“Aprendi (o que o caminho me ensinou) a caminhar cantando como convém a mim e aos que vão comigo. Pois já não vou mais sozinho.” Thiago de Mello
QUEM SOMOS? O RUA_Juventude Anticapitalista é um movimento de juventude, uma organização política que se insere nas mais diversas lutas em favor da juventude e da classe trabalhadora. Somos uma organização de jovens que atua no movimento estudantil, no movimento feminista, negro, LGBT, ambiental e indígena, nos movimento das juventudes da periferia, na luta contra o extermínio, por saúde, cultura e educação, na luta antiproibicionista e pela legalização das drogas. Nós somos a maioria da população, que vive do seu trabalho. Somos jovens indignados com um sistema apodrecido e corrupto, que só serve para os de sempre ficarem ainda mais ricos e privilegiados. Não iremos tolerar um sistema que ameaça destruir o planeta e os direitos do povo em nome de um suposto desenvolvimento. Para nós, a vida está acima do lucro! Queremos expressar nos movimentos a radicalidade e a democracia real que queremos para o mundo. Pois entendemos que para mudar a sociedade é preciso mudar a nós mesmos! Somos uma organização nacional para ação política e fazemos discussões nacionais, a partir das experiências regionais e estaduais, para definir nossa intervenção política e organizar campanhas, mobilizações e propagandear as ideias anticapitalistas!
E
stamos juntas/os porque não nos basta caminhar sozinhas/os nas ruas, sobretudo em um período onde nossas conquistas sociais arrancadas através da luta estão sendo atacadas. O governo ilegítimo de Temer, com suas medidas, afetam diretamente a Universidade Pública. Portanto, abrindo a tese do Movimento RUA ao X Congresso de Estudantes da UFC, contextualizaremos esse momento político. Vemos uma forte ascensão do conservadorismo em todo o mundo que vem nos atacando em diversas esferas. O discurso conservador e de ódio ganhou não apenas nas urnas da Europa e dos EUA, como também concretizou várias ações de extrema barbárie. Somado a isso, também em escala planetária, estamos vivendo um momento que muitos cientistas classificam de Antropoceno. As intervenções humanas na natureza chegaram a um nível que ameaçam a vida na Terra. A crise hídrica que o Ceará passa é uma materialização dessa situação. Enquanto o Governo Estadual concede um grande contingente de água para abastecer as Termoelétricas, que funcionam à base de carvão mineral, comunidades rurais no interior do estado sofrem com a escassez de água potável. A nível nacional, as recentes medidas de Temer aprovadas, tais como a EC 95, que congela os investimentos públicos em áreas sociais por 20 anos, e a Lei da Terceirização são um duro golpe contra a juventude e o modelo de Universidade que desejamos. A precarização do serviço público e a flexibilização de direitos trabalhistas fazem parte de um projeto dos mais ricos de nosso país que visam aumentar seus lucros nas costas de quem trabalha. O golpista Michel Temer representa esse projeto, o qual propõe uma Reforma da Previdência que, na prática, tira nosso direito de se aposentar.
NÃO QUEREMOS TRABALHAR ATÉ MORRER!
Diante desse cenário de retrocessos e de crise econômica, o povo brasileiro, em especial a juventude, respondeu com luta: no final do ano de 2016, escolas e universidades foram ocupadas para impedir a aprovação da Reforma do Ensino Médio e da PEC 55. Durante a votação da PEC em Brasília, a juventude se mobilizou e entrou para a história desse país, enfrentando a repressão estatal e mostrando sua indignação. O QUE QUEREMOS PARA NOSSO FUTURO? Para alcançarmos o modelo de educação e de Universidade que queremos, é necessário financiamento público. Hoje, apenas 20% dos estudantes universitário estão na rede pública. A captura do nosso dinheiro para os “tubarões do ensino” gerou um enorme mercado de faculdades e universidades particulares, ao passo que as universidades estaduais em todo o Brasil estão em vias de fechar as portas. Em relação às universidades federais, os investimentos já haviam diminuído bruscamente desde o ajuste fiscal do Governo Dilma, tendo continuidade com o golpismo de Temer. As greves de 2015 e 2016 são exemplos concretos da condição precária a qual fomos submetidos. A luta reativa, entretanto, não é suficiente. É tempo do X Congresso de Estudantes da UFC inaugurar um processo de afirmação do nosso modelo de Universidade. O processo de ocupações deu o tom: precisamos de uma Universidade que seja radicalmente democrática e humanamente libertadora! Nossos Planos Político-Pedagógicos devem ser discutidos amplamente por nós, bem como a gestão universitária deve ser compartilhada em sua plenitude. Por isso, nós propomos um Plebiscito, convocado pela comunidade universitária, para decidir sobre a paridade na UFC, a qual cada setor (estudante, técnico-administrativo e docente) terá peso igual nas decisões sobre nossa Universidade. Só com ações concretas podemos inaugurar uma nova forma de decidir os nossos próprios passos!
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural. Pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural. Nada deve parecer impossível de mudar. Bertold Bretch POR UMA POLÍTICA DE COMBATE ÀS OPRESSÕES ANTICAPITALISTA! Além da exploração da força de trabalho, o capitalismo se apropria de diversas formas de opressão e violência para manter as bases de seu modelo de organização da sociedade: um mundo com privilégios nas mãos de poucos e miséria para as maiorias sociais. Para nós do RUA, enfrentar o racismo, o machismo e a LGBTfobia está diretamente ligado a luta pela destruição do modelo de sociedade dividido em classes. Não basta enfrentar o patriarcado sem apontar que para sua superação não acontecerá na sociedade capitalista, assim como não nos basta que os trabalhadores e trabalhadoras tomem controle da produção se continuarmos reproduzindo um modelo de sociedade racista e LGBTfóbica. Apostamos na auto-organização dos sujeitos oprimidos como ferramenta para alcançar a superação dessas opressões. Acreditamos que os oprimidos são impactados coletivamente pelas violências física e psicológica, pelos padrões e pela negação de direitos. Isso quer dizer que nosso combate às opressões não busca um empoderamento individual e sim a libertação coletiva de todas e todos que carregam cotidianamente as marcas das opressões. É nos enxergando no outro e com ele marchando que iremos construir um mundo de mulheres e homens livres! A AMÉRICA LATINA VAI SER TODA FEMINISTA! O pacote de maldades do governo Golpista de Temer afeta diretamente as partes mais vulneráveis da sociedade. A Juventude e os setores oprimidos vão ser atingidos diretamente com as grandes reformas.
E nós mulheres, depois da juventude, somos hoje o setor que mais sofre com o desemprego aliado aos piores salários ganhando cerca de 70% menos que os homens, ainda que nos mesmos cargos, infelizmente em cargos de chefia a diferença salarial só aumenta. A reforma da previdência busca igualar a idade de aposentadoria das mulheres a dos homens, descartando toda a realidade da dura dupla ou tripla jornada de trabalho que a maioria das mulheres enfrentam em seu cotidiano. Sem contar os inúmeros e não solucionáveis casos de feminicídios que ocorrem ainda hoje, são mulheres violentadas verbalmente, fisicamente, psicologicamente e subjetivamente por todos o Brasil. Mas se esse é o contexto que temos no Brasil precisamos também dizer que a mulherada não se cala diante dos retrocessos, não fica parada vendo seus direitos e suas vidas serem retiradas de suas mãos, o ano último e o próprio 2017 está marcado por verdadeiros lampejos lilás que anunciam Uma Primavera Feminista, onde a luta das mulheres convoca a unidade e organiza a resistência das RUAs. Este ano tivemos uma paralisação internacional de mulheres no 8 de março e mandamos o recado de que não vamos parar, de que ocuparemos as salas de aulas e os espaços da universidade seja como professoras, estudantes e trabalhadoras, de que estamos atentas e fortes e que não tememos os desafios, pois estamos na RUA, em luta e aqui é
Nenhuma a Menos!
GRITARAM-ME: NEGRA! NEGRA SOU. A universidade é um dos espaços historicamente negados a negros e negras, infelizmente quando as mesmas surgiram ainda não se tinha tido a abolição o que acarretou uma enorme diferença não intelectual mas de acessos e direitos entre as pessoas que sempre gozaram de sua liberdade e os recém libertos. O abandono dos lugares de subalternidade estruturados pelo racismo e a conquista de novos espaços é o que direciona a ousadia na construção de imagens positivas dos sujeitos negros. Não podemos continuar naturalizando que tenhamos poucos profissionais negros e negras, que reste para a maioria do povo negro residir em condições subalternas, estar refém da criminalidade e sobretudo, ter sua infância e juventude roubada pela segregação social e por toda uma lógica de combate aos pobres que dizima jovens na periferia e que promulga a ideia de que suas vidas não importam. Não é mais tempo de termos nosso futuro usurpado de nós. Portanto, trazer o debate racial para a centralidade e democratizar o conhecimento é conseguir criar contrapontos ao encarceramento e à marginalização da juventude negra, superar as dificuldades de acesso e de permanência dessa juventude nas universidades e nos centros de formação e sobretudo assegurar que essas e esses tenham condições de exercer seu direito ao mercado e a uma atuação profissional digna. Nesse sentido, lutamos pela manutenção e ampliação da Lei de Cotas e demais políticas públicas que nos permitam o acesso e a permanência na universidade; Pelo fim do genocídio da população negra! E para que nossa ausência na universidade seja questionada e não naturalizada! Estamos aqui e queremos permanecer, o Povo Negro Resiste e Ocupa e continuaremos avançando unidos aos demais por uma educação mais justa e socialmente igualitária.
DANDARA, PRESENTE! Somos o país que mais mata LGBTs no mundo, e o caso de Dandara é apenas uma pequena parcela do que acontece diariamente com mulheres trans e travestis, impedidas pela sociedade patriarcal e conservadora de ter uma qualidade de vida que as proporcione oportunidades além da prostituição, e portanto, viverem a exploração e a violência. O crescimento conservador no Brasil impõe uma agenda que ataca diretamente os direitos de pessoas LGBTs e nos nega o direito de existir! As LGBTs ocupam os postos mais precarizados do mercado de trabalho, sendo grande parte ausente do mercado formal. Negam inclusive o direito ao nosso nome: a Lei de Identidade de Gênero (PL 5002/13) está travada no Congresso. O fortalecimento de figuras públicas conservadoras no parlamento e na mídia alastra as ideias de ódio e intolerância. O preconceito aumenta com a retirada das discussões sobre diversidade sexual e de gênero nos Planos de Educação e com o veto ao kit antihomofobia do MEC. Não podemos barganhar nossas vidas em acordões com os fundamentalistas! Sabemos que nosso acesso a uma vida plena não se dará através do consumo ou do dinheiro, apenas com muita luta e a derrubada desse sistema de exploração e opressão seremos livres. Por isso, no movimento estudantil nosso lugar é na linha de frente: pondo abaixo as práticas heteronormativas e patriarcais! Em memória de Dandara, Luana, Herika e tantos outros, nenhum passo atrás!
A revolução será LGBT ou não será!
... Meus amigos foram às ilhas Ilhas perdem o homem Entretanto alguns se salvaram e trouxeram a notícia de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias, entre o fogo e o amor. Então, meu coração também pode crescer Entre o amor e o fogo, Entre a vida e o fogo, meu coração cresce dez metros e explode. - Ò vida futura! Nós te criaremos. (Versos do poema “Mundo Grande” – Carlos Drummond de Andrade)
QUE MOVIMENTO ESTUDANTIL QUEREMOS SER? Perguntar-se que movimento estudantil queremos ser precisa ser um exercício diário. Nós do RUA compreendemos que a discussão de cultura política é melhor feita quando analisamos as práticas presentes no movimento. É na compreensão e na construção coletiva que devemos fazer a nossa política, e não a partir da prepotência e da lógica do líder que guia seus súditos. Nossos debates devem ser sinceros, fraternos e democráticos, sobretudo a partir das entidades estudantis de base. Para nós, os CA’s/DA’s e DCE precisam ser amplos, permitir a diversidade de opiniões e ser uma ferramenta de discussão política e transformação social. O movimento estudantil precisa superar os muros que os rodeiam. Nossa concepção de movimento deve abarcar também grupos de extensão popular, tendo em vista sua potencialidade real de ação política consciente (em contraposição a projetos que apenas reproduzem lógicas mercantis dentro da Universidade). Repensar os espaços que temos hoje tendo como horizonte a radicalização da democracia passa por valorizar os momentos de debate com decisões diretas e presenciais, como as assembleias, e fortalecer comuns entre professoras/es e técnico-administrativos em fóruns. Ainda, a renovação dos sujeitos e perfis no movimento estudantil cumpre um papel fundamental: solidariedade na construção coletiva e abertura para que novos estudantes expressem sua opinião. Caso contrário, iremos apenas reproduzir opressões e valores estruturantes da sociedade capitalista que estimulam a divisão e a competição entre nós. Precisamos lutar sem perder a ternura! É preciso resistir em unidade sem ilusões em pactos com os de cima. Na UFC, construímos o Mandacaru - Campo de Movimento Estudantil. Acreditamos essencial também a organização a nível nacional das/os estudantes! Por isso, somos Oposição de Esquerda da União Nacional dos Estudantes (UNE) para que ela volte às lutas com democracia real nas decisões e autonomia em relação aos governos e reitorias. Estamos nas ruas pelo combate à exploração do capitalismo, a institucionalidade apodrecida e corrupta, pelo fim do machismo, do racismo e da LGBTfobia e por uma educação pública, democrática e emancipatória!
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