andre

Page 1

Com o fim da I República e o início da ditadura militar dá-se o fim da liberdade e o início da censura. Salazar é eleito presidente do conselho de Ministros, em 1932, instalando o “Estado Novo”, em 1933, mostrando, assim, que a organização do Estado seria diferente do regime anterior. Nesta época, viveu a minha avó, numa aldeia minhota, de Melgaço. Ela lembra que todos aceitavam o regime de Salazar, porque para além de não conhecerem outro tinham de o respeitar, caso contrário, eram perseguidos pela PIDE (Polícia Internacional e da Defesa do Estado), presos, torturados e alguns traziam doenças e outros morriam na prisão. Apesar da crise que o país passava, na aldeia da minha avó, em Alvaredo, não havia tanta pobreza, pois as pessoas tinham os seus campos onde cultivavam os seus produtos, criavam os seus animais e ainda se divertiam a cantar ao desafio enquanto trabalhavam. Havia certas alturas como: as vindimas, as desfolhadas, as lavradas, as ceifadas e a plantação da batata em que cantavam vários grupos ao mesmo tempo, fazendo uma grande festa. Portanto, apesar de não haver muita riqueza, havia muita alegria. Neste tempo o dinheiro era raro, muitas vezes, as pessoas estavam à espera de juntar alguns ovos, batatas ou cereais para poderem ir à “loja” do meu bisavô, onde a minha avó passava muito tempo, para trocar por 100 gramas de açúcar, de arroz ou de café ou 1 decilitro de azeite. O trabalho do campo era muito cansativo, por exemplo, para poderem moer o milho e o centeio que colhiam, a minha avó e os meus tios andavam quilómetros a pé para chegarem aos moinhos de água, pois não havia máquinas. O aluguer do moinho era pago na maior parte das vezes, deixando uma parte dos cereais, a maquia. Com esta farinha era feito o pão que dava para toda a semana. A minha bisavó tinha um forno próprio que, por vezes, emprestava para outras pessoas fazerem o pão ou cozinharem. Perante as dificuldades e necessidades, alguns tios da minha avó e alguns vizinhos emigraram para outros países, principalmente para França, com o sonho de obterem melhores condições de vida. Para poderem emigrar, pagavam a uma pessoa “o passador”, que os levava “a salto” (sem serem vistos ou apanhados pela PIDE) até ao destino. Quando eram apanhados pela polícia eram presos e muitas vezes mortos em emboscadas, outros ficavam presos no país onde eram apanhados. Muitas vezes, alguns acabavam por morrer no caminho devido às tempestades e às condições em que era feita a viagem: pelas serras e montes, sem dormir, sem comer e com poucas roupas. Nesta época os jovens eram obrigados a ir para a tropa, onde eram preparados para ir para a guerra, apesar de o meu avô ter ”escapado”, pois trocou de lugar com um amigo que queria ir. As famílias, por vezes, ficavam incompletas, porque alguns morriam na guerra e outros, quando voltavam traziam doenças de Angola que os levavam à morte. Apesar das dificuldades, necessidades e consequências que esta época trouxe, algumas pessoas aprendiam a viver com aquilo que tinham e com o que a Natureza lhes dava, e outras partiam em busca de uma vida melhor (o que nem sempre acontecia), e de novas culturas… Nome: André Filipe Fernandes Esteves Turma: 6ºB Nº: 2

Página 1


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.