O Phi da Fotografia

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O Ф da fotografia

Eidos A CC é uma investigação fenomenológica – isso Barthes nos informa de imediato. Mas seus primeiros esforços, orientados pelo desejo, não lhe permitem o passo decisivo. Aposta primeiro na dualidade punc-

tum/studium que resulta numa concepção contrapontística da fotografia. Suficiente para dar conta de sua infinita variedade, mas incapaz de captar nela o eidos. Afinal, como ensinou Husserl, o criador da fenomenologia, dois passos são necessários para alcança-lo: primeiro, abrir mão das teorias e concentrar-se nas próprias coisas; e segundo, abrir mão das coisas e observar apenas as essências. Mais, precisamente, as essências como sentido dos fenômenos (isso será chamado redução eidética). O tipo de universalidade que decorre dessa operação não é empírica como, por exemplo, constatar que toda fotografia é resultado da luz refletida por objetos sobre uma superfície sensível. Nos termos de Husserl, trata-se de uma “universalidade do conhecimento das essências” e, ao dizê-lo desse modo desde já nos damos conta que não pode ser formulada na ausência de um sujeito. A redução fenomenológica não faz a descrição exaustiva e acurada do que vejo em determinado objeto, mas procura dar conta do meu ver desse objeto (HUSSERL, 1990). O sentido subjetivo de qualquer fotografia é “isto foi” pois a redução fenomenológica não dá conta do que vemos em cada uma delas, nem do que vemos em todas elas, mas de como vemos quaisquer


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