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Editorial: A Solidariedade A. Marcos Tavares

Editorial

A solidariedade

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Massimo Sestini in Sic Notícias

Dois conjuntos de acontecimentos têm marcado os últimos tempos: o carrossel de atentados e a trágica morte de pessoas afogadas no Mediterrâneo. Ambos têm matado milhares de seres humanos e ambos resultam da insanidade de outros seres, que nem parecem humanos. Ou então são «demasiado humanos», como diria Nietzsche.

A fúria devastadora dos radicais fundamentalistas estende os seus atentados às vidas e às próprias raízes culturais da Humanidade. Ceifa vidas humanas e arrasa patrimónios culturais universais, como as cidades de Nimrud e Hatra, no Iraque. Não só mas também por causa disto, milhares de pessoas provenientes da África e da Ásia, encurraladas às centenas em pequenos e velhos barcos de pesca por máfias impiedosas, são tragadas pelas águas do Mediterrâneo. Fugindo à violência, à fome e à guerra, crianças, mulheres e homens procuram uma vida mais digna na Europa, mesmo sabendo dos imensos perigos que enfrentam. Como dizia um deles, «é preferível morrer nas águas do Mediterrâneo à procura da liberdade, do que viver subjugado pelos senhores da guerra». A União Europeia tem sido muito parca nos apoios que presta. Os ricos do norte têm deixado aos pobres do sul (Itália e Grécia, sobretudo) a responsabilidade de prestar auxílio e de receber toda essa gente escorraçada das suas terras. A solidariedade entre os povos, um dos principais objetivos da UE, e tão proclamada em fóruns internacionais, pouco se tem exercido na prática. Por toda a sua história, a Europa devia estar mais atenta e solícita. A revista Pensar(es) deixa ainda uma palavra solidária para todos aqueles que, no dia 25 de abril, foram atingidos por violento sismo, sobretudo no Nepal.

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