ADD
Negativo
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Grayscale
PATROCINIO:
EDITORIAL Há 17 anos a ADD – Associação Desportiva para Deficientes era fundada. Nascia com o sonho de dois visionários que queriam potencializar, profissionalizar e promover a cultura do esporte para pessoas com deficiência. Acreditávamos, e hoje com mais força ainda, que o esporte é uma fonte de motivação para o desenvolvimento de competências, melhora a autoconfiança e proporciona a oportunidade de sociabilização. Em inglês, a palavra “ADD” significa somar e é exatamente isso que estamos fazendo, dia após dia, com nossos projetos que facilitam o processo de integração e inclusão da pessoa com deficiência na sociedade, por meio de práticas esportivas adaptadas e cursos de capacitação. Além de oferecer modalidades competitivas, desenvolvemos um trabalho lindo com as crianças com deficiência de iniciação esportiva, há 12 anos, que é pioneiro no Brasil. Mais do que descobrir talentos e formar atletas, nosso foco principal sempre foi contribuir com o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, estimulando a independência e fortalecendo a autoestima. A ADD Escola de Esporte Adaptado nasce deste projeto com um novo olhar para o paradesporto infantil e juvenil. A participação de crianças e adolescentes com maior grau de comprometimento físico-motor e intelectual, que interagem com participantes de outros tipos de deficiência ou sem deficiência, proporciona uma oportunidade única de reconhecimento, valorização e aprendizado com as diferenças. O patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Esporte & Cidadania, vem coroar essa iniciativa e promover mais um ciclo de vitórias e conquistas. A Cartilha da ADD Escola de Esporte Adaptado é fruto desta parceria. Trata-se de uma publicação feita com muito carinho, que vai além das fronteiras do projeto, para multiplicarmos o conhecimento sobre o esporte para pessoas com deficiência. Nas próximas páginas, compartilhamos com você muitas informações e curiosidades sobre algumas modalidades paradesportivas. Steven Dubner Fundador da ADD
APRESENTAÇÃO
3
Almanaque
8
ATLETISMO
BAQUETEBOL
BOCHA
CICLISMO
NATAÇÃO
tiro com ARCO
9 14 16 18 20 22
EXPEDIENTE: A Cartilha ADD Escola de Esporte Adaptado é uma publicação da ADD - Associação Desportiva para Deficientes, elaborada pela Áurea Editora Ltda. Comitê Editorial - Eliane Miada, Sileno Santos, Denise Mello e Karina Mosmann. Colaboração - Adeilton Sene, Adriana Gonçalves, Eduardo Leonel e Ivana Marta da Silva. Texto: Claudete Oliveira. Edição: Dirceu Pereira Jr. - Tiragem: 500 exemplares
Foto: Fábio Braga/ADD
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C 0 / M 15Em/ Y2001 100 a/ BADD 0 criou o Programa Crianças que tinha por objetivo proporcionar às crianças com deficiência física, seu desenvolvimento por meio do esporte. Essa iniciativa, pioneira no Brasil, destinava-se, essencialmente à prática Grayscale do basquete em cadeira de rodas. A experiência adquirida durante nove anos de trabalho trouxe um conhecimento mais amplo nos aspectos fundamentais sobre o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, fomentando assim a criação de um novo projeto mais abrangente. Em 2010 nasce a ADD Escola de Esporte Adaptado, uma iniciativa que traz um novo olhar para o paradesporto infantil e juvenil. Além do
Foto: Fábio Braga/ADD
trabalho específico vinculado ao esporte, os alunos também têm acesso a outras atividades pedagógicas para auxílio no processo de desenvolvimento da criança. O sucesso obtido nos dois anos da ADD Escola de Esporte Adaptado atraiu à atenção das empresas e instituições que atuam neste segmento e trouxe mais visibilidade e credibilidade para a iniciativa. Em 2012 o projeto foi contemplado na Seleção Pública de Projetos Esportivos Educacionais para patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Esporte & Cidadania. Essa iniciativa da Petrobras visa fomentar o desenvolvimento do esporte olímpico brasileiro e democratizar o acesso ao esporte como ferramenta de desenvolvimento humano, inclusão social e construção de cidadania. “O patrocínio da Petrobras é fundamental para darmos continuidade ao projeto de forma sustentável até 2014, beneficiando diretamente 120 crianças e adolescentes com deficiência e outras centenas indiretamente”, diz a presidente da ADD, Eliane Miada, que também é uma das fundadoras da entidade.
Acompanhamento individualizado Todas as atividades esportivas, de lazer e recreação, são executadas por profissionais da área de educação física, devidamente habilitados na profissão, e apoiados pelo trabalho da equipe multidisciplinar do projeto: psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta e psicopedagogo com participação e envolvimento das famílias das crianças e adolescentes. As aulas são realizadas aos sábados em turmas divididas de acordo com o tipo e característica da deficiência, a faixa etária e o padrão de amadurecimento motor. Turmas da ADD Escola de Esporte Adaptado Turma
Alunos
Idade
Kids I
15
6 a 09 anos
Kids II
15
6 a 12 anos
Teens
20
12 a 16 anos
Cesta de 3
15
6 a 11 anos
Bocha
15
10 a 18 anos
Atletismo I
15
7 a 12 anos
Atletismo II*
15
10 a 18 anos
10
10 a 18 anos
Atletismo Cadeirantes *Deficiência Física e Intelectual O esporte como instrumento
A prática esportiva é uma forma de desenvolvimento físico e intelectual muito eficaz para as crianças e adolescentes e isso não é diferente quando elas apresentam algum tipo de deficiência física, sensorial ou intelectual. Diversos estudos e iniciativas dentro deste universo já mostraram que, através do esporte, as
crianças aumentam sua sociabilidade, compreendem mais claramente regras de comportamento, seguem mais facilmente as rotinas impostas nas atividades, aprendem a trabalhar em equipe, respeitam as individualidades de cada um, adquirem o gosto pela competição e, principalmente, passam a conhecer e superar seus próprios limites. “O esporte, quando bem orientado, é uma fonte na qual as pessoas absorvem inúmeros conhecimentos, desenvolvem seu condicionamento físico e aprendem conceitos éticos e morais de suma importância para a sua formação como indivíduo” argumenta Sileno Santos, coordenador de esportes da ADD. A escolha das atividades que são trabalhadas na ADD Escola de Esporte Adaptado foi baseada no princípio que cada aluno tivesse a oportunidade de praticar três esportes, um coletivo e dois individuais, de acordo com o tipo e características da deficiência, faixa etária e o padrão de amadurecimento motor. “Por experiência, nós da ADD, entendemos que não podemos restringir a prática paradesportiva a uma ou duas modalidades e por esse motivo vamos proporcionar diferentes opções para os alunos do programa”, diz Eliane Miada. Outro aspecto que foi levado em consideração nessa definição é a possibilidade que as modalidades oferecem para atender crianças com diversas características distintas por tipo de deficiência, ampliando, dessa forma, a abrangência no atendimento às crianças e adolescentes do projeto.
Perfil dos Participantes Tipo de deficiência: Física e intelectual Sexo: Ambos Faixa etária: 6 a 18 anos Público Alvo: Estudantes da rede pública de ensino, de escolas especiais, bolsistas da rede privada e estudantes da rede privada de ensino até 20% das vagas. Local de Residência: São Paulo, Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano, Santana do Parnaíba, Guarulhos, Osasco e Cotia. Critério de Seleção: Alunos que tenham possibilidade de realização de atividades físicas, esportivas de forma autônoma, ou seja, que tenham condições de locomoção mínima para a realização das atividades esportivas. Acompanhamento: Os selecionados passaram por entrevista familiar, com os profissionais do projeto. Validação: Os alunos têm que comprovar escolaridade em rede de ensino formal ou escolas especiais e trazer atestado de frequência para renovação semestral.
Escolha das modalidades
Foto: Fábio Braga/ADD
A definição das modalidades foi baseada no princípio de escolha de três modalidades específicas sendo uma coletiva (Basquetebol em Cadeira de Rodas), duas modalidades individuais (Atletismo e Ciclismo) e as modalidades paradesportivas de forma mais ampla servindo de base para proporcionar mais condições de desenvolvimento físico motor para os participantes. O Atletismo foi escolhido dentre as modalidades individuais por possibilitar a prática por crianças com deficiência física, visual e intelectual não requerendo, na maioria dos casos, a utilização de equipamentos para a sua prática. Já o Ciclismo, categoria Handcycle, contempla a possibilidade de lazer principalmente para os adolescentes que não apresentaram condições de prática paradesportiva, porém, devem ser incentivados a se manterem ativos fisicamente através da prática de um esporte.
ALmANAquE DO PARADEsPORTO
Foto: Fรกbio Braga/ADD
Conheรงa mais sobre as modalidades que serรฃo trabalhadas no projeto ADD Escola de Esporte Adaptado.
Foto: Fernando Maia/CPB
atletismo Descrição: Atletas com deficiência física, visual e intelectual, de ambos os sexos, podem praticar a modalidade. As provas são, de acordo com a deficiência dos competidores, divididas entre corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Nas provas de pista (corridas), dependendo do grau de deficiência visual do atleta, ele pode ser acompanhado por um atleta-guia, que corre ao seu lado unidos por uma corda. Ele tem a função de direcionar o atleta, mas não deve puxá-lo, sob pena de desclassificação. As competições seguem as regras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com algumas adaptações para o uso de próteses, cadeira de rodas ou guia, mas sem oferecer vantagem em relação aos seus adversários. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Classificação funcional: O sistema de classificação funcional utiliza a letra T(track) precedida do número da classe do atleta para indicar eventos de pista e a Letra F (field), também precedida do número da classe, para indicar os eventos de campo (Exemplo: T46 e F46 ).
Para provas de campo – arremesso, lançamentos e saltos: F – Field (campo) F11 a F13 – Deficientes visuais F20 – Deficientes intelectuais F31 a F38 – Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes e 35 a 38 para ambulantes) F40 – Anões F41 a F46 – Amputados e outros (les autres)
Foto: Patrícia Santos/CPB
Foto: Patrícia Santos/CPB
F51 a F58 – Competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações)
Para provas de pista – corridas de velocidade e fundo T – Track (pista) T11 a T13 – Deficientes visuais T20 – Deficientes intelectuais T31 a T38 – Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes e 35 a 38 para ambulantes) T41 a T46 – Amputados e outros (les autres)
Foto: Bruno de Lima/CPB
Foto: Buda Mendes/CPB
T51 a T54 – Competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações).
Benefícios: Atletismo em cadeira de rodas (CR) - é um esporte de base para outros esportes e fundamenta-se nos movimentos naturais do ser humano como correr, arremessar e lançar. Portanto, desenvolve a velocidade, a coordenação motora, o ritmo e a resistência aeróbica e anaeróbica. Melhora a autoestima e promove a inclusão social. É um estímulo para independência de quem o pratica. Atletismo para deficiente visual (cegos e com baixa visão) possibilita movimentar-se e locomover-se no ambiente, além de ser uma ferramenta para melhorar a postura, a consciência corporal, a agilidade e a coordenação motora. Também aumenta a autoconfiança, melhora as percepções, o reconhecimento das sensações do movimento e do gesto, a orientação espacial e a formação corporal. Atletismo para Paralisados Cerebrais - pessoas com lesões Cerebrais (sequela de AVC, PC) - a atividade é extremamente recomendada para melhora da coordenação motora, que normalmente é prejudicada neste tipo de lesão. Recomendações:
Foto: Bruno de Lima/CPB
Atletismo CR - A cadeira de rodas deve estar adequada às limitações físicas e às características particulares de cada atleta com deficiência. É fundamental que as pernas estejam protegidas para que não ocorra alguma lesão mais grave. O praticante deve utilizar faixas para uma estabilização tronco. O uso do capacete é obrigatório. Existem duas formas de se posicionar na cadeira para praticar as modalidades do atletismo. Uma delas o atleta fica ajoelhado com os pés entre o eixo e o acento da cadeira (posição mais utilizada pelos corredores, ideal para atletas que tenham boa flexibilidade
membros inferiores). A outra é a posição tradicional, na qual o atleta fica sentado com as pernas a frente e as plantas dos pés apoiados em uma plataforma (indicado a atletas com restrição em flexão de tronco e joelhos que dificultam ficar em posição de joelhos). A altura do encosto da cadeira deve ser adequada à altura da lesão e recomenda-se o uso de almofadas específicas e adequadas ao seu peso para prevenção de escaras. Atletismo para DV - Recomenda-se que o atleta com deficiência visual faça um reconhecimento do local no qual estará praticando sua modalidade, preferencialmente com o guia que o acompanhará na atividade. O trabalho em equipe é fundamental para que a dupla esteja entrosada por meio da assistência tátil e auditiva. O atleta guia deve ter o mesmo porte físico do atleta com deficiência visual para potencializar os resultados.
Foto: Patrícia Santos/CPB
Atletismo para Paralisados Cerebrais - Dependendo da sequela motora, o aluno poderá realizar atividades em cadeira de rodas ou mesmo deambulando. Para pista existem provas até 1.500 metros e no campo todas dos lançamentos e arremessos, mais o salto em
distância. É permitido o uso de órteses para auxiliar no movimento. Atividade extremamente importante para melhorar a coordenação motora, que normalmente é prejudicada neste tipo de lesão. Atletismo para Amputados e Outros - Com todas as provas disponíveis, tanto no campo quanto na pista, é a categoria mais democrática, onde encontramos pessoas com amputações, com ou sem próteses, nanismo, encurtamento de membros e outras deficiências que venham causar alguma desvantagem motora a atletas convencionais.
Atletas de destaques: Tito Sena (classe T46), Terezinha Guilhermina (classe T2) e Alan Fonteles (classe T44 /T43). Resultados nas Paralimpíadas: O atletismo conquistou 7 medalhas de ouro, 8 de prata e 3 de bronze nas Paralimpíadas de Londres. Records: O atletismo brasileiro obteve 4 quebras de recorde mundiais nas Paralimpíadas de Londres.
Foto: Buda Mendes/CPB
Curiosidades: Há mais de cinco décadas o atletismo integra o esporte paralímpico. As primeiras medalhas do Brasil em Paralimpíadas na modalidade vieram em 1984, em Nova Iorque e em Stoke Mandeville, Inglaterra.
Foto: Bruno de Lima/CPB
Basquetebol Descrição: O Basquetebol em Cadeira de Rodas é uma modalidade paradesportiva desenvolvida de forma adaptada para que pessoas com deficiência física de membros inferiores possam jogar utilizando a cadeira de rodas como forma de locomoção em quadra. Pessoas com deficiência física de membro inferior, tais como, pessoas amputadas, lesados medulares traumáticos e congênitos, pessoas que adquiriram poliomielite, entre outros são os praticantes da modalidade. O jogo é realizado em quadra com as mesmas medidas que o basquetebol convencional, bem como o tempo de jogo, a quantidade de faltas, número de jogadores, técnica de arremesso, passe e finta. Pelo fato dos atletas se locomoverem com a cadeira de rodas, a condução da bola tem uma regra especifica. A cada dois toques na cadeira, o jogador precisará quicar, passar ou arremessar a bola. O simples contato das cadeiras dos participantes não é considerado falta pela arbitragem – apenas se for interpretada a intenção. Classificação funcional: O Basquetebol em Cadeira de Rodas é uma modalidade que agrega em uma equipe, pessoas com diferentes tipos de deficiência e cada deficiência com um grau de comprometimento diferente. Assim, em uma mesma equipe existem pessoas com mais comprometimento do que outras. Por exemplo, um amputado de membro inferior abaixo do joelho tem menos comprometimento quando comparado a um praticante lesado medular em nível torácico alto. Isso implica que, se considerar que no alto rendimento somente os melhores jogam, os jogadores com mais comprometimentos não teriam a oportunidade de jogar. Visando
diminuir o impacto dessa situação foi criado o sistema de classificação funcional, onde para cada atleta é atribuído uma pontuação que se inicia em 1,0 (para pessoas com maior comprometimento físico) e vai até 4,5 (menor comprometimento) de meio em meio ponto, ou seja, 1,0, 1,5, 2,0, 2,5....até 4,5. O total de pontos de uma equipe em quadra não pode exceder 14. Benefícios: Desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras, dos aspectos cognitivos, afetivos e sociais. Em relação ao nível motor desenvolve velocidade, agilidade, força, equilíbrio, coordenação, ritmo, flexibilidade, capacidades cardiorrespiratórias (aeróbia e anaeróbia). Já a nível cognitivo, desenvolve o raciocínio, atenção, melhora a percepção espaço-temporal, aumenta o poder de concentração, aprimora as diversas formas de locomoção, transferência para o assento do carro, cama, manejo da cadeira de rodas com rapidez e resistência e em ruas e pisos acidentados. Além disso, promove convivência e trabalho em grupo, destaque social e transferência da vida esportiva para o cotidiano. Recomendações: A cadeira deve ser fabricada sob medida para o praticante obedecendo as regras de dimensões da modalidade. Para melhor equilíbrio dos praticantes, faixas estabilizadoras devem ser utilizadas na cintura, pernas e pés.
Foto: Patrícia Santos/CPB
Resultados nas Paralimpíadas: Desde 2000 as seleções brasileiras femininas e masculinas marcam presença nos Jogos Paralímpicos. Em Londres no ano de 2012, a Seleção Brasileira Feminina de Basquetebol em Cadeira de Rodas obteve o nono lugar na competição.
Curiosidades: A modalidade foi criada na década de 40, na Inglaterra por iniciativa do neurologista alemão Ludwig Guttmann. Primeiramente foi utilizada para auxiliar no processo de reabilitação dos acidentados de guerra. Logo a modalidade foi difundida e no ano de 1947 foi realizado o primeiro Stoke Mandeville Wheelchair Games. Já no ano de 1956 foi realizado o primeiro torneio de basquetebol em cadeira de rodas em Stock Mandeville, dando origem a Federação Internacional dos Jogos de Stock Mandeville que era composta não apenas da modalidade basquetebol em cadeira de rodas. No Brasil a prática da modalidade teve início em 1958 sendo introduzida por Sérgio Del Grande.
Foto: Luciana Vermell/CPB
Foto: Luciana Vermell/CPB Foto: Luciana Vermell/CPB
Bocha Descrição: A Bocha é um jogo competitivo adaptado para que pessoas com maior grau de comprometimento físico de ambos os sexo possam participar. Pode ser praticado individualmente, em duplas ou em equipes. A partida é realizada com um conjunto de bolas de bocha (adaptada) que consiste em 6 bolas azuis, 6 bolas vermelhas e 1 bola branca, em uma quadra especialmente marcada de superfície plana e lisa. O objetivo do jogo é aproximar ou encostar o maior número de bolas da bola-alvo. Inicialmente era voltado apenas para pessoas com paralisia cerebral com um grave grau de comprometimento motor (os quatro membros afetados e uso de cadeira de rodas). Atualmente pessoas com outras deficiências também podem competir, desde que inseridas em classes específicas e que apre-
sentem também o mesmo grau de deficiência similar ao da paralisia cerebral, por exemplo, um quadro e tetraplegia. Classificação funcional: Os jogadores podem ser classificados em quatro classes. BC1: Atletas podem competir com o auxílio de ajudantes, que devem permanecer fora da área de jogo do atleta. O assistente pode apenas estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola a pedido. BC2: Os jogadores não podem receber assistência. BC3: Para jogadores com deficiências muito severas. Os jogadores usam um dispositivo auxiliar e podem ser ajudados por uma pessoa, que deve permanecer na área de jogo do atleta, mas deve se manter de costas para os juízes e evitar olhar para o jogo. BC4: Para jogadores com outras deficiências severas, mas que não podem receber auxílio. Benefícios: É uma atividade que proporciona prazer, melhora dos aspectos fisiológicos, psicomotores e sócio emocional. A família participa da interação entre esporte e jogador. É um jogo que pode ser praticado tanto de forma recreativa como competitiva. O jogo pode ser adaptado com rampas, calhas, capacetes com ponteiras para permitir a participação de indivíduos com deficiências severas. A habilidade e a inteligência são fundamentais no desenvolvimento das jogadas. O jogo requer planejamento, estratégias e desenvolve a coordenação viso-motora.
Foto: Guilherme Taboada/CPB
Recomendações: Supervisão adequada com apoio de fisioterapeutas e educadores físicos capacitados.
Atletas de destaques: Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos Resultados nas Paralimpíadas: A bocha conquistou 3 medalhas de ouros e uma de bronze nas Paralimpíadas de Londres. Curiosidades: A Bocha estreou no programa paralímpico oficial em 1984, na cidade de Nova Iorque, com disputas individuais no feminino e masculino. Em Atlanta (1996), foi incluído o jogo de duplas. A primeira medalha paralímpica brasileira veio no Lawn Bowls, um tipo de bocha na grama. Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” ganharam prata em 1972, nos Jogos de Heidelberg, Alemanha.
ciclismo Descrição: Competem no ciclismo atletas, de ambos os sexos, com paralisia cerebral, deficiência visual, amputados e lesionados medulares (cadeirantes). Esta modalidade pode ser praticada individualmente ou em equipe. As regras seguem, basicamente, as mesmas da União Internacional de Ciclismo (UCI), mas com pequenas alterações relativas à segurança e classificação dos atletas. As bicicletas podem ser de modelos convencionais ou triciclos para paralisados cerebrais, segundo o grau de lesão. O ciclista cego compete em uma bicicleta dupla – conhecida como “tandem” – com um guia no banco da frente dando a direção. Para os cadeirantes, a bicicleta é chamada de handcycling, pois a mesma é “pedalada” com as mãos As provas são de velódromo, estrada e contra-relógio: Velódromo: As bicicletas não têm marchas e a competição acontece em uma pista oval que varia entre 250 e 325 metros de extensão. Velocidade em todas as provas é fundamental. Estrada: Os ciclistas de cada categoria largam ao mesmo tempo. As competições são as mais longas da modalidade, com até 120 km de percurso. Contra-relógio: Exigem mais velocidade que resistência. Os atletas largam de um em um minuto, pedalando contra o tempo. Nesta prova a posição dos ciclistas na pista não diz, necessariamente, a colocação real em que se encontram, pois tudo depende do tempo. Classificação funcional:
Foto: Bruno de Lima/CPB
C – Ciclismo (Cycling). C1 a C5 – Atletas com grau avançado a leve de deficiência física.
Tandem – Para ciclistas com deficiência visual (B1, B2 e B3). A bicicleta tem dois assentos e ambos ocupantes pedalam em sintonia. Na frente, vai um atleta sem deficiência e no banco de trás o atleta com deficiência visual.
H – pedal nas mãos (handbike). H1 a H4 - Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsionada com as mãos. Benefícios: promove mobilidade, autonomia, inclusão social e qualidade devida. Além disso, movimentam ao mesmo tempo grandes grupos musculares. Recomendações: Hidratação e alimentação balanceada. Atenção especial na escolha da bicicleta, do tipo, tamanho e modelo. Pedalar três vezes por semana. Usar vestimenta mais leve possível e treinar de preferência no início do dia e final da tarde. Resultados nas Paralimpíadas: O ciclismo participou das Paralimpíadas de Londres em 2012, porém seus melhores resultados estão em jogos Parapanamericanos e Mundiais.
Curiosidades: O ciclismo começou na década de 80, quando somente deficientes visuais competiam. A Paralimpíadas de Nova Iorque (1984) marcou por ser a primeira com atletas paralisados cerebrais, amputados e deficientes visuais. Em Seul (1988), o ciclismo de estrada entrou no programa oficial de disputas. A partir de Atlanta (1996), cada tipo de deficiência passou a ser avaliado de forma específica. Nesta competição foram incluídas provas de velódromo. Em Sydney (2000), o handcycling teve provas de exibição.
Foto: Bruno de Lima/CPB
T – triciclo (tricycling). T1 e T2 – Atletas que usam bicicleta com três rodas (uma à frente e as demais nas laterais do assento) e se deslocam impulsionando as rodas com o toque das mãos.
Foto: Marcio Rodrigues/CPB
Natação Descrição: A natação é uma das modalidades esportivas para pessoas com deficiência com maior tradição pelo fato de que várias terapias de reabilitação e fisioterapia são realizadas na água por proporcionar grande autonomia e poder terapêutico. Atletas com diversos tipos de deficiência (física e visual) competem em provas que vão de 50 aos 400m no estilo livre, dos 50 aos 100 metros nos estilos peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150 e 200 metros. As provas são divididas na categoria masculino e feminino, seguindo as regras do IPC Swimming, órgão responsável pela natação no Comitê Paralímpico Internacional. As adaptações são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos recebem um aviso do tapper, por meio de um bastão com ponta de espuma quando estão se aproximando das bordas. A largada também pode ser feita na água, no caso de atletas de classes mais baixas, que não conseguem sair do bloco. Classificação funcional: O atleta é submetido à equipe de classificação, que procederá a análise de resíduos musculares por meio de testes de força muscular, mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água). Vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor o número da classe. As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM). S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10 – nadadores com limitações físico-motoras.
S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13 – nadadores com deficiência visual (a classificação neste caso é a mesma do judô e futebol de cinco). S14, SB14, SM14 – nadadores com deficiência intelectual. Benefícios: Diminuição da dor e da espasticidade, redução do músculo paralisado, manutenção e amplitude do movimento articular, melhora de todas as funções corporais, auto imagem e socialização. Recomendações: Orientar os exercícios de forma clara, respeitar a individualidade de cada um, atentar às condições da água, considerar a variedade de deficiências, avaliar as condições dos alunos, considerar as experiências anteriores do aluno na água, conhecer as deficiências (causa e implicações), conhecer e observar os exercícios que oferecem riscos e ter conhecimento das normas de segurança na natação.
Foto .Fernando Maia/CPB
Atletas de destaques: Daniel Dias que nas Paralimpíadas de Londres conquistou 9 medalhas de ouro e o atleta Andre Brasil que obteve outras 3 também de ouro. Resultados nas Paralimpíadas: Nas Paralimpíadas de Londres a natação conquistou 9 medalhas de ouro, 4 de pratas e uma de bronze. Records: A natação obteve 5 quebras de recorde mundiais nas Paralimpíadas de Londres.
Foto: Buda Mendes/CPB
Curiosidades: A natação está presente no programa oficial de competições desde a primeira Paralimpíadas, em Roma (1960). O Brasil começou a brilhar em Stoke Mandeville (1984), quando conquistou um ouro, 5 pratas e um bronze.
tiro com arco Descrição: A modalidade surgiu como uma atividade de recreação e reabilitação para seus praticantes, que eram, em princípio, lesionados medulares. Atualmente, arqueiros em cadeira de rodas, paralisados cerebrais, amputados e les autres participam em disputas individuais e por equipes. Tetraplégicos, paraplégicos e pessoas com mobilidade limitada nos membros inferiores também competem. Estes últimos podem escolher atuar em pé ou sentados num banco. Esta é uma das mais tradicionais modalidades paralímpicas, visto que está presente desde a primeira edição dos Jogos, em Roma 1960. Classificação funcional:
Foto: Olivia Harris / Reuters
Tiro com Arco em Pé (ARST) - Arqueiros na classe de pé não possuem deficiência nos braços. Possuem algum grau de perda de força muscular nas pernas, de coordenação ou mobilidade articular. Arqueiros nesta classe podem escolher por competir sentados numa cadeira normal com os pés no solo ou de pé.
Foto: Olivia Harris / Reuters
Tiro com Arco em Cadeira de Rodas 1 (ARW1) - Arqueiros na classe ARW1 possuem deficiência nos braços e pernas (tetraplegia). Possuem alcance limitado dos movimentos, força e controle dos braços e pouco ou nenhum controle do tronco. As pernas não são consideradas funcionais, devido a amputações e/ou limitações semelhantes de movimento, força e controle. Tiro com Arco em Cadeira de Rodas 2 (ARW2) - Arqueiros na classe ARW2 possuem paraplegia e mobilidade articular limitada nos membros inferiores. Estes atletas requerem uma cadeira de roda para uso diário. Benefícios: Desenvolve a capacidade de concentração e o equilíbrio. Pode ser praticado ao ar livre em equipes e individualmente. Controle da respiração, melhora a coordenação viso motora, aprimora a pontaria. Possibilita a indivíduos com mobilidade reduzida desfrutar da modalidade e competir com sucesso. Recomendações: é necessário que o praticante tenha auxilio de alguém para a recuperação da flecha.
Curiosidades: Um dos fatos mais marcantes do tiro com arco paralímpico ocorreu em 1992, na Cerimônia de Abertura da Olimpíada de Barcelona, quando o espanhol Antonio Rebollo, duas vezes medalhista paralímpico, atirou a flecha que acendeu a Pira Olímpica, declarando, assim, o início do maior evento esportivo do mundo.
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