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A complexidade do cérebro ... Rita Marques
A complexidade do cérebro humano
Rita Marques . Aluna do12ºA
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Até o Homem se tornar um ser tão complexo como é hoje, teve de sofrer transformações tanto ao nível físico como ao nível psicológico. Neste percurso, é importante destacar a complexificação do cérebro.
O cérebro começou por assumir um papel importante nas relações competitivas entre indivíduos ou espécies, sendo eficaz no desempenho de funções ligadas à sobrevivência e nas atuações repentinas, nas quais não havia a intervenção do pensamento. É o chamado cérebro reptiliano, característico dos répteis.
Com uma maior complexificação, surgiu o cérebro paleomamífero, característico dos mamíferos inferiores. Era relevante na coordenação entre memória e afetividade, o que resulta na organização das nossas lembranças associadas aos sentimentos e emoções. O mais recente é o cérebro neomamífero, ou neocórtex, exclusivo do chimpanzé e do ser humano. Sendo o mais recente, é também o mais elaborado, o mais evoluído e o mais complexo. É dele que dependem as aprendizagens, a criatividade e todas as funções específicas dos humanos, tais como a capacidade de reflexão.
Segundo a tese de Paul MacLean, o Homem possui todos estes três cérebros num. No entanto, esta tese não é aceite por todos e gera alguma controvérsia no campo científico. Assim sendo, o mais usual é que seja o cérebro neomamífero a agir na maior parte dos casos, visto que somos seres evoluídos com inteligência, criatividade e capacidade de reflexão.
O desenvolvimento cerebral do Homem acontece muito mais lentamente do que em qualquer outro ser vivo. Da mesma forma, o desenvolvimento cerebral acontece muito mais
Helen Pynor
lentamente do que o de qualquer outro órgão. Do mesmo modo que a prematuridade do ser humano lhe permite aprender e adaptar-se ao meio, também a prematuridade do cérebro, que se mantém durante toda a vida, permite a adaptação biológica do homem. A lentificação no ritmo de desenvolvimento é de extrema importância, visto que possibilita a complexidade. É através deste ritmo lento de crescimento que o Homem consegue adquirir autonomia e ultrapassar a sua imaturidade e dependência dos outros. A lentificação está intimamente relacionada com a individuação. A individuação é o processo de singularidade e autonomia que permite a cada ser humano escapar à padronização específica, comportando-se de modo original. Este processo ultrapassa a programação genética, tendo influência das experiências do meio durante toda a vida. O cérebro é um órgão maleável que se modifica consoante as experiências, as perceções, as ações e os comportamentos. Assim, a relação entre o indivíduo e o meio produz modificações cujo único objetivo é melhorar a adaptação e evoluir na aprendizagem. A plasticidade cerebral é essa capacidade do cérebro de se alterar, adaptandose, em função da aprendizagem, da memória e das experiências e necessidades do sujeito. As redes neuronais modificam-se em função das experiências vividas e é esta plasticidade fisiológica que confere flexibilidade ao ser humano, permitindo a aprendizagem ao longo da vida, o que leva a uma adaptação mais eficaz.