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A Emigração

Beatriz filipa ribeiro barbosa nº7

6ºD

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Emigração nos séculos XIX e XX Causas: Um dos factos mais importantes do século XIX foi a crescente emigração, nunca antes vista, do velho para o novo mundo.Ao iniciarmos o nosso estudo deparamo-nos com uma pergunta: o que originou esta emigração em massa? Quais os motivos que provocaram uma das maiores migrações de povos da história? Devemos mencionar que entre 1815 e 1914 a população europeia duplicou. Este crescimento populacional prende-se com a prática de novas medidas de higiene e à vacinação (nomeadamente antivariólica). Tudo isto vai traduzir-se numa baixa taxa de mortalidade, aumentando progressivamente o crescimento natural.Este aumento demográfico traduz-se não só na redução de salários, mas também no desemprego crónico e no pauperismo. Ou seja, miséria, penúria e pobreza eram uma constante. Tudo isto, aliado a crises agrícolas, que provocavam a falta e encarecimento dos alimentos, leva à fome em regiões rurais mais populosas.São muitas e diversas as razões que motivaram a emigração de quase 80 milhões de pessoas. Um dos principais motivos que terá, em nosso parecer, levado à emigração foram as condições económicas. Muitas pessoas eram obrigadas a fugir às más condições de vida do seu país de origem, numa tentativa de sobreviver às dificuldades com que se deparavam. Como tal, verifica-se um maior número de emigrantes entre os mais pobres, uma vez que estes eram forçados a partir quando o seu modo de vida tradicional se tornava difícil ou mesmo impossível. Podemos assim afirmar que as grandes vagas coincidem com crises económicas, do mesmo modo que podemos estabelecer que durante este período existe uma forte uma relação entre a emigração e a industrialização, sendo a primeira consequência da segunda. A industrialização contribuiu de diversas maneiras para esta ligação. A rápida influência da industrialização em alguns países provocou, entre outros aspectos, a exploração do patronato e as más condições de trabalho, o que reforça a decisão de emigrar. O segundo contributo da industrialização prende-se com factores técnicos, nomeadamente com os progressos da navegação, que facilitavam a emigração visto que com as os novos meios de comunicação as viagens ficam mais baratas e seguras. Ao mesmo tempo fazem com que a emigração não seja permanente, uma vez que se os emigrantes não se conseguirem adaptar ao novo país podem sempre regressar (mas disso falaremos mais adiante).Existe um grande número de pessoas que parte à procura de terras mais baratas. Esta é uma das razões que motiva muitos a emigrarem para o continente Americano. OsEstados Unidos têm muita terra, tanta que a lei federal de 1862 (Homestead Act) prevê que quem explorar durante cinco anos oitenta hectares de terra pode, no fim do prazo estabelecido, adquiri-la gratuitamente. Também precisavam de construir os caminhos-de-ferro, ou seja, precisavam de


mãode-obra. Assim sendo, de 1860 a 1870 os Estados Unidos estabeleceram campanhas publicitárias (por exemplo brochuras) e concederam crédito aos novos habitantes como chamariz. Isto parecia o sonho para quem estava na miséria, mas como vamos ver mais adiante, o sonho e a realidade nem sempre caminham lado a lado.Algumas pessoas também emigravam atraídas pelas riquezas dos novos países, não só da América, mas também de África ou da Austrália. Isto devido à política de colonização das potências Europeias que estavam empenhadas no domínio e exploração de vastas regiões ultramarinas. Queriam aproveitar as áreas coloniais e para isso tinham que as povoar. Para além de incentivar a colonização, alguns governos incentivam mesmo a emigração.No que concerne aos refugiados ideológicos (quer sejam políticos ou religiosos) estes constituem uma pequena fracção da massa migratória, ao contrário do que muitas pessoas pensam. Este tipo de emigração dá-se sobretudo entre 1849 e 1854. Estas são as principais causas que levavam as pessoas a saírem da sua terra natal para um pais do qual pouco ou nada conheciam.

Principais vagas migratórias Já vimos os motivos que levaram as pessoas a emigrar, vejamos agora quem emigrava. Os emigrantes eram, por norma, jovens adultos (entre os 16 e os 35 anos), maioritariamente do sexo masculino (64% dos emigrantes que entraram nos Estados Unidos entre 1851 e 1910 eram homens) o que não invalida que em alguns países como a Irlanda, o número de mulheres que emigrava fosse também elevado. Os emigrantes tendiam a ser solteiros e emigravam sozinhos. No entanto, existe também uma significativa percentagem de jovens casais com crianças. A grande maioria era motivada e ajudada pelos emigrantes já residentes noutros países, que lhes compravam os bilhetes e os ajudavam a procurar emprego, o que não era fácil visto que a maioria eram trabalhadores não qualificados (antigos agricultores).A emigração nem sempre era sinónima de permanência definitiva, dado que uma grande percentagem acabava por regressar a casa. Na maioria das vezes esse regresso já estava marcado à muito tempo. Os emigrantes sonhavam em fazer fortuna e regressar às suas terras natais, ricos e respeitados. Entre 30 a 40% regressava, mas geralmente porque não gostavam do novo mundo ou porque não conseguiam estabelecer-se. Na verdade, o desenvolvimento massivo da emigração incluía cada vez mais uma quantidade considerável de emigrações sazonais. Exemplo disto são as migrações temporárias de trabalhadores italianos e irlandeses que iam fazer colheitas ouconstruir caminhos-de-ferro.Uma vez que já mencionamos quem emigra, porque emigra e como emigra, vamos agora tratar o problema da origem e destino destes emigrantes.É difícil contabilizar com rigor os movimentos populacionais nesta época, porque muitos são feitos à margem do controlo estatístico dos estados e porque não existem registos completamente fiáveis. Podemos afirmar que os imigrantes têm origem sobretudo da


Grã-Bretanha, da Itália e da Irlanda. Os Ingleses tinham sofrido um aumento demográfico, o que juntamente com a situação geográfica, a frota comercial e o espírito de aventura vai favorecer a emigração. São principalmente os camponeses, caseiros e pequenos agricultores que têm um papel preponderante. Os Ingleses iam principalmente para os Estados Unidos mas também para o Canadá. As ilhas Britânicas fornecem assim o maior contingente de emigrantes, preenchendo 80% do total das emigrações em 1850 e 30% depois de 1880.A emigração Irlandesa sofre um aumento brutal entre 1846 e 1848. A doença da batata, alimento muito importante na dieta alimentar dos camponeses irlandeses a partir do século XVII, encontra-se na origem deste drama. A subnutrição e as epidemias subsequentes às carências alimentares vão matar cerca de 1,6 milhões de pessoas e provocar uma vaga de emigração sem precedentes (mais de 1,4 milhões de pessoas entre 1846 e 1851). Os países de destino preferidos por estes emigrantes são principalmente os tropicais. Na Alemanha, a crise da agricultura e o aumento dos preços agrícolas em meados de 1880, os problemas revolucionários que ocorreram em 1830 e mais tarde de 1848 a 1850, juntamente com a crise monetária e financeira dos anos 20, fizeram aumentar o número de emigrantes. Depois de 1890 emigraram sobretudo homens de negócio, empregados de firmas industriais e comerciantes. Os principais países de destino dos Alemães eram os Estados Unidos, o Canadá, o Brasil e o Chile. As emigrações dos Belgas, dos Holandeses e dos Suíços tinham pouca importância no conjunto da emigração. Pelo contrário, a Escandinávia tem uma fortíssima emigração no século XIX. Do total de emigração deste país 95% instalam-se nos Estados Unidos, sendo a sua maioria marinheiros, camponeses, lenhadores e operários. Entre 1801 e 1939 um total de 1,3 milhões de Franceses emigraram. A maioria foi para os países da América Latina (principalmente para o Brasil e para a Argentina), Marrocos e até para a Argélia. A França constitui no entanto um caso à parte. Uma vez que não contava com o enorme aumento populacional que atingiu a totalidade dos países europeus, não sente necessidade de recorrer à emigração. A excepção francesa é ainda um enigma para os historiadores interessados pela transição demográfica. O controlo da taxa de natalidade dá-se aqui muito mais cedo que na restante Europa. Acaba mesmo por contrariar as correntes usuais porque, ao invés de distribuir a sua população através da emigração, torna-se um dos países de destino (apesar de não ser dos mais importantes).Quanto aos italianos, principalmente os do norte, fugiam aos latifúndios e ao atraso industrial. Entre 1821 e 1930 emigraram quase 2,5 milhões, maioritariamente para os Estados Unidos, para a Argentina e para o Brasil. Ac Rússia contribui para o fluxo migratório com 4,2 milhões de pessoas entre 1861 e 1914. Da Austro-Hungria partem sobretudo camponeses miseráveis e alguns políticos. Da Polónia parte outra grande onda de emigrantes com destino aos Estados Unidos.Já falámos um pouco dos países de origem. Vamos agora analisar os países de destino. Começamos por tentar responder a esta questão: porque é que o destino


preferencialdas populações são os Estados Unidos? Este país aposta na publicidade do sonho americano, do “AmericanWayofLife”. Sendo um país em pleno desenvolvimento, os emigrantes são imprescindíveis para a exploração de vastas áreas quase completamente despovoadas do Oeste e para a construção dos caminhos-deferro. Junta-se a necessidade de distribuição da população excedente na Europa à necessidade de população por parte dos Estados Unidos. O Canadá não é tão importante, mas também é um dos mais escolhidos. Os imigrantes são quase exclusivamente britânicos, com um aumento contínuo. Fixam-se temporariamente pois a maioria abandona este país para os Estados Unidos. O crescimento no Canadá é assegurado pela fecundidade nacional, nomeadamente pela comunidade francesa. Aqui, ao contrário dos Estados Unidos, a população Índia aumenta. Quanto à África, esta foi insignificativa para a população europeia emigrante. No norte, os franceses tentam fixar-se mas sem resultados. Na África Austral a colonização Europeia era pouco intensa até meados do século XIX. Depois da década de 1860, nomeadamente depois da descoberta do ouro e diamantes dá-se um intenso movimento migratório. O restante do continente não despertou grande interesse. Na Ásia verifica-se uma intensificação da procura no respeitante às matérias-primas, mas o povoamento branco é insignificante e confina-se, basicamente, às cidades.Em 1914 houve pouca emigração. Isto porque a Primeira Guerra Mundial mudou a economia internacional e os investimentos além mar são reduzidos. Estas alterações, aliadas às restrições introduzidas na emigração e imigração, marcam o fim da emigração em massa. Assim, podemos dizer que de 1800 a 1914 os Europeus povoaram o mundo através das fortes vagas migratórias.


Bibliografia http://neh.no.sapo.pt/documentos/emigracao_no_seculo_xix.htm

Imagem : https://www.google.pt/search?hl=ptBR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1920&bih=979&q=emigra%C3%A7%C3%A 3o&oq=emig&gs_l=img.1.0.0l5j0i10l2j0l3.1506.4888.0.6862.8.5.2.1.1.0.79.332.5.5.0... 0.0...1ac.1.9.img.UXNG3hGsyiY#imgrc=MnqIa0Gjr5pVKM%3A%3BoqNYCA0WdqiAFM% 3Bhttp%253A%252F%252F2.bp.blogspot.com%252F_aJT3I8ICB8%252FTE_rvyZ5KzI%252FAAAAAAAAA9Q%252F4uYI3dIBAD4%252Fs1600%252Fcharg eimigrantes.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fmilenapink04.blogspot.com%252F2013%25 2F01%252Fmigracaoimigracao-e-emigracao.html%3B709%3B494


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