Relato sobre a emigração do meu Avô Vou relatar a história de emigração do meu avô materno. O meu avô emigrou, pois não arranjava emprego e queria uma vida com melhores condições. Conseguiu arranjar um contrato de trabalho, concedido pelo Governo Civil. Assim, foi para a França e para o Canadá, estando fora do país natal entre os anos de 1963 e 1991. Para pagar a viagem teve que pedir dinheiro emprestado a um amigo. A alimentação, quer na França, quer no Canadá, era de muita qualidade e variadíssima, com pratos de toda a parte do mundo. Na França, trabalhou na Citroen, a montar veículos, tendo uma carga de trabalho semanal muito pesada, recebendo muito pouco dinheiro. No Canadá, trabalhou na construção civil, onde ganhava muito dinheiro. O meu avô passava as férias de verão em Portugal. Uma das coisas em que ele teve mais dificuldade foi em habituar-se ao clima Canadiano, que era muito frio, e à língua, já que teve de aprender tudo “de ouvido”, por si só. Ele partilhava uma casa alugada com vários amigos pois, como tinham pouco dinheiro, era mais fácil pagar a renda. Naquele tempo, o meu avô gostava muito de cerveja mas não era possível bebê-la durante o horário de trabalho. Contudo, como os verões eram muito quentes, ele não resistia à tentação de a consumir. Por vezes, havia inspeções de trabalho e, numa dessas vezes, o meu avô e os seus colegas foram apanhados embriagados. Quando o Boss, chefe em português, descobriu, informou-os que iriam ser penalizados pela sua atitude de trabalho. Mas o meu avô, que era muito desenrascado e calmo, conseguiu, com o seu inglês precário, suborná-lo, prometendo-lhe vinho do Porto, que era muito apreciado pelos canadianos, trabalhando assim com uma boa relação com os seus superiores. A 1991, regressou a Portugal, onde investiu o dinheiro ganho em pavilhões e terrenos, que hoje em dia ainda lhe dão bastante lucro. Agora, com 75 anos o meu avô é agricultor num dos campos que comprou.
Bibliografia: O meu avô.
Diogo Ferreira Balão Silva | Nº10 | 6ºD.