Revista aviNews Brasil Outubro 2021

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avicultura.info

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OS RUMOS DO BEM-ESTAR NA AVICULTURA:

POEDEIRAS



06

Aves Geneticamente Modificadas como Novos Biorreatores Alejandro Casado-Santos, Margarita M. Marqués, Yolanda Bayón Dpto. de Produção Animal, Faculdade de Veterinária, Universidade de León

16

28

Os Rumos do Bem-estar na Avicultura: Poedeiras Edgar O. Oviedo-Rondón DVM, PhD, Dip. ACPV, MBA Prestage Department of Poultry Science, North Carolina State University, Raleigh, NC, 27606

Por que a Montagem Correta do Alojamento em todo o Aviário é Importante? Equipe Técnica Aviagen

22

ENTREVISTA Enriquecimento Ambiental para Perus de Corte na BRF Mariana Modesto

Diretora de Sustentabilidade da BRF

1 aviNews Brasil Outubro 2021


54

Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-Glucano: Uma Revisão E. L. Bordin MV, patologista

36

Como você pode aumentar a Lucratividade na Produção de Aves?

62

Equipe Técnica Biochem Brasil

Diagrama de Ishikawa aplicado ao Processamento do Frango Eduardo Cervantes Lopez

Consultoria Internacional - Gerência Produtiva e Inovadora em Processamento de Aves Site: www.icproave.com

42

Biomarcadores para Monitorar a Integridade Intestinal e a Inflamação em Frango de Corte Guillermo Tellez-Isaias1 e A. Gregorio Rosales2

Departamento de Ciências Avícolas, Universidade do Arkansas, Fayetteville, AR 2 Consultor em Sanidade Avícola, Athens Alabama 1

50

Tecnologia de Subunidade: a Nova Geração das Vacinas para Salmonellas Carlos Dalle Mole

Gerente de Biológicos Vetanco

2 aviNews Brasil Outubro 2021

71

Uso de Análise Preditiva para Melhorar o Desempenho no Incubatório Edgar O. Oviedo-Rondón DVM, PhD, Dip. ACPV, MBA Prestage Department of Poultry Science, North Carolina State University, Raleigh, NC, 27606


80

Importância do Tamanho das Partículas dos Ingredientes para Qualidade da Ração e Desenvolvimento do Trato Digestivo Marley Conceição dos Santos, Leopoldo Malcorra Almeida e Alex Maiorka Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias

87

Lesões Articulares Parte II: Fatores Genéticos e Ambientais Liris Kindlein

Médica Veterinária, Dra, Professora e Pesquisadora da UFRGS - Área de concentração: inspeção e tecnologia de carnes, pescado e derivados; condenações e qualidade de carcaça, fisiologia animal voltada à produção de carne

Direção Técnica aviNews Brasil José Antonio Ribas Junior Engenheiro Agronômo e Diretor Corporativo de Agropecuária na Seara Alimentos

avicultura.info


www.congressodeovos.com.br

CENTRO DE CONVENÇÕES RIBEIRÃO PRETO

22 a 24 de março

2022


O

fato de o Brasil ser hoje o maior exportador e terceiro maior produtor de frango do mundo nos dá a condição interessante de matriz de produção, resultando em oportunidades, mas também nos colocando desafios. No curto prazo, passamos por desafios na cadeia de suprimentos, muito baseados na questão do grão, por conta da alta do dólar e das movimentações do estoque mundial. O Brasil precisa estabelecer, urgentemente, um plano muito consistente para o abastecimento da cadeia de suprimentos, considerando que temos uma estrutura muito competente de exportação de grãos e muita dificuldade de abastecimento do mercado interno. O setor que mais gera emprego e riquezas para o País deve ser priorizado quanto ao atendimento. Não é sustentável para nossas cadeias de produção abastecer a concorrência externa em detrimento às nossas vantagens competitivas. Vivemos ainda uma condição bastante relevante no que se refere a todo o sistema de fiscalização, checagem da qualidade dos nossos abates. Estamos num momento de transformação, que passa por enfrentar alguns desafios importantes que agridem o custo de operação das indústrias brasileiras. Este processo exige que cada ator deste contexto faça seu papel com urgência e ciência. Um excelente trabalho vem sendo conduzido pelo Ministério da Agricultura no sentido de avançar na modernização do sistema de fiscalização dos abates e de todo o processamento das proteínas no Brasil. Superados esses pontos imediatos, o futuro do setor brasileiro de produção de proteína avícola é muito promissor. Podemos pensar no Brasil, a médio e longo prazo, como o País que alimentará o mundo e um mundo que precisa do alimento brasileiro. Ao mesmo tempo em que atendemos a mercados extremamente exigentes, milhões de pessoas no mundo não têm acesso à proteína animal no dia a dia.

A direção da revista não se responsabiliza pelas opiniões dos autores Todos os direitos reservados Imagens: Noun Project/Freepick/Dreamstime

E a avicultura brasileira tem competência para também atender ambas as demandas. Podemos atender a produção de alimentos do mundo, nos orgulhando de fazê-lo de forma sustentável. Quem mais pode falar sobre isso, melhor do que nós? O Brasil tem ainda 61% de seu território preservado com a vegetação nativa, diferentemente de outros países de dimensões continentais como o nosso país. As novas tecnologias também estão contribuindo para que o nosso setor atue com sustentabilidade, chegando hoje a 15% das grandes agroindústrias com auto suficiência em energia fotovoltaica, por exemplo. Essas mesmas tecnologias aportarão ainda mais eficiência para o nosso setor, nos ajudando a avançarmos ainda mais em nossa competitividade, qualidade e, por consequência, sustentabilidade. Entretanto há lacunas a serem capturadas, entre elas, precisamos focar na formação de profissionais que englobem os domínios sobre a operação de toda essa nova tecnologia e sobre a realidade do campo. Estamos em posição de destaque quanto a cuidados sanitários relacionados à produção. Produzimos 14 milhões de toneladas de frango ao ano, atendendo a mercados exigentes. Neste sentido, a qualidade é um tema relevante, porque a saudabilidade ocupa lugar cada vez mais destacado na mesa das pessoas. Nossas instalações de aves são melhores do que a casa de mais de 800 milhões de pessoas ao redor do mundo. O consumidor precisa conhecer como são realizadas todas as etapas da nossa cadeia produtiva, desde o produtor até o processamento. Isso gera engajamento. A agroindústria precisa dar transparência e visibilidade à sua produção, para que o mundo possa conhecer os altíssimos níveis de competência e ciência que estão envolvidos nesta produção. O mundo continuará demandando alimentos e, nesse cenário, o Brasil tem um potencial de crescimento muito promissor. José Antonio Ribas Jr. Diretor Técnico aviNews Brasil

EDITOR

GRUPO DE COMUNICACIÓN AGRINEWS LLC PUBLICIDADE Luis Carrasco +34 605 09 05 13 lc@agrinews.es Karla Bordin +55 (19) 98177-2521 mktbr@grupoagrinews.com DIREÇÃO TÉCNICA José Antonio Ribas Jr. Engenheiro Agrônomo e Diretor Corporativo de Agropecuária na Seara Alimentos

REDAÇÃO Priscila Beck José Luis Valls Osmayra Cabrera Daniela Morales COLABORADORES Winfridus Bakker Juan Carlos López Mike Czarick Dr. Susan Watkins Rodrigo Castillo Jorge Amado

Brian Jordan Ramiro Hernán Delgado Franco Douglas Waltman Douglas Zaviezo Víctor Naranjo

Tel: +34 93 115 44 15 info@grupoagrinews.com redacao@grupoagrinews.com www.avicultura.info Barcelona - Espanha ISSN (Revista impresa) 2696-8088 ISSN (Revista digital) 2696-8096 Precio: 30 USD Brasil 90 USD Internacional Revista de distribuição gratuita DIRIGIDA A VETERINÁRIOS E TÉCNICOS

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5 aviNews Brasil Outubro 2021


GENETICAMENTE MODIFICADAS COMO NOVOS BIORREATORES AVES

pesquisa

Alejandro Casado-Santos, Margarita M. Marqués, Yolanda Bayón Dpto. de Produção Animal, Faculdade de Veterinária, Universidade de León.

Uma das aplicações mais interessantes da modificação genética em aves é a posibilidade de utilizá-las como biorreatores para a produção de proteínas recombinantes, principalmente de interesse terapêutico.

A tendência de alta deste tipo de tratamento, em forma de vacinas, enzimas, anticorpos monoclonais etc., implica que modelos avícolas como os que são descritos a seguir poderiam se tornar alternativas viáveis aos sistemas de produção convencionais, para poder satisfazer parte dessa demanda crescente de proteínas recombinantes terapêuticas em um mercado global que, segundo as análises, poderia superar os 200 bilhões de dólares em 2023.

6 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


GERAÇÃO DE AVES GENETICAMENTE MODIFICADAS Desde a geração do primeiro animal

No cultivo in ovo é realizada uma

geneticamente modificado, nos anos

abertura na casca do ovo recém-fecun-

80, até hoje, grandes avanços neste

dado (shell windwing) para acessar o

campo têm sido alcançados.

embrião e poder realizar a modificação. Por vezes, o embrião é transferido para

No entanto, muitas das

cascas de outras espécies, de tamanho

estratégias implementadas

maior (surrogate shells), para facilitar a

em mamíferos não foram

manipulação. O referido embrião poderá

diretamente aplicadas em aves,

se desenvolver até gerar um pintinho.

resultando na necessidade de desenvolver metodologias

No cultivo ex ovo, substitui-se o

específicas.

receptáculo natural do ovo por outro suporte, oferecendo maior flexibilidade na manipulação. Neste caso, não é

Um aspecto chave foi a otimização

pesquisa

possível o desenvolvimento normal até a

dos procedimentos de cultivo do

eclosão, porém é muito útil para estudos

embrião, podendo-se diferenciar duas

dos primeiros estágios do desenvolvi-

alternativas (Figura 1):

mento embrionário.

CULTIVO IN OVO

CULTIVO EX OVO

Shell windowing

Surrogate shell

Modificação no ovo recémposto

Desenvolvimento completo

Modificação até ± día 7

Desenvolvimento até ± día 13

Figura 1. Cultivos in ovo e ex ovo

7 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


Em aves, as metodologias de transgenia

Embrião

podem ser aplicadas sobre o embrião, as células sexuais masculinas ou as células germinativas primordiais

Agulha de microinjeção

(Figura 2), destacando recentemente a utilização destas últimas como alvos da

≈ 50.000 células Membrana vitelina

modificação genética.

Cavidade subgerminal

As células germinativas primordiais (PGCs) são as precursoras dos gametas e se originam a partir do epiblasto do embrião, realizando um processo de

pesquisa

migração via sistema vascular, até a crista genital, onde se fomarão as gónadas.

ALVOS DA MODIFICAÇÃO

CÉLULAS GERMINATIVAS PRIMORDIAIS Células Germinativas Primordiais (PGCs)

Em algumas espécies como a galinha, foram estabelecidos protocolos para sua extração de

Células sexuais masculinas

diferentes partes do embrião, tais como a região crescente germinal, a corrente sanguínea, ou

Plasmídeos

as gónadas. Também é possível manter as PGCs em condições de cultivo in vitro, permitindo sua modificação genética a partir, por exemplo, de vetores virais ou plasmídeos que contenham a sequência codificante da proteína de interesse.

Figura 2. Estruturas sobre as quais se realiza a modificação genética em aves

Uma vez modificadas, as PGCs são reintroduzidas em um embrião receptor, ou nas gónodas de um adulto. Gera-se, assim, um indivíduo que, geneticamente, se denomia “quimera”, ao ser portador em sua linha germinal tanto de células próprias, como de outras derivadas das PGCs transplantadas. Seu cruzamento com indivíduos não modificados originará parte da descendência transgênica.

8 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


METODOLOGIA DE TRANSFERÊNCIA GÊNICA Diferente dos mamíferos, onde a microinjeção de DNA no zigoto é de uso frequente para a geração de animais transgênicos, esta técnica é difícil de aplicar em aves. No entanto, é possível realizar no embrião, ainda que, por este conter um número muito elevado de células inclusive em estágios iniciais -, frequentemente são produzidos fenômenos de mosaicismo quando nem todas as células integram o transgene. Uma das estratégias mais eficientes nas aves

série de técnicas englobadas sob a

é a transgênese com vetores virais.

denominação de edição gênica e que

pesquisa

Nos últimos anos foi desenvolvida uma

permitem realizar modificações muito Estes genomas virais modificados, sem

precisas com elevada eficiência.

capacidade replicativa, nos quais se introduz o material genético de interesse,

Entre elas destaca-se o sistema

geralmente são injetados na cavidade

CRISPR/Cas9, cuja descoberta como

subgerminal de embriões no momento

ferramenta de modificação genética

da postura (Figura 3), ou utilizados

recebeu o Prêmio Nobel de Química

sobre cultivos de PGCs.

no ano de 2020.

O sistema se baseia no reconhecimento a partir de um RNA “guia” do ponto preciso do genoma onde se deseja realizar a modificação, e no corte dessa sequência alvo por meio da nuclease Cas9, que atua como uma tesoura molecular. O procedimento permite múltiplas aplicações, desde a inativação de um gene à introdução de uma sequência de interesse para sua expressão.

Figura 3. Utilização de vetores virais sobre o embrião

9 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


AS AVES COMO BIORREATORES As proteínas recombinantes comercializadas para uso terapêutico humano são produzidas, fundamentalmente, em plataformas de cultivo de bactérias, leveduras ou células de mamífero. No caso das aves, o objetivo é a Os dois primeiros sistemas biológicos

acumulação da proteína recombinante no

não permitem determinadas

ovo, que proporciona uma matriz estéril e

modificações proteicas característi-

de fácil acesso.

cas das células de mamíferos e aves, obrigando a modificação posterior in

A utilização das aves como

vitro e encarecendo o produto final.

biorreatores representa uma

Por sua vez, os cultivos de células de

alternativa interessante por sua

mamífero apresentam um custo muito

elevada descendência, curto intervalo

elevado.

geracional e fácil escalabilidade da

pesquisa

produção (Figura 4). Após décadas de pesquisas, a alternativa de utilizar animais transgênicos como

Evita, ainda, os problemas de

biofábricas para a obtenção de proteínas

toxicidade descritos em alguns casos

humanas se tornou uma realidade quando,

de mamíferos transgênicos por meio

no ano de 2006, a UE aprovou a comer-

da corrente sanguínea da proteína

cialização de antitrombina III humana

recombinante.

purificada a partir do leite de cabras transgênicas.

Elevada descendência MAMÍFEROS BACTÉRIAS Escalabilidade de produção

CÉLULAS DE MAMÍFERO

AVES LEVEDURAS

Figura 4. Vantagens das aves como biorreatores ante outros sistemas 10 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores

Acumulação da proteína no ovo


CLARA VS. GEMA Um dos aspectos chave a ter em conta para a produção de proteínas recombinantes em aves é a escolha entre a acumulação da proteína na clara, ou na gema. As proteínas da gema têm, em sua maioria, origem hepática, de onde viajam ao ovário e, consequentemente, por meio da corrente sanguínea, pode desencadear respostas indesejadas no animal. Ao contrário, as proteínas da clara são produzidas nas células excretoras do magnum do oviduto. Esta síntese localizada minimiza os possíveis fenômenos adversos de reabsorção à corrente sanguínea.

pesquisa

Além disso, a clara representa a fração majoritária do ovo. Tudo isso faz desta variante a mais utilizada. Para controlar a síntese proteica, são utilizadas sequências promotoras que controlam o processo de expressão do gen codificante da proteína de interesse. Os promotores mais utilizados são os de proteínas específicas do oviduto, destacando o da ovoalbumina, por ser a proteína mais abundante na clara.

11 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


ESQUEMA GERAL DE UM EXEMPLO PARA PRODUZIR UMA PROTEÍNA RECOMBINANTE HUMANA NA CLARA DO OVO

C

A construção génica é transferida ao cultivo das PGCs, realiza-se um procedimento de seleção daquelas que incorporaram a modificação genética

Na Figura 5 se representa um possível

desejada.

desenho para gerar os animais quimera

pesquisa

fundadores (geração G0) a partir da modificação genética de PGCs (etapas

D

A-D) e os cruzamentos a serem planejados

matozoides dos animais quiméricos

F), destinados à obtenção das fêmeas

assim obtidos (G0) levará integradado o

produtoras da proteína de interesse, que

trasngênico em seu genoma.

se acumulará na clara de seus ovos. A simplificada:

A

E

reconhecimento desta, é comum utilizar

contendo a sequência codificante da

embriões doadores de PGCs (ver

proteína objetivo, controlada pelo

apartado B) de uma raça de plumagem

promotor do gene da ovoalbumina, para

diferente ao embrião receptor.

que a proteína seja produzida de forma

B

cultivados in vitro até sua modificação.

cruzados com fêmeas não modificadas (G1) transgênica. Para facilitar o

o transgênico) é gerada no laboratório,

Obtem-se PGCs de emrbiões de frango,

Estes machos quiméricos (G0) são para obter parte da progênie

Uma construção gênica (plasmídeo com

restringida no oviduto.

na corrente sanguínea de embriões macho, com as quais parte dos esper-

a partir destes animais G0 (etapas E e

seguir, estas etapas são descritas de forma

As PGCs modificadas são introduzidas

F

No caso de a proteína produzida no ovo impedir que as fêmeas transgênicas (G1) tenham descendência, a transmissão da modificação genética à geração G2 e seguintes será realizada via macho.

12 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


As fêmeas que levam o gen humano integrado em seu genoma, sintetizam a proteína no magnum do oviduto e a

A

acumulam na clara do ovo,

Construção gênica

de onde poderá ser isolada e purificada.

Promotor da ovoalbumina

cDNA da proteína recombinante Plasmídeo

D

G0

C

Modificação de PGCs em cultivo

Raça doadora de PGCs

E

Embrião receptor

pesquisa

B

Macho quimérico

F Proteína recombinante

Macho quimérico

Descendência transgênica

Produção de ovos

G1

G2 Proteína recombinante

Fêmea não modificada

Descendência não transgênica

Fêmea não modificada

Produção de ovos

Figura 5. Produção, no ovo, de uma proteína recombinante humana: exemplo de um desenho experimental.

13 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


NA PRÁTICA São inúmeras as pesquisas realizadas, a partir de diferentes projetos, permitindo a produção, em ovo, de proteínas humanas de interesse, entre as quais: hormônio de crescimento ativador tisular do plasminogênio eritropoetina fator de crescimento epidérmico, ou

pesquisa

interferon beta

Na Europa, desde 2015, é comercializada uma proteína terapêutica humana produzida em clara de ovo. É a enzima lipase ácida lisosomal humana recombinante (rhLAL) utilizada como fármaco nos casos de deficiência genética da enzima LAL, associada com problemas de dislipidemia e disfunção hepática.

Este é um dos três únicos fármacos recombinantes gerados em biorreatores animais, que são comercializados hoje (os outros dois são produzidos em leite de cabra e coelho, respectivamente).

14 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


CONCLUSÕES Nos últimos anos grandes avanços foram conseguidos na transgêneses aviárias, sendo possível desenvolver metodologias eficientes, entre as quais a modificação genética de PGCs e a aplicação do sistema CRISPR/Cas9 de edição gênica.

O uso de aves como biorreatores tem se mostrado um sistema eficiente para a produção de proteínas recombinantes humanas, com vantagens como a fácil

pesquisa

escalabilidade, ou a inocuidade voltada aos animais de produção, com o que traz perspectivas promissoras de futuro.

Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores

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15 aviNews Brasil Outubro 2021 | Aves geneticamente modificadas como novos biorreatores


POR QUE A MONTAGEM CORRETA DO ALOJAMENTO EM TODO O AVIÁRIO É IMPORTANTE?

manejo

Equipe Técnica da Aviagen

O Alojamento são os primeiros 7 a 10 dias de vida de um pintinho.

E o objetivo durante esse período é fornecer as condições ideais para o desenvolvimento de seu apetite e seu comportamento alimentar.

Procedimento para a montagem do alojamento em todo o aviário Comece com um aviário: Biosseguro e seco. Limpo e desinfetado. Onde a cama tenha sido espalhada

A montagem correta da área de alojamento fornecerá o melhor começo para um pintinho, para que ele possa continuar a alcançar os altos níveis de desempenho, uniformidade e bem-estar do lote.

uniformemente na área do piso, até uma profundidade mínima de 5 cm (2 pol.).

16 aviNews Brasil Outubro 2021 | Por que a montagem correta do alojamento em todo o aviário é importante?


Equipamentos Divisória de plástico, madeira ou eucatex, com aproximadamente 50 cm (20 pol.) de altura, para delimitar a área de alojamento. Papel para ou cobertura de piso

Bebedouros infantis ou bebedouros adicionais. Um termômetro para medir a temperatura. Um higrômetro para medir a umidade. Medidor de intensidade de luz.

Etapa 1 Coloque o papel para os pintinhos, em toda a área de alojamento, em fileiras paralelas aos sistemas mecânicos de alimentação e água. O papel deve cobrir pelo menos 80% da área de alojamento.

Etapa 2 Abaixe o sistema de alimentação mecânica sobre a cama; verifique se o sistema está nivelado no chão.

Uma fonte de calor.

Se um sistema de bandejas estiver sendo usado, a regulagem dos alimentos na bandeja deve ser ajustada de modo a abrir totalmente.

Procedimento para a montagem do alojamento em todo o aviário

Quando um comedouro de corrente estiver sendo usado, o deslize da regulação de profundidade deve ser ajustado de modo a propiciar o nível mais elevado da alimentação.

Quanto ao alojamento em todo o aviário, recomenda-se reduzir o tamanho da área onde os pintinhos são alojados.

A

Calcule o tamanho correto da área de alojamento necessária.

B

Em seguida, monte a área de alojamento em todo o aviário, assegurando que as divisórias não caiam.

C

Quando os sistemas mecânicos de alimentação e água passam pela área de alojamento, deve-se tomar cuidado para garantir que qualquer lacuna seja bloqueada de modo que os pintinhos não possam escapar.

Permita uma densidade populacional inicial de 40 pintinhos/ m2 (3,7 pintinhos/ ft2).

manejo

alternativo a ser colocada na área de alojamento.

A

B

Ligue o sistema de alimentação mecânica e verifique se todos os comedouros estão cheios e com o nível correto.

Para estimular a atividade, 25 g (0,06 lb) por pintinho devem ser espalhados no papel, com ração fresca adicionada diariamente até o 3° dia.

17 aviNews Brasil Outubro 2021 | Por que a montagem correta do alojamento em todo o aviário é importante?


Etapa 3 Abaixe os bebedouros de modo a permitir o acesso irrestrito dos pintinhos.

As condições ambientais recomendadas no alojamento são: Temperatura do ar: 30,0°C (86,0 °F);

Se estiver usando nipple, permita 12 aves por bico.

Temperatura da Cama: 28,0 - 30,0 °C (82,4 - 86,0 °F);

Se estiver usando bebedouros pendulares, permita 6 deles por 1.000 aves.

UR: 60 / 70%.

Etapa 5 Coloque os bebedouros adicionais ou bebedouros infantis entre a linha principal dos bebedouros e o sistema de alimentação mecânica.

Encha o bebedouro nipple e realize a troca de toda água residual do sistema. Ligue o sistema do bebedouro automatizado e lave o sistema de água residual.

10 bebedouros infantis ou bebedouros adicionais por 1.000 aves.

manejo

Os pintinhos não devem ter de se deslocar mais de 1 m (3,3 ft) para chegar até a água. O ideal é que os comedouros adicionais também sejam colocados na área de alojamento (1 comedouro infantil por 100 pintinhos).

Etapa 4 Todos os sensores eletrônicos ou digitais de temperatura e umidade relativa (UR) devem ser calibrados com medidores convencionais a fim de confirmar a precisão. Coloque os sensores na altura dos pintinhos, na frente, no meio e na parte traseira do aviário. Pelo menos 24 horas antes do alojamento, ligue a fonte de calor principal para iniciar o pré-aquecimento.

Etapa 6 Use um medidor de luz para verificar se a intensidade luminosa de: 30 - 40 lux (3 - 4 fc) é fornecida na altura das aves. Isso deve ser verificado em diferentes locais da área de alojamento a fim de garantir uma distribuição uniforme de luz.

18 aviNews Brasil Outubro 2021 | Por que a montagem correta do alojamento em todo o aviário é importante?


Etapa 7

Etapa 8

Cuidadosamente, descarregue os pintinhos sobre o papel com ração, garantindo a sua distribuição uniforme em toda a área de alojamento.

Monitoramento e registro. Verifique e registre a temperatura no nível dos pintinhos e ajuste-a conforme necessário. Verifique e registre a umidade relativa do aviário e ajuste-a conforme necessário. Verifique e registre a intensidade de luz, bem como a uniformidade da iluminação, e ajuste-as conforme necessário.

manejo

Interpretação dos resultados: Monitore o comportamento dos pintinhos.

Pintinhos:

Pintinhos:

Distribuídos uniformemente.

Amontoados. Barulhentos.

Comendo ração.

Os pintinhos estão com frio.

Bebendo água.

Pintinhos: Espalham-se na extremidade/lateral da área de alojamento. Quietos. Os pintinhos estão com calor.

Descansando. Os pintinhos estão confortáveis.

Nenhuma ação é necessária

Ação necessária. Verifique e ajuste os níveis de temperatura e UR

Ação necessária. Verifique e ajuste os níveis de temperatura e UR

19 aviNews Brasil Outubro 2021 | Por que a montagem correta do alojamento em todo o aviário é importante?


Interpretação dos resultados: Além de monitorar o comportamento das aves, os seguintes fatores também devem ser avaliados: Papo cheio: Se os pintinhos não tiverem os níveis de papo cheio desejados (por exemplo, se estiverem mais de 5% abaixo da meta para cada idade).

Áreas a serem consideradas se as metas acima não forem alcançadas: Ambiente Verifique se os aviários estão préaquecidos antes da chegada dos pintinhos. Verifique se o conforto dos pintinhos é adequado, através de monitoramento e ajustes, se necessário: Temperatura do ar na altura dos pintinhos. Temperatura da cama do aviário.

manejo

Umidade relativa.

Figura 1. Preenchimento do papo. Temperatura de Cloaca: Menor ou superior à recomendada (39,4°C - 40,5 °C [103,0 - 105,0°F]).

Verifique se a intensidade da luz está no nível ideal na área de alojamento. Verifique se as taxas de ventilação estão corretas para os pintinhos.

Alimentos e água Verifique se os pintinhos têm acesso irrestrito ao alimento e à água.

Figura 2. Temperatura da cloaca Mortalidade: se estiver acima do esperado. 7 dias de peso corporal: Se menor que 4 vezes o peso do pintinho com um dia de idade.

Verifique se o alimento está espalhado uniformemente no papel, ocupando pelo menos 80% da área de alojamento. Reponha o alimento no papel, em pequenas quantidades fornecidas frequentemente. Verifique se os bebedouros adicionais (bebedouro infantil) são utilizados.

Por que a montagem correta do alojamento em todo o aviário é importante?

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20 aviNews Brasil Outubro 2021 | Por que a montagem correta do alojamento em todo o aviário é importante?


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ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA

PERUS DE CORTE NA BRF

entrevista

O bem-estar animal é uma preocupação constante do setor de produção de proteínas, não apenas pela postura cada vez mais crítica da sociedade frente à produção de alimentos de origem animal, mas também por sua relação com os indicadores zootécnicos e econômicos do rebanho. O fato novo é que, com o passar do tempo e devido à sua importância, o tema vem se diversificando, estabelecendo conexão com praticamente todas as áreas da produção avícola.

Para abordar esse tema, a aviNews Brasil convidou a Diretora de Sustentabilidade da BRF, Mariana Modesto, para responder a perguntas feitas pelos especialistas brasileiros da área de bem-estar animal: Rosangela Poletto Cattani, membro do Comitê Científico da HFAC (Humane Farm Animal Care)

Do abate humanitário, passando pelo uso racional dos antimicrobianos nos sistemas produtivos, até sua influência para a qualidade final da carne, o bem-estar é tido como preceito elementar para a competitividade do setor, do campo à indústria.

Iran Oliveira, coordenador do Nupea (Nucleo de Pesquisa em Ambiência) – Esalq/USP -

Dentre as novas técnicas que vêm surgindo para garantir maior conforto e bem-estar aos animais, o enriquecimento ambiental na produção de perus ganha terreno.

Kali Simioni, Paola Rueda e Leonardo Vega, que compõem a equipe do Produtor do Bem. Confira o resultado desse trabalho!

22 aviNews Brasil Outubro 2021 | Enriquecimento Ambiental para Perus de Corte na BRF


aviNews Brasil - Um dos compromissos de bem-estar animal da BRF é utilizar o enriquecimento ambiental em 100% da integração de aves e suínos de corte até 2025. Em que estágio se encontra a implementação desta meta em relação aos perus de corte?

Mariana Modesto - Estamos em estágio avançado e, em média, nas operações da BRF, nosso percentual chega a 71%. Os dados podem ser acompanhados em nosso site (https://www.brf-global.com/ sustentabilidade/bem-estar-animal/nossaspraticas/criacao-e-saude-animal/) que é atualizado periodicamente. Em 2021, seguimos com a programação para implantar o enriquecimento ambiental nas granjas de perus de corte para garantir o atendimento previsto em nosso compromisso.

critérios, como por exemplo, o número de objetos a serem colocados, pela quantidade das aves. Além disso, para melhor eficiência do objeto que será inserido é necessário observar a idade das aves, para definir a localização onde será instalado, de maneira que fique suspenso em uma altura que as aves possam alcançar para interagir, sem causar desconforto aos animais.

entrevista

Atualmente, usamos poleiros apenas como enriquecimento para nossas granjas de frangos. Para o uso do enriquecimento ambiental, é importante observar alguns

A idade das aves também é muito importante para que se defina o local onde serão pendurados, sendo recomendável a instalação a uma altura próxima à cabeça da ave, sem arrastar

Rosangela - Quais são os tipos de enriquecimento ambiental adotados na criação de perus pela BRF? São usados objetos com cores pra chamar a atenção das aves? São oferecidos poleiros? E quais especificações técnicas devem ser respeitadas para cada tipo de recurso adotado?

MM - Nas granjas da BRF, adotamos como enriquecimento ambiental para Perus, o uso de garrafas pet com líquido colorido em seu interior. O uso do líquido colorido,

no chão. Para perus, a interação de bicar será muito observada, é importante que o líquido utilizado seja comestível.

Os perus possuem um comportamento muito curioso e, quanto mais atrativo for o ambiente em que está inserido, mais facilmente os animais expressarão seu comportamento natural.

que é uma base corante alimentício da cor verde ou azul, possui uma função muito atrativa para os perus, estimulando a interação do animal com o objeto.

23 aviNews Brasil Outubro 2021 | Enriquecimento Ambiental para Perus de Corte na BRF


Iran - Vocês usam o mesmo Enriquecimento Ambiental durante todo o ciclo, ou mudam com frequência?

utilizado em todo o ciclo de produção dos animais, desde o alojamento até o abate das aves. Os perus respondem muito bem à interação com as garrafas pets em todos

entrevista

Iran - Dentre os diferentes tipos de Enriquecimento Ambiental usado na criação de perus, qual deles permite uma maior interação com os animais em função da idade? MM - O enriquecimento utilizado e mais

MM - Todas as formas já avaliadas de enriquecimento ambiental tiveram grande atratividade para perus, entretanto, de forma prática e com menor custo, as garrafas pet trazem um benefício adicional. Além disso evitamos a introdução de outros objetivos de difícil higienização e que possam trazer riscos à saúde dos animais.

MM - O enriquecimento ambiental é

os ciclos, não sendo necessário mudar o enriquecimento ambiental para essas aves. As trocas do objeto podem ser necessárias, caso esteja quebrado ou apresente algum risco para o animal.

Rosangela - Quais foram os objetos testados que não funcionaram como enriquecimento ambiental?

atrativo foi a garrafa pet com líquido colorido (azul ou verde) em uma altura adequada desde o alojamento até o abate das aves, distribuídos ao longo do aviários, de forma que os animais alcancem e tenham interação com o objeto. Além das garrafas, podem ser usados como enriquecimento ambiental, nas fases de peru iniciador, poleiros, cordas de sisal e fardos de maravalha.

24 aviNews Brasil Outubro 2021 | Enriquecimento Ambiental para Perus de Corte na BRF

Iran - Qual a frequência com que os animais deixam de usar o Enriquecimento Ambiental, pelo fato de não ser mais uma novidade?

MM - Os animais possuem a tendência de se acostumar com os objetos inseridos como enriquecimento ambiental e isso varia muito de objeto para objeto e de espécie para espécie. Para aves, a cor do líquido empregada como enriquecimento dentro das garrafas, garante essa diversidade/ novidade. Objetos manipuláveis pelos animais possuem uma maior aderência e atratividade.


Kali – Que fatores podem tornar ineficaz o Enriquecimento Ambiental implementado?

MM - Os enriquecimentos ambientais precisam estar limpos e em boas condições de uso, com realização adequada da manutenção da altura correta e a disposição correta dentro dos aviários.

Leonardo - Estudos europeus mostram que os problemas locomotores, como claudicações, podem ser um fator de risco ao bem-estar dos perus. Quais materiais podem ser utilizados no Enriquecimento Ambiental para prevenir este problema e, ao mesmo tempo, permitir a expressão do comportamento natural?

entrevista

Outro ponto importante é garantir a disponibilidade do enriquecimento proporcionalmente ao número de aves alojadas. Objetos manipuláveis possuem uma maior atratividade aos animais, sendo aqueles moveis e rígidos pouco aceitos pelos animais. Quando esses fatores não são observados podem reduzir a atratividade e a eficácia do enriquecimento ambiental.

MM - De forma geral há uma grande Paola – Considerando que aves costumam utilizar melhor o Enriquecimento Ambiental quando há presença de luz natural, como a BRF trabalha esse tema nos aviários sem acesso a iluminação natural, ou nas fases em que as aves não têm acesso a luminosidade solar?

MM - A produção de perus é feita majoritariamente em aviários de pressão positiva o que garante que as aves tenham acesso a luz natural de forma constante.

preocupação com a qualidade da cama e a manutenção dela ao longo do lote, sendo este um fator primordial na produção de perus, uma vez que, aliados estes parâmetros são essenciais para a redução de problemas locomotores. Ambientes mais atrativos permitem a expressão do comportamento natural e, para isso, as garrafas pet podem ser consideradas uma alternativa interessante, assim como a introdução de fardos de maravalha.

25 aviNews Brasil Outubro 2021 | Enriquecimento Ambiental para Perus de Corte na BRF


aviNews Brasil – Existe algum tipo de trabalho, ou levantamento para mensuração de resultados que comprovem a eficiência do Enriquecimento Ambiental em relação à saúde dos perus?

entrevista

MM - Sim, existem trabalhos em andamento em nossas granjas experimentais de peru de corte. Estamos avaliando a atratividade e a interação das aves com diferentes tipos de enriquecimentos ambientais e, também, correlacionando com os resultados zootécnicos como mortalidade, conversão, condenação etc.

aviNews Brasil – Como vocês planejam informar o consumidor final sobre o trabalho de Enriquecimento Ambiental aplicado na produção de perus?

MM - Oferecer um padrão efetivo de enriquecimento ambiental para as aves faz parte de um dos compromissos públicos assumidos pela BRF. Acreditamos na efetividade do enriquecimento ambiental como uma ferramenta para que a ave expresse seu comportamento natural, mantendo as aves mais ativas, proporcionando uma maior interação com o ambiente e garantindo bem-estar animal. Comunicamos nossos avanços sobre o tema em nosso site e redes

Rosangela - Qual a percepção e a receptividade dos integrados quanto à implementação e manutenção dos recursos usados como enriquecimento ambiental?

MM - Os produtores integrados estão satisfeitos com os processos de enriquecimento ambiental promovidos pela BRF e elogiam os benefícios percebidos pelos procedimentos adotados, uma vez que as aves interagem bem com as garrafas

sociais para que a informação esteja disponível a todos os consumidores e clientes, reforçando a transparência da Companhia.

Entender e atender as necessidades dos animais é essencial para evitar situações que possam causar arranhaduras, mortalidade e prejuízos. Um ambiente enriquecido permite aos perus desenvolverem todo seu potencial, o que representa resultados positivos para os integrados.

durante todo o lote. Enriquecimento Ambiental para Perus de Corte na BRF

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26 aviNews Brasil Outubro 2021 | Enriquecimento Ambiental para Perus de Corte na BRF



OS

RUMOS

BEM-ESTAR NA AVICULTURA: DO

POEDEIRAS

poedeiras

Edgar O. Oviedo-Rondón

As demandas pelo bem-estar dos animais e aves de produção coninuam a crescer em todo o mundo. O bem-estar das aves de produção recebe a atenção de grupos de interesse, empresas avícolas multinacionais, consumidores locais, comerciantes varejistas, empresas da cadeia alimentar, restaurantes e fovernos. Nos últimos dois anos, os países da América do Sul e Ásia, ou implementaram regulações, ou estabeleceram planos para adotar padrões internacionais de bem-estar animal.

A produção de poedeiras recebe muita consideração por parte dos grupos interessados no bem-estar animal devido aos sistemas de gaiolas, a alta produtividade destas aves e outras práticas de manejo que, por não serem bem compreendidas, não são aceitas. Os produtores de ovos têm sido muito proativos na hora de responder às inquietudes e se adaptar às sugestões dos clientes, assim como à nova legislação governamental. Foram criadas muitas certificações de bem-estar, com sólidos programas de capacitação e auditoria.

Espera-se observar uma maior padrinização dessas certificações e processos de auditoria nos próximos anos. 28 aviNews Brasil Outubro 2021 | Os rumos do bem-estar na avicultura: poedeiras


INÍCIO NO INCUBATÓRIO

Notícias recentes indicam que esta prática estará proibido na Alemanha a partir de janeiro de 2022, tornandose o primeiro país a fazê-lo. Existe a possibilidade de que uma legislação similar se estenda pela Europa e outros países, como já ocorreu com os sistemas de gaiolas.

As soluções já estão em implementação: O mercado de criação de pintinhos machos de poedeiras para produção de carne está crescendo, especialmente na Europa Ocidental. Por outro lado, os sistemas de sexagem in ovo nas últimas fases de desenvolvimento deverão começar a ser testados comercialmente muito em breve. Por exemplo, a Agri Advanced Technologies GmbH anunciou uma aplicação de sucesso da sua máquina sexadora in ovo Cheggy na HyLine Itália há algumas semanas.

Algumas tecnologias exigem a abertura de um orifício no ovo, enquanto outras não e algumas podem diferenciar o gênero antes que outras. A detecção pode ser realizada a partir de espectroscopia. Geralmente, a precisão da sexagem em alguns destes sistemas é superior a 98,5%, a taxas superiores a 30.000 ovos por hora. O sexo pode ser determinado a partir do quarto dia de incubação, porém, o mais comum é o nono.

poedeiras

A produção de poedeiras está sob fiscalização desde o incubatório até o final do ciclo de vida. O sacrifício de machos de um dia por parte das empresas de produção de poedeiras foi um dos temas mais controversos.

Várias empresas estão desenvolvendo tecnologias de sexagem in ovo em todo o mundo. Os enfoques variam na metodologia para obter os dados necessários para classificar os ovos por sexo.

Todas as máquinas utilizam sistemas de eliminação de embriões aprovados por muitas agências científicas e de bem-estar.

Com base nesta precisão, rendimento, tamanho aceitável dos protótipos e muitas empresas oferecendo inovações, poderiase esperar que este problema de bem-estar estivesse resolvido.

Porém, existe a preocupação de que nem todos os mercados adotarão a tecnologia de sexagem in ovo, já que alguns podem enfrentar grupos de ativistas do bem-estar que consideram que a vida ainda está alterada. No entanto, a seleção por sexo será realizada em um invertebrado que, provavelmente, poderia ser mais aceitável ao público.

29 aviNews Brasil Outubro 2021 | Os rumos do bem-estar na avicultura: poedeiras


SISTEMAS DE ALOJAMENTO

poedeiras

Existe uma tendência significativa e, às vezes, até o compromisso dos produtores de ovos de mesa de por fim a qualquer sistema de gaiolas em quase todos os países. O problema comum a ser resolvido na transformação dos sistemas de produção é como fazê-lo para realmente melhorar o bem-estar das aves e, consequentemente, a sustentabilidade da indústria. Passar de gaiolas convencionais ou enriquecidas para qualquer sistema livre de gaiolas pode levar vários anos, ou décadas em toda a indústria.

No entanto, os promotores dos sistemas livres de gaiolas focam em proporcionar o que percebem como condições de alojamento que permitam a expressão dos comportamentos esperados e proporcionem ausência de desconforto, medo, angústia, dor, lesões e enfermidades. Vem-se promovendo que o uso livre de gaiolas é a solução para estes possíveis problemas.

Normalmente, as avaliações realizadas em todo o mundo por grupos de pesquisa não relacionados concluem que as poedeiras em sistemas livres de gaiolas terminam com mais enfermidades, mortalidade e menor produtividade. Os dados e as experiências com lotes de poedeiras não coincidem com as expectativas professadas pelos ativistas do bem-estar.

A pressão social é tão intensa que forçará algumas modificações no alojamento. Muito em breve, todos os sistemas de gaiolas convencionais deverão permitir mais espaço por galinha. O mais provável é que os produtores de ovos interessados em usar gaiolas tenham que passar para gaiolas enriquecidas com acesso ao ninho, poleiro e uma área com algo de areia para bicar, ciscar e se banhar na poeira. A maioria dos estudos demonstram que os amplos sistemas de alojamento das galinhas não superam as gaiolas enriquecidas em todos os aspectos possíveis avaliados. Os sistemas de produção de ovos livres de gaiolas, ou em galinheiros também têm um impacto ambiental mais considerável.

Apesar da evidência, a maioria das pesquisas e avaliações comerciais do bem-estar das poedeiras continua focando em medir o comportamento, bicagem de penas, canibalismo, uma multiplicidade de indicadores de saúde e mortalidade. As principais prioridades do comportamento são aninhar, empoleirar, banhar-se na areia e buscar alimentos. Em consequência, os sistemas de alojamento que não proporcionam material, espaço ou equipamento para realizar estes comportamentos não são bem aceitos.

30 aviNews Brasil Outubro 2021 | Os rumos do bem-estar na avicultura: poedeiras


Os ninhos e poleiros geralmente não são um problema, já que tanto os sistemas de gaiolas enriquecidas como os de funcionamento livre oferecem os equipamentos e espaço necessários. Porém, o banho de areia e a busca por alimentos se tornam um desafio contínuo, porque as galinhas esgotam rapidamente os materiais necessários em qualquer sistema. Nos comportamentos, as interações agressivas aumentam em grupos maiores de 100 galinhas devido às interações para estabelecer uma ordem hierárquica. O dano às penas causado pela bicagem é maior nos sistemas livres de gaiolas, ao contrário do que é esperado pelos grupos de bem-estar. Podemos observar alguns dos dados na Tabela 1.

Tabela 1. Sistema de alojamneto e bem-estar das galinhas poedeiras. Percentual médio de lotes com danos nas penas em 4 sistemas de alojamneto, gaiola convencional (CC), gaiola enriquecida (FE), galpão (B) e pastoreio (FR).

Variáveis

CC

FC

B

FR

Lesões de pele

0,59

1,05

1,31

1,68

Danos nas penas da cloaca e abdômen

1,96

2,19

2,55

2,15

Efeitos significativos do alojamento em ambas variáveis (P ≤0,05) Sherwin e col. (2010) A razão é que uma vez que se aprende o comportamento de bicagem, se transmite mais rápido e permanece durante um tempo mais prolongado quando os lotes são grandes.

Os sistemas livres de gaiolas têm alguns benefícios como a melhoria da força esquelética, especialmente nos ossos das patas, principalmente devido ao aumento da atividade na maioria do lote. Porém, como consequência das constantes quedas e colisões, as galinhas em sistemas livres de gaiolas também apresentam fraturas. As fraturas do osso da quilha nos sistemas free range oscilam entre 48% e 90%, enquanto as galinhas alojadas em gaiolas enriquecidas apenas entre 25% e 54%. Além disso, as galinhas em gaiolas enriquecidas sofrem, principalmente, lesões por compressão que têm menor probabilidade de produzir dor. Pelo contrário, os desvios do osso da quilha observados nos sistemas com acesso ao piquete são de moderados a graves, o que provoca dor mais aguda e crônica.

31 aviNews Brasil Outubro 2021 | Os rumos do bem-estar na avicultura: poedeiras

poedeiras

Outros problemas relacionados com o tamanho do grupo nos sistemas livres de gaiolas são o canibalismo e a asfixia de pintainhas, ou galinhas quando ocorre uma superlotação imprevista. Os estudos no Reino Unido informam que a asfixia pode ocorrer em quase metade dos lotes e, em cada incidente, pode-se perder uma média de 25 aves.


As galinhas em sistema livre como aviários e galpões têm mais contato com as fezes.

poedeiras

É possível que desenvolvam dermatite do coxim plantar e pé torcido que, por vezes, podem afetar a locomoção.

Tabela 2. Sistema de alojamento e bem-estar das galinhas poedeiras. Surgimento de enfermidades (divididas em categprias principais) em lotes de galinhas poedeiras no Instituto Nacional Veterinário Sueco em 2001-2004

A mesma situação aumenta a incidência de enfermidades parasitárias, que não são observadas nos sistemas de gaiolas.

Alojamento

Bacterianas

Enfermedades Virais

Parasitárias

Canibalismo

Gaiolas 1

65,0%

30,0%

10,0%

5,0%

Existe uma tendência de aumentar a produção de ovos de galinhas caipiras, porém, a maioria dos lotes é encontrada em locais fechados devido a intempéries, o que faz com que quase todas as instalações se transformem em aviários durante parte do tempo.

Baseado em cama 2

72,9%

11,6%

17,8%

18,6%

Pastoreio

73,9%

4,4%

21,7%

26,1%

1

Inclui gaiolas convencionais e enriquecidas

Inclui sistemas de piso de apenas um nível e sistemas de aviário de vários níveis. Sherwin et al. (2010) 2

Nos galpões, a poeira é pelo menos seis vezes maior que nas gaiolas. Consequentemente, os patógenos transportados pelo ar, as pequenas partículas de poeira e o aminoácido são de cinco a sete vezes mais altos que nos sistemas de gaiolas. É mais provável que ocorram enfermidades respiratórias nestas condições de qualidade do ar. As infecções causadas por bactérias, vírus e ácaros vermelhos são mais comuns nos sistemas de alojamento baseados em cama (Tabela 2). Estas razões explicam parcialmente porque os sistemas livres de gaiolas sempre tiveram maios mortalidade, comparados aos sistemas de gaiolas enriquecidas. Em muitos estudos, os predadores se tornaram a principal causa de mortalidade para os sistemas livres de gaiolas.

32 aviNews Brasil Outubro 2021 | Os rumos do bem-estar na avicultura: poedeiras

Concluindo, apesar de os que promovem o bem-estar das poedeiras preferirem os sistemas livres de gaiolas, os desafios para manter a saúde e evitar a mortalidade são maiores. Os sistemas livres de gaiolas garantem às aves a oportunidade de expressar diferentes comportamentos naturais, mais que as gaiolas enriquecidas, aumentam a atividade e a força dos ossos das patas, porém, aumentam todos os demais potenciais problemas de saúde e colocam em risco a viabilidade. Melhorar os alojamentos livres de gaiolas pode se tornar um desafio de bem-estar mais importante para os produtores de ovos no fufuro.


MENSURAÇÃO DO BEM-ESTAR

Consequentemente, técnicas moleculares baseadas em PCR também estão sendo desenvolvidas para medir o bem-estar.

Muitos indicadores de bem-estar continuam sendo muito subjetivos. Logo, há uma quantidade considerável de recursos investidos no desenvolvimento de biomarcadores confiáveis, ou sistemas de monitoramento. Entre as ferramentas exploradas, a corticosterona nas fezes ou a polpa das penas tiveram um grande potencial porque são consideradas não invasivas e não disruptivas.

As aplicações comerciais podem demorar mais, a menos que técnicas inovadoras resolvam as dificuldades com contaminantes, equipamentos e tempo de processamento. No entanto, existem biomarcadores que poderiam ser usados ​​mais em relação aos mecanismos de estresse e dor.

poedeiras

A corticosterona das penas só refletem a exposição hormonal durante o crescimento das mesmas e, quando se recolhe amostras durante a muda, os títulos de corticosterona podem não ser representativos. Há grandes variações intra e interindividuais. Os valores médios observados são 75,2 pg / mg ± 38,58 pg / mg. A variação intraindividual se deve ao tipo de penas que são avaliadas. Ainda existe a preocupação de que a corticosterona nas penas, ou nas fezes, não esteja bem correlacionada com os transtornos do comportamento das galinhas.

33 aviNews Brasil Outubro 2021 | Os rumos do bem-estar na avicultura: poedeiras


O monitoramento do comportamento é uma metodologia crescente nas avaliações de bem-estar das aves de produção.

poedeiras

O monitoramento visual é um desafio devido à quantidade de aves que devem ser observadas simultaneamente e no tempo exigido para avaliar multiplos comportamentos. Então, os dados sólidos estão se transformando em um dado melhor para detectar pequenas modificações no comportamento, que podem proporcionar sinais iniciais de problemas de bem-estar.

A direção do bem-estar das poedeiras nos leva a aplicar mais tecnologia nas condições das instalações antigas. O movimento de bem-estar animal está criando novos desafios para os produtores de ovos de mesa em matéria de alojamento, genética, nutrição, medicina veterinária e manejo.

34 aviNews Brasil Outubro 2021 | Os rumos do bem-estar na avicultura: poedeiras

Existe um software especializado para filtrar o som compilado e eliminar os ruídos de fundo. Os sinais acústicos obtidos podem ser transformados em dados utilizados por redes neuronais artificiais. Estes modelos matemáticos utilizam uma técnica chamada deep machine learning, que pode detectar mudanças de comportamento com uma precisão geral de 97% No futuro, o monitoramento eletrônico provavelmente possa ajudar os produtores de ovos a detectar a bicagem e o canibalismo suficientemente cedo, assim como para fazer correções ambientais, ou de manejo que previnam a propagação desses comportamentos negativos em todos os rebanhos.

Os rumos do bem-estar na avicultura: poedeiras

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A

lucratividade na criação de aves depende de vários fatores diferentes. Embora os custos da alimentação e os rendimentos

dos animais resultem principalmente das condições de mercado e dificilmente possam ser influenciados pelo agricultor, a saúde animal é

O - cada vez mais controverso - uso de antibióticos, especialmente em doses subterapêuticas, exige formas alternativas de estabilizar a microbiota intestinal e manter uma boa saúde animal.

uma das principais variáveis no nível da fazenda.

A saúde intestinal é uma preocupação primária na produção de aves hoje porque tem um impacto significativo nos parâmetros de desempenho e mortalidade. 36 aviNews Brasil Outubro 2021 | Como você pode aumentar a lucratividade na produção de aves?


PROBIÓTICOS

SAÚDE INTESTINAL A saúde animal começa no intestino. A maior parte do sistema imunológico (70% a 90%) pode ser encontrada no trato gastrointestinal de um animal. O sistema imunológico associado ao intestino, a mucosa intestinal e o microbioma intestinal funcionam como barreiras contra patógenos.

Os probióticos são definidos como “microrganismos vivos, que quando administrados em quantidades adequadas conferem um benefício à saúde do hospedeiro” (OMS, 2001).

Sua atividade probiótica no trato estável e diversa de bactérias benéficas O microbioma representa uma comunidade

(eubiose) e, assim, evita a disseminação de

complexa de inúmeros microrganismos, cerca

bactérias nocivas.

de 100 trilhões dos quais colonizam o trato gastrointestinal.

A eubiose é suportada por diferentes modos de ação:

Embora as funções de todos os microrganismos ainda não tenham sido totalmente pesquisadas, há uma distinção entre as duas categorias básicas a seguir: Bactérias benéficas, por exemplo, bactérias do ácido láctico e bifidobactérias Bactérias patogênicas, por exemplo, salmonela ou clostrídios

Um equilíbrio dinâmico entre esses microorganismos positivos e patogênicos é essencial para um microbioma estável. E é precisamente aqui que o uso de probióticos pode desempenhar um papel coadjuvante.

A exclusão competitiva elimina patógenos potenciais que competem por nutrientes A promoção do crescimento de bactérias lácticas benéficas com probióticos oferece benefícios, incluindo a redução do nível de pH e contribui para a redução de doenças e infecções Por meio da produção de enzimas, os probióticos à base de bacilo e as bactérias do ácido láctico podem melhorar a digestão dos nutrientes Bactérias benéficas modulam a resposta imunológica dos animais A excreção de certas substâncias através de bactérias benéficas cria um ambiente gastrointestinal que inibe o crescimento de patógenos

37 aviNews Brasil Outubro 2021 | Como você pode aumentar a lucratividade na produção de aves?

saúde intestinal

gastrointestinal promove uma comunidade


ANIMAIS JOVENS Atenção especial deve ser dada aos animais jovens. Após a eclosão, os microrganismos do ambiente começam rapidamente a colonizar o trato digestivo. O microbioma dos animais jovens consiste em menos espécies bacterianas do que o dos adultos. Isso o torna mais vulnerável a bactérias patogênicas que podem desestabilizar rapidamente o trato gastrointestinal. Portanto, o uso precoce de probióticos é recomendado como um meio de atingir um

Há duas razões para isso. 1. Por um lado, envolve a competição de nutrientes entre os patógenos e o animal hospedeiro. 2. Por outro lado, a resposta imune ativa do animal hospedeiro requer energia adicional para lutar contra os patógenos.

A documentação extensa mostra que o uso de probióticos tem efeitos positivos no desempenho animal.

saúde intestinal

estado de eubiose o mais rápido possível e, assim, neutralizar um surto de distúrbios

Isso se reflete no aumento do ganho de peso e

intestinais e outros.

na conversão alimentar, bem como na redução

A redução geral da pressão do patógeno também neutraliza o surto de E. coli e outras doenças.

da mortalidade. Esses são alguns dos fatores mais importantes no cálculo do sucesso da produção avícola.

+ PESO

+

CONVERSÃO = -ALIMENTAR - MORTALIDADE

Os probióticos também têm efeito positivo na segurança alimentar e na

DESEMPENHO

qualidade da carcaça.

A pesquisa mostrou que, quando o crescimento exponencial de bactérias patogênicas individuais resulta em surtos de doenças clínicas ou subclínicas, isso leva a um pior desempenho dos animais e, em muitos casos, ao aumento da mortalidade.

A chave para maiores rendimentos e mais lucratividade são os animais saudáveis e vendáveis.

38 aviNews Brasil Outubro 2021 | Como você pode aumentar a lucratividade na produção de aves?


A redução de patógenos no intestino leva a uma

Além disso, ao aumentar a digestibilidade da

menor excreção de germes e, portanto, a uma

proteína, o conteúdo de proteína bruta na ração

redução desses microrganismos no ambiente dos

pode ser reduzido. Isso pode diminuir a carga

animais.

metabólica dos animais devido ao excesso de nitrogênio e excreção de nitrogênio. Em termos de rentabilidade, é importante levar em consideração a possível redução nos custos com rações e nos gastos com esterco agrícola.

GERMES

Reduzir a pressão do patógeno e, portanto, a incidência de doenças pode diminuir o número de condenações em matadouros, por exemplo, devido a infecções purulentas da pele ou

INTEGRIDADE INTESTINAL A integridade intestinal também é um aspecto importante relacionado à saúde intestinal. Uma mucosa intestinal danificada frequentemente leva:

deformidades nas articulações.

à redução da conversão alimentar,

O uso de medicamentos - especialmente

pior desempenho do crescimento e

antibióticos - também pode ser reduzido. Isso melhora a lucratividade e apoia a eco

maior risco de doenças.

sustentabilidade. As vilosidades intestinais, pequenas elevações da A promoção das bactérias

mucosa intestinal, servem principalmente para

do ácido láctico pelo

absorver nutrientes e podem ser danificadas por

uso de probióticos não

infecções e toxinas.

ajuda apenas a melhorar a digestão dos nutrientes. Alguns probióticos produzem enzimas que podem aumentar a disponibilidade de energia e proteína no intestino do animal hospedeiro.

A posterior decomposição de nutrientes em uma forma que possa ser absorvida pelo animal hospedeiro pode aumentar o desempenho. 1. Um estudo demonstrou que as colônias de alguns probióticos

Melhorar a digestibilidade da proteína também

específicos se estabelecem

leva a uma redução de proteínas no ceco e

principalmente perto das

tornando menos nutrientes disponíveis para, por

vilosidades intestinais, onde formam

exemplo, Clostridium perfringens patogênico.

um biofilme. Esse biofilme oferece várias vantagens para o animal.

39 aviNews Brasil Outubro 2021 | Como você pode aumentar a lucratividade na produção de aves?

saúde intestinal

PATÓGENOS


Por outro lado, a camada de muco impede que os germes patogênicos atinjam as vilosidades

QUAL PROBIÓTICO É O CERTO?

intestinais e, assim, impedem a penetração no animal.

A eficácia de um probiótico depende

2. Em segundo lugar, as enzimas formadas pelo

da escolha da cepa certa, bem como da

probiótico são secretadas diretamente no local de absorção dos nutrientes, de forma que os nutrientes podem ser absorvidos diretamente pelo animal.

dosagem correta e da viabilidade do probiótico. Os esporos de Bacillus são especialmente adequados para a nutrição de aves porque são fáceis de usar (estabilidade ao calor,

Devido aos vários modos

compatibilidade com outros aditivos alimentares

de ação, os probióticos

e coccidiostáticos).

podem promover a saúde animal - especialmente a

Esses esporos são conhecidos por sua

saúde intestinal - e assim

capacidade de produzir enzimas ou inibir certos

ajudar a alcançar um bom

germes patogênicos.

saúde intestinal

desempenho animal. Deficiências na saúde animal se refletem

No entanto, a pesquisa também mostrou

na redução do desempenho animal e,

que diferentes cepas dentro das espécies

consequentemente, em menor lucratividade.

de Bacillus diferem significativamente

Vários estudos mostraram os efeitos positivos dos probióticos no seguinte:

em seu potencial para produzir enzimas ou inibir germes patogênicos.

Ganho de peso Conversão de feed

A seleção cuidadosa e o exame minucioso das

Mortalidade

diferentes cepas são, portanto, essenciais para encontrar a melhor solução. Além do uso de

Redução de antibióticos

probióticos à base de Bacilllus em rações,

Melhoria da qualidade da carcaça

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Figura 1: Representação esquemática da lucratividade na avicultura: aumentando a lucratividade reduzindo custos e / ou aumentando a receita.

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40 aviNews Brasil Outubro 2021 | Como você pode aumentar a lucratividade na produção de aves?


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BIOMARCADORES PARA MONITORAR A INTEGRIDADE INTESTINAL E A INFLAMAÇÃO EM FRANGOS DE CORTE biomarcadores

Guillermo Tellez-Isaias1 y A. Gregorio Rosales2 1 Departamento de Ciências Avícolas, Universidade do Arkansas, Fayetteville, AR 2 Consultor em Sanidade Avícola, Athens, Alabama

A saúde intestinal é crucial para a saúde, bem-estar e rendimento geral dos animais. Durante os últimos anos, várias pesquisas identificaram que a dieta, a estrutura e função da barreira intestinal, a interação do hóspede com a microbiota gastrointestinal, a digestão e a absorção de nutrientes, o estado imunológico e a função neuroendócrina são componentes essenciais da funcionalidade e saúde gastrointestinal.

Estes componentes estão vinculados entre si através de diferentes mecanismos biológicos complexos. A identificação destes componentes e o desenvolvimento de possíveis biomarcadores serão essenciais para avaliar a saúde e a funcionalidade gastrointestinal nos animais destinados à produção de alimentos.

42 aviNews Brasil Outubro 2021 | Biomarcadores para Monitorar a Integridade Instestinal e a Inflamação em Frangos de Corte


Nos frangos de corte, depois de mais de 50 anos de seleção para obter aumentos maiores de peso diário e menores índices de conversão alimentar, foram geradas linhas genéticas caracterizadas por elevado consumo de alimento e requisitos nutricionais específicos. O consumo elevado e os ingredientes nos alimentos podem causar estresse considerável no sistema digestivo.

Inclusive, na ausência de patógenos específicos, este estresse pode prejudicar o trato gastrointestinal e provocar uma perda parcial da função intestinal caracterizada pela má absorção e diarréia.

Três mecanismos diferentes, porém interconectados, parecem estar envolvidos na perda da função intestinal, cada um deles sendo foco de intensa pesquisa:

1

Disbiose ou disbacteriose (desequilíbrio da flora intestinal)

2

Permeabilidade da barreira na mucosa

3

Inflamação

biomarcadores

A digestão de alimentos e a eficiente absorção de nutrientes depende do estado da saúde do trato gastrointestinal (TGI).

Portanto, há a necessidade de contar com biomarcadores oportunos, confiáveis e específicos da saúde intestinal das aves domésticas. Neste artigo, discutiremos os biomarcadores que foram utilizados sob condições de laboratório para avaliar a integridade e a saúde intestinal.

43 aviNews Brasil Outubro 2021 | Biomarcadores para Monitorar a Integridade Instestinal e a Inflamação em Frangos de Corte


ENTENDENDO A INTEGRIDADE INTESTINAL Os antígenos estranhos desafiam constantemente o trato gastrointestinal (TGI) e, por isso, a mucosa intestinal deve ter mecanismos de reparação e restauração rápida no caso de lesão tissular. A deterioração desta frágil barreira conduz a enterite e outras doenças inflamatórias. A função da barreira é um aspecto crítico da saúde intestinal.

biomarcadores

O estresse oxidativo, as proteínas mal digeridas e a coccidiose podem causar falhas da barreira intestinal.

Após a eliminação dos promotores de crescimento antimicrobianos surgiram novas enfermidades multifatoriais que causam enterite e transtornos intestinais de origem desonhecida, os mesmos que provocam efeitos negativos na saúde e rendimento dos lotes de frangos de corte.

Entre elas, a disbacteriose é a presença de uma microbiota qualitativa e/ ou quantitativamente anormal (desequilibrada) na seção proximal do intestino delgado. Esta condição se associa à redução na digestibilidade dos nutrientes, deterioração da função da barreira intestinal, translocação de bactérias do intestino à corrente sanguínea e respostas inflamatórias (veja Figura 1). Uma má saúde intestinal também está ligada ao aparecimento da condronecrose bacteriana com osteomielite (também conhecida como necrose da cabeça do fêmur) em frangos de corte e reprodutoras. O trato gastrointestinal serve como uma barreira seletiva, ou filtro que permite a entrada de nutrientes e fluidos no corpo, ao mesmo tempo que exclui a entrada de moléculas indesejadas e microorganismos patógenos. Figura 1: Lesões na barreira da mucosa intestinal

Bactérias Microbiota Intestinal Lúmen Intestinal Proteínas específicas do espitélio intestinal

Epitélio Intestinal

Proteínas plasmáticas

Biomarcador imune LPS

Translocação de bactérias

Corrente Sanguínea

44 aviNews Brasil Outubro 2021 | Biomarcadores para Monitorar a Integridade Instestinal e a Inflamação em Frangos de Corte


Este epitélio atua na absorção dos nutrientes e transporte de água, enquanto mantém uma defesa contra as toxinas e antígenos intraluminais (dentro do trato intestinal).

A primeira camada da barreira intestinal é a camada de muco composta por uma cobertura externa associada às bactérias, unida ao epitélio sem nenhuma rigidez, e uma camada interna com altas concentrações de imunoglobulina IgA secretora e mucina. A segunda camada da barreira intestinal é composta por células epiteliais intestinais (CEI) que formam uma camada única de células que separam o lúmen intestinal (interior do tubo digestivo) da lâmina própria subjacente. Estas CEI devem ser capazes de se regenerar rapidamente em caso de lesão tissular. As CEI controlam as populações de bactérias associadas à superfície sem alterar o microbioma, são vitais para a saúde do hóspede e desempenham papel essencial na manutenção da homeostase e funções de barreira do TGI. Como uma camada unicelular, as CEI servem como barreira protetora contra o ambiente externo.

As CEI, ou enterócitos situados na superfície aplical do epitélio (frente ao lúmen) são responsáveis pela absorção de nutrientes. Junto a estas, as microvilosidades que recobrem a face apical dos enterócitos aumentam aproximadamente cerca de 600 vezes a superfície de absorção. As junções aderentes e as junções estreitas entre as CEI são mantidas por moléculas de adesão de origem proteica como as caderinas, claudinas e ocludinas, entre outras moléculas de adesão. Estas proteínas de junção selam o espaço paracelular entre as células espiteliais adjacentes e regulam a permeabilidade da barreira intestinal para impedir a difusão de microorganismos e entígenos ao interior do organismo.

biomarcadores

Portanto, uma função correta da barreira intestinal é essencial para manter a saúde e o equilíbrio ótimos em todo o corpo, além de ser uma linha de defesa crítica contra antígenos estranhos procedentes do meio ambiente.

As CEI são o tipo de célula primária que se encontra no ambiente externo e que atuam como a primeira linha de defesa do hóspede. Apesar de não serem derivadas da função hematopoiética, as CEI representam elemento central da imunidade inata dentro do tecido linfoide associado ao intestino, mostrando uma ampla gama de funções imunológicas.

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As CEI podem reconhecer os agentes patógenos através da expressão de receptores imunes inatos. Liberar moléculas antimicrobianas e secretar vários hormônios, neurotransmissores, enzimas, citoquinas e quimioquinas têm relação com as diferentes respostas imunes inatas e adaptativas.

Depois de uma lesão, as CEI passam por um processo de reparação que depende de três eventos celulares:

biomarcadores

1

Restituição

2 Proliferação 3 Diferenciação

Estudos anteriores demonstram que existem vários peptídeos reguladores, incluídos os fatores de crescimento e as citoquinas, que influem na restauração das CEI danificadas. Ainda assim, qualquer dano direto ou indireto às CEI pode causar ruptura da barreira intestinal e, consequentemente, alteração da homeostase imunológica normal da mucosa. Em alguns casos isto pode gerar uma inflamação intestinal icontrolável, crônica e sistêmica.

Vários estudos descrevem mecanismos associados com a interrupção das redes proteicas que conectam às células epiteliais. Estas dirupções podem ser o resultado de mediadores inflamatórios como certos hormônios, espécies de radicais livres de oxigênio, enzimas e múltiplas citoquinas pró-inflamatórias. O consumo de gordura oxidada (ranço) pode aumentar as taxas de renovação epitelial intestinal e aumentar a apoptose (morte celular) nas pontas das vilosidades nas aves domésticas e suínos. Os polisacarídeos não amiláceos (sem amido), como os β-glucanos e pentosanos podem ter influência prejudicial na utilização dos nutrientes nos frangos de corte ao aumentar a viscosidade do bolo alimentar e reduzir a digestibilidade de outros nutrientes (como gorduras e proteínas), o que pode provocar uma disbacteriose.

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BIOMARCADORES

Portanto, são necessários biomarcadores confiáveis, específicos e sensíveis para o monitoramento contínuo do estado de saúde do intestino nas aves domésticas. A disponibilidade e o uso de biomarcadores não só facilita os estudos sobre a patogenese das afecções entéricas, como também ajuda a monitorar o estado da saúde intestinal sob condições de campo. Espera-se que eles também ajudem no desenvolvimento de estratégias de prevenção prontas e oportunas que possam reduzir a necessidade de antibióticos usados na forma terapêurica.

O laboratório do Departamento de Ciências Avícolas da Universidade do Arkansas desenvolveu vários modelos para indzir a inflamação intestinal, que incluem o uso de dietas com alto conteúdo de polissacarídeos sem amido, dexametasona, dextrano sulfato de sódio, restrição alimentar e estresse por calor. Em todos estes modelos, podese avaliar facilmente um aumento significativo da permeabilidade intestinal aravés de um método que mede a concentração sérica de isotiocianato-dextrano de fluoresceína (FITC-d;3-5kDa) uma hora depois de sua adminsitração oral.

biomarcadores

Os biomarcadores são indicadores mensuráveis de substâncias ou compostos biológicos que se associam com condições de saúde intestinal normais ou anormais.

Outros métodos confiáveis usados neste laboratório, disponíveis comercialmente, são provas de ELISA que detectam biomarcadores em amostras de soros associados com antioxidantes, além de reações nos enterócitos e imunológicos (veja Tabela 1).

Tabla 1. Biomarcadores séricos disponíveis como kits ELISA comerciais

Função

Biomarcadores

Biomarcadores de permeabilidade

FITC-D Griess

Biomarcadores de antioxidantes

Atividade do superóxido dismutase Substâncias reativas do ácido tiobarbitúrico Capacidade antioxidante total

Biomarcadores de enterócitos

Quinase regulada por sinais extracelulares Citrulina MUC2 IgA

Biomarcadores de reações imunológicas

IFN-ɣ Proteínas de fase aguda LPS 47

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA Os parâmetros melhor aceitos par avaliar lesão da mucosa são a longitude das vilosidades, profundidade das criptas e relação vilosidade/cripta.

biomarcadores

No entanto, estes parâmetros morfológicos só mudam no caso de morte patológica do epitélio celular. Na ausência de maior perda de células epiteliais pode-se produzir disbiose e fuga de substâncias pela via paracelular (transferência de substâncias através do espaço intracelular).

Os estudos que utilizam os mesmos modelos também avaliaram outros possíveis biomarcadores como os níveis de ARNm da proteína de junção aos ácidos graxos (FABP2, FABP6), IL8, IL1β, fator de crescimento transformador (TGFβ4) e a mucina (MUC2) na mucosa jejunal. Os estudos encontraram uma forte correlação entre os níveis séricos de FITC-d e a quantificação das bactérias aeróbicas totais no fígado, conhecida como translocação hepática bacteriana.

BIOINFORMÁTICA O uso de combinações de múltiplos biomarcadores para examinar a saúde intestinal e predizer o rendimento das aves domésticas tem grande potencial. Da mesma maneira, os enfoques holísticos como a sequenciação de ampliações (produtos obtidos de provas de PCR) e a obtenção de informação sobre todas as mudanças na microbiota, podem se tornar métodos rápidos e rentáveis para avaliar o estado da saúde intestinal das aves domésticas. A longo prazo, podem ser utilizados procedimentos moleculares tais como os metagenômicos, metatranscritômicos, metaproteômicos e metabolômicos, associados ao desenvolvimento de algoritmos específicos para o monitoramento contínuo da saúde intestinal.

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Os estudos recentes e em curso, nos quais utilizam-se diferentes modelos para provocar alterações na barreira intestinal, e o entendimento das respostas fisiológicas associadas com os biomarcadores correspondentes, têm grandes possibilidades de se tornarem instrumentos para monitorar rotineiramente o estado de saúde intestinal das aves domésticas e outros animais.

biomarcadores

FUTURAS APLICAÇÕES PARA A INDÚSTRIA

Ainda assim, estudos adicionais poderiam utilizar biomarcadores para avaliar os efeitos de diferentes formulações das dietas, ingredientes dos alimentos balanceados e estratégias, utilizando uma variedade de aditivos alimentares projetados para promover a saúde intestinal e prevenir as afecções entéricas. No entanto, talvez não seja possível que apenas um biomarcador possa examinar todos os aspectos relacionados com a saúde intestinal e, portanto, é provável que logo se utilize uma combinação de múltiplos biomarcadores, junto com algumas análises moleculares para examinar a saúde intestinal sob condições de campo.

Biomarcadores para Monitorar a Integridade Intestinal e a Inflamação em Frangos de Corte

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Referências disponíveis sob solicitação prévia.

49 aviNews Brasil Outubro 2021 | Biomarcadores para Monitorar a Integridade Instestinal e a Inflamação em Frangos de Corte


TECNOLOGIA DE SUBUNIDADE: A NOVA GERAÇÃO DASVACINAS PARA

SALMONELLAS

tecnologia

Carlos Dalle Mole - Gerente de Biológicos Vetanco

A

Salmonella é um dos principais patógenos encontrados na avicultura atual e seu controle é fundamental para a indústria avícola.

Para prevenir a entrada deste gênero de bactéria nas granjas é necessário um bom programa de biosseguridade e, dentro desse programa, a vacinação é uma importante ferramenta que auxilia no controle de Salmonella.

Novos conceitos no desenvolvimento de vacinas vêm sendo empregados com procedimentos avançados de engenharia genética. Dentre estes novos conceitos, as vacinas de subunidades estão se destacando. Por definição, uma vacina de subunidade proteica é constituída por fragmentos de proteínas, ou revestimentos proteicos que mimetizam a estrutura do microrganismo de interesse.

50 aviNews Brasil Outubro 2021 | Tecnologia de subunidade: a nova geração das vacinas para Salmonellas


Após a multiplicação destes organismos, as proteínas formadas são purificadas.

Podem ser desenvolvidas através de:

Em seguida, são inativadas através de processos.

ou por vários antígenos diferentes, Utilizando suas proteínas imunogênicas.

A produção deste tipo de vacina ocorre através da manipulação de outros microrganismos programados que farão a multiplicação da fração antigênica de interesse.

O próximo passo é a formulação da vacina incorporando a proteína purificada com os demais componentes da vacina, que podem ser adjuvantes com a capacidade de potencializar a resposta imune, como também conservantes para garantir estabilidade para o imunizante.

As vacinas à base de subunidades são produzidas a partir de microrganismos vivos, onde leveduras e bactérias são manipuladas neste processo produtivo, que demandam de condições de cultivo criteriosas e procedimentos rígidos de higiene e contenção de contaminação.

Para desenvolver tais vacinas, o material genético de um antígeno de interesse é inoculado em bactérias ou leveduras de fácil manipulação e cultivo, com capacidade de sintetizar quantidades suficientes das proteínas de interesse. Tanques fermentativos contendo o microrganismo eleito para a inserção do código genético do antígeno são utilizados para a obtenção da subunidade proteica.

Fragmentos de proteína ou polissacarídeos do patógeno de interesse encontrados na vacina de subunidade proteica exigem testes específicos para identificar e garantir a capacidade de produzir resposta imunológica da combinação destas substâncias.

tecnologia

um único antígeno,

A segurança destas vacinas se deve à sua forma de produção, onde apenas fragmentos de interesse do patógeno estão contidos na formulação, ao invés de um patógeno vivo atenuado.

Devido a isso, pode-se minimizar efeitos colaterais para o organismo que será imunizado

Salmonella Subunidade Micro-Encapsulada

Proteína antigênica Transmembrana

1. Optimição 2. Concentração da Proteína 3. Pureza

Transcrição DNA

Amplificação da porção selecionada (Subunidade) Bacillus Subtilis Inserção do gene em um plasmideo

Proteína Subunitária Bacillus Subtilis Inativado Fermentação Bactéria produzindo a proteína antigênica

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Modo de Ação

Há inúmeras vantagens no uso destas vacinas.

tecnologia

As vacinas de subunidade via administração oral ativam o sistema imune humoral de mucosa, através da entrada da subunidade proteica em enterócitos, células M, ou por reconhecimento de células dendríticas após estímulos prévios do sistema imunológico na lâmina própria.

As células dendríticas apresentam a subunidade proteica como um antígeno para os linfócitos T e, em seguida, são apresentadas para linfócitos B, que se diferenciam em plasmócitos. Estes plasmócitos são responsáveis pela produção da imunoglobulina A secretória (sIgA), que são secretadas da lâmina própria para o lúmen intestinal, estimulando a imunidade de mucosa.

1

Redução dos riscos relacionados ao processo de aplicação, pois não proporcionam efeitos colaterais aos indivíduos vacinados, garantindo a segurança do manipulador e das aves;

2

Utilizam a estratégia DIVA (Differentiating Infected from Vaccinated Animals), não interferindo nos métodos de detecção;

3

Alta produção de imunidade de mucosa;

4

4

Resposta imune

Estabilidade do produto no armazenamento e a facilidade de aplicação; Limitação da multiplicação e excreção do patógeno.

subunidade microencapsulada A tecnologia de subunidade é a nova geração das vacinas contra Salmonellas, pois: São seguras e proporcionam imunização para as aves, Célula M

Enterócito

Lâmina própria Fonte: Dr. J. C. Rodriguez-Lecompte - UPEI

Tecnologia de subunidade: a nova geração das vacinas para Salmonellas

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Estimulando o sistema imune de mucosa, Proporcionando ampla e prolongada proteção contra as salmonellas paratíficas. A vacinação, junto da implementação de medidas de biosseguridade durante toda a cadeia de produção avícola, melhora a saúde das aves e produz alimentos seguros e com qualidade.

52 aviNews Brasil Outubro 2021 | Tecnologia de subunidade: a nova geração das vacinas para Salmonellas


A nova geração de vacinas contras salmonellas paratíficas! A plataforma Biotech Vac apresenta a vacina inovadora para controle de Salmonella. A Biotech Vac Salmonella é uma vacina inativada de subunidade de administração via oral. Esta subunidade é revestida por um polissacarideo natural que será reconhecida no trato gastrointestinal imitando a forma natural da infecção, gerando uma resposta imune.

Proteção

Estável

Consumo da vacina de 6 a 8 horas.

Segura

É uma vacina inativada

Confere imunidade de mucosa e sistêmica

Prática

Não precisa retirar cloro da água de bebida

Inovadora Primeira vacina de subunidade

PRODUTOS SEGUROS PARA ALIMENTOS SEGUROS VETANCOBRASIL WWW.VETANCO.COM

Estratégica Proteção contra os grupos B, C e D


EFEITOS IMUNOMODULADORES E IMUNOESTIMULANTES DO BETA-GLUCANO: UMA REVISÃO imunologia

E. L. Bordin - MV, patologista

A

imunologia nutricional é ciência nova. Ela será mais eficiente quando a relação entre a nutrição e o sistema imune for mais entendida. É sobre isso que vamos nos ocupar nessa revisão.

54 aviNews Brasil Outubro 2021 | Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-glucano: Uma Revisão


As doenças infecciosas, eventualmente contagiosas na espécie suína, aviária, bovina e outras, causam prejuízos, corroborados pela redução de uso de antibióticos, cada vez

Atualmente há intensa movimentação científica devotada ao tecido imune, seu desenvolvimento e funcionamento, buscando-se tecnologias mais efetivas, com resistência aos antígenos, e em instância final, mais produção. Viroses imunossupressoras, como a doença de Gumboro nas aves, e a circovirose nos suínos, catapultaram bastante o desenvolvimento da imunologia veterinária nas décadas recentes. Isso coincidiu com o advento da biologia molecular e o suporte tecnológico, com vacinas de alta tecnologia, e métodos novos de diagnóstico.

A identificação das células dendríticas, por exemplo, ocorreu nessa época, assim como algumas especificações da célula B, e de algumas imunoglobulinas (13).

O desenvolvimento de adjuvantes mais eficientes e seguros é outro exemplo, em conjunto a vacinas recombinantes. A valorização da resposta imune, intestinal ou geral, e a redução da dependência aos antibióticos é grande, e hoje se dispõe de uma plêiade de moléculas promovidas a esse e a outros fins. Mais adiante se relacionam categorias de compostos em uso. Existem estudos experimentais para aferir a eficácia dos mesmos; alguns comprovam benefícios, já outros não, o que pode refletir falta de adoção de uma metodologia experimental mais adequada.

55 aviNews Brasil Outubro 2021 | Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-glucano: Uma Revisão

imunologia

mais legislado. Isso aumenta a importância do sistema imune.


São essas as categorias de compostos mais usados:

1 Acidificantes Ácidos orgânicos e inorgânicos;

2

3

imunologia

Minerais ZN, SE, etc.;

Óleos essenciais Timol etc.;

4

5

Estimulantes das funções digestivas Enzimas;

Competição, adsorção e exclusão de agentes patogênicos;

Nucleotídeos Ácidos nucléicos;

6

7

A rigor buscam-se ou se promovem benefícios, tais como:

Diminuição de PH e aumento de anaerobiose; Probióticos e prebióticos Bactérias e fibras fermentáveis;

Imunomoduladores Beta-glucanos.

Esses efeitos são bem vindos em um ambiente sem promotores de crescimento antibióticos, considerando um sistema compatível com o manejo adequado e o bem-estar animal.

Produção de AGCC (ácidos graxos de cadeia curta); Redução de aderência de patógenos aos receptores dos enterócitos; Redução da permeabilidade intestinal; Incremento da imunidade intestinal e regulação da inflamação; Maior resistência aos agentes agressores intestinais.

56 aviNews Brasil Outubro 2021 | Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-glucano: Uma Revisão


BETA-GLUCANO O beta-glucano (ou beta-glucana ou betaglucano), notadamente em humanos, vem sendo estudado em algumas patologias como o diabetes. Isso compele a experimentações em animais de produção e de companhia, no controle de várias patologias, embora com representatividade mais discreta.

imunologia

Vamos nos ater às fibras dietéticas. Fibra dietética, de acordo com Rosch, C (1), é um polímero de carboidrato com três ou mais unidades monoméricas que não sofrem digestão.

São polissacarídeos monômeros de D glicose unidos por ligações glicosídicas B, com conformações variadas e que fazem parte de parede celular de fungos, por exemplo. A mesma referência (1) caracteriza o beta-glucano também como sendo uma hemicelulose. Em recente revisão em 2016(12), não se enquadra o beta-glucano na categoria de prebiótico fermentável por parte de lactobacilos e bífido, como o são o FOS, o GOS e o MOS, mas sim como imunomodulador da resposta.

Para os que desejarem informações referentes às características fermentativas, in vitro e in vivo das fibras em geral, remete-se à pertinente bibliografia (1, 9, 16). A rigor, o beta-glucano obtido por fermentação alcoólica é considerado bastante efetivo nessa função, de modo que há relação direta com o modo industrial de obtenção (9, 16).

57 aviNews Brasil Outubro 2021 | Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-glucano: Uma Revisão


Bone Marrow

O SISTEMA IMUNE Hematopoietic Stem Cell

Lymohoid Progenitor Cell

Myeloid Progenitor Cell RBC Platetlet Neutrophill imunologia

Eosinophil

Natural Killer Cell

T Lymohoid

B Lymohoid

• Helper cells • Regulatory cells Plasma Cells • Cytotoxic cells

Basophill Moncyte Dendritic Cell

Adaptative

Antibodies

Figura 1: Células do sistema imune inato e adaptativo (Adaptado de Rosch1)

Macrophage

Innate

Para melhor entendermos como agem os beta-glucanos, vamos revisar superficialmente o sistema imune. Acima, encontram-se as células envolvidas nas reações imunes e inflamatórias, considerando-se as imunidades inata e a adaptativa. A primeira é inespecífica, reconhece e elimina o agente patogênico de forma rápida e se constitui no foco principal de defesa imediata.

A adaptativa é lenta e específica, ocorre pela produção de imunoglobulinas e de células de memória, e também promove a eliminação do agente patogênico. Dessa forma, resistência a um agente, define imunidade. Mas, o que confere ao sistema imune a capacidade e adaptabilidade para mobilizar uma rede de células especializadas e proteínas para defesa contra agentes infecciosos e células alteradas? É isso que nos propomos discutir agora.

58 aviNews Brasil Outubro 2021 | Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-glucano: Uma Revisão


Os tecidos linfóides e suas células residentes Intestino Timo - células T e B, macrófagos e células apresentadoras de antígenos (DCs ou Cels. dendríticas);

Baço - polpa branca (linfócitos T e B), polpa vermelha (eritrócitos);

Gânglios - células B e T, sendo B no córtex e T na medular do órgão, assim como macrófagos. Nos suínos, as células B se assentam no córtex e as T na medular. É o inverso do que ocorre em outros animais e no homem;

Placas de Peyer do jejuno - células B, macrófagos e DCs;

O intestino é o órgão que mais contempla células de defesa. As células imunes (linfócitos T e B) locadas nas mucosas se diferenciam e se desenvolvem na proporção em que são estimuladas pelos agentes patogênicos, ou por moléculas estranhas. As células T dependem dos macrófagos nessa intermediação. Já as células B não, por possuírem receptores de globulinas.

Placas de Peyer ileal - células B;

Tonsilas - células T e B, macrófagos e DCs;

Bolsa de Fabrícius - principalmente células B.

59 aviNews Brasil Outubro 2021 | Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-glucano: Uma Revisão

imunologia

Medula óssea - todas as linhagens, incluindo monócitos, macrófagos, exceto células T;


Notem (figura 2) que existem diferenças nas populações de células imunes nos distintos centros germinativos intestinais. Nos painéis laterais eles ocorrem em maior expansão, com profusão de células B, notadamente. No painel central essa atividade é mais

imunologia

discreta.

Figura 2: Células imunes nas mucosas. Osman (2011)

Animais SPF apresentam menor distribuição de células imunes, que aumentam com a idade e exposição. Há cerca de 250 PP (placas de Peyer) e inúmeros folículos em nível de mucosa gastrointestinal, de modo que nenhuma mudança na dieta e no bioma deixa de ser percebida pelo sistema imune dos vertebrados, peixes inclusive. Nos núcleos germinativos que se formam na reação imune, existem regiões de células B e de células T, entre células macrofágicas e outras. Nos gânglios ocorre o mesmo processo.

Na segunda parte deste artigo, que você vai poder conferir na edição de dezembro da aviNews Brasil, abordaremos os efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Betaglucano: reação aos antígenos.

Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-glucano: Uma Revisão

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Referências sob consulta junto ao autor.

60 aviNews Brasil Outubro 2021 | Efeitos Imunomoduladores e Imunoestimulantes do Beta-glucano: Uma Revisão


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DIAGRAMA DE ISHIKAWA APLICADO AO PROCESSAMENTO DOS FRANGOS processamento

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E

sta ferramenta Gerencial ajuda a analisar os fatores que contribuem para um problema, de maneira estruturada, com o objetivo de identificar as causas raiz que o ocasionam. Identificar essas causas facilita o desenho de ações a serem adotadas para controlar, ou eliminar o problema. O diagrama de Ishikawa (também chamado diagrama de espinha de peixe) é um tipo de Mapa Mental,no qual as causas imediatas ou diretas do Problema Central estão agrupadas em seis (6) categorías, denominadas os seis “ M ”. O propósito de agrupar as causas desta maneira é ser o mais rigoroso possível nas análises do problema.

Meio Ambiente

Maquinário Mão de Obra

Ambiente

Equipamentos

Insumos Matéria Prima

Materiais

Padrões Procedimento

Método

62 aviNews Brasil Outubro 2021 | Diagrama de Ishikawa: Aplicado ao Processamento dos Frangos

Medição

Pessoal

Controles Supervisão Inspeção


Por sua vez, para cada causa imediata pode-se identificar causas de segunda ordem, terceira ordem etc., dependendo do nível de detalhe que se queira alcançar. Para ilustrar a aplicação desta técnica, apresentamos exemplos de duas situações que têm grande relevância no rendimento, qualidade e inocuidade dos frangos processados.

CASO # 1 AVES MAL SANGRADAS Dependendo do clima e altura acima do nível do mar, os parâmetros de controle mudam. Além disso, quando as pessoas que realizam o abate não executam seu trabalho de forma correta e os equipamentos não estão adequadamente regulados, também se apresenta esse detalhe de qualidade. O sangue representa aproximadamente 7% do peso vivo. Comercialmente, drena-se entre 45% e 50% do mesmo. Lembre-se que o sangue é distribuído assim: 84% na rede de vasos sanguíneos e 16% nos diferentes órgãos.

processamento

Para ter este processo dentro dos parâmetros, sugere-se selecionar um grupo de frangos durante o turno e pesá-los individualmente. Seu peso vivo equivale a 100%. Antes de os animais entrarem na escaldadora, retirá-los dos ganchos e voltar a pesá-los. Essa diferença de peso deve ficar próxima de 3%. Portanto, os frangos devem pesar 97%, comparado ao frango vivo.

Abate de Aves em climas quentes e altitude inferior a 800 metros Sua fisiologia cardiovascular se caracteriza pela vasodilatação, para dissipar calor. Além disso, o ar entra nos pulmões com a maior pressão possível. O tempo de sangria adequado oscila entre 1 minuto e 30 segundos, até 1 minuto e 45 segundos. Cada planta deve estabelecer o tempo mais conveniente.

63 aviNews Brasil Outubro 2021 | Diagrama de Ishikawa: Aplicado ao Processamento dos Frangos


Abate de frangos em climas temperados a frios, com altitudes superiores a 800 metros. Os animais chegam à planta com os vasos sanguíneos dilatados. Este detalhe pontual é percebido claramente ao abrir das asas pela parte interior. Nestes climas sua fisiologia propicia a vasoconstrição para conservar o calor.

processamento

Se, à situação anterior, agregamos o aumento da altitude, haverá indução para que as aves produzam mais glóbulos vermelhos - os únicos capazes de transportar o oxigênio no momento da troca venosa, retornando o sangue ao coração, devidamente oxigenado. Com isso, conserva-se a homeostase, porque ocorre um aumento da pressão com a qual este gás entra nos pulmões. Resultado: A quantidade extra de glóbulos vermelhos aumenta a viscosidade do sangue.

Estas circunstâncias especiais exigem que se aumente o tempo de sangria entre 3.0 e 3.5 minutos, evitando-se o acúmulo de sangue nas asas. Durante a coleta dos animais, logo após saírem da última depenadeira para os primeiros equipamentos automáticos de evisceração, ou na calha quando esse processo é realizado manualmente, nota-se o piso cheio de sangue bem abaixo do trajeto dos frangos.

Em algumas plantas, quando a situação se torna crítica, recorre-se à Estimulação Elétrica, com o objetivo de aumentar a quantidade de sangue drenada. Este detalhe - sangue armazenado nos frangos - induzem os controladores de qualidade a condenar parcial, ou totalmente as aves. Esta decisão afeta o rendimento dos frangos que estão sendo processados.

64 aviNews Brasil Outubro 2021 | Diagrama de Ishikawa: Aplicado ao Processamento dos Frangos


Abate Independentemente de ser manual, ou automático, deve-se evitar seccionar a traqueia e o cordão nervoso. Se isto acontece, as aves morrem por asfixia e a interrupção das mensagens enviadas pelo cérebro ao coração, fazem-no deixar de bater. Em alguns países a traqueia é cortada por exigências especiais. Dependendo da apresentação do animal, os fiscais de qualidade as rejeitam parcial, ou totalmente, afetando o rendimento dos frangos processados.

O parâmetro de controle para os frangos mal sangrados é de 0,03% acima do total das aves beneficiadas.

Diagrama caso 1 - AVES MAL SANGRADAS

Temperatura quente

Treinamento Inadequado

Temperatura fria

Baixa motivação

processamento

Mão de Obra

Meio Ambiente

Altura acima do nível do mar

Matéria Prima

AVE MAL SANGRADA Parâmetro >0,03%

Jejum insuficiente

Método Abate incorreto

Desuniformidade de frangos

Iluminação deficiente

Peso prom. Vivo solicitado não é atendido

Tempo de Sangra Insuficiente

Maquinário Abatedor automático desajustado Manutenção deficiente Inventário de peças insuficiente

Medição Diagrama de Ishikawa Versão simplificada. Cada planta pode ampliá-lo de acordo com suas necessidades.

Supervisão deficiente Equipamentos de medição cronômetro, termômetro descalibrados

65 aviNews Brasil Outubro 2021 | Diagrama de Ishikawa: Aplicado ao Processamento dos Frangos


CASO # 2 AVES DEPENADAS DEFICIENTEMENTE Uma boa depena exige que as operações anteriores sejam realizadas corretamente, desde a pendura das aves no transportador aéreo de abate, até a entrada às depenadeiras. De fato, a retirada das penas exige manejo cuidadoso.

Pendura Manter todos os ganchos cheios. Além disso, as patas devem estar bem ajustadas e simétricas. Durante a depena, os ganchos vazios movemse muito, maltratando os frangos ao

processamento

lado.

Trajeto da última pendura à entrada do atordoador Se as aves estão intranquilas, durante seu trajeto batem asas com diferentes níveis de intensidade.

Causas

Aturdimiento

O massageador de peito não se encontra bem regulado e o percurso não está convenientemente escurecido. Por essa razão, descem ao atordoador estressados, impedindo que percam a consciência por não intrioduzirem a cabeça no tanque de água. Essa parcela passa com o pecoço levantado e batendo asas intensamente. Esse comportamento é resultado do Pré-choque que sentem à entrada. Em algumas processadoras esta situação não é resolvida, a menos que se aumente a voltagem e, consequentemente, a amperagem.

Esse equipamento atende a uma das demandas de Bem-estar Animal. Ao aumentar a corrente como mencionado anteriormente, provoca-se maior contração muscular, que prende mais as penas dentro do folículo. As sequelas desta anomalia são detectadas na saída das aves da ultima depenadeira. Penas nas asas, coxas e cauda. Lembre-se que as penas das asas e cauda são as únicas inseridas nos músculos.

66 aviNews Brasil Outubro 2021 | Diagrama de Ishikawa: Aplicado ao Processamento dos Frangos


processamento Escalda Para alcançar boa qualidade nesta operação é necessário que os seguintes aspectos funcionem bem: Temperatura conforme o tipo de frango a processar: branco (sem epiderme) amarelo (com epiderme). Tempo de acordo com as características das aves a serem processadas. Agitação da água uniforme em toda a superfície dos tanques, mantendo o nível inicial. Quando esta exigência não é cumprida, a água não chega até a pele, impedindo a abertura dos folículos e o desprendimento das penas. Consequentemente, dificulta-se mais sua eliminação.

Imersão total dos animais enquanto se deslocam dentro dos tanques. Esta condição se reveste da maior importância, dado que, ao flutuarem as aves inclinam-se, fazendo com que as penas da cauda e das asas, que são as mais difíceis de retirar conforme comentou-se, saiam à superfície.

Como a temperatura superficial medida no peito aumenta na escaldadora, é necessário conservála até a entrada da primeira depenadeira. Algumas plantas instalam túneis em aço inoxidável por razões sanitárias.

67 aviNews Brasil Outubro 2021 | Diagrama de Ishikawa: Aplicado ao Processamento dos Frangos


Depenagem Durante esta operação deve-se levar em consideração os seguintes detalhes pontuais para que os frangos sejam depenados em mais de 96%. Os discos devem estar completos e em bom estado. Os dedos, em cada um dos discos, também devem estar em estado adequado.

processamento

Todos os ganchos têm que estar conectados. Os aspersores devem fornecer água a uma temperatura entre 34oC e 38oC. Esta película é direcionada aos dedos, com o objetivo de impedir o sobreaquecimento. Além disso, age como uma camada lubrificante entre os dedos e os frangos. As estruturas das depenadeiras devem estar centradas em relação ao trajeto dos ganchos. Para aumentar a efetividade na retirada das penas das asas, estas máquinas devem ter uma inclinação para baixo nas saídas.

Quando estes aspectos, entre outros, não são levados a cabo, as aves são submetidas a uma pressão maior que pode romper a pele na parte mais frágil: peito, asas e na sobrecoxa, próximo à cauda. Estes danos podem ser considerados parciais ou totais, conforme os fiscais de qualidade, afetando o rendimento dos frangos envolvidos.

68 aviNews Brasil Outubro 2021 | Diagrama de Ishikawa: Aplicado ao Processamento dos Frangos


Diagrama caso 2 - DEPENA DEFICIENTE Mão de Obra

Meio Ambiente Temperatura quente

Treinamento deficiente dos trabalhadores

Temperatura fria

Rápida fadiga do pessoal

Condições ergonômicas inadequadas

DEPENA DEFICIENTE

Matéria Prima

Altas temperaturas e HR. Seção: Escalda Escalda-Depena Método

processamento

Frangos boiam

Jejum inadequado

Escalda inadequada Frangos mal pendurados Perda de calor à saída da Escaldadora e durante a passagem pela Depenadeira

Maior contração muscular causa retenção de penas Água fria

Não se tem a infraestrutura

Aturdimento excessivo Maquinário

Equipamentos regulados inadequadamente

Medição Diagrama de Ishikawa Versão simplificada. Cada planta pode ampliá-lo de acordo com suas necessidades.

Não tem bom treinamento

Manutenção deficiente

Supervisão deficiente

Inventário de peças insuficiente Inventário de peças incompleto

Carecem de todos os elementos de controle: cronômetros, termômetros etc. Pessoal de manutenção mal capacitado Diagrama de Ishikawa Aplicado ao Processamento dos Frangos

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69 aviNews Brasil Outubro 2021 | Diagrama de Ishikawa: Aplicado ao Processamento dos Frangos


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USO DE

ANÁLISE PREDITIVA PARA MELHORAR O DESEMPENHO NO INCUBATÓRIO Edgar O. Oviedo-Rondón Os incubatórios têm papel fundamental nos sistemas de produção avícola.

incubação

Os dados gerados neste processo podem ser melhor aproveitados com técnicas de análise preditiva para abordar problemas comuns que afetam a incubabilidade e a qualidade do pintinho, ao apoiar o planejamento, os programas de manutenção preventiva e as intervenções da equipe.

Discutiremos a atual situação do manejo e análise de dados em incubatórios, desafios e oportunidades, ferrmaentas disponíveis para melhoria, além de chamar a atenção para aprimorar a formação necessária para aplicar análise avançada de dados.

71 aviNews Brasil Outubro 2021 | Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório


SITUAÇÃO ATUAL DA GESTÃO DE DADOS EM INCUBATÓRIOS Existe uma variação significativa no nível tecnológico dos incubatórios ao redor do mundo. Apesar destes diferenciais, o incubatório é um dos segmentos da cadeia avícola com maior controle e geração de dados. Os dados do incubatório provém do monitoramento de ovos e provisões de estoque, do funcionamento de equipamentos, desempenho reprodutivo das reprodutoras e resultados da incubação.

incubação

Os dados de incubação mais frequentes são: Fluxos de ovos, fertilidade, incubabilidade; Causa de mortalidade embrionária obtida nos embriodiagnósticos; Resultado de pintinho; Graus de qualidade; Registros da temperatura média da máquina e da sala; Umidade e pressões.

A digitalização de registros escritos à mão continua sendo complicada em muitos incubatórios, sendo os erros mecanográficos ainda comuns. A qualidade dos dados sempre requer muita atenção. O método preferido de armazenamento de dados são os arquivos Excel com uma, ou múltiplas tabelas ou planilhas. Os dados sempre devem ser organizados em linhas e colunas contínuas; Infelizmente, espaços são deixados, frequentemente, de forma intncional, para agregar notas, complicando a análise de dados. A identificação de incubatórios, granjas, lotes de reprodutoras, máquinas e outras variáveis descritivas deve ser consistente ao longo do tempo para se fazer uma análise precisa. Algumas variáveis como tempo de armazenamento dos ovos, muitas vezes não são bem definidas, sendo os níveis aproximados inseridos de forma variável.

72 aviNews Brasil Outubro 2021 | Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório


Seria melhor segregar os resultados específicos de armazenamento por horas, ou dias, ou predeterminar níveis específicos de armazenamento que possam ser analizados sistematicamente.

As análises de dados são realizadas em Excel na maioria das vezes. A visualização de dados em gráficos é fundamental para detectar padrões e valores extremos, pouco habituais. Esta é a etapa na qual devese ver e corrigir os erros tipográficos e valores atípicos. Nossa experiência com os dados coletados em todo o mundo mostra que os gráficos são incluídos nesses arquivos de Excel, porém os erros tipográficos óbvios nem sempre são pesquisados, ou corrigidos.

incubação

Ordenar e filtrar os dados também pode ajudar a determinar possíveis valores inesperados.

A grande maioria das análises de dados está, atualmente, limitada a: Comparar, um a um, os resultados médios individuais de nascimento, embriodiagnóstico, ou período com um valor padrão da recomendação da linha genética por idade. Realizar o acompanhamento de inventários de ovos, nascimentos e materiais.

Usar tabelas e gráficos dinâmicos de Excel para organizar os dados por lotes de reprodutoras, granjas, máquinas e incubadoras. Eventualmente, comparar múltiplos resultados médios em um painel onde as tabelas, ou gráficos, possam ser comparados.

73 aviNews Brasil Outubro 2021 | Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório


DESAFIOS E OPORTUNIDADES A grande maioria das análises de dados em incubatórios resume o que já ocorreu. As metodologias de análises comumente usadas ajudam a descrever esses fatos passados. A informação obtida nestas análises, já foi provado, ajuda os gerentes dos incubatórios a entender os principais fatores que afetam a incubação, ou que tenham causado um problema. Baseado na experiência adquirida neste sentido, os gerentes desenharam planos de ação.

incubação

Em geral, a variabilidade ordinária e inusual dos resultados de incubatórios é levada em consideração. Consequentemente, não há uma clara noção acerca de reduzir, ou controlar a variabilidade. Porém, os incubatórios estão se tornando maiores, consolidados, com máquinas modernas trazendo novas capacidades de monitoramento. Muitos sensores eletrônicos estão hoje disponíveis para monitorar muitos parâmetros ambientais nas salas de inubação e dentro das máquinas. As telecomunicações e a internet das coisas viabilizam monitoramento a distância e conectividade em tempo real com quase todos os equipamentos fundamentais no incubatório. A migração para máquinas de carga única implica a necessidade de determinar os perfis ótimos de incubação para cada condição. Pesquisadores da avicultura reportam que as condições ótimas podem variar dependendo da genética das reprodutoras, idade e nutrição das galinhas, tempo de armazenamento dos ovos, ou tratamentos durante o armazenamento.

Quando a incubação em carga múltipla era predominante, podia-se modificar um pouco o ambiente das máquinas para melhorar a incubabilidade. Agora, em máquinas de carga única podemos mudar múltiplos parâmetros como a temperatura, umidade, concentração de CO2 e viragem para cada fase de desenvolvimento embrionário. Qualquer intervenção tem resultados variáveis que deveriam ser quantificados para determinar as melhores ações a serem adotadas.

Considerando que a indústria avícola está mais exigente, qualquer melhoria em incubabilidade e qualidade dos pintinhos tem impacto monetário significativo. Nos EUA foi calculado que uma melhoria de 1% na incubabilidade é equivalente a aproximadamento US$33.000 por ano, em um complexo de frangos de corte que produz um milhão de aves por semana. Reduzir os custos em um centravo por pintinho, equivale a uma economia de US$547.000 por ano em uma operação de frangos de corte similar.

Geralmente, as melhorias na incubabilidade estão bem correlacionadas com a qualidade dos pintinhos, menor mortalidade, melhor desempenho vivo e rendimento de carne. Inclusive, pode-se reduzir a incidência de alguns problemas de saúde e bem-estar. É bem sabido que a qualidade dos pintinhos é necessária para alcançar o potencial genético de todas as espécies de aves de produção.

74 aviNews Brasil Outubro 2021 | Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório


Os benefícios obtidos ao melhorar o rendimento da planta de incubação têm efeito de bola de neve positiva em uma operação avícola, o que justifica os investimentos em análises de dados. As novas tecnologias de dados oferecem uma oportunidade de avançar mais na produtividade do incubatório e, especialmente, na qualidade do pintinho. Atualmente, os dados de rendimento da incubação, raras vezes são correlacionados com os registros dos pontos de ajuste da máquina e as condições ambientais reais dentro de máquinas específicas. Este é o tipo de relação necessária para estabelecer quais condições otimizam a incubabilidade para grupos particulares de ovos.

Os conceitos gerais de quais configurações da máquina poderiam ser melhores para alguns ovos, são conhecidos pela experiência de estudos publicados. No entanto, existem múltiplas combinações de fatores que afetam a incubabilidade em um incubatório comercial. As ferramentas de predição permitem determinar onde e como realizar intervenções oportunas e significativas para obter os melhores resultados, se mantidas as condições atuais, ou previamente conhecidas. Estas ferramentas preditivas podem ser obtidas dos mesmos registros de dados utilizados atualmetne e de todos os dados estreantes dos sensores eletrônicos. Estas ferramentas de análises preditivas estiveram dispoíveis em muitos softwares estatísticos durante algumas décadas. Lamentavelmente, houve pouca aplicação nos incubatórios comerciais.

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FERRAMENTAS DISPONÍVEIS REDES NEURONAIS ARTIFICIAS

Foram desenvolvidas várias estratégias de análise de dados para a produção avícola nas últimas décadas, devido à criação de tecnologias para a produção animal de precisão.

incubação

Entre elas, foram testadas as redes neuronais artificias (ANN) em várias oportunidades para predizer a incubabilidade de ovos em frangos. As ANN são modelos paramétricos não lineares que imitam os mecanismos de processamento do cérebro humano. Esta técnica computacional inclui algorítimos matemáticos que oferecem capacidade de aprendizagem contínua a partir de exemplos de dados. As ANN incluem três unidades principais de processamento, uma camada de entrada, uma camada intermediária ou oculta e a camada de saída, onde se obtém a solução. Nas camadas de entrada foram utilizados os seguintes fatores: Idade da reprodutora, Tempo de armazenagem dos ovos; Temperatura do ar; Umidade relativa do ar; Concentrações de dióxido de carbono e oxigênio;

A camada de entrada inclui os registros completos dos dados ambientais durante as 496, ou 504 horas de incubação, obtidos dos sensores eletrônicos das incubadoras e nascedouros. A camada de saída é composta pelos dados respectivos de incubabilidade, ou embriodiagnóstico.

O registro contínuo de dados de temperatura, umidade, concentrações de gases e os registros de tempo e frequência de aquecimento, resfriamento e umidificação produzem dados em sinais. A análise de processamento de sinais é uma técnica que deve ser aplicada para avaliar os sensores eletrônicos, ou o rendimento da máquina. Programas como MATLAB, JMP, R e SAS, entre muitos outros, podem desenvolver esse tipo de análise junto com ANN.

Tudo com suas respectivas observações padrão.

76 aviNews Brasil Outubro 2021 | Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório


As análises completas dos dados das plantas de incubação requerem a integração do processamento de sinais com a análise numérica. Está comprovado que as ANN proporcionam as melhores predições possíveis. As ANN desenvolvidas com dados de incubabilidade (Bolzan et al., 2008; Chamsaz et al., 2011) podem ser utilizadas para simular o melhor conjunto de condições para ovos, com combinações específicas de idade e tempo de armazenamento.

Detectar antecipadamente quando é necessária a manutenção pode economizar dinheiro e garantir a qualidade no processo. O SPC pode evitar as comparações frequentes de observações individuais com um valor padrão, permitindo margens que são toleráveis dentro da variabildiade natural. O SPC também propõe metas alcançáveis para melhorar um processo, reduzindo a variabilidade.

CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSOS

incubação

Os métodos determinam os limites mínimo e máximo, além de um nível estatístico de confiança. Os gráficos de controle e os índices de capacidade do processo são algumas das principais ferramentas de SPC.

Outra técnica analítica que não foi explorada para estimar as intervenções e a variabilidade do controle nos processos de incubação é o controle estatístico de processos (SPC - sigla em inglês). A implementação destas técnicas pode ajudar na melhoria contínua do rendimento ao reduzir a variabilidade. Pode ajudar a detectar quando se deve aplicar a manutenção preventiva. A manutenção é programada cronologicamente nas plantas de incubação, porém os sensores eletrônicos e os motores podem apresentar falhas nestes ambientes difíceis.

Na Figura 1, podemos observar como se vê um gráfico de controle e as partes descritas. Os gráficos de controle ajudam a identificar casos de causas acidentais para planejar ações corretivas. As causas incomuns, ou esporádicas de variação podem ser detectadas e eliminadas. Os índices de capacidade comparam a dispersão dos valores registrados de um parâmetro no processo com a amplitude dos limites de especificação considerados aceitáveis. O índice pode ser calculado a partir de um software estatístico.

77 aviNews Brasil Outubro 2021 | Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório


Figura 1. Anatomia de um gráfico de controle que indica os limites de controle da linha central (LC) e inferior (LCI). O gráfico também representa o novo cálculo dos limites de controle quando muda o processo.

Anatomia do gráfico de controle de processos

12.5

Taxa de defeitos

10.5

UCL

Limite de controle superior

10.22

8.5 6.5 4.5 2.5

CL Linha central LCL Limite de controle inferior

5.84

Recalcular os limites de controle ao mudar o processo 5.65 4.27

Destaca tendências instáveis 1.46

incubação

Jun1 Jul- 6 16 Ago -1 Set- 6 1 Out 6 -16 Nov Dez 16 -16 Jan1 Fev- 7 1 Mar 7 Abr- 17 Mai 17 Jun- 17 1 Jul- 7 17 Ago -1 Set- 7 1 Out 7 -17 Nov Dez 17 -17 Jan1 Fev- 8 1 Mar 8 Abr- 18 Mai 18 Jun- 18 1 Jul- 8 18 Ago -1 Set- 8 1 Out 8 -18

0.5

2.88

Meses Figura 2 mostra um exemplo de como é o processo de controle do peso corporal do frango no momento do nascimento. Os índices são calculados de acordo com as fórmulas descritas na Figura 3.

Estes índices permitem determinar se o processo ou as máquinas estão no objetivo, ou não, e se são estáveis, ou instáveis.

Figura 2. Gráfico de controle com todos os índices de capacidade potencial calculados para a avaliação e detecção de variabilidade.

78 aviNews Brasil Outubro 2021 | Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório


MELHORAR A FORMAÇÃO E O CONHECIMENTO EM ANÁLISE

Capacidade potencial

Capacidade real

incubação

O SPC poderia ser aplicado a cada um dos parâmetros ambientais monitorados em uma máquina incubadora, qualidade de pintinhos, peso dos ovos ou pintinhos, mortalidade de embriões no tempo, ou qualquer outro processo, ou parâmetro medido no tempo.

Figura 3. Equações para determinar as relações de capacidade do processo para o controle estatístico do processo.

Proporção de capacidade de processo

Motivamos os leitores a revisar este processo para obter os benefícios desta metodologia.

Estas técnicas de análise preditiva utilizadas nos setores de fabricação, serviços, finanças e atenção médica podem nos ajudar a extrair mais valor dos dados da planta de incubação. No entanto, a principal dificuldade de implementação foi a falta de pessoal capacitado que também compreenda o processo de icubação e todos os dados disponíveis que devem ser integrados.

Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório

Este artigo busca estimular o desejo de explorar e investir nestas técnicas. Há muito que aprender, porém, uma promessa significativa de obter informação valiosa destas análises para melhorar o rendimento da planta de incubação.

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79 aviNews Brasil Outubro 2021 | Uso de análise preditiva para melhorar o desempenho no incubatório


IMPORTÂNCIA DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS DOS INGREDIENTES PARA A QUALIDADE DA RAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRATO DIGESTIVO

nutrição

Marley Conceição dos Santos, Leopoldo Malcorra Almeida e Alex Maiorka Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias

Q

uando discutimos processamento de rações podemos pensar em todos os processos pelos quais os

ingredientes passam desde a colheita até chegar ao produto acabado.

80 aviNews Brasil outubro 2021 | Importância do tamanho das partículas dos ingredientes para a qualidade da ração e desenvolvimento do trato digestivo


Após sua colheita e chegada à fábrica de rações, um dos primeiros processos dentro da fábrica é a moagem dos ingredientes, que pode ser feita de forma separada, para o milho principalmente, ou conjunta, sendo o primeiro o mais comum, principalmente porque nossos maiores volumes de rações são processados em fábricas projetadas antes dos anos 2000, quando a moagem conjunta não era largamente difundida.

A moagem é o processo físico no qual os ingredientes são reduzidos pela força do impacto, corte ou atrito, com o objetivo

A partir da moagem é que os ingredientes seguem para os demais processamentos.

de aumentar sua superfície de exposição à ação ácida e de enzimas digestivas, de forma a aumentar a digestibilidade do alimento por conta da disponibilização

nutrição

Moagem

de certos constituintes intracelulares, que podem estar protegidos por frações fibrosas e ou proteicas presentes nestes

E a qualidade dessa primeira etapa tem

ingredientes

impacto direto sobre o rendimento da fábrica, as demais etapas e sobre o desempenho dos animais, pois o tamanho das partículas da dieta exerce grande influência sobre os parâmetros de desempenho das aves.

A moagem é responsável, em grande parte, por determinar o tamanho e a distribuição do tamanho das partículas de um alimento apresentado na forma farelada, que são expressos pelo diâmetro geométrico médio (DGM) e pelo desvio-padrão geométrico (DPG), respectivamente (Zanotto & Bellaver, 1996).

81 aviNews Brasil outubro 2021 | Importância do tamanho das partículas dos ingredientes para a qualidade da ração e desenvolvimento do trato digestivo


Do ponto de vista da ingestão, a textura do alimento tem influência direta no comportamento alimentar das aves, as quais têm preferência por partículas menores que o

Isso, considerando não apenas o tamanho das partículas, mas também a força de ligação entre elas (Lott et al., 1992,

Nir et al., 1994), sendo que:

tamanho do seu bico (Moran, 1982), mas possuem aversão a dietas pulverulentas.

Rações com maior DGM e maior força de ligação na estrutura das partículas proporcionam maior tempo de passagem, o que implica em maior desenvolvimento dos órgãos e, por consequência, maior

nutrição

eficiência nos processos de digestão e absorção da dieta. Da mesma forma, alterações do trato gastrointestinal (TGI), como: tamanho e pH de moela,

Esta maior

velocidade de passagem do

principalmente

alimento e

da moela, se deve

desenvolvimento do intestino Podem ser observadas com o uso dediferentes estruturas.

capacidade do TGI,

à maior atividade da camada muscular, o que acarreta maior ação de moagem e contrações peristálticas reversas mais potentes e estimula a secreção de HCL, o que reduz o pH e aumenta a proteólise.

A redução no pH pode proporcionar a redução da carga microbiana proveniente da ração, como mostraram Huang et al. (2006) que, ao avaliarem dietas com alto e baixo DGM, observaram que: nas dietas com maior DGM, a carga microbiana da bactéria entérica Typhimurium DT12 foi menor.

82 aviNews Brasil outubro 2021 | Importância do tamanho das partículas dos ingredientes para a qualidade da ração e desenvolvimento do trato digestivo


Na mesma linha, Engberg et al. (2004), ao compararem o fornecimento de trigo moído e inteiro a frangos de corte, relataram menor quantidade de unidades formadoras de colônia/g de bactérias anaeróbicas na moela e uma tendência na redução de Clostridium perfringens no íleo dos animais recebendo o trigo inteiro.

Com os avanços nas pesquisas, os benefícios associados

Dessa forma, a moela bem

à peletização foram sendo

desenvolvida pode ser considerada

esclarecidos e a discussão foi sendo

como uma maior barreira de proteção

enriquecida com novas perspectivas.

contra bactérias anaeróbicas, entre elas algumas nocivas.

Como exemplo, desde a década de 1960, um dos maiores benefícios associados à peletização é o aumento na digestibilidade da

nutrição

ração, por conta da gelatinização do amido e quebra de algumas proteínas (Moran, 1987). Porém, estudos mais recentes mostram que esses efeitos podem não ser tão expressivos (Massuquetto

Peletização

et al., 2020), dependendo especialmente do consumo de ração.

Outro processamento que interfere no tamanho das partículas do alimento para aves é a

Por outro lado, têm sido cada vez mais

peletização, que consiste em, basicamente,

estudados efeitos como:

aplicar:

aumento na facilidade de apreensão temperatura, umidade e pressão

do alimento, menor seleção de ingredientes pelo animal, maior consumo de ração e

Sobre os ingredientes da ração, com o intuito de

menor gasto de energia para o

promover um certo nível de cozimento, tornando

consumo.

assim os ingredientes mais agregados, o que pode promover maior produtividade (Kiarie and

Mills, 2019, Santos et al., 2020).

Estes efeitos acarretam melhora do desempenho, o que justifica a peletização ser tão disseminada na avicultura.

83 aviNews Brasil outubro 2021 | Importância do tamanho das partículas dos ingredientes para a qualidade da ração e desenvolvimento do trato digestivo


Porém, nem sempre a peletização provê os

Fatores que afetam diretamente a estrutura

benefícios atribuídos a ela, e isso acontece

do TGI, o que pode comprometer todos os

principalmente por conta da qualidade do

efeitos positivos relacionados a este tipo de

processo.

processamento (Nir et al, 1995; Dahlke et al., 2003).

Para uma correta peletização é necessária a aplicação de umidade, temperatura e pressão adequados, o que varia de acordo com os ingredientes utilizados e suas particularidades.

A peletização também pode contribuir para a redução da carga microbiana da dieta.

Vários fatores podem afetar esse processo, como exemplos: a composição da dieta, forma física dos ingredientes e

nutrição

equipamentos utilizados

Mas é importante ressaltar que a recontaminação do alimento após a formação dos peletes é muito comum em fábricas que não têm boa separação entre áreas suja e limpa.

(Muramatsu, 2013). Com todo o exposto, mesmo com a peletização sendo ótima opção para melhorar Dietas com DGM muito altos, ou excessiva

o aproveitamento da dieta pelas aves, é muito

variação do tamanho das partículas

importante se atentar ao processo anterior, a

(DPG), podem favorecer:

moagem.

o aumento na quantidade de finos

Além de ter influência direta sobre a peletização,

(porção da ração peletizada que está

a moagem também pode:

desagregada de sua estrutura inicial, formando partículas de dimensões menores que os peletes) após a peletização, peletes com dureza muito elevada, ou peletes muito frágeis que se desfazem facilmente podem facilitar o processo de seleção e/ou redução

trazer melhoras na estrutura e microbiota do TGI, facilitar a ação das enzimas digestivas, aumentar ou diminuir o consumo da dieta e, consequentemente, afetar o desempenho dos animais.

do consumo de ração por alterar a velocidade de passagem.

Importância do tamanho das partículas dos ingredientes para a qualidade da ração e desenvolvimento do trato digestivo

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Referências sob consulta junto ao autor. aviNews Brasil outubro 2021 | Importância do tamanho das partículas dos ingredientes para a qualidade da ração e desenvolvimento do trato digestivo



“Treinando” o microbioma animal para o aproveitamento da fibra: uma nova perspectiva do modo de ação das enzimas degradantes de fibra

Enzimas degradadoras de fibra (PNAases) têm sido usadas comercialmente por mais de 30 anos. Historicamente, o foco principal sobre as PNAases estava em diminuir os efeitos anti-nutricionais da fibra, mas este vem mudando para os subprodutos da quebra da fibra.

“Nós sabemos que determinados produtos oriundos da quebra de PNA são benéficos e atuam na adaptação da microbiota intestinal, o que pode aumentar o aproveitamento da fibra e o desempenho”. Dr Gemma Gonzalez Ortiz, Gerente de Pesquisas, AB Vista

Quando as enzimas degradam a porção PNA, oligossacarídeos de cadeia curta são produzidos; estes são fermentados por bactérias no intestino, aumentando a produção de ácidos graxos de cadeia curta. Este efeito tem sido chamado de efeito prebiótico, e é considerado como um dos mecanismos de ação das PNAases, que pode ser muito

do que simplesmente melhorar a digestibilidade de fibra e a fermentação de oligossacarídeos produzidos. Quando suplementada via dieta por um longo período, a xilanase tem mostrado aumentar, efetivamente, a capacidade das bactérias do ceco em digerir fibra. Isto sugere que as xilanases causam um efeito de “treinamento” no microbioma cecal, resultando em mudanças adaptativas ao longo do tempo que aumenta a capacidade de degradar fibra (Figura 1). Isto significa que as PNAases estão fazendo muito mais do que se sabia – elas contribuem para o desenvolvimento de uma microbiota mais benéfica e, com isso, melhoram a eficiência na absorção de nutrientes da dieta pelo animal hospedeiro.

Figura 1. Amostras de conteúdo cecal de aves alimentadas com dietas contendo ou não xilanase (Econase XT) foram usadas como inóculo em ensaio de fermentação para monitorar a produção de ácidos graxos voláteis (AGV). O inóculo cecal de aves pré-expostas à xilanase aumentou a produção de butirato em comparação com as aves do grupo controle. 19 17 15

Butirato mM

A busca crescente sobre como as carboidrases agem está abrindo uma nova perspectiva do seu papel nas estratégias nutricionais para melhorar o desempenho.

13 11 9 7 5 Controle Conteúdo cecal aves do controle

C+PNA de trigo Conteúdo cecal – aves com xilanase

“Precisamos olhar para as PNAases como ferramentas para acelerar a habilidade do microbioma intestinal em degradar fibra. Em vez de degradar quantitativamente a fibra da parede celular vegetal, estas enzimas estão, efetivamente, aumentando a capacidade intrínseca do animal em digerir fibras, o que tem implicações significativas na seleção de classes de enzimas PNAases e de dosagens”. Dr Mike Bedford, Diretor de Pesquisas, AB Vista

Para saber mais sobre a pesquisa citada neste artigo e outras pesquisas relacionadas, visite www.abvista.com ou entre em contato com o representante local da AB Vista.


LESÕES ARTICULARES PARTE II: FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS

patologia

Liris Kindlein Médica Veterinária, Dra, Professora e Pesquisadora da UFRGS - Área de concentração: inspeção e tecnologia de carnes, pescado e derivados; condenações e qualidade de carcaça, fisiologia animal voltada à produção de carne.

Na última edição da aviNews Brasil (julho 2021) demos início à abordagem sobre a importância de nos aprofundarmos no tema das lesões articulares em frangos de corte.

GENÉTICA

No primeiro artigo os fatores nutricionais e sanitários relacionados com as lesões articulares.

AMBIENTAIS

Neste, o enfoque será relacionado com outros dois alicerces desencadeadores de problemas locomotores, associados ou isolados:

87 aviNews Brasil Outubro 2021 | Lesões articulares


GENÉTICA

Há hipóteses de que problemas esqueléticos também podem ocorrer pelo incremento genético do desenvolvimento do músculo

Do ponto de vista GENÉTICO, o setor

peitoral e, consequentemente, a alteração do

avícola investiu na seleção de linhagens

eixo gravitacional do esqueleto, ocasionando

que apresentassem maior taxa de

deformações ósseas, como:

crescimento e tal prática pode ter favorecido o surgimento de patologias

desvio de coluna (espondilolistese),

estruturais anatômicas, principalmente dos tecidos ósseo e muscular.

defeitos de angulação valgus (Figura 1) e varus e

O elevado crescimento muscular muitas vezes é acompanhado por uma baixa maturidade do esqueleto,

rotação da cabeça da tíbia (Oviedo, 2006; Whitehead, 2010).

aumentando a incidência de fragilidade e deformação óssea.

patologia

Segundo literatura, 65% dos problemas de perna em frangos de corte estão A tensão biomecâmica desempenhada na cartilagem epifisária de frangos, cujo tecido ósseo apresenta-se imaturo, proporciona a

associados a presença de uma deformidade de conformação que incidem principalmente em ossos longos.

ocorrência de microfraturas e fissuras na cartilagem, que contribuem para a formação de lesões osteocondróticas e, consequentemente, maior prevalência de claudicações, comprometendo o comportamento natural do animal (restrições ao acesso ao comedouro e bebedouro) e seu bem-estar.

A espondilolistese (kinky back) é considerada uma deformidade que afeta as vértebras torácicas de frangos de corte, mais frequentemente a quarta vértebra torácica

(Figura 2), entre as terceira e sexta semanas de idade. Resultando em compressão da medula espinhal e, consequentemente, dificuldade de locomoção, podendo ocorrer a paralisia dos membros pélvicos e, neste caso, os animais ainda devem ser descartados (refugo) na propriedade rural.

88 aviNews Brasil Outubro 2021 | Lesões articulares


AMBIENTE Além dos fatores genéticos e nutricionais, os fatores AMBIENTAIS também estão associados a ocorrência de problemas locomotores e mudanças no padrão da marcha (mensurado via Gait Score, Raio-X – Figura 3) em aves domésticas, tais como: o tipo de piso utilizado altas temperatura e umidade relativa do ar somado a umidade excessiva da cama (HESTER, 1994), menores períodos de escuro durante o dia (KNOWLES et al., 2008) e

patologia

Figura 1- Desvio angular Valgus.

lotação (MARCHEWKA et al., 2013).

Figura 2-E spondilolistese. Fonte: https://www.thepoultrysite. com/disease-guide/spondylolisthesis-kinky-back

Figura 3- Imagem de raios-X de um pintinho com aumento de volume nas articulações e destruição dos tecidos moles (Fonte: Guo et al., 2019).

Sua incidência, que pode atingir 2% na granja, está relacionada com idade, taxa de crescimento rápido e genética (OSBALDISTON & WISE, 1967; WISE, 1973; RIDDELL, 1973; PAIXÃO et al., 2007).

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FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO A CAMPO O diagnóstico de artrite a campo não é fácil de ser assertivo. Existem ferramentas que podem auxiliar a determinação da incidência de lesões nos lotes. Dentre eles, pode-se citar:

Avaliação da marcha através de Gait Score (GS – “escore da marcha”) Critério utilizado como forma de avaliação geral da saúde das pernas e de bem-estar (SKINNER-NOBLE; TEETER, 2009);

patologia

Termografia de infravermelho (Figura 4) Técnica não invasiva que permite a visualização do perfil térmico de calor emitido por um objeto (NÄÄS et al., 2014). A literatura atual indica que essa

Figura 4- Termografia de articulação de perus. Análises ultrassonográficas (Figura 5a, 5b) Descritas como ferramentas úteis para avaliação de características ósseas em aves domésticas (FLEMING; KORVER; McCORMAC; WHITEHEAD, 2004). Algumas das variáveis ultrassonográficas rotineiramente avaliadas nessa espécie é o grau de efusão do líquido sinovial e a espessura da membrana sinovial;

ferramenta pode ser utilizada para o diagnóstico de estresse térmico e de condições patológicas subclínicas (GRACIANO et al., 2014).

E, por fim, Necrospia e classificação

de escore de lesão por degeneração femoral (Escore de 1 a 3) e discondroplasia tibial (Escore de

É esperado que em processos inflamatórios a temperatura superficial local se eleve (NÓBREGA et al., 2014); por outro lado, espera-se que a temperatura superficial diminua em situações de insuficiente circulação sanguínea local (JACOB et al., 2016), como as que ocorrem em processos necróticos;

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1 a 3).


patologia

Figura 5- ((a) Avaliação de articulação através de ultrassonografia, (b) Imagem ultrassonoráfica com probe posicionada em direção longitudinal da articulação intertarsal, destacando o diâmetro da cavidade sinovial (pontilhado). Fonte: própria autora.

ASPECTO VISUAL DAS LESÕES ARTICULARES VISUALIZADAS NO ABATEDOURO Considerando que todas as lesões

Desta forma, a fim de padronizar a

articulares/pernas em carcaças de

avaliação macroscópica e distinguir as

frango visualizadas na Inspeção post

lesões articulares inespecíficas que não

mortem estão sendo classificadas no

se enquadrem em processo inflamatório,

ábaco como artrites, e que muitas

seguem abaixo imagens (Figura 6) de

destas lesões não se enquadram neste

categorias de graus de severidade de

conceito e são inespecíficas, podendo

lesões da articulação tíbio-társicas

serem classificadas como alterações

considerando:

não patológicas e localizadas (sem caráter inflamatório e infeccioso), é de suma importância:

AUMENTO DE VOLUME ALTERAÇÃO COLORAÇÃO

Identificar e classificar macroscopicamente as lesões, como também o grau de comprometimento dos tecidos adjacentes, visando

PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE PROCESO INPLAMATÓRIO VÍSIVEL (ARTRITE)

o diagnósticos das causas e a

IDADE DE LASÃO SEGUNDO COLORAÇAO

determinação de estratégias a campo que possam mitigar tais ocorrências.

ÁREA/REGIÃO COMPROMETIDA (FOCAL OU DIFUSA)

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Figura 6- Padrões macroscópicos das lesões da articulação tíbio-tarsal:

patologia

(a) Grau 1 – articulação com discreto aumento de volume e sem alteração de coloração;

(b) Grau 2 - articulação com discreto aumento de volume e leve alteração de coloração (rosada/ avermelhada clara - característica de lesão recente), localizada em área focal;

(c,d) Grau 3 – articulação com aumento de volume e acúmulo de líquido límpido entre a epiderme e a derme, formando uma “bolha”, sem alteração de cor;

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(e,f) Grau 4 – articulação com significante aumento de volume, com acentuada alteração de coloração (arroxeada/esverdeada/azulada - característica de lesão antiga), localizada em área focal;


patologia

(g,h) Grau 5 - articulação com significante aumento de volume, com acentuada alteração de coloração (arroxeada/esverdeada/azulada - característica de lesão antiga), localizada em área difusa;

(i) Queimadura de Jarrete - ulceração da pele em que as áreas afetadas apresentam descoloração marrom ou preta,

Uma das lesões de grande incidência na avicultura nacional é chamada de Joelho verde e pode ser enquadrada no grau de severidade 4 (focal) ou 5 (difuso), segundo classificação ilustrada na Figura Figuras 6 (e), 6 (h) e 7 (c).

(j,k) Artrite- articulação com acentuado aumento de volume, com alteração de coloração (amarelada – característica de presença de processo inflamatório visível), localizada em área focal ou difusa, podendo apresentar exsudato amarelado.

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Embora a literatura cite relação desta lesão com a positividade de Reovírus, a causa e o mecanismo fisiológico ainda não estão bem esclarecidos.

Em estudo a campo, Kindlein et al. (2021), avaliando mais minuciosamente a lesão através de incisão anatômica, sugeriram que a lesão pode originar do rompimento da anastomose das veias metatarsal e tarsal medial por lesão traumática, ou rompimento de células endoteliais da túnica íntima, soltura da epiderme e derme, extravasamento e acúmulo de

patologia

sangue nesta região

O setor avícola vem buscando, além do acréscimo na produtividade, diminuir as perdas em todas as etapas da cadeia sendo, para isto, fundamental o diagnóstico específico de cada realidade para a definição de diretrizes e implementações de ações de manejo, monitoramento nutricional e sanitário, além de adequados programas de imunização. Além disto, embora as herdabilidades das características de saúde de pernas sejam baixas, a seleção genética deve continuar considerando este atributo, dentre outros, para alcançar um progresso equilibrado

Figura 7– (a) Veia tarsal medial íntegra e com alto calibre e vascularização; (b) Veia metatarsal medial íntegra; (c) Lesão de joelho verde unilateral em frango a campo; (d) Incisão anatômica da lesão de joelho verde para visualização dos tecidos internos, cm lesão focal e necrosada.

nas linhagens modernas. Lesões Articulares PARTE II: Fatores Genéticos e Ambientais

BAIXAR EM PDF BIBLIOGRAFIA sob consulta junto ao autor.

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