos mulheres. Todas as mulheres do Núcleo têm sua própria história de superação. Por isso eu valorizo tanto a presença delas em reuniões que sempre ocorrem à noite e que exigem delas mais um pouco de energia, independente de já terem cumprido a jornada de trabalho regular”, analisa Camila. Apesar de ainda existir o preconceito contra mulheres, Camila fala como o projeto desempenha ações em prol da igualdade entre os gêneros. “Essas mudanças, na verdade, levam tempo para acontecer. Mas, sem dúvidas, iniciativas como essa, do Núcleo da Mulher Empreendedora, são uma das principais fontes de mudança no pensamento da sociedade. Foi muito interessante perceber a reação dos empresários quando os convidamos para participarem do Liquida São João. Ao saber que essa era uma ação do Núcleo, elogiaram a força da mulher e o fato de estarem se unindo. E quando falávamos com empresárias, elas demonstravam interesse em integrar o nosso projeto. E este é o grande objetivo: unir mulheres dos mais diversos segmentos que estejam dispostas a

encontrar soluções coletivas, a fim de tornar nossa sociedade igualitária”. A ONG SANJOANENSE QUE AJUDA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA “Nosso trabalho deve ser contínuo! Nossa sociedade possui raízes bem profundas com relação ao Machismo; ao Patriarcado. Não só os agressores, mas todos nós ainda compartilhamos desta centralização de poder ao homem. Percebo que muitas das mulheres e homens que participam de nossas intervenções nos agradecem, se emocionam. Mesmo aqueles que não nos procuram posteriormente para dúvidas, de alguma forma, refletem sobre o assunto. Acredito fielmente que, passo a passo, contribuiremos para uma sociedade mais justa, mais respeitosa com relação às mulheres”. Com estas palavras, a presidente da associação Pétalas, psicóloga e voluntária da ONG Associação de Conscientização e enfrentamento à violência contra a mulher – Superação, Michele Anadão, descreve como as ações do projeto influenciam, positivamente, em relação a como a sociedade age com as mulheres. O projeto ajuda as mulheres, que foram vítimas de alguma forma de violência, a superarem, ao máximo, os traumas. “A Associação de Conscientização e En-


frentamento à Violência Contra a Mulher, é uma associação civil sem fins lucrativos. O projeto não faz qualquer discriminação de etnias, cor, gênero, religião ou conotações político-partidárias, inclusive nas suas dependências ou em seu quadro social. A ONG busca oferecer informações e caminhos para que vítimas, e quaisquer outras pessoas, possam se conscientizar e prevenir-se de acontecimentos relacionados. O projeto idealiza prestar serviço acolhedor e que conscientiza todas as pessoas, independente da faixa etária ou gênero, com o intuito de trazer para a reflexão a complexidade e magnitude de atos violentos contra as mulheres”, explica Michele. O conciliador e mediador do tribunal de justiça de São Paulo, secretário e voluntário da ONG superação, João Augusto Michelazzo Bueno, fala sobre o que mudou, em relação à igualdade social, durante os anos. “A igualdade de gênero em pleno século XXI ainda é sentida de forma desproporcional, apesar de nossa constituição federal, em seu artigo, decretar que: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, e ainda: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”. De 1988 até 2006, foram mais de 18 anos para que fosse criado uma legislação específica para a mulher, que é a Lei Maria da Penha, a qual proporciona à mulher um status de igualdade formal diferenciado em relação ao homem, por meio da figura processual: Medida de Protetiva de Urgência, esta assegura de imediato, à vítima, sua integridade e res-

peito. Mas mesmo com esta legislação, que é super avançada, percebemos que o Brasil não conseguiu atingir seu objetivo que é o de promover a igualdade, solidariedade e fraternidade plenas às mulheres. Finalizo dizendo que o Direito é um instrumento que pode ser usado para emancipar as pessoas, para garantir que sejam tratadas como gente, com igual respeito e consideração. Estamos no caminho certo, mas não na velocidade desejada”. Michele Anadão fala sobre a ajuda que a ONG oferece às mulheres vítimas, e como isso transforma a vida delas: “Pelo fato de transmitirmos esperança, conscientizando as mulheres sobre seus direitos (civis e existenciais), temos certeza que, de alguma forma, as pessoas se identificam com as informações e buscam se policiar para não caírem em situações semelhantes. Como somos discretos com os casos, não acompanhamos o desenrolar deles, nem sabemos os nomes, por exemplo. Trabalhamos com a hipótese de que, quando nos sentimos acolhidos quanto ás nossas dificuldades e no direito de respeito, independentemente do que tenhamos nos envolvido, empoderamos para um resultado de futuro bom. Algumas parcerias vêm sendo construídas nos bastidores da superação, e algumas delas terão o objetivo de impactar positivamente a imagem pessoal e estimular o desejo de uma nova história de vida para elas”. Sobre os problemas enfrentados por algumas vítimas, João Augusto

Michelazzo Bueno ressalta que “as dificuldades são vividas constantemente pelas mulheres para conseguir ter acesso a um serviço público. Por exemplo, o acesso à Polícia Civil para o registro de uma ocorrência que elas acreditam que podem estar sofrendo. A maioria não sabe que podem ter um acesso pela via do Ministério Público, e a gratuidade de uma assistência jurídica. Muitas não sabem que têm este direito garantido na Constituição Federal que reza: “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. Geralmente, a maioria das mulheres sofre destas barreiras por não saber que existe vários órgãos públicos que lhes garantem dignidade”. Michele conta sobre a divulgação do projeto, mostrando que “hoje em dia, a Organização Mundial da Saúde, OMS, considera a violência como uma doença epidêmica, sendo sua existência potencializada à comunidade, à família, ao contexto social dos atores que nela se envolvem. Em dias distintos, a superação se reúne com estes para estas ações pontuais, grupais. A ONG desenvolveu materiais gráficos, folders, e os utiliza como ferramentas para transmissão de informações, endereços e telefones de contato de instituições municipais que atuam no acolhimento e resguardo destas vítimas. Este material continua sendo distribuído no município e também divulgado na mídia social”. A

AUXILIANDO VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

Associação de Conscientização e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher – Superação, busca auxiliar mulheres, que foram vítimas de alguma forma de violência, a superarem os traumas. “Trabalhamos com a hipótese de que, quando nos sentimos acolhidos quanto ás nossas dificuldades e no direito de respeito, independentemente do que tenhamos nos envolvido, empoderamos para um resultado de futuro bom”, explica Michele Anadão.

Foto: Arquivo Pessoal

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culinária

Risoto de abóbora cabotiá, com linguiça calabresa e chips de parmesão INGREDIENTES • 500g de arroz arbóreo • 100g de linguiça calabresa triturada • 01 cebola média • 150g de manteiga sem sal • 100ml de vinho branco • 50g de abóbora cabotiá cozida • 200g de queijo parmesão ralado • 01 cenoura • 01 salsão MODO DE PREPARO DO CALDO DE LEGUMES Limpar a cenoura e cortar em rodelas grossas. Lavar e cortar o salsão em pedaços grandes. Fervê-los por 15 minutos e reservar. O ideal é usar sempre caldo de legumes caseiro e não industrializado. O sabor é outro. MODO DE PREPARO DO RISOTO Cortar a cebola “juliene” (cubinhos pequenos). Juntar numa panela antiaderente

a cebola com 100g da manteiga até que murche. Em seguida, junte a calabresa triturada e a abóbora cozida até que fique homogêneo. Acrescente o arroz e continue a mexer por 3 minutos, em fogo médio. Regue o arroz com o vinho branco e mexa até evaporar por completo. O vinho dá sabor e faz soltar o amido do arroz, que confere a cremosidade. Use o caldo de legumes ainda quente, para regar o arroz e mexer até a finalização, uma concha por vez e sem encharcar muito. Sempre mexendo para não grudar e não passar do ponto (al dente). Desligue o fogo, acrescente a manteiga restante e 150g de queijo parmesão ralado. MODO DE PREPARO DO CHIPS DE PARMESÃO Usar uma frigideira antiaderente e sem óleo. Polvilhar 50g de queijo ralado fechando todo o fundo da frigideira, em fogo baixo. Assim que ficar dourado, pode desligar e moldar o chips no prato.

FIQUE DE OLHO! A abóbora cabotiá é uma espécie híbrida, resultante do cruzamento entre a abóbora (Cucurbita moschata) e a moranga (Cucurbita maxima). Na hora de comprar, escolha as que têm a casca firme, lisa e sem rachaduras. E saiba que as sementes de abóbora também podem ser torradas: é só lavar, secar em um pano limpo ou papel absorvente, levar ao forno quente por cerca de 40 minutos; mexa de vez em quando para que fiquem torradas por igual As sementes de abóbora são parecidas com as castanhas, pois são ricas em gordura vegetal (insaturadas), com efeitos antioxidantes.

RECEITA INDICADA POR: Espaço Caminho da Serra (19) 3642-2794 facebook.com/espacocaminhodaserra Foto: Sara Damico

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A MELHOR DA REGIÃO

RUF E GUIA DO ESTUDANTE CONFIRMAM

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culinária Foto: Amanda Leonardi

Amoras Crepusculares NGREDIENTES • 01 xícara de amoras • 80 ml água filtrada • 40 ml de sumo de Limão • 40 ml de sumo de laranja • 02 colheres de sopa de açúcar • 01 pitada de páprica picante • 01 folha de sálvia • Água gaseificada ou tônica MODO DE PREPARO Colocar os ingredientes no liquidificador exceto a água com gás ou tônica e bater até atingir a consistência de um “purê”. Em seguida, faça uma coagem grossa e reserve! Em um copo longo repleto de gelo, coloque duas colheres de 66

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sopa do purê e complete com a tônica ou água com gás. Misture gentilmente e aprecie as Amoras Crepusculares. Guarneça com algumas amoras e pitada de páprica. FIQUE DE OLHO A amora possui quase a mesma proporção de Vitamina C que a laranja, com a vantagem de ter menos açúcar e mais proteínas. Uma porção de amoras é suficiente para suprir a necessidade diária desta vitamina.

RECEITA INDICADA POR: Drinks Nos Trinks (19) 99202-1030 | drinksnostrinks@gmail.com


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ponto de vista

Rezadores Se há carpideiras, por que não há rezadores? POR MARCELO PIRAJÁ SGUASSÁBIA

Desde que executada com a responsabilidade e o respeito que todas as religiões merecem, e desde que também aceita de boa vontade pelas diferentes esferas da corte celeste, talvez a ideia vingasse nesse estranho mundo de meu Deus. O ofício dos rezadores (pelo menos o que imaginei) se aproxima muito do das mulheres carpideiras, pagas para chorar os finados - sem que tenham nutrido por eles a mínima simpatia ou tido, em vida, vínculo de parentesco ou ao menos de vizinhança. Os rezadores fariam as vezes de quem teria que rezar, cumprindo a obrigação de outro. Seja uma penitência estabelecida por padre no confessionário, seja simplesmente para fazer a reza no lugar

do freguês, em intenções diversas designadas por ele. Dois fatores se somam para que os rezadores já chegassem se apossando de um contingente enorme de interessados nos seus préstimos. Por um lado, temos a escassez de tempo das pessoas. Por outro, o interesse cada vez maior delas por espiritualidade, esoterismo e derivações correlatas. Se não conseguem se livrar das agruras desse mundo, sabem também que dele nada se leva, e querem garantir um cantinho com algum conforto lá no andar de cima. A aferição da qualidade do serviço seria feita por fervorômetro, aparelho desenvolvido em start-up de ponta com aportes de investidores internacionais. Como o nome diz, o aparelho mediria o fervor da prece, com base na variação do campo

magnético na aura do rezador. Os relatórios e gráficos de performance seriam enviados em tempo real para o cliente. Dependendo da necessidade e da urgência, o contratante poderia adquirir os serviços de mais rezadores. Os módulos abrangeriam de um a milhares deles, que iriam se alternar em turnos de oração ou rezariam simultaneamente, conforme o pacote escolhido. Sendo o serviço desvinculado de qualquer religião, este teria de ser prestado em espaço neutro e ecumênico. Call-centers de grandes multinacionais, vazios devido à crise, certamente estariam sendo locados para os ofícios de prece coletiva. Não aprovaria, intimamente, a novidade. Mas não me espantaria se a visse, amanhã mesmo, posta em prática. E logo ali, na esquina. A Foto: Reprodução Internet

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ecologia

Empresa de São João possui tecnologia inovadora Energy Source é a única fábrica do mundo a produzir tipo de bateria reciclada POR PEDRINHO SOUZA

São João da Boa Vista pode ganhar reconhecimento mundial pela atuação da Energy Source, empresa genuinamente sanjoanense e que possui tecnologia desenvolvida apenas na fábrica localizada na cidade. A Energy Source está instalada no bairro Jardim Itália, e produz baterias com células de lítio renovadas. Ou seja, essas células são extraídas de baterias de notebooks que não estão mais em uso e são recicladas pela empresa sanjoanense, transformando em baterias de 12 e 24 volts. “É um processo exclusivo de seleção e renovação deste material. Uma tecnologia desenvolvida por nós. No mundo

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apenas nós produzimos essas baterias com células de lítio recicladas. Existe apenas uma empresa além da Energy Source que produz essa bateria, porém com células novas, não recicladas”, destaca David Noronha, idealizador e um dos sócios da empresa. Hoje a empresa possui três projetos principais: o primeiro é a produção das baterias com células de lítio recicláveis; o segundo é a produção de baterias com células novas, importadas da China e dos Estados Unidos, com foco em carros elétricos; já o terceiro é a produção de baterias com as células novas próprias para sons automotivos, menores do que as atuais e muito mais potentes. “O mercado de carros elétricos no

Brasil é muito promissor e o grande gargalo é a falta de uma bateria própria para esses veículos. E nós estamos desenvolvendo esse material, pois muitos vão usar energia solar para carregar o seu carro. Já tem, inclusive, mecânicos e eletricistas fazendo conversão para carro elétrico no Brasil”, revelou David. A TECNOLOGIA As baterias de íons de lítio renováveis da Energy Source foram especialmente desenvolvidas para substituírem as baterias de ácido, gel ou AGM utilizados atualmente. Podem ser utilizadas em motores de arranque ou ciclos contínuos e ajustadas a qualquer tipo de projeto, independente das dimensões do


Fotos: Leonardo Beraldo / Cromalux

produto. As baterias da Energy Source possuem o SGC (Sistema de Gestão de Carga), que maximiza o desempenho da bateria, evitando a sobrecarga e a descarga completa. Pesam 22 kg, bem mais leves do que as tradicionais, que pesam em torno de 60 kg. David garante que, além de ser uma energia limpa, leve e renovável, elas carregam 30% mais rápido que as baterias comuns. INÍCIO David Noronha conta também que a ideia de produzir baterias renováveis surgiu após conversa com um amigo que trabalhava com importação e exportação e estava com dificuldades para importar baterias para energia solar. “Lá na China falaram para ele que daria para pegar baterias velhas e renová-las. Ele me trouxe essa informação e eu comecei a pesquisar”. Neste período David tinha acabado de conhecer o dinamarquês Peter Matthiesen, engenheiro eletrônico que estava morando em São João. “Eu expliquei para o Peter sobre minha ideia e ele falou que era impossível, que não dava certo. Mas eu insisti, e compramos um micro-ondas velho e ganhei seis baterias de notebooks. E começamos a fazer testes. De madrugada ele me mandou uma mensagem dizendo que parecia funcionar”, lembrou. Foi então que o engenheiro europeu desenvolveu a tecnologia usada pela sanjoanense Energy Source. Hoje, a empresa produz cerca de 60 baterias por mês, sendo que todos os produtos são absorvidos rapidamente nos diversos cantos do Brasil. PARCERIA “Nós não conseguimos atender a demanda. Tudo que produzimos vendemos, para diversos Estados do país”, garantiu David. Com uma parceria oficial com a unidade local do Instituto Federal de São Paulo, onde toda a pesquisa da empresa é testada e desenvolvida, o objetivo dos proprietários é ampliar os negócios, entrando fortemente nas baterias para carros elétricos. “Estamos estudando como faremos isso, se buscaremos um investidor ou financiaremos através de algum programa governamental de incentivo à indústria local”, disse David. A 71

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saúde

Lentes de contato: 5 dicas para evitar contaminação A ceratite é apenas um dos problemas que podem surgir devido ao mau uso das lentes, com consequencias que vão desde a perda de visão até complicações no sistema nervoso POR HELOÍSA PAIVA

Lentes de contato podem agir como um vetor para micro-organismos aderirem à superfície ocular. Sem resistência, eles invadem e colonizam a córnea ou conjuntiva, provocando inflamação e até mesmo infecção ocular. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, quem opta pelo uso de lentes de contato, em vez de óculos, tem de estar bastante ciente da importância dos cuidados ao usar, manusear e limpar o produto. “A ceratite é uma das doenças mais frequentemente associadas com o uso de lentes de contato. Trata-se de uma infecção que provoca dor intensa nos olhos e dificuldade de visão. Quando não tratada a tempo, as consequências são bas-

tante graves e vão desde a perda parcial ou total da visão, até desdobramentos no sistema nervoso central”. Neves afirma que é muito comum, entre os usuários de lentes de contato, negligenciar alguns cuidados, como: lavar as mãos antes de pegar a lente de contato, secar bem a caixinha ao lavá-la, e não usar soluções de limpeza de outro fabricante. No Brasil, estima-se que mais de dois milhões de pessoas façam uso de lentes de contato. Trata-se de um número que tende a crescer rapidamente, já que pelo menos metade da população, a partir dos 18 anos, precisa de correção visual. Daí a urgência em aprender a usar as lentes de contato da forma mais correta possível, para evitar problemas. “Em mais da metade dos problemas encontrados, notamos falta de higiene do estojo que armazena as lentes. Vale dizer que isso não

se justifica, já que os cuidados são simples e seguem regras de bom-senso. Mesmo assim, ainda é muito alto o número de pacientes que recorrem a tratamentos depois de vacilar na higiene diária”, diz o especialista. Renato Neves revela cinco dicas para evitar contaminação das lentes: AGUA DA TORNEIRA “Embora nossa água corrente seja uma das mais bem tratadas do mundo, engana-se quem pensa que não faz mal lavar suas lentes com água de torneira, chuveiro ou banheira. A água potável não é estéril nem livre de microrganismos que podem atingir a córnea e causar uma infecção mais séria”, explica. TROQUE O ESTOJO Substitua o estojo três vezes ao ano, no

Foto: Reprodução Internet

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mínimo. “Quem não tem paciência para limpar e guardar as lentes de contato e caixinhas do modo mais seguro e higiênico possível, melhor considerar voltar a usar óculos, optar por lentes descartáveis, ou cirurgia ocular. O estojo que armazena as lentes de contato deve ser trocado entre três e quatro vezes ao ano, já que é bastante comum ocorrer contaminação ao longo do uso.” Nunca tampe o estojo quando ainda está úmido. “Isso também acontece com porta-escovas de dentes. É comum encontrar usuários de lentes de contato que lavam os estojos com solução apropriada, mas não permitem que sequem completamente antes de tampar. Isso favorece demais a contaminação. Sendo assim, é melhor comprar um estojo novo do que colocar na lava-louça ou ferver dentro de uma panela. Isso, aliás, não deve ser feito de jeito nenhum.” PRAZO DE VALIDADE Descarte lentes fora do prazo de validade. “Tem gente que usa as mesmas lentes de contato prescritas há três, quatro, ou cin-

co anos. E tem sempre aqueles que usam por um tempo, param, e depois resolvem voltar a usar as mesmas lentes. Trata-se de um erro muito perigoso. Primeiramente, porque é enorme a chance de o material estar contaminado. Depois, porque o grau pode ter sofrido variações no período. Por fim, porque deve ter expirado o prazo de validade do conjunto (lentes, solução, estojo) – aumentando o risco de infecção, se o paciente insistir em não passar por nova consulta e adquirir lentes novas.” NUNCA DURMA DE LENTES “Muitas pessoas têm mania de criar suas próprias regras, achando que nada ruim vai lhes acontecer. Daí resolvem abusar, passando mais tempo do que deveriam com as lentes de contato e até mesmo dormindo com elas, vez ou outra. Mas o risco de problemas oculares existe e é grande. A córnea recebe oxigênio do ar e das lágrimas que lubrificam os olhos durante o dia. Durante o sono, a córnea recebe menos nutrientes, lubrificação e oxigênio. Sendo assim, não retirar as lentes antes de dor-

mir significa aumentar exponencialmente o risco de as lentes grudarem ou até mesmo arranharem a córnea. Caso haja microrganismos no local, uma infecção pode se instalar rapidamente”. O médico destaca ainda que, nesses casos, os problemas podem ir desde uma irritação persistente que inviabiliza a utilização de lentes de contato, até casos mais graves, como infecções que podem por em risco a visão do paciente. DICA IMPORTANTE O oftalmologista explica que os olhos dos usuários têm de estar sempre claros e transparentes. “Na presença de qualquer tipo de alteração ou desconforto, é importante revisar a rotina de higiene pessoal, lavando sempre muito bem as mãos antes de tocar nas lentes e nos olhos, cuidando diariamente das lentes com solução apropriada, e usando lubrificante prescrito por um oftalmologista. Se, ainda assim, a irritação se prolongar, o paciente deve ser avaliado por um especialista”. A

A importância de se utilizar os produtos corretos Antigamente era comum usar soro fisiológico, mas hoje a substância não é recomendada por especialistas porque a chance de infecção é grande. “A superfície do olho é composta de água, gorduras e proteínas que garantem a lubrificação e proteção ocular”, explica a oftalmologista. É normal, portanto, que as lentes de contato fiquem com resíduos de gordura e proteínas, que não são totalmente retirados com o soro fisiológico. Dessa forma, o soro deve ser usado em último caso, quando é necessário retirar a lente e não há uma solução multipropósito disponível. A solução multipropósito cumpre as etapas de limpeza, remoção de proteínas, desinfecção, conservação do estojo e hidratação prolongada das lentes. Cada solução multipropósito tem suas características diferentes, existe solução que além de promover a limpeza removendo proteínas e lipídios, possui desinfecção eficaz contra bactérias e fungos, além de manter as lentes hidratadas de manhã até a noite. Os agentes para desinfecção se diferem pela eficácia contra os diversos micro-organismos, pelo conforto nos olhos (não arder) e por manter a superfície do olho saudável, preservando as células da córnea. O oftalmologista é que deve indicar qual a melhor solução para cada paciente, dependendo do estilo de vida, tipo e material da lente. Foto: Reprodução Internet

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saúde

Mitos e verdades sobre a cárie Cuidados básicos com a higiene bucal ajudam a prevenir o problema POR LEONARDO OLIVEIRA

A cárie é o a doença oral mais comum que atinge adultos e crianças. Hábitos alimentares, higiene oral inadequada e hereditariedade são alguns dos fatores que aumentam a incidência do problema. O relatório da SB Brasil, “Condições de Saúde Bucal na População Brasileira”, traçou um dos mais amplos diagnósticos do perfil de saúde bucal dos brasileiros e constituiu a base para a implementação das principais estratégias propostas no Brasil Sorridente - programa do governo federal. Foram avaliados 108.921 brasileiros, sendo 49.049 homens (45,03%) e 59.872 mulheres (54,97%). Quase 27% das crianças de 18 a 36 meses apresentaram pelo menos um dente decíduo com cárie e a proporção chegou a quase 60% na faixa de 5 anos. Na dentição permanente, quase 70% das crianças de 12 anos e cerca de 90% dos adolescentes (15 a 19 anos) apresentaram ao menos um dente com experiência de cárie. Entre as conclusões, a análise apontou que o declínio da cárie dentária na população infantil vem ocorrendo de forma desigual na população brasileira.

“As cáries aparecem devido à deterioração do tecido dentário pelo ácido lático produzido por bactérias, o que gera lesões e orifícios nos dentes. Os restos de alimentos que permanecem na boca devido à falta de escovação influenciam diretamente na ação dessas bactérias, que ao aderirem aos dentes produzem ácidos e acabam corroendo o esmalte e prejudicando a polpa do dente”, explica a dentista Rosane Menezes Faria Ela ainda acrescenta que, se não for tratada, a cárie pode destruir o dente e atingir o nervo, e consequentemente a vitalidade do dente, resultando em uma infecção na ponta da raiz que pode levar à extração do dente. Abaixo, Rosane desvenda os mitos e verdades da cárie. Confira: ESCOVAR OS DENTES É A MELHOR PREVENÇÃO VERDADE. A escovação deve ser feita sempre após as principais refeições, com escova de cerdas macias, arredondadas e de cabeça pequena para não traumatizar gengiva, bochecha e língua e ainda facilitar a limpeza dos dentes posteriores. Higienizar a língua e utilizar o fio dental também são funda-

mentais, pois as bactérias presentes na boca instalam-se na camada dorsal da língua e entre os dentes. O fio dental deve ser usado antes da escovação, em todos os dentes. Com o auxílio deste produto é possível remover os resíduos alimentares de áreas onde a escova não alcança (entre os dentes). Quando a pessoa está longe de casa e sem acesso ao kit de higiene bucal, é importante fazer vários bochechos com água corrente depois de ingerir qualquer tipo de alimento ou bebida. O ato de ‘lavar’ a boca ajuda bastante até que se possa fazer a limpeza ideal UMA VEZ TRATADA, A CÁRIE NÃO REAPARECE DEPENDE. Quando tratada, a cavidade do dente é restaurada. No entanto, se o indivíduo continuar não cuidando da higienização bucal, poderá surgir nova cárie em torno da antiga que foi removida anteriormente. AÇÚCAR POTENCIALIZA APARECIMENTO DA CÁRIE VERDADE. O que causa cárie é o ácido produzido pelas bactérias da boca. Ao ingerir qualquer tipo de carboidra-

Foto: Reprodução Internet

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to refinado, esse processo tem início. O carboidrato está presente em vários alimentos como pão, macarrão, doces e frutas. Quando a higienização é falha, há um acúmulo desses resíduos que atuam no enfraquecimento do esmalte dos dentes e consequentemente, no aparecimento da cárie. GOMA DE MASCAR SEM AÇÚCAR AJUDA NO COMBATE A CÁRIE MITO. A goma de mascar sem açúcar não provoca a cárie, mas também não ajuda a preveni-la. A exposição contínua ao açúcar das gomas pode ser prejudicial. CHUPETA PODE CAUSAR CÁRIE MITO. A chupeta não oferece risco de cárie desde que esteja sempre limpa. No entanto, para não desencadear outros problemas na dentição infantil, recomenda-se usar com cautela e não deverá ser usada após os 3 anos de idade INDIVÍDUOS COM APARELHO FIXO TÊM MAIS CÁRIE DEPENDE. Uma vez que a higiene bu-

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cal adequada está diretamente ligada ao aparecimento da cárie, o paciente com aparelho deve redobrar os cuidados com a escovação, pois é mais fácil que os alimentos fiquem presos entre as peças metálicas. TODA CÁRIE PROVOCA DOR MITO. Nem toda cárie provoca dor. Em muitos casos, manchas brancas ou pequenas lesões são identificadas durante o exame odontológico sem que o indivíduo tenha se queixado de dor. Já quando não tratada por um bom tempo, a cárie vai se intensificando até atingir o nervo do dente e provocar uma dor bastante incômoda. Nesse caso, só o tratamento de canal resolverá o problema. DENTES SENSÍVEIS GERALMENTE TÊM CÁRIE MITO. A sensibilidade nos dentes nada tem a ver com cárie. Ela pode ser provocada pelo desgaste do esmalte, que, inclusive, piora se o indivíduo emprega muita força na escovação. Como dito, a acidez de alimentos e bebidas tam-

bém resulta em erosão dentária. Outra causa é a ingestão de determinados medicamentos, bem como a existência de doenças como bulimia e refluxo gastresofágico. Por fim, até mesmo a retração da gengiva pode expor a raiz do dente e torná-lo mais sensível sem que haja cárie. BOCHECHOS COM ASPIRINA AJUDAM A REDUZIR A DOR DE UM DENTE CARIADO MITO. Embora isso seja uma “crendice” relativamente popular, é totalmente desaconselhado. Primeiramente, porque para surtir efeito contra a dor, é preciso que o individua ingerira o medicamento. Além disso, por ser ácido, na boca ele contribui ainda mais para a formação de cárie. Neste caso, inclusive, a acidez do medicamento pode até queimar a gengiva e formar uma ferida ainda mais dolorosa. Mas lembre-se, na dúvida, a melhor dica é sempre procupar um dentista de sua confianaça! A


saúde e educação

TDAH e a Ritalina Prescrita para portadores de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, a droga é vista, por uns, como perversa, enquanto que, para outros, é uma “tábua de salvação” POR EDUARDA OLIVEIRA

O metilfenidato é um composto químico da família das anfetaminas que estimula a concentração e também reduz a hiperatividade. O composto é o principal componente nos conhecidos medicamentos que levam os sugestivos nomes de Concerta e Ritalina, produzidos pelos laboratórios Janssen Cilag e Novartis, indicados para uso em crianças ou adultos que possuem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ocorre que essa droga pode trazer dependência química e foi classificada pela DEA (Agência Antidrogas Americana) como um narcótico de Tabela II, a mesma classificação da cocaína, da morfina e das anfetaminas. O metilfenidato, que também já foi

conhecido como “pílula da matemática”, circula nas farmácias desde 1944, quando o químico italiano Leandro Panizzon criou o remédio. De acordo com a BBC Brasil, o criou o fármaco foi batizou de Ritalina para homenagear sua esposa de nome Margarida, mas que ele apelidara carinhosamente de Rita. Ainda de acordo com a BBC Brasil, Margarida sofria de pressão baixa e, ao tomar o remédio antes de suas partidas de tênis, seu desempenho no jogo ficava melhor, como se o remédio desse um empurrão em Margarida. A partir disso, o laboratório onde Panizzon trabalhava começou a comercializar o remédio para adultos, com a promessa de ser mais forte que uma xícara de café, mas não tão intenso e nem com efeitos secundários como as anfetaminas mais potentes.

O USO INDISCRIMINADO Nesta época, a indústria farmacêutica estava se iniciando. No pós-guerra, doenças como tuberculose e poliomielite começavam a ser tratadas e a população passou a consumir fármacos para tudo. O uso de Ritalina em crianças se deu a partir de um estudo do psicólogo estadunidense Keith Conners, em 1964, que fez um teste usando a droga em pacientes que apresentavam transtornos emocionais, tendo resultado positivo. Após o estudo ser publicado, o fármaco passou a ser utilizado para tratar crianças com hiperatividade. O historiador Matthew Smith, em entrevista à BBC, falou que os professores começaram a indicar crianças com problemas de conduta a psiquiatras, que quase sempre diagnosticavam transtorno de hiperatividade. Smith afirmou que

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Os números da Ritalina no Brasil:

0,9%

É a porcentagem da população com TDAH, segundo metodologia da Universidade Federal da Bahia*

5,3%

É a taxa de prevalência da doença entre jovens, segundo estudos de pesquisadores da UFRJ, UFRGS e USP**

87%

775%

É o crescimento da taxa de uso de Ritalina, registrada entre 2003 e 2012, pelo Instituto de Medicina Social da UERJ

13%

Dos estudantes de vestibular se automedicam com Ritalina para “melhorar seu desempenho nos estudos”, segundo a UERJ***

dos artigos científicos sobre TDAH deveriam ter declaração de conflito de interesse por receberem financiamento dos laboratórios, segundo levantamento da UERJ**** Fonte: Fonte: * dados de 2005, ** dados de 2007, *** dados de 2012 e **** dados de 2010

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Foto: Reprodução Internet

o sistema escolar pressionava as crianças a se sentarem quietas nas carteiras e se concentrarem. Atualmente a droga é utilizada para tratar TDAH, narcolepsia (um tipo de transtorno de sono) e como potencializador no tratamento da depressão. OS NÚMEROS EM NOSSO PAÍS Os dados de uso no Brasil são alarmantes, ao ponto de, em 2015, o Ministério da Saúde recomendar a restrição da Ritalina. A recomendação apontou que somos o segundo país que mais consome o medicamento no mundo, com cerca de dois milhões de caixas vendidas em 2010 e com um aumento de consumo de 775% entre 2003 e 2012. A avaliação dos pesquisadores da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), que conduziram o estudo, o consumo cresceu junto com o que chamaram de “construção do diagnóstico”: instituições de pesquisa e a mídia tiveram o papel de chamar a atenção para o transtorno de déficit de atenção e para as possibilidades de tratamento. O documento também aponta que as estimativas do TDAH em crianças e adolescentes vão de 0,9% até 25%. Em paralelo, não há nenhum tipo de exame laboratorial ou de imagem que comprove o TDAH, o que gera muitos questionamentos quanto ao diagnóstico clínico 80

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ou mesmo à existência da doença. Tentando organizar essa situção, o ministério emitiu uma nota de recomendação para o diagnóstico. DIAGNÓSTICO DA DOENÇA O transtorno foi descrito pela primeira vez no início do século passado, com a nomenclatura de “defeito de controle moral”. Ao longo dos anos, foi chamado de “distúrbio infantil de hiperfrenesi” (em tradução livre), “distúrbio de déficit de atenção” e, finalmente, TDAH, em 1987. O neuropediatra e psiquiatra da infância e adolescência, Pedro Severino Pacheco, explica que o diagnóstico deve ser feito por um profissional com experiência na área, em geral, psiquiatras ou neuropediatras. “A avaliação psicológica é um auxiliar no diagnóstico, principalmente nos casos em que predomina o sintoma de desatenção, onde testes neuropsicológicos podem delimitar melhor a disfunção”, comenta. Pedro explicou, ainda, que TDAH não é uma doença e que, por isso, não tem cura. “O transtorno pode ser controlado e deve ser baseado não apenas no uso do medicamento, mas no conhecimento do transtorno, nas adaptações necessárias para diminuir o comprometimento. Com o desenvolvimento da pessoa e com o diagnóstico, os sintomas podem se tornar controlados e não necessitar de

manutenção do medicamento”, informou o neuropediatra. Alertou, ainda, para o uso indevido da Ritalina, quando usada sem prescrição ou em quantidades abusivas, o que pode acarretar riscos à saúde. Segundo ele, a droga deve ser usada em crianças com mais de seis anos e que o fármaco pode ser utilizado em adultos, com exceção de gestantes. “ Além disso, todo medicamento necessita de avaliação quanto aos riscos e benefícios. Todos têm seus efeitos colaterais como diminuição do apetite, do sono, podem induzir sintomas psicóticos ou maníacos em pessoas suscetíveis, podem piorar sintomas ansiosos, induzir ou piorar sintomas de tiques. Pode haver diminuição na capacidade de flexibilização de ideias e uma certa diminuição na iniciativa motora”, explicou. O médico ressaltou o que a Associação Brasileira de Déficit de Atenção evidenciou, em 2014, que menos de 20% dos casos brasileiros de TDAH são tratados no Brasil. “Segundo pesquisas científicas em epidemiologia, muitos são os casos ainda não tratados. Não só em relação ao uso de medicamentos, mas também ao não diagnóstico, não orientação, não adaptação. Comprovadamente o medicamento tem papel fundamental das formas moderadas até as mais graves”, concluiu.


MAIS SOBRE O TDAH Também procurada pela reportagem da Revista Atua, a médica especialista em pediatria, Fernanda Coracini, professora do curso de Medicina do Unifae, explicou que o TDAH é de origem neurológica e que acompanha a pessoa por toda a vida, por isso é importante que o paciente seja diagnosticado desde a infância, para que seja iniciado o tratamento adequado, minimizando alguns prejuízos na adolescência e vida adulta. “Além dos medicamentos, é importante a intervenção complementar com um psicólogo, o qual ajudará no controle dos comportamentos [desatenção, hiperatividade, impulsividade]. A abordagem mais indicada é a cognitivo-comportamental, com resultados comprovadamente eficazes. O trabalho de um pedagogo ou psicopedagogo também será fundamental para auxiliar na aprendizagem escolar”, explicou a pediatra. Fernanda menciona, ainda, que: “o aumento do consumo da Ritalina pode ser explicado por alguns fatores, como aumento do acesso ao diagnóstico e ao conhecimento sobre o TDHA; a medicação estar sendo utilizada em crianças e adultos sem que haja um diagnóstico preciso da necessidade do seu uso; jovens e adultos utilizando a medicação de forma recreativa em festas ou com a falsa

promessa de melhor desempenho na vida acadêmica”, afirmou. Já para a professora e coordenadora pedagógica, Ana Claudia de Castro Garcia, é importante preparar os professores para lidar com crianças que possuem TDAH. “As crianças com TDAH não possuem autocontrole, sendo que na escola, na sala de aula é que percebemos as dificuldades na percepção seletiva de estímulos relevantes, na organização e na execução adequada das tarefas”, comenta. Ela acentuou também que os professores precisam de capacitação e treinamento, devido à diversidade de comportamentos e agitações que as crianças portadoras do transtorno apresentam. E afirmou ser de extrema importância o contato dos pais com o professor e o livre diálogo entre eles, sobre o quadro da criança, em específico. “Encontramos reações diversas dos pais. Alguns buscam parceria com a escola, pedem orientação para encaminhar seus filhos para um tratamento adequado. Buscam conhecer o diagnóstico para ajudar o filho a superar tais dificuldades. Mas também encontramos os que se negam a aceitar a existência do TDAH, defendem e justificam o comportamento do filho. O professor deve ter acesso ao resultado do diagnostico para buscar estratégias diferenciadas que possam ir de encontro ao

problema de cada criança”, contou. “Acredito que não seja um tabu falar sobre transtornos ou deficiências mas, sim, a existência de falta de conhecimento sobre tais problemas. Pais que se negam a ver os problemas dos filhos atrasam um diagnóstico precoce que facilitaria a intervenção na busca de estímulos e melhoraria da qualidade de vida das crianças portadoras de alguma síndrome, transtorno ou deficiência”, explicou. A neuropsicóloga, mestre e doutora em Educação e pós-doutora em Ciências Médicas, Betânia Alves Veiga Dell’Agli, afirma que a Ritalina é efetiva no tratamento das crianças com TDAH, mas que, mesmo com o medicamento, a criança precisará de outros tratamentos junto a outro tipo de profissionais, incluindo a psicoterapia. “Mas também pode demandar a intervenção de um fonoaudiólogo, quando acomete também os problemas voltados às questões da própria linguagem. Então, na verdade, o paciente vai ter que se submeter a intervenções em outras áreas, como na psicopedagogia, quando é o caso de dificuldades de aprendizagem também associadas ao transtorno”, afirma.“Então, a Ritalina é uma medicação que traz abertura para essas intervenções, ela é favorecedora para que a gente possa fazer as intervenções necessárias e melhorar o desenvolvi-

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Campanha dentro de escolas Segundo a jornalista Tainah Medeiros, em matéria publicada no site do médico e jornalista Drauzio Varella, exitem boatos de que a farmacêutica Novartis faça campanhas em escolas alertando sobre os riscos do TDAH e orientando sobre as formas de identificá-lo. Para muitos, isso justificaria a maior quantidade de diagnósticos e, consequentemente, o maior uso da Ritalina nos últimos anos. Durante entrevista cedida ao mesmo site, a existência de tais campanhas foi veementemente negada pela farmacêutica. A jornalista prossegue afirmando que, em 2010, a Novartis e a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) promoveram o concurso “Atenção Professor”, que tinha como objetivo “ajudar os educadores a conhecer e lidar melhor com o TDAH”. Para levar o prêmio de R$7 mil era preciso apresentar as melhores propostas de inclusão de portadores de TDAH na sala de aula. Além do valor, as escolas ganhariam um kit contendo uma champagne, um Certificado da Escola de Projeto de Inclusão e um troféu. O líder do projeto iria receber nominalmente apoio para participar de um Congresso Nacional na área de educação, “contemplando passagem, hospedagem e inscrição no valor máximo de R$4.000,00”. Três escolas foram sorteadas. Questionada - continua Tainah -, a Novartis negou qualquer tipo de envolvimento com projetos educacionais dentro e fora de escolas, apesar do fato de que o site página oficial do concurso exibisse a assinatura da empresa como uma das responsáveis pela iniciativa.

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mento da criança. Portanto, a medicação não resolve por si só, porque se a criança tem um déficit na questão da aprendizagem, a Ritalina não vai ajudar nisso e a criança vai precisar de outros profissionais que deem esse suporte para que ela possa superar as dificuldades encontradas. E o metilfenidato [Ritalina] vai possibilitar que essas intervenções possam ser mais efetivas”, explicou Betânia. CONTROVÉRSIA Mas, nem todos concordam com a utilização de Ritalina no tratamento de adultos e crianças portadores de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade. Umas das principais criticas é a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro”, afirma. Militante do Despatologiza – movimento pela despatologização da vida, iniciativa que articula discussões, eventos e ações sobre a medicalização da vida e da educação, a pesquisadora avalia que o diagnóstico errôneo de tais distúrbios dificulta ao país pôr em prática uma política efetiva de saúde pública que atenda quem realmente apresenta os transtornos. “O número de diagnósticos de transtorno mental é absurdo, e isso impede que muitas pessoas que realmente possuem o problema consigam ser tratadas na saúde pública”, diz. Quando se tem essa epidemia, os pacientes que possuem problemas reais não são percebidos, pois

NECESSIDADE DE ESCUTAR E ENDENTER OS CASOS

A pediatra e professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Maria Aparecida Moysés, questiona o uso de remédios para focar a atenção. Ela alerta: o efeito de acalmar é sinal de toxicidade. Ao invés do tratamento com a droga psiquiátrica, Maria Aparecida defende a necessidade de escutar e entender o que essas crianças estão tentando nos dizer com tais comportamentos, e assim estabelecer um tratamento terapêutico singular para cada criança.

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ficam imersos nesse mar de diagnóstico de transtornos: eles não são identificados e, consequentemente, ficam sem atendimento, explica. “Quem está sendo medicado são as crianças questionadoras, que não se submetem facilmente às regras, e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de mil anos atrás porque muita gente questionou e sonhou. Estamos dificultando, senão impedindo, a construção de futuros diferentes e mundos diferentes. E isso é terrível”, diz ela. Existe, também, muita controvérsia sobre as consequências que esse medicamento pode trazer ao paciente, em longo prazo. A principal queixa a respeito do medicamento é que, por se tratar de um psicoestimulante, pode viciar. Segundo recente entrevista da psicóloga Roseli Caldas, da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee), a estimulação artificial dessensibiliza a procura por prazeres na vida cotidiana, provocando a busca contínua pelo prazer artificial produzido pela droga. “Além disso, o metilfenidato pode causar reações adversas no sistema nervoso central ”. A reação mais comentada, e que acabou apelidando a ritalina de “droga da obediência”, é efeito zombie like, em

que a pessoa fica quimicamente contida em si mesma. “EPIDEMIA DE DIAGNÓSTICOS” Também dentro da psiquiatria, há uma corrente que critica o excesso de diagnósticos – inclusive o psiquiatra americano Allen Frances, responsável por colocar o TDAH na quarta edição do manual de diagnósticos da Associação Americana de Psiquiatria (conhecido como DSM), que coordenou. Hoje ele reconhece sua parcela de culpa e é um crítico À epidemia de diagnósticos. “A indústria farmacêutica gasta bilhões divulgando sua teoria do desequilíbrio químico e lançando uma pílula para cada padrão de problema”, declarou em entrevista recente. No estudo que avaliou a prevalência do TDAH no Brasil, Denise Barros, pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) afirma que “o uso do medicamento vem contribuindo de forma crucial para a produção do indivíduo desatento e hiperativo. Sob este ponto de vista, com uma geração medicada, surge um novo padrão do que é considerado normal”. O estudo, intitulado A ritalina no Brasil: produções, discursos e práticas, foi organizado pelo Departamento de Políticas e Instituições em Saúde e pelo Instituto de Medicina Social da UERJ, e se encontra disponível para consulta na internet. A Foto: Reprodução Internet


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prosa, rango & birita POR LAURO BORGES

Um senhor bauru Desde que o mundo é mundo, o bauru de lombo é coisa mais do que séria nesta província crepuscular. A devoção é tanta que chapeiros de final de semana reúnem amigos para uma esbórnia gastronômica nominada “bauruzada”. Desconheço outros lugares onde exista a “bauruzada”. Bar do Formiga, Bar Canecão e Nosso Bar (o antigo – deliciosas lembranças!) foram estabelecimentos que marcaram época com baurus espetaculares. Quem provou algum destes tem o paladar gravado na memória gustativa. O lombo dormido uma noite no tempero, cortado na espessura que proporciona suculência e aquele tostadinho por fora. O queijo prato tem que ter as bordas crocantes (a foto é real!) extrapolando os limites do pão. Da hora, fresquinho, o pão francês abraça o recheio sem ser prensado. O tomate, nem verde tampouco tão maduro, deve ser fatiado não muito fino e receber pitadas de sal na chapa. Eu gosto do meu com cebola, mas não acho falta grave comer sem. Poucas e boas casas deste torrão seguem os preceitos fundamentais do bauru elencados no parágrafo acima. Uma delas, recém-inaugurada, é O Sr. Bauru, do competente e exigente Ney Balla. Ele sabe do riscado e não vacila: mete bala nos ingredientes de qualidade inferior (eu estava lá e testemunhei a devolução à Balla de um queijo meia-boca que o fornecedor quis empurrar). Manda Balla, Ney! O Sr. Bauru —por enquanto— é só no delivery, todos os dias a partir das 18h. Pelo WhatsApp (19) 99233-4321 ou pelo iFood.

Beirute do DonCa O nome e o pão remetem ao Oriente Médio. E para por aí. Ao contrário do que muitos pensam, o Beirute não é comida árabe. Ele é brasileiro e foi criado na década de 1950 em São Paulo. Na origem, o pão sírio era recheado com rosbife, queijo prato, alface e tomate. Aqui em Sanja, o Beirute que marcou época foi o do Salamalec nos anos 80/90. Nos dias de hoje, na modesta opinião deste guloso escrevinhador, não há concorrência para o Beirute do Dom Caneco. É o melhor, de longe, neste torrão de majestosos crepúsculos. Desde a fundação da casa em 2011, o Beirute —com filé mignon e com o legítimo pão sírio ultrafino— está consolidado no cardápio. O meu eu gosto com um plus granjeiro: ovo.

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cultura

Alternativa para alavancar a cultura Em meio à falta de apoio público , iniciativa visa fomentar a propagação das artes POR FRANCO JUNIOR

Ter uma ideia e colocá-la em prática é algo desejado por muitas pessoas, mas poucas delas conseguem realizar este tipo de sonho. Seja montar seu próprio negócio ou até mesmo organizar um evento, pois percorrer caminhos burocráticos impede que existam mais empreendedores espalhados por ai. Quando a ideia de ter seu próprio negócio ou colocar em prática alguma atividade é no setor cultural, pouco apoiado no Brasil, as dificuldades são ainda maiores, o que faz diversos bons projetos serem esquecidos e mantidos apenas na cabeça do idealizador. Visando contribuir para que essas boas ideias sejam colocadas em prática, desde 2015, existe a Mecenando, criada a partir da identificação da necessidade de alavancar artistas e projetos artísticos com os apoios necessários. A iniciativa é de José Carlos Magalhães Teixeira Filho, de 44 anos, que é advogado e atua na área de Direito do Entretenimento. Ao se deparar com situações em que o apoio jurídico, em termos de consultoria e obtenção de incentivos fiscais, não é suficiente, resolveu fundar a empresa.“O mercado de arte ainda é incipiente no Brasil, comparado a outros países. E possui grande potencial, haja vista a qualidade da produção artística nacional. Ademais, trabalhar empreendendo em arte implica uma realização pessoal, na medida em que compreendo ser o ‘consumo de arte’ um catalisador de cidadania, um molde de educação em seu sentido amplo. A Mecenando, empresa do mercado de arte e cultura, identifica-se como uma policy maker, uma implementadora de política pública de promoção de cultura”, ressalta o fundador e diretor da empresa. Por questões estratégicas, José Filho iniciou as atividades da empresa em São João da Boa Vista. Ele

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ressalta, no entanto, que a Mecenando pretende atuar nacional e internacionalmente, na área cultural. “Assim como alguns lugares possuem aptidão climática e de solo para produzir vinho, São João detém, como diz uma dileta amiga, terroir de arte. Inobstante, além de São João, a Mecenando já serviu projetos em Portugal e na cidade de São Paulo; e foca em um potencial trabalho em Curitiba”, revela. OBJETIVO E APOIO Tendo como principal objetivo fomentar de forma participativa, estratégica e profissionalizada a difusão e a propagação das artes e da cultura, enquanto instrumentos de cidadania, a Mecenando busca alicerçar seus objetivos de identificação e apoio de artistas e projetos culturais, viáveis no suporte de investidores conscientes. Desta forma, o apoio da empresa a projetos culturais é customizado às necessidades em específico, e pode compor curadoria/desenvolvimento, financiamento, agenciamento, marketing e produção. A Mecenando, assim como revela José Filho, já se envolveu em projetos de gastronomia e música. Atualmente, a empresa trabalha com os artistas visuais Re Maniassi, Carmem Magalhães e Bruno Lazzari, radicados em São João; além do argentino Pablo Salvadó. O diretor e fundador explica quais os passos adotados pela Mecenando para um projeto ser apoiado pela empresa. “Há análise dos trabalhos/projetos por parte de um conselho de curadoria responsável por uma triagem minuciosa, com base em indicadores de modelo de negócio, alinhamento com os valores e estratégia da empresa, bem como sua viabilidade”, salienta. E pontua, ainda, que os interessados em receber apoio da empresa devem entrar em contato com a Mecenando pelos contatos disponíveis no site www.mecenando.com.br. A


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olhares - por Zé Jabur

SANTOS REIS - Folia de Reis ou Reisado é uma manifestação cultural religiosa, praticada pelos adeptos e simpatizantes do catolicismo, no período compreendido entre o Natal e o Dia dos Santos Reis (06 de janeiro). Grupos formados por músicos, cantores e dançarinos - chamados de Bastiões ou Palhaços - vão de porta em porta, anunciando a chegada do menino-deus, fazendo louvações e também abençoando os donos das casas por onde passam. Os Reis Magos são o lado místico, ligado à adivinhação e leitura de sinais da natureza, que a liturgia católica excluiu de sua ritualística. Na foto, membro do grupo Folia do Amadeu de folia de reis, apresentando-se em Águas da Prata. 90

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