Revista Atua - Março 2015

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editorial

Essa é a primeira edição da Revista Atua em 2015, um ano cheio de significado para nós. Essa é nossa trigêsima edição e nosso oitavo ano de vida. Um ano que promete muitas evoluções para nossa publicação. A primeira delas – que vocês devem conhecer nos próximos meses – será um projeto gráfico inteiramente novo, que vem sendo trabalhado para oferecer mais harmonia e qualidade na leitura. Outra novidade é o novo website, onde é possível que você consulte e folheie todas as edições da Revista Atua, desde o ano de 2012. Temos como meta incluir nele todas as edições, paulatinamente, desde a número 01. Mas, sobre essa edição, destacamos três matérias. Começamos pela matéria central, sobre o levantamento sócio-econômico realizado pela Prefeitura no final do ano passado. Vamos explicar o que é isso e como ele vai influir na sua vida e na administração pública nos próximos anos. Outros temas também, que irão influir na vida de todos, é a crise hídrica e como combater o crime em São João da Boa Vista. Esperamos que você goste das pautas e interaja conosco, dando sua opinião, sugestão ou crítica, via redes sociais. Ótima leitura e até edição de Junho!

Na entrevista com Almino Affonso, no box sobre João Goulart, uma informação acabou sendo cortada erroneamente na produção. O trecho em questão faz referência ao grande comício da Central do Brasil. Desta forma, o trecho completo ficaria assim “(...)Estas medidas incluíam as reformas agrária, tributária, administrativa, bancária e educacional. No dia 13 de março de 1964, o presidente realizou comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, para defender as reformas de base propostas por seu governo. A classe média, assustada, deu apoio aos militares. Alguns dias depois do comício, foi organizada a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, com o objetivo de dar apoio aos militares(...)”

A Revista Atua (ano 8, número 30, Março de 2015) é uma publicação sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial - Rua São João, 237, Centro - São João da Boa Vista-SP. Tel. (19) 3634-4300. Sua distribuição é gratuita e dirigida, não podendo ser comercializada. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares Diretores responsáveis Ana Claúdia Carvalho | anaclaudia@acesaojoao.com.br Angela Loup Pessanha | angela@acesaojoao.com.br

Ana Claúdia Carvalho Editora-chefe

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Ops... erramos!

Gerente Executivo Anselmo Moreira | gerencia@acesaojoao.com.br Jornalista responsável Misael Mainetti - MTb. 73.171- SP | misaeljornalista@gmail.com Jornalistas Ana Carolina Belchior Antonio Luiz Magalhães Amanda Duarte Bruna Mazarin Franco Junior Luis Gustavo Gasparino

12 Tendência para o Outono / Inverno

72 A síndrome do Ninho Vazio

16 Para que servem os pincéis de maquiagem?

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90% dos alunos não sabem matemática

24 Editorial

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Galera

32 Doença de Alzheimer

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Editorial

36 A droga e o caranguejo

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Culinária

38 Etiqueta on-line

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Um rio de problemas

42 Agito

100 Presidente da ACE é reeleito

Fotos publicitárias Juan Landiva - (19) 9-9371-4781

44 Tradições de Páscoa

104 O Estrangeiro

Fotos sociais Davis Carvalho - (19) 9-8210-9499

46 Editorial

110 Formando empresários

Impressão Grafilar - (14) 3812-5700

56 As belezas da Serra da Canastra

114 Um mundo a ser explorado

60 A São João do futuro

116 As maçãs de Steve

64 Editorial

118 Dicas culturais

Revisão Ana Lúcia Finazzi | analuciafinazzi@uol.com.br Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias | mateus@acesaojoao.com.br Venda de espaços publicitários Patrícia Maria Rehder Coelho | patrehder11@ig.com.br Publicidades Alexandre Pelegrino | alexandre@acesaojoao.com.br

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caixa de entrada

Pisaram na bola “Muito fraca a reportagem sobre a coleta seletiva. Achei a matéria muito curta: quando começa a ficar interessante, acabou! Poderia abordar mais profundamente o tema da reciclagem ou mesmo a questão social por trás da Coopermax, que emprega muita gente. Pisaram na bola dessa vez.” Gustavo Barbosa Ferreira

“A entrevista com Almino Affonso só reforça a minha teoria: quanto mais se sabe sobre 1964, mais nojo se tem (...)” Danilo Dias Fernandes

Capa da edição 29 - Dezembro de 2014

Crise hídrica Basquete

Família na escola

“Fico muito feliz quando eu vejo equipes sanjoanenses se destacando no esporte nacional. Temos de parabenizar e ovacionar o time de basquete de São João por vencer a 1ª divisão do Campeonato Brasileiro Universitário. Tomara que haja mais vitórias e que São João possa ser representada em outras modalidades por um elenco tão competitivo como esse. Parabéns a todos os patrocinadores, especialmente à UNIFAE que apostou e investiu nesse time” Isabela Almeida Santos

“Achei interessantíssima a matéria sobre a relação violência x o programa Escola da Família. Sou da opinião de que nas escolas as relações são continuadas. A professora, coordenadoras e alunos que brigam entre si estão ali no dia seguinte. Se a gente não tentar resolver o problema emocional deles, a questão não vai parar ali. Nesse ponto e no relativo ao tráfico de drogas, o programa parece ser muito eficiente” João Melo Sousa

“Importante que haja mais matérias sobre a crise hídrica. O que está acontecendo no estado de São Paulo é um crime, quem ficar calado diante desse descalabro é cúmplice. A mídia é igualmente criminosa, porque escondeu e enganou a população junto com a SABESP e o governo do estado. Agora, quem vai pagar a conta dessa omissão será a população.” Eduarda Cardoso Martins

Cartas para esta seção Podem ser enviadas para o email falecom@atuarevista.com.br ou por carta à rua São João, 237, Centro, São João da Boa Vista / SP. Por motivo de espaço, as cartas selecionadas para publicação poderão sofrer cortes.

Dicas valiosas para sua casa O blog é especializado em dicas de organização, mas, em meio a sugestões para planejar as refeições semanais da família e como organizar as correspondências, a publicitária Thaís Godinho também posta alguns projetos do it yourself como nichos de madeira com azulejo, móbile de corações e móvel para guardar discos. Visite: www. vidaorganizada.com

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moda

Conforto é o que os homens procuram na moda A mudança de estação pode ser uma ótima oportunidade para renovar o guarda-roupa Homem não se preocupa com moda! Está aí uma frase totalmente fora de moda. Pensando assim, algumas marcas como Osklen, Lacoste, Richards, John John, West Coast, Fideli, Aramis e Ellos há algum tempo trazem as tendências europeias para o Brasil modelando, aos poucos, o estilo e também o corpo dos brasileiros. Atualmente, muita tecnologia é investida na confecção das roupas masculinas. O algodão orgânico, a fibra de PET, matéria prima do fio de poliéster e até a fibra de cânhamo, retirada da folha da Cannabis, são alguns exemplos do que está presente no mercado sustentável da moda, no qual pouca química na tintura e leveza nos cortes garantem a mudança de padronização Foto: Divulgação

dos últimos 20 anos. “A modelagem foi mudando aos poucos e agora ela se ajustou melhor ao corpo do homem. Ombro caído não se usa mais e as ombreiras de ternos e blazers são mais sutis”, garante Marilia Pessanha, proprietária da loja Usky, de moda masculina. Ela explica que há duas modelagens já reconhecidas pelo público masculino: as camisas e camisetas slim fit e a regular. A primeira se ajusta mais ao corpo, o que gerou no homem uma preocupação maior com definição muscular. Já a opção regular é mais soltinha. O padrão dos ternos também mudou. Atualmente, toda sua composição é mais ajustada ao corpo, inclusive dos mais gordinhos. O corte reto das calças não é tão linear como antiga-

mente e a última tendência é a barra mais curta, na altura do tornozelo, dobrada para cima, ideal para homens ousados que usem sapatos sem meia ou mesmo bota. Ainda na linha da sustentabilidade, hoje em dia usa-se menos pano, em torno de 1,5m para se confeccionar uma camisa que antes precisava de 2m. Essa economia do tecido faz parte da nova modelagem com a qual o cliente já se acostumou. Segundo Marília, “nosso cliente já sabe o que quer, trata-se de um homem contemporâneo que está atento às tendências e prefere usar marca de maneira sutil. É uma moda mais limpa”. Ajustado à tendência - O estilo casual do homem urbano é feito de muita sarja na bermuda e calça, camiseta polo e camiseta t-shirt com mangas mais curtas. As bermudas mostrando joelho estão na moda há uns dois anos. Então, esqueça aquelas abaixo do joelho, pois não se confeccionam mais, por influência do padrão europeu que encurtou as bermudas, ajustou as cal-

Mude o estilo - A maioria das suas peças pode ser repaginada com ajustes, tingimentos e intervenções criativas. Cuidado apenas para o valor do conserto não sair igual ou mais caro do que comprar algo novo.

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ças e também afinou as gravatas. Hoje há três medidas, 10cm para homens grandes, 8cm para a intermediária e, para os jovens e magros, a de 5cm que apesar de enxuta se destaca nos ternos. As estampas estão bem modernas, com cores fortes, texturas em alto relevo. Até discretas flores têm tido ótima aceitação. O colorido entrou com tudo no guarda roupa dos homens. Por muito tempo o bege, caqui e marinho eram suas únicas opções. Agora as calças jeans, bermudas e camisetas em verde, laranja e amarelo consolidam a tendência e o gosto do homem que clamava por mudança. “Há dois anos trouxemos muitas peças coloridas sem saber se iam ter boa aceitação. Na primeira coleção vendemos tudo”, conta Marilia. As listras, tão comuns nas estampas masculinas, ficaram mais finas, discretas e o xadrez também diminuiu seus qua-

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dradinhos, tornando-os bem miúdos, quase imperceptíveis. Cores fechadas como azul marinho, bordô e vinho são tendências para o inverno. O que vem por aí - “A próxima estação aposta em camisas com detalhes num composé de cores fortes, prespontos, com pé de gola e dobra do pulso sempre num tom diferente do da camisa”, explica Adriana Frazão, proprietária da Lords, que contempla um público mais clássico, porém antenado com as mudanças da moda. Para ela, quando o homem vai a uma loja, está disposto a comprar muitas peças. Por isso a indústria de confecção masculina investe em tecnologia e qualidade dos tecidos. “Quanto maior a gramatura do fio mais confortável e durável ele é. Por exemplo, roupas masculinas costumam ser confeccionadas com fio 80, fio 100 ou mesmo lã fria,

pois o homem dá muita atenção à qualidade, durabilidade e conforto.” O homem, independente do corpo ou idade, busca conforto e nada muito extravagante. Porém, camisas em tons fortes como pink, azul royal e estampa floral adentraram as lojas. Já os acessórios serão mais discretos, como escapulários, cachecóis e pulseiras de couro. A grande aposta fica por conta dos tênis jogging, que podem ser usados por homens e mulheres. Eles saíram direto das pistas de corridas para o uso tanto casual como social. Sendo assim, a mudança de estação pode ser uma ótima oportunidade para renovar o guarda-roupa. O importante é procurar conforto e qualidade e, nesse ponto, investir em boas marcas é uma escolha econômica, pois não privilegia apenas a estética da moda, mas, sobretudo, a durabilidade da roupa. A


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moda

Tendências para o Outono / Inverno 2015 As tendências têm inspirações características dos anos 60 e destacam o conforto por Iza Graça

Um jogo harmonioso de opostos e sobreposições de peças. O Inverno 2015 vem no estilo Tropical com peças mais leves que contracenam com jaquetas, casacos e echarpes. Formas: Fluidas e retas se equilibram com peças mais ajustadas, tecidos leves com lãs, casacos amplos com calças justas ou vice versa. Cores: Os tons de vermelho, bordô, verde, laranja, entram na brincadeira se harmonizando com cores mais fechadas como os tons de cinza, marrom e azul. Inspiração: arte, campo, natureza, esporte, influencia hippie, florais e geométricos.

Brilho metalizado Mais uma lembrança de que o estilo dos anos 60 está em alta é a presença do brilho metalizado nos modelos exibidos durante os desfiles de moda. A tendência do Outono inverno 2015 traz detalhes em dourado, prateado ou demais cores metalizadas, tanto em vestidos e acessórios, quanto nos calçados. Com essa dica é possível dar mais destaque para o seu visual, principalmente em eventos noturnos.

Fotos: Reprodução Internet

Botas de cano alto e médio Falando nos detalhes, as botas de cano alto e médio também estão presentes para dar um charme retrô. Muitas marcas complementaram as peças em jeans ou de veludo com o calçado, que apareceu em peso nos desfiles: botas e mais botas. O que acha de deixar o salto alto um pouco de lado? Você pode combinar estilos, como uma bota de veludo ou com detalhes metalizados. O look fica mais interessante e charmoso. 12


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beleza

Cuidados com os cabelos secos Cabelos ressecados e quebradiços? Fique tranquila, há sempre uma solução Seus cabelos perderam o balanço, estão sem brilho e tem embaraçado com mais facilidade? Certamente eles estão secos, ou pior, ressecados. Isso pode parecer um desastre, mas para os dois casos há vários tratamentos e soluções e ,em pouco tempo, suas madeixas estarão brilhantes e com movimento natural, de novo. Basta seguir as orientações e dicas dos profissionais. Com o tempo seco, a exposição ao sol, coloração, piscina e praia os fios vão sofrer mais, mesmo. É normal e, para protegê-los, um tratamento contínuo em casa, com bons produtos, como protetor solar para cabelo e máscaras ajudam a conter os danos causados por esses agentes externos. Contudo, o especialista alerta:“é fundamental, antes

de tudo, uma boa alimentação. Não adianta tratar por fora, é preciso cuidar por dentro, também. Tomar muita água e comer verduras ricas em sais minerais, tais como cálcio, fósforo e ferro”, orienta João, do JM cabeleireiros. Para manter o cabelo hidratado em casa, ele ainda indica toda a série da Loreal Expert. Para cabelos secos prefira usar shampoos cremosos e, para os muito ressecados, que apresentam-se quebradiços, com pontas duplas ou elásticos, a linha Absolut Repair da mesma série. Já para os coloridos e expostos ao sol, a linha Vitamino Color ajuda na manutenção, em casa. As coleções são compostas por shampoo, cremes, óleo, máscara e leave in. Outras marcas recomendadas pelo especia-

lista são Lowell e o lançamento super em alta, a máscara termo ativa Uniq One. Trata-se de um leave in um pouco mais caro, que funciona melhor com a presença de calor do secador e sol, facilitando a escova. Hidratação caseira x salão - As duas são necessárias mas, dependendo do estado de ressecamento do cabelo, com certeza, a de salão será mais eficaz. Sabemos que os fatores externos como sol, secador, piscina, praia, tempo seco e até a qualidade da água, colaboram para que o cabelo perca o brilho e o balanço. Ao perceber que esses agentes estão deixando seu cabelo sem vida, com aspecto de palha, a primeira medida pode ser cortar. Contudo, essa não precisa ser a única solução. Segundo João “o corte ajuda a revitalizar o cabelo dependendo de como estiverem as pontas, mas em muitos casos a hidratação é que melhora o aspecto danificado” Logo, uma boa opção para começar, é trocar seu shampoo e con-

Consulte um especialista - “Vá a um salão de sua confiança para que o profissional avalie porque, às vezes, você pensa que ele está feio e que ficará maravilhoso apenas se cortar. E pode não ser isso. Ele pode estar precisando de um tratamento mais completo”, explica Cássio Rios.

Foto: Reprodução Internet

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dicionador de supermercado por uma linha de tratamento mais completa. Por exemplo, Loreal, Lowell, Revlon, Senscience, L´Anza e Kérastase. Na sequência, Cássio Rios, colorista do JM, recomenda uma boa lavagem feita com uma aplicação dupla de shampoo, seguida de uma pérola (pequena porção) de condicionador, que deve ser retirado completamente do cabelo.Depois, parta para uma hidratação caseira. Alexsandra Marcondes, especialista em tratamento capilar, orienta: “lave duas vezes com o shampoo, seque com a toalha para não desperdiçar o produto que virá e aplique uma boa máscara, deixando agir por 10 minutos e retire por completo. Não há necessidade de usar toca térmica.” Outra dica é, depois de aplicar a máscara, no último enxágue, coloque uma tolha quente na cabeça e jogue

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água por cima da toalha. Porém, se mesmo com esses procedimentos, seus cabelos não recuperarem a vida, o ideal é pedir ajuda para um cabeleireiro. Cássio aconselha:“vá a um salão de sua confiança para que o profissional avalie porque, às vezes, você pensa que ele está feio e que ficará maravilhoso apenas se cortar. E pode não ser isso. Ele pode estar precisando de um tratamento mais completo.” Atualmente há diversos tipos de tratamentos capilares adequados ao estado em que os cabelos se encontram. Existem tratamentos mais leves, os de média profundidade e os mais intensos, que atingem a estrutura dos fios reconstruindo a fibra capilar. Fatores externos - O fator emocional, as condições externas como a região onde mora, a água que usa

para lavar os cabelos, os hábitos como fumar, beber e a alimentação da pessoa também são agentes causadores de muitos males às madeixas. Além disso, a coloração, a descoloração e os produtos que se usam em casa colaboram para um cabelo desidratado. Cássio explica que um cabelo desidratado, geralmente, perde proteína, muita queratina e aminoácidos. Por isso, hoje em dia, existem tratamentos mais profundos, seja com plástica ou cauterização. E garante que o ideal é que um profissional faça uma avaliação para saber de que tipo de tratamento os cabelos estão precisando. Para os cabelos muito expostos ao sol, já existem protetores solares específicos e tratamentos para o cuidado antes e depois, como a linha Solar Sublime, também da Loreal. A


beleza

Para que serve cada pincel de maquiagem? Preparamos um tutorial explicando a finalidade e modo correto de usar cada pincel Os pincéis de maquiagem são fundamentais na hora de construir um make perfeito. Cada um com uma função específica, eles proporcionam uma cobertura melhor e ajudam em uma maior fixação da maquiagem. A instrutora do curso de maquiagem profissional, Clara Maria Torres, desenvolveu um tutorial explicando a função dos principais pincéis que ajudam a compor a maquiagem. Confira!

Pincel de base

Pincel de corretivo Ele tem um formato adequado para a aplicação da maquiagem em pontos específicos do rosto, como as olheiras e as manchinhas da pele. A aplicação deve ser feita com leves batidas, esfumaçando todo o produto. Mas é necessário tomar cuidado com o excesso de produto, para não deixar o rosto com cores desiguais.

O pincel ajuda a espalhar a base de maneira uniforme deixando o visual mais natural. Ele deve ser manuseado sempre em movimentos circulares da parte interna para a externa do rosto. Devido a sua forma, é ótimo para ser usado na região ao redor dos olhos. Uma dica é não colocar muito produto no pincel, para que a base se espalhe melhor.

Pincel de pó facial Ele ajuda a espalhar o pó e dar acabamento na maquiagem. Deve ser manuseado em movimentos circulares por toda a face, principalmente nas partes mais oleosas do rosto, como o centro da testa, laterais do nariz e o centro do queixo. Seguindo a mesma linha do pincel de base, não se deve usar muito produto de uma vez só.

Pincel de blush Como é um pincel grande que cobre toda a maçã do rosto, os movimentos precisam ser leves para não ficar marcado. O ideal é espalhar o produto em movimentos circulares das maças do rosto em direção às têmporas. A dica é assoprar o pincel antes de aplicar o blush no rosto para retirar o excesso do produto.

Pincel de sombra O pincel de sombra pode ser encontrado em duas versões, o de esponja ou de cerdas achatadas. O formato dos pincéis se ajusta com as curva dos olhos, facilitando a coloração. Para a aplicação da sombra, dê leves batidinhas com o pincel e na hora de esfumaçar utilize movimentos circulares. 16 Fotos: Reprodução Internet


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Pincéis de boca São dois tipos de pincéis para passar o batom: os de cerdas finas para o contorno dos lábios, e o com as cerdas mais grossas para o preenchimento da cor. Para fazer o contorno da boca, utilize o pincel passando-o de fora para dentro. E com o pincel mais grosso, espalhe bem o batom, pois isso dará à boca mais sensualidade. Outra dica é quanto à conservação dos pinceis: lave-os com shampoo e condicionador neutros ou infantis. Seque com papel toalha e nunca guarde os pincéis sem que as cerdas estejam completamente secas. A lavagem pode ser feita a cada 15 dias.

Quer mais algumas dicas de maquiagem? A sanjoanense Paula CIacco criou uma página no Facebook que serve de espaço para compartilhar um pouco do seu trabalho e várias dicas, resenhas, opiniões e experiências sobre diversos produtos de maquiagem e também outros assuntos relacionados à beleza e saúde. Visite: www.facebook.com/paulaciaccomakeup

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moda

A moda invade os consultórios Branco da cabeça aos pés já não é um uniforme obrigatório para profissionais de saúde Aquela antiga visão de que os profissionais da saúde deveriam ter a imagem austera, pouco descontraída e distante dos pacientes, vem mudando. A nova tendência agora é ousar e promover um ambiente alegre e humanizado nos consultórios. Muitos profissionais estão apostando em diversas estratégias para ajudar a eliminar as barreiras entre o profissional e o paciente, diminuindo a tensão nos tratamentos de saúde, como por exemplo, investindo em decoração e em atendimento personalizados, criação de espaços especiais para crianças e muito mais. Pensando nessa tendência, as irmãs sanjoanenses Ana Cecília Navarro (22 anos, Dentista) e Ana Carolina Navarro (27 anos, Relações Públicas) decidiram criar a Dra. Cherie, uma marca de jalecos e toucas muito diferentes do convencional. As peças são feitas para mulheres, profissionais da saúde, que apesar da seriedade que o trabalho exige, não deixam de cuidar da beleza, levando seu estilo para os consultórios. Os modelos fogem do padrão

Moda nos consultórios - Branco da cabeça aos pés já não é um uniforme obrigatório para médicos. Essa profunda mudança do paradigma médico/odontológico já se alastrou pelo território nacional.

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molde reto. São feitos com cortes estruturados e cinturas ajustadas. A linha para profissionais que trabalham com pediatria é ousada, com estampas coloridas e lúdicas, lacinhos e fuxicos, para criar um ambiente divertido para as crianças. “Desde criança, gostava de criar modelos de roupas. Fazia vestidos de festa para a família inteira! Quando me formei em Odontologia em 2013, minha grande paixão, comecei a trabalhar e tentei comprar jalecos mais estilosos, mas não encontrei. Então, resolvi resgatar meu antigo talento e criar meus próprios modelos. Minhas

amigas e colegas de trabalho adoraram e me pediam para fazer para elas também. Foi assim que surgiu a Dra. Cherie”, diz Ana Cecilia Navarro. Provavelmente, se você ver uma profissional vestindo um jaleco diferente, que valoriza a beleza e feminilidade, aqui em São João, ela estará vestindo um Dra. Cherie. Os pacientes agradecem, pois agora podem prestigiar a originalidade e aquela energia boa e vibrante que só a moda pode dar. Bem vindos ao mundo fashion, médicas, enfermeiras, esteticistas, veterinárias, odontólogas e todas as profissionais da saúde! A Foto: Divulgação


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tendências

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Roupas / sapatos / acessórios: Cada Passinho - (19) 3631-2755 Rua Benedito Araújo, 155 Fotos: Juan Landiva Gisele veste vestido Pituchinhu´s e bota Lilica Ripilica. Ana Gabriela veste casaco, gorro, cachecol, luva e sapatilha Lilica Ripilica.

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Joรฃo Vitor veste camiseta manga longa Tommy Hilfiger, calรงa jeans com cinto Tigor T. Tigre e sapatenis Tip Toey Joey. Maria Luisa veste vestido Lilica Ripilica e sandรกlia Pampili.


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Mariana veste blusa e short Pituchinhu´s e sapatilha Lilica Ripilica. Mabi veste blusa, bolsa e cinto Lilica Ripilica, casaco e calça Pituchinhu´s e sapatilha Pampili.


Guilherme veste camiseta manga longa e bermuda Tigor T Tigre e sapatênis Tip Toey Joey. Gabriel veste camiseta manga longa, moletom e calça jeans Tigor T Tigre e sapatênis Tip Toey Joey.

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Maria Eduarda veste conjunto Lilica Ripilica e sapatilha Tip Toey Joey. Lorenzzo veste camisa e calรงa Tigor T Tigre e sandรกlia Tip Toey Joey.

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Mariana veste conjunto 1+1 e sapatilha Gats. Gabriel veste camiseta manga longa e calça jeans Tigor T Tigre e sapatênis Tip Toey Joey. Mabi veste conjunto e blusa Pituchinhu´s e mocassim Bibi.

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saúde

Doença de Alzheimer Não se conhece exatamente qual é a causa, o que se sabe é que ela desenvolve-se como resultado de uma série de eventos complexos que ocorrem no cérebro A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta por deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. Essa doença tem maior prevalência nas pessoas com idade mais avançada. Estima-se que no Brasil mais de um milhão de pessoas possuam a doença. Já no mundo, esse número passa de 35 milhões. A doença vem apresentando forte crescimento no número de casos em razão do envelhecimento da população global. Para se ter uma ideia, em 2030, serão perto de 66 milhões de doentes e em 2050, 115 milhões de portadores, sendo dois terços deles nos países em desenvolvimento. A informação correta associada à solidariedade ainda são as armas mais poderosas no enfrentamento dessa grave questão humana e de saúde pública. Sintomas – O primeiro sintoma do Alzheimer é a perda de memória, mas com a progressão, vão aparecendo sintomas mais graves, como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar. A doença pode vir acompanhada também de depressão, ansiedade e apatia.

Tranquilizantes e Alzheimer - O uso prolongado de ansiolíticos e tranquilizantes por idosos pode estar associado ao surgimento da doença, segundo o British Medical Journal. Uma pesquisa com consumidores frequentes destes remédios, da classe dos benzodiazepínicos (como Rivotril, Diazepan, Lexotam, Frontal e outros) usados para tratar distúrbios como ansiedade e insônia, apontou que há um aumento de 51% nas chances dos usuários desenvolverem Alzheimer.

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Foto: Reprodução Internet

Esses sintomas podem ter a sua progressão diminuída com o trabalho da reabilitação, envolvendo fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e suporte psicológico e familiar, buscando evitar e/ou retardar a perda das funcionalidades e habilidades cognitivas. Além de retardar os efeitos do Alzheimer, os exercícios físicos podem prevenir a doença nas pessoas mais vulneráveis. Fatores de risco - O envelhecimento é o fator de risco mais conhecido e importante para a doença de Alzheimer. Há também a questão do histórico na família de demência ou de algum problema vascular. Como se sabe pouco sobre a causa do mal, têm sido estudados outros possíveis fatores de risco, porém com poucos resultados práticos, como exposição ou ingestão de substâncias tóxicas (como álcool, chumbo, alumínio, e solventes orgânicos), medicamentos diversos, trauma craniano, exposição à radiação, estilo de vida, estresse, infecções, obesidade, diabetes e até o baixo nível de escolaridade. >


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Prevenção – Embora estejam sendo realizadas muitas pesquisas, há pouco conhecimento sobre a forma de prevenção da doença. Alguns estudos sugerem que manter uma atividade intelectual - como fazer palavras cruzadas, por exemplo - pode reduzir a probabilidade de se adquirir a doença de Alzheimer enquanto outros afirmam que ser mais escolarizado confere ao paciente maiores recursos intelectuais para contornar as limitações cognitivas típicas da enfermidade. SUS - O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza vários medicamentos capazes de retardar o processo da doença e minimizar os distúrbios de humor e comportamento que surgem. O objetivo do tratamento medicamentoso é propiciar a estabilização do comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização

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das atividades da vida diária. Apoio às famílias - Para ajudar e capacitar familiares e cuidadores de pacientes com Alzheimer, surgiu em 1991 a ABRAz – Associação Brasileira de Alzheimer, que difunde conhecimento sobre sintomas, tratamento e enfrentamento da doença. A iniciativa foi inspirada no movimento internacional iniciado pela princesa Yasmin Aga Khan, em 1984, depois que sua mãe - a atriz Rita Hayworth - foi diagnosticada com a doença, conforme explica Izabela Murad Westin, fisioterapeuta geriátrica. Segundo Izabela, o principal desafio que a família do doente enfrenta é o de incluir o portador de Alzheimer novamente na sociedade, que ainda trata a doença com preconceito e receios. “O preconceito ainda existe, mais já é possível notar que houve uma sensível

melhora, devido ao apoio dos meios de comunicação, além da internet e de muitos livros sobre o tema”, explicou. Para ela, os cuidadores – sejam familiares ou profissionais – são os mais atingidos indiretamente pela doença. “Costumo dizer que me preocupo mais com o cuidador do que o portador, pois é uma doença que desgasta muito o cuidador. Por isso, a paciência e tolerância são fatores muito importantes”. Outro ponto de destaque, segundo Izabela, é a necessidade dos familiares adaptarem a casa e suas rotinas, de forma que o doente tenha o máximo conforto e segurança. Para os interessados, ela recomenda o livro Você não está sozinho... nós continuamos com você, publicado pela ABRAz em 2013. A obra tem o objetivo de informar e orientar os familiares/ cuidadores, de maneira técnica e humana, sobre como lidar com os pacientes de Alzheimer. A


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opinião

A droga e o caranguejo Os celeiros de jovens acadêmicos não podem ignorar os males do álcool por Guilherme A. R. Franco

Anos desprovidos de muros visíveis e invisíveis. Os nossos limites eram o Morro do Espia - local elevado de onde se podia avistar a aproximação dos corsários, o Mar Pequeno ou de dentro, o Valo Grande - que era menor que o estuário lagunar no qual se insere o Mar Pequeno - e o Rio Ribeira de Iguape. O Valo Grande era para ser um ínfimo canal destinado ao deslocamento de canoas, ligando o Rio Ribeira ao Mar “de dentro” - mas com as forças das águas tornou-se imenso e suas terras assorearam o Porto de Iguape. Fez significativo estrago no equilíbrio ecológico do estuário e de quebra fechou o porto, arruinando a economia da cidade que no século XIX era uma das mais importantes da província. As calçadas de pedra assentadas por mão de obra escrava, os casarões e seus bem talhados beirais são testemunhas que parecem se eternizar no tempo. Nos anos da crise da adolescência estava em São Paulo: martelando o piano. Mas no vestibular tive a lucidez de trilhar pelo mundo jurídico, para refrigério dos ouvidos alheios. Tio Carlos, irmão mais velho de meu avô materno, contava-nos a divertida fábula da escolinha dos bichos. Era mais ou menos assim. O caranguejo havia ido à escola. Na hora de marchar, andava para trás, desconfiado. Paciente, a professora (talvez fosse veterinária) colocava-o de volta para a fila. Claro que às vezes a mestra se feria quando o crustáceo lhe aplicava umas “dedadas”. Com muita paciência, mercúrio cromo e esparadrapo, a professora 36

conseguia fazer o bichinho arredio marchar como os demais. E seguia a bela fanfarra. Orgulhoso, o caranguejinho voltava da escola marchando. Até que ao chegar em casa, vendo todos andando de marcha à ré, desaprendia tudo. No dia seguinte, a mesma coisa... Na semana dos calouros, virávamos bichos carecas nos semáforos da cidade grande. Conseguíamos algumas moedinhas para os veteranos. As garotas, quiçá por serem bichos com cabelos preservados, tinham mais sucesso na empreita que terminava no bar que funcionava (pasme!) na faculdade - as moedinhas viravam cachaça, cerveja e uma tubaína. Ninguém se incomodava com minha solitária tubaína. O formato da garrafa era o mesmo que o da droga espumante e gelada. Notícias de abusos sexuais e crimes violentos (até homicídio) nos trotes regados a álcool nunca foram novidade. Apesar de algumas faculdades apregoarem o trote solidário, o combus-

tível da violência está nas esquinas e nas festas. Hoje, por meio das associações estudantis, compra-se cerveja em grande quantidade e a preço de atacado. Foi o que revelou uma pesquisa científica da Unifesp, publicada em 2014: “Quase 90% das atléticas de universidades públicas e particulares da capital paulista têm acordo formal com a indústria para a venda de cervejas”. E atrás dessa insidiosa parceria, vem o beber abusivo ou em binge (diversas doses em curto intervalo de tempo). Lembrando que muitos dos calouros nem saíram da adolescência e o cérebro humano só é totalmente formado após os vinte anos de idade, a turbinar os casos de brigas, estupros, acidentes e dependência química. Esse é o triste quadro de muitas faculdades pelo país afora – e não somente na capital paulista. Celeiros de jovens acadêmicos não podem ignorar os males da droga mais acessível aos universitários. Ou andaremos de fasto. Foto: Reprodução Internet


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etiqueta

Etiqueta on-line No mundo virtual é importante agir como no mundo off-line, com bom senso e discrição Nada se cria, tudo se copia. E na internet não é diferente. As interações que as pessoas têm nas redes sociais nada mais são do que um simulacro, ou seja, cópias dos comportamentos que temos no dia a dia real. Mas o sucesso desse ambiente virtual se deve às maiores possibilidades que redes como Facebook, Twitter e Instagram oferecem. Além do anonimato, os usuários têm a “proteção” de uma tela no lugar do face a face. Isso dá abertura para uma série de comportamentos que não são socialmente aceitos na vida on-line. Para uma boa convivência é necessário que algumas condutas sejam ao menos observadas, mesmo que não seguidas completamente à risca, de acordo com a consciência de cada indivíduo. A primeira coisa a se considerar é o objetivo da presença do usuário nas redes sociais. Nesse quesito vale considerar que hoje muitas empresas buscam informações dos candidatos no Facebook, por exemplo. Por isso, independente do que motiva o uso das redes sociais, a primeira e grande regra é o bom senso. Por isso, na hora de postar fotos é preciso ter cautela. Por questões de segurança, não é recomendado lotar a timeline com imagens da família, filhos e animais de estimação. Também é importante observar as fotos pessoais e evitar exposição desnecessária. Outra “etiqueta” que deve ser seguida com atenção é na hora de compartilhar conteúdo. Fotos de 38

animais em situações precárias, fetos e bebês com doenças raras são apenas formas de spam que são propagadas no Facebook. A mesma regra vale para o fanatismo religioso e político. Respeito é algo que deve se estender na vida real e no mundo virtual. Compartilhar conteúdo ofensivo ou postar lições de doutrina religiosa e política não é ideal para um ambiente on-line respeitoso. Quando o assunto é convite para jogos sociais, todo cuidado é pouco. Embora esses aplicativos ofereçam recompensas por convidar novos amigos, é preciso lembrar que nem todo mundo gosta desses jogos. Portanto, enviar várias solicitações pedindo para que os amigos também joguem ou ajuda para conseguir bonificações não é muito bem visto nas redes so-

ciais. O ideal é identificar aqueles que gostam de se distrair no Farmville ou similares e interagir apenas com eles. Já quando trata-se de marcação de fotos, a política social pede uma atenção especial e muito bom senso. Ao tirar uma foto com um amigo, com a concessão dele, está implícito que outras pessoas irão ver. Portanto, nada demais, a não ser que ele peça o contrário ou que a foto seja embaraçosa. Mas, caso você o marque na foto e ele, logo em seguida, desmarque, procure respeitar a vontade da pessoa. Não volte a marcá-lo na mesma foto e, principalmente, pense duas vezes antes de marcar a pessoa novamente numa próxima oportunidade. A mesma regra vale para marcar pessoas em comentários ou publicações no mural. Lembre-se que a parFoto: Reprodução Internet

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tir do momento em que você marca alguém, seja numa foto ou num comentário, a pessoa passa a receber notificações de todos os comentários seguintes. Crimes - Além do bom senso na hora de usar as redes sociais, vale salientar que muitas atitudes podem ser caracterizadas como crimes. Segundo o advogado criminalista João Carlos Felipe, calúnia, difamação, injúria, ameaça e discriminação são os mais comuns. “Eles são os mais corriqueiros por conta das ferramentas de interatividade que as redes sociais disponibilizam, seja por intermédio da comunicação direta, bem como por intermédio da disseminação das informações postadas - as chamadas ‘curtidas’ e ‘compartilhadas’”. O advogado explica que essas

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interações são as maiores causas de ações penais e de caráter indenizatório contra o autor da mensagem e das pessoas que a propagaram. “Porém, devido ao anonimato que a rede oferece, onde facilmente podem ser criados perfis falsos, há enorme dificuldade na identificação do autor do crime, tornando-se uma investigação complexa. Por consequência, a maioria dos crimes permanece sem a devida solução e responsabilização dos autores”. E não é só o anonimato que contribui para a impunidade de crimes da rede. Apesar de alguns avanços na legislação, ainda não existem tipificações para os crimes cibernéticos. “Os magistrados recorrem às analogias jurídicas para adequar a conduta delituosa do criminoso virtual à conduta descrita na legislação existente, equiparando o resultado como se o crime tivesse sido cometido no mundo

físico”, diz João Carlos. E ainda exemplifica: “Uma pessoa que envia uma mensagem diretamente a outra dizendo que vai ‘pegá-la’, ‘acertar as contas’ ou qualquer outro escrito que seja identificado como ameaça, teria seu enquadramento legal com fundamento no art. 147 do Código Penal —ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave. A pena seria detenção de um a seis meses, ou multa”. João Carlos diz acreditar que a chamada “Lei Carolina Dieckmann” — Lei 12.737/12— foi um avanço, já que protege o direito ao sigilo das informações pessoais contidas nos dispositivos informáticos. “Mas ainda há muito por se fazer devido à amplitude do ambiente digital, devendo ser criada legislação específica no intuito de coibir as violações de direito cometidas”. A


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agito

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páscoa

Tradições de Páscoa A data é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais A Páscoa (do hebraico Pessach), significando passagem, é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo, depois da sua morte por crucificação, que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 da Era Comum. O termo pode referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca de dois meses, desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes. Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito. A palavra Páscoa advém exatamente do nome em hebraico da festa judaica, à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra Prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário. Tradições pagãs - Na Páscoa, é comum a prática de pintar-se ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstratas. Em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substítuidos por ovos de chocolate. Este costume é uma alusão a antigos rituais pagãos. A primavera, lebres e ovos pintados com runas 44

eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados, que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os ovos de chocolate vieram dos Pâtissiers franceses que recheavam ovos de galinha, depois de esvaziados de clara e gema, com chocolate e os pintavam por fora. Os pais costumavam esconder ovos nos jardins para que as crianças os encontrassem na época da Páscoa. Com melhores tecnologias, a partir do final do século XIX, se difundiram os ovos totalmente feitos de chocolate, utilizados até hoje. Bacalhau - Na época da Idade Média, os cristãos deveriam obedecer os dias de jejum, excluindo de sua dieta alimentar as carnes “quentes”. O bacalhau era uma comida “fria” e seu consumo era incentivado pelos comerciantes

nos dias de jejum. Com isso, passou a ter forte identificação com a religiosidade e a cultura do povo português. O rigoroso calendário de jejum foi aos poucos sendo desfeito, mas a tradição do bacalhau se mantém forte nos países de língua portuguesa até os dias de hoje, principalmente na Páscoa, uma data expressiva da cristandade. Judas - É uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas, a qual foi introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses. É também realizada em diversos outros países, sempre no sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes. Consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos ou jornal, pelas ruas de um bairro e atear fogo a ele, normalmente ao meio-dia. A Foto: Reprodução Internet


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Ser Mãe é assumir perante Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Te amo todos os dias...

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Roupas / Sapatos / Acessórios: Aquarius Modas - (19) 3623-2487 - Praça Roque Fiori, 33 Fotos: Juan Landiva Cabelo/Maquiagem: MF Studio de Beleza - (19) 3623-1525 Locação: Pousada do Bosque - (19) 3623-4963


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Blusa de renda Cotton Colors, calça preta devorê Natual Class. Blusa musseline, saia poá Pontoon e sapato Confort para Aquarius Modas.


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Cardigan estampado Modal. Vestido marinho Pianeta para Aquarius Modas.


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Camisa Chiffon e calรงa Burda. Vestido viscolycra para Aquarius Modas.


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Macac達o viscolycra Megadose para Aquarius Modas.


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Blusa Shiffon com renda e short linho da Megadose Moda Gestante. Vestido cetim Megadose para Aquarius Modas.


esporte

Dance, dance, dance! Se praticada com regularidade, a dança de salão é um ótimo exercício físico Gafieira é o espaço onde se dança aos pares. O nome surgiu porque nesse local eram cometidas gafes, logo não é um estilo de dança como todos pensam. A gafieira era geralmente frequentada por pessoas mais simples, um ambiente democrático em que gente de todo o tipo misturava-se para dançar. Bolero, Cha-Cha-Cha, Forró, Fox Trot, Lambada, Maxixe, Rumba, Salsa, Samba, Tango, Valsa e Zouk são alguns dos estilos de dança mais dançados nas gafieiras de todo o Brasil. Por ser um ambiente de todos, a gafieira não segrega por idade ou classe social e nem mesmo exclui aqueles mais tímidos, os travados que não sabem muito bem os passos, mas arriscam se movimentar Foto: Reprodução Internet

pelo salão. Conduzidas ou condutores, damas e cavalheiros passam horas bailando sem se preocupar com a vida corrida - e às vezes dolorida - lá fora. Para eles, dançar é terapêutico, faz bem para o corpo, para a mente e para a saúde. Assim confirma Valnei Amadio “Dançar é muito prazeroso. Faz bem para a cabeça, a gente se socializa, faz novos amigos, traz os amigos para dançarem junto. Mesmo os que não sabem podem dançar, não precisa dar um espetáculo de técnica no salão, a dança é para você e isso é o que importa.” O professor de dança de salão, Cleber Oliveira é também Personal Dancer, um dançarino contratado para ensinar e/ou acompanhar damas em salões. Uma modalidade de

dançarino pessoal que vem sendo cada vez mais procurada, tanto por aqueles que gostam de aperfeiçoar o que sabem, quanto por aqueles que desejam aprender a técnica dos vários estilos e depois fazer bonito nos salões. Cleber conta que quando começou a dançar, há 16 anos, havia preconceito sobre homens dançando. Mas hoje em dia esses tabus já caíram, “a visão sobre a dança mudou muito. Hoje tenho alunos homens bem jovens, enchendo minhas aulas e procurando aprender as técnicas para praticarem em bailes, depois”. A arte do corpo - As danças de salão também ganharam maior popularidade ao serem incentivadas por programas como “Dança dos Famosos” da Tv Globo, “Se ela dança, eu danço”, do SBT e a Tv SESC, no canal a cabo que exibe realitys de dança em sua programação. Além disso, cresce em toda a região o número de casas que promovem bailes e jantares dançan-

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Origem - As danças de salão surgiram entre os nobres da Europa e principalmente com o surgimento da dança realizada com casais. Quando os europeus foram colonizar as Américas, eles levaram as danças em locais fechados para essas localidades. Foram nesses países que surgiram os tipos mais comuns de dança de salão como gafieira, tango, salsa, bolero e maxixe.

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tes. Algumas delas, em São João, são: Clube do Rosário, Palmeiras Futebol Clube, Sociedade Esportiva, entre outras atividades dançantes como as que são oferecidas pela Prefeitura, nos fins de semana. A dança realmente é uma arte que, ao participar da vida das pessoas, desperta muitas sensações renovadoras, como confirma Leila Krauze, que dança há 12 anos. “Me interessei pela dança depois que separei de meu marido. Nos bailes comecei a fazer amigos, fiquei mais alegre e me valorizei mais. É uma motivação para o corpo e alma.” Esse mesmo efeito terapêutico também acometeu Mauriene Amadio, que começou a dançar depois de sua separação: “a dança me ajudou a superar dores, foi uma terapia. É um exercício completo e você sente muito quando para.”

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Para os praticantes a dança não é uma opção apenas saudável, é uma escolha de vida. Muitos começam quando pequenos, outros depois de mais velhos, ou já na terceira idade, mas todos afirmam que nunca irão parar. A professora de Ballet, Márcia Viana, que vem de uma família de dançarinos, diz que a dança melhora a coordenação motora, mesmo daqueles que começam a dançar mais tarde. E ressalta: “gosto de trabalhar o lúdico, a disciplina e a vestimenta com meus alunos. No salão estou sempre disposta a fazer com que o outro ganhe valor dançando, mesmo que não saiba os passos.” A dança, seja ela com fim profissional como para uma diversão semanal, praticada com técnica ou apenas para chacoalhar o corpo, atende todo mundo, não fazendo nenhum

tipo de distinção, já que cadeirantes, pessoas com mobilidades reduzidas ou alguma psicopatologia podem ser incluídas nessa roda do movimento. Atualmente existem muitos projetos de Dançaterapia, os quais ajudam pessoas a se expressarem de forma criativa, promovendo uma interação emocional, cognitiva e social. Na opinião do professor Cleber, não existe restrição para dançar. Nem para com o corpo, como da mente ou da sociedade. “Dançar é abrir um leque de possibilidades. Além de conhecer pessoas através das interações de salão, melhora a autoestima, já que uma pessoa, por exemplo, fora dos padrões corporais da mídia, quando adentra uma pista de dança nada mais importa, todo mundo aprecia o movimento e a música. Quem dança é muito feliz”, finaliza. A


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viagem

As belezas da Serra da Canastra Minas Gerais é um estado brasileiro que oferece uma enorme lista de roteiros turísticos, os quais atraem por suas belezas naturais, história e gastronomia O Parque Nacional da Serra da Canastra é um dos mais importantes parques nacionais brasileiros. Trata-se de uma cadeia montanhosa localizada no centro-sul do estado, nas proximidades dos municípios de Delfinópolis, Sacramento e São Roque de Minas. Por ele passa o rio São Francisco, o qual, conforme estudos recentes tem sua nascente real e geográfica localizada no município de Medeiros, Minas Gerais. O nome Canastra foi dado em virtude do formato de um baú. Cachoeiras - Na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, encontra-se a aproximadamente 1200 metros de altitude a chamada nascente histórica, devidamente demarcada para a visitação dos turistas. A água é o fator preponderante no parque, cujas nascentes, que chegam a centenas, surgem em função da umidade que a

rocha fria absorve do ar, principalmente no período da noite. É fascinante ver aquele pequeno fio de água que vai se avolumando por dentro do parque, formando quedas de água límpida e gerando bolsões ao longo do percurso. A cachoeira Casca d’Anta, com aproximadamente 186 metros de altura é um dos principais atrativos do Parque, saindo de um corte natural da Serra de aproximadamente 144 metros, ou seja, a altura da Serra chega a 330 metros. O Rio São Francisco nasce 14 quilômetros antes desta sua queda principal. Vegetação exuberante - O parque protege um cenário de rara beleza, sua vegetação de transição entre a “borda da Mata Atlântica” e o “início do Cerrado”, com predominância de Campos de Altitude que abrigam inúmeras espécies da fauna e da flora do cerrado, como o lobo guará, o taman-

duá-bandeira, o veado-campeiro, diversos gaviões e espécies ameaçadas de extinção como o pato mergulhão e o tatu-canastra. É uma paisagem das mais deslumbrantes e desconhecidas do Brasil. Há poucos anos entrou nos roteiros de viagem como lugar privilegiado para a prática de esportes radicais, vivência ambiental e turismo ecológico. A região eco turística da Serra da Canastra tem mais de 200 mil hectares e abrange seis municípios: São Roque de Minas, Vargem Bonita, Sacramento, Delfinópolis, São João Batista do Glória e Capitólio. A vida rural mantém as velhas tradições da cultura da região, como a arquitetura do século XIX, os muros de pedra sem cimento e o carro de boi. O horário de entrada no Parque Nacional da Serra da Canastra é até as 16h00. Saída até as 18h00. Horários alternati-

Belezas naturais - A Serra da Canastra é pródiga em atrativos naturais como cachoeiras e grutas além de paisagens de tirar o fôlego. Pouco divulgada e até pouco tempo com acesso limitado por conta das estradas de terra, ela vem aos poucos sendo descoberta e valorizada pelos brasileiros.

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Foto: Reprodução Internet

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O “Velho Chico” O Rio São Francisco é um dos mais importantes rios do Brasil e de toda a América do Sul. Ele atravessa 5 estados e 521 municípios, passando pela Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, e desaguando no Oceano Atlântico. Seu nome indígena é Opará ou Pirapitinga, mas também é carinhosamente chamado Velho Chico. Em setembro do ano passado, funcionários do Parque Nacional Serra da Canastra alertaram para a seca da principal nascente do São Francisco, devido ao período chuvoso atípico registrado no estado. A principal nascente ficou seca por quase três meses. Em novembro, a água voltou a correr graças ao volume expressivo de chuva registrada na região.

Fotos: Reprodução Internet

vos somente com prévia autorização da chefia do Parque. O acesso ao Parque Nacional e demais atrações é por terra. As condições de tráfego podem ser precárias em época de chuva. Informe-se previamente. Hospedagem e atrações fora do parque - A região fora do parque também oferece muito mais aos seus visitantes, além de inúmeros atrativos naturais, pois a região também se destaca pela cultura, culinária, tradições e a receptividade de seu povo. Com todos esses roteiros turísticos, as cidades vizinhas ao parque estão se estruturando para atender bem aos visitantes. Hoje em dia encontramos simpáticas e aconchegantes pousadas, deliciosos restaurantes que servem em sua maioria o melhor da comida mineira feita no fogão à lenha. Para quem pretende se hospedar na Serra da Canastra indicamos as cidades que abrigam ou que são vizinhas ao Parque Nacional da Serra da Canastra. O município mais procurado é o de São Roque de Minas, pois é ali que ficam as principais atrações 58

do parque. Outra cidade muito procurada é Delfinópolis, que embora um pouco distante das portarias do parque, possui o maior número de cachoeiras da região e um ótimo roteiro de passeio 4x4 até a portaria da Casca D’Anta no parque. Outro bom local para hospedagem é Vargem Bonita MG, pois é o centro urbano mais próximo da entrada do parque e dá acesso à parte baixa da Casca D’Anta. O município de Capitólio MG é o mais afastado das portarias, mas possui em seu território incríveis atrativos naturais como grandes canions, lindas cachoeiras, o lago de Furnas e grandes paredões rochosos. A cidade possui as opções de hospedagem mais sofisticadas da região. São João Batista do Glória é outra boa opção para se hospedar na região e também possui bons atrativos, apesar de ficar distante das portarias do Parque Nacional da Serra da Canastra. Além das cidades, outras boas localidades são os Distritos ou o Arraial encontrados no entorno da Serra da Canastra. Entre os mais indicados estão São José do Barreiro

(SRM), Babilônia e Arraial de São João Batista da Serra da Canastra. Gastronomia - O principal produto da região é o famoso queijo canastra. Produzido há mais de duzentos anos, ele é primo distante do queijo da Serra da Estrela, de Portugal, trazido pelos imigrantes da época do Ciclo do Ouro. O clima, a altitude, os pastos nativos e as águas da Serra da Canastra dão a esse queijo um sabor único: forte, meio picante, denso e encorpado. Desde maio de 2008 o queijo canastra é patrimônio cultural imaterial brasileiro, título concedido pelo IPHAN, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O queijo vem sendo incluído nos cardápios de restaurantes das grandes metrópoles, como da capital paulista.As chamadas quitandas da culinária mineira são abundantes na região da Canastra. Uma delas é o joão-deitado, doce originário do local, que tem na mandioca seu principal ingrediente além, é claro, do queijo meia cura. É assado na folha- de- bananeira, em pequenos fornos artesanais de barro, sobre as brasas. A


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nossa cidade

A São João do futuro Estudo proposto pela Prefeitura visa preparar a cidade para encarar os desafios futuros por Bruna Mazarin

Para definir os rumos que São João da Boa Vista tomará nos próximos 35 anos, a Prefeitura e a Assessoria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento deram início a um processo de coleta de dados para identificar os potenciais da cidade, erros e acertos da gestão e as possibilidades de desenvolvimento. Para isso, o Conselho Municipal de Desenvolvimento (CMD) e os centros universitários do município contrataram as empresas Urban Systems e FGMF para que elaborassem um diagnóstico socioeconômico de São João. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2014 e ainda contam com bases de informações como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Para sabermos aonde ir, primeiro precisamos ter a consciência de quem somos. É necessário olhar o que fizemos de certo e de errado. E o diagnóstico nos trouxe essa oportunidade de autoco-

Polo universitário - Com dois centros universitários, uma universidade e escolas técnicas, São João se firma como polo universitário regional, principalmente após a instalação do curso de medicina na cidade. No próximo ano, a cidade ganhará ainda um novo campus do Instituto Federal, que oferecerá três mil novas vagas no ensino técnico. Na foto, o campus da UNESP, com uma área de 103.738 m² que está sendo construido no município.

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nhecimento”, justifica o prefeito Vanderlei Borges de Carvalho. Para a chefe da Assessoria de Desenvolvimento, Amélia Queiroz, esse planejamento a longo prazo “quebra a lógica dos quatro ou oito anos”. “Na nossa proposta a população passa a ser uma guardiã das diretrizes que ela mesma estabeleceu. E independe de ser o partido ou o candidato A e B, para ser eleito ele terá de estar comprometido com aquilo que a população escolher para ela”. Mas os dados já mostraram que um dos grandes desafios que a cidade vai enfrentar nas próximas décadas será conseguir um crescimento e desenvolvimento ordenado. “Não queremos ser uma cidade como Mogi Guaçu, que importou mão de obra e favelizou seus moradores. Queremos privilegiar os sanjoanenses, capacitá-

-los, dar a eles a oportunidade de melhores salários”. E Vanderlei complementa: “Precisamos continuar crescendo, mas com qualidade de vida”. A próxima etapa contará com a assessoria da USP Cidades na elaboração de um Plano Diretor. “Pretendemos também envolver toda a comunidade. Primeiramente faremos isso com os alunos, por meio de trabalhos e pesquisas. Vamos criar neles a consciência da importância de um planejamento estratégico. Depois falaremos com os pais e toda a comunidade escolar. Também vamos atuar junto aos clubes de serviço —Rotary, Lions etc.—, com a Câmara de vereadores e a população em geral. Queremos um Plano Diretor o mais democrático possível, para que isso não seja apenas mais uma lei de gaveta, mas algo que esteja na consciência das pessoas”, reforça o Foto: Guto Moreira


prefeito de São João. Segundo Lourenço Gimenes, arquiteto da FGMF, o diagnóstico é uma grande ferramenta que vai impulsionar mudanças importantes na cidade. “São João nos surpreendeu positivamente. Encontramos uma cidade com grandes potenciais. Claro que nada é perfeito e há muito que fazer. Mas certamente seria uma cidade onde eu teria uma casa no futuro”, diz o arquiteto.Já Paulo Takito, representante da Urban Systems, reforça a necessidade de a cidade buscar um desenvolvimento sustentável e promover uma parceria entre os setores públicos e privados. Escritório de projetos - Na hora de pleitear verbas nas esferas estadual e federal, muitos municípios perdem programas importantes por falta de projetos bem estruturados. Confor-

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me explica o prefeito, a cidade usará os dados do diagnóstico como respaldo na hora de elaborar projetos. “Criamos um escritório de projetos em São João para tê-los bem estruturados a nível estadual e federal. Tanto que fomos contemplados com três projetos do Fidi [Fundo de Interesses Difusos] em R$ 9 milhões. Isso porque fizemos propostas bem feitas”, exemplifica. Perfil do município - Na análise feita pela Urban Systems foi constatado que a microrregião (MR) de São João está no contíguo urbano da Região Metropolitana de São Paulo e Campinas. Isso dá ao município uma posição privilegiada na malha rodoviária paulista, com fácil acesso ao Porto de Santos e aos aeroportos de Cumbica, Congonhas e Viracopos, por exemplo.

Essa microrregião é composta por 14 municípios —Águas da Prata, Caconde, Casa Branca, Divinolândia, Espírito Santo do Pinhal, Itobi, Mococa, Santo Antônio do Jardim, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, Tambaú, Tapiratiba e Vargem Grande do Sul— e representa 0,96% da população do Estado de São Paulo, com mais de 415,2 mil habitantes e possuí um PIB de 0,50%. O perfil socioeconômico da MR é baseado na indústria e agricultura, sendo o café, a cana-de-açúcar e a laranja os principais itens produzidos. “O diagnóstico aponta que estamos na direção certa. Temos um comércio que representa em torno de 60% do PIB do município, seguido da indústria com 35% e da agricultura com quase 3%. Ou seja, tivemos um bom desenvolvimento em compara-

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Aviação - O município está se tornando um importante polo aeronáutico e, de acordo com Amélia Queiroz, diretora de Planejamento e Desenvolvimento da cidade, a perspectiva é de que as universidades sustentem o desenvolvimento do polo instalado no aeroporto local. A principal fábrica é a Inpaer, que produz quatro modelos de aviões, sendo umas das principais industrias do setor no Brasil.

Foto: Guto Moreira

ção com as cidades da região. E com o lançamento do shopping só confirmamos esse potencial comercial”, ressalta Vanderlei. População - De acordo com os dados da Urban Systems, São João tem uma taxa de crescimento anual de 1,32% — com base na população de 2010 e 2014 do IBGE. Dentro da região em que está inserido, o município é o segundo mais populoso, com 88.477 habitantes —Poços de Caldas (MG) aparece em primeiro lugar, com 162,4 mil habitantes. Sobre a população há duas perspectivas de crescimento, uma “conservadora” e uma “agressiva”. “Temos experimentado nos últimos anos a segunda opção. Com esse crescimento mais agressivo São João deve chegar, em 2050, a 146 mil habitantes. Esse é justamente o planejamento que faremos: de que maneira chegaremos a 2050 com esse número de habitantes?”, explica Vanderlei. Vocação imobiliária - O diagnóstico aponta qualidades do município que 62

podem desenvolver o potencial imobiliário. Dentre elas, o fato de ser uma cidade do interior de São Paulo com características “bucólicas e rurais”, mas com comércio forte e desenvolvimento industrial. “Características interioranas são os principais atributos positivos enfatizados pelos entrevistados”, revela o estudo. Os dados ainda mostram que a paisagem da Serra da Mantiqueira é fator de orgulho para os moradores, o que denota um grande potencial para atividades turísticas. Segundo a Urban Systems, ainda há carência de acessos em algumas partes como na região da Mantiqueira —área nobre— e Sul da cidade, que tornam mais difíceis a circulação de moradores. “A região acima do distrito industrial está fora da cidade mental dos entrevistados pela falta de acesso e a não utilização dela. Não há nada que estimule o deslocamento para esse ponto da cidade. O distrito industrial se torna mais isolado do restante da cidade”, revela o diagnóstico. Centralidades - Shopping, universi-

dades e hospitais. Os itens foram considerados importantes pelo estudo. O futuro shopping, por exemplo, formará uma nova centralidade comercial. Já os dois hospitais —Santa Casa e Unimed— e suas localizações também proporcionam essa centralidade na área da saúde. O fato de São João estar se tornando um polo educacional também foi avaliado. A presença da Unesp, Unifae, Instituto Federal de São Paulo e Unifeob traz uma grande concentração de alunos e faz com que o município expanda fronteiras. “Temos que transformar São João em uma cidade universitária, porque isso traz divisas para o município”, afirma o prefeito. Setor em expansão - Ao analisar os setores industriais do município, o diagnóstico revelou que São João deve explorar o desenvolvimento da indústria aeronáutica e investir em empresas como a Inpaer, que já se estabeleceu na cidade. Íntegra - Quem tiver interesse em visualizar todos os dados coletados na pesquisa pode baixar a versão completa ou os resumos do diagnóstico no site da Prefeitura, no link www.saojoao.sp.gov.br


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Scarpe - (19) 3631-5287 Avenida Dona Gertrudes, 327 - Centro Looks: Espaço Girls Fotos: Juan Landiva Cabelo/Maquiagem: MF Studio de Beleza - (19) 3623-1525 Locação: Fazenda Sola Capituva - (19) 3633-4664 Júlia e Luiza calçam botas Schutz

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Júlia calça bota Schutz


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psicologia

A síndrome do Ninho Vazio Como encarar a saudade quando os filhos saem de casa por Maryá Rehder Ambroso

Passam-se anos, passam-se séculos e o tema família sempre é notabilizado. Seja na área social, educacional ou biológica sempre há um espaço para se discutir esse contexto. Por um lado a família vem como centro de atenção por ser um espaço privilegiado para arregimentação e fruição da vida emocional de seus componentes, e por outro, tem despertado interesse, pois ao mesmo tempo em que sob alguns aspectos mantém-se inalterada, apresenta uma grande gama de mudanças. Sendo a curiosidade dos estudiosos voltada a esse ou aquele ponto, o que não pode ser negado é a importância da família, tanto no nível das relações sociais nas quais ela se insere, quanto no nível da vida emocional de seus membros. A história da família é longa, não linear, feita de rupturas sucessivas Foto: Reprodução Internet

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onde toda a sociedade procura acondicionar a forma da família às suas necessidades. Mas essas transformações não querem dizer que a família, tal qual herdamos de séculos passados, esteja efetivamente se estilhaçando nesse novo milênio. O que ocorre é que outra configuração familiar está a caminho: a que tenta conciliar a liberdade individual com laços afetivos do velho lar. E dentro dessas diversas transições, há uma conjuntura que persiste há gerações e traz consigo marcas austeras para os provedores. Trata-se da Síndrome do ninho vazio (SNV) que consiste em um desconforto emocional pontual, vivido pelos pais ao terem a percepção de que seus filhos estão se tornando independentes e deixando suas casas. Sintomas como o sentimento de tristeza, de angustia, de perda, de solidão, de inutilidade, de vulnera-

bilidade, de desvalia, entre outros, fazem parte desse processo de rupturas e a permanência de tais sintomas por um período significativo pode promover a depressão, gerar crises de ansiedade e ocasionar psicossomatizações transformando, assim, o sofrimento em dores fisiológicas antes inexistentes. A SNV é trivial em mulheres, mas isso não quer dizer que os homens sejam imunes a ela. Os pais também podem vivenciar os mesmos sentimentos de perda dos filhos e, por isso, terão que se esforçar para se adaptarem a essa nova rotina. E para haver a superação dessa fase dolorosa, o primeiro passo é reconhecer que se trata, sim, de um processo delicado, mas que tem hora para acabar. Assim sendo, para combatê-la é essencial aceitar que o ciclo vital é constituído por diversas fases e que o período de declínio envolve perdas,

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Apego exagerado ao filho pode desencadear síndrome do ninho vazio A síndrome do ninho vazio é considerada, pelos profissionais da área, como uma crise existencial passageira. Dependendo de alguns fatores, como o número de filhos e a personalidade da mulher, tudo pode ser apenas questão de se acostumar à nova rotina. No entanto, pode haver exacerbação nos sintomas de tristeza e, nesses casos, é aconselhável tratamento psicológico. Para que as mães não sofram com a saída dos filhos da casa, é importante que haja a preparação para a chegada da nova realidade. É importante que a mulher separe a vida dela da vida dos filhos, o máximo possível. Faz parte disso ampliar a rede social, passear, ter atividade remuneradas ou não, mas que sejam feitas fora de casa e que ajudam a mulher a ter outro papel que não seja o da mãe clássica.

onde transações familiares são comuns, seja em tarefas, em crescimento pessoal ou na função parental. Após a conscientização, inicia-se uma nova etapa de vida onde os pais devem se redescobrir como indivíduos buscando novos prazeres, afazeres e procurando estreitar a relação amorosa com seu cônjuge. Afinal, nunca é tarde para reascender a paixão. Aos filhos, cabe o diálogo e cuidados com esses pais no intuito de consolá-los e fazer com que eles entendam que há a possibilidade de conciliar a dis-

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tância e a liberdade individual com as vantagens da solidariedade, da fraternidade, da ajuda mútua, dos laços de afeto e do amor familiar. Porque embora o ser humano lute pela sua individualidade, nunca se deve deixar cair no esquecimento de que a casa é, cada vez mais, o centro da existência, pois é o lar que oferece bons exemplos, um abrigo, uma proteção e um pouco de calor humano, contrapondo-se ao mundo duro e frio que se encontra do lado de fora do ninho. A


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educação

Mais de 90% dos alunos não sabem matemática Segundo ONG, aprendizado adequado não corresponde a um nível avançado de domínio da disciplina, mas apenas do básico No Brasil, mais de 90% dos estudantes terminaram o ensino médio em 2013 sem o aprendizado adequado em matemática, segundo o movimento Todos pela Educação. Tomando por base avaliações do Ministério da Educação, o movimento concluiu que apenas 9,3% desses estudantes aprenderam o conteúdo considerado adequado para o período. O índice é menor que o anterior, registrado em 2011, quando 10,3% alcançaram o coeficiente. Além de matemática, o aprendizado em português também apresentou queda, na avaliação feita no terceiro ano do ensino médio, de 2011 para 2013. O percentual de alunos com nível satisfatório de aprendizado passou de 29,2% para 27,2%. “É o terceiro ano consecutivo em que cai o aprendizado em matemática e agora caiu também o de português. É um grito de socorro. O ensino médio, que é de obrigação dos estados, está piorando no Brasil”, avalia a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz. Ausência de metas - O Brasil não tem, oficialmente, metas claras do que deve ser aprendido em cada nível de ensino. O movimento Todos pela Educação estabelece metas para que em 2022, ano do bicentenário da independência do país, seja garantido a todas as crianças e jovens o direito à 76

Foto: Marcelo Horn/ GERJ

educação de qualidade. O movimento estabelece também metas intermediárias de aprendizado. Priscila ressalta que o aprendizado considerado adequado não corresponde a um nível avançado de domínio da disciplina, mas apenas do básico. “Em matemática, são 90% não aprendendo esse básico. Pode parecer exagero, mas de certa forma não é. Estamos negando um futuro digno para eles, que não conseguem ter acesso ao básico da matemática, não conseguem avaliar um contrato de aluguel ou projetar o que pagam de juros em uma prestação. É o básico para viver a vida”.

Melhoria - Os dados mostram que no ensino fundamental (de obrigação das prefeituras) o quinto ano foi a única etapa que apresentou melhora. Passou de 40% de alunos com aprendizado adequado em português, em 2011, para 45,1% na última avaliação, e de 36,3% em matemática, para 39,5%. No nono ano, o percentual de alunos com este aprendizado em 2013 foi 28,7% em português, acima do verificado em 2011 (27%). Em matemática, o indicador apresentou queda, de 16,9% para 16,4%. Pelos critérios do movimento, nacionalmente o país não cumpriu nenhuma das metas intermediárias, nem mesmo


no quinto ano. No nono ano e no ensino médio, o Brasil não cumpriu nenhuma das metas, nem mesmo a nível estadual. Os números são baseados no resultado da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação Básica (Saeb), aplicados em 2013. Na opinião de Priscilla, os dados mostram que nos anos iniciais do ensino fundamental, do primeiro ao quinto ano, o modelo de ensino adotado pelo país mostra resultados e merece mais investimento, mesmo que a meta não tenha sido cumprida. Isso não ocorre com os modelos adotados nos anos finais, do sexto ao nono ano, e no ensino médio. “É como nadar e morrer na praia. De que adianta melhorar o Fundamental 1 e chegar ao Fundamental 2 e médio se o aluno não aprender?”, pergunta. Uma das diferenças, segundo ela,

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é que até o quinto ano, o ensino é mais focado e não há tantas disciplinas quanto até o nono ano e o ensino médio. Ela defende uma reforma de métodos de ensino, que inclua as novas tecnologias, a internet, e também uma revisão do currículo, do que é ensinado em sala de aula. “O currículo é inchado, disperso, tem a ganância de fazer com que o aluno aprenda tudo, enquanto, na verdade, ele não aprende nada”. Ainda segundo ela, o atual modelo de escola e de sistema educacional não respondem mais aos alunos e à vida do século 21. “As intervenções atuais, quando bem implementadas, têm conseguido apenas melhoras pontuais, incrementais e lentas. Isso ocorre porque insistimos em melhorar um sistema que não serve mais, que está ultrapassado e cujas

transformações deveriam merecer mais atenção dos gestores públicos”, explica. “Se mudanças mais profundas não forem implementadas, infelizmente continuaremos, ano após ano, lamentando a falta de qualidade do nosso sistema educacional.” Referências - A Prova Brasil é um dos componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), considerado um importante indicador de qualidade do ensino. O índice vai até dez e é calculado de dois em dois anos. O Ideb de 2013 foi divulgado pelo governo no início de Janeiro. A meta estimada de 4,9 para anos iniciais foi a única cumprida pelo país, que obteve índice de 5,2. O Saeb é feito por amostragem nas redes de ensino e tem foco na gestão dos sistemas educacionais. A


opinião

Desentendimento E, pelo visto, não sou só eu que não entendo nada por Carlos Alberto Molle Júnior

Tem gente que diz que entende de tudo: psicologia, política, coluna ou cerveja. Tem gente que acha que entende de qualquer coisa: computador, dieta, segurança pública ou direito penal. Já o Fábio Jr. e a Gretchen entendem de um assunto específico (casamento) – exceto da parte “até que a morte os separe”. Diferentemente deles, eu não entendo nada. Não entendo por que colocam manga na salada, por que tiraram o acento do pára, por que o Palio muda todo ano ou por que moto estaciona em vaga de carro. Não entendo por que todo assassino frio é calculista, por que as pessoas só choram copiosamente ou por que todo engano deve ser ledo. Até em casa, relaxado no sofá e de frente pra TV, não entendo por que as pessoas ainda brigam nos estádios, em Jerusalém ou assistem ao Super Pop. Tem muita coisa que não entendo, mas finjo que entendo: o gosto por acampar, mecânico explicando orçamento e o prazer de passar um dia pescando. Antigamente, quando eu só não entendia por que não podia voltar tarde e de geometria, era muito mais fácil. Talvez eu nunca entenda por que um guarda-chuva gigante pendurado no teto é obra de arte, por que o Leandro Damião custa tão caro ou por que as pessoas

trocam curtidas e seguidores no instagram. Também é bem provável que eu jamais entenda por que a ex-BBB Paulinha e a Geisy Arruda saem no UOL quase todo dia, por que mulher demora tanto pra se arrumar e por que o Ronaldinho Gaúcho não conserta os dentes. Dia desses, num jogo, vi uma criança fazendo birra durante o hino nacional e não entendi por que tiraram Educação Moral e Cívica da grade do ginásio – tá, ok, do ensino fundamental. Mas tive a certeza de que ainda não entendo o que é ter um filho ou ser avô. Às vezes nem eu entendo a minha teimosia em não passar protetor solar, exagerar na pimenta e deixar pra entregar o texto no último dia; tampouco entendo como a Tekpix ainda faz sucesso ou por que a Claro resolveu me dar atenção só depois que mudei pra Vivo. Vinho, bolsa de valores, francês, a pontuação dos saltos ornamentais e a diferença entre bege e nude são cinco coisas que gostaria de entender. Mas não entendo. Agora, pensando bem, difícil mesmo é entender sobre beisebol, o universo e como o Renan Calheiros foi reeleito. Mas o que simplesmente não dá para entender é por que as pessoas falam “às direita”, escrevem “estrupo” e insistem em tirar foto dos pés na beira da piscina pra postar e legendar “tá ruim hoje”. Pelo visto não sou só eu que não entendo nada. “O que eu também não entendo” é o título de uma música do Jota Quest. Aliás, Luan Santana, Raça Negra e João Bosco e Vinícius já gravaram como é complicado esse negócio de entender. No começo do ano minha avó me perguntou onde eu iria brincar o Carnaval. Ela não entende que não se fala mais assim (da mesma maneira que não se mostra mais o muque). Os tempos mudaram e eu não entendo por quê; muito menos entendo o porquê do porque ter tantas formas. Não entendo nada. De nada. Nem o que me pediram pra escrever aqui...

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Foto: Reprodução Internet


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galera

Gabriel Marin

26 anos - Ator e apresentador Apelido: Gabo Signo: Câncer Esporte: Futebol / Basquete Time: Palmeiras / San Antonio Spurs Mania: Organização Hobby: Bicicleta, basquete e música Defeito: Perfeccionista Qualidade: Atencioso Livro: Shakespeare Filme: Vários...Western, comédias e clássicos Música: Johnny Cash, Social Distortion, rock e punk rock Comida favorita: Várias. Depende do dia, sou bom de garfo Perfume: Não tenho um favorito Ídolo: Pessoas bem sucedidas em seus trabalhos e nos seus ideais A melhor viagem: Aquela que te apresenta novos lugares e te ajuda a relaxar Viagem dos sonhos: Machu Picchu Sonho: Alcançar minhas metas

Tarcísio Munhoz 21 anos - cantor

Apelido: Tar Signo: Aquário Esporte: Futebol Time: Corinthians Mania: Roer unha Hobby: Assistir filme com minha namorada Defeito: Exigente Qualidade: Honesto Livro: O Hobbit Filme: Senhor dos Anéis Música: Sambaculêjo Comida favorita: Panqueca Perfume: Coffee Man Ídolo: Ayrton Senna A melhor viagem: Madrid, em 2011 Um lugar que gostaria de conhecer: Tóquio Sonho: Ser reconhecido pela música

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Letícia Batista

ras

18 anos - auxiliar de comp

Apelido: Lee Batista Signo: Virgem Esporte: Musculação Time: São Paulo Mania: Ouvir música Hobby: Treinar Defeito: Ciumenta, perfeccionista e a sinceridade que às vezes me atrapalha Qualidade: Atenciosa, alegre e detalhista Livro: Os sete pilares da sabedoria Filme: A culpa é das estrelas Música: Louvor Prato preferido: Tudo o que é saudável Perfume: Hello Darling - white nectarine & peony - Victoria’s Secret Ídolo: Deus A melhor viagem: Rio de Janeiro Um lugar que gostaria de conhecer: Outro país Sonho: São tantos...

Nathália Gregório

18 anos - estudante

e apresentadora

Apelido: Kiko (por causa do tamanho das bochechas) Signo: Libra Esporte: Dança Time: São Paulo Mania: Tirar esmalte da unha Hobby: Fotografar Defeito: Sou muito teimosa Qualidade: Romântica e me considero amigável, adoro ouvir as pessoas Livro: As vantagens de ser invisível Filme: 10 coisas que eu odeio em você Música: Magic - Coldplay Comida favorita: Tudo o que é massa Perfume: 212 Ídolo: Nando Reis (é mais um amor platônico) A melhor viagem: Todas! Cada uma com seu gostinho diferente Viagem dos sonhos: Grécia e Itália Sonho: Ser atriz, ter uma vida pessoal estabilizada ao lado de quem eu goste e dois filhos

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Roupas / Sapatos / Acessórios: Glam-up Rua Getúlio Vargas, 201 - (19) 3631-5446 Modelo: Carmen Magalhâes Direção: Iza Graça Fotos: Juan Landiva Produção: Patrícia Rehder Cabelo: Carolina Malheiros Maquiagem: Neca Costa

MODA

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ARTE


Casaco Huis Clos - Glam-up Brincos Vivi Correa - Glam-up Obras - Carmen Magalh達es

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Vestido Fyi - Glam-up Jaqueta Uma - Glam-up Tric么 Bob Store - Glam-up Brincos Vivi Correa - Glam-up Obras - Carmen Magalh茫es 84


Macacão Uma - Glam-up Parka Fyi - Glam-up Tênis Fyi - Glam-up Brincos e Colar Vivi Correa - Glam-up 85


Obra: Arqueologia do Desejo - Alicia Peres

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Pull azul Uma - Glam-up Jaqueta Huis Clos - Glam-up Blusa verde Bob Store - Glam-up Calรงa Fyi - Glam-uph 87


negócios

Fonte Platina: marca tradicional, conceito inovador Considerada uma das melhores águas minerais, empresa volta às atividades após 40 anos Nas aulas da escola aprendemos que toda água potável é igual: inodora, insípida e incolor. Mas com as águas minerais essa afirmação deixa de ser totalmente verdadeira. Um ótimo exemplo é a água da Fonte Platina, que após a paralisação da produção, por 40 anos, voltou ao mercado. “A água Platina é considerada levemente mineral, tem sabor refrescante e perfeitamente equilibrado, de elegante sensação acetinada no palato e agradável finalização”, define o gestor da empresa, Walter Monici, que atua há 28 anos na área de perfuração de poços e mineração. A empresa começou suas atividades em 1918 e em 1935 recebeu a Concessão de Lavra. Mas em 1975 parou de funcionar. Somente em 2006 a propriedade foi comprada pelo empresário de Americana, Omar Najar. “Em 2010 iniciamos a restauração das instalações, conseguindo novas nascen-

tes e implementando políticas ambientais e documentais para seu novo início, que ocorreu em dezembro de 2014”, complementa Walter. Atualmente o produto é distribuído na região de Águas da Prata e São João da Boa Vista, por uma equipe de vendas própria. “Vendemos a custo de fábrica para atendermos diretamente e a um valor mais acessível. Estamos nos preparando para estender o atendimento à grande São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Belo Horizonte”, antecipa Walter. Frente à crise hídrica que assola a região Sudeste, consequentemente a produção da água mineral Platina foi afetada. O gestor da empresa afirma que os reservatórios subterrâneos também estão sendo afetados pela falta de chuva. “A falta de chuva afeta a produção de água mineral, não só aqui como em todas as empresas do seguimento”.

Design e elegância - A água Platina não impressiona apenas por seu paladar singular. As embalagens em opções PET e vidro têm um design diferenciado e trazem os ornamentos que podem ser vistos nos prédios da empresa. “Nossas embalagens foram elaboradas por Lincoln Seragini, um dos mais renomados designers, especializado em desenvolvimentos de produtos no país”, explica Walter. O gestor da empresa ainda comenta sobre a importância de se utilizar materiais de qualidade nas embalagens, já que algumas embalagens de plástico podem dar sabor desagradável à água. “Por esse motivo, utilizamos a melhor matéria prima disponível no mercado brasileiro”. Mas, Walter revela sua preferência pelo vidro. “Alguns apreciadores de Água —posso até me incluir nisso— gostam do vidro, por ter a certeza de que nada interfere no pro-

Fotos: Divulgação

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duto ali reservado, além do fato de que o vidro proporciona um glamour no produto, podendo assim acompanhar as melhores bebidas ou refeições”. Responsabilidade socioambiental - A Fonte Platina ocupa uma área total de 85 hectares, dos quais 55 são cobertos por matas nativas, inclusive com árvores consideradas extintas. Em razão disso, Walter diz que irá criar no local uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). “Toda a área da empresa estará em uma extensão que jamais poderá ser alterada, ou seja, intocada pelo homem, preservando assim todas as espécies da fauna e flora do local”. A empresa ainda firmou uma parceria com a Prefeitura Municipal de Águas da Prata e fornece uma estufa para que possam ser plantadas mudas de árvores e frutos nativos da região. Essas mudas são

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Foto: Divulgação

plantadas em áreas de recuperação das nascentes do município. “A prefeitura nos fornece apoio técnico e nós fornecemos todo o processo”. Ainda está nos planos de Walter iniciar visitações monitoradas às áreas preservadas e ao processo de fabricação da água. “Com

a implantação deste método e com as adequações que precisaram ser feitas, será feito um planejamento de visitação pública monitorada nas instalações da fábrica e por toda nossa área. Entendemos que, para o próximo ano, já teremos condições de iniciar este trabalho”. A


segurança

Violência cresce na cidade Roubos e furtos são os grandes “vilões” da cidade Sair de casa por alguns dias ou até mesmo por poucos minutos não é mais uma opção segura. Isso porque, quase que diariamente, boletins de ocorrência são registrados no Plantão Policial, dando conta de furtos residenciais. Na maioria dos casos, a descrição é quase a mesma: “Dona Maria saiu de casa por volta das 8h para ir ao médico. Ao retornar às 10h, encontrou o imóvel revirado e deu falta de um televisor e um DVD, além de R$ 500 em dinheiro”. O exemplo acima demonstra apenas um suposto caso, que na verdade é um modus operandi do crime cada vez mais comum em São João da Boa Vista. Ano atípico - 2014 terminou com temor em bairros como o Recanto do Lago, em que, por diversas vezes, várias casas foram alvos de furto no mesmo Foto: Foto: Edson Lopes Jr./ A2D

dia e quase que no mesmo horário. Este ano não começou diferente e a situação se manteve. Outro fato incomum e considerado como “atípico” pelas autoridades policiais são os roubos. Entre o final do ano passado e o início de 2015 diversos crimes deste tipo ocorreram... E de todas as maneiras. Foi assalto a mão armada em casa de comerciante chinês, a postos de combustíveis, a empresária que retirou dinheiro no banco e voltou para o escritório e até a um trabalhador que parou para comer salgado e acabou sendo roubado. Só para se ter uma ideia, o número de roubos no comércio aumentou mais de 160% em janeiro de 2015 comparado ao mesmo período em 2014. As ocorrências registradas passaram de oito para 21 neste ano. Explicações - As explicações sobre o

aumento destes crimes em São João da Boa Vista estão na ponta da língua das autoridades policias: “É um fato anormal”, “Isso é algo que saiu fora do comum” ou “É um fato atípico na cidade”, são as frases mais ditas. Determinar as causas da violência ainda é uma questão sujeita a debate, porém, uma explicação para esta situação pode ser a migração da criminalidade para o interior do Estado de São Paulo. O Carandiru foi fechado definitivamente há mais de dez anos e penitenciárias passaram a ser abertas pelo interior paulista. Com isso, explicam especialistas em segurança pública, os criminosos deixaram a capital e passaram a habitar cidades menores, próximas às unidades inauguradas. Em contrapartida, o Governo do Estado de São Paulo não aumentou o efetivo, bem como o número de policiais nos municípios interioranos deixando, então, os PMs de mãos atadas e com armamentos inferiores aos dos bandidos. Interior - Na última década, a proporção de homicídios nas Regiões Metropoli-

Falta de pessoal - Não é só a Polícia Militar que passa por dificuldades. No caso da Polícia Civil a situação é ainda mais grave. Segundo os próprios agentes, a cidade deveria contar com 67 policiais, sendo que hoje, conta com apenas 17. Paulo Afonso Bicudo, diretor da Deinter 9, informou, em recente entrevista, que há perto de mil investigadores em fase final de concurso, cerca de 300 escrivães e um concurso de delegado travado por muitos mandados de segurança.

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Operações - A Polícia Militar ampliou as operações preventivas na cidade, visando evitar novos crimes. Porém, ela também sofre com o mesmo problema da Polícia Civil: seu efetivo é pequeno.

tanas do país apresentou taxa negativa de crescimento, enquanto as taxas observadas no interior seguiram em ritmo positivo. O fenômeno foi constatado inicialmente no livro Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil – do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que estuda a criminalidade brasileira há mais de dezoito anos. Segundo o autor, os homicídios se espalham simplesmente onde a presença do Estado, na área de segurança pública, é menor. Nas regiões metropolitanas houve, ao longo desses anos, um maior esforço por parte do poder público em combater a violência, com investimentos em armamento, pessoal

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Foto: Marcelo Camargo/ABr

e inteligência. Segundo o autor, esse é o motivo do decréscimo das taxas de mortes por assassinato nas regiões metropolitanas e a expanção interior. Morte de PM - Exemplo disso ocorreu no dia 30 de outubro do ano passado, quando o Cabo Alaor Branco Junior foi morto por criminosos que tentavam assaltar dois carros fortes, na estrada que

liga Casa Branca a Aguaí. Em seu enterro, que ocorreu no dia 31 de outubro, o então eleito deputado federal Major Olímpio Gomes (PDT) comparou a região com a Faixa de Gaza. Segundo ele, a situação só irá mudar e a PM só conseguirá combater a criminalidade de igual para a igual, quando mais policiais forem colocados nas ruas e seus armamentos forem modernizados. A


culinária

por Carlos Eduardo Pradella Filho (Comidaria 19-3056-4388)

Spaghetti alla carbonara

Foto: Juan Landiva

Ingredientes • 70 gr de spaghetti “grano duro” • 75 gr de pancetta ou bacon defumado • 01 cebola • 15 ml vinho branco seco • 120 ml de creme leite fresco • 01 gema de ovo • Azeite q.b • Parmesão ralado q.b • Sal q.b • Pimenta do reino branca q.b Modo de preparo Para a massa, siga as instruções de cozimento na embalagem da massa escolhida. Para o molho, em uma frigideira bem aquecida, derrame um fio de azeite de oliva. Adicione o bacon até que doure levemente e comece a 92

soltar gordura. Junte a cebola cortada bem fininha e deixe toda a mistura caramelizar. Adicione então o vinho branco – que irá “deglacear” o bacon e a cebola. Finalize com o creme de leite fresco deixando o molho reduzir (cerca de dois minutos). Adicione a massa, o sal, a pimenta e o parmesão ralado. Finalize o prato com mais parmesão e a gema de ovo crua. Modo de preparo Por muito tempo, discutiu-se sobre qual povo teria inventado os spaghetti e as massas em geral: os chineses, os árabes ou os italianos. A origem até recentemente admitida era árabe, na forma do spaghetti seco, a chamada Itrjia, que entrou na Europa quando da dominação árabe na Sicília. Outra teoria sobre a chegada na Itália do spaghetti atribui essa feito a Marco Polo, que teria trazido essa novidade na volta de sua viagem à China, entre 1271 e 1295.


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culinária

Torta (ou bolo) mesclada Ingredientes Para a massa: • 04 ovos • 02 xícaras de açúcar • 02 e 1/2 xícaras de farinha de trigo • 01 colher de fermento em pó • 01 xícara de leite morno Para o recheio: • 01 litro de leite • 01 xícara de creme de leite • 01 lata de leite condensado • 03 gemas • 03 colheres de maisena Para a cobertura: • 02 xícaras de açúcar • 01 xícara de água • 03 claras • 03 colheres (sopa) de achocolatado em pó

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• 03 colheres (sopa) de açúcar • 01 colher (café) de manteiga ou margarina • 01 xícara (café) de leite Modo de preparo Para a massa, bata bem os ovos e o açúcar por três minutos. Em seguida acrescente os demais ingredientes. Asse em forma redonda, em forno pré-aquecido, a 180°, por cerca de 40 minutos. Desenforme ainda quente. Para o recheio, leve ao fogo todos os ingredientes e deixe formar um creme, desligue o fogo e acrescente o creme de leite. Corte o bolo no meio e adicione esse recheio. Para a cobertura, queime o açúcar em ponto de caramelo e coloque a água. Deixe ferver até ficar em ponto de fio. Bata as claras em neve e derrame aos poucos a calda quente, até formar consistência. Cubra a torta com uma camada bem farta. Para a segunda cobertura, leve todos os ingredientes ao fogo e deixe ferver por 5 minutos. Jogue sobre a torta fazendo movimentos circulares. Sirva a torta bem gelada

Foto: Juan Landiva


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crise hídrica

Um rio de problemas Chuvas retornam, mas a situação continua sendo crítica Embora as chuvas tenham voltado com mais intensidade, o volume ainda não foi, nem de perto, suficiente para sanar o problema da crise hídrica. Os reservatórios ainda estão em níveis críticos e diversas cidades continuam sofrendo com racionamento de água. Mesmo tendo sido notado há muito tempo pela população, apenas recentemente a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) admitiu a falta d’água e os racionamentos. Paulo Massato, atual diretor metropolitano da Sabesp, chegou a afirmar, em um áudio que vazou à impressa, a necessidade de avisar a população para sair de São Paulo. “Saiam de São Paulo porque aqui não tem água; não vai ter água para banho, para limpeza da casa. Quem puder compra garrafa, água mineral. Quem não puder, vai tomar banho na casa da mãe, lá em San-

tos, Ubatuba, Águas de São Pedro, sei lá, aqui não vai ter”, disse na conversa. Em janeiro, Massato reiterou que seria possível chegar a um rodízio “drástico” na região metropolitana de São Paulo, de cinco dias por semana, sem água. Porém, apenas três dias depois das declarações do diretor, Geraldo Alckmin, governador do Estado, negou ter tomado qualquer decisão sobre o rodízio de água na região Metropolitana de São Paulo. Depois, em fevereiro, Alckmin confirmou não descartar a hipótese de haver um rodízio. Para tentar driblar a crise hídrica, a Companhia lançou, no final do mês de janeiro, um edital para a execução da interligação entre as represas Jaguari —bacia do Paraíba do Sul— e Atibainha —bacia do Sistema Cantareira. Segundo a assessoria de comunicação da Sabesp, o projeto tem como intuito

captar água na represa Jaguari e fazer a transferência para a represa Atibainha. “Com vazão média prevista de 5.130 litros por segundo e a máxima de 8.500 litros por segundo, o sistema também permitirá a transferência de água no sentido contrário, da represa Atibainha para a Jaguari”, informou a Companhia. A previsão é de que a transferência esteja pronta em 18 meses, quando a água passará a ser captada em dois trechos distintos, com uma adutora de 13,5 km de extensão e outra adutora em túnel com 6,5 km de extensão. “Entre os dois trechos haverá uma estrutura de transição —tubo-túnel. O sistema será composto, ainda, por uma estação elevatória [de bombeamento], subestação elétrica e demais dispositivos”, esclarece a Sabesp. Já o bombeamento no sentido inverso deve funcionar dentro de pouco mais de dois anos e meio.

Foto: Mídia NINJA

As causas - Patricia Vieira, coordenadora técnica da Somar Meteorologia, avalia que vários fatores ocasionaram a crise. Segundo ela, estaríamos passan-

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Racionamento - O pior cenário possível seria a necessidade da realização de racionamento de água. Esssa escasse de água podeir alevar a cenários mais graves, como revoltas e manifestações violêntas por parte da população, como ocorreu em Itu. Na foto, distribuição de água em praça pública, Itu, dezembro de 2014.

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do por um “pico” em um ciclo atmosférico natural muito longo, chamado de Oscilação Decadal do Pacífico (ODP). “Esse ciclo demora de 30 a 40 anos para se repetir e estamos justamente na chamada ‘fase fria’, que na prática quer dizer menos chuva no Brasil. Como nosso tempo de vida não permite que vivenciemos este ciclo muitas vezes —como, por exemplo, o El Niño que dura de 12 a 18 meses—, ficamos sem referência. Estamos passando por uma situação análoga ao final da década de 60”. A coordenadora ainda diz que deve ser levado em conta o número de bloqueios atmosféricos durante o verão nos últimos anos. “Um bloqueio atmosférico acontece quando as frentes frias que se formam no Polo Sul não conseguem fazer o seu caminho natural pelo Centro-Sul do Brasil. Em média, temos uma frente fria ao longo de todo o ano a cada cinco ou sete dias, mas na situação de bloqueio, este sistema enfraquece e vai para o oceano sem antes passar pelo continente”. O atual padrão atmosférico favorece as chamadas chuvas de verão, que acontecem no fim de tarde depois de um dia de calor. Mas por mais fortes que sejam, não repõem a água no solo da mesma forma que dias chuvosos. Além disso, por conta dos bloqueios, os ventos sopraram do quadrante norte por muito tempo, trazendo ar quente para a região. Combinando com a radiação solar que é mais intensa nesta época do ano, temos tido muito calor e solo seco. Assim, mesmo que ocorra uma pancada de chuva, ela evapora muito rápido e não consegue infiltrar nos lençois freáticos. A própria taxa de evaporação nas represas e reservatórios aumenta muito em dias quentes. Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, considera a situação hídrica do país “muito grave”. 98

O cenário é complicado, apontam especialistas A ambientalista Marussia Whately, dirigente do projeto Água São Paulo, do Instituto Socioambiental (ISA), explica que o que aconteceu em 2014, na prática, foi uma negação da crise hídrica por parte do Governo do Estado. “É preciso instalar um Comitê de Crise. Temos de falar e explicar que se trata de uma crise sem precedentes. O mais natural seria o governador do Estado de São Paulo puxar isso, mas se ele não puxar, a sociedade civil tem de fazê-lo”. Marussia explica que, nesse sentido, foi criada no ano passado a Aliança pela Água, uma iniciativa reúne 30 ONGs, visando tentar propor soluções e cobrar providências do poder público. Ela também dispara contra o Governo Federal, comentando que o Ministério do Meio Ambiente está omisso em relação aos recursos hídricos. “A Agência Nacional de Águas transformou-se num mero órgão que faz a outorga, já que ficou enfraquecido nesse processo de construção de Belo Monte.” Mas, alguns discordam. “É importante que fique claro que a responsabilidade pela crise d´água não é da população”, afirma Edson Aparecido da Silva, sociólogo e coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental. O especialista é um dos muitos que não possuem dúvida alguma de que o verdadeiro motivo para a crise hídrica em São Paulo não é a falta de consciência da população no uso d’água — que de fato existe — , mas sim porque os sucessivos governadores que passaram pelo Palácio dos Bandeirantes não tomaram as medidas necessárias. “Estamos enfrentando essa crise porque o governo não fez no tempo certo as obras que deveriam ter sido feitas. Ele não iniciou uma campanha de redução de consumo com a antecedência devida”, acrescenta.

“Na década de 50, o Brasil vivenciou algo semelhante, mas como a quantidade de pessoas —abastecimento— e dependência energética eram muito diferentes, talvez a crise atual seja mesmo a maior”. De acordo com a coordenadora técnica do Somar, não há previsão de normalização das chuvas. “Simulações climáticas até indicam precipitação dentro da média entre fevereiro e o início de março, no interior paulista, e dentro a acima da média no litoral e Vale do Ribeira. Mas isso não quer dizer chuva bem distribuída”. Ela reforça que o nível dos reservatórios está muito baixo, o que demanda chuva acima da média para repor o que foi consumido durante 2014 e início de 2015. “Não é qualquer

chuva que repõe o nível dos reservatórios. Teríamos que ter chuvas contínuas, durando vários dias seguidos, e temperaturas baixas para uma boa reposição. Ainda temos que levar em consideração a temperatura do ar e, por consequência, a demanda de água por parte da população —dias mais quentes aumentam o consumo. E tudo leva a crer que fecharemos o verão com temperaturas acima da média”. Já para Alexandre, a normalização só acontecerá em 2016. “Ao longo deste ano ainda teremos irregularidade. Ao que tudo indica a virada de 2015-2016 ainda deve ser complicada, devido à grande dependência de chuva forte e constante para reverter o quadro muito deficitário”, complementa. A


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entrevista

Presidente da ACE é reeleito Antonio Baesso Júnior faz balanço positivo do primeiro mandato e fala sobre a nova gestão por Antonio Luiz Magalhães

O empresário Antonio Baesso Júnior foi reeleito presidente da Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista. Reconduzido ao cargo por aclamação, em 24 de janeiro, Baesso, cuja posse oficial ocorreu em 6 de março, considera a abertura da subsede da ACE no DER uma das principais realizações do mandato. “A subsede era algo que os comerciantes da parte alta cobravam há muito tempo e nós conseguimos atender aos associados de uma região importante para São João da Boa Vista”, afirma. Na entrevista a seguir, o presidente destaca outras iniciativas de sua gestão, como a reativação do Projeto Empreender, o sucesso da Parada de Natal, as campanhas “Limpe Seu Nome” e “São João da Foto: Davis Carvalho

Boa Mesa”, de grande aceitação entre associados e população. Ele também ressalta a apresentação do Diagnóstico Socioeconômico e Urbano, que aponta o comércio como principal atividade econômica do município, e fala dos constantes investimentos da entidade na melhoria da prestação de serviços aos sócios. Sobre as perspectivas para 2015, adverte: “será um ano de pés no chão, de revisar custos e de não contar com grandes aumentos de receitas, mas sim de otimizar o que se tem”. Seu primeiro mandato encerrou-se em dezembro de 2014, com uma série de ações que certamente o levaram a ser reeleito. Então, qual o balanço a fazer deste período? Eu faço um balanço positivo da gestão que se

encerra. Mas algo importantíssimo foi, sem dúvida, a inauguração da subsede no DER, uma reivindicação antiga dos associados, que nos cobravam há muito tempo. Como é a relação da sede da ACE com a subsede na parte alta? Nós temos, na subsede, praticamente todos os produtos ofertados na sede, exceto os serviços de Junta Comercial e Certificação Digital, para os quais contamos com funcionários específicos. Em termos de inovação, o que foi feito no primeiro mandato? Na primeira gestão investimos bastante nos produtos da ACE. Por exemplo, o ACE crédito, um cartão de vale-alimentação sem custo para o associado. A gente vê pelos dissídios coletivos que praticamente todas as categorias têm cesta básica ou vale refeição, então trouxemos uma forma de ajudar nossos associados. Outros produtos que trabalhamos foram o Serviço de Recuperação de Crédito (SRC) e o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC),

Posse - O empresário Antonio Baesso Junior, reeleito no dia 24 de Janeiro presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE), tomou posse no cargo no dia 06 de Março, encabeçando chapa única para dirigir a entidade no biênio 2015/2016. O presidente reeleito já sinalizou que para este novo biênio a ACE dará continuidade a uma gestão de produtos e serviços voltada aos seus associados.

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no primeiro trimestre. Nesses meses o comerciante deve investir em promoções para tentar compensar o que foi perdido no Natal. Também vai ser um ano com muitos feriados, e isso impacta bastante o comércio.

Qual a perspectiva para o comércio em 2015, na cidade? 2015 será um ano de pés no chão, de revisar custos e de não contar com grandes aumentos de receitas, mas sim de otimizar o que se tem. Conforme indicam as projeções dos economistas, talvez o país enfrente uma pequena recessão

Com a economia retraída surge a dificuldade de conceder crédito, pelo custo e por conta do alto risco de inadimplência. O que a ACE recomenda aos associados, neste momento? Nos últimos dois anos a ACE investiu pesadamente em cursos em parceria com o SENAC, com

2015 será um ano de pé no chão, de revisar custos e de não contar com grandes aumentos de receitas, mas sim de otimizar o que se tem.

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que são a parte de recuperação e negativação de crédito. Nestes dois anos tivemos uma recuperação de quase R$ 600 mil para os nossos associados, mesmo tendo sido 2014 um ano não tão bom quanto esperávamos. Além disso, instituímos a parte jurídica dentro do SRC/SCPC e hoje temos uma advogada que dá todo o suporte referente às cobranças. Firmamos parceria com as instituições de ensino superior, em cursos de pós-graduação. É uma formação imprescindível para gerentes e administradores.

ênfase em análise de crédito, orientando o empresário a conceder crédito bom e consciente. Nossa meta é continuar esses cursos, por isso já começamos a primeira campanha do mês de março, que é a “Limpe seu Nome”. Ela é realizada desde 2013 e terá duas edições em 2015: uma neste mês e outra em setembro. A campanha é uma forma de reabilitar o consumidor para que ele volte a comprar no nosso comércio. Há novidades no Projeto Empreender, que estimula boas práticas

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Algo importantíssimo foi, sem dúvida, a inauguração da subsede no DER, uma reivindicação antiga dos associados, que nos cobravam há muito tempo.

O Diagnóstico Socioeconômico e Urbano de São João da Boa Vista é um estudo realizado por duas das mais conceituadas empresas de pesquisas do país, encomendado pela ACE, investidores, empresários locais e Prefeitura. Especificamente para o comércio, o que representa esse estudo? A ACE foi uma das patrocinadoras do Diagnóstico e eu participei da pesquisa como entrevistado. A partir desse levantamento poderemos mensurar tecnicamente aquilo que achávamos sobre determinadas 102

de gestão em diversos segmentos do comércio? Desde o ano passado voltamos com o Projeto Empreender, uma parceria ACE e SEBRAE. Esse projeto foi resgatado e, para nossa satisfação, hoje reúne cinco núcleos ativos que apresentam excelentes resultados: imobiliárias, turismo, oficinas mecânicas, beleza e um núcleo setorial no DER. É bom lembrar que o primeiro núcleo foi o de alimentação fora do lar, que deixou sua marca com o “São João da Boa Mesa”, um sucesso que iremos repetir este ano. Ao contrário do que muitos pensam, a ideia dos núcleos não tem nada a ver com formação de preço. O objetivo é estimular a troca de experiências entre os integrantes e promover a capacitação através da oferta de cursos, palestras e participação em feiras. Tornar a prestação de serviços cada vez melhor: este é o foco do Empreender.

setores. Muitas vezes nós éramos consultados por empresas com interesse em investir na cidade e não tínhamos informações precisas. Se o comércio representa 60% da economia local, esse levantamento vai nos ajudar a fomentar ainda mais esse segmento, principalmente em benefício do micro e do pequeno empreendedor. Outro aspecto revelado pelo estudo – que nós já sabíamos, mas não tínhamos dados oficiais para comprovar – é que São João realmente se posiciona como polo de comércio regional. A Parada de Natal, que atrai cada vez mais público, se transformou em um evento de caráter regional? Pelas informações que obtivemos a Parada de Natal de São João já é considerado o maior evento natalino do interior do Estado de São Paulo. Não só a Parada, mas a decoração da cidade hoje atrai

muita gente. Atingimos um público de mais de 45 mil pessoas nas duas Paradas de 2014, e esse número fabuloso movimentou a cidade e ajudou a aumentar o faturamento dos lojistas. A Parada de Natal é tão importante que, quando terminou a última apresentação, já iniciamos o planejamento da Parada de 2015. Qual a expectativa da ACE quanto à instalação de um Shopping Center na cidade? Ano passado fomos convidados pelo pessoal da EBM (incorporadora responsável pelo Shopping) para conhecermos a sede da empresa, em Goiânia, e o projeto do Shopping. A proposta é bastante sólida e acredito que isso venha fortalecer o comércio, e não o contrário. Aliás, é importante frisar que nós, comerciantes locais, devemos enxergar a vinda do Shopping como uma oportunidade. De forma nenhuma o comerciante pode pensar no Shopping como um problema. Já entramos em contato com os investidores e solicitamos parceria para que nossos associados possam garantir espaços comerciais no Shopping, que será um empreendimento regional.

Entidade centenária A atual Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista, foi fundada em Janeiro de 1911, sob o nome de Associação Comercial e Industrial, com objetivo principal representar o comércio e indústria do município. No entanto, existem pouquíssimos documentos sobre esse período. Após alguns anos de criação ela foi declarada inativa e, somente em 13 de Julho de 1943, por intermédio do empresário sanjoanense Roberto Balestrim, retomou suas atividades reunindo todos os comerciantes e industriais da cidade. Nesses pouco mais de cem anos, já passaram pela ACE dezenove presidentes e 34 diretorias.


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cultura

O Estrangeiro A busca da liberdade e a compreensão do mundo Foto: Reprodução Internet

por Francisco de Assis Martins Bezerra

Albert Camus (foto ao lado), escritor franco-argelino e Nobel de Literatura de 1957, publicou este romance em 1942. Viveu a maior parte de sua vida na Argélia, colônia francesa, e foi testemunha da ambiguidade de ser considerado um francês colonizador e ao mesmo tempo um “pied-noir/pé-preto”, como eram chamados os franceses argelinos. Um sentimento de duplo afastamento. Meursault é o estrangeiro, o personagem criado por Camus. É um funcionário de escritório, que leva uma vida apática, esvaziada e estranha a tudo, ou “estrangeira”. O Estrangeiro mostra a vida de um homem - como a de qualquer outro que, ao se ver sem nenhuma fé ou ideologia para auxiliá-lo a compreender o mundo, encontra-se verdadeiramente livre. Ambientado na Argélia, retrata um homem que é indiferente a um mundo que não o entende. Sempre incomodado com o calor, única coisa que realmente lhe afeta, Meursault com nada se importa, nada o emociona, “tanto faz” é o que sempre diz. Nunca conseguira arrepender-se verdadeiramente de nada, estava sempre dominado pelo que ia acontecer, por hoje ou por amanhã. Ao surgir uma oportunidade de um emprego em Paris, pondera, ao recusar: “Paris é uma cidade suja. Há pombos e pátios escuros. As pessoas têm a pele branca”. A narrativa começa com o recebimento de um telegrama 104

em que é informado da morte de sua mãe em um asilo. Por não ter recursos financeiros suficientes para mantê-la em sua casa e por total falta de afinidades, nada mais tinham a dizer um ao outro, concorda com o seu internamento. Age mecanicamente e sem demonstrar qualquer emoção. Comparece ao enterro e depois vai à praia e ao cinema com a namorada. Era um domingo, dia triste e monótono. Em seguida, envolve-se em uma confusão criada por um amigo (bateu em sua namorada) e seus cunhados árabes. Sente-se perseguido pelos árabes que “olhavam-nos em silêncio, mas à maneira deles, como se fôssemos pedras ou árvores mortas”. Como que por acaso e sem qualquer premeditação, assassina friamente, na praia, o cunhado árabe do seu

amigo. Esse assassinato e seus desdobramentos são a essência do romance. A gratuidade, a indiferença e o acaso trágico são temas marcantes nesta obra. Preso, é levado a julgamento. Alega, ao ser interrogado, que o matou “por causa do sol”. Nada tinha a dizer. Todo o aparato judicial mostra-se mais preocupado com a sua “insensibilidade” demonstrada no enterro da mãe do que com o árabe morto. A imprensa local, por falta de notícias, resolve dar uma ampla cobertura ao caso, até então considerado sem importância. O julgamento ocorre à sua revelia, parece que ele não existe. Constata Meursault: “de algum modo, pareciam tratar desse caso à margem de mim. Tudo se desenrolava sem a minha intervenção. Acertavam o meu destino, sem pedir uma opinião. De vez em quan-


do, tinha vontade de interromper todo mundo e dizer: ‘Mas afinal quem é o acusado? É importante ser o acusado. E tenho algo a dizer. Mas, pensando bem, nada tinha a dizer”. Condenado à morte, recebe a visita do capelão. Recusa-se a recebê-lo por não acreditar em Deus. Na prisão, aguardando a execução, sente não ter nenhuma esperança, impossível de suportar em um homem. Perde-se a noção do tempo. Para ele um único dia de vida equivale a 100 anos na prisão. Perto da morte sente-se liberado de tudo e pronto a reviver tudo “eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo. Por senti-lo tão parecido comigo, tão fraternal, enfim, senti que tinha sido feliz e que ainda o era. Para que tudo se consumasse, para que me sentisse menos só, faltava-me desejar que houvesse muitos espectadores no

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dia de minha execução e que me recebessem com gritos de ódio”. Passados mais de setenta anos de sua publicação, O Estrangeiro mostra-se atual e nos remete aos recentes ataques ocorridos na França, pois, deve-se lembrar que nada acontece sem um passado. E coincidentemente é Camus um francês de origem argelina, fato esse que está na essência das análises sobre a relação, hoje, entre os franceses e os outros cinco milhões de franceses de origem africana e suas consequências na construção de uma sociedade multicultural e multirracial. Alexandra Loras, consulesa da França em São Paulo, ao analisar a questão, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, observa que: “A pátria mãe francesa parece ter esquecido os 400 anos de escravidão e 300 de colonização – e hoje não quer assumir esses filhos. Eu me co-

loco entre eles”, já que é filha de pai da Gâmbia (oeste da África). O filme A Batalha de Argel, ao capturar as tensas relações entre a França e a Argélia, na luta pela independência, mostra que os policiais franceses raramente chamam os argelinos pelo nome, preferem “árabe sujo”. Hoje, há franceses inclinados ao sonho de expulsar seus concidadãos muçulmanos. No caso a sua seleção de futebol perderia vários dos seus melhores craques. Fatos como a chacina parisiense repetem-se a toda hora, provocados pelo fanatismo, pela revolta, pela insanidade, pela desgraça. E pelo terror de Estado, afirma Mino Carta, em artigo na revista Carta Capital. Na mesmice globalizada, tanto para os “estrangeiros” de Camus como para os “excluídos” da sociedade, imperam a ignorância e a indiferença, camufladas pela banalidade. A


fotografia

O olhar faz a foto Boas fotos não dependem de equipamentos, o que conta é a sensibilidade Comprar o filme, fotografar e mandar revelar. Era assim até pouco tempo na hora de registrar momentos importantes. Mas, com o advento das câmeras digitais, hoje o mercado dispõe de uma infinidade de máquinas profissionais, com aparatos que conseguem congelar até o bater das asas de um beija-flor. Porém, para obter bons resultados, não são necessários equipamentos caros, tampouco ser um profissional com anos de experiência. Com um aparelho de celular é possível conseguir ótimas fotos e transpor recursos

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usados nas mais sofisticadas câmeras digitais. “O que define a qualidade de uma foto não é a máquina, mas sim o olhar de quem fotografa. Uma pessoa com um olhar sensível e apurado conseguirá transformar uma foto de uma cybershot em um excelente trabalho. Contudo, uma pessoa sem visão de fotografia pode ter o melhor equipamento e dominar as técnicas e, mesmo assim, não conseguir bons resultados”, afirma o fotojornalista, Nilton Queiroz. Ele diz que com um equipamento profissional os recursos ajudam no produto final, mas o essencial é domi-

nar bem os meios que tem em mãos. “Claro que com um celular haverá algumas limitações, mas dentro daquelas ferramentas que ele disponibiliza é possível fazer ótimas imagens. Não é o equipamento que define um bom trabalho”. Nilton comenta sobre Henri Cartier-Bresson, considerado o pai do fotojornalismo, que usava recursos não tão sofisticados e mesmo assim fez seu nome na história da fotografia. “Até hoje ele é reconhecido por seu trabalho. Temos outro exemplo recente, que é o de Sebastião Salgado, um renomado fotógrafo brasileiro. Ele usa equipamen-

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tos bons, mas o que ele faz dificilmente alguém faria com a mesma câmera ou uma de qualidade superior”. E ainda cita uma frase de Sebastião Salgado: “Ele sempre diz que você faz a foto com sua bagagem cultural, com a história de vida. É preciso ter um repertório”. Iniciantes - E para quem quer começar a fotografar e não tem equipamentos profissionais, Nilton dá dicas. “Com uma câmera básica se consegue boas fotos selecionando o fundo. Ao fotografar uma pessoa, por exemplo, observe se ao fundo não tem uma tomada, algum elemento que estrague a composição. Evite também o uso da chamada grande angular. As máquinas, por mais simples, têm o recurso T [tele] e W [white]. Quando a pessoa fotografa na ferramenta T, que é a grande angular, muito de perto, o rosto da pessoa fica deformado”. Outra dica do fotojornalista é o chamado terço de ouro. A regra dos

terços é uma técnica muito usada na fotografia para dar maior destaque ao assunto e deixar a foto mais interessante. Consiste, basicamente, em dividir a foto em nove partes, traçando duas linhas verticais e duas horizontais. Muitas câmeras já vêm com essa grade para facilitar na hora de fotografar. “A ideia é que os assuntos principais fiquem exatamente onde essas linhas se cruzam, levando assim mais destaque do que o resto da imagem. Quando a foto é tirada levando em conta essa regra, fica muito mais interessante do que se o assunto estivesse centralizado”. Luz - Vale ainda dar uma atenção especial à luminosidade, afinal, fotografia nada mais é do que escrever com a luz. Sobre isso, Nilton diz que a regra é geral independente do equipamento. “É preciso evitar que a luz fique atrás do fotografado. A luz mais forte, do sol, da janela, tem que estar atrás do fotógrafo”. Já quanto ao flash, Nilton não re-

comenda que seja usado. “Só como último recurso, para fotografar uma festinha de aniversário. Caso contrário, não. Para aflorar o olhar da fotografia o ideal é trabalhar com a luz natural. Com um isopor e um papel branco ou laminado dá para controlar a luz, rebate-la para onde você quer. É um recurso barato e que vai treinar o olhar do fotógrafo”. Mas ele faz uma ressalva: “Não são regras monolíticas que não podem ser quebradas. Muito pelo contrário. Podem ser quebradas. Tudo é uma questão de experiência e experimentação. Com a câmera digital você vê na hora como ficou. Então a melhor forma de ter um repertório é fotografar muito. Faça uma foto contra a luz, depois outra com a luz bem colocada”. Para o fotojornalista, também é importante o contexto da foto. Segundo ele, o ideal é criar uma história, uma sequência, dar um propósito para a imagem. “Não é fotografar por fotografar”, conclui. A

O nascimento do fotojornalismo A fotografia já foi encarada quase unicamente como o registo visual da verdade. Foi nesta condição que foi adotada pela imprensa. Hoje, já se chegou à noção de que a fotografia pode representar e apontar a realidade, mas não registrá-la nem ser o seu espelho fiel. A fotografia muitas vezes é incapaz de oferecer determinadas informações, é ai que tem de ser complementada com textos que orientem a construção de sentido para a mensagem. Nesse sentido, nasce o foto jornalismo. Em 1947, o francês Cartier-Bresson (foto ao lado), fundou a agência fotográfica Magnum e inaugurou a era moderna do fotojornalismo. Revistas como a Life, Vogue e Harper’s Bazaar contrataram-no para viajar o mundo e registrar imagens únicas.

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empreendedorismo

Formando empresários Treinamento transforma empreendedores em empresários de sucesso O Empretec é um produto criado pela ONU e aplicado no Brasil única e exclusivamente, desde 1992, pelo Sebrae. Trata-se de um seminário com metodologia vivencial, ou seja, a pessoa que se propõe a fazê-lo entrará em contato com experiências teóricas e práticas no que se refere a empreendedorismo de sucesso. Voltado para o aprendizado de pessoas adultas, o empreteco, como é chamada a pessoa que faz o seminário, tem acesso a uma teoria desenvolvida por pesquisas encomendadas pela ONU, das quais resultaram os 30 comportamentos comuns em pessoas de sucesso. Durante o seminário, o participante conhecerá esses comportamentos a fim de fazer uma autoanálise para potencializar suas características já identificadas com o método e aprender a desenvolver outras. Segundo Carlos Eduardo Brandino, gerente regional do Sebrae-SP, “o seminário é pensado para quem tem empresa ou para quem tem intenção de empreender, de montar a própria empresa.” Para tanto, sua estrutura

Apoio - Segundo Carlos Eduardo Brandino, gerente do SEBRAE, a missão da entidade é apoiar o empreendedorismo para o país continuar se desenvolvendo. Para ele , o Empretec vem nessa linha, “proporcionando o amadurecimento de características empreendedoras e aumentando a competitividade e as chances de permanência no mercado”

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compõe-se de um processo seletivo. A primeira orientação básica para quem tem interesse de conhecer sobre o seminário é assistir à palestra de apresentação que, além de gratuita, possibilita à pessoa conhecer mais sobre o Empretec e sua metodologia. Além disso, ela é critério base para passar para as outras etapas. Depois de interessado o candidato precisa preencher um questionário que gerará uma pontuação. As 40 pessoas mais bem pontuadas vão para a terceira etapa, uma entrevista com a psicóloga. Só assim estará apto a fazer o seminário durante uma semana. Os critérios de seleção vão avaliar o empresário ou a pessoa que quer empreender, e não a empresa. Sendo assim, é imprescindível que a pessoa

esteja em um momento propício para participar, já que só é permitido fazer o seminário uma única vez. Brandino aconselha “se a pessoa não estiver num bom momento da vida é melhor não fazer, pois o seminário envolve alguns momentos de pressão, de estresse, de exposição e se a pessoa não conseguir lidar com essas situações e quiser desistir, não haverá possibilidade de entrar em outra turma ou fazer depois, é uma única vez na vida, por isso a pessoa precisa estar disposta e pronta.” Processo vivencial - O que diferencia a pessoa que tem sucesso nos negócios de outra que quebra? Essa foi a pergunta da ONU para três continentes e as respostas vieram em forma de uma metodologia desenvolvida Foto: Divulgação


para ajudar empreendedores a habilitar-se para o sucesso. Disposta em 10 características a metodologia do Empretec apresenta 30 padrões de comportamentos comuns em pessoas de sucesso e, durante o seminário, o empreteco potencializa esses comportamentos a fim de garantir o seu sucesso pessoal. Nos EUA não é vergonhoso um empreendedor quebrar duas vezes antes de obter sucesso, porém no Brasil associamos quebrar a fracassar e muitas vezes não tentamos de novo. O que o Empretec faz é capacitar a pessoa para enfrentar diversas situações através de autoconfiança e autoanálise. Conforme reforça Brandino “a missão do Sebrae é apoiar o empreendedorismo. Nós acreditamos que nosso país vai continuar se desenvolvendo se a gente conseguir com que mais pessoas

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empreendam, o Empretec é uma grande ferramenta de auxílio às pessoas que querem empreender.” Atualmente, o Brasil é um dos países que mais empreendem no mundo, porém é um dos que apresentam maior burocracia para abertura e fechamento de empresas. O Empretec vem justamente vencer essas barreiras e ajudar os futuros empreendedores a empreender, com maior chance de sucesso. Quem já passou pelo processo garante que o seminário é um divisor de águas na vida empresarial, assim como Fábio Vaz de Lima, empresário em São João, “O Empretec me ajudou na empresa a maximizar os resultados, potencializar os pontos fortes, enxergar os pontos fracos, a ter metas claras, tangíveis e mensuráveis. É um curso para vida, não é modismo ou tendência. Fazer negócios com outro empreteco é diferente,

te dá muito mais credibilidade e segurança. Nos tornamos uma família” Além de ampliar a capacidade de reestruturar sua empresa e planejar com mais assertividade suas metas, dentre vários outros benefícios, o Empretec norteia precisamente a necessidade do empreendedor. Nesse caminho, até as habilidades pessoais são reavaliadas e fortalecidas. Assim aconteceu com Ana Cláudia, proprietária da Art´Ervas, que percebeu uma transformação na sua vida depois do seminário. “Vou levar os ensinamentos do Empretec para o resto da minha vida. Ao longo do curso pude me conhecer melhor, aperfeiçoar meus pontos fortes e melhorar meus pontos fracos. Consegui despertar minhas características empreendedoras, e o mais importante, atingi um equilíbrio na minha vida pessoal e profissional.” A


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tecnologia

Um mundo a ser explorado Rede social brasileira já tem mais de 90 mil usuários e quer se tornar a maior do país Em tempos de Facebook, Tinder e WhatsApp quase ninguém imaginava que uma nova rede social pudesse surgir e que, além de tudo, ela fosse brasileira. Desenvolvida em apenas dois meses pelo baiano Felipe Leite Novaes, de 21 anos, na cidade de Feira de Santana, a Viibez já tem 93 mil usuários inscritos, em pouco mais de cinco meses de atividade. O principal motivo de criá-la, assim como descreve o idealizador da rede social, foi estar “saturado das já existentes”. Na Viibez, nome dado com o intuito de compartilhar momentos, é possível postar frases, fotos, vídeos, localizações, links, emotions, criar páginas, grupos, álbuns, adicionar jogos, fazer novas amizades, conversar em tempo real com seus amigos e mandar fotos pelo chat. Diferencial - Tudo isso pode lembrar algo parecido com o que já é encontrado em outras páginas na internet, mas Felipe afirma, de peito cheio e com muita convicção: “a Viibez é um mundo a ser explorado”. O principal diferencial, de acordo com Felipe, é o ‘Modo explorar’, onde os membros podem verificar o conteúdo viral que quiser, sem precisar aguardar por que algum amigo compartilhe ou envie. Outro diferencial é o modo “Fazer amizades”, em que é possível ver membros online que estejam por perto. 114

Fotos: Reprodução Internet

O criador - O jovem Felipe Novaes, de 20 anos, resolveu desenvolver o site para poder tornar mais fácil a acessibilidade das pessoas e para que elas explorem mais facilmente as informações que estão sendo publicadas por lá. A rede social já atingiu 90 mil membros, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Na Viibez é possível personalizar o perfil também como cor dos links e plano de fundo. “Isso é apenas o começo, pois ainda tem muito mais novidades por vir”, prevê o idealizador. 2015 - Com a rede já estabilizada e com alta procura de novos usuários, a expectativa de Felipe Novaes é de que, dentro dos próximos quatro anos, a Viibez alcance um milhão de adeptos. “2015 será um ano de ascensão para o Viibez, pois serão reveladas muitas funções exclusivas e serão lançados Apps para todas as plataformas”, revelou o criador. Ainda de acordo com Felipe, a meta agora é encontrar um investidor

para turbinar a divulgação e aumentar o número de funcionários. Brasileiro - Felipe Leite Novaes trancou a matrícula em Ciência da Computação para se dedicar exclusivamente à rede social. Com isso, agora tem a única rede social totalmente brasileira. O criador, além de se sentir orgulhoso, sabe também que “é uma grande responsabilidade”. Crie sua conta - Para se conectar à Viibez basta entrar na página da rede social (www.viibez.com) e realizar um rápido e breve cadastro. Depois disso, Felipe aconselha: “compartilhe sua viibez, compartilhe seus momentos”. A


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pílulas de viagem

As maçãs de Steve Steve entende de maçãs, mas Steve entende muito mais de gente por Lauro Augusto Borges

Steve é um produtor de maçãs. Mais: Steve produz várias qualidades de maçãs. Mais ainda: Steve produz maçãs e tem quitandas próprias que vendem suas maçãs no mundo inteiro. Steve refuta o termo quitanda; ele prefere Loja da Maçã. Obcecado pela excelência, Steve investe pesado em pesquisas. Não passa ano sem que ele surpreenda o mercado. Ora cria novas espécies de maçãs, ora aprimora os atributos das já criadas. Steve gosta de filosofar: “As pessoas não sabem quais maçãs querem, até que mostremos tipos diferentes a elas”. Steve entende de maçãs, mas Steve entende muito mais de gente. A empresa de Steve fica longe daqui, num outro país. Nosso reino até produz algumas maçãs de Steve, mas as sementes vêm da terra dele. No portfólio macieiro de Steve, as campeãs de vendas são a maçã C e a maçã S. Ele pouco explica a nomenclatura das suas frutas. Deduzo que o C é de comum e o S é de super. Minha dedução vale nada perto das convicções de Steve. As maçãs C e S têm sabor e tamanho muito parecidos. A modelo S, pela aparência mais robusta e polpa mais sumarenta, custa mais que a C. A diferença de preço nem é tanta, mas Steve encasquetou que os reinos menos afortunados iriam cair de amores pela maçã C. Steve é um gênio, mas até os gênios se enganam. Os miseráveis rejeitaram a maçã C de Steve. ●●● Orual, nativo do Reino das Bananas, é um pobretão inconformado. Sua birra tem a ver com o desapreço de Steve pelo seu torrão natal. As maçãs novidadeiras só chegam à ilha de Bananal muitos meses após o lançamento na metrópole de Steve. Os rompantes de impaciência de Orual beiram a insanidade. Mal tendo dinheiro pra comprar jiló na feira, ele voou para a Grande Maçã no intento inabalável de possuir a maçã S. O time de Steve é bem treinado para conter a turba de maltrapilhos ousados. O sotaque bananeiro

Na Grande Maçã, o caipira faz um périplo desesperado e passa por todas as lojas de Steve. Nada da S e tudo da C. —Cê é o cacete! Eu quero a porra da esse! O desabafo vigoroso sai no seu exótico dialeto aborígine. O brado ecoa até os ouvidos de um conterrâneo de Orual, infiltrado no exército de Steve, que se sensibiliza com o lamento. O irmão-bugre acusa: —A loja do Parque Central funciona vinte e quatro horas. Apareça lá zero hora que, na madrugada, chega uma carga extra de maçãs S. No frio, antes do amanhecer, podemos vender a S aos descamisados dos trópicos. Na sua distante hospedagem, Orual toma o trem das onze (Evoé!, Adoniran), viaja sessenta minutos no vagão vazio e, da Grande Estação, caminha mais sessenta minutos sob uma hostil temperatura polar para, glória!, finalmente receber a maçã S dos branquelos assalariados de Steve. Com a maçã cobiçada na mochila, Orual vagueia pela grande cidade na companhia de artistas, bêbados e putas. Ele tem que matar o tempo até às seis da manhã, horário do primeiro trem de retorno. Por alguma razão, ali, insignificante entre os arranha-céus, mal agasalhado, faminto e molambento, Orual amaldiçoou aquele casal desobediente do Jardim do Éden. Em tempo - se alguém ainda tem dúvidas dos tons autobiográficos, o signatário do texto confessa sua busca desavergonhada por um iPhone 5S, no outono de 2013. E, convenhamos, truquinho manjado esse de grafar o nome de trás pra frente.

entrega a origem e a Orual só é ofertada a maçã C. Se os quitandeiros são bem amestrados, Orual é um jeca teimoso. 116

Foto: Reprodução Internet


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dicas

por Hélinho Fonseca

Trouxemos para essa edição da Revista Atua grandes lançamentos musicais, como o trabalho de Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda, que apresentam uma obra singular; uma fantástica mistura de afrosamba, choro e jazz. Para leitura, destacamos a impactante obra de Stephen King, O Iluminado, que conta a história de um garotinho clarividente, Danny, e sua família, no assustador Overlook Hotel. Nossa recomendação no campo da sétima arte também não poderia ser mais inquietante, JFK: A pergunta que não quer calar, de Oliver Stone. O filme gera muita controvérsia e aponta que o assassinato de J. F. Kennedy não foi obra de um homem só, de um “louco solitário”, mas sim obra de gente do alto escalão, da máfia que lucrava com a guerra fria e a Guerra do Vietnã, naqueles anos. Para quem ainda não viu, é imperdível.

Paula Fernandes: Encontros Pelo Caminho - CD CD com grandes duetos de sucesso da carreira de Paula Fernandes, além de duetos inéditos. Repertório incluindo os sucessos, como Não Precisa, com Victor e Leo, Caminhoneiro, com Dominguinhos, entre outros duetos inéditos como You’re Still The One, com Shania Twain e Brazil, com Frank Sinatra.

Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda Bossa Negra - CD Bossa Negra é o encontro despretensioso de dois dos maiores expoentes da nova geração da música brasileira, inspirado nos Afrosambas de Baden e Vinicius. De um lado, Diogo Nogueira, filho do grande João Nogueira; do outro, o instrumentista Hamilton de Holanda, nascido na tradição do Choro, que traz em seus dedos a sofisticação despojada de Tom Jobim, numa leitura sempre brasileira do Jazz.

O Iluminado - Livro O romance, magistralmente levado ao cinema por Stanley Kubrick, continua apaixonando (e aterrorizando) novas gerações de leitores. A luta assustadora entre dois mundos. Um menino e o desejo assassino de poderosas forças malignas. Danny Torrance é capaz de ouvir pensamentos e transportar-se no tempo. Danny é iluminado e as respostas podem estar guardadas na imponência assustadora do hotel Overlook.

JFK: A pergunta que não quer calar - DVD A obra é uma produção de Oliver Stone que defende a tese de que assassinato do presidente JFK fora uma conspiração envolvendo a CIA e a própria cúpula do governo americano. O suspense policial se baseia no livro JFK: na trilha dos assassinos, escrito pelo ex-promotor americano Jim Garrison, que apresentou elementos, documentos e testemunhas que derrubam a tese do assassino solitário. 118


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opinião

Ser ou não ser Para o Dr. Arnaldo Hecht, meu companheiro de enigmas por Clineida Junqueira Jacomini

Não; não me refiro à famosa frase e dilema de Hamlet; sou mais tupiniquim, nunca peguei numa caveira, não sou da nobreza e vivo num lugar quente, aliás, ficando mais caliente ultimamente no clima e nas manifestações populares. É que estava outro dia cortando e tingindo meu cabelo e fiquei, pasmem, mais de 40 minutos parada, sem fazer nada! Sempre carrego comigo revistas de passatempos (inteligentes!), mas não queria sujar as hastes de meus óculos; então fiquei assim, paradíssima! Sempre me tive em conta de preguiçosa; adoro não ter compromissos, nem afazeres chatos; ter tempo para mim mesma... mas agora tenho que reconhecer que não sou propriamente assim ociosa: estou sempre ocupada com alguma coisa útil. Ou fazendo crochê, ou lendo, ou escrevendo, ou assistindo a bons filmes, ou fundindo a cuca (não a verde do Sítio) com grifogramas, palavras cruzadas (e das mais difíceis) etc. Com a idade e os dias avançando inexoravelmente, estou sempre pensando, agora mais que nunca, que estou perdendo esse tempo precioso que ainda me resta se não estou fazendo algo de útil a mim e ao próximo. Dizem os povos orientais, mais afeitos à meditação, espiritualidade e atividades mentais que devemos ficar algum tempo sem fazer nada, com a mente aberta para que novas idéias apareçam e se instalem , meditando e 120

ascendendo a outros e elevados planos. Os ocidentais também parecem ter chegado a essa sábia conclusão. Domenico De Masi já quis provar isso em seu Ócio Criativo. Empresas têm feito experiências nesse sentido que dão certo. Isso tem até nome: período sabático, uma folga para crescimento pessoal e até um rendimento extra para a empresa. Afinal, a pessoa está parada de outras funções, obrigações e horários, mas não deixa de pensar, criar, elaborar, trabalhando, enfim. O que seria o certo e o ideal? Acabei de ler uma frase de Xenofanes, um filósofo grego, pré-socrático: “Verdades claras e perfeitas nenhum homem as vê nem conhece. Tudo é questão de opinião”. Uma querida amiga a quem não via há mais de 18 anos me causou certa preocupação. Ela anda com remorso de estar cansada; e cansada de fazer o bem à sua comunidade, coisa que sempre fez. Disse a ela que chega uma hora de parar... E sem remorso! Tudo tem hora e vez nos ensina os livros de Eclesiastes e Provérbios. O contrário também se vê, infelizmente: pessoas, inúmeras, que não estão “nem aí” como dizem na gíria, com os problemas alheios. Num mesmo instante vi dois exemplos dis-

so em minha cidade que, apesar de se chamar Águas da Prata, também sofre com o calor, a falta de chuvas e em consequência, com o abastecimento desse precioso líquido. Pois eu vi um lindo carro importado, o que indica altas posses de seu dono, ultrapassando 2 caminhões num lugar proibido, de visão limitada, não pensando nem em obedecer às regras, nem no que poderia acontecer com outros motoristas e pedestres. Virando a esquina já fiquei mais indignada ainda ao ver uma outra pessoa varrendo a calçada com a água da mangueira! Sem a benéfica e útil vassoura! Isso me dói no coração! Nasci para obedecer e irei morrer fazendo isso. Uma ressalva: só não gosto de usar o cinto de segurança que me segura de um modo incômodo e abusivo dada à minha saliente frente. Fico engasgada com ele, passando até mal, mesmo. Mas obedeço quando vejo o guarda de trânsito! Afinal, sou humana e não anjo!

Foto: Reprodução Internet


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