Escola Andr茅 Soares
Amores na Hist贸ria 8潞 C
Semana dos Afetos Disciplina de Hist贸ria
Índice
CLEÓPATRA E MARCO ANTÓNIO .......................................................... 3 BONNIE E CLYDE ................................................................................ 12 D. PEDRO E INÊS DE CASTRO, O ROMANCE HISTÓRICO ..................... 16 MOZART E AS IRMÃS WEBER ............................................................. 21 OS AMORES DE PEDRO E INÊS ........................................................... 29 TCHAIKOVSKY E OS SEUS AMORES ..................................................... 37 RAINHA VITÓRIA E ALBERTO DE SAXE-COBURGO-GOTA ................. 46
CLEÓPATRA E MARCO ANTÓNIO
No Ptolomeu
ano teve
de o
69
a.C.,
orgulho
o de
rei
egípcio
anunciar
o
nascimento de sua filha mais velha, Cleópatra, que viria a ser conhecida como Cleópatra VII (o(a) último(a) faraó do Egito). Nascida na cidade de Alexandria, no Egito, esta estava longe de ser apenas luxuosa, poderosa e entregue aos prazeres da vida.
Figura 1 - Estátua de Cleópatra
Era determinada, ambiciosa e ansiava por fim às constantes dominações estrangeiras do seu reino. Cleópatra era uma mulher de estudos- dominava cerca de 7 línguas e iniciou os estudos para ser sacerdotisa. Após
subir
ao
trono,
Cleópatra
(pertencente à família Ptolomeu que dominou o Egito por cerca de 300 anos) casou com o seu irmão Ptolomeu XII e, com a ambição de derrotar os que tentavam dominar o Egito, observou
constantemente
as
tropas
de
exército romano que ameaçavam a cidade de Alexandria. Esta rainha sabia que o seu poder era apenas superficial e que os seus ambiciosos planos
tinham
de
ser
aprovados
pelos
ministros que realmente governavam o seu reino.
Quando
estes
governantes
se
aperceberam do perigo que continham as pretensões políticas de Cleópatra, obrigaramna a exilar-se da sua cidade natal e a pedir
ajuda às tribos que encontrasse no deserto. O apoio de Pompeu (general romano) desejado por Cleópatra, causou um grande dilema aos ministros de Alexandria pois, por um lado, este apoio poderia significar uma invasão por parte das tropas de Júlio César (general romano que pretendia ter o título de ditador) e por outro, a recusa, poderia enfurecer Pompeu, que passaria a ver o Egito como um inimigo ou um “alvo a abater”. A única solução para este problema, parecia ser a morte deste general.
Figura 2 - Estátua de Júlio César
Depois da morte de Pompeu e do regresso de Cleópatra, Júlio César organizou uma batalha para vingar a morte do destemido general. Ptolomeu (pai de Cleópatra), receava uma grande derrota e não conseguiu ir ao encontro marcado. Mas, Cleópatra não estava pronta para desistir e seguiu em frente com o plano que tinha feito para seduzir Júlio César quando
este
se
encontrasse
sozinho
e
vulnerável. A ousadia conquistou a alma do general
que
decidiu
defender
Alexandria
contra os que pretendiam dominara cidade. A aliança do general romano com a senhora do Egito, fez nascer um jovem guerreiro: Cesarião. Em seguida, Júlio César teve de regressar a Roma por razões políticas e nunca mais voltou a por os pés no Egito. Não
contente
coma
situação,
Cleópatra
resolveu ir visitar o seu amante mas a sua presença
causou
insegurança
a
alguns
romanos que temiam que o general tornasse
aquela “estranha” rainha de Roma. Antes que tal acontece-se, Júlio César foi morto por um grupo de republicanos. Temendo a reação dos romanos com a sua presença, Cleópatra logo retornou para Alexandria e, após envenenar o seu irmão, colocou o seu filho no poder. Enquanto
os
romanos
decidiam
quem
assumiria o poder, ela resolveu ficar afastada das questões políticas e militares de Roma. Depois de várias lutas, dois generais assumiram
o
poder
político
do
Império:
Otávio, que tinha um comportamento frio e ambicioso; e Marco António, que era uma figura mais receptível aos engenhos da rainha. Ao
contrário
da
primeira
vez,
Cleópatra
esperou que o seu mais novo alvo político chamasse pela sua presença. Não demorou muito, Marco António, que estava na Sicília, chamou a senhora do Egito pra discutir o poder na Ásia.
Cleópatra não teve grandes dificuldades para conquistar o general. Num curto espaço de tempo, Marco António apaixonou-se pela bela Cleópatra, derrotou todos os inimigos do Egito e abandonou a sua esposa (irmã de Otávio).
Esta atitude foi
considerada um
insulto por parte de Otávio. A união entre Marco e Cleópatra deu origem a três filhos que colocava em dúvida o compromisso que o general romano teria com sua pátria original. Como se não bastasse toda esta situação, os filhos do casal eram reis da Armênia, da Síria e da Ásia Menor. Dessa forma, o cenário político de Roma estava
divido
entre
dois
senhores:
um
comprometido com o Ocidente (Otávio) e o outro com o Oriente (Marco António).como se isto não bastasse, durante uma cerimônia pública no Egito, Marco António declarou que Cesário, filho de Cleópatra, era o herdeiro legítimo de César.
Preocupado
com
os
seus
interesses,
Otávio realizou ataques sistemáticos ao novo casal e espalhou por Roma o boato de que Cleópatra era uma ameaça para o povo romano. Assim, Roma atacou em força o Egito,
destruindo
tudo
o
que
era
mais
precioso para sua rainha. Cleópatra pretendia fugir para a Índia, onde planejava fundar um novo reino, mas tribos do deserto, antes dominadas pelos Ptolomeus, queimaram os navios que seriam utilizados na fuga. Quase sem encontrar resistência, as tropas de Otávio ocuparam o Egito.
Acreditando
nos
boatos
de
que
Cleópatra já estava morta, Marco António cometeu suicídio, apunhalando-se com sua espada. Quando capturou
Otávio Cleópatra.
chegou
a
Alexandria,
Pretendia
exibi-la
acorrentada no desfile que faria em Roma para comemorar sua vitória. Para escapar
dessa
humilhação,
Cleópatra
seguiu
o
exemplo de Marco António: cometeu suicídio. Segundo a tradição, ela teria se deixado picar por uma serpente venenosa. No entanto, embora tenham sido vistas duas marcas de picada em um dos braços da rainha, os médicos da época não encontraram vestígio de veneno em seu corpo. Além disso, até onde se sabe, não foram achadas provas de que uma serpente venenosa estivesse no local onde Cleópatra foi encontrada morta. Quanto aos
filhos
nascidos
do
romance
entre
Cleópatra e Marco António, foram enviados a Roma e, numa decisão bastante polêmica, ficaram sob os cuidados de Otávia, a esposa rejeitada por Marco António.
Figura 3 - Busto de Marco António
Bibliografia: educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/cleopatra-3-oenvolvimento-com-marco-antonio-e-a-morte-decleopatra.htm www.brasilescola.com/historia/cleopatra.http www.wikipedia.org www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/uma_paixao_que_ mudou_o_curso_da_historia.html
Ana Rita Faria Simões nº4 8ºC
BONNIE E CLYDE
Bonnie
Elizabeth
Parker
nasceu
em
Rowena, dia 1 de outubro de 1910 e morreu em Bienville Parish, 23 de maio de 1934. Foi uma famosa criminosa norte-americana que, com a sua quadrilha de assaltantes, cometeu assaltos
pelo
Unidos desde 1930, pela polĂcia em 1934.
interior atĂŠ
dos Estados ser
morta
Bonnie teve uma infância pobre e difícil com a mãe e os dois irmãos. Após o seu pai morrer, quando ela tinha quatro anos, mudouse com a sua família de Rowena, para Dallas. Bonnie era uma ótima aluna a inglês e a redação, tendo escrito dois poemas que se tornaram famosos após sua morte, Suicide Sal e The Story of Bonnie and Clyde.
Clyde
Champion
Barrow nasceu
em
Condado de Ellis, a 24 de março de 1909 e morreu
em
maio de 1934.
Bienville
Parish
a
23
de
Foi um ladrão e assassino que aterrorizou o meio-oeste dos Estados Unidos desde 1930, sendo chefe de uma quadrilha que realizou vários assaltos a bancos e a bombas de gasolina. Nascido numa família pobre, desde cedo Clyde começou a envolver-se com o crime e a polícia, sendo preso por duas vezes. Bonnie e Clyde conheceram-se em 1930,
enquanto
Bonnie
trabalhava
como
empregada de mesa. Foi amor à primeira vista. Ela largou tudo para o seguir e tornouse sua fiel companheira. Juntos com o irmão de Clyde (Buck) e outros bandidos montaram uma
quadrilha
que
como Barrow
Gange.
levaram
terror
o
ficou
Nos
anos
conhecida seguintes
à população dos
EUA,
assaltando e matando civis e polícias que se colocavam no seu caminho, até serem mortos a tiro dentro do carro que conduziam, pela polícia, a 23 de maio de 1934.
Bibliografia http://pt.wikipedia.org/wiki/Bonnie_Parker http://pt.wikipedia.org/wiki/Clyde_Barrow Google Imagens
Catarina Reis, nยบ9 Joana Ribeiro, nยบ15 Sara Sรก, nยบ21
D. PEDRO E INÊS DE CASTRO, O ROMANCE HISTÓRICO
D. Pedro, nascido em 1320 e filho de Afonso IV, era casado com D. Constança, uma princesa espanhola. Porém, não existia amor entre os dois, uma vez que tinha sido um casamento combinado pelos mais, tal como era típico da época.
Tudo começara em 1340, quando foi combinado o casamento entre D. Pedro e D.
Constança. Fora preparada uma comitiva de boas-vindas para a princesa, e foi nesse dia que D. Pedro conheceu Inês de Castro, uma das aias da sua futura esposa, e se apaixonou por ela. D. Pedro casou com D. Constança, e teve com ela três filhos: Luís, Maria e Fernando. No entanto, continuava a encontrar-se com Inês, e cada vez mais, iniciando um romance que se começava a tornar óbvio, que chegou aos ouvidos do seu pai, rei de Portugal, que não poderia
permitir
que
isto
acontecesse,
fechando então D. Inês no convento de Santa Clara, em Coimbra. O que ele não sabia, era que D. Pedro continuava a enviar-lhe cartas, mantendo assim o contacto com a sua amante. Depois do seu exílio, D. Pedro e D Inês foram viver para a quinta das lágrimas, onde tiveram quatro filhos: Afonso, Beatriz, João e Dinis.
Entretanto, D. Constança morreu, em 1345, ao dar à luz o seu 3º filho. D. Pedro, viúvo e apaixonado por Inês de Castro, ficou assim com mais tempo para ela, começando a conviver ainda mais com a sua amada. Esta situação não agradou a Afonso IV, que temia que os filhos bastardos que D. Pedro tivera com Inês quisessem matar D. Fernando, herdeiro ao trono, para chegarem ao poder. O rei decidiu então que a única solução era assassinar Inês de Castro.
Segundo
a
lenda,
as
lágrimas
derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas da Quinta
das
Lágrimas,
e
algumas
algas
avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado. Quando
D.
Pedro
soube
da
terrível
tragédia, declarou guerra ao pai. Ao fim de alguns meses, o país não aguentava mais e, após negociações, assinou-se a paz. No entanto, procurou os assassinos de Inês, e arrancou-lhes o coração (a um pelas costas e ao outro pelo peito).
Dois anos mais tarde, D. Pedro I mandou desenterrar Inês de Castro, sentou-a no trono e, perante todo o povo português, corou-a Rainha de Portugal e obrigou todos os nobres presentes na coroação, a beijar a mão da sua amada. Mais tarde, mandou construir um túmulo
para
encontrando-se
Inês os
e dois
outro no
para
si,
Mosteiro
de
Alcobaça, virados um para o outro.
Inês Silva, nº3, 8ºC
MOZART E AS IRMÃS WEBER
Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em 1756, em Salzburgo, Áustria, onde o seu pai, Leopold, era músico da corte do PríncipeArcebispo de Salzburgo. Um de sete filhos, apenas Mozart e a sua irmã, Maria Anna, sobreviveram à infância.
Retrato póstumo de Mozart, de Barbara Kraft 1819
A sua educação foi pouco convencional. Ensinado pelo pai, Mozart estava bastante avançado na sua instrução. O seu entusiasmo pela música não tinha limites – tocava cravo aos
três
anos,
violino
aos
quatro
e
já
compunha as primeiras obras um ano mais tarde. Ao longo da sua infância e adolescência Mozart fez inúmeras digressões e atuações pela Europa ao lado da sua irmã e, com a reputação
já
bem
afirmada,
viveu
assim
durante muitos anos.
Mozart ao cravo com sua irmã. Seu pai segura um violino e a mãe, já falecida, aparece no medalhão. Pintura de Johann Nepomuk della Croce, 1780
Em 1777, após um desentendimento com o seu patrão e perder o seu trabalho, Mozart (acompanhado Alemanha
e
pela França,
sua
mãe),
dando
percorreu
concertos
e
solicitando emprego em várias cortes, mas sem êxito. Em
Augsburgo
visitaram
parentes
e
Mozart estabeleceu uma relação afetuosa com a sua prima Maria Anna Thekla. Mais
atarde,
em
Mannheim,
na
Alemanha, Mozart conheceu a família Weber quando foi convidado para um dos seus habituais serões musicais de quinta-feira. Foi nessa precisa noite que Mozart, com apenas vinte
e
um
anos,
conheceu
as
quatro
mulheres que viriam a cativar o seu coração e a inspirar a sua música. Muito diferentes entre si, Josefa, Aloysia, Constanze e Sophie Weber fundem-se num perfume de juventude e sensualidade irresistível para o jovem músico.
Preso
nos
seus
encantos,
Mozart
apaixonou-se por Aloysia Weber, uma soprano de 16 anos, a mais bela das quatro irmãs.
Aloysia Weber de André Guétry
Por entre promessas de união eterna e datas do casamento adiadas, Mozart planou uma viagem com Aloysia e o pai dela, onde dariam concertos por Itália. A partir dessas viagens ele pretendia elevar o estatuto da sua
amada e, com a sua música e a voz de Aloysia, fazer dela uma diva. Apesar da ideia da viagem promissora, Leopold recusou e insistiu que Mozart fosse para Paris com a sua mãe, criticando o seu filho
também
pela
falta
de
objetivos
e
irresponsabilidade com o dinheiro. Assim, o jovem
apaixonado
partiu
de
Mannheim
deixando a distância crescer entre ele e Aloysia.
Viena em meados do século XVIII, em pintura de Canaletto.
Os dias foram-se passando e o pai das irmãs
Weber
morreu.
A
sua
família
foi
obrigada a mudar-se para Viena à procura de uma vida melhor, onde fez da sua casa uma pensão. Um dos hóspedes que na pensão passou despertou a atenção de Aloysia ao ponto de, em 1780 ter trocado um músico apaixonado por um pintor velhaco, tendo casado com ele. Quando Mozart soube da notícia ficou profundamente triste e com o coração partido. Este desgosto do seu primeiro grande amor ficou gravado numa das suas óperas mais notáveis: Idomeneo; onde relata o drama e o heróis de uma forma forte e profunda. Assim, com um grande desgosto, acabou um grande amor. Mas a história de Mozart com a família Weber não tinha acabado com Aloysia.
Em 1781, Mozart recebeu uma proposta de trabalho em Viena e mudou-se para os aposentos da família Weber. Deste
modo,
pôde
verificar
que
o
encantamento e o amor que sentira pelas irmãs
Weber
Apaixonou-se
não pela
tinha humilde
desaparecido. Constanze,
a
terceira filha. Sobre ela pouco se sabe, mas numa carta ao seu pai, Mozart referiu “Não é feia e até chega a ser bela”; e ainda também: “A maior parte da roupa que uma mulher precisa ela é capaz de fazer sozinha. E também arranja o cabelo sozinha todos os dias. Sabe governar a casa, tem o melhor coração do mundo - eu amo-a e ela ama-me de todo o coração - diga-me se poderia desejar uma esposa melhor?" (Viena, 15 de Dezembro de 1781).
Constanze Weber
Com Constanze, o seu novo amor, viveu feliz até falecer em 1791.
Fontes: “As
mulheres
de
Editorial Presença; Imagens Google. Mariana Pereira
Mozart”,
Stephanie
Cowell,
OS AMORES DE PEDRO E INÊS
A nossa opção incidiu sobre os amores de Pedro e Inês por serem uma referência incontornável em termos históricos, culturais, artísticos
e
literários.
inspirou
poetas,
Este
amor
romancistas,
trágico
cronistas,
pintores, escultores, artistas, em geral. Até Luís de Camões, n’Os Lusíadas, trata este tema no canto III, culpando o sentimento – o Amor – pela morte de Inês de Castro. Ao que parece, o amor dos dois foi à primeira
vista,
confundindo
palácios
e
governos. Curiosamente, ambos tinham olhos azuis. Inês, formosa aia, prima e amiga inseparável Manuel
de
de
Constança, Castela,
filha
poderoso
de
João nobre
descendente
da
Casa
Real
Castelhana,
acompanhou esta a Lisboa, quando veio ter com o noivo prometido, D. Pedro, o herdeiro do trono português, filho de D. Afonso IV.
Convém esclarecer que Inês era filha natural de D. Pedro Fernandes de Castro, fidalgo galego, e de uma dama portuguesa, Aldonça Suárez de Valadares. Desconhece-se a data e o local de nascimento, mas julga-se que terá nascido entre 1320 e 1325, em terras galegas. Viveu parte da sua infância no
castelo de Albuquerque até vir para Portugal, em 1339. Apesar do casamento com D. Constança, D. Pedro depressa se apaixonou pela bela e loira Inês e os dois passaram a viver uma relação que mantiveram em segredo, mas que não terá passado totalmente despercebida a D. Constança e ao rei D. Afonso IV. Assim, depois
do
Constança talvez
nascimento convidou
para
assim
do
Inês
segundo para
impedir
filho,
madrinha,
aquele
amor.
Porém, o pequeno Luís morreu pouco tempo depois do batismo. O rei decidiu então, por precaução, exilá-la na fronteira espanhola, em 1344. Em 13 de novembro de 1345, morreu D. Constança, após ter dado à luz D. Fernando, que viria a ser futuro rei de Portugal. Inês recolheu-se então em Coimbra, num pavilhão agregado
ao
Convento
de
Santa
Clara,
conhecido nos nossos dias por Quinta das
Lágrimas, devido a tudo o que ali viria a suceder. Aí acorreu D. Pedro e depressa os dois
amantes
compreenderam
que
nada
poderia separá-los. As prolongadas estadas de D. Pedro em Coimbra não agradaram a ninguém na corte. Alheios a tudo, Inês e Pedro viviam felizes em Coimbra. E o amor deu fruto. Em 1348, a Inês deu à luz uma menina, Beatriz, em
honra
da
rainha.
Um
ano
depois,
seguiu-se o nascimento de Afonso, que só viveu umas horas. Em seguida, veio o João e, depois, em 1354, o Dinis. O
nascimento
dos
filhos
alterou
a
situação. Perante a debilidade do infante D. Fernando, filho de Constança, tantas vezes doente, a corte e o rei preocupavam-se com a possibilidade de um bastardo ilegítimo e, sobretudo, da linhagem de Inês que viesse a usar a coroa de Portugal. Paralelamente, D.
Pedro recusava a ideia de casar novamente com outras pretendentes. Para agravar a situação, iniciou-se uma guerra em Castela, na qual vários nobres se revoltaram contra o rei castelhano. Um desses nobres era familiar de D. Inês e D. Pedro decidiu ajudá-lo, o que não agradou nada ao seu pai, D. Afonso IV. As relações entre ambos tornaram-se então muito difíceis. A 7 de janeiro de 1355, supostamente após o casamento secreto de Pedro e Inês e aproveitando
a
ausência
daquele,
três
cavaleiros da confiança de D. Afonso IV, Pedro Coelho,
Diogo
Lopes
Pacheco
e
Álvaro
Gonçalves, assassinaram D. Inês de Castro, em Coimbra, por ordem do rei de Portugal. Isto porque Inês era vista como um obstáculo para a paz futura de Portugal e para a continuidade da dinastia, como uma erva ruim que era preciso arrancar.
Ao saber da notícia, D. Pedro revoltou-se contra o pai. A situação foi de quase guerra civil, mas os dois conseguiram chegar a um acordo que evitou o conflito. No entanto, D. Pedro nunca esqueceu a morte da sua amada. Por isso, quando subiu ao trono, em 1357, mandou prender os três conselheiros de D. Afonso IV, que tinham assassinado D. Inês e condenou-os à morte. Vingou
assim
os
executores
de
Inês:
mandou-lhes arrancar o coração, ainda vivos, numa execução pública. Foram os cadáveres queimados e as cinzas espalhadas ao vento, para que as suas almas nunca tivessem descanso. Só Diogo Lopes Pacheco conseguiu fugir à morte cruel por se ter refugiado em terras
de
Aragão.
Parece
que
D.
Pedro
gostava ele próprio de fazer justiça pelas próprias mãos. Despia-se num ritual, vestia uma saia vermelha e executava as vítimas sem piedade. Ficou, por isso, conhecido na
história como Pedro, o Cruel, e também como o Justiceiro. De seguida, afirmou publicamente que chegara a casar-se secretamente com D. Inês e mandou construir para ela um túmulo em Alcobaça. À volta destes acontecimentos, foram depois criadas várias lendas. Uma delas conta que D. Pedro teria feito uma cerimónia de beija-mão, onde coroou o cadáver de D. Inês e obrigou a nobreza a beijar a mão do cadáver já em estado de decomposição. D. Pedro morreu em 1367, com 46 anos. Poucos saberão que foi um rei gago, mau, furioso e carrasco, amante da caça e surdo. Pedro e Inês jazem ambos, lado a lado, no mosteiro de Alcobaça. Pedro será sempre recordado na história como o louco amante da bela Inês.
Bibliografia
Lendas da História de Portugal. Texto de
Carlos Rebelo. Ilustrações de Jorge Miguel. Plátano Editora, 2009.
Os Lusíadas de Luís de Camões Contado às
Crianças e Lembrados ao Povo. Adaptação em Prosa de João de Barros. Ilustrações de André Letria. Sá da Costa Editora, 2009. de
Os Lusíadas, Episódios Fabulosos, Luís Vaz
Camões.
Adaptação
de
Elsa
Magalhães.
Ilustrações de Jesús Gabán. Girassol Edições, 2003.
Inês de Castro, de María Pilar Queralt del
Hierro. Tradução de Saul Barata. Editorial Presença, 2003.
D. Pedro I, de Cristina Pimenta. Círculo de
Leitores, 2005.
Afonso Pereira, nº1, Raul Reis, nº19,
TCHAIKOVSKY E OS SEUS AMORES
Piotr Ilyich Tchaikovsky, um reconhecido compositor russo, autor de clássicos como “Lago dos Cisnes” e “O Quebra Nozes”, vivia num país e num tempo em que as relações amorosas entre pessoas do mesmo sexo eram oficialmente proibidas. Sendo homossexual, Tchaikovsky não tinha outra opção se não esconde-lo. Mesmo décadas após sua morte, muitos biógrafos e musicólogos preferiram negar a sua homossexualidade.
Apesar
de
reprimido
socialmente,
o
compositor não deixou de viver a sua vida amorosa, deixando vestígios (em diários e cartas)
de
vários
relacionamentos
com
rapazes, alguns servindo até de inspiração para suas obras. Em 1869, quando Tchaikovsky compôs uma música, para a mais famosa história de amor de William Shakespeare (“Romeu e Julieta”), Tchaikovsky estava apaixonado pelo primo de um dos seus alunos, um jovem de apenas 15 anos, chamado Edward Zak. O relacionamento entre os dois foi tão intenso e proibido, que resultou no suicídio de Edward quatro anos depois. O registo dessa história ficou guardado no diário do compositor com a data de 1887, cito um excerto do seu diário nesse ano: "É
incrível
claramente:
o
como som
me de
lembro
sua
voz,
dele seus
movimentos, mas especialmente a expressão
no
rosto,
às
vezes
extraordinariamente
maravilhosa. Eu não posso conceber que ele não está mais aqui. A morte dele, o fato dele não
existir
mais,
está
além
da
minha
compreensão. Parece-me que nunca amei tão fortemente ninguém como ele". Apesar
da
intensa
história
com
Edward, a vida amorosa de Tchaikovisky não começou nem acabou ali. Há registos de outros amores como por exemplo, entre 1867 e 1870 por Alexey Apukhtin, um rapaz que conheceu quando ainda era estudante de música, entre 1868 e 1872 por Vladimir Shilovsky, um rapaz jovem e rico com quem se reunia no Conservatório de Moscou e com o qual
fez
várias
viagens,
financiadas
pelo
compositor, por Alexei Sofronov, o seu criado a partir de 1872 e até o fim de sua vida, por José Kotek, o qual conheceu em 1870 e por Vassily Sapelnikov, um jovem pianista que o acompanhou numa viagem para a Alemanha,
França e Inglaterra. Além destes, muitos mais casos foram anotados no seu diário e como se pode
constatar
Tchaikovisky
pelas
traiu
datas
muitos
dos
acima, seus
namorados. Apesar das diversas relações com outros homens,
Tchaikovsky
aparentava
estar
incomodado com a sua orientação sexual. Às vezes escrevia no seu diário: “o que posso fazer para ser normal?”. Ao contrário do seu irmão, que também era homossexual, mas que vivia de uma forma mais equilibrada admitindo a sua orientação sexual. Graças à presença
do
seu
irmão,
Tchaikovsky
conseguia ter um confidente. Foi para ele que durante uma crise de meia-idade, aos 36 anos, o compositor revelou, numa carta, uma decisão contrária à sua orientação sexual, cito essa carta: “Agora estou passando por um período muito crítico da minha vida. Eu vou entrar em
mais detalhes mais tarde, mas por agora vou simplesmente dizer-te: eu decidi-me casar. É inevitável. Eu tenho que fazer isso não apenas por mim, mas por ti, Modest, e por todos aqueles que amo. (...) Como é terrível pensar que aqueles que me amam possam, por vezes, sentir vergonha de mim. Concluindo, eu procuro o casamento ou algum tipo de envolvimento público com uma mulher, para calar a boca de várias criaturas desprezíveis cujas opiniões não significam nada para mim, mas
que
estão
em
posição
de
causar
sofrimento aos que estão perto de mim.” O seu casamento foi na Igreja de São Jorge,
em
Tchaikovsky
Moscou,
em
casou-se
julho com
de
1877.
Antonina
Milyukova, uma mulher de 28 anos, sua exaluna no Conservatório de Música de Moscovo. Na verdade, ela tinha o conhecido muito antes, quando tinha apenas 16 anos, na casa de
amigos.
Foi
lá
que
se
apaixonou
platonicamente por ele, decidindo largar tudo pra estudar música ao seu lado. Anos depois de
abandonar
a
escola
por
dificuldades
financeiras, ela escreveu uma carta para Tchaikovsky, declarando o seu amor por ele. Foi aí que Tchaikovsky decidiu casar-se, por conveniência.
Tchaikovsky e Antonina O casamento foi um desastre e durou menos de dois meses. Ao descobrir que o marido
não
era
propriamente
o
que
imaginava,
Antonina
praticamente
enlouqueceu, mas Tchaikovsky refez as suas ideias, volto a citar o seu diário: "Só agora, após o meu casamento, começo a entender que nada é mais inútil do que não querermos assumir-nos como somos" A última relação de Tchaikovisky foi entre 1871 a 1906, com Vladimir Lvovitch Davidov, o seu sobrinho (filho da sua irmã Alexandra). Os dois se tornaram amantes a partir do final de
1880.
Tchaikovsky
Durante sofria
turnês de
no
saudades,
exterior, sempre
querendo voltar para casa e ficar ao lado do rapaz, que se tornou seu herdeiro. Uma carta escrita para Vladimir por Tchaikovsky, durante uma das suas estadias em Londres, em maio 1893, revela o sentimento que o compositor tem pelo jovem: "Eu estou escrevendo para ti com um prazer voluptuoso. O pensamento de que este
texto chegue às suas mãos enche-me de alegria e traz-me lágrimas aos olhos”
Tchaikovsky e Vladimir
Naquela época, o plano era que, em breve, o irmão de Tchaikovsky, Vladimir e o compositor
fossem
morar
juntos,
num
apartamento em São Petersburgo. Mas nada disso
aconteceu.
Em
novembro
de
1893
Tchaikovsky morreu. A causa da sua morte origina várias teorias: uns dizem que morreu por doença, outros dizem que Vladimir para ficar com a sua herança o assassinou, outros dizem que o compositor se suicidou pois tinha-se zangado
com Vladimir e ainda há quem diga que Tchaikovsky tinha sido denunciado, através de uma carta, na qual a sua relação com o seu sobrinho era exposta e que depois de uma reunião de cinco horas com o funcionário que recebera a carta (que se tinha extraviado), este convencera Tchaikovsky a suicidar-se antes que algo pior acontece-se. Independente da causa da morte, não há dúvidas que o compositor foi uma vítima de preconceito, mas ainda assim a sua vida valeu a pena pois Tchaikovsky mostrou a todos que até um dos compositores mais famosos do mundo pode ser homossexual. Fontes: http://www.homorrealidade.com.br/2013/02/os-amoresde-tchaikovsky.htmlxpressão
da
verdadeira
musical do compositor.
Sara Xavier de Sousa, nº22,8ºC
genialidade
RAINHA VITÓRIA E ALBERTO DE SAXE-COBURGOGOTA
Alexandrina
Vitória,
filha
de
Vitória Maria Luísa, descendente do duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld,
e
de
Eduardo
Augusto, duque de Kent, 4.° filho do rei Jorge III, nasceu no Palácio de Kensington, Londres, a 24 de maio de 1819.
Ascendeu ao trono com apenas 18 anos de idade, a 20 de junho de 1837, com a morte
do seu tio Guilherme IV. Desde cedo o destino de Vitória foi delineado por terceiros. O seu tio, o rei Leopoldo da Bélgica decidiu que Vitória iria casar-se com o primo Alberto de Saxónia-Coburgo. Alberto,
porém,
era
um
jovem tímido sendo também primo de Vitória. Quando Vitória conheceu Alberto ficou fascinada pelo seu «queridíssimo primo». Ela considerou-a
uma
«pessoa
agradável».
Ficaram três anos sem se verem e quando Alberto chega para casar com Vitória, ela está a levar o seu papel de rainha demasiado a sério e pouco disponível para o romance. Mas a pressão do tio Leopoldo e o fascinante físico - pelo menos para Vitória -, de Alberto apressaram o casamento. Foi a partir do século XIX que os vestidos de noiva ganharam significado
e
simbolismo
e
o
branco
foi
impulsionado pela Rainha Vitória como nova tendência, embora só se tenha popularizado a partir do século XX.
Após o casamento Vitória teve 11 filhos com Alberto, até o médico de Vitória dizer ao casal que a rainha não poderia ter mais filhos. A harmonia conjugal era interrompida frequentemente por discussões intensas, isto, por monólogos irritados da rainha. Vitória perseguia Alberto de sala em sala a fazer cenas.
Ele
Amavam-se
permanecia
sempre
de
diferente,
forma
calado. mas
amavam-se. Quando Alberto morreu, aos 42
anos, Vitória ficou devastada, e a loucura dos Hanover tomou conta dela. Pensa que sem Alberto não sobreviveria. Viveu ainda mais quarenta anos, mas o seu amor por Alberto permanecia intacto. O seu amado morreu, mas Vitória continuava, todos os dias a preparar a roupa do seu marido, e a deixar-lhe lugar à mesa.
Alice Oliveira, nº 2, 8º ano