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Pátria do desejo Raia Serra
Pátria do desejo
Rosa branca que rasgas a noite na invisível mão de um anjo A tua luz surge como o deslumbre de um parto Inunda a pulsante infância do amor Sob a materna mudez de uma macieira na sombra
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Alimenta a minha doce e vertiginosa mendicidade Encanta-me com a tua suplicante lucidez de pássaro Uterina razão dos meus exilados dias
Traz-me lábios que a ninguém pertençam Enquanto dura o delírio da absoluta pátria do desejo Acerta o teu corpo no relógio da incerteza Muda a genética cor dos meus olhos Ou então celebra comigo a biografia do silêncio.
Raia Serra