História de um soldado europeu sobrevivente da 1ª Guerra Mundial um exercício de empatia histórica Ana Filipa Pereira, nº 1 do 9º Ano Turma D
Eu sou o Adolf Volswageer, tenho 20 anos e sou alemão. Em 1914 voluntariei-me a fazer parte do exército do meu país, o país que eu cresci a ouvir como sendo o melhor, o superior, o país a qual nenhum outro se comparava…a grande e poderosa Alemanha. Sou a penas um simples soldado da Tríplice Aliança que marchará lado a lado com os outros soldados austrohúngaros, turco-otomanos. Eu sabia o risco que corria pois o meu posto era sempre nas linhas da frente exposto ao fogo inimigo, mas nem isso me fazia recuar.
Os anos foram passando e ninguém imaginava no que esta guerra se viria a tornar… as flores nas espingardas e os cânticos de motivação rápido se desvaneceram. Mas em 1915 tudo mudou… A Bulgária era agora nossa aliada e a guerra-relâmpago que nos tinha dado um grande avanço no início tornara-se numa guerra de posições. As flores foram trocados por pulgas e parasitas das trincheiras e os cânticos tornaram-se num silêncio incomodador. Parecia que este conflito não tinha fim à vista.
Não passava uma noite que conseguisse descansar com a comichão e havia alturas em que conseguia ver as pulgas a movimentarem-se no meu corpo. A falta de higiene, a fome, os mortos no chão de à dias eram constantes e os ataques com gás tóxico e assaltos da infantaria inimiga davam-nos um aperto no coração, pois nunca sabíamos quando iriam acontecer. Mas o que mais nos preocupava era a chuva que transformava as trincheiras em verdadeiros rios de lama que nos chegava aos joelhos. Passei 2 longos anos nas trincheiras cavadas também por mim pensando às vezes que cavei a minha própria sepultura.
Em 1917 recebemos a notícia da entrada dos Estados Unidos na guerra o que nos fez vacilar pois tínhamos noção do poder americano que estava contra nós. Mas de que estávamos á espera? Que continuassem neutros depois de lhes bombardeamos e afundarmos os navios …«Lusitana» …. que abasteciam os nossos inimigos. Mas nem tudo era mau. Nesse ano a Rússia deixou a guerra o que fez com que deixasse de haver a frente de leste o que nos motivava ainda mais na conquista da França e levou-nos de novo a uma guerra de movimentos.
Mas pouco a pouco tudo se foi desmoronando. Fomos recebendo a notícia da rendição dos nossos aliados ficando totalmente sozinhos contra as potências aliadas. Não tardou muito a receber a ordem para abandonar a frente ocidental a grande frente que ia desde o mar do norte até á fronteira norte da Suíça e desta até ao mar Adriático, a frente na qual eu lutei durante 4 longos anos. A rendição alemã foi uma humilhação total, não só para mim como nacionalista, mas também para uma inteira nação.
Senti que o meu trabalho e o dos meus parceiros fui em vão, não deixando de pensar que podia ter feito mais. A guerra podia ter acabado mas os desejos de vingança e os remorsos permaneciam. Mas a humilhação não ficou só na nossa derrota. Em 1919 foi assinado o Tratado de Versalhes onde fomos completamente esmagados. Ou era assinado ou os aliados invadiam o nosso país. Mas as consequências impostas sobre nós como a diminuição do exército e o pagamento de pesadas indeminizações aos países ocupados durante a guerra não foi uma questão de justiça, mas sim o prazer dos aliados em ver-nos fracos e vulneráveis.
Fomos acusados de ter começado a guerra que a meu ver foi para defender os nossos direitos e mostrar a todos que somos uma nação poderosa e temível. “Morte aos aliados” era tudo o que passava nas nossas mentes. Eles pensaram que nos destruíram por completo mas isso estava longe de acontecer. Pois eu e todos os outros alemães só iriamos descansar quando a Alemanha o país de que tínhamos orgulho voltasse a ser o que era.
Durante a guerra eu sei que fomos temidos e fomos um país que lutou até ao fim sem nunca desistir. Mostramos a força e persistência alemã que nunca deixara de existir. Se no final de tudo tivesse a oportunidade de voltar ao início, eu faria tudo igual, pois o meu desejo de ver a Alemanha vitoriosa é maior que qualquer medo de derrota ou morte, pois o meu amor á Alemanha é maior que tudo e todos.
FIM