Causos do Sr. Russo
2006 1
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Apresentação
Esta coletânea é uma pequena parte das histórias e estórias vividas pelo Sr. Russo e Dona Adela e contadas, aqui, pelos seus filhos, noras, genro e netos. São histórias vividas com intensidade e, na grande maioria delas no convívio de sua família. São apenas algumas passagens pitorescas e marcantes na vida do casal, que sempre demonstraram sua vocação familiar e de convívio com muitas pessoas. Ao contrário de outras histórias, os nomes das personagens não são fictícios. Sem a pretensão de ser um “best seler”, esta coletânea teve por objetivo registrar os momentos alegres da família Russo.
Autores amadores. 3
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P r e f á c i o Os autores desta modesta obra dispensam apresentação, pois eles mesmos a farão através de seus relatos e, ainda, da espontaneidade como foram redigidos. É um pugilo de estreantes na literatura e famosos em potencial. No entanto, pode-se perceber, a cada trecho lido e relido, que todos fazem parte de uma mesma família, onde todos querem bem e muito se respeitam, exatamente pelo prestígio de que entre eles usufrui o digníssimo casal, Sra ADELA e Sr. ANTONINO RUSSO. É uma justa homenagem que lhe prestam seus descendentes, pelo muito que trabalharam para constituírem uma grande família, e uma família exemplar para a nossa sociedade. É cada página compulsada e, todas às vezes que lida, uma manifestação de carinho e faz sentir o quanto este maravilhoso casal é estimado por seus filhos, filha, genro, noras, netos e netas e seus admiradores que são os seus amigos. Como se pode perceber as reuniões sociais (festas de fim de ano e aniversários) desta família transcorrem sempre em clima de muita alegria e amizade, onde todos se sentem bem. E a melhor conceituação para um lar é, exatamente, esta: um lugar onde todos se sentem e se querem bem, por que muito se amam. 5
O Sr. RUSSO e a Dona ADELA conseguiram construir esse vasto lar, tão promissor e pleno de alegrias e esperanças, e que outras páginas possam ser escritas, para perpetuação dos fatos aqui estampados, divertindo e aproximando as pessoas. Está de parabéns o nobre casal por essa iniciante, e, sobretudo, importante antologia – retrato de uma família – e modelo para o porvir. Parabéns aos homenageados e aos distintos escritores!
OSFRAN
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Índice 1 – Uma introdução de leve . . . . . . . . 9 2 – Um apartamento sombrio . . . . . . .11 3 – A super avó . . . . . . . . . . . . . . . . 13 4 – Cerveja no tempo . . . . . . . . . . . . 15 5 – A estante . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 6 – Entrei de branco e saí de vermelho 19 7 – História de Pescador . . . . . . . . . . .21 8 – Dr, Russo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 9 – As estrelas se foram . . . . . . . . . . .25 10- O trailer e o fusca . . . . . . . . . . . . 27 11- Ta lá um corpo . . . . . . . . . . . . . . 29 12- Um bolo bom pra cachorro . . . . . . 31 13- Uma questão de cor . . . . . . . . . . .33 14- As brincadeiras do vovô . . . . . . . . 35 15- Eu quero furar . . . . . . . . . . . . . . .39 16- Aposentadoria internacional . . . . . .41 17- Olha o trem . . . . . . . . . . . . . . . . .43 18- O gênio da lâmpada . . . . . . . . . . . 45 19- Inss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 20- Pescaria em alto mar . . . . . . . . . . 49 21- Pepsina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 22- Almoço de ano novo . . . . . . . . . . .53 23- Europa só de primeira . . . . . . . . . 55 24- Galícia cor-de-rosa . . . . . . . . . . . .57 25- Pratos de madeira . . . . . . . . . . . . 59 26- Mas Toniiiiiiiiiiiiiiiinho! . . . . . . . . . . 61 27- Uma versão “Clara” dos pneus . . . .63 28- A brasília era fogo . . . . . . . . . . . . 65 29- Marceneiro ou pedreiro . . . . . . . . .67 30- Grande jogador de tênis . . . . . . . . 69 31- Brasília vagabond`s . . . . . . . . . . . 71 32- Vocabulário do Sr. Russo . . . . . . . .73 33- Árvore da família . . . . . . . . . . . . . 75 7
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Uma Introdução – de leve... Vovó dançou !!!
Nenhum homem vence se não estiver a seu lado, uma grade mulher... E se ela for GALEGA... Melhor ainda!!!
Vovó, linda e loura, chegou aos 14 anos de sua cidade, “Berim” para os íntimos, trabalhou com um casal inglês, onde aprendeu preciosidades como tortas maravilhosas que encantam e engordam seus netinhos e trabalhou, principalmente costurando para sua família. 9
Em uma época em que a maioria comprava roupas... Ela fazia... DONA ADELA É MULHER QUE FAZ!!!! Por obra do destino, do acaso ou sei lá do que, DANÇOU!!! Literalmente!!!... E conheceu o seu marido Sr. Russo... Bom, e o resto, ah! O resto a gente conta alguma coisa nas páginas seguintes!!!!
Carolina Elias Russo
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Um apartamento sombrio Foram alguns anos de expectativas para adquirir um apartamento no Gonzaga. Finalmente a família Russo estava de mudança para o Edifício A D Moreira.
Um apartamento todo ventilado, com vista panorâmica, com uma galeria comercial, no andar térreo e de frente para a praia.
A mudança foi relativamente fácil, pois, a Dona Adela não queria os móveis velhos. Casa nova, móveis novos.
Os amigos começaram a aparecer e elogiavam o apartamento, até que um deles observou que não havia luzes no teto e perguntou ao Sr. Russo o por quê?
O Sr. Russo respondeu prontamente:
- Estamos com um problema na rede elétrica. (E assim ele ia driblando a falta de dinheiro – Foram seis meses utilizando um único soquete com luz).
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Nena assombrada.
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A Super Avó Tudo muito calmo, três netas estudando na escola próxima à casa da avó Adela. Todas as tardes, as meninas eram premiadas com chocolates, bolachas e bombons que também eram distribuídos para todas as crianças agregadas da escola, que permaneciam no roda-roda esperando o término do período escolar: - Vamos embora! Foi o grito de guerra! Quando saímos, a Clara atravessou pela porta da saída da escola, e uma bicicleta, que vinha em grande velocidade pela calçada, quase a atropelou. Dona Adela, que é uma pessoa calma e tranqüila, transformou-se em uma avó raivosa e irada querendo tomar à força a bicicleta do moleque rebelde. Este tentava se desculpar e se explicar, e ela puxava a bicicleta para si, num momento de inconformismo e surdez. Que mudança de temperamento bicicleta num lugar errado para a Vovó !!!
Leila admirada. 13
faz
uma
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Cerveja no tempo Ele tinha um caminhão Internacional com o qual fazia duas viagens diárias para São Paulo para carregar cerveja. Todos os outros motoristas faziam apenas uma. O Sr. Russo comprava cerveja e fazia entregas na Praia Grande. Saía bem cedo. Quando encontrava os estabelecimentos fechados, fazia troca dos engradados. Só não sei como ele recebia o pagamento dos comerciantes. Ás vezes rebocava os incautos que atolavam nos rios que cruzavam as praias. Na cervejaria ele carregava o caminhão sozinho. Foi num desses carregamentos que as garrafas de um engradado estouraram. As cervejas saíam quentes e esse estouro feriu o pé do Sr. Russo. Para o Sr. Russo foi fácil, veio dirigindo o seu velho e bom caminhão Internacional com apenas um pé e para isso teve que engatar as marchas no tempo. Quando chegou a Santos e pediu ajuda para descer do caminhão, todos se admiraram pelo feito.
Paulo Russo.
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A Estante Certa vez, quando da construção de nossa casa, em São Roque, tivemos necessidade de um armário, para guardar acessórios da construção. A construção de uma casa faz com que a criatividade aflore, é necessária muita economia. Assim, decidimos que uma estante de tábuas intercaladas com tijolos baianos, seria uma solução econômica e com aproveitamento futuro. Foi nesse ponto que o sr. Russo entrou na história. Ele foi até a carpintaria da cidade e solicitou ao atendente. - Eu preciso de sete “taubas” de “partileira”.
Nena 17
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Entrei de branco e sai de vermelho Ainda rapaz, antes do meu casamento, fui a uma domingueira, para dançar. Eu e meus amigos gostávamos muito de bailar, mas não tínhamos dinheiro para pagar a entrada. Tinha um conhecido que era músico e então, vestido todo de branco, me identifiquei como músico e entrei. Já dentro do salão esperei o início da música e comecei a identificar uma moça para dançar. Avistei uma bela mulata vestida de vermelho que me chamou a atenção e a tirei-a para a dança. Dançamos muito tempo, apesar do calor. Mas ela dançava bem e a música era boa. Quando terminou, voltando para casa, um de meus amigos me perguntou: Você trocou a roupa branca por uma vermelha?
Dante 19
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História de Pescador Dizia o Sr. Russo: - Fui buscar em Alto Mar. - Como assim vovô? Em alto mar? - Sim, ondas gigantes me amedrontaram, bichos do mar, lacraias gigantes, enguias fumegantes, animais aquáticos, e eu na captura desenfreada pelas pescadas em um barquinho... Mas todo o esforço vale a pena para trazer à minhas netinhas um delicioso peixinho. Bem... Isso era a história ou estória do vovô marujo, na vã tentativa de fazer com que suas três netas se deliciassem com os bacurizinhos do mar (as melhores pescadas do Planeta, dizia!!!!), afinal peixe segundo seus conhecimentos adquiridos em seus anos de grupo escolar.... Era bom para a memória!!! Salve vovô Russo, o Lobo do Mar!!!!!!
Carolina pescada. 21
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Dr. Russo O Sr Russo sempre gostou de andar vestido de branco. Ele sempre achou bonito, seu pai gostava, é agradável, bom para o calor, enfim o homem adora o branco. Sempre que chega a algum lugar, tipo hospital é confundido como médico, ou enfermeiro. Certa vez, sem querer (apenas um descuido), começou a conversar com um casal numa dessas filas, não me lembro se foi de banco, supermercado, ou outro lugar qualquer, coisas como: onde moravam, famílias, etc. Até que a senhora perguntou: - O senhor é formado em Medicina ou Odontologia? Ele fazendo um pouco de suspense perguntou: Até que série vocês acham que eu estudei?
- Eu tenho 4º ano de grupo.
Seu genro, seu fã. 23
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As Estrelas se foram Era o ano de 1986 e teríamos um feriado prolongado. O sr Russo sugeriu que fossemos para Águas da Prata, famosa estância hidromineral próxima de São João da Boa Vista e Poços de Caldas. O sr. Russo falou para todos descrevendo o famoso Grande Hotel Maris.
os
netos
O Hotel Maris, também era conhecido como o hotel do Grego, pois seu proprietário era de origem grega. Um hotel de cinco estrelas, com um maravilhoso terraço, muito bem localizado no centro da cidade, os quartos com boas camas e bem arejados, um serviço de refeição excelente.O ponto alto do restaurante estava nas saladas, havia muitos tipos.
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Todos os netos ficaram numa boa expectativa e não viam a hora de chegar no hotel para se divertir no feriado.
Quando perguntas:
chegaram
ao
hotel,
começaram
as
-
Vô, essa cidade não tem farol?
-
Ainda não instalaram. Ele respondeu.
-
Vô, cadê as estrelas desse hotel? Eu só estou vendo duas.
-
O sr Russo disse: - Procura no jardim,
porque elas devem ter caído.
Nena.
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O Trailer e o Fusca
Era carnaval, em 1978. Estava eu, Adela, o Sr. Russo e dona Adela, chegando ao Camping Club de Campos de Jordão. O sr Russo possuía um Trailer Karmanguia para 6 pessoas.
Fomos em um Fusca amarelo, fizemos uma boa viagem e chegando ao camping, estacionamos o fusca ao lado do trailer, que possuía um Avancê – cobertura de lona agregada ao trailer. O camping já estava recebendo muitos campistas. O sr Russo estacionou o carro, abriu a porta do trailer e saiu. 27
Enquanto arrumávamos as roupas, comidas, etc, o Sr. Russo já estava conversando em uma roda de campistas. A conversa girava em tordo dos modelos de trailers, o meu é o modelo tal, o meu é assim, o meu é do ano x, etc. Logo começaram a comparar os veículos que puxavam os trailers: o meu carro é um Landau, o meu é um Crysler e assim por diante, até que um deles perguntou ao sr Russo qual era o seu carro e ele respondeu: - É um Fusca. O campista intrigado perguntou: - como o senhor consegue puxar o seu trailer com um Fusca? O sr. Russo respondeu: - É simples: eu mando o meu motorista trazê-lo com uma Pick-up Rural. Depois dessa resposta cada qual foi para um canto, dando uma desculpa, e nós fomos saborear um belo bife a cavalo feito pela Dona Adela.
Seu genro carona.
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Ta lá um corpo...
Estávamos em Vila Velha, tínhamos acabado de nos mudar para o apartamento Verdes Mares, de frente para a Praia da Costa. Coincidência ou não, o Sr. Russo estava lá. Final de tarde, tinha chegado, cada um de um lugar e, de repente, acaba a luz. O Sr. Russo incomodado com a “zoeira” dos dois netos insistiu para que eles fossem tomar banho. O Dante resistindo, arranjava desculpas, até que o sr. Russo exigiu e ele, já sem roupa, saiu correndo pelo corredor. De repente escuta-se um estrondo e em seguida, um choro. O sr. Russo saiu correndo, viu o que ocorreu e voltou dizendo: -
Ta lá um corpo
nu, estendido no chão.
Dante
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Um bolo bom pra cachorro Dona Adela e o sr Russo, a meu pedido, estava organizando um chá oferecido para senhoras rotarianas, no meu apartamento. Era o dia da visita do governador do distrito em nosso clube de Rotary, e o dia do meu aniversário – 26 de setembro de 2003. A dona Adela levou os salgados deixando para que o Sr. Russo e a empregada levassem o bolo de chocolate, depois. As convidadas começaram a chegar e o Sr. Russo estava demorando em trazer o bolo. Quando ele chegou, a Dona Adela como de costume perguntou: - Onde você foi? Ele pálido disse: - Lita eu apertei o botão do elevador e desci no 5º andar, pensando que estivesse no 7º, toquei a campainha e ninguém atendeu, resolvi abrir a porta e entrei, coloquei o bolo sobre a pia e percebi que a cozinha estava diferente. Olhei para trás e vi um cachorro Labrador preto me perguntando o que estávamos fazendo ali.
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- Peguei o bolo, junto com a empregada, e fomos andando de costas, bem devagarzinho e saĂmos do apartamento.
Adela filha.
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Uma Questão de Cor Que bondade, mas com compromisso. Seu Russo comprou uma geladeira nova para sua casa, e todos os dias que ia me visitar, quando eu morava na Ministro João Mendes e era possuidora de uma geladeira da era dos Flintstones, ele dizia: - Vou doar minha geladeira para você!!! E eu respondia: - Não é preciso Sr. Russo, esta ainda está boa. Isso sabendo que iria desembolsar um dinheiro para ficar com a geladeira usada. Tanto insistiu que a doação aconteceu logo após alguns dias, todos compreendemos que ele comprou uma geladeira bege e não gostou..., pois tudo o que ele compra e veste é branco, e assim, ele pôde comprar a geladeira branca para ele, mas como sempre tem um sapato velho para um pé descalço.
Leila entrando numa fria. 33
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As brincadeiras do vovô
Após os almoços em família, a tarde começava com uma CARÍSSIMA SORELLA!
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Era assim, ficávamos de bruços no colo do vovô, depois ele começava a puxar nossa camiseta dizendo: - ARRUMA O PAPEL, ARRUMA O PAPEL! E dava uma tapinha!!!! Aí começava a ladainha!!! - CARÍSSIMA SORELLA, ISCRIVO TE QUESTA CARTA CHE SONO PASSANDO BENE DE SALUTE!!!! PUNTO E VIRGOLA, PUNTO E VIRGOLA. E para quem tinha mais cócegas, o PUNTO E VIRGOLA, que eram beliscões em nossas gordurinhas, eram mais violentos ainda. QUE DESESPERO!!! Depois da fila toda passar (a fila andava umas cinco vezes), era Dante, Carolina, Clarissa, Bruno, Clara, Pedro, Marilia, crianças da família, crianças da vizinhança, todo mundo fazendo fila para ARRUMAR O PAPEL e escrever uma cartinha simplória para a CARÍSSIMA SORELLA... Vinha o mais temeroso... O MOMENTO DO MONSTRO DAS PANELAS !!!! Vovó não pode reclamar, afinal o vovô sempre teve alguma intimidade com as panelas. Vovô falava: - Vou me esconder. Ta, aí ficávamos todos ansiosos e temerosos em procurar o lugar do esconderijo do monstro das panelas. E ele contava: - 1, 2, 3, podem vir!!!
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Morávamos ainda na rua Ministro João Mendes, uma casa ampla, gostosa, da infância, e que me parece menor agora, depois de crescida. Bom, voltando à contagem, depois que ele gritava “podem vir”, saíamos todos em fila indiana. Ninguém queria ser o primeiro, e, nem o último à procura do monstro “Vovô das latas”. Eram todos os tipos de lugares, e o mais temeroso era a DESPENSA, escura, escondida, cheia de panelas (prato cheio para o monstro). UI QUE MEDO SÓ DE LEMBRAR! E, quando o encontrávamos, o monstro das panelas era tomado por uma fúria gigantesca!!!! PRARNANAOANOANSTRONCONAOTNAONONONO!!!! Era uma barulheira danada!!! Saía com seus “dentes móveis”, com as mãos arqueadas para cima, olhos arregalados, e derrubando panelas por todos os lados!!! Adrenalina a mil, netinhos e acompanhantes gritando pela casa!!! Era uma farra danada!!!! Foram anos sem “CARÍSSIMA SORELLA”, e sem a farra do monstro das panelas (que saudade!), maaaaaaaaaaaaaaasss, como a vida é um ciclo, agora com o nascimento de Enzo, Pedrinho, e mais todos os que vierem vovô terá que voltar a seu posto de paneleiro e escritor de cartas italianas!!!! Que bom!
Carol, a neta apavorada.
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Eu quero furar! Depois que se aposentou o Sr. Russo passou a gastar suas energias como o Severino da família. Era uma compra aqui, outra encomenda ali, um conserto lá, atendendo aos pedidos dos filhos nora e genro. O tempo foi passando e ele conheceu uma companheira de todas as horas, a furadeira. Era receber um pedido de alguém para consertar certo objeto, a furadeira ia junto. Foi uma paixão. Em 1999, quando o Dante viajou para a Austrália e fazer intercâmbio veio o Sr. Russo passar um tempo em minha casa. Foram somente cinco meses. A furadeira também veio.
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Sempre que eu voltava para casa existia um furo novo, quadros pendurados, saboneteiras furadas, varais modificados, fios em rodapés alterados, e muitos outros.
Certo dia cheguei em casa e o encontrei com a furadeira na mão, pronto para fixar um conduite no meio da parede da sala. Seqüestrei a furadeira e só a devolvi quando ele foi embora.
Nena tapa buracos.
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Aposentadoria Internacional Depois de muita insistência da minha filha, resolvi fazer uma viagem para Europa. Já trabalhava há 47 anos e nunca tinha viajado para o exterior. Eu e Lita escolhemos um roteiro da Abreu Turismo, chamado Europa Maravilhosa, que percorria nove países. Foram dois meses de ótimos passeios e boa gastronomia. Depois, fomos para Espanha conhecer a terra da Lita. Esqueci da empresa e que tinha que trabalhar.
- Fui viajar como um trabalhador e voltei um vagabundo.
Seu genro trabalhador. 41
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Olha o Trem Era o mês de abril de 1989. Estávamos chegando a Campos de Jordão, eu, Adela, Dante, Bruno, dona Adela e o Sr. Russo, nosso motorista especial. Estávamos indo passar o feriado de Páscoa.
Todos a bordo do Monza azul marinho do Sr. Russo. Saímos de São Roque muito cedo, carregamos o carro e fomos pra Campos de Jordão. Eu fui como “co-piloto”, perfeitamente dispensável, pois nosso motorista conhecia o itinerário muito bem.
O Dante e o Bruno, ainda pequenos (7 e 8 anos) muito ansiosos em conhecer as atrações da cidade, iam ouvindo as histórias da dona Adela e Sr. Russo que falavam da Ducha de Prata, Campo de Futebol, Teleférico, o Camping, o Trem, que cruza toda cidade.
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Subimos a serra, muito linda e começamos a entrar na cidade. Ao cruzarmos a linha do trem, nosso motorista resolveu parar para ver se o trem vinha vindo, foi quando eu falei para o sr Russo: - Olha o Trem! Ele respondeu: - Que trem? Foi então que todos puderam ver o trem bem de perto, pois, ele nos atingiu do nosso lado direito. Ele ficou muito grande.
Seu genro assustado.
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O Gênio da lâmpada Era mais um dia com muitos assuntos familiares. O nascimento do primeiro bisneto revigorou sua criatividade, motivando-o a pensar ainda mais no bem estar das pessoas. A eleição presidencial era um assunto que estava se esgotando. Saiu para a empresa do genro, porém antes tomou seu super café da manhã. Saiu para a empresa, não para trabalhar, mas para ver como o nível de iluminação estava interferindo na produtividade dos empregados. Lá chegando verificou de imediato que havia um local com baixa iluminação e propôs a troca da lâmpada por uma de maior potência, alegando que seria melhor para o desempenho daquele empregado.
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Rapidamente voltou à sua casa, pegou a lâmpada proposta e entregou-a para ser trocada, sem perceber que ela não estava embalada.
O nosso “Gênio da Lâmpada” resolveu dois problemas: o do empregado da empresa e o seu: a compra errada de uma lâmpada.
Marcos iluminado.
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Inss Em 1995, parecia mais um Natal como um outro qualquer, a família toda reunida. Lembro-me bem da linda árvore de natal da tia Leila, onde todos os presentes rodeavam a árvore, que brilhava, adornando aquele momento tão feliz em família. Após a ceia, a maratona de levantamento de garfo, liderada obviamente pelo meu avô Russo, que ganhou disparado com 1.237 levantadas de garfo, deixando o segundo colocado, meu tio Toninho, com insignificantes 503 levantadas, fomos para a troca de presentes. Ganhei um lindo par de meias da minha prima Clarissa, entre outros presentes. Mas onde estava o presente do vovô? Foi aí que do alto do seu 1,82 m, ele prendeu a respiração e, com um tom forte e imponente em sua voz, disse: - Vamos meus netos, fazer a fila do INSS. A Clarinha, já calejada, até parecia que sabia do que se tratava, ficou logo aos pés do seu Russo, que logo soltou outra ordem: - Façam uma fila indiana, do neto mais velho até o neto novo. Nesse momento, a Carol foi ao delírio, enquanto o Pedro ficou decepcionado até sua irmã Marília ceder seu lugar na fila. O Dante pulava de emoção ao ver a alegria nos olhos da vovó, que com certeza tem um dedo na história. 47
Foi desse modo divertido que seu Russo entregou a cada neto uma nota de R$100,00, tradição que é mantida até os dias de hoje, não só uma simples tradição, pois a quantia também é a mesma. Vô, o senhor já ouviu falar em inflação?
De seu neto impaciente Bruno.
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Pescaria em Alto Mar Morava em São Roque e meu vô Russo vinha de Santos e, como sempre, levava peixe para minha vó Lita preparar para todos lá em casa.
O peixe não era o prato que eu gostasse de comer. Preferia um churrasco ou um macarrão.
Quando minha vó fazia o peixe eu não queria comê-lo. Aí vinha o vô Russo e começava a contar o trabalho que ele teve para pescar o peixe.
- Eu fui até o alto mar para pescar esse peixe.
- Peguei uma onda enorme e o barco quase virou.
Assim, de papo em papo, ele enchia meu papo.
Dante enjoado.
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O “Mistério” da Saúde informa: Pepsina faz bem à Saúde!!!! PEPSINA – SEGUNDO AURÉLIO: S.F. DIÁSTASE DO SUCO GÁSTRICO... Nem vou procurar o que seria uma diástase no dicionário, pois já foi demais procurar o que seria a tão dita pepsina... Deve ser algo assim como o embrulho cabuloso que se dá no estômago...
Pois bem, para o Sr. Russo, meu ilustríssimo “vovetz”, pepsina é um componente precioso do que? DO CAROÇO PRETO, DE GOSTO DUVIDOSO DO MAMÃO!!!! 51
Até aí tudo bem, a tal da pepsina pode ser a diástase, a cístole ou sei lá o que do mamão. Mas praticamente, obrigar suas netinhas fofas e inocentes a comerem o carocinho do mamão era demais! Comer mamão para nós já era demais! E ele sempre nos dava o mamão, presenteado a cada colherada com carocinhos pretos... E a gente gritava: - Não, vôÔÔÕ!! Com carocinho nãoooooooo!!!! Foi quando então, todas já grandes, saudáveis, apesar de tanta “pepsina” no corpo, descobrimos pelo Wiliam Bonner (o avô dele também devia levar a sério essa coisa do caroço de mamão) que o caroço do mamão fazia mal a algum órgão do corpo. Agora, mais um mistério... Donde será que vovô tirou sua conclusão sobre a bondade da tal pepsina?
Carolina Elias Pepsina
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Brincadeira de Ano Novo é que nem brincadeira de mão!!! Não póóóde!!! Era para ser apenas mais uma tarde de almoço comemorativo de Ano Novo, e graças a Dna. Adelinha, realmente não deixou de ser mais um calmo e fofo almoço de 1º Dia do Ano... Imaginem o seguinte quadro: Família linda de comercial de margarina à mesa... E estou dizendo “toooooooda” a família, e alguns agregados, claro. Comida muito da “boua”, preparada pela Leila quituteira e vovó sabe tudo. A Paz de 1º Dia do Ano reinava àquela mesa. Quando de repente, não mais que de repente, após o término de seu almoço longo e exaustivo às suas mandíbulas, o Sr. Russo pediu 1 minuto de silêncio, sendo logo censurado por Dna. Adela... Ah que pena!!! Claro que a comoção foi geral, afinal todos os netos, “concunetos”, filhos, filha, genro e noras, estavam ansiosos para saber o que sairia da boca recém cessada de atividade mascável do vovô, que foi obrigado a relatar sua brilhante idéia!!! - VAMOS FAZER UMA BRINCADEIRA!!!!!!
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Poxa pensei cá com meus “butões”... Que gostoso, uma brincadeira... Mas, esqueci totalmente do pensador da brincadeira, foi quando caí na real e pensei... Lá vem bomba!!! Então, explicou o vovô, todo entusiasmado: Cada um da mesa irá falar sobre as características de cada um da família. Terão que relatar todos os pontos, principalmente os defeitos!!! Meu Santinho!!! Aquele realmente virou um minuto de silêncio, talvez até 2 minutos, ou 3!!! Todos se entreolharam. E até hoje a dúvida paira no ar. Qual seria o objetivo da brincadeira inocente de vovô Russo?!?! Uma coisa é certa! Não brincamos e estamos todos na Paz!!!!!!
Carolina da Paz 54
Europa só de primeira Em 1998 fui encontrar com meus pais na Espanha. Passeamos durante um mês, conhecendo o norte daquele país. O nosso retorno se deu pela cidade do Porto, em Portugal. Chegamos ao aeroporto e o Sr. Russo procurou a empresa aérea para obter uma cadeira de rodas para dona Adela, pois, segundo ele, ela tinha feito uma cirurgia delicada do coração. A empresa atendeu seu pedido prontamente e lá fomos nós para o check in. Dona Adela, irrequieta, queria sair da cadeira e o Sr. Russo não deixava. Quando estávamos realizando o check in, o Sr. Russo relatou para a atendente que sua esposa inspirava cuidados, devido a uma cirurgia de coração a que tinha sido submetida e que ele tinha necessidade de controlar seus remédios medicando-a de duas em duas horas. A atendente, sensibilizada, prometeu a ele que os dois iriam viajar na 1ª classe, caso houvesse lugar. E foi o que ocorreu.
Nena de segunda. 55
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Galícia cor-de-rosa
Em 1995 eu e Lita fomos para a Espanha comemorar nossos cinqüenta anos de casados. Nossa base era Verin, mas, viajávamos muito. Fizemos muitos amigos além daqueles que já conhecíamos.
Em Verin existia um bar, que eu freqüentava para assistir a algum jogo na televisão grande, tomar vinho e conversar muito. Costumava ir sozinho ou junto com o Manolo. 57
Foi numa dessas idas, sozinho, que conheci dois espanhรณis, dos quais fiquei amigo.
Descrevi os dois para o Manolo e ele me disse que os dois formavam um casal. Eu perguntei: - Como um casal!
O Manolo disse: - Sim, eles vivem juntos hรก mais de trinta anos.
Fiquei tรฃo amigo dos dois que os convidei para a nossa festa de bodas de ouro. Foi um sucesso.
Sua filha.
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Pratos de madeira Quando da comemoração dos dezoito anos do Dante, na Pizzaria Picolla, com muita família reunida, o Sr Russo ao ser servido notou que havia uma bandeja de madeira e começou a contar uma história para o garçom. Quando ele comia Pulpo, servido em pratos de madeira.
na
Espanha,
era
O garçom pediu para ele aguardar um pouco e saiu. Quando o garçom retornou, trouxe um exemplar de um prato de madeira que não era mais utilizado pela pizzaria. O Sr. Russo perguntou onde ele comprou o prato, pois ele queria comprar alguns para ter em casa (Cara de pau). O garçom lhe disse que ele poderia lhe oferecer uma meia dúzia. Papo vai, papo vem, o Sr. Russo acabou ganhando os pratos do garçom. Sabemos também que nunca mais ele viu os pratos.
Marcos querendo Pulpo.
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Mas Tóniiiiiiiinho x Pneu Seria mais uma bela manhã de sol, como outra qualquer, mas esse dia nunca seria esquecido. Eram 8:30 horas da manhã, quando seu Antonino Russo resolveu visitar a sua amiga Célia, lá na concessionária Absoluta Chevrolet , pois não estava muito contente com o atrito de seus pneus com o solo ao fazer uma curva mais fechada no seu “Vetra”. Foi aí que ele decidiu, sem consultar ninguém, trocar os pneus de seu carro por um de aro 500. Ao efetuar a compra o gerente da loja, que era conhecido do filho do Sr. Russo, o fiador, entrou em contato para ver se aquela compra estava “autorizada”.
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Sem saber desse contato, seu Russo foi pra sua casa, acelerando seu “Vetra”, e, ao mesmo tempo, matutando, pois teria que esconder os pneus “velhos” (6 meses de uso). Foi aí que ele teve a brilhante idéia de colocá-los na casa de máquinas do seu prédio, achando que ninguém iria saber da história. Cinco meses após, o fato veio à tona, e o desespero do vovô era visível, “e agora Lita o Toninho descobriu, o que farei?”. Foi aí que o Sr. Russo foi á casa de seu FIADOR e começou a explicar a história. -
MAS TÓNIIIIIIIINHO os Pneus......MAS TÓNIIIIIINHO.....MAS TÓNIIIIIIINHO.
Do seu neto Bruno afiado.
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Uma versão “Clara” dos pneus Era para ser um almoço comum de domingo na casa da tia Nena, se não fosse o “Sir” Russo aprontar mais uma das suas. Ao chegarmos à casa da tia, como sempre atrasados, encontramos o VÉTRA do vovô estacionado no local de sempre, bem próximo à garagem dos vizinhos da tia. De repente, eu olho para o carro do vovô e vejo que ele está torto, digamos assim, esquisito... Tento então entender o que se passava, e disse pro meu pai: – Uma pessoa tão ligada no estado do carro, que sequer coloca um estepe novo quando o antigo já está em uso.(VÔ, JURO QUE NÃO TINHA A INTENÇÃO DE TE DEDURAR!). E quando ele olhou pro carro, disse: - NÃO ACREDITO! Sim, o vovô fez mais uma, ajudou mais algum vendedor, porque ele adora fazer um “gastinho” extra. Comprou um par de pneus novos para o seu VETRA, que possuía aproximadamente seis meses de uso. Os pneus deveriam estar “carequííííííííssimos” né vô? E pra melhorar não era o mesmo estilo do pneu, eram pneus menores para dar a impressão de carro de corrida!
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Depois lembramos-nos de que durante a semana, almoçando em casa, ele ligou. (ELE COSTUMA LIGAR TODOS OS DIAS NA HORA DO ALMOÇO). E perguntou para o meu pai se poderia mandar faturar pneus com o CNPJ da Russo. Mas aí, meu pai deu meia dúzia de broncas e o vovô teve que pagar. ELE NÂO desistiu da compra. Dava pra aumentar o INSS da família toda, né vô?
Clara, a inocente!
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A Brasília era fogo Meu genro morava comigo, no meu apartamento da Galeria AD Moreira no Gonzaga, em Santos. Ele tinha comprado seu primeiro carro, uma Brasília cor vinho e a deixava na garagem, pois ele trabalhava em São Bernardo e ia com o ônibus da empresa. A garagem do apartamento ficava situada no primeiro andar do edifício e o seu acesso era feito por uma rampa. A Brasília, modelo 1977, estava em bom estado, era usada todos os dias pelo meu genro, a noite. Um dia sai com ela para resolver uma pendência e quando estou descendo a rampa da garagem, bem no final, algumas pessoas me sinalizando algo. Quando desci da Brasília pude ver uma labareda que saía da parte de trás. Foi praga de genro. Tive então que levá-la até o mecânico para solucionar o problema.
Genro bombeiro. 65
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Marceneiro ou Pedreiro? Quando fui morar no Espírito Santo, em Vila Velha, cidade com praias rústicas maravilhosas, aluguei um carro, uma Marajó, da General Motors, carreguei toda a bagagem e fui junto com o sr. Russo. A viagem foi muita boa, apesar da estrada entre o Rio de Janeiro e Vitória ser muito perigosa, chegamos bem e nos instalamos em um pequeno apartamento alugado por um curto período, até que conseguíssemos outro para instalar a família. Procurávamos um apartamento localizado na Praia da Costa, um bairro bem localizado e com muitos edifícios. O sr Russo iniciou a procura e rapidamente, após três dias encontrou uma cobertura bem próxima de onde estávamos localizados. O apartamento possuía duas salas, duas áreas externas, três quartos, todos com suíte e com vizinhos selecionados. A proprietária do apartamento havia residido nele e o tinha construído com muito cuidado e detalhes. Após a elaboração do contrato e obtenção das chaves, tudo intermediado pelo sr Russo, nós mudamos para ele e pedimos que a mudança fosse enviada de São Roque. Quando a mudança chegou, iniciamos a arrumação para recepção de toda família. Ao montarmos a cama que iria ficar no quarto de empregada, verificamos que por 2 centímetros ela não caberia. A cama, toda branca, tinha 4 pés que iam a 1 metro acima do estrado, o que dificultava algum acerto de marcenaria. Prosseguimos na arrumação e como de costume, saímos para trabalhar pela manhã retornando no início 67
da noite. Assim que chegamos o sr Russo nos disse: Resolvi o problema da cama branca. Imediatamente lhe perguntei como foi possível, pois a cama é maior que o quarto! Ele então me levou para ver sua solução. Realmente a cama estava lá colocada no quarto. Mas como se ela era maior que o quarto em 2 centímetros, imaginei: - Ele serrou a extensão toda do estrado! Mas não havia serrote nem indício de madeira serrada, e seria muito trabalhoso, mas ele não aparentava ter feito esforço. Aproximei-me um pouco mais e então pude ver sua solução. Ele esculpiu em um dos lados da parede o contorno da cama e a encaixou. Posteriormente aplicou uma fita crepe branca em todo o contorno da cama, ficando imperceptível de ser visto de longe. A solução foi ótima, porém a execução deixou marcas. A vizinha de parede do outro apartamento, muito amiga da proprietária, escutou o trabalho realizado e contou à proprietária que estavam quebrando algo no seu apartamento. Soubemos disso somente um ano depois, por ocasião de nossa saída. A proprietária fez questão de vir verificar pessoalmente o estrago que fizemos em sua propriedade, porém, antes da mudança, o nosso pedreiro-marceneiro já tinha desfeito o seu trabalho.
Seu genro favorito. 68
Grande jogador de tênis Morávamos em Vila Velha no Espírito Santo e invariavelmente quase todas as tardes de sábados e domingos eu, Dante e Bruno íamos jogar Tênis, primeiro na quadra do sr John Hellal, um americano radicado na cidade, que possuía uma quadra de saibro em uma bela área, com uma praia particular. Posteriormente, na residência do Dr Helmut Meyerfreund, proprietário da indústria Chocolates Garoto e fanático pelo esporte.
Chegávamos sempre cedo, por volta das 15 horas. O Dante e o Bruno ainda pequenos. Batíamos uma bola, antes que os adultos chegassem.
Sempre que o Sr Russo estava em Vila Velha, o que era uma rotina, ele nos acompanhava, comentava os lances e jogava muita conversa fora.
Foi assim que ele aprendeu os termos do jogo e conheceu muitos personagens da turma do tênis: O Bambu, porteiro das praias; Joel, o comandante da quadra; Jones, o deputado; o doutor manquinho; Marquinhos, o craque da quadra; Laércio, o dentista detalhista; Luís Paulo, o então futuro Prefeito de Vitória; Luisinho, o Perua; o Inglês; enfim, muitos personagens simpáticos e que nos brindaram com muitos momentos agradáveis. 69
Sempre que retornava para casa ele ligava para seus filhos e, foi numa dessas ligações que ele se mostrou um verdadeiro atleta: Seu filho Toninho lhe perguntou o que ele tinha feito e ele, imediatamente, falou:
-
Fomos jogar tênis.
Seu genro e parceiro de tênis.
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Vagabond’s – Vovô Malandrinho Ela estava lá. Na Ivampa Lisboa. Apesar de parecer um nome de uma cidade de filme de terror, era apenas o nome da rua em que morávamos. Bem, estava lá uma Brasília cinza, em perfeito estado, mas com um colante nada discreto e funkeiro VAGABONDS, e, os mais engraçados eram os tripulantes da super Brasília. Afinal tinham cabelos branquinhos!!! E o mais engraçado ainda foi constatar que os dois senhorzinhos eram vovó e vovô, munidos de seus óculos “RAI BAN”. Sinceramente não dava para entender o porquê da troca do “Vétra” pela “Brasólia Vagabonds”, mas tudo depois, foi esclarecido por Vovô Russo e Dna. Adela, “uma brasa mora”! O carro em questão pertencia a um amigão seu de infância, o qual vovô gostaria de ter por ser algo valioso de “sua amizade estimada”, e, por que não uma Brasília Turbinada ? Vovô, vruuummmmmmmmmmmmm...
Carolina, direto de Brasília. 71
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Vocabulário do Sr. Russo AAAAAAAAlô Sua saudação quando atende o telefone. Barato Toda vez que precisa vender algo para alguém. Ou quando quer convencer o Toninho. Brincadeira de mão não da certo Sopapos entre familiares. Brinjela Legume que lhe faz bem. Clarisse Nome da segunda neta. Dinise É a Dinilza quituteira da casa da Leila. Irene Nome de sua antiga secretária Irani. Isso me faz muito bem Quando está degustando alguma refeição. Lita A palavra mais usada. Mágica, para todas as horas. Muuuuuito Bem ! Quando quer dar término em algo... Paulo Quando chama seu neto Bruno. 73
Per fatti mei Sempre que é indagado sobre o que vai fazer. Pilips A melhor televisão do planeta. Quentupi Pedindo Ketchup para comer com as deliciosas esfihas. Sine Die Quando quer ser chique dizendo que não tem data para alguma volta... Stataq Nome de seu primeiro celular. Vétra O melhor carro do mundo.
Todos que o escutam.
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