PRÉMIO
O Tubarão na Banheira
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categoria infanto-juvenil
ilustrações de
David Machado
Paulo Galindro
«A julgar pela pescaria, apostamos que esta dupla tem ainda muito para dar.» Carla Maia de Almeida, in revista LER
FICHA TÉCNICA Título: O Tubarão na Banheira Autor: David Machado Copyright © by David Machado e Editorial Presença, Lisboa, 2009 Ilustrações (capa e miolo): Paulo Galindro Fotocomposição, impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda. 1." edição: Lisboa, Outubro, 2009 2." edição: Lisboa, Novembro, 2009 3.' edição: Lisboa, Junho, 2010 4." edição: Lisboa, Dezembro, 2010 5.a edição: Lisboa, Janeiro, 2012 6." edição: Lisboa, Janeiro, 2013 Depósito legal n." 312 133/10 Reservados todos os direitos para a língua portuguesa à EDITORIAL PRESENÇA Estrada das Palmeiras, 59, Queluz de Baixo 2730-132 BARCARENA info@presenca.pt www.presenca.pt
«Dedico este filho feito de tinta e papel à Natalina, aos meus filhos Miguel e João (o génio por detrás das ilustrações no final do livro... um dia quero saber desenhar como ele) e a uma estrelinha chamada Ruth (1994-2008)» Paulo Galindro
davidmachado2002@yahoo.com
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O Tubarão na Banheira David Machado ilustrações de
Paulo Galindro
EDITORIflL PRESENCfl
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Ao contrário do que poderia pensar-se, a história do tubarão não começou na manhã em que o pescámos. Começou vários dias antes, quando o meu avô entrou na sala, caminhou até à poltrona e se sentou como se fosse um rei a cair sobre o trono. Eu estava do outro lado da sala, a copiar palavras difíceis do dicionário para o meu Caderno de Palavras Difíceis, e ouvi perfeitamente o barulho dos óculos a partirem-se debaixo do rabo dele. Ele também ouviu. Levantou-se de imediato, olhou para baixo e viu os óculos todos retorcidos e as lentes feitas em cacos. O estranho era que não tivesse acontecido antes: ele deixava os óculos por todo o lado. Procurei no meu Caderno de Palavras Difíceis aquela que melhor descrevia a cara do meu avô naquele momento: PERPLEXO. No entanto, logo de seguida ele olhou para mim e a sua expressão mudou para: RESPLANDECENTE. — Não há problema — explicou-me. — Tenho outro par algures na casa. O verdadeiro problema era que ele não via nada sem os óculos e precisava de mim para ajudar a procurá-los sem ir de encontro às paredes e sem tropeçar nos móveis. O outro problema foi que procurámos pela casa toda e não encontrámos nenhum par de óculos suplente.
Por outro lado, quando revirámos o sótão do direito e do avesso, eu encontrei um aquário vazio. Limpei com a manga a crosta dura de pó castanho que cobria o vidro e vi nele a minha cara reflectida. Eu estava, segundo
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o meu Caderno de Palavras Difíceis:
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DESLUMBRADO.
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O meu avô também tentou ver o reflexo da sua cara no vidro do aquário, no entanto, sem os óculos, tudo o que os seus olhos encontraram foi um borrão de cores ondulantes, sem formas definidas. Ainda assim olhou para mim com uma cara que parecia querer perguntar: «E agora, o que é que vais fazer com o aquário?» No meu caderno a palavra para a sua expressão era: INQUISIDORA. Eu encolhi os ombros, porque a única coisa que havia a fazer era enchê-lo com água e pôr um peixe a nadar lá dentro. Só que eu não tinha um peixe. Devo ter feito uma cara de «quem não tem um peixe», pois o meu avô disse: — Não faz mal, amanhã nós os dois vamos pescar um peixe para o teu aquário.
No dia seguinte fomos até à praia. Tivemos de apanhar um táxi, porque sem os óculos o meu avô não era capaz de conduzir o carro. Penso que ele podia ter comprado uns óculos novos, mas ele teimava que não valia a pena gastar dinheiro uma vez que tinha uns em bom estado, apenas não sabia onde se encontravam. Na praia, lançámos os anzóis ao mar e ficámos sentados em silêncio absoluto, à espera de sentir um puxão nas linhas. Cerca de meia hora depois, a minha cana tremeu. O meu avô tinha adormecido na areia, por isso eu tive de lutar sozinho contra o peixe que se encontrava do outro lado da linha.
Finalmente apareceu à superfície, a chapinhar entre a espuma das ondas da beira-mar: tratava-se de um peixinho de escamas azuis e verdes, que desde a boca até à barbatana não media mais do que dez centímetros, com uma expressão nos seus olhos vermelhos de berlinde que eu decifrei com uma palavra do meu caderno: ASSOMBRO. Decidi imediatamente dar-lhe um nome. O nome que lhe dei foi este: Osvaldo.
Levámos o Osvaldo para casa dentro de um saco de plástico cheio de água. Depois deitámo-lo dentro do aquário e demos-lhe alguns minutos para se ambientar. O seu focinho de peixe saltou de expressão em expressão, que eu fui traduzindo com a ajuda do meu Caderno de Palavras Difíceis: PAVOR, ESTUPEFACÇÃO, APREENSÃO, DESCONSOLO, MELANCOLIA.
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Eu peguei nestas palavras difíceis, misturei-as todas e fiz com elas uma espécie de sopa de adivinhar os sentimentos dos peixes. O resultado era óbvio e eu disse-o ao meu avô: — O Osvaldo sente-se sozinho. — O que estás a dizer? — perguntou o meu avô. — Olha para ele — expliquei eu. — Está no focinho que ele se sente sozinho. Temos de regressar à praia e arranjar-lhe um amigo. O meu avô olhou para dentro do aquário de todos os lados e ângulos. Mas era inútil: sem os seus óculos, não só não era capaz de perceber a expressão do Osvaldo, como nem sequer via o Osvaldo entre as correntes marítimas do aquário. Não teve outro remédio senão acreditar em mim.
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No dia seguinte voltámos à praia. Mais uma vez deitámos os anzóis às ondas, mais uma vez o meu avô dormiu a sua sesta na areia e mais uma vez eu fiquei calado a olhar para o mar que nesse dia estava tão calmo que parecia o céu. De repente senti a minha cana vibrar e vi a linha agitar-se no espelho da água. Segurei a cana e percebi de imediato que o peixe que puxava do outro lado tinha muito mais força do que o Osvaldo. Travei com o peixe uma batalha feroz, até que percebi que sozinho nunca iria vencer, e então acordei o meu avô. Puxámos os dois ao mesmo tempo, segurando a cana com as nossas quatro mãos e com os pés bem cravados na areia, e quase uma hora depois, conseguimos arrastar o peixe até à beira-mar.
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Foi então que percebi que se tratava de um tubarão. O seu focinho parecia dizer tudo. Tirei do bolso o meu Caderno de Palavras Difíceis, folheei-o e encontrei a palavra certa: o tubarão estava ABESPINHADO. O meu avô franziu os olhos e aproximou-se um pouco para tentar ver melhor o tubarão. — Este peixe parece-me muito grande — exclamou. — Não sei se podemos levá-lo para casa. Pela minha parte, eu achava que seria o companheiro ideal para o Osvaldo. Por isso, disse-lhe: — Avô, tu estás sem óculos e assim não consegues ver bem o peixe. É verdade que é maior do que o Osvaldo, mas também não é assim tão grande. O meu avô ainda fez uma cara esquisita (no Caderno de Palavras Difíceis a palavra era CISMADO), mas acabou por se convencer.
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Chamámos um táxi. O taxista viu o tubarão e imediatamente nos explicou que não levava animais maiores do que um gato siamês a não ser no porta-bagagens. Fora de água, o tubarão começava a ficar impaciente. Usei um balde para encher o porta-bagagens com água do mar. Depois, eu e o meu avô pegámos no tubarão, com muito cuidado porque ele tentou por várias
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vezes morder-nos os dedos, e enfiámo-lo como conseguimos no porta-bagagens. Ficou a chapinhar, com a cabeça e as barbatanas de fora. Não era possível fechar a porta. Nós entrámos para o banco de trás e o taxista arrancou. O meu avô foi o caminho todo a dizer que se calhar era grande demais. Eu só pensava na felicidade do Osvaldo quando visse o tubarão.
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Meia hora depois, o táxi estacionou à porta do prédio onde vivemos. O tubarão estava com um ar estranho. A melhor palavra que encontrei no Caderno de Palavras Difíceis para o definir era: ENFADADO. Porém, assim que nos viu, começou outra vez a querer morder-nos os dedos. O meu avô teve de tirar o cinto das calças e usámo-lo para amordaçar a boca ao tubarão. Ele ficou mais calmo e nós carregámo-lo pelas escadas até ao quarto andar, que é onde fica a nossa casa. Pelo caminho passámos por alguns moradores que vinham a descer as escadas e que desataram a correr porque o tubarão, mesmo com o açaime, tentou mordê-los. O meu avô só suspirava que se calhar tínhamos feito mal em trazer um peixe tão grande para casa. A minha mãe viu-nos entrar e imediatamente a cara dela ficou sem qualquer expressão. Procurei muitas vezes no meu Caderno de Palavras Difíceis e parece que a única forma de dizer sem expressão é «sem expressão». — O que é isso? — perguntou ela. — É um amigo para o Osvaldo — respondi. — Mas é muito grande — disse ela. — Foi o que eu disse — acrescentou o meu avô. Mas não havia tempo para conversas: o tubarão, como todos os peixes, não aguentava muito mais tempo fora de água.
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Mais uns minutos e começaria a sufocar. De modo que o levámos pelo corredor até ao meu quarto. Através do vidro do aquário, o Osvaldo viu o tubarão aproximar-se e fez uma cara que mais tarde eu traduzi por: TERROR. Depois deitámo-lo para dentro do aquário e ficámos a olhar para os dois peixes. Como não via nada sem os óculos, o meu avô perguntou-me: — Que tal?
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Eu tive de dar o braço a torcer: — É muito grande. Era muito grande. Muito grande para um aquário tão pequeno, que ainda por cima tinha outro peixe lá dentro. Eu conseguia ver o Osvaldo esborrachado contra o vidro, com os olhos trocados e com o verde e o azul das suas escamas a transformarem-se em vermelho. Folheei o Caderno de Palavras Difíceis e não tive qualquer problema em encontrar a palavra certa: ele estava DESESPERADO.
Precisávamos de um aquário maior. Mas enquanto não arranjávamos um, levámos o tubarão para a casa de banho, enchemos a banheira com a água que havia no porta-bagagens do táxi e deixámo-lo mergulhar lá para dentro. Os olhos negros do tubarão revelaram aquilo que me pareceu ÊXTASE. Por fim colocámos o aquário com o Osvaldo numa prateleira ao lado da banheira, para que eles pudessem conhecer-se à vontade. Tinha a certeza de que em breve seriam bons amigos.
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Quem nunca teve um tubarão a viver na banheira, não sabe a trabalheira que é cuidar dele. Todas as semanas, eu e o meu avô íamos à praia e trazíamos três alguidares com água do mar, que depois despejávamos na banheira, para o tubarão ter água salgada e sempre limpa. Por causa do tubarão, ninguém podia tomar banho lá em casa. Bastava alguém entrar na casa de banho e o tubarão revirava-se e olhava-nos com os seus olhos ameaçadores. Mesmo sentar-nos na sanita podia ser perigoso, por ficarmos tão próximos do alcance da sua m a n d í b u l a poderosa. Na tentativa de serenar o seu instinto matador, mas sobretudo a sua fome, a minha mãe passava os dias a fritar bifes de peru e de frango, que depois o meu pai deixava na borda da banheira, ao lado do sabonete e dos champôs, para o animal comer. O meu avô era o único que parecia não ter medo do tubarão. •
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Possivelmente porque continuava sem saber que se tratava de um tubarão: para ele era apenas um peixe demasiado grande. E o Osvaldo? Bom, tenho de confessar que o Osvaldo vivia os seus dias em permanente estado de: SOBRESSALTO. Creio que tinha medo que o tubarão o comesse. Eu passava muitas horas a conversar com os dois, tentando explicar-lhes que tinham de ser amigos; afinal, para isso é que tinha trazido o tubarão lá para casa. O Osvaldo olhava para mim como que a suplicar que eu o levasse outra vez para o meu quarto. Por sua vez, o tubarão ignorava-me ao mesmo tempo que abocanhava as escovas de dentes da família toda e as toalhas de banho e desfazia e engolia tudo de um só trago. Nenhum deles parecia interessado em ser amigo do outro. As coisas não estavam a correr bem e eu tinha de fazer alguma coisa. Tive várias ideias para resolver o problema, mas houve uma que me pareceu melhor do que todas as outras. A ideia foi esta:
Decidi levar o Osvaldo e o tubarão para a escola, para eles conhecerem os meus amigos. Talvez assim aprendessem alguma coisa sobre a amizade. Tinha tudo para ser uma boa ideia. No Caderno de Palavras Difíceis a palavra para a descrever era: FENOMENAL. Comecei por tirar todos os lençóis e toalhas que havia dentro de uma arca velha no quarto dos meus pais. Depois forrei o seu interior com sacos do lixo, enchi-a com água do mar até à borda e fiz o tubarão saltar lá para dentro. Fui buscar os meus dois skates e coloquei-os debaixo da arca, um à frente e outro atrás. Por fim, atei uma ponta do fio do meu ioiô à arca e puxei com uma mão. Na outra mão, levava o aquário com o Osvaldo.
Chegámos à rua e os problemas começaram. O tubarão rodopiou dentro da arca, pôs a cabeça de fora e deu uma dentada grande no poste do semáforo dos peões. O semáforo tombou no alcatrão e o homem vermelho e o homem verde caíram das suas casas às cambalhotas. Pareciam: DESNORTEADOS. Eu avisei o tubarão que mais uma daquelas e lhe punha o cinto do meu avô à volta da boca. Ele não me deve ter ouvido — ou então fingiu que não ouviu —, pois assim que entrámos na escola saltou da água, deu duas piruetas no ar, comeu as mochilas dos meninos que estavam mais próximos e voltou a mergulhar na arca.
Imediatamente coloquei o cinto à volta da boca do tubarão. Porém, aquilo tinha sido suficiente para deixar toda a gente na escola em pânico. Havia alunos e professores a correr e a gritar por todo o lado. Ninguém se atrevia a aproximar-se de mim, porque tinham medo que o tubarão os comesse. Eu insistia que o tubarão não fazia mal a ninguém, que apenas queria divertir-se. O Osvaldo olhava para tudo através do vidro do aquário e a sua expressão era de uma enorme FRUSTRAÇÃO, porque toda a gente podia fugir menos ele. Encontrei os meus amigos escondidos nos ramos de uma árvore e pedi-lhes que descessem, explicando-lhes que queria mostrar ao Osvaldo e ao tubarão como eram os verdadeiros amigos. Mas eles responderam que, enquanto eu andasse por aí com um tubarão pela trela, podíamos ser amigos, claro, mas amigos à distância, porque aquele tubarão não era de fiar.
Eu ia dizer-lhes que estavam enganados, mas o tubarão saltou novamente da água e lançou a cauda contra o tronco da árvore, com tanta força que a árvore estremeceu e dois dos meus amigos caíram dos ramos como se fossem pêras maduras. Foi então que decidi que o melhor a fazer era voltar para casa. Mais tarde voltei a procurar no meu Caderno de Palavras Difíceis uma nova palavra para descrever a ideia, e a palavra que encontrei foi: CATASTRÓFICA. A minha ideia foi catastrófica, admito. Quando contei ao meu avô o que se havia passado na escola, ele respondeu com toda a calma: — Sabes que está na hora de levares o peixe grande de volta para o mar.
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Ele tinha razão.
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rão no porta-bagagens cheio de água e dirigimo-nos à praia. X
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despedir-se do tubarão. Quando chegámos,
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o táxi avançou pela areia da praia em marcha-atrás.
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Eu libertei a boca do tubarão do cinto e depois dei-lhe espaço para que ele pudesse saltar para dentro das ondas. Mas, nesse preciso momento, aconteceu aquilo de que ninguém estava à espera. E o que aconteceu foi isto: Não foi o tubarão quem mergulhou no mar, mas sim o Osvaldo, que saltou do aquário e desapareceu entre duas ondas que acabavam de rebentar. Eu, o meu avô, o taxista e o tubarão ficámos todos com a mesma expressão. No Caderno de Palavras Difíceis, a palavra para a nossa expressão era: INCRÉDULOS. O tubarão refez-se rapidamente e aproveitou a nossa distracção para mergulhar também no mar.
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A história
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podia ter acabado aqui, claro.
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Mas eu olhei para o meu aquário e não me pareceu bem levá-lo para casa vazio. Disse isso ao meu avô e ele concordou que devíamos pescar um novo peixe para pôr lá dentro.
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-suÉS Pela terceira vez, lançámos os anzóis à água, pela terceira vez o meu avô adormeceu na areia com o embalo das gaivotas no céu, e pela terceira vez a minha cana estremeceu com um puxão violento. Acordei o meu avô, porque de imediato me pareceu que o peixe era forte. E cerca de uma hora depois, quando finalmente conseguimos puxar o animal até à areia, mesmo sem os óculos o meu avô olhou para o peixe e comentou: — Bolas, este também é dos grandes. Acenei com a cabeça, mas não me atrevi a dizer-lhe que tipo de peixe era. Chamámos um táxi para nos levar para casa. O peixe grande foi no porta-bagagens. E, quando chegámos a casa, metemo-lo na banheira cheia de água do mar. Bom, resta contar que, alguns dias mais tarde, o meu avô encontrou os óculos suplentes dentro de uma lata de bolachas na cozinha. Colocou-os na cara e de repente voltou a ver o mundo como o mundo é. Uns minutos depois, todos lá em casa ouvimos o berro de susto que ele deu quando entrou na casa de banho. Eis o que ele gritou:
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â&#x20AC;&#x201D; EstĂĄ uma baleia dentro da banheira!
ABESPINHADO: Quando
e faço cara de mau.
APREENSÃO: É o que sinto quando não sei o que vai acontecer e fico à espera para ver o que vai acontecer.
CATASTRÓFICA: Uma coisa que é pior do que mal.
CISMADO: Quando estou desconfiado de alguma coisa.
DESCONSOLO: É o que sinto quando estou tão triste que parece impossível voltar a estar contente. ,
DESESPERADO: Quando está tudo a correr mal e eu já não sei o que fazer para que as coisas corram bem.
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DESLUMBRADO: Quando acho que uma coisa é mais espectacular do que todas as coisas espectaculares que conheço. DESNORTEADO: Quando estou completamente perdido. ENFADADO: Quando
estou aborrecido.
ESTUPEFACÇÃO- p -a co,sa
ÊXTASE: É o que sinto quando estou tão feliz que parece que como um balão. / FENOMENAL: Uma coisa que é espectacular por ser única, i
FRUSTRADO: Quando não consigo capaz de fazer.
fazer uma coisa que pensava que era
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INCRÉDULO: Quando não acredito numa coisa, embora ela esteja a acontecer mesmo à minha frente, l
saber
que
MELANCOLIA: É o que sinto quando estou triste e penso que estou triste. PAVOR: É o que
sinto quando tenho medo
muito medo, de urna coisa.
PERPLEXO: Quando vejo uma coisa e essa coisa me surpreende tanto que nem consigo acreditar e fico sem palavras e não me mexo. i RESPLANDECENTE: Quando uma coisa brilha muito, quase tanto como o sol./ SOBRESSALTO: É o que sinto quando me assusto com alguma coisa que aparece de repente sem eu estar à espera dela. j TERROR: E como o medo, mas mil vezes pior.
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1. O Menino Que não Gostava de Ler, Susanna Tâmara 2. Os Brincalhões, Roddy Doyíe 3. Amarguinha, Tiago Rebelo 4. yoara e o Golfinho, Sérgio Bambarén 5. Uma Prenda Muito Especial, Margarida Fonseca Santos 6. /l /'w/gs Salta-Pocinhas e os Grãos de Areia, Margarida Damião Ferreira 7. Amarguinha Tem Um Irmão, Tiago Rebelo 8. 9. 10. 11.
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Histórias do Frík — Chamo-me Frik e já Tenho Dono, Margarida Fonseca Santos Histórias do Frík — O Meu Primeiro Natal, Margarida Fonseca Santos Amarguinha e a Peça de Teatro, Tiago Rebelo A Noite dos Animais Inventados, David Machado
12. Histórias do Frík — Um Dia na Praia, Margarida Fonseca Santos 13. A História dos Brincos de Penas, Maria Teresa Maia Gonzalez 14. Histórias do Frik — A Festa de Passagem de Ano, Margarida Fonseca Santos 15. Margarida na Lua, Maria Teresa Maia Gonzalez 16. Os Quatro Comandantes da Cama Voadora, David Machado 17. A Menina Que Voava, Maria Teresa Maia Gonzalez 18. Rafaela, Margarida Fonseca Santos 19. Um Homem Verde Num Buraco Muito Fundo, David Machado 20. Um Sonho de Presente, Maria Teresa Maia Gonzalez . 2 1 . A Arca de Noé, Pedro Strecht . 22. As Cozinheiras de Livros, Margarida Botelho 23. Amarguinha e a História de Um Anjo-da-Guarda,J\ago Rebelo 24. O Tubarão na Banheira, David Machado 25.' Descobri Um Esconderijo!, Maria Teresa Maia Gonzalez
A Arca do Tesouro
Quem nunca teve um tubarão a viver na banheira, não sabe a trabalheira que é cuidar dele. David Machado é um talentoso escritor de literatura juvenil. Nesta colecção estão publicados outros livros da sua autoria: A Noite dos Animais Inventados, distinguido em 2005 com o Prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian/Expresso, Os Quatro Comandantes da Cama Voadora e Um Homem Verde num Buraco Muito Fundo