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Uma questão de perspetiva Guilherme Lopes

Uma Questão de Perspetiva

Guilherme Lopes . Aluno do 12ºB

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No mundo dos media, toda a gente quer expressar a sua opinião; toda a gente quer que as pessoas apreciem e valorizem os seus comentários, e a forma mais recorrente de obter isso é a partir do dito “ser diferente”, um diferente no sentido de criar impacto, de chocar as pessoas.

Ao longo desta última semana, foram vários os ataques efetuados na cidade de Paris. Um dos ataques mais falados foi contra o jornal Charlie Hebdo, por parte de três muçulmanos. Como é óbvio, o resultado foi a morte de algumas pessoas, doze, para ser mais exato. Porém, o que verdadeiramente me prendeu a atenção foi o motivo do ataque, cartoons que abordavam de forma satírica o Islamismo.

Aparte de todo o ocorrido, foquei-me, apenas, em duas questões: “Será que estes atos são justificáveis?” (óbvio que não!), e “Será que deveriam existir limites quanto à liberdade de expressão?”. A meu ver, penso que sim. Estes limites, à liberdade de expressão, não proibiriam uma pessoa de formular uma opinião sobre algo, ou alguém, mas imporiam restrições a determinados assuntos, onde estas sátiras estão inseridas.

No mundo dos media, toda a gente quer expressar a sua opinião; toda a gente quer que as pessoas apreciem e valorizem os seus comentários, e a forma mais recorrente de obter isso é a partir do dito “ser diferente”, um diferente no sentido de criar impacto, de chocar as pessoas. É aí que eu penso que a liberdade de expressão ultrapassa os (meus) limites. Como pessoa gosto de ler crónicas de variados jornalistas; gosto de ler críticas de cinema, de jogos, entre outras coisas;

Arif Ali / AFP

não gosto quando os media abusam da liberdade de expressão, utilizando críticas ou artigos escandalosos apenas para se tentar diferenciar dos demais.

Para mim, o limite impõe-se quando a opinião de uma pessoa entra em conflito com as ideologias de outra, de maneira a fazer desacreditar as ideologias, pois aí não temos uma opinião. Temos sim uma agressão verbal, um insulto à pessoa. É diferente uma pessoa dizer “eu não acredito em Deus”, pois a sua opinião em nada afeta as restantes pessoas, já outra coisa é afirmar “eu não acredito em Deus porque isso é tudo uma palhaçada”, uma vez que tal opinião esbarra nas crenças de outras pessoas, insultando-as). O jornal Charlie Hebdo, por exemplo, insultou não só uma única pessoa, mas sim todos os crentes do Islão.

Este caso serve, não para desculpar a ação terrorista (pois o facto de terem morto pessoas tira-lhes de toda a razão), mas para criticar a atitude por parte do jornal, abusando da liberdade de expressão para, disfarçadamente, insultar o Islão e o Estado Islâmico.

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