CENTENÁRIO LAR, DOCE LAR SANTISTA A FESTA JÁ ESTÁ PREPARADA. sERÁ QUE ELA VAI ACONTECER TAMBÉM DENTRO DE CAMPO i pág. 03
Com hotel, Corinthians completa estrutura de primeiro mundo para os profissionais. Agora só falta o estádio ficar pronto! i pág. 04
TÁ LÁ O FUTEBOL ALÉM DAS 4 LINHAS i nº 02
IMAGEM ARRANHADA Há três anos sem título e há dois sem jogar a Libertadores, Tricolor se reformula E CONTA COM LUÍS FABIANO para voltar a vencer. pág. 06
À ESPERA DA ARENA
eu voltei!
Palmeiras começa o ano sem casa. Pacaembu é o lugar escolhido para receber os jogos do Verdão i pág. 08
Os tradicionalíssimos XV de Piracicaba e Comercial não jogavam o Paulistão desde o século passado i pág. 10
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agora é pra valer
O
pontapé inicial da temporada 2012 do futebol brasileiro foi dado com o início dos campeonatos estaduais espalhados pelo país. Ao mesmo tempo, o Tá Lá! entra em campo para não mais sair. Depois do aperitivo de dezembro, a publicação passará a ser semanal. Todo fim de semana, mais uma edição fresquinha chegará às suas mãos. O destaque desta edição de começo de ano é mostrar como cada um dos grandes clubes do estado chega para
TÁ LÁ
que melhor se reforçou no país para 2012. Leão já tem os ovos, resta saber se conseguirá fazer um bom omelete. Já para o Verdão faltam bons ingredientes e Felipão continua batendo cabeça com a diretoria. Ao menos, ganhou a queda de braço com Frizzo e conseguiu fechar a contratação do atacante Barcos, que ele tanto queria. Além dos problemas que tem que tentar resolver o mais rápido possível, o Palmeiras segue sem casa. A Arena Palestra Itália só fica pronta no ano que vem. Ao menos, o time não deve ser tão itinerante quanto foi em 2011 e adotar o Pacaembu para mandar a maioria de seus jogos durante a temporada 2012. Esses são os principais assuntos da edição, que fala também das novidades no Campeonato Paulista. Uma delas é o retorno dos tradicionalíssimos Comercial e XV de Piracicaba à primeira divisão. Leia, se divirta e, depois, interaja com a gente no site: www.talanet.com.br
O Periódico “TÁ LÁ”, de distribuição semanal, e estritamente no município de São Paulo, observa formato, conteúdo e distribuição de acordo com as disposições legais e infralegais pertinentes, especialmente a Lei Municipal nº 14.517, de 16 de outubro de 2007. Declaram ainda os editores que os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores, e não correspondem à opinião do Periódico, o mesmo ocorrendo com os anúncios e ações publicitárias, cabendo a responsabilização direta dos seus subscritores e anunciantes. Diretor Executivo e Editorial: Dirceu Pereira Jr. - Editor Chefe: Fernando Gavini - Projeto Gráfico e Diagramação: M.Veras Design Gráfico Reportagens: Fernando Gavini, Paulo Kehdi, Diógenes Menon e João Henrique Pugliesi - Impressão: Gráfica Prol - Contato Comercial - Dirceu Pereira Jr (11) 5574.8910 - dirceu@aureaeditora.com.br - Versão Digital - www.talanet.com.br - Contato: contato@talenet.com.br
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Fernando Gavini Editor-chefe gavini@talanet.com.br
enfrentar os desafios de 2012. O Corinthians ampliou sua casa. Agora tem também hotel no CT, que já era um dos mais modernos do país, e pela primeira vez proporcionou ao técnico Tite usar as dependências do local para realizar a pré-temporada. O maior desafio do Timão mais uma vez será tentar acabar com o tabu de jamais ter vencido uma Libertadores. O atual campeão da competição terá um ano agitado. Em 2012, o Santos completa o seu centenário. Será mais um time a passar pela maldição dos 100 anos? Entre os grandes clubes brasileiros, apenas o Vasco teve sucesso quando chegou a essa idade. Foi em 1998, quando o clube conquistou o título da Libertadores. São Paulo e Palmeiras começam o ano em baixa se comparado com seus rivais. O Tricolor, apesar da imagem arranhada pelo segundo ano seguido fora da Libertadores e o terceiro sem títulos, reagiu. Reformulou o elenco e fez boas contratações. Aliás, foi o clube
O ex-corintiano Willian, atualmente no Shakthar Donetsk, da Ucrânia, curtiu a primeira edição do Tá Lá!, publicada em dezembro. A capa falava do confronto entre Messi e Neymar no Mundial de Clubes sob o título: “A hora da verdade”. Quem se deu melhor foi o Barça do craque argentino, que goleou o Santos, da estrela brasileira, por 4 a 0.
paulistão 2012 1a rodada
2a rodada
3a rodada
21/01/2012 - sábado
25/01/2012 - sábado
28/01/2012 - sábado
17h00 – Corinthians x Mirassol – Pacaembu 17h00 – Portuguesa x Paulista – Canindé 17h00 – Ituano x Guaratinguetá – Novelli Júnior 19h30 – XV de Piracicaba x Santos – Barão de Serra Negra 19h30 – Guarani x Oeste – Brinco de Ouro 19h30 – Comercial x Linense – Palma Travassos
17h00 - Mirassol x Catanduvense – Municipal de Mirassol 17h00 – Botafogo x XV de Piracicaba – Santa Cruz 19h30 – Oeste x São Paulo – Fonte Luminosa 19h30 – Ponte Preta x Bragantino – Moisés Lucarelli 19h30 – Paulista x Comercial – Jaime Cintra 21h50 – Palmeiras x Portuguesa – Pacaembu 21h50 – Linense x São Caetano – Gilbertão 22h00 – Guaratinguetá x Corinthians – Dario Rodrigues Leite
17h00 – São Paulo x São Caetano - Morumbi 17h00 – Oeste x Mirassol – Amaros 19h30 – Botafogo x Comercial – Santa Cruz 19h30 – XV de Piracicaba x Bragantino – Barão de Serra Negra 19h30 – Portuguesa x Guaratinguetá – Canindé
22/01/2012 - domingo 17h00 – Bragantino x Palmeiras – Nabi Abi Chedid 17h00 – São Paulo x Botafogo – Morumbi 19h30 – São Caetano x Ponte Preta – Anacleto Campanella 19h30 – Catanduvense x Mogi Mirim – Sílvio Salles
APOIADORES DO TÁ LÁ:
26/01/2012 - domingo 19h30 – Mogi Mirim x Guarani – Romildo Ferreira 21h00 – Santos x Ituano – Vila Belmiro
29/01/2012 - domingo 17h00 – Corinthians x Linense – Pacaembu 17h00 – Catanduvense x Palmeiras – Silvio Salles 19h30 – Paulista x Santos – Jaime Cintra 19h30 – Guarani x Ituano – Brinco de Ouro 19h30 – Mogi Mirim x Ponte Preta – Romildo Ferreira
santos
POR Diógenes Menon
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Festa não vai faltar!
E títulos? Foto: Gazeta Press
Divulgação
Em 2011, Santos ganhou a Libertadores e o Paulista. no ano em que o peixe completa 100 anos, será que vai repetir a dose?
Cem anos contados nos
muros do CT rei pelé
O
ano de 2012 marca o centenário de uma das camisas mais tradicionais do futebol mundial: a do Santos Futebol Clube. Sem se resignar ao poderio de seu três “primos da capital”, o clube da Baixada Santista construiu, ao longo destes cem anos, uma história de glórias, que passa pela apresentação de Pelé ao mundo e pela consequente consolidação de uma marca conhecida internacionalmente. Para celebrar essa trajetória, a diretoria santista preparou uma extensa série de ações comemorativas, algumas delas desenvolvidas desde antes do dia do aniversário. “O nosso centenário já começou com o lançamento da marca e conceito ‘Meninos para Sempre’. Também fechamos com Pelé para ser nosso rosto do Centenário, lançamos o Navio do Centenário e o Programa Sócio Rei, com o qual pretendemos chegar à marca expressiva de 100 mil associados”, enumera Armêmio Neto, diretor de Marketing do clube. Uma festa para todos - O centenário do Santos não será celebrado apenas com megaeventos, como grandes shows de música, cruzeiros marítimos e jantares de gala. O objetivo maior é
usar a arte como forma de divulgar e preservar a imagem e a história do clube. Festivais de música, cinema, teatro, exposições de artes plásticas e desfiles de escolas de samba serão utilizados para enriquecer o acervo cultural do Santos. “A filosofia do Centenário do Santos é ser uma festa abrangente e popular, que envolva o santista de todos os cantos do planeta. Quem não puder participar fisicamente, terá oportunidade de concorrer aos muitos concursos programados – fotos, filmes, poesias, frases, etc – e acompanhar os eventos pela Internet. Não será, como em outros clubes, um centenário de cima para baixo, feito apenas para uma elite de torcedores”, argumenta Armênio Neto. “Além disso, as ações mais emblemáticas serão os evento do dia 14 de abril, em que shows simultâneos acontecerão em Santos e São Paulo; o amistoso internacional comemorativo do centenário - partida que acontecerá entre o time do Santos contra um time formado por 100 crianças; uma semana de sessões de cinema que passarão os principais jogos do Peixe na história; um relógio com contagem regressiva
na praia; uma trilogia de filmes, que começa em abril, com o filme do centenário... enfim, é um calendário complexo e extenso, que ainda reserva uma série de surpresas”, adianta o diretor. Armênio Neto também confirma que o Santos estuda, junto a sua nova patrocinadora, uma maneira de internacionalizar as comemorações. Contudo, já está certo que ações em mídias sociais e a Santos TV serão ferramentas importantes neste sentido. O diretor faz questão de ressaltar que o ano de 2012 não pode se transformar num motivo de cobranças excessivas no campo esportivo, como em outros centenários comemorados por demais clubes: “Não vamos transformar o centenário em obsessão por títulos. Títulos são fruto de trabalho e temos caminhado bem nesse sentido. O mais importante é o momento institucional, o crescimento da nossa torcida, a conquista definitiva dos corações das crianças que estão apaixonadas pelos Meninos da Vila e, fundamentalmente, enaltecer o orgulho de torcer para esse time fantástico e centenário.”
Já em andamento, o projeto “Santos – 100 anos de Futebol Arte” consiste na pintura de todo o muro do Centro de Treinamento Rei Pelé com a figura de jogadores históricos do clube, como forma de resgatar a trajetória vitoriosa do Peixe. Desenvolvido pelo artista Paulo Consentino, a instalação tem por objetivo homenagear os ídolos do time que fizeram história. Os muros que cercam o CT Rei Pelé nunca receberam atenção especial e não raro era um espaço sujo e recheado de pichações alheias. A ideia de usá-lo como painel para contar a história santista surgiu da necessidade de valorizar o espaço, ao que a diretoria entrou em contato com Paulo Consentino, para decorar o local. “Queremos transformar o muro do CT em um dos pontos turísticos obrigatórios na maravilhosa cidade de Santos”, destaca Consentino.
“Devemos pintar cerca de 300 imagens, divididas em 10 painéis em ordem cronológica, com jogadores e times perfilados”, conta o artista. “Teremos ainda um símbolo, que é o peixe, e duas estrelas estilizadas representando a conquista dos dois mundiais”, acrescenta o artista. Os painéis contarão com imagens de todas as gerações, desde Urbano Caldeira, que dá nome ao estádio, até a atual formação, com Neymar e Paulo Henrique Ganso. “São jogadores que marcaram época, como Clodoaldo e Carlos Alberto Torres. Vamos buscar desde o passado distante, com ênfase às décadas mais vitoriosas, que revelaram mais ídolos. Atletas que simbolizaram suas épocas”. A execução dos desenhos teve início em abril de 2011 com previsão de entrega dos 2.682 m2 do muro em abril de 2012, mês do centenário.
centenário santista Marketing artístico 100 Anos de Futebol Arte Calendário do Centenário Campanha de doação de objetos históricos Concurso para escolha do logo e slogan do Centenário Festival de Curtas Filme Centenário do Santos Filme Meninos da Vila Livro 100 Jogos, 100 Ídolos
Programação 28/12/2010 – Lançamento do Concurso para escolha do logo e slogan do Centenário (em andamento); 28/02/2011 – Início da Campanha de Doação de Objetos Históricos para acervo do Memorial das Conquistas; 13/04/2011 – Lançamento do Calendário do Centenário; 14/04/2011 – Início das pinturas dos muros do CT Rei Pelé (projeto 100 Anos de Futebol Arte); Junho/2011 – Previsão de lançamento do livro “100 Jogos, 100 Ídolos”. Abril/2012 – Lançamento em DVD do filme “Santos - 100 Anos de Futebol Arte” 2013 - Lançamento do filme “Meninos da Vila”
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corinthians
POR POR DIOGENES MENON
Investimento Foto: Gazeta Press
para não gastar mais
Com novo hotel NO CT JOAQUIM GRAVA, por ano, o
Corinthians vai economizar R$ 1 milhão
U
m dos grandes reforços do Timão para essa temporada não foi trazido do exterior ou adquirido após uma longa novela de negociações. O novo xodó que atualmente centraliza a atenção de diretoria e elenco é o hotel do Corinthians, recém-inaugurado no CT Joaquim Grava, na zona leste da capital. Quando o Corinthians entrar em campo para enfrentar o Mirassol, sábado, no Pacaembu, terá terminado sua primeira pré-temporada na história feita integralmente dentro de seu próprio centro de treinamento. “Além da facilidade e da exclusividade que isso representa para o elenco, poder nos alojar em nosso próprio espaço significa uma economia de cerca de R$ 1 milhão por ano, se considerarmos os gastos que tínhamos com hotéis de luxo para concentração e resorts no interior para pré-temporada”, calcula Raul Corrêa da Silva, diretor financeiro do alvinegro. Além de 32 quartos duplos, a nova casa corintiana conta ainda com um auditório para preleções e palestras, um restaurante e cozinha com capacidade para servir 60 pessoas, salas de fisioterapia e massagem, além de espaços de lazer, como salão de jogos, internet e leitura. Raul Corrêa revela que o investimento total no CT Joaquim Grava foi de R$ 50 milhões, sendo R$ 15 milhões especificamente para o hotel – ainda resta a construção de um campo de grama sintética e uma quadra de tênis no complexo. Antes do hotel, o CT corintiano já contava com estrutura para reabilitação e fisioterapia dos atletas, piscina interna e hidromassagem, quatro campos para treinamento, aparelhos de musculação, laboratório de biomecânica, vestiário dos atletas e sala de imprensa. A ideia
do clube é a de não mais precisar sair de casa para as futuras pré-temporadas e concentrações. Segundo Raul Corrêa, o renomado arquiteto Rui Otake se inspirou naquilo que havia de mais moderno na Europa em termos de estrutura esportiva para desenhar o projeto do centro de treinamentos do Timão. Contudo, ele lembra que “a comissão técnica e o elenco também foram ouvidos, para que o projeto se adequasse às necessidades específicas dos profissionais de futebol”. Os equipamentos podem se tornar fontes de renda extra para o clube, na medida em que sejam solicitados por delegações de fora de São Paulo. Mais
do que isso, “este é o primeiro passo para que o CT esteja pronto para receber uma seleção na Copa de 2014”, afirmou, à época da inauguração, o médico Joaquim Grava, um dos maiores responsáveis e homem que batiza o complexo corintiano. Com o CT e o hotel prontos e o estádio em construção, o próximo passo do Corinthians para incrementar sua estrutura esportiva será a construção do CT das categorias de base, também no terreno da zona leste. “Já andamos um pouco neste sentido, embora o projeto, propriamente, ainda esteja no papel. Com certeza será nossa próxima meta”, conclui o Raul Corrêa.
INFRAESTRUTURA DO ct Prédio do Hotel Local tem 32 apartamentos. Durante a pré-temporada, ficam dois atletas por quarto. Na concentração antes dos jogos, como o número de hóspedes será menor, ficará um jogador por espaço. Prédio anexo • Sala de tecnologia e estatísticas; • Sala do supervisor de logística • Espaço amplo dividido com três salas, para monitoramento de câmeras, sistema de telefonia e TV Corinthians • Sala para reuniões sem jogadores. Lab-Corinthians-R9 Complexo de aplicação da biomecânica para prevenção de lesões. No local, atletas medem força de contato e velocidades das articu-
lações em corrida, salto e chute. Mede-se também força e reação durante aceleração e desaceleração, além de análise de como esforço afeta articulações e os músculos. CePROO Sala de musculação, fisioterapia, piscina aquecida e vestiários Sala de imprensa Para até cem jornalistas Templo Ecumênico Capela para orações Espaço externo • Mini-ginásio, com aval da FIBA (basquete) e FIVB (vôlei) • Piscina descoberta • Churrasqueira • Quadra de tênis
São Paulo “empata” e também
inaugura hotel em Cotia Após perder a disputa com o Corinthians para ter seu estádio como palco de abertura da Copa 2014, o São Paulo não ficou atrás de seu rival e inaugurou, no início deste ano, seu hotel no Centro de Formação de Atletas (CFA) Laudo Natel, em Cotia. Ruy Ohtake também assina o projeto arquitetônico do Tricolor, que conta com 75 apartamentos divididos em três pavimentos. No local, ficarão alojados a equipe principal, a comissão técnica e o pessoal de apoio. Até o presidente Juvenal Juvêncio “reservou” sua suíte, para acompanhar de perto esta que é a pré-temporada de estreia do empreendimento. “Temos o que há de melhor para realizarmos uma preparação digna. No CFA, os atletas e comissão técnica terão a tranquilidade suficiente para descansar e trabalhar, fundamentais nesta época de pré-temporada. Ainda promoveremos a integração entre as categorias, o que será de grande importância”, avalia o diretor de futebol Tricolor, Adalberto Baptista. Atento ao conforto, o projeto das suítes do hotel são-paulino conta com duas camas, bancadas com cadeiras, televisor com recepção de sinal via satélite, ar condicionado, iluminação indireta com design italiano, luzes de led individuais para leitura, piso alemão, internet wi-fi e telefone, além da
São Paulo, de Luís Fabiano, fez a pré-temporada em Cotia decoração com motivos relacionados ao clube. Também há no alojamento uma suíte master (presidência), com dois banheiros, um deles com banheira de hidromassagem, além de dois ambientes independentes, sendo um deles uma sala de reuniões. Para o lazer dos jogadores, estão à disposição um salão de jogos e uma sala de convivência, com um deck panorâmico. O prédio aproveita a iluminação natural por meio de amplas sacadas e aberturas envidraçadas no centro do edifício. O CFA possui ainda um núcleo de Reabilitação Esportiva, Fisioterápica e Fisiológica (Reffis) e doze campos de futebol, sendo o principal com uma arquibancada para 1,5 mil pessoas, com dimensões e gramado semelhantes ao estádio do Morumbi. A obra do hotel começou em abril de 2010 e custou cerca de R$ 8 milhões.
Com acordo de R$ 2 milhões, Palmeiras não pensa em hotel Quando finalizava os detalhes do projeto que daria forma à nova Arena Palestra, na virada de 2008 para 2009, a então diretoria do Palmeiras consultou o arquiteto português Tomás Taveira a respeito da construção de um hotel, dentro das dependências do clube. Uma das grandes referências da arquitetura esportiva europeia, Taveira é responsável, entre outros, pelos projetos dos estádios de Sporting, União Leiria e Aveiro, todos utilizados com sucesso na Eurocopa 2004. O português sugeriu construir um alojamento, com padrões internacionais, no local onde se localizava o ginásio principal do clube. A WTorre desenhou o projeto com as ideias de Taveira e a diretoria ficou de captar os recursos para a construção. E isso foi tudo. Este foi o ponto mais próximo que o Verdão esteve de possuir seu próprio hotel. “Quando mudou a presidência, em 2011, tudo foi deixado para trás. Aliás, esse tipo de atitude é comum no Palmeiras e vem atravancando o clube há anos”, declara Genaro Marino. Um dos vices da gestão Luiz Gonzaga Belluzo, Marino se refere à posse de Arnaldo Tirone e à subsequente interrupção dos projetos iniciados na antiga gestão. “Tínhamos ainda um Projeto de Lei aprovado para a construção de um centro de treinamento, por exce-
lência, em São Roque. Seria a Academia 3. Até o Ministério dos Esportes havia aprovado o projeto. Como está isso? Parado. Porque a atual cúpula entende que isso valorizaria não o clube, mas um grupo específico de conselheiros. E assim segue o Palmeiras: vítima de egoísmos”, dispara Marino. Atualmente, o Verdão mantém uma parceria em forma de permuta com a rede de hotéis IHG, que garante a utilização de suítes no Holiday Inn Parque Anhembi, zona norte, em troca da cessão de espaços publicitários na Academia de Futebol e no Centro de Treinamento da equipe. O acordo possibilita ao Palmeiras um lucro de R$ 2 milhões por ano. O clube gastaria por ano R$ 1 milhão de hospedagem, mas como o espaço de publicidade custa R$ 3 milhões, a empresa paga a diferença para o Verdão. Ainda que os termos pareçam vantajosos, a parceria não escapa das críticas - como tudo no Palestra Italia: “Tem história de jogador que ficou na janela escutando os shows que aconteciam ali do lado (Arena Anhembi) até o meio da madrugada. Isso não é concentração”, considera um conselheiro que pediu para não ser identificado. Iniciado em abril de 2011, o contrato original prevê um ano de acordo entre Palmeiras e IHG, com possibilidade de renovação.
bastidores
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um dia na vida do
dr. sÓcrates R
ibeirão Preto, 2008. Escalado pelo Esporte Espetacular lá fui eu fazer uma grande entrevista com Sócrates sobre os 30 anos da contratação dele pelo Corinthians. Cheguei um dia antes, na quarta-feira à noite para evitar qualquer contratempo. No dia seguinte pela manhã eu ligo pra casa do DR. e a empregada me avisa: o Sócrates foi para São Paulo. Sem entender nada logo consigo falar com ele pelo celular. “Pô Marcelão eu marquei com você aqui em São Paulo”. Embora a entrevista tivesse sido marcada em um dia em que ele estivesse em Ribeirão não valia a pena discutir. O jeito foi ficar mais um dia na quente cidade do interior paulista, fazer imagens dos lugares frequentados por ele e entrevistar alguns amigos como o cineasta Fernando Kaxassa. E tomar um choppinho no fim do dia no Pinguim, claro, porque ninguém é de ferro. Na sexta a entrevista foi feita, no Cine Caim, um dos projetos bancados pelo Magrão em Ribeirão Preto, que dá a
oportunidade para que crianças carentes frequentem o cinema. Sócrates revisitou a carreira, falou sobre timidez, dificuldade em sair do interior e encarar a cidade grande, etc e tal. Em um determinado momento perguntei se ele seguia alguma religião. E ele falou sobre o espiritismo, que havia começado a seguir a religião, porque havia percebido que todas as pessoas com quem ele se relacionava e se dava bem eram espíritas. Essa parte não foi para o ar, porque o objetivo era resgatar a carreira do Magro, mas fica aqui o registro, porque li depois que Sócrates continuou seguindo a religião e por isso sempre demonstrava serenidade nas idas e voltas do hospital, antes de morrer. Depois da entrevista ficamos mais um bom tempo conversando e nem vi o tempo passar. Preocupado em não perder o voo de volta para São Paulo, Sócrates me tranquilizou: “Isso aqui não é São Paulo não. Dá pra chegar em cima da hora, deixa que eu te dou uma carona.”
Na carona, conversamos como se fossemos velhos amigos (eu já havia feito outras entrevistas com ele, a maioria por telefone) e ele me fez revelações amorosas. Falou sobre uma famosa cantora por quem havia se apaixonado, comentou sobre a paixão que estava vivendo naquele momento e que o deixava dividido, porque ainda estava casado. No aeroporto devia faltar uns 15 minutos para o embarque, mas ele me tranquilizou: “Faz lá o check in e eu te espero no bar pra gente tomar a saideira.” Tomamos a saideira até que em um determinado momento ele me disse: “Agora é melhor você ir porque as pessoas já estão entrando no avião”. E eu fui embora, mas ficamos de marcar outros encontros em Ribeirão ou em São Paulo, onde ele já era um dos apresentadores do Cartão Verde, da TV Cultura. Foi lá, na TV Cultura, aliás, que o vi pela última vez. Liguei porque a gente precisava de uma sonora dele para um vt
Marcelo Tieppo Jornalista, foi repórter em diversos jornais. Na Globo, foi editor-executivo do Esporte Espetacular e hoje trabalha como editor na Record.
Sócrates e amigos durante encontro na choperia Cine Clube Caiun, em Ribeirão do Esporte Fantástico. Era véspera da Copa do Mundo da África e o Magrão atendia algumas pessoas algumas pessoas antes de entrar no ar. “Marcelão, eu tô cheio de gente pra dar entrevista, mas você eu atendo”.
E lá fui eu com a produtora Glenda Carqueijo. Ele chegou quase em cima da hora, mas conseguimos gravar antes de o programa entrar no ar. Sócrates Brasileiro já estamos com saudade.
06 são paulo
POR PAULO KEHDI
arranhada Ao contrário do que muitos pensam, a ausência do São Paulo na Libertadores da América não traz prejuízos financeiros significativos para o clube, mas sim institucionais
Fotos: Gazeta Press
João Paulo de Jesus Lopes (à esq.) explica que o prejuízo financeiro só não é maior porque a Conmebol paga muito pouco aos clubes que disputam a Libertadores
N
ão há como negar a identificação do São Paulo com a Libertadores da América. Dono de três títulos (marca igualada somente pelo Santos ano passado), o Tricolor do Morumbi encara uma dolorida ausência no principal torneio sul-americano pelo terceiro ano consecutivo, isso depois de bater mais um recorde nacional, de sete participações consecutivas, entre 2004 e 2010. Porém, engana-se quem acha que quem mais sofre com isso são os cofres do clube. Em entrevista exclusiva para o Tá Lá!, João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol, explica que os maiores danos estão relacionados à marca São Paulo Futebol Clube. “A torcida são paulina evidentemente ficou chateada com a não classificação para a Libertadores. Não há um movimento explícito contra a diretoria, pelo
contrário, recebemos manifestações de apoio pelas últimas contratações, mas é verificado que camisas e demais produtos licenciados sofrem uma queda nas vendas. Porém, a grande verdade é que a Confederação Sul Americana de Futebol (Conmebol) paga muito mal aos que participam da competição. Basta fazer um comparativo com o Campeonato Paulista. Enquanto a Federação Paulista de Futebol vai desembolsar R$ 10 milhões para os quatro grandes, por um pacote que inclui a exploração publicitária dentro do estádio e as cotas de TV, a Conmebol paga aproximadamente metade disso pelo mesmo pacote (o time campeão da Libertadores em 2012 receberá aproximadamente R$ 8 milhões, segundo informou a própria Conmebol). Existe uma pressão dos clubes para que esses valores sejam renegociados, mas
não encontramos respaldo na CBF. Nossa Confederação simplesmente ignora essa questão, não apóia os clubes em suas reivindicações, o que é lamentável”. Porém, após o desabafo, faz uma ressalva com relação à parte financeira. “Temos uma perda de arrecadação, isso é inegável. Dados estatísticos mostram que a média de público no Morumbi em jogos da Libertadores é de aproximadamente 40 mil pessoas. Considerando um preço médio de R$ 40 no ingresso e imaginando-se que a equipe chegasse a final (14 jogos) teríamos uma arrecadação em torno de R$ 22 milhões. E, óbvio, a Libertadores é a porta de entrada para o Mundial de Clubes da FIFA, competição importantíssima, que dá visibilidade. Por outro lado é preciso considerar que, apesar da ausência da Libertadores,
Pantera das Américas é o primeiro desafio da temporada Adversário do São Paulo na abertura do Paulista, o Botafogo de Ribeirão Preto é um dos mais tradicionais clubes de São Paulo. O apelido “Pantera das Américas” teve origem durante uma excursão que o time fez em 1962, por gramados argentinos. Na chegada dos jogadores ao Brasil, o Botafogo recebeu o apelido pelo jornal “A Gazeta Esportiva”, pela excelente campanha realizada. Ao todo foram 14 jogos com 9 vitórias (entre elas, uma sobre o Boca Juniors por 2 x 1 em plena La Bombonera e outra sobre o Estudiantes por 5 x 2), 3 empates e apenas 2 derrotas.
Sua fama de revelar craques não foi conquistada a toa, já que diversos jogadores saíram de lá para o estrelato e defenderam a seleção brasileira. Ao todo foram sete convocações: Tim (1938), Baldochi (1970), Sócrates (19821986), Raí (1994), Cicinho (2006) e Doni (2010). A melhor campanha do time de Ribeirão Preto em Campeonatos Paulistas se deu em 2001, quando conquistou o vice-campeonato, após perder para o Corinthians na decisão. Para disputar o Paulistão 2012, o Botafogo contratou 22 jogadores. Os mais conhecidos são o goleiro Márcio e o
Botafogo, de Lori Sandri, contratou 22 jogadores para o Paulistão lateral Raul, ex-Atlético-PR, o zagueiro Gustavo Bastos, ex-Avaí, e os atacantes Talles Cunha, ex-Internacional, e Taubaté, ex-Corinthians. O técnico será Lori Sandri, que dirigiu o Noroeste em 2011.
o time conquistou lugar em outras duas competições, a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana. Ou seja, é preciso considerar o ganho que teremos com esses torneios. Se houver uma boa campanha, com certeza o torcedor são-paulino vai prestigiar e parte do prejuízo será parcialmente ou totalmente coberto”. Jesus Lopes vai além e cita toda a logística que a principal competição sul-americana exige. “Se você pega times mexicanos a coisa complica ainda mais. Em edições passadas tivemos que fretar um Boeing 737 e desembolsamos algo em torno de US$ 250 a 400 mil por viagem, dependendo do destino e do número de escalas necessário”. Questionado se a Copa Sul-Americana não exigiria o mesmo esforço, Lopes explicou que apesar de similaridades, existem diferenças significativas. “As competições são internacionais, porém a Copa Sul-Americana tem uma fase nacional, menos jogos e nenhum mexicano”. Outro ponto levantado foi quanto ao espaço cedido na camisa. Haveria uma desvalorização nesse sentido com a eliminação do time? “Não acredito nisso. Basta dizer que em 2010, quando participamos pela última vez da Libertadores, nossos patrocínios renderam R$ 17 milhões ao clube. Em 2012 a expectativa é que
possamos arrecadar algo em torno de R$ 30 milhões”. Se os cofres são paulinos não sofrem tanto com a ausência na Libertadores, todo o planejamento de elenco é modificado com essa mudança. E novamente a lógica imaginada não encontra respaldo nas palavras de Lopes. “Ao contrário do que muitos imaginam, a eliminação na Libertadores é compensada pela participação em outros torneios. Ao invés de três, iremos disputar quatro competições em 2012, podemos chegar ao absurdo de disputar 84 partidas. Isso exige um elenco mais amplo e qualificado, todo o planejamento é complexo e, nesse sentido, mais oneroso. Porém, temos que enxergar o jogador como um patrimônio. Se gastamos com ele é porque acreditamos em seu potencial. Se esse potencial se confirmar, seu passe irá se valorizar”. Lopes imagina que o elenco do São Paulo tenha que ser composto por 34, 35 jogadores. “Se fossemos disputar apenas a Libertadores, 28 atletas seriam suficientes”. E na contratação de reforços é enfático. “Temos um ótimo relacionamento com o Leão e com a Comissão Técnica. Sempre os consultamos, mas a palavra final é da diretoria. Nós é que decidimos quem vem e quem não vem”.
Jadson é o principal
reforço para 2012 Foto: Divulgação
imagem
o meia custou R$ 9 milhões e mais 30% dos direitos de Wellington Depois do fracasso na temporada passada, quando o time não conseguiu chegar à final do Paulistão, foi eliminado pelo Avaí na Copa do Brasil e pelo Libertad da Copa Sul-Americana e terminou apenas em sexto lugar no Campeonato Brasileiro, fora da zona da Libertadores, a diretoria do São Paulo resolveu fazer uma reformulação no elenco. A principal contratação foi o meia Jadson, ex-Shakthar Donetsk. Segundo o clube ucraniano, o Tricolor desembolsou 4 milhões de euros (aproximadamente R$ 9 milhões) pelo jogador e ainda cedeu 30% dos direitos econômicos
do volante Wellington. Além de Jadson, o São Paulo fechou com o volante Fabrício, do Cruzeiro, com o lateral-esquerdo Bruno Cortês, do Botafogo, com o zagueiro Paulo Miranda, do Bahia, alem do meia Maicon e do zagueiro Edson Silva, que vieram do Figueirense. Deixaram o Morumbi, o veterano Rivaldo, que não teve seu contrato renovado, o atacante Dagoberto, que foi para o Internacional, o zagueiro Xandão, para o Sporting, de Portugal, o meia Carlinhos Paraíba, para o Omyia Ardija, do Japão e o volante Jean, para o Fluminense.
portuguesa
POR PAULO KEHDI
O SONHO DO PRIMEIRO TÍTULO PAULISTA
100% LUSA Portuguesa quer manter a boa fase que levou o time ao topo da Série B corintiano falecido em dezembro do ano pasado. “Claro que é uma satisfação vencer Corinthians, assim como é vencer o Palmeiras e o São Paulo. Quer queira, quer não, a vitória fica para história”, comemora Jorginho. Ninguém pode negar a riqueza histórica do time, mas também não há como não reconhecer a carência de títulos que a equipe apresenta. Se comparada com os outros grandes do futebol de São Paulo, a Portuguesa está a quilômetros de distância. O Corinthians é o maior vencedor do Campeonato Paulista, com 26 conquistas, seguido de Palmeiras (22), São Paulo (20) e Santos (19). A Portuguesa tem apenas 3 títulos (1935,36 e 73), atrás até de agremiações que nem existem mais como clubes profissionais de futebol, como o Paulistano (11) e o São Paulo Athletic (4), clube de Charles Miller e que nada tem a ver com o tricolor do Morumbi. Não bastasse apenas os três troféus na prateleira, as histórias dos títulos da Lusa são repletas de fatos curiosos e, de certa forma, todos foram divididos. Explica-se. As duas primeiras conquistas (35/36) foram conseguidas dentro de um cenário de cisão no futebol paulista. O de 1973 acabou dividido com o Santos por causa de um erro de arbitragem. Fotos: Gazeta Press
“Temos que correr atrás, mas estabeleci algumas metas. No Paulista é obrigação ficar entre os oito finalistas. Depois, no mata-mata, seja o que Deus quiser. Podemos ser a quinta força, então temos que, no mínimo, ficar em quinto. Se isso não acontecer, o Brasileiro será complicado. Se não conseguirmos no Paulista, como podemos desejar algo a mais no Brasileiro?”. Assim Jorginho define as chances da Portuguesa no Campeonato Paulista, competição pela qual o clube estreia neste sábado contra o Paulista no Canindé. Ele tem os pés no chão, mas o torcedor sonha, principalmente depois da brilhante campanha que deu à Lusa o título da Série B de 2011. A estreia será sábado, no Canindé, contra o Paulista. A vitória no amistoso sobre o Corinthians por 1 a 0, quara-feira, no Pacaembu deu ainda mais força ao time, que quer surpreender no Paulistão. “Estamos trabalhando forte para manter o ritmo de 2011. Vamos tentar chegar bem no Paulista e no Brasileirão para levar a Lusa de volta ao lugar dela, entre os grandes”, disse o meia Henrique, que negou uma proposta do Corinthians para permanecer no Canindé. O resultado deu à Portuguesa o Troféu Sócrates, que foi disputado no amistoso em homenagem ao ídolo
Time da Portuguesa que dividiu o título com o Santos de Pelé
LAMBANÇA DE ARMANDO MARQUES
DIVIDIU O TÍTULO DE 1973 Se em 1935 e 1936 haviam dois campeonatos, o título de 1973 foi realmente dividido. Portuguesa e Santos foram declarados campeões. O regulamento daquele ano determinava que o campeão do 1º turno enfrentasse o campeão do 2º. No 1º turno, a Lusa fez campanha medíocre, com duas vitórias, seis empates e três derrotas, terminando na 8º colocação entre 12 participantes. Porém, no 2º turno o time fez jus ao seu potencial e conquistou a primeira posição de forma invicta, com sete vitórias e quatro empates. O Peixe, por sua vez, terminou esse turno apenas na quinta posição e a maioria dos especialistas na época apontava a equipe do Canindé como favorita ao título A decisão foi no Morumbi, que naquele 26 de agosto recebeu mais de 116 mil pagantes, recorde para a época. Após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, os times foram decidir a taça nos pênaltis. Zé Carlos, do Santos, perdeu o primeiro pênalti, que Zecão defendeu. Isidoro, da Lusa, perdeu
o segundo, que Cejas defendeu. Carlos Alberto fez o primeiro do Santos, a seguir. Calegari, da equipe do Canindé, falhou na cobrança seguinte. Depois Edu fez o segundo gol do Peixe e Wilsinho, da Lusa, mandou a bola na trave. Ainda faltavam executar as cobranças Pelé e Leo para o Santos, Cabinho e Basílio para a Portuguesa, mas o árbitro Armando Marques precipitou-se
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e declarou vitória alvinegra mesmo com o adversário ainda tendo chance de empatar. A versão oficial fala que a Lusa abandonou o campo em protesto, mas o fato é que o então técnico Oto Glória, percebendo o engano aritmético de Armando, fez o time descer rapidamente para o vestiário para deixar o estádio em seguida, sem banho, é claro. Quando o erro foi percebido, Marques quis chamar a Portuguesa novamente para o campo, mas os jogadores já estavam perto do Canindé...No dia seguinte, as duas equipes foram declaradas campeãs pela FPF. Porém, um fato precisa ser enfatizado. Durante o tempo normal de jogo, um gol do centroavante da Portuguesa Cabinho foi anulado por impedimento e os fanáticos torcedores afirmam de pé junto que o bandeirinha errou. Até hoje esse lance gera controvérsias (não há registro de imagem da jogada) e o atual presidente da Lusa, Manuel da Lupa, em entrevista à Rádio Bandeirantes após a conquista da Série B em 2011, declarou que “o verdadeiro campeão paulista de 1973 é a Portuguesa”, citando o gol de Cabinho, também chamado de “gol fantasma”.
OUTROS ANOS COM DOIS CAMPEÕES PAULISTAS 1913 1914 1915 1916 1926 1927 1928 1929
Americano e Paulistano São Bento e Corinthians Associação Atlética das Palmeiras e Germânia Paulistano e Corinthians Palestra Itália e Paulistano Palestra Itália e Paulistano Corinthians e S.C. Internacional Corinthians e Paulistano
DISPUTA POLÍTICA FEZ CAMPEONATOS
DE 35 E 36 TEREM DOIS CAMPEÕES
OS VENCEDORES DO CAMPEONATO PAULISTA
26 TÍTULOS
22 TÍTULOS
22 TÍTULOS
19
TÍTULOS
OUTROS VENCEDORES 11 Paulistano 04 São Paulo Athletic 03 Portuguesa 03
A.A. das Palmeiras
02
Germânia
02
S.C. Americano
02
Internacional
02
A.A. São Bento
01
São Caetano
01
São Paulo da Floresta
01
Ituano
01
Bragantino
01
Inter de Limeira
Nos dois primeiros títulos da Portuguesa, em 1935 e 1936, o Campeonato Paulista teve dois campeões. Na época existia a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) e a Liga Paulista de Futebol, entidades que espelhavam uma crise maior, nacional, entre a então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e a recém-criada Federação Brasileira de Futebol (FBF), com sede em São Paulo. A diferença entre a CBD e a FBF era simples. Enquanto a primeira defendia o futebol amador, a segunda abraçava a causa do profissionalismo. Pois bem. A APEA tomou partido da FBF, enquanto a Liga Paulista continuava demonstrando seu apoio a CBD. Alguns clubes paulistas, entre eles a Portuguesa, filiaram-se a APEA, enquanto outros permaneciam fiéis à Liga Paulista, dentre os quais os chamados três grandes da época Corinthians, Palmeiras (então
como Palestra Itália) e Santos. O Campeonato Paulista de 1935, organizado pela APEA, teve originalmente nove participantes (Estudantes, Humberto I, Independente, Jardim América, Ordem e Progresso, Portuguesa, São Caetano, Sírio e Ypiranga), mas o Independente abandonou a competição depois de uma derrota para o São Caetano, na segunda rodada, reduzindo o número para oito. No final do campeonato, Ypiranga e Portuguesa terminaram empatados em pontos, levando a decisão para dois jogos-desempate, realizados nos dias 5 e 12 de janeiro de 1936. O primeiro terminou 2 a 2 e, no segundo, a Portuguesa venceu por 5 a 2, ganhando o título. Já o torneio organizado pela Liga Paulista de Futebol contou com sete times (Corinthians, Hespanha, Juventus, Palestra Itália, Paulista, Portuguesa Santista e Santos). Disputado
no sistema de todos contra todos em dois turnos (como o da APEA), acabou com a primeira conquista paulista do Peixe. Em 1936, já numa demonstração de força da CBD e de enfraquecimento da FBF, o campeonato organizado pela Liga contava com 12 times (Albion, Corinthians, Estudantes, Hespanha, Juventus, Lusitano, Palestra Itália, Paulista, Portuguesa Santista, Santos, São Paulo – que daí em diante não deixou mais de disputar o campeonato – e São Paulo Railway), enquanto que a APEA conseguiu reunir apenas sete agremiações (1º de Maio, Humberto I, Ordem e Progresso, Portuguesa, São Caetano, Tremembé e Ypiranga). Na Liga, o Palestra foi campeão, enquanto no campeonato da APEA, disputado em pontos corridos, a Portuguesa levou o título com um ponto de vantagem sobre o Ypiranga.
08 palmeiras
sem teto até a casa nova
ficar pronta
caldeirão verde
Fotos: Gazeta Press
João Henrique Pugliesi
Farpas entre Felipão e diretoria deixam o clima tenso no verdão
Divulgação
Maquete do futuro estádio do Palmeiras que será entregue em 2013.
O
Palmeiras estreia na temporada 2012 como visitante. Vai enfrentar o Bragantino em Bragança Paulista. Mas quando tiver seu primeiro jogo como mandante, na quarta-feira, dia 25, contra a Portuguesa, o Verdão também não jogará em casa. Sem o velho e tradicional Palestra Itália, que foi demolido e está ganhando cara nova, o time vai jogar no Pacaembu. Em 2011, a equipe desfilou por cinco gramados diferentes e, apesar de passar em branco no que diz respeito à conquista de títulos, nos jogos em que o clube foi mandante os resultados vieram. Em 34 partidas diante do seu torcedor, envolvendo Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Copa Sul-americana e Campeonato Brasileiro, o time de Felipão venceu 20, foram nove empates e apenas cinco derrotas. A equipe marcou 53 gols e sofreu 22. Nestas 34 partidas, o palco, que mais recebeu os jogos do Verdão, foi o Paulo Machado de Carvalho, justamente o local escolhido para os jogos do Paulistão deste ano. Em 2011, 16 vezes o time atuou no Pacaembu. O Canindé, que muitos palmeirenses já estavam considerando a nova casa, recebeu 13 partidas. “Nossos atletas gostam do Canindé. É como se lá fosse o nosso Palestra. São 15 mil torcedores bem juntinhos e isso ajuda nossa equipe”, dizia Felipão. A Arena Barueri viu uma vitória por 3 a 0 diante do Linense, pelo Paulistão, e a derrota por 2 a 0 para o Coritiba, no Campeonato Brasileiro. O Palmeiras ainda disputou uma partida em São José do Rio Preto (estreia no Brasileirão com vitória por 1 a 0 diante do Botafogo do Rio) e um jogo em Presidente Prudente (vitória por 2 a 1 diante do rival Corinthians também no Brasileirão). É evidente que não jogar em seu estádio traz um prejuízo ao clube. Só de aluguel por cada partida, o Palmeiras paga no Pacaembu o mínimo de R$ 22 mil e
o máximo de R$ 53 mil. Já no Canindé, esse preço varia entre R$ 15 mil e R$ 37 mil, além de outras taxas que são mais caras no estádio municipal. Financeiramente falando o Canindé é mais vantajoso. No entanto, após derrota para o Figueirense, os jogadores do Palmeiras foram hostilizados por lusitanos, que comemoravam o acesso da Portuguesa à Série A, e houve brigas entre torcedores. Por esta razão, a diretoria fez os três últimos jogos como mandante no último Brasileirão fora do Canindé: pegou o Coritiba, na Arena Barueri, e Vasco e São Paulo, no Pacaembu. Mas os prejuízos de agora podem render bons frutos num futuro próximo. A Nova Arena Palestra Itália deve ficar pronta pelo projeto inicial em abril do ano que vem. O acordo entre o clube e a WTorre, empresa responsável pela construção do novo estádio, é de exploração da Arena por 30 anos, a partir do início das obras, que ocorreu em outubro de 2010. Além da renda total dos jogos, o Palmeiras receberá participação de receitas oriundas de patrocínios, camarotes e shows. Um investimento de mais de R$ 330 milhões que irá transformar o antigo Palestra Itália numa Arena Multiuso, construída de acordo com os padrões do Caderno de Encargos da Fifa. A Nova Arena terá 45 mil lugares cobertos, 166 camarotes para até 2 mil pessoas, além de contar com um restaurante panorâmico, lanchonetes, lojas, centro de convenções e estacionamento para 1.500 carros. Na ocasião da realização de shows, a capacidade poderá aumentar para 60 mil pessoas. Ídolos da torcida alviverde, como Ademir da Guia e o goleiro Marcos, figuram como uma espécie de garotos-propaganda do novo projeto. Eles serão lembrados também em um museu que será construído e aberto à visitação pública, que registrará os feitos destes ex-jogadores, bem como as conquistas e troféus memoráveis do clube.
Aquela velha história de ano novo, vida nova, não se aplica à Sociedade Esportiva Palmeiras. Pelo menos nos bastidores. O ano nem bem começou e o ambiente no clube continua pesado com troca de farpas entre o técnico Luiz Felipe Scolari e a diretoria, mais especificamente entre Felipão e o vice-presidente Roberto Frizzo. Depois da vitória por 1 a 0 diante do Ajax, da Holanda, Felipão concedeu entrevista coletiva e disparou contra a diretoria, que já havia sido alvo dos 20 mil torcedores que compareceram ao Pacaembu. Sem citar nomes de quaisquer dirigentes do seu clube, o comandante do Palmeiras disse que tem pedido a contratação de alguns
jogadores, mas a postura da diretoria tem atrapalhado no momento de fechar o negócio. “Eu pedi o Jonas (lateral do Coritiba), mas daí começaram a fazer piadinhas daqui e dali e o jogador acabou não acertando”, criticou Felipão, referindo-se às brincadeiras do vice Roberto Frizzo, que ao observar que Jonas estava acertando sua transferência para o Santos, disse: “É uma vontade bíblica já que Jonas encontraria a baleia”, uma alusão aos mascotes da Vila Belmiro. Este não foi o único caso citado por Luiz Felipe Scolari. “Pelos mesmos motivos, perdemos também o Wagner (meia que acertou com o Fluminense). O Wagner era quase nosso, mas algu-
mas piadinhas mal colocadas fizeram o jogador não querer mais o clube. É deboche e eu perco os jogadores. Vocês (Imprensa) têm que perguntar a quem faz essas piadinhas. Enquanto continuar o deboche, ninguém vai querer jogar no Palmeiras”, resmungou Felipão. Ataques de um lado, contragolpes do outro. Roberto Frizzo se defendeu das acusações de Felipão. “É uma bobeira. Não fiz piada nenhuma pra depreciar ninguém. Eu faço isso para não comentar com a imprensa qualquer contratação em andamento. Falar que minhas piadas prejudicam seria a mesma coisa em dizer que os jogadores do Palmeiras ficaram chateados com o que ele
Scolari anda desanimado no Verdão. Segundo ele, a própria diretoria atrapalha as contratações do clube
disse sobre contratar camarões. Ele não quis dizer que os atuais jogadores eram piores. Ou quis?”, rebateu Frizzo. Por enquanto, o único reforço de “peso” contratado pelo Palmeiras foi o argentino Barcos, da LDU, do Equador.
2012 com poucas mudanças O torcedor do Palmeiras precisa ter muita paciência com o seu time na temporada 2012. Nos primeiros dias do ano, a principal notícia foi a aposentadoria do goleiro Marcos. A diretoria encontra dificuldades para reforçar o elenco e logo na reapresentação dos jogadores para o reinício das atividades na Academia de Futebol, o torcedor levou faixas, protestando e exigindo um time competitivo, que entre nas competições não só para participar, como também para brigar por títulos, escassos nos últimos anos. Após duas décadas de excelentes serviços prestados à coletividade alviverde, o goleiro Marcos, carinhosamente apelidado por seus torcedores de “São Marcos”, anunciou a aposentadoria no último dia 11. “A partir de agora, o goleiro Marcos morreu, mas o Marcos que ama o Palmeiras continua vivo e disposto a ajudar no que for preciso”, disse o ex-número 12 do Palmeiras, pentacampeão do mundo com a Seleção Brasileira, em 2002. Marcos vai deixar saudade não só aos torcedores do Palmeiras, como também a são-paulinos, corintianos, santistas, enfim ao torcedor brasileiro. “Eu sempre respeitei todas as camisas e todos os torcedores. Respeito e sou respeitado. Foi assim que meu pai me ensinou”, analisou Marcos, que agora vai ficar mais próximo do torcedor e cobrando bons resultados do lá de fora. “Agora eu darei entrevistas com mais tranqüilidade pois não jogarei mal e nem sairei de campo derrotado”, brincou.Como mais um torcedor entre milhares, Marcos esteve no Pacaembu acompanhando de perto da vitória magra (1 a 0) do Palmeiras diante do Ajax, da Holanda, no último amistoso antes da estreia do time no Campeonato Paulista. “Por ser um começo de temporada, o time até que se comportou bem e diante de um adversário que está no meio de competições importantes. Mas o time precisa de reforços sim”, avaliou o mias novo “corneteiro” do Verdão.
Nem mesmo o gol de cabeça salvador de Pedro Carmona, aos 48 minutos do segundo tempo, que deu a vitória ao Palmeiras no primeiro jogo do ano, foi capaz de apagar a má imagem deixada pelo time de Luiz Felipe Scolari, que apresentou a mesma falta de criatividade verificada no ano passado, vivendo das jogadas de bola parada de Marcos Assunção e dos lampejos de Valdvia. Aliás, o meia chileno dividia com o goleiro Marcos e o atacante Kleber o peso da responsabilidade. Mas o aposentado Marcos e o Gladiador Kléber, atualmente no Grêmio, fazem parte do passado. “Sempre vou ser cobrado, mas eu nunca me considerei ídolo no Palmeiras, até porque eu não sou brasileiro. O Palmeiras precisa se reforçar. Não pode ter apenas 20 jogadores para disputar o Campeonato Paulista, a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-americana”, desabafou Valdívia.
Depois de quase duas décadas de carreira, o goleiro Marcos decidiu se aposentar
paulistão 2012 09
João Henrique Pugliesi
Bragantino já foi uma pedra
no sapato do Palmeiras O VERDÃO, de Dorival Júnior, foi eliminado pelo Bragantino no Paulista de 1989
C
ampeão paulista em 1990 e vice campeão brasileiro em 1991. Estes foram os momentos mais marcantes nos 84 anos de fundação do Clube Atlético Bragantino. O time de Bragança Paulista vai estrear no Campeonato Paulista, no domingo (dia 22), no estádio Nabi Abi Chedid, o Nabizão (capacidade para 17 mil torcedores), contra um adversário que há algum tempo tinha dificuldade para superá-lo. O Bragantino já foi apontado como algoz do Palmeiras. Essa história de superioridade do time do Interior começou a ser constatada em 1989. O Palmeiras tinha um timaço, que era comandado por Émerson Leão, atualmente técnico do São Paulo. Na primeira fase do Campeonato Paulista daquele ano, havia feito a melhor campanha. O time tinha, inclusive, faturado a Taça dos Invictos, prêmio que era entregue pelo jornal “A Gazeta Esportiva” ao time que ficasse o maior número de jogos sem perder na competição. E o time do Palestra Itália estava sem perder há 23 jogos. Mesmo assim o favorito ao título sucumbiu diante do Massa Bruta,
apelido carinhoso dado pelos torcedores ao representante da cidade de Bragança Paulista, que inclusive na época era o caçula da primeira divisão. O Palmeiras, que completava 13 anos sem ganhar um título, perdeu só um jogo naquele campeonato e justamente para o Bragantino, por 3 a 0, que culminou com a desclassificação do poderoso Palmeiras. O Bragantino, comandado pela família Chedid até os dias de hoje, viveu momentos de glória oriundos da conquista do estadual de 90 naquela que ficou conhecida como a “final caipira” entre Bragantino e Novorizontino, onde o time comandado pelo então desconhecido Vanderlei Luxemburgo, levou a taça com muita justiça, e do vice campeonato brasileiro, em 91, numa decisão com o São Paulo, de Telê Santana. Em 91, o time já era comandado por Carlos Alberto Parreira. Mas aos poucos, o time foi caindo de rendimento. Mesmo em decadência, complicava a vida do Palmeiras. Na Copa Mercosul de 1996, o Bragantino recebeu o alviverde e aplicou uma go-
leada por 5 a 1. No jogo de volta, em São Paulo, o Palmeiras fez 3 a 0, placar insuficiente para o Verdão continuar na competição sul-americana. Desde este jogo que ficou marcado em 1989 até 1997, ano que marcou a última vitória do Bragantino, foram disputados 22 jogos entre os dois clubes, sendo oito vitórias do time do Interior, oito da equipe da Capital e seis empates. As maiores pedras no sapato verde incomodaram mesmo entre os anos de 89 e 92, quando o Palmeiras ficou oito jogos consecutivos sem vencer o Bragantino. Atualmente a situação se inverteu. Existe um tabu favorável ao Palmeiras nos últimos anos. De 1997 pra cá, foram disputadas apenas sete partidas entre as duas equipes, com cinco vitórias do Palmeiras e dois empates. No Paulistão do ano passado, em jogo realizado no Canindé, o Palmeiras venceu pelo placar de 3 a 0, com dois gols de Thiago Heleno e um de João Vítor. No domingo (dia 22), na abertura do Paulistão 2012, um novo capítulo será escrito na história entre Palmeiras e Bragantino.
Primeira campeã do interior
Fotos: Gazeta Press
amarga a terceira divisão
Time campeão de 1986: o maior momento da história da Inter
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rimeiro clube do interior a conquistar o título de campeão paulista, em 1986, a Inter de Limeira vai jogar a Série A-3 do Estadual em 2012. Mas a situação já esteve pior. Em 2009, o time ficou em 18o. na terceira divisão e foi rebaixado para a quarta. Ao menos, só permaneceu por lá por um campeonato.
Terminou entre os quatro primeiros e subiu de novo. A última vez que a Inter de Limeira disputou a primeira divisão do Campeonato Paulista foi em 2005. Naquele ano, a equipe fez uma péssima campanha e terminou na última colocação. Foram apenas três vitórias em 19 partidas, que fizeram o time terminar qua-
tro pontos atrás do Atlético Sorocaba, que foi o penúltimo colocado. Além do título paulista de 1986, a Inter de Limeira chegou a disputar a Série A do Campeonato Brasileiro por dois anos seguidos. Em 1989 terminou em 16o. lugar, mas no ano seguinte foi rebaixado e nunca mais voltou à elite nacional.
O algoz do Verdão entre 1989 e 1997 25/05/89 07/06/89 10/06/89 12/05/90 26/08/90 05/04/91 14/08/91 24/10/91 19/02/92 16/08/92
Bragantino 1 x 1 Palmeiras Palmeiras 2 x 0 Bragantino Bragantino 3 x 0 Palmeiras Palmeiras 0 x 0 Bragantino Bragantino 1 x 1 Palmeiras Palmeiras 0 x 2 Bragantino Palmeiras 1 x 1 Bragantino Bragantino 0 x 0 Palmeiras Bragantino 1 x 0 Palmeiras Bragantino 1 x 0 Palmeiras
Rival da final caipira
volta ao futebol profissional Derrotado pelo Bragantino na final caipira que decidiu o Campeonato Paulista de 1990, o Novorizontino encerrou suas atividades em 1999. Agora, 13 anos depois, o clube vai voltar ao futebol profissional. Em 2012, vai disputar a Série B, que é a quarta divisão estadual. Fundado em 1973, o Tigre passou a ser comandado pelo empresário Jorge Ismael de Biasi quatro anos depois. Foi aí que o clube se tornou profissional e passou a disputar os campeonatos da Federação Paulista. Logo chegou à primeira divisão e a ser um dos times mais difíceis de ser batidos, principalmente quando jogava em Novo Horizonte. Mas problemas de saúde, que o levaram à morte pouco tempo depois, fizeram Biasi se afastar do Novorizontino em 1994. O clube foi arrendado à família Chedid, dona do Bragantino. Nessa época, as dívidas se multiplicaram, o que obrigou o time a fechar as portas em 1999. A volta ao futebol profissional só
vai acontecer neste ano graças ao apoio outra vez da família Biasi. Jorginho, filho de Jorge Ismael de Biasi, resolveu investir outra vez no futebol. Nos dois últimos anos, o clube já disputou campeonatos de base e chegou a hora de recomeçar a vida na quarta divisão. A promessa é a de que jogadores como Alessandro Cambalhota, ex-Corinthians, e Esquerdinha, ex-Palmeiras, que moram em Novo Horizonte, defendam a equipe no campeonato.
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paulistão 2012
POR FERNANDO GAVINI
De dublê a ator principal:
é o XV de volta à elite Fotos: Gazeta Press
O time de piracicaba foi campeão da A-2 ano passado derrotando o Guarani na final
Doná, goleiro do XV, disputa bola com Toninho na final de 1976
Vice em 1976 foi o grande momento do clube no Paulistão
A
dversário do Santos na estreia do Campeonato Paulista, o XV de Piracicaba disputa a Série A-1 do Estadual pela primeira vez desde 1995. O feito foi obtido em grande estilo, com a conquista do título da A-2, derrotando o Guarani na decisão. Muitos são os heróis desta escalada da equipe, que conseguiu dois acessos seguidos, pulando da A-3 direto para a elite, mas nenhum é tão importante quanto o técnico Moisés Egert. Ex-centroavante que defendeu o clube em 2002, Moisés se casou e fixou residência em Piracicaba. Convidado pelo clube, passou a trabalhar nas categorias de base, mas em pouco tempo passou a ser assistente técnico do time profissional. Foi exatamente aí que começou a virada na vida dele e também na do XV. O ano era 2010, o XV de Piracicaba disputava a Série A-3 do Campeonato Paulista. No comando estava o
técnico Nei Silva e o time começou muito mal a competição. Nos quatro primeiros jogos, nenhuma vitória e apenas um ponto somado. A derrota para o Juventus na Rua Javari por 2 a 1 deixou o time em penúltimo lugar, na zona de rebaixamento para a quarta divisão. Foi a gota d’água, o treinador foi demitido e Egert assumiu o cargo. “Eu sempre brinco que nos momentos de perigo é que entra o dublê. Sabia que se não desse certo eu corria o risco de deixar o clube e ser obrigado a recomeçar minha carreira em outro lugar. Mas topei o desafio e deu certo”, relembra Egert. O dublê logo se tornou ator principal. O XV de Piracicaba conseguiu reagir e terminou a fase de classificação em sétimo lugar. Na fase final, terminou em segundo lugar no Grupo B e subiu junto com a Ferroviária. O grande momento, no entanto, ainda estava por vir. O título da Série A-2 coroou o trabalho e trouxe de volta
à elite um dos times mais tradicionais do interior do Estado. “Foi muito trabalho e planejamento. Fizemos o grupo acreditar que era possível ser campeão e conseguimos. Agora temos tudo para fazer um grande Campeonato Paulista e honrar as tradições do XV”, diz o treinador. Alguns reforços vieram, como o meia Anaílson, 33 anos, que deixou o Atlético Goianiense após o Campeonato Brasileiro do ano passado, mas a base campeã em 2011 foi mantida. “Esse é o nosso segredo. Mantivemos a base de 2010 para 2011 e agora estamos fazendo a mesma coisa. Assim fica mais fácil implantar a filosofia de trabalho e também para adaptar os novos reforços”. Palavras de quem sabe do que está falando: Moisés Egert, que em dois anos a frente do XV de Piracicaba fez o que todos os técnicos que passaram pelo clube desde o rebaixamento em 1995 jamais haviam conseguido.
O ano de 1976 é inesquecível para o torcedor do XV de Piracicaba. Foi a temporada em que o Nhô Quim obteve sua melhor colocação no Campeonato Paulista. Ficou com o vice-campeonato, atrás apenas do Palmeiras, a Academia de Ademir da Guia, Leivinha e companhia. Depois de fazer uma campanha mediana na primeira fase, o XV conseguiu uma vaga entre os 12 melhores que disputariam a fase decisiva, que seria disputada em turno único e quem fizesse mais pontos levaria o título.
O único grande que brigou pelo título foi o Palmeiras. O Santos não chegou nem à fase final, enquanto o São Paulo terminou em 7o. e o Corinthians em 11o. A briga para valer foi entre o Verdão e os times do interior como o XV, o Guarani, o Botafogo de Ribeirão Preto e o América de São José do Rio Preto. O título foi conquistado com uma rodada de antecedência. No dia 18 de agosto de 1976, o Verdão derrotou o XV de Piracicaba por 1 a 0 com um gol de Jorge Mendonça e ficou com o caneco.
Abertura do Paulista 2012 será em Piracicaba O confronto entre os campeões da A-1, o Santos, e da A-2, o XV de Piracicaba, vai abrir o Campeonato Paulista. A partida está marcada para começar às 19h30 no Estádio Barão de Serra Negra, mas muita coisa vai acontecer antes da bola rolar. Uma festa organizada pela Federação Paulista de Futebol vai acontecer no gramado. Desde a abertura dos portões, DJs vão animar a torcida que for ao estádio. Os mascotes dos 20 clubes que vão disputar a competição serão apresentados, além das garotas que concorrem ao prêmio Gata do Paulistão.
A cerimônia de abertura contará com a apresentação da Orquestra Paulistana de Viola Caipira, que vão tocar três músicas para o público de Piracicaba, além de executar o hino nacional depois que os dois times estiverem em campo. A expectativa é por um grande público na partida de estreia do Campeonato Paulista. Ano passado, o XV de Piracicaba terminou com a sexta melhor média de torcedores por partida entre todos os times das quatro divisões do Estadual. Na final da Série A-2, quase 20 mil torcedores assistiram à vitória nos pênaltis sobre o Guarani.
GORDUCHINHA: a bola da Copa de 2014 A Campanha Gorduchinha 2014 tem como objetivo batizar a bola da Copa de 2014 de Gorduchinha, nome eternizado pelo famoso bordão de Osmar Santos: Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha!
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meteórica o Comercial de ribeirão preto está de volta 26 anos depois
O
dia 17 de agosto de 1986 ficou marcado na memória dos torcedores do Comercial. O time de Ribeirão Preto venceu o Santos no Estádio Palma Travassos por 2 a 1, mas o resultado não serviu para salvar o time do rebaixamento. Foi a última partida do Bafo na primeira divisão do Campeonato Paulista. Um quarto de século se passou e só agora o clube está de volta à elite. A estreia será sábado, em casa, contra o Linense, às 19h30. O curioso é que o Comercial há bem pouco tempo esteve muito perto de fechar as portas. Foi salvo pelo empresário Nelson Lacerda, que assumiu a gestão do clube no final de 2009 e passou a administrá-lo como uma em-
presa. Os resultados apareceram muito mais rápido do que o mais otimista dos torcedores do time poderia imaginar. Em 2010, conseguiu o acesso da A-3 para a A-2 apesar de ter ficado em quinto lugar no campeonato, mas foi beneficiado pelo fato do Votoraty ter se licenciado da Federação Paulista. Em 2011, veio a conquista da tão sonhada e esperada vaga na primeira divisão com o quarto lugar na A-2. “O Comercial eu conheci quando o pessoal pediu ajuda para salvar o estádio que estava para ser leiloada. Eu tenho um escritório de advocacia com filial em Ribeirão e ajudei o clube gratuitamente, tanto na parte jurídica e também em alguma coisa financeira, e conseguimos salvar o estádio. No
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de falido À ascenção
ano seguinte, patrocinei o time, mas de longe, nem vinha ver o clube. E em novembro de 2009 aceitei o convite para assumir a gestão do clube”, conta o empresário, baiano de nascimento, cujo escritório tem filiais espalhadas por todo o Brasil. “Eu era Bahia na minha terra, Corinthians em São Paulo, Grêmio no Rio Grande do Sul e Vasco no Rio. Agora não sou mais nenhum . Sou comercialino. Foi preciso muito trabalho e muito investimento para criar uma cultura profissional e fazer uma gestão corporativa dentro de um clube de futebol. Mas é emocionante, estamos conseguindo um sucesso muito grande. É uma coisa que faço com muito prazer”, revela Lacerda. Quando a Lacerda Sports assumiu o Comercial, a situação era caótica. Atolado em dívidas, até a luz havia sido cortada. A experiência do empresário no futebol tinha apenas a ver com a parte jurídica, já que prestava serviço na parte de direito esportivo para Grêmio e Internacional. Mas o que fez a diferença para transformar a equipe de Ribeirão Preto foi uma outra área de sucesso do escritório. “Nós temos um departamento de gestão muito grande, especializado em recuperação de empresas. Já salvamos mais de três mil. É uma coisa que sei fazer muito bem. Já fui presidente de multinacional. Então, gestão
Aos 35 anos, o veterano Fabão é um dos principais reforços do time de Ribeirão Preto é uma coisa que eu conheço. Estamos fazendo no Comercial a mesma coisa que fazemos na nossa empresa e nas empresas que salvamos”, define. Para fazer uma boa campanha na volta à elite do Campeonato Paulista, o
O interior vai pegar O fogo no Paulistão
Fotos: Gazeta Press
O dérbi campineiro entre Guarani e Ponte Preta e o clássico Come-Fogo vão aguçar as rivalidades
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paulistão 2012
s retornos de Guarani e Comercial à primeira divisão do Campeonato Paulista trazem de volta os principais clássicos do interior à elite do futebol do Estado. O Bugre terá a oportunidade de enfrentar sua arqui-rival, a Ponte Preta na 15a. rodada, dia 25 de março, no Moisés Lucarelli. Já o Bafo terá pela frente o Botafogo já na terceira rodada, dia 28 de janeiro, no Estádio Santa Cruz. O Come-Fogo não acontece na primeira divisão desde 1986. Naquele ano, quando o Comercial acabou rebaixado, as equipes se enfrentaram duas vezes com dois empates: 2 a 2 no Santa Cruz e 0 a 0 no Palma Travassos. Em 2011, os confrontos aconteceram na Copa Paulista, disputada no segundo semestre, e os resultados
Comercial apostou na contratação de reforços experientes. Os mais conhecidos são o zagueiro Fabão, ex-São Paulo e Santos, que estava no futebol chinês, e o meia Romerito, campeão da Copa do Brasil de 2008 pelo Sport.
foram dois empates por 1 a 1. O Botafogo acabou ficando pelo caminho na competição, enquanto o Comercial chegou à final, mas perdeu o título para o Paulista de Jundiaí. Nos números gerais, a vantagem é do Botafogo 57 vitórias contra 41 do Comercial e 55 empates. O Bafo, no entanto, mantém um tabu desde 2008 sem perder do rival. De lá para cá foram duas vitórias e três empates. No dérbi campineiro, a vantagem ainda é do Guarani. Em 187 jogos, foram 65 vitórias do Bugre contra 60 da Macaca e 61 empates. Em 2011, no entanto, só deu Ponte. Nos dois confrontos disputados pela Série B, foram duas vitórias: 2 a 0 no Moisés Lucarelli com gols de Ricardinho e Ricardo Jesus e 3 a 0 no Brinco de Ouro com gols de Renato Cajá (2) e Ricardo Jesus.
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