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JORNALISTA RUJANY MARTINS LANÇA O LIVRO ‘VI, OUVI, VIVI’
Publicação relata 70 anos de vida dedicada ao jornalismo no rádio, TV e em diversos jornais
Aos 85 anos de idade – 70 deles de serviços dedicados à imprensa do estado do Rio de Janeiro e do Brasil -, o jornalista Rujany Martins tem, definitivamente, muita história para contar. Ele está lançando, na terçafeira (31), às 19h, no Teatro Municipal de São Gonçalo, o livro “Vi, Ouvi, Vivi”, onde conta a experiência obtida, em sua longa relação com o jornalismo e os bastidores da notícia.
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Tudo começou na era de ouro do rádio – onde Rujany trabalhou durante 30 anos. De lá, foi para a televisão e, depois, passou a se dedicar, por 20 anos, à mídia impressa. Tudo isso numa época em que não existia faculdade de Jornalismo.
“Quando começaram a abrir as faculdades, a minha turma foi chamada para dar aulas. Não fui professor, mas fiz algumas palestras, enquanto se formava o corpo docente, de especialistas”, lembra.
Entre 1969 e 1970, foi sub-chefe do Departamento de Esportes da Rádio Tupi. À época, segundo Rujany, já havia um padrão profissional e um bom salário. Mas o jornalista passou por um conflito com a direção da rádio: um desentendimento prejudicaria a ele e a seu parceiro, o locutor esportivo Doalcey Bueno de Camargo, “estrela da nossa equipe”:
“Naquele momento, estávamos em vias de sermos sacrificados. Eu me desentendi com a direção da empresa à época - o jornalista Luiz Brunini, uma eminência parda do rádio. Desse desentendimento, resultou o meu desligamento da emissora. Eram tempos duros para a imprensa brasileira. O mercado de trabalho estava muito restrito, por causa do golpe militar de 1964, que praticamente acabou com a Rádio Nacional. A úni- ca chance foi ir para a Rádio Globo, que estava no auge”.
Apesar de ter recebido o convite para atuar num novo ambiente de trabalho, a coisa não vingou. No livro, ele conta o episódio, em detalhes, sobre o que foi a única emissora de rádio - das grandes do Rio - que não chegou a trabalhar. Desempregado e desiludido, o jornalista rompeu com o rádio e as pessoas do rádio.
O governador da época, Geremi- as de Mattos Fontes (31 de janeiro de 1967 a 31 de março de 1971), que fora seu colega no Colégio São Gonçalo, convidou Rujany para trabalhar na administração:
“Ele já havia me convidado para trabalhar no governo, mas a minha situação no rádio era tão boa, que não me interessei. Desempregado, topei a parada. Abandonei o rádio e a carreira, porque fui trabalhar em turismo. Dediquei-me de tal forma que comecei a fazer, em 1971, um curso de nível superior, na UCP (Universidade Católica de Petrópolis). Não cheguei a me formar como ‘turismólogo’, um termo horroroso, mas fiz até o terceiro ano, na UCP. Acabou o governo do Geremias e entrou Raimundo Padilha: todos fomos demitidos. Eu já estava, também, trabalhando no jornal O Fluminense”.
TRANSIÇÃO A partir de O Fluminense é que veio “a grande mudança” para Rujany: ele saiu da história de mídia eletrônica para começar uma carreira na mídia impressa. Entrou através do superintendente da empresa, Ephrem Amóra, irmão do jornalista Jourdan Amóra, diretor de A TRIBUNA. “No Fluminense, tive todas as oportunidades. Cresci. Trabalhei no Departamento Comercial da empresa. Ao mesmo tempo que fazia alguma coisa de jornalismo, dediquei-me muito à área comercial. Por sorte, foi um momento de crescimento da empresa. O prédio da rodoviária foi inaugurado. O jornal sofreu uma transformação técnica muito grande. Saiu da impressão em tipografia para off set Tinha uma equipe da melhor qualidade: jornalistas de primeiro time, que haviam saído da Última Hora. Nomes como Pinheiro Júnior, que trabalhou com Samuel Wainer.”, detalhou.